"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

EM MAQUIAGEM DE U$ 7,3 BILHÕES, DILMA "EXPORTA" PLATAFORMA DE PETRÓLEO PARA A PRÓPRIA PETROBRAS, MAS ELAS NÃO SAEM DO BRASIL


Dilma fazendo magia com as plataformas da Petrobras
 
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho, defendeu nesta quinta-feira (2) as operações envolvendo plataformas de petróleo nas quais as unidades não deixam o país, mas que são computadas como exportações. Em 2013, a venda de sete plataformas somou US$ 7,7 bilhões, segundo o Jornal do Brasil.
 
O secretário de Comércio Exterior reafirmou a legalidade do registro das operações como exportações. “Existem registros de exportações de plataformas desde 2004. Com exceção de 2006 e 2009, essas operações aconteceram todos os anos. É algo que faz parte do comércio exterior brasileiro. O nome dessa operação, de acordo com todos os critérios internacionais, é troca de titularidade entre vendedor nacional e comprador estrangeiros. Para todos os efeitos fiscais e contábeis é uma exportação”, declarou.
 
Na prática, as plataformas são repassadas a pessoas jurídicas domiciliadas no exterior e, posteriormente, alugadas para operar no Brasil sem jamais deixar o território nacional. Dessa forma, a empresa brasileira pode se beneficiar do Regime Aduaneiro de Exportação e Impostação de Bens Destinados à Produção e à Exploração de Petróleo e Gás (Repetro).
 
De acordo com Godinho, em alguns casos a aquisição no exterior se deu por subsidiárias da própria Petrobras e, em outros, por um comprador distinto. Segundo o secretário de Comércio Exterior, a entrada em operação das sete novas plataformas está entre os fatores que contribuirão para uma elevação na produção nacional de petróleo este ano.
 
Resta saber se os compradores consideram esta transação como um importação. É óbvio que não. É óbvio que é mais uma maquiagem da Dilma.
 
02 de janeiro de 2013
in coroneLeaks

REVOLUCIONÁRIO OU APENAS MAIS UM


Francisco ganhou a batalha pela opinião pública. Com espírito desarmado, sorriso no rosto e ação conciliadora, em apenas nove meses, o papa recobrou a simpatia que a Igreja Católica perdeu nos anos de Bento XVI.
Adotou tom de maior tolerância com quem a doutrina vê como desviados e de mais respeito com outras religiões, além de promover reformas administrativas na Cúria Romana. Mas as mudanças anunciadas até agora são de forma, não de conteúdo. Nem de longe é possível considerar seu pontificado revolucionário, como analistas vêm fazendo apressadamente.

Não se trata de minimizar o que Francisco tem dito e feito, mas de dar o devido peso a suas palavras e seus atos. Bento XVI, seu antecessor, costumava apontar o dedo inquisitorial para identificar desvios de conduta, especialmente em outras confissões religiosas e no comportamento de homossexuais e divorciados ou em qualquer coisa que fugisse à ortodoxia católica. Francisco estendeu a mão ao outro, sob o argumento de que somos todos "pecadores". Para quem está do lado de cá dos portais das catedrais, certamente é melhor ser tratado de forma amena do que encarado como inimigo.

"Quem sou eu para julgar?", perguntou Francisco, e todos se encantaram com a demonstração de humildade. Nada de fundo se alterou, porém. Jorge Mario Bergoglio é tão conservador quanto Joseph Ratzinger em relação à doutrina, mas consegue embrulhá-la num papel mais suave.
O papa argentino, tal qual o alemão, acredita que manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo contraria as leis divinas e que, por isso, quem comete esse "pecado" e não se arrepende está condenado à danação eterna. Ambos concordam que mulheres são indignas de ordenação, que sacerdotes não podem ter vida sexual e que métodos contraceptivos devem ser proscritos.

O deslumbramento com o primeiro papa jesuíta e latino-americano é tamanho, não só no Brasil, que muitos nem se deram conta: a fórmula "quem sou eu para julgar" é pura condescendência, no pior sentido do termo. A recusa em sentenciar se dá de uma posição pretensamente superior, de quem acredita estar certo, mas trata quem discorda de maneira paternalista, passando-lhe a mão na cabeça.
Essa piedade papal dificilmente pode redundar em avanços na luta por direitos básicos de homossexuais, como o de casar, adotar crianças ou andar nas ruas sem temer ser alvo de violência gratuita.

