"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Dilma pode fugir do debate da Globo, indo só à Record, depois da derrota “sob pressão” no SBT


Quem foi a responsável pela nomeação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para receber polpudos jetons como membro do Conselho de Administração da “estatal” Itaipu Binacional? Vaccari, que cuida das finanças da campanha de Dilma, foi denunciado na “colaboração premiada” de Paulo Roberto Costa como o sujeito que recebia os repasses das comissões de 2% que sobravam das negociatas de corrupção com empreiteiras que prestam serviços à Petrobras. Vaccari é o mesmo processado por fraudes na gestão da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop), na qual fora diretor financeiro entre 2003 e 2004 e presidente de 2005 até fevereiro de 2009. O Ministério Público denunciou que a Bancoop bancava campanhas petistas...

Dilma Rousseff não teve ética, sinceridade ou competência suficientes para responder a estas e outras indagações graves feitas pelo rival Aécio Neves, no começo da noite de ontem, no (de)bate-boca promovido pelo SBT, Rádio Jovem Pan e UOL. Dilma também não deu explicações concretas sobre as denúncias de superfaturamento no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – o Comperj de Itaboraí. E ainda caiu na armadilha de repercutir uma notícia (certamente plantada por sua assessoria nazicomunopetralha) no UOL, segundo a qual Paulo Roberto Costa teria delatado que o falecido presidente do PSDB, Sérgio Guerra, teria recebido propina, em 2009, para esvaziar as investigações de uma CPI sobre irregularidades na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A comissão, instalada em julho e acabou em novembro, porque os votos majoritários do governo impediam qualquer investigação. A pizza interessava às grandes empreiteiras – que bancam campanhas de todos: no céu, na terra e no inferno...

Aécio Neves aproveitou bem a deixa de Dilma no debate para deixá-la sem condições morais de responder: “Não importa de qual partido, tem que se investigar a todos, doa a quem doer. Tem algo positivo aí, a senhora, pela primeira vez, deu credibilidade à denúncia do Paulo Roberto. É esse que diz que 2% da propina ia para o seu partido, para o tesoureiro do seu partido. E o que a senhora fez nesse período? Nada. Agora, se a senhora diz que quer ir a fundo, por que o seu partido impediu que o senhor Vaccari fosse depor, que fosse explicar? E digo mais, ele ainda é tesoureiro do seu partido. Pelo menos R$ 4 milhões foram transferidos pelo senhor Vaccari para a sua conta de campanha. Acho que os brasileiros tem que saber, antes das eleições, de onde veio esse dinheiro”.


Derrotada no debate, Dilma sentiu a pressão. No final de 1h 20min de (de)bate-boca contra Aécio, Dilma precisou ser amparada até uma cadeira próxima, pela repórter Simone Queiroz, do SBT, depois que alegou “um problema de pressão baixa”, ao se enrolar na resposta a uma pergunta, que pensava ser gravada, e não ao vivo. Dilma repetiu: “Eu estou me sentindo mal, minha pressão caiu”. Em seguida, já refeita, tentou armar: “Eu tive uma queda de pressão, agora consigo concluir a entrevista com você”.  A repórter alegou que o tempo havia estourado e que, em respeito à isonomia de tratamento prevista na Lei Eleitoral, não poderia prosseguir. Voltando a sua costumeira ira, Dilma foi mal educada: “Se você decidiu assim...”. A candidata virou a cara para a câmera e saiu, contrariada, de cena. Minutos depois, ao deixar do estúdio, novamente indagada pelos repórteres acerca de seu estado presente de saúde, Dilma proclamou: “Estou ótima”.

Quem realmente se sentiu “ótimo”, no final do confronto, foi Aécio Neves. Ao contrário do debate anterior, na Band, no qual perdeu a chance de triturar Dilma com o tema corrupção, o tucano conseguiu ser ofensivo sem parecer agressivo. Aécio, antes de deixar a emissora, recebeu um telefonema da aliada Marina Silva, parabenizando-o por sua performance no debate. Já Dilma deve estar experimentando a ira de seu Presidentro Lula – que deve ter ficado PT da vida com a péssima performance dela.

De blusa azul (em vez da roupinha vermelha-comunista do primeiro turno), Dilma se mostrou sempre nervosa, mentindo como de costume e baixando o nível nas provocações contra o adversário que ontem a venceu, literalmente, por “pressão”. Por ironia, Dilma foi acalmada por um copo d´água (coisa em falta em São Paulo, e que será o novo tema explorado pela propaganda petralha contra os tucanos). Dilma só não matou a sede de vingança por sua derrota imagética no SBT.

Ninguém se surpreenda se os marketeiros de Dilma Rousseff recomendarem que ela não compareça, na noite de quinta-feira que vem, ao debate final na Rede Globo. Algum suposto problema de saúde de última hora pode levar Dilma a fugir da raia no encontro que pode ser fatal para sua desgastada imagem, quase na véspera da eleição do domingo seguinte, dia 26. Se Dilma não for, quem vai gostar são os fãs do The Voice Brasil (programa que a emissora tira do ar para botar o debate, depois da novela Império). Não ser obrigado a ouvir a voz de Dilma mentindo e agredindo o adversário será um agradável programa de fim de noite. Será que Dilma vai fugir do debate da Globo?

