"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A DESMORALIZAÇÃO DA COPA DA ROUBALHEIRA

Em menos de um minuto e meio, o vídeo do Implicante desmoraliza o palavrório ufanista do padroeiro da Copa da Roubalheira

http://www.youtube.com/watch?v=dXhxzVWdLrM&feature=player_embedded
 

DEMOCRACIA? QUE DEMOCRACIA?!


João Saldanha, técnico desalojado do cargo antes do início da Copa do Mundo de 1970 não tinha papas na língua, dizia o que tinha de dizer doesse a quem doesse e estamos conversados (como ele dizia). 

Era franco, direto e rasteiro, não deixava nada pra depois, com ele era bateu, levou, não levava desaforo para casa nem admitia insinuações sem respostas à altura. Indagado sobre a democracia no Brasil ele disse que nossa democracia é uma democracia diferente, tipo concessão, onde quem deveria exercer seu direito como cidadão abre mão da prerrogativa, deixa que outros assumam seu lugar e faça uma democracia própria e particular, onde o poder é fatiado entre partidos de ocasião, oportunistas de plantão, apaniguados e parentes.
Nossa democracia não é somente da elite dominadora, é de um amontoado chamado aliados, que assumem o poder e faz de tudo para nunca mais perdê-lo, para isto contam com a cumplicidade de grande parte dos eleitores. 

Nossa democracia não é representativa, não espelha a vontade do povo que não sabe votar, como bem disse Pelé em uma de suas tiradas, esta a mais verdadeira. 

Nossa democracia fica à mercê de partidos que abrigam criminosos, bandidos de colarinho branco e toda sorte de pessoas com fichas sujas. Partidos que não selecionam seus integrantes, basta ter condições de pagar o preço, bancar a campanha, que está admitido. 

Nossos ditos representantes-políticos em sua maioria estão lá para ficar para sempre e tirar o máximo em proveito próprio, possível e imaginável. Uma vez instalado, fazem-se acordos os mais escusos e desprezíveis desde que isto possa garantir a permanência no poder hoje e sempre. 

Nossos ditos representantes-políticos não têm compromisso com quem os elegeu, não procuram saber dos seus anseios, deixam seus seguidores ao deus dará, fazem pouco ou nenhum caso daqueles que "permitiram" sua eleição.
Num país onde os presídios estão superlotados, numa total desumanidade, onde os criminosos circulam da maneira que lhes convier, onde comandam ações criminosas através do celular permissivo como as atrocidades vistas nos últimos dias, inclusive comandam depredação de patrimônio público e privado e assassinatos como queima de ônibus e de pessoas. 

Nossa democracia tem leis brandas para proteger bandidos de alta periculosidade, bandidos ao volante, bandidos que enchem a cara e saem atirando a esmo e assaltando todo mundo. 

Nossa democracia privilegia a impunidade, cria leis que isolam o povo e o faz acuar em suas casas cheias de grades protetoras, nas portas e janelas, ou nos locais onde o acesso ao bandido é facilitado. Que obriga o cidadão a equipar suas residências de alarmes e cercas elétricas fora o medo de sair à rua a qualquer hora do dia ou da noite. 

Em nossa democracia o poder público é ausente, não exerce a função que lhe cabe, é omisso e complacente, não cumpre seu papel fundamental que é dar segurança, saúde e educação ao seu povo, mais omisso ainda e muito menos reivindicador. 

Nossa democracia permite um Socorrão 2, onde as vítimas-doentes são espalhadas pelos corredores, sem leitos adequados, com superlotação tal qual os presídios Brasil afora. 

Temos uma democracia que usa nosso dinheiro para socorrer, perdoar dívidas e financiar outros países enquanto aqui perdura a fome e a falta de água no Nordeste. Faltam presídios para acomodar melhor os presos e hospitais para dar assistência melhor aos doentes. Parece até que nossos políticos ignoram isso! Uma democracia onde a maioria dos prefeitos se enriquecem da noite pro dia, alguns são destituídos, mas não são presos nem devolvem o que furtaram. 

Temos uma democracia de penúria, onde se cria bolsas disso e daquilo, apelidadas de programas sociais, mas, que, na verdade, é uma forma de construir eleitores de cabresto e reféns do sistema, além de ser uma forma cruel de se perpetuar no poder à custa da caridade e da mendicância institucionalizadas. 

Falei muito do político, mas o cerne da democracia é o cidadão, o maior responsável pelo estado de coisas que está aí. Temos eleitores e cidadãos que aceitam propina, vendem sua dignidade na hora de votar por trinta dinheiros.
Que viram as costas para o próximo abandonado nas ruas, que fura fila e saqueia produtos de acidentes e enchentes. Cidadãos que não têm consideração pelo idoso, que querem, a exemplo da maioria dos políticos, levar vantagem em tudo, avançam sinal vermelho, ultrapassam onde não é permitido, abusam da velocidade e da bebida e não estão nem aí para as consequências, afrontando as leis. 

Somos um país tão sem-educação e hombridade, um tanto meio-criminoso, que dá desânimo e desesperança na gente! 

Políticos e eleitores se merecem, democracia e meia-ditadura, idem! 
Pseudo-democracia que não tem sintonia com cidadãos e pessoas de bem!
Nossa democracia é o retrato do cidadão irresponsável e omisso. 
É isso!