Muitos dirão que a Igreja Católica nunca se modernizará, pois, se o fizer, deixará de ser uma referência sólida. Que mal faria modificar uma ideologia que exclui e marginaliza?
Se instituições e pessoas não evoluíssem, ainda seríamos caçadores nômades que conquistam mulheres pela força do porrete. As colunas da Basílica de São Pedro não se moveriam nem um milímetro caso o papa resolvesse anunciar que nada há de errado no amor entre duas pessoas do mesmo sexo ou numa relação que se segue a um matrimônio malsucedido. Tanto num quanto noutra, há apenas a busca da felicidade.

Os alicerces da civilização ocidental continuariam os mesmos se, porventura, o bispo de Roma afirmasse que filhos são muito bem-vindos, mas devem ser adiados até que os pais tenham condições psicológicas e materiais de os orientar.
Nenhum fiel se imolaria na Capela Sistina caso mulheres pudessem ser ordenadas, exercendo a vocação pastoral de forma plena, e se a padres e solteiros fosse permitido usufruir da dádiva do desejo. Abraçando as diferenças de forma sincera, não como quem lida com incapazes, a Igreja cresceria moralmente, pois estaria concretizando o mandamento do amor.

Quem usar o propalado discernimento jesuíta concluirá que Deus, retrato da suprema sabedoria e da infinita bondade, se existir, não estará preocupado com assuntos comportamentais como os condenados pela Igreja. É desnecessário estudar teologia para intuir isso. Basta consultar a própria consciência, na qual o certo e o errado estão gravados, e empregar o senso de proporção. Insistir numa postura que desconhece a complexidade dos seres humanos é mais do que lhes dar as costas, é deixar de reconhecer neles a centelha da divindade.

Francisco contribui para reduzir a tensão entre a Igreja e as pessoas que ainda lhe dão importância. Insistindo na volta à simplicidade, no conforto espiritual e na ajuda aos pobres, ele retorna à missão indevidamente abandonada. Pela via administrativa, combate a corrupção na Santa Sé e reduz os jogos de poder que minam a atuação pastoral.
O papa representou, até agora, novo estilo, mas não pode ser qualificado como progressista - muito menos como revolucionário. Sem tentar, ainda que de maneira gradual, viabilizar reformas substanciais e de fundo doutrinário, a personalidade do ano da revista Time será apenas mais um a ocupar o trono de Pedro.

02 de janeiro de 2013
Ricardo Medeiros, Correio Braziliense

VIGÍLIA PARA O ANO NOVO

A maioria dos turistas são apenas compradores; eles só tem uma experiência: a de comprar

O edifício principal da biblioteca pública de Nova York está na Quinta Avenida, entre as ruas 40 e 42.

É uma construção imponente, no estilo Beaux-Arts, como a Grand Central Station, e a sala de leitura é majestosa, como o átrio de Grand Central: o Beaux-Arts gosta de espaços enormes, altos e sem colunas de sustentação.

Não é um estilo pelo qual eu tenha uma paixão. Sempre achei um pouco pomposo, como tudo o que foi concebido e feito na época de Napoleão 3º e, logo depois, na Terceira República da França --a começar pela Ópera de Paris, que sempre me pareceu imitar um bolo de noiva.

Enfim, o fato é que os turistas, onipresentes em Nova York nestes dias, sobem a escada externa, tiram uma foto de lembrança com aqueles dois leões de mármore, que aparecem em tantos filmes, e penetram no edifício. Eles param para outra foto no átrio (onde se ergue uma grande árvore de Natal) e continuam pela escada interna; quando chegam ao segundo andar, atravessam a sala dos computadores públicos e encontram o espaço que lhes é reservado na entrada da sala de consulta ao catálogo.

Quanto ao acesso à sala de leitura, ele é protegido: os turistas ficam na porta, olhando, e um cartaz avisa que é bom manter o silêncio.