Domingo que vem, ela deve comparecer ao debate na Rede Record – cujo proprietário é seu aliado Edir Macedo Bezerra, líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus. Marketeiros de Dilma avaliam que o programa, depois das 22 horas, logo após o “Domingo Espetacular”, tem pouco impacto sobre o eleitorado petista – que dorme àquela hora para acordar cedo na segunda-feira. Acontece que, depois da derrota de ontem, o encontro de domingo que vem servirá para Dilma tentar uma contra-ofensiva para impedir o crescimento da candidatura de Aécio. Se for bem domingo, Dilma pode até alegar algum problema e correr o risco de escapar do debate na Globo (que pode lhe ser fatal).

De toda forma, uma coisa ficou bem clara. Sem a ajuda de um ponto eletrônico no ouvido, para receber dicas de assessores ou frases que ela não consegue articular sozinha, Dilma Rousseff é uma fraude gerencial ambulante. Assim que for finalmente derrotada nas urnas, poderá até reclamar de que seu governo foi mal porque Luiz Inácio Lula da Silva ficava em seus ouvidos, teleguiando as ações dele e dos ministros que enfiou goela abaixo da sucessora... No entanto, antes disto, quem não lhe dará mais ouvidos é o eleitorado, PT da vida com tanta corrupção e incompetência.

Cumprindo ordens


Guerra da água

O presidente do PT, Rui Falcão, mostrou, nos bastidores do debate no SBT, o panfleto que o partido vai usar contra Aécio à partir de hoje.

Os petistas jogam nele e na gestão do PSDB a culpa pela falta de água em São Paulo.

Tomara que a turma do Chapolim Colorado não prometa um “Bolsa Água” como solução temporária do problema da falta de estiagem e de investimentos concretos para melhor aproveitamento hídrico...

Guerra das drogas

A desesperada Dilma também baixou demais o nível do debate ao provocar Aécio neves com a pergunta da Lei Seca.

Ao questionar Aécio sobre a obrigatoriedade do teste do bafômetro, recusado por ele ao ser parado em uma blitz no Rio de Janeiro, em 2011, Dilma tentou induzir o leviano raciocínio de que Aécio estaria sob influência de álcool ou droga:

“Acho muito importante a Lei Seca para o Brasil, e o senhor está tentando diminuí-la. Todo dia tem gente morrendo quando o motorista dirige embriagado. Ninguém pode ficar sem sofrer as consequências de dirigir drogado ou bêbado. Eu não dirijo sob efeito de álcool e drogas, candidato”.

Ainda bem que Aécio colocou a leviandade de Dilma no devido lugar.

Guerra de família

Cansado de ouvir de Dilma insinuações sobre a participação da família Neves no governo de Minas Gerais, Aécio pegou Dilma pelo pé.
Acusou o irmão da presidente de ter sido funcionário fantasma nomeado na gestão do petista Fernando Pimentel na prefeitura de Belo Horizonte:

“Candidata, a senhora conhece o senhor Igor Rousseff? Seu irmão, candidata. Não queria chegar nesse ponto. O seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar. Essa é a grande verdade. Lamento ter que trazer esse tema aqui. A diferença entre nós é que minha irmã trabalha muito e não recebe nada. Seu irmão recebe e não trabalha nada. Infelizmente, agora, nós sabemos porque a senhora diz que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que seus aliados o fizessem”.


Dilma ainda tentou retrucar, mas o estrago já estava feito: “A sua irmã e meu irmão, eles têm que ser regidos pela mesma lei. Eles não podem estar no governo que nós estamos. O nepotismo eu não criei”.

Vendedores de anjos

Muito legal e humana a quadrilha presa pelo milionário negócio do aborto ilegal que agia no Rio de Janeiro há mais de 30 anos.

Nas interrupções de gravidez aos sete meses, os bandidos cobraram a tarifa que chegava a R$ 7.500 reais.

Mas, em vez de matar a criança, os benfeitores criavam saudavelmente e, depois, vendiam no tráfico internacional de adoções.

É Bola...

Nos aeroportos internacionais brasileiros já opera a paranoia para barrar eventuais portadores do mortal vírus ebola.

Mas, até agora, tem sido grande a dificuldade de encontrar algum doente.

Mais quem quiser achar os portadores do mal de “É Bola” é só dar uma passadinha no Congresso e outras repartições públicas menos votadas...

Poder do inimigo


A capa da revista inglesa britânica “The Economist”, com a manchete “Por que o Brasil precisa de mudança” deixou Dilma Rousseff mais PT da vida que nunca.

Respondendo à publicação, que escreveu que Aécio merece ganhar as eleições "porque promete colocar o Brasil de volta no caminho do crescimento econômico", Dilma apontou o dedo para a Oligarquia Financeira Transnacional que a abandonou e investe para derrotá-la:

“Acho que as revistas do mundo inteiro, assim como as brasileiras, podem tomar as suas posições políticas e levar isso aos seus leitores. Mas sei qual é a filiação da The Economist, todo mundo sabe. Ela é ligada ao sistema financeiro internacional”.

Futuro do Brasil


 
17 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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