26 de fevereiro de 2014
 

VELHOS VÍCIOS

Ano passado, passei 15 dias em alguns dos países da antiga Iugoslávia. Aprendi mais em duas semanas sobre a região do que em toda a minha vida prévia. Além de ter pernoitado na Croácia e na Eslovênia, visitei Montenegro e Bósnia. Tive oportunidade de ver prédios crivados de balas, com pessoas morando, com a infraestrutura estampando as marcas da guerra de 20 anos atrás. Depois de conversar e ler bastante sobre a região, convenci-me de que daqui a 20 anos os sete países em que se dividiu a Iugoslávia formarão parte da União Europeia e a maioria terá adotado o euro.

O lugar que mais me impressionou, pelo contraste com o drama do começo dos anos 90, foi a Croácia. Em 1991, esse país declarou a independência e desde então entrou em guerra, passou quatro anos mergulhado no conflito, lambeu as feridas, acertou a paz com seus vizinhos, aderiu ao capitalismo, adaptou completamente a sua economia, abriu-se para o exterior, negociou a entrada na União Europeia, ingressou nela e, provavelmente, não demorará a discutir sua adesão ao euro. Ou seja, em 22 anos, o país passou por uma verdadeira revolução. O resultado é que um país fechado, socialista, mergulhado no ostracismo, cinza, hostil e opaco até o final dos anos 80 é hoje uma economia plenamente integrada, igual a qualquer país avançado da Europa Ocidental, porém mais barato e - o que é impressionante - com todos os jovens falando um inglês perfeito. O desemprego é elevado, mas o espírito com o qual a integração é encarada é de "bola pra frente": é assim e pronto.

A comparação com o Brasil é deprimente. Enquanto os países da antiga Iugoslávia passavam, em maior ou menor medida, por esse percurso, no Brasil em meados da segunda década do século 21 ainda estamos discutindo pontos que constavam das propostas de Collor em... 1991! Nosso ritmo é exasperante.

O problema não é apenas a lentidão. Tão preocupante quanto isso é constatar que, ao contrário do que se nota nos países que estão evoluindo mais rapidamente - boa parte da Ásia, parte da antiga Europa Oriental ou alguns países da América Latina - e também ao contrário do que se observa nos campeões do desenvolvimento, como a Alemanha ou a Coreia, persiste no Brasil, fortemente enraizado em alguns círculos, um profundo preconceito contra o capitalismo.

Naqueles países, o capitalismo é tema pacificado. O operário alemão, o tecelão de Taiwan, o atacadista polonês, o empresário chileno, o ministro colombiano não ficam discutindo acerca dos malefícios do capitalismo e as injustiças que gera. Pelo contrário: de um modo geral, todos - governo, empresários, trabalhadores, intelectuais, etc. - entendem que as regras do jogo estão definidas, concordam com elas e procuram se posicionar diante disso da melhor forma possível.

Já aqui, por contraste, há muitas formas de colocar areia no desenvolvimento. É uma questão de atitude. A postura negativa permeia as mais diversas instâncias. Vai das autoridades que falam contra os "lucros excessivos" até os sindicatos que pleiteiam aumentos salariais despropositados, passando por intelectuais intoxicados por graus diferenciados de marxismo tropicalizado, por leis aprovadas que oneram pesadamente a produção e por decisões judiciais que, muitas vezes, ignoram os efeitos desses atos sobre os incentivos a produzir - isso sem falar de uma mídia com graus variados de simpatia pelas causas mais estapafúrdias em matéria de lógica econômica.

Os acontecimentos de 2013 são uma expressão desse pano de fundo. Independentemente da existência de razões para que o cidadão comum se indigne com o mau uso dos recursos públicos, aqueles atos trouxeram suspensão de contratos de concessão, defasagem tarifária, depredação do patrimônio público, destruição de propriedade privada, etc. com boa dose de beneplácito generalizado. O Brasil tem de avançar muito, mas a principal mudança pela qual o País deve passar é cultural: precisamos aceitar o funcionamento de uma economia capitalista.

 
26 de fevereiro de 2014
Fábio Giambiagi, O Estado de S. Paulo

A AUSÊNCIA DE VALORES E OS SEUS RESULTADOS

Estamos no 11º ano da era lulopetista e nunca antes na história deste país vimos uma crise tão generalizada. Crise de valores, de falta de postura cidadã e de respeito, aliada à falta de rumos do governo. A arte de mentir e de negar virou algo corriqueiro e banal, assim como a mania de desrespeitar. O exemplo que “vem de cima” espalhou-se pirâmide social abaixo. A presidente Dilma, que deveria ser o símbolo da moralidade, civilidade e do princípio democrático, perdeu-se no vazio de ideias e no vácuo de direção. Seus ministros e líderes no parlamento seguem-na feito papagaios na maioria das oportunidades e especialmente quando ela, defendendo o seu partido, o PT, chama a oposição de “cara de pau” onde quer que esta pareça existir. Tanto ela quanto seus seguidores manifestam-se grosseiros, onipotentes, desrespeitosos.

Foi assim, recentemente, quando o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, ao comentar o descontentamento do setor empresarial, que deixa claro que o clima de desconfiança é cada vez maior, resultando em taxas de investimentos muito baixas, desdenhou: “Empresário fazendo beicinho não dá”. Ele respondia a Pedro Passos, industrial, fundador da indústria de cosméticos Natura e presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que reúne alguns dos maiores industriais do Brasil.