Estou em Nova York para ler algumas (ao menos) fontes primárias (do século 15, 16 e 17) sobre possessão diabólica --isso porque Carlo Antonini, protagonista de minhas ficções, encontrará um exorcista e um endemoninhado num futuro próximo. Restabeleci minha carta de leitor (que não usava há tempos) e minha autorização de acesso à divisão dos livros raros, a sala 328, que é um lugar fechado (é preciso bater à porta), pouco frequentado (sobretudo durante as férias) e com regras estritas: por exemplo, não se entra com sobretudo, pasta ou caneta (a sala fornece papel e lápis).

Estou lendo o relato do exorcismo de Nicole Obry (publicado pouco tempo depois dos fatos, em 1578), o "Flagellum Daemonum" (o flagelo dos demônios), de Gerônimo Menghe, que é um manual de exorcismo bem conhecido na época (1599), e "A Candle in the Dark" (uma vela no escuro), de Thomas Ady, que é um compendio das opiniões (já numerosas na época --1659) dos que acreditavam que não havia possessos, mas apenas enfermos.

Voltarei a escrever sobre exorcistas e endemoninhados. Hoje, o que me importa é a estranha experiência de ler na divisão dos livros raros da biblioteca pública de Nova York, neste fim de 2013.

A sala 328 se situa no fim da grande sala de leitura, longe dos turistas, mas, inevitavelmente, eu os cruzo quando chego e quando volto à sala do catálogo.

Turista sempre foi um termo pejorativo. Chamava-se assim quem viajava por diversão e, inevitavelmente, conseguia uma experiência superficial e chocha do lugar visitado. Hoje, aqui em Nova York, isso parece ser o de menos. A maioria dos turistas são apenas "shoppers", compradores; eles só tem uma experiência: a de comprar. Os que visitam a biblioteca pública entre uma loja e outra devem ser a nata da categoria; mesmo assim, adultos e crianças, quase escondidos atrás das sacolas que carregam, eles olham para mim como se eu habitasse uma outra dimensão. Talvez, eles encarem a biblioteca como um aquário, onde é possível observar uma espécie em via de extinção.

Não resisto à tentação de comparar os "shoppers" aos autores que estou lendo, para quem o mundo era um lugar complexo e interessantíssimo, em que cada opção comportava um risco radical, para a alma e para o corpo.

Sinto tristeza --pelo mundo transformado em bazar, pela miséria da experiência do "shopper" (para quem nem os objetos adquiridos tem relevância, só a estupidez do comprar) e por uma perda que afetará gerações, compradores produzindo compradores.

Entre 1 e 2 de janeiro, começarei o ano na vigília de poesia que acontece a cada ano, na igreja de Saint Mark. Pessoas ficarão na fila noite adentro, com uma temperatura prevista de 15 negativos, para conseguir um assento e passar a noite escutando 140 poetas.

No passado, na hora das catástrofes que ameaçavam a sobrevivência de uma comunidade (peste, invasões, fome), as pessoas se instalavam nas igrejas, em vigília, e pediam a ajuda de Deus contra a barbárie que estava às portas. A noite de poesia de St Mark é meu equivalente laico daquelas vigílias.

É A MÃE!

Chegou o ano da Copa e das eleições. Oba, regozijam os malcriados. É um bom pretexto para eles xingarem mais ainda

Chegou o ano da Copa e das eleições. Oba, regozijam os malcriados. É um bom pretexto para eles xingarem mais ainda. O técnico do time, o candidato, o adversário, o comentarista, o juiz e o colunista entrarão num corredor polonês verbal. Os delicados acham o vagalhão de impropérios um mau sinal: os argumentos soçobram, o discurso público afunda, a boçalidade se alastra como óleo no mar. Talvez estejam errados.

O insulto está em alta. Atribui-se a responsabilidade à internet. Mas a rede mundial apenas propiciou que mais e mais gente partisse para cima dos outros, lançando adjetivos em vez de mísseis. Como palavras machucam menos do que drones, a agressão retórica é melhor que a real. Raros têm coragem de ofender alguém, face a face e friamente, a propósito de generalidades que não lhes dizem respeito de maneira direta. Correm o risco de levar uma bordoada de verdade.