Não só os empresários estão descontentes, ministro, mas todos que tenham o mínimo de consciência do que esses 11 anos de lulopetismo fizeram ao país e o que representam para o futuro da nação. Vivemos no país do apagão. Mas não só no apagão da ex-ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff, que, com medidas demagógicas, prejudicou as empresas do setor, que deixaram de investir, não aumentando sua capacidade, preparando-se para o aumento de consumo. Pior que o apagão de energia é que vivemos o apagão de ideias, de credibilidade, de transparência, de competência e de honestidade. O próprio Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, criado na primeira gestão de Lula e que tinha a participação de empresários como Jorge Gerdau, acabou se esfumaçando por falta de confiança do empresariado no governo.

Quando o ministro Paulo Bernardo fala em “beicinho” dos empresários, o faz porque não é dele o capital investido nas empresas, não é ele que recolhe impostos (só em 2014 já foram pagos quase R$ 300 bilhões; em 2013 o total foi de R$ 1,7 trilhão), não é ele que dá empregos, gera e distribui renda, promovendo o desenvolvimento. Sua manifestação (que é própria dos seus chefes Lula e Dilma) é no mínimo desrespeitosa com quem efetivamente está preocupado com a situação das empresas (em 2013, as unidades industriais brasileiras tiveram uma redução de 1,1%, com o mesmo recuo no emprego) e sua importância no perfil de nosso país. As vendas no varejo em 2013, mesmo com alta de 4,3%, segundo o IBGE, foram as menores em dez anos – em 2003, houve queda de 3,67%. Mesmo com a redução do IPI para automóveis, as vendas neste segmento tiveram alta de apenas 1,4% em 2013 ante um aumento de 7,3% em 2012. O setor teve o pior resultado em 2013 desde 2003, quando o volume vendido caiu 7,2%. Com menor geração de postos de trabalho, menor crescimento de renda e menor concessão de crédito, o setor de serviços em 2013 também amargou redução: houve um crescimento nominal de 8,5%, ante uma evolução de 10% em 2012, segundo o mesmo IBGE. São exemplos.

Sim, ministro, os empresários demonstram falta de confiança. E o governo, o que faz para merecê-la, para fomentar o crescimento? Há estímulos para a indústria, além de, ironicamente, aumentos em alíquotas de impostos, substituições tarifárias e outros ônus? Há obras de infraestrutura concretamente realizadas, além das já famosas em discursos? Há estradas e portos equipados para exportamos nossa safra e produtos industrializados? A inflação está sob controle ou é conversa fiada do ministro Mantega? A burocracia diminuiu e a eficiência aumentou? Os monstruosos gastos com a máquina pública foram reduzidos? Nossa política externa evoluiu ou não passamos realmente de uma nação considerada “frágil”, ao lado da Turquia, Índia, Indonésia e África do Sul, que têm fundamentos econômicos tão debilitados quanto os nossos? Temos algum horizonte econômico e social internacional, além da piada do Mercosul e dos hermanos Cuba, Venezuela e outros?

O ambiente de desconfiança e de insegurança não foi criado pelos empresários, ministro, mas sim pelo seu governo, que vive dando “beiçada”, como se diz na linguagem popular, no país. E os resultados são concretos: quando a presidente Dilma se elegeu, a perspectiva era de que houvesse um crescimento do PIB de 5,9% na média anual. Ao fim desses tristes anos, o crescimento do PIB deve ser de 2% ao ano.

 
26 de fevereiro de 2014
Claudio Slaviero, Gazeta do Povo, PR  

O ORÇAMENTO E O VENTO


 
O governo cortou 'vento', gastos que existiam apenas no fantasioso mundo do Orçamento federal

Quem acompanhou a divulgação do decreto de programação orçamentária pode ter se impressionado com a seriedade do governo. De acordo com a proposta, haveria redução de R$ 44 bilhões dos gastos federais, elevando o saldo primário (antes do pagamento de juros) em quase R$ 23 bilhões.

A reação positiva do mercado, expressa na queda das taxas futuras de juros e no fortalecimento da moeda, reforçou essa percepção, sugerindo que, desta vez, a racionalidade econômica teria prevalecido.

Já quem acompanhou com cuidado a divulgação do decreto de programação orçamentária não pode ter se impressionado. De acordo com a proposta, haveria aumento de R$ 88 bilhões dos gastos federais, o que não justificaria a reação positiva do mercado.

É menos confuso do que parece, prometo.

Em 2013, o governo federal gastou R$ 920 bilhões (19,1% do PIB). Em 2014, de acordo com o Orçamento aprovado pelo Congresso, esses gastos deveriam atingir R$ 1,052 trilhão (19,9% do PIB). O decreto da semana passada, porém, reduz a previsão de gastos para R$ 1,008 trilhão (19,3% do PIB), ou seja, R$ 44 bilhões a menos do que o projetado pelo Orçamento, mas R$ 88 bilhões a mais do que foi efetivamente gasto em 2013.

Posto dessa forma, os dois parágrafos iniciais se tornam menos contraditórios do que inicialmente sugerido: o governo teria feito uma redução expressiva de gastos relativamente ao nível que alcançariam sem sua intervenção, mas, ainda assim, a despesa federal superaria por larga margem o observado em 2013.

Longe do ideal, mas a intervenção teria prevenido o pior, a saber, a materialização de todos os gastos inclusos no Orçamento. Ambas as afirmações pareceriam, portanto, verdadeiras; todavia, a realidade não é tão equilibrada.