É possível não ser contaminado pelo pandemônio virtual. Ninguém é obrigado a frequentar blogs raivosos, a ler as eructações da área de comentários, e mesmo a acompanhar mesas-redondas e debates eleitorais. O computador pode ser desligado. A página de ultraje não é de leitura obrigatória. A conversa civilizada e a quietude são preferíveis aos apupos.

A contaminação, no entanto, existe. Há pouco tempo, considerava-se que o injuriador anônimo era moralmente inferior ao indivíduo que assinava embaixo o vitupério. O primeiro era tido por covarde e o outro, por corajoso. Não mais. Os pusilânimes venceram quando organizações respeitadas, mormente jornalísticas, passaram a aceitar o anonimato.

Não adianta considerar os seus donos e chefes como responsáveis pelas ofensas inominadas: agora, quem assume os ataques refocila na baixaria. Como a Justiça não funciona, fica-se por isso mesmo. Ainda há, contudo, quem resista ao vale-tudo.

Eles aparentam ser poucos porque quem berra, rubro de raiva, é mais escutado do que aquele que pondera racionalmente. O título “É a mãe!” atrai mais leitores do que “Considerações acerca da retórica da cólera”, ou coisa que o valha. Inicia-se assim a dinâmica do grito. Fala-se cada vez mais alto para angariar atenção.
Da interjeição genérica (“É uma ladroeira!”) se passa à acusação (“Ladrão!”) e daí ao incitamento (“Pega ladrão!”) e ao linchamento (“Mata!”). Isso é feito sem que se analise no que consistiu o roubo. Ou se houve mesmo crime. Ou se não haveria outras injustiças a serem coibidas antes. E não se esqueça de que o bramido começou porque um pobre diabo quis aumentar a audiência. Como a obteve, agora ele é um rico diabo, seguido por pobres diabos que lhe fazem coro.

A oratória da ofensa vem então para o primeiro plano. Essa operação tem cabimento em determinadas ocasiões. Num estádio, cabe esgoelar barbaridades. O futebol existe para divertir. Já a política tem como substância a melhoria da vida de pessoas, estamentos e classes. Como há interesses opostos entre elas, a polarização é benfazeja.

Mas mesmo no enfrentamento de forças reais, a afronta escrita é acessória. Na revolução francesa, Maria Antonieta, austríaca, foi chamada num sem-número de panfletos de putain autrichienne.
As palavras serviam para incitar o ataque à monarquia. Reduzir a revolução ao calão, ou mesmo atribuir-lhe importância, é ingenuidade — o que contava era a guilhotina, a energia da gente que cortava cabeças. No Brasil de hoje, a desimportância do xingatório é evidente. A plateia pouco influi no resultado dos jogos. O palavrório ofensivo na rede não granjeia novos adeptos, só convence os convertidos.

Seria o caso, pois, de caprichar nos impropérios, espelhar-se em Shakespeare. Em “Ricardo III”, a rainha Margaret, destronada, amaldiçoa o Duque de Gloucester. Xinga-o cara a cara, antes que ele vire rei, em versos contundentes, traduzidos a seguir.

“Aguenta aí, cão, e me escuta bem.

Se o céu tem pragas mais abjetas

Do que as que te rogo, que ele aguarde

Até que os teus pecados apodreçam,

Para então te vomitar ainda mais ódio,

Algoz da paz do pobre mundo!

Que o verme do remorso te roa a alma,

Que penses que os teus amigos te traem

E os troque por traidores vis de verdade.

Que o sono só te cerre os olhos funestos

Para tombares num nefando pesadelo

Onde uma legião de demônios te trucide.

Tu, turvo espírito da treva, porco, aborto,

Tu, filho do inferno, entrevado de nascença!

Tu, fruto podre do ventre de tua mãe,

Tu, obra atroz do esperma de teu pai!”
 
02 de janeiro de 2014
Mario Sérgio Conti, O Globo

2014 EM DIANTE E OUTRAS PERTINÊNCIAS

2014 em diante

No estado de Washington se calcula que o preço do baseado legal pode ir a 12 dólares, por causa da pesada taxação. O que estimula, digamos, a cobiça de governos atrapalhados com suas contas


No Uruguai e nos estados americanos de Colorado e Washington, entrou em vigor neste 1º de janeiro a legalização de produção, processamento e venda de maconha. São regulamentações diferentes, estatizantes no Uruguai, mais liberais nos EUA, mas todas com o mesmo objetivo: tirar o espaço do tráfico ilegal e, pois, eliminar ou reduzir bastante os esforços e custos de combater uma guerra considerada perdida.

Há muitas outras iniciativas desse tipo em andamento pelo mundo afora — e devem se acentuar neste ano. A Nova Zelândia dará um passo ousado: a produção e distribuição legal de drogas sintéticas — o barato sintético. A atividade será controlada como se controla o setor de medicamentos. A empresa química interessada pede o registro do produto ao governo, e deve instruir o processo com testes diversos que provem sua, digamos, eficiência, sem efeitos colaterais, digamos, exageradamente ofensivos à saúde. Em resumo: qualidade e segurança.

Pois é, a ver como funcionam essas experiências.

A indústria química e farmacêutica está com os laboratórios e caixas prontos. Não se sabe ao certo quantas pessoas são usuários das drogas ilegais no mundo, mas uma estimativa comumente aceita indica algo perto de 300 milhões de pessoas, uns 4% da população mundial.

Imaginem que 4% dos 3,5 milhões de uruguaios sejam usuários da marijuana. O governo acredita que 40 baseados/mês são uma média razoável (com o que concordam usuários). A um dólar por cigarro de um grama, bem barato, dá um negócio de US$ 70 milhões/ano. Por esse padrão, o mercado brasileiro chegaria perto de US$ 3,7 bilhões.

No estado de Washington, muito mais rico, se calcula que o preço do baseado legal pode ir a 12 dólares, por causa da pesada taxação. O que estimula, digamos, a cobiça de governos atrapalhados com suas contas.

APOSENTADOS SEM DINHEIRO

E, por falar nisso, em 2014 ficará ainda mais evidente que não há no mundo poupança suficiente para financiar as aposentadorias de pessoas que vivem cada vez mais.

Também falta dinheiro para financiar os custos crescentes com saúde e com uma medicina tão eficiente quanto cara.

Já pensaram que barato? Legalizar e taxar as drogas para financiar saúde e aposentadorias? E proporcionar aos idosos uns momentos de.... bom, vamos ficar por aqui.

COMO DEUS

Devem aparecer cada vez mais pesquisas com o propósito de recriar espécies extintas. Já não se fazem clones? Pois então: se encontrarem uns genes sobreviventes de animais já desaparecidos.... E, se bem conhecida a estrutura genética, por que não criar uns genes sintéticos?

TORNEIO DE PREVISÕES

Está rolando um torneio mundial de previsões, a sério, promovido pela Intelligence Advanced Research Projects Activity. Basicamente sobre economia, política, cenário internacional.

Você pode tentar uma inscrição no site www.goodjudgementproject.com. São perguntas para este ano e 2015. Por exemplo: EUA e União Europeia fecharão o acordo de livre comércio?

De nossa parte, lançamos duas perguntas brasileiras, óbvias: O Brasil vai ganhar a Copa? Quem se elegerá presidente?

SINAIS DOS TEMPOS

Ao término deste ano, haverá no mundo mais de 7 bilhões de linhas de celulares. Mais do que o número de habitantes. Isso deve significar alguma coisa.

CAPITALISMOS

Por toda parte se discute a privacidade neste mundo da internet e das redes sociais. Mas há um outro debate na direção inversa: a criação de regras para que as pessoas possam vender seus dados para empresas.

Alibaba, a Amazon da China, vai vender ações na Bolsa de Nova York.

NOVAÇÕES

Em setembro deste ano, será realizado em Beijing o primeiro Grande Prêmio da Fórmula E — E de elétrico. A promoção é da mesma entidade que comanda a Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Já não há mais dúvida: o carro elétrico vem aí, assim que resolverem o problema da bateria (preço e tempo de carga). Justamente a pesquisa que pretendem estimular com a Fórmula E.

Ter petróleo e etanol continua sendo uma vantagem. Mas há concorrentes na praça.

E a venda de carros particulares voltará a crescer neste ano.