Ocorre que o Orçamento no Brasil é uma obra (ruim) de ficção: ele não obriga que a despesa atinja o valor previsto; segundo a interpretação corrente, apenas autoriza o governo a gastar até o limite proposto. Assim, tipicamente o Orçamento chega inflado ao Congresso, que trata de inchá-lo um pouco mais, seja do lado das despesas, seja do lado da receita. Historicamente, nunca o valor orçado das despesas se concretiza.

Na verdade, como parte do faz de conta orçamentário, todo começo de ano o governo publica um decreto estabelecendo o que, de fato, pretende fazer. Ou seja, todo ano o governo "corta" os gastos na comparação com os números exagerados do Orçamento e apresenta esse "esforço" como prova de seu compromisso fiscal.

Do ponto de vista prático, porém, todo ano o dispêndio federal aumenta na comparação com o ano anterior. Para ficar apenas no período mais recente, equivalia a 17,8% do PIB em 2010; caso o governo cumpra suas promessas, atingirá 19,3% do PIB neste ano, um salto de 1,5% do PIB num mandato presidencial, exatamente a média observada para cada mandato desde 1999!

À luz desses números, pois, deve ficar claro que o anúncio da semana passada nada trouxe do ponto de vista de austeridade fiscal. O governo cortou "vento", gastos que existiam apenas no fantasioso mundo do Orçamento federal, permi- tindo, porém, que continuem crescendo a uma velocidade superior à do PIB.

Dessa forma, a nova meta fiscal implicaria a geração de um saldo primário equivalente a 1,9% do PIB, justamente o número oficial observado no ano passado, correspondente, segundo minhas estimativas, a um esforço fiscal legítimo ao redor de 0,8% do PIB.

De qualquer forma, ao fixar a nova meta em patamar próximo ao realizado em 2013, o governo permitirá ao BC continuar com suas balelas acerca da "política fiscal se movendo na direção da neutralidade", o que torna mais provável uma redução no ritmo de aperto da taxa de juros, de 0,50 ponto percentual para 0,25 ponto percentual na reunião do Copom.

Como jabuti não sobe em árvore, a programação fiscal para 2014 parece orquestrada para justificar a desaceleração da Selic; não, infelizmente, para reduzir a inflação.

A INFLEXÃO DE DILMA



O governo Dilma Rousseff está em meio a uma inflexão da política econômica adotada na segunda metade de 2011. Sem reconhecer publicamente o fracasso do arcabouço adotado, mudou, primeiro, a política monetária, depois, o regime cambial e, agora, a política fiscal. O mercado reagiu positivamente às mudanças, mas com cautela.

Há dúvidas de duas naturezas. A primeira é se o governo cumprirá as promessas feitas na área fiscal. A outra é se está fazendo isso apenas para evitar o rebaixamento da classificação da dívida soberana, fato que poderia provocar uma crise em pleno ano eleitoral. Para os mais céticos, conquistada a reeleição, a presidente redobrará a aposta em seu modelo econômico.

É difícil fazer essa afirmação neste momento. Governos costumam mudar convicções em períodos de crise. A questão é que, a rigor, o Brasil não entrou em crise. Cresce pouco há três anos, entrando pelo quarto ano, com chance de também não crescer em 2015, "o ano do ajuste", como já se diz nas ruas; acumula expressivo déficit nas transações correntes; investe pouco; possui dívida elevada se comparada à de países emergentes, mas não corre, neste momento, risco de insolvência.

O que dá para afirmar é que a presidente Dilma não convive bem com o receituário adotado recentemente. Isso é visível quando se observa a hesitação do governo em assumir compromissos na área fiscal. Quando o Banco Central (BC), com certo atraso, começou a aumentar a taxa básica de juros (Selic) em abril do ano passado, já estava claro que o governo deveria dar uma resposta do lado fiscal para contribuir com aquele esforço.

Um reforço crível das contas públicas em meados de 2013 teria ajudado a melhorar as expectativas, facilitando a tarefa do BC. No limite, poderia ter diminuído a necessidade de elevação da taxa Selic. O que se viu desde abril foi a autoridade monetária aumentar os juros sem evitar que a inflação deixasse o incômodo patamar de 6% ao ano.

O curioso é que, no passado recente, o Brasil enfrentou uma inflação de 6% em condições completamente distintas. Em 2008, o IPCA foi a 5,9%, um índice elevado para o padrão da época - em 2007 variou 4,4% e em 2006 caiu ao segundo menor patamar da história do Plano Real (3,1%), ambos abaixo da meta de 4,5%. Apesar disso, no início de 2009, a mediana das expectativas do mercado projetava inflação de 5% naquele ano e de 4,5% em 2010. Os agentes econômicos acreditaram, portanto, que, apesar do aumento da inflação corrente, o BC, com a ajuda do governo, reduziria o IPCA à meta.

Hoje, a inflação corrente (nos 12 meses até janeiro) está em 5,59%, mas a mediana das expectativas do mercado prevê 6% para 2014 e 5,7% para 2015. Vê-se que, diferentemente de 2009, os agentes não acreditam na queda do IPCA. Um aspecto incompreendido por integrantes do governo é que expectativas fora do lugar contribuem para a carestia. Significam também que, do ponto de vista monetário, o custo de levar a inflação à meta é maior.

Tendo liberado o BC para promover um aperto monetário e deixar a taxa de câmbio flutuar, o governo julgou que não precisava fazer mais nada. Mexer na área fiscal seria curvar-se à agenda do setor financeiro, dos rentistas - não importa se, do ponto de vista econômico, isso não faça o menor sentido, afinal, mais fiscal significa menos juros.