IDAS E VINDAS

O Euro completou 15 anos neste 1º de janeiro — e muita gente, na França e na Itália, por exemplo, considera a moeda comum como a principal causa de seus infortúnios. Já os 2 e tanto milhões de habitantes da Latvia estão comemorando justamente sua entrada no Euro. Agora são 13 países com a mesma moeda.

DESEJO

Final da Copa, Brasil e Argentina.

Atuação magistral e três gols espetaculares de Messi.

Atuação magistral e quatro gols sensacionais de Neymar — o quarto no segundo tempo da prorrogação.


02 de janeiro de 2013

Carlos Alberto Sardenberg

NÃO HÁ RAZÕES PARA OTIMISMO

Natal e ano-novo, ao menos formalmente, são momentos em que se reafirmam esperanças. No Brasil, talvez seja preferível reservar a ocasião para reflexões.

A conjuntura, infelizmente, não é favorável: inflação estabilizada em patamar alto, crescimento econômico pífio, flagrante desequilíbrio fiscal, setor externo instável. Mais grave é que as perspectivas também não são animadoras. Há entraves estruturais seriíssimos, como os que, a seguir, destaco.

As disfunções institucionais. Celebramos 25 anos de democracia, como evidência de estabilidade institucional. Tal marca contrasta com uma verdadeira ciranda das instituições: o Executivo legisla abertamente, mediante uso abusivo das medidas provisórias; o Legislativo interfere levianamente nas políticas públicas pelas indicações de apaniguados para os cargos públicos (no limite, o aparelhamento) e pela chantagem das emendas ao Orçamento; e o Judiciário envereda pelo temeroso caminho do ativismo legiferante.

A corrupção. As avaliações de agências internacionais são pouco lisonjeiras. O índice de percepção da corrupção da Transparência Internacional, que agrega informações do Banco Mundial, do Fórum Econômico Mundial e outras organizações, em 2013 pôs o Brasil em 72.º lugar num universo de 177 países. As causas da corrupção são conhecidas: as relações patrimonialistas entre o Estado e a sociedade, como já apontara Raymundo Faoro (Os Donos do Poder), em que se destaca a corrupção eleitoral em larga escala, seja pelo financiamento comprometido das empresas, seja por governos que abusam da publicidade e distribuem privilégios, sob a forma de verbas, incentivos fiscais e subsídios creditícios; a impunidade para a qual conspiram as ineficiências da polícia, do Ministério Público e do Judiciário; e, mais recentemente, a atitude condescendente das autoridades em face dessa prática, a exemplo da alegação de caixa 2 no escândalo do mensalão e da nomeação de políticos desqualificados para a função pública, em nome da "governabilidade".

O Leviatã tropical. O Estado não para de crescer e traz consigo aumento da carga tributária: bolsas à mão cheia, que por prescindirem de saída transformam a inclusão social em assistencialismo; a cada dia se cria um novo ministério ou secretaria, que em nada aproveita ao interesse público. Institucionalizamos a profissão de "concurseiro", porque se sabe que é ilimitada a disposição de aumentar o tamanho da folha de pessoal. Os investimentos, pressionados pela expansão dos gastos correntes, nem sequer se resolvem pela via da privatização, pelo receio de que se perceba que sua demonização foi mero expediente eleitoreiro. A burocracia é uma hidra indomável: ora são as extravagantes exigências para inscrição e baixa de empresas, ora é a estranha imposição de uma tomada elétrica sem similar no resto do mundo.

O caos urbano. A urbanização sem planejamento converteu as cidades brasileiras em verdadeiras pradarias urbanas. Os incentivos aos automóveis e a desatenção com o transporte público universalizaram o engarrafamento. A inusitada ideia de converter o município em ente federativo promoveu uma descentralização anárquica. As Câmaras Municipais tornaram-se relevante e vergonhoso item da despesa pública. A violência fez das cidades territórios sem lei, sob o olhar complacente de uma polícia sem força e sem preparo, não raro também corrupta. É a época do medo e dos cidadãos murados.

A educação de má qualidade. Alcançamos a proeza de universalização do ensino fundamental de má qualidade. Para corroborar as avaliações pouco generosas dos alunos brasileiros em competições internacionais basta um simples diálogo com um atendente de call centers ou uma breve leitura de comentários em blogs. Não há possibilidade de ultrapassagem da barreira da baixa produtividade sem elevar os padrões de qualidade da educação. A tudo isso se soma a perda de identidade cultural de uma juventude massacrada por música e outros produtos culturais de péssimo gosto.