O risco que o Brasil corria nos últimos meses era o de deparar-se com a "tempestade perfeita", a combinação dos efeitos da redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos com os do rebaixamento do rating da dívida soberana. Ambos estimulariam investidores a tirar seus caraminguás do país, provocando uma desvalorização desordenada da taxa de câmbio, o que por sua vez elevaria a inflação, que já se encontra num patamar sem margem para absorção de choques negativos.

Tudo isso criaria uma inexpugnável sensação de mal-estar na sociedade, como sempre ocorre em períodos de perda abrupta de valor da moeda nacional.

A redução dos estímulos nos EUA surpreendeu positivamente porque está se dando sem ruptura, de forma bastante previsível. O governo brasileiro ganhou, na prática, mais tempo para tratar de seus problemas. Mas foi a ameaça das agências de rebaixar a dívida que moveu Brasília em direção ao anúncio de medidas fiscais realistas.

A reação de duas das três agências de rating - mais a Fitch do que a Moody"s - foi, de fato, positiva. Elas disseram que o ajuste fiscal anunciado é compatível com a atual classificação e perspectiva da nota brasileira. Não melhora, mas também não piora o rating. Falta a opinião da Standard & Poor"s. "Precisamos convencer mais a S&P", reconheceu, em conversa com economistas na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Uma questão central que estamos tentando restaurar é a confiança. E confiança é um sentimento subjetivo que tem afetado o lado real da economia", admite um economista do governo, acrescentando que, diante das incertezas locais e externas, cabe ao Brasil "normalizar" sua política econômica, retirando os estímulos tributários e assumindo um compromisso fiscal crível.

O governo tem um longo caminho pela frente. Nos últimos dias, dois preços da economia - juros futuros e câmbio - melhoraram um pouco. No primeiro caso, os dados mostram que, apesar da recente queda, eles ainda se encontram bem acima de onde estavam em janeiro do ano passado e mesmo do estresse de junho, quando os EUA anunciaram que começariam a cortar os estímulos monetários 

26 de fevereiro de 2014
Cristiano Romero, Valor Econômico

VENDENDO A ALMA A DEUS POR UM PUNHADO DE VOTOS

Entre os entrevistados da última pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional de Transportes (CNT), divulgada na semana passada, a maior parte dos eleitores questionados sobre o estilo administrativo da atual presidente - 37,2% - disse acreditar que ela precisa "mudar tudo" na forma de governar. Os idiotas da objetividade, definição cruel e exata de Nelson Rodrigues, dirão que a oposição pode botar o bloco na rua uma semana antes do carnaval porque, depois de 12 anos de reinado petelulista, tucanos e socialistas teriam, enfim, sua vez. Certo? Completamente errado: a mesma pesquisa informou que, com 43,7% da preferência do eleitorado, Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno, superando a soma dos votos dos oponentes.

"Com mil e seiscentos diabos!", exclamaria meu avô Chico Ferreira, alisando o maxilar e espiando o céu de estio à espera de chuva. E maior seria seu susto no domingo quando soubesse de outra pesquisa, do Datafolha, que dava informação ainda mais aziaga aos netos de Tancredo Neves e de Miguel Arraes. Não, não seria tanto o índice maior dela (47% a 43,7%), porque, afinal de contas, como se aprendia antigamente no primário, não se somam (e, portanto, não se comparam) alhos com bugalhos nem laranjas com mamões. Não dá para avaliar somas de pesquisas diferentes - cada coisa é uma coisa. Mas, sim, por um dado mais perturbador para os adversários da aliança governista: a soma de futuros votos nulos, em branco ou dos que não sufragariam agora nenhum dos candidatos de outubro, que já andava seguindo como uma sombra o mineiro, agora o ultrapassa: 18% a 17%. E o pernambucano mal conseguiu entrar no reino dos dois dígitos ao alcançar meros 12%, apesar das notícias de que, enfim, a sustentável Marina Silva está para subir na garupa de sua montaria, que ainda se mostra bem claudicante. Pelo visto, o eleitor não aprecia a gestão de Dilma (conforme mostram outros indicadores da pesquisa MDA-CNT), mas prefere que ela, e não ele próprio, mude tudo.

A pergunta, também da categoria rodriguiana do "óbvio ululante", que não quer calar é: e por que ele o faria? O que de sensato, concreto e inteligente o senador tucano Aécio Neves trouxe de novo em seus três anos de atividade no Congresso? Que projeto espetacular tem seu sobrenome herdado do avô materno? A falta de propostas do PSDB é de tal obviedade ululante que o presidenciável do principal partido da oposição se propõe a "ouvir" o eleitor. A plataforma de sua candidatura é tão pobre que não inclui nem promessa. Se é fato que o cidadão se cansou de políticos que não cumprem promessas, que fique logo claro que ninguém parece disposto a investir em quem nem se dá ao trabalho de prometer.

Se Geraldo Alckmin conseguiu a proeza de ter no segundo turno de 2006 menos votos do que no primeiro e Aécio hoje perde até para ninguém, ingente também é o desafio de Eduardo Campos à química, segundo a qual água e óleo não se misturam, ao compor a chapa com Marina, não é? Como Aécio teve em seu Estado, Campos tem desempenho mais do que satisfatório no governo de Pernambuco. Ambos gozam de muito prestígio entre seus governados, mas se Minas, tido como a síntese do Brasil e com um enorme colégio eleitoral, não basta para eleger seu ex-governador, o que dizer de um pobre Estado nordestino? Apesar de desaforos trocados com os petistas no poder federal, ele não conseguiu apagar de sua imagem de realizador os benefícios de verbas federais para fazer uma boa administração estadual. Não dá para esquecer que a quase totalidade das verbas do Ministério da Integração, comandado por um cabo eleitoral dele, foi destinada a seus rincões. Tampouco dá para digerir a retórica antioportunista de sua oportuna chapa com Marina Silva. Rebentos dos Neves de São João Del Rey e dos Alencar de Crato liderarem uma "nova política" parece tão falso como uma moeda de R$ 4.

Se tudo isso é verdade, por que, então, a presidente, em vez de surfar na onda positiva, resolveu adotar a estratégia de "fazer o diabo" no pleito deste ano, vendendo a alma logo a Deus? Karl Marx e Friedrich Engels, que decretaram a condição de "ópio do povo" à fé religiosa, devem dar voltas no túmulo ao saberem que sua velha discípula de guerra tem uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no gabinete presidencial. E, pior, já beijou a mão do representante de Jesus Cristo na Terra três vezes em menos de um ano. Em março do ano passado foi a Roma para acompanhar a missa de inauguração do papado de Francisco levando uma comitiva de provocar repulsa pelo exagero de dispêndio e ostentação ao padroeiro do bispo de Roma, São Francisco de Assis. Em agosto fez discurso palanqueiro ao receber Sua Santidade no Rio. E agora voltou a Roma para ver o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, ser introduzido no Colégio dos Cardeais. Para dizer o mínimo, que exagero!

Devota do marketing político, Dilma fantasia-se de peregrina de ocasião para conquistar o voto católico em outubro. Mas por que o faz, se entre seus índices de preferência e os de seus adversários há 30 pontos porcentuais e a crescente opção do eleitorado pelo direito de não ter de escolher? A julgar pelo noticiário dos últimos dias, há, de fato, um fantasma que passou a persegui-la: o padim Lula de Caetés. Mais do que os índices das pesquisas que desnudam sua má gestão, assusta-a o fato de companheiros, empresários e outros ex-bajuladores irem a São Bernardo do Campo buscar consolo contra o estilo truculento dela no profeta que só precisou do próprio carisma para fazê-la sucessora. Se nem sequer pode usar o maior peso do poder da República, o chumbo do Diário Oficial (até porque este não é mais impresso a quente), para extinguir a onipresença do patrono no Planalto na pessoa de seu abusado secretário Gilberto Carvalho, ela tem é de rezar e de beijar muito o anel do sucessor de São Pedro para expulsar de seu sono inquieto essa assombração.

 
26 de fevereiro de 2014
José Nêumanne, O Estado de S.Paulo

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 26/02
 
26 de fevereiro de 2014


CRIMÉIA VOLTA A PEDIR INDEPENDÊNCIA À UCRÂNIA E A SITUAÇÃO SE COMPLICA AINDA MAIS


As recentes declarações dos políticos da Crimeia e a crise na Ucrânia levaram, mais uma vez, a recordar o estatuto e a história da península.
Ao que tudo indica, é a partir da região mais russa da Ucrânia que pode começar o colapso do Estado ucraniano.

O jornal russo “Vzgliad” tentou entender quais as chances de a Crimeia permanecer como parte do território ucraniano.

Até 1944, a Crimeia era considerada um território russo-tártaro. Nesse período foi, contudo, duas vezes conquistada pelos alemães (1918 e 1941-1944), mas no final a Crimeia acabou voltando para as mãos da Rússia soviética. O poder central apadrinhou os tártaros e a península recebeu o estatuto de república autônoma.

O problema é que, depois da ocupação alemã e do colaboracionismo tártaro, os soviéticos decidiram deportá-los para o leste. Em 1954, a Crimeia foi privada do estatuto de autonomia e anexada à Ucrânia.

A data coincidiu com o 300º aniversário da Rada Pereiaslavska (Conselho de Pereiaslav), que decretara a união da Ucrânia com a Rússia, mas a razão verdadeira para a mudança era o fato de ser mais fácil de governar Crimeia a partir de Kiev do que de Moscou.

Nos anos 1990, a Crimeia e os territórios em torno dela viveram em graves movimentos de descontentamento. A então já independente Ucrânia tentava “ucranizar” a Crimeia, o que viria a provocar a resistência da população local.
Depois de obterem o direito de voltar, os tártaros também intensificaram o seu movimento e tentarem usar o caos instalado para recuperar as terras e privilégios anteriormente perdidos. A gota d’água se tornou a disputa por Sevastopol, a base da Marinha soviética na Crimeia.

Como resultado, a Crimeia não se separou da Ucrânia, mas recebeu direitos especiais, tornando-se, assim, a única região do país a gozar do estatuto de república autônoma. Na prática, a Crimeia recebeu autorização de permanecer russa, tendo as autoridades centrais se limitado apenas a trocar as placas dos nomes de algumas ruas. Anos se passaram e tudo parecia estar resolvido – até eclodir a chamada “euromaidan”.

DIREITO À RESPOSTA

Em primeiro lugar, a situação deve ser analisado sob dois pontos de vista importantes. O primeiro é etnocultural, e o segundo, econômico.

A Crimeia é a região mais russa da Ucrânia: a população local é composta por 58% de russos, 24% de ucranianos e 12% de tártaros. Paralelamente, a língua russa é considerada nativa para três quartos dos naturais da região, e apenas um décimo da população fala ucraniano. De acordo com o Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, 97% da população local usa o russo para comunicação.