 
02 de janeiro de 2013
Everardo Maciel, O Estado de S. Paulo

SUASSUNA IMORTALIZANDO O AMOR

 



O escritor e poeta paraibano Ariano Suassuna, no poema “A Mulher e o Reino”,
exalta a amada, revolta-se contra a razão e imortaliza o amor.

A MULHER E O REINO
Ariano Suassuna

Oh! Romã do pomar, relva esmeralda
Olhos de ouro e azul, minha alazã
Ária em forma de sol, fruto de prata
Meu chão, meu anel , cor do amanhã

Oh! Meu sangue, meu sono e dor, coragem
Meu candeeiro aceso da miragem
Meu mito e meu poder, minha mulher

Dizem que tudo passa e o tempo duro
tudo esfarela. O sangue há de morrer

Mas quando a luz me diz que esse ouro puro
se acaba pôr finar e corromper
Meu sangue ferve contra a vã razão
E há de pulsar o amor na escuridão
 
          
 
(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)
 
02 de janeiro de 2014
 

"ÍNDIOS ESTÃO PRESOS AO DISCURSO DAS ONGS" - DIZ ANTROPÓLOGO

 



Ao comentar o recente conflito indígena na Terra Indígena Tenharim e na cidade de Humaitá, o antropólogo Mércio Pereira Gomes criticou a política do governo para a questão indígena e a ação das organizações não governamentais (ONGs). Mércio foi presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) no governo do presidente Luiz Inácio Lula da da Silva, entre 2003 e 2007.

Em seu blog na internet, ele disse que desde os anos da ditadura militar os índios não se viam diante de uma conjuntura tão difícil quanto a que vivem no governo da presidente Dilma Rousseff. Para o antropólogo, umas das explicações para o quadro atual é a ação das ONGs indígenas, marcada por um “radicalismo infantil e pernicioso”.

“Os índios estão presos no discurso das ONGs”. disse o ex-presidente da Funai. De acordo com seu texto, várias dessas organizações são “amalucadas, ambiciosas e desrespeitosas das tradições indígenas”.

O antropólogo também criticou a política indigenista do governo da presidente Dilma Rousseff: “A Funai patina, sem rumo, refém de um governo sem qualidade indigenista”.
Ao avaliar as perspectivas para o próximo ano, desenhou um cenário ainda pior: “2014 será ano de eleição presidencial, de reforço de forças políticas reacionárias ao nosso processo histórico. As sementes dos conflitos crescerão.”

Em outubro, em depoimento ao jornalista Felipe Milanez, transcrito em seu blog, Mércio havia criticado o governo por adotar o ponto de vista dos empresários do agronegócio – que estariam “em guerra” contra os índios.
“Diante de seu peso no PIB, os fazendeiros se dão panca de serem os novos senhores de engenho, um poder rural absolutista e com pretensões políticas nacionais”, afirmou.

(transcrito do Estadão)

02 de janeiro de 2014
 

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 02/01
 
 
02 de janeiro de 2014


CIGARRO DO CAPETA

Estados Unidos: Colorado inicia venda legal de maconha para uso recreativo

maconha_05O Colorado se tornou na quarta-feira (1) o primeiro estado norte-americano a permitir a venda de maconha – já amplamente legalizada no país, porém apenas para fins medicinais.

A lei estadual que permite a posse, plantio e consumo recreativo privado de maconha para adultos foi aprovada em referendo no ano passado. A produção e venda da droga será legal e deverá recolher impostos com base em sistema semelhante ao que muitos estados dos EUA adotam para a venda de bebidas alcoólicas.

No primeiro dia do ano, as mais de 300 lojas licenciadas para vender maconha para uso recreativo já estavam em funcionamento. Ao abrirem as portas, elas entraram em um mercado sem precedentes na história dos Estados Unidos – o Colorado espera que o comércio em torno da droga gere US$ 578 milhões por ano, sendo US$ 67 milhões em tributos para o estado.