Além disso, a Crimeia praticamente não tem uma elite econômica própria, já que, nos anos da independência da Ucrânia, ela acabou sendo dispersada. Na segunda metade da década de 1990, os oligarcas ucranianos se interessam pelos resorts da Crimeia​​, começaram a investir na região, mas o dinheiro injetado era de terceiros. Por isso, a elite da Crimeia não tem os mesmos freios que fazem a elite de Donetsk e de Dnepropetrovsk serem tão maleáveis quando a UE ou os EUA entram em jogo.

Devido a esses dois fatores, a Crimeia não pôde ficar indiferente ao que vem ocorrendo em Kiev. Primeiro veio a insatisfação, depois, a exigência para que a ordem fosse restaurada. Mas o agravamento da situação, que começou precisamente com o aniversário da Rada de Pereiaslavsk (360 anos) e a transferência da Crimeia para a Ucrânia (60 anos), causou uma resposta oficial.

SEPARAÇÃO

Na quarta-feira passada (19), o Conselho Supremo da República Autônoma da Crimeia (RAC) informou os deputados da Duma (câmara dos deputados na Rússia) que “a Crimeia iria considerar a questão de se separar da Ucrânia caso houvesse mudança da autoridade legítima”, apesar de ressalvar que, até o momento, a questão não estava ainda sendo discutida.

Mas fato é que as graves consequências econômicas da instabilidade nacional são latentes na região. Os moradores da Crimeia mostraram incômodo em relação aos nacionalistas ucranianos que “caíram de paraquedas”, bem como com o regresso dos policiais feridos na Praça da Independência.
Diante dos últimos desenvolvimentos no país, os observadores acreditam em dois desfechos para o território da Crimeia.

O primeiro deles é o aumento da autonomia da Crimeia, opção que será possível se houver alguma estabilidade entre o novo poder e os manifestantes – mas que depende de as partes concordarem com a federalização da Ucrânia.

Outra saída é a Crimeia deixar de fazer parte da Ucrânia e se tornar mais um “Estado não reconhecido” sob os auspícios da Rússia. Nesse caso, Kiev não conseguiria impedir o movimento por meio de força, pois, mesmo com um novo poder, a Ucrânia não tem suas próprias forças armadas nem alavancas econômicas devido à crise. Isso também resultaria em um novo conflito interno na península entre russos e tártaros.

(artigo enviado por Ricardo Sales)

26 de fevereiro de 2014
Iúri Guirenko
Do jornal Vzgliad

COISAS ESTRANHAS PAIRAM NO CÉU DO PAÍS

 

Não é comum um cinegrafista morrer em praça pública exercendo a profissão que tanto amava fruto de um ataque selvagem, difuso e por motivos que não lhe diziam respeito.

Não é normal o fusca de um serralheiro, evangélico e pobre, ser queimado em plena avenida pela mesma explosão irracional de um movimento sem bandeiras e objetivos claros.

Não é aceitável a sociedade ficar refém de uma minoria barulhenta e raivosa, em plena democracia, que quebra lojas, bancos e agências de automóveis por não querer a Copa no Brasil ou reajustes nas tarifas do transporte coletivo.

Não é usual a população do Rio de Janeiro ficar sem o direito de trafegar por uma das principais vias da cidade porque a guerra do tráfico incendiou as entradas de um túnel.

Não é normal o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal ficarem sitiados por uma ruidosa manifestação do MST.

Não são confortáveis cenas dramáticas como as do presídio do Maranhão e as declarações prostradas de autoridades, prisioneiras de uma situação lamentável do sistema penitenciário brasileiro.

É estranho um país como o Brasil, com enorme potencial energético, conviver com apagões. Não é compreensível uma poderosa empresa como a Petrobras, diante da descoberta do pré-sal, conviver com queda contínua de produção, aperto de caixa e ações despencando.

OS PROBLEMAS

Não é confortável conviver com níveis alarmantes de corrupção contaminando as instituições em todos os níveis. Não é edificante ver o aparelhamento e o fatiamento político rasteiro da máquina pública, com inaceitáveis e inexplicáveis 39 ministérios.

Não é desejável ver o Brasil no segundo lugar da lista de emergentes mais vulneráveis, no relatório do banco central dos Estados Unidos, e um país dinâmico como o nosso como fruto de contabilidades criativas e intervencionismos atabalhoados.

Não é possível compreender as baixas taxas de investimento e crescimento, que sacrificam a renda e o emprego de qualidade, em um Brasil cheio de potencialidades.

Não é possível aceitar a desmoralização do discurso oficial, que anuncia por 11 anos conquistas que não saem nunca do papel. Não é normal uma federação estraçalhada, com a maioria dos municípios à míngua e a arrecadação federal batendo recordes.

Às vezes, a gente se acostuma, mas não devia. A qualidade de uma nação se mede pela qualidade de suas instituições. O futuro depende visceralmente da confiança que a sociedade tem em seus líderes e no ambiente institucional reinante.
O valor do governo, dos políticos e dos partidos se mede não por suas intenções ou por sua retórica, mas por seus resultados.

Alguma coisa está fora da ordem.
Os ventos da mudança começam a soprar. O contraponto dos defensores do atual estado das coisas é poderoso. Mas a mudança é inexorável.

A morada da mudança é a consciência e a atitude de cada um. Cada um faz a sua parte. Mas a mudança só nascerá a partir da vontade coletiva.
O futuro do país é uma obra em construção.

26 de fevereiro de 2014
Marcus Pestana

PRESENTE PIRATA PARA O PAPA

                          Dilma deu camisa pirata ao Papa


Essa gentalha que ora manda no País não nos poupa nem nos mínimos detalhes.
 
No domingo, postei fotos de Dilma dando uma bola e uma camisa da seleção brasileira de futebol ao Papa, assinalando que a bola não era a oficial da Copa.
 
Pois bem, não é que hoje o Ancelmo Gois revela que a camisa também não era a oficial e sim “uma dessas camisas retrôs que se vende por aí”?
 
Isso é o retrato da esculhambação! Uma merda dessas não pode, de maneira nenhuma, ser chamada de governo.
 
26 de fevereiro de 2014

QUEM RECEBE MAIS DOAÇÕES?


 
26 de fevereiro de 2014
In impávido colosso

O QUE OS LUMINARES PETRALHAS DISSERAM EM 1994 SOBRE O PLANO REAL


Agora chupem essa manga, seus babacas!

 
Lula
“Esse plano de estabilização não tem nenhuma novidade em relação aos anteriores. Suas medidas refletem as orientações do FMI (…) O fato é que os trabalhadores terão perdas salariais de no mínimo 30%. Ainda não há clima, hoje, para uma greve geral, mas, quando os trabalhadores perceberem que estão perdendo com o plano, aí sim haverá condições”
(O Estado de S. Paulo, 15.1.1994).

“O Plano Real tem cheiro de estelionato eleitoral”
(O Estado de S. Paulo, 6.7.1994).

Guido Mantega
“Existem alternativas mais eficientes de combate à inflação (…) É fácil perceber por que essa estratégia neoliberal de controle da inflação, além de ser burra e ineficiente, é socialmente perversa”
(Folha de S. Paulo, 16. 8.1994).

Marco Aurélio Garcia
“O Plano Real é como um “relógio Rolex, destes que se compra no Paraguai e têm corda para um dia só (…) a corda poderá durar até o dia 3 de outubro, data do primeiro turno das eleições, ou talvez, se houver segundo turno, até novembro”
(O Estado de S. Paulo, 7.7.1994).

Gilberto Carvalho
“Não é possível que os brasileiros se deixem enganar por esse golpe viciado que as elites aplicam, na forma de um novo plano econômico”
(“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto).

Aloizio Mercadante
“O Plano Real não vai superar a crise do país (…) O PT não aderiu ao plano por profundas discordâncias com a concepção neoliberal que o inspira”
(“O Milagre do Real”, de Neuto Fausto de Conto)

Vicentinho
“O Plano Real só traz mais arrocho salarial e desemprego”
(“O Milagre do Real”).

Maria da Conceição Tavares
“O plano real foi feito para os que têm a riqueza do País, especialmente o sistema financeiro”
(Jornal da Tarde, 2.3.1994).

Paul Singer
“Haverá inflação em reais, mesmo que o equilíbrio fiscal esteja assegurado, simplesmente porque as disputas distributivas entre setores empresariais, basicamente sobre juros embutidos em preços pagos a prazo, transmitirão pressões inflacionárias da moeda velha à nova”
(Jornal do Brasil,  11.3.1994).

“O Plano Real é um arrocho salarial imenso, uma perda sensível do poder aquisitivo de quem vive do próprio trabalho”
(Folha de S.Paulo, 24.7.1994).

Gilberto Dimenstein
“O Plano Real não passa de um remendo”
(Folha de S.Paulo, 31. 7.1994 ).
 
26 de fevereiro de 2014
Reinaldo Azevedo

VIROU BADERNA

Deputado da oposição pede apuração e providências sobre repasses da Caixa e do BNDES ao MST

mst_07Líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE) pediu, nesta segunda-feira (24), explicações aos ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Guido Mantega e Mauro Borges Lemos, respectivamente, sobre supostos repasses feitos pelo BNDES e Caixa Econômica Federal a entidade ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

O parlamentar encaminhou aos ministros requerimento de informação questionando se de fato foram destinados R$ 350 mil pelo BNDES e R$ 200 mil da Caixa à Associação Brasil Popular (Abrapo) e se a liberação dos recursos está embasada em estudo técnico.

Mendonça Filho, em conjunto com os demais partidos de oposição, também enviará, na terça-feira (25), ofício ao Ministério Público da União (MPU) pedindo apuração e providências sobre o uso desses recursos, que, segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, foram aplicados em evento do MST que culminou em manifestação violenta da organização duas semanas atrás, em Brasília, com 32 policiais feridos.
 
Nos requerimentos, o deputado democrata explica que a ligação entre a Abrapo e o MST é evidente, já que o número da conta corrente da Associação aparece na página do MST na internet como destino de depósito para assinaturas de publicações do Movimento.

“Julgamos fundamental esclarecer se houve participação, ainda que indireta, do BNDES em evento tão violento, que além de vidas, colocou em risco patrimônio do povo brasileiro, com a tentativa invasão do prédio do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Empresa pública como o BNDES, que tem como principal fonte recursos créditos subsidiados do Tesouro, jamais poderia apoiar eventos lamentáveis como esse. O mesmo digo da Caixa que tem 100% do capital detido pelo Tesouro”, atesta Mendonça Filho.
      
O requerimento de informação é um instrumento de fiscalização do Congresso previsto na Constituição Federal e a autoridade tem até trinta dias para responder os questionamentos feitos pelo parlamentar.

26 de fevereiro de 2014
ucho.info