Os comerciantes na capital Denver esperam, por conta da novidade, uma grande demanda inicial. “Esperamos ter dois mil cigarros prontos quando abrirmos”, disse à agência de notícias Reuters Robin Hackett, dona de uma das lojas licenciadas.

A compra e o consumo estão liberados apenas para maiores de 21 anos, que terão que provar serem moradores do Colorado, o que permite a compra de 28 gramas do produto por vez. Os que vierem de fora do estado também poderão adquirir a droga, porém não mais do que sete gramas.
Washington será o próximo a legalizar

O próximo estado a legalizar será Washington, onde a lei já foi aprovada em referendo e deve entrar em vigor nos próximos meses. De acordo com a legislação federal, a maconha continua sendo ilegal nos EUA. Mas o governo Barack Obama já afirmou seguidas vezes que vai dar aos estados a liberdade para criar suas próprias diretrizes sobre o tema. Em 20 estados do país, o uso é permitido para fins medicinais.

A lei é também representativa para o continente americano, onde imperou nas últimas décadas uma combinação de proibição e repressão ao consumo – além do ferrenho combate a traficantes, sobretudo nas Américas Central e do Sul.

A legalização da venda da maconha no estado do Colorado para uso recreativo segue a linha do que já foi feito em alguns países da região. Em 10 de dezembro, o Senado uruguaio aprovou a legalização da produção e venda da droga no país, sob controle estatal. Na América do Norte, o México também estuda a possibilidade, enquanto o Canadá flexibilizou sua política de repressão ao usuário.

Em meados do ano passado, a Organização dos Estados Americanos (OEA) divulgou um estudo no qual incentiva a avaliação por parte dos países-membros de uma possível legalização da maconha como forma de combater o narcotráfico.

(Com agências internacionais)

02 de janeiro de 2014
ucho.info

INVASÃO PREVISÍVEL

Países ricos da UE temem migração em massa de romenos e búlgaros

uniao_europeia_05Desde quarta-feira (1), cidadãos búlgaros e romenos podem viver e trabalhar em qualquer um dos 28 países da União Europeia (UE) sem a necessidade de permissão de trabalho. A novidade passa a valer sete anos após a adesão desses países à UE e provoca temores de uma invasão de imigrantes nas economias mais ricas do bloco, principalmente entre setores conservadores na política e na mídia.

Autoridades europeias tentam tranquilizar nações como Reino Unido, França e Alemanha. A poucos meses das eleições para o Parlamento Europeu, em maio, o medo alimenta a campanha de partidos populistas de direita, como a Frente Nacional francesa, o Partido da Liberdade, da Holanda, e o britânico Partido da Independência do Reino Unido (UKIP, na sigla em inglês).

Tentando botar panos quentes no debate, o comissário europeu do emprego, Laszlo Andor, afirmou que já existem mais de 3 milhões de búlgaros e romenos vivendo em outros países da UE e que o fim das restrições não deve provocar um grande aumento da migração.

“Acredito firmemente que a restrição à livre circulação de trabalhadores europeus não é a resposta para o desemprego elevado nem uma solução para a crise”, disse. Andor reconheceu que possam ocorrer problemas a nível regional se a migração aumentar. “A solução é resolver estes problemas de forma pontual e não erguendo barreiras contra esses trabalhadores”, frisou.
Principal tema na mídia britânica
A queda das barreiras se transformou no principal tema de quase todos os veículos da mídia britânica na quarta-feira, com os repórteres indo aos aeroportos para entrevistar pessoas que chegavam em voos originados de Bucareste ou Sofia.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, acelerou a criação de regras para impedir migrantes provenientes de países mais pobres da UE de pedirem benefícios sociais imediatamente após chegarem ao Reino Unido.

O presidente búlgaro, Rosen Plevneliev, atacou Cameron, dizendo que as propostas do líder britânico prejudicam a imagem do Reino Unido no mundo às custas de vantagem política a curto prazo. Segundo Plevneliev, os búlgaros preferem ter um bom emprego no seu país a comprar um bilhete só de ida para outro lugar.

Na Alemanha, conservadores também querem impedir imigrantes europeus de reivindicar apoio social do Estado nos primeiros três meses de estada. O debate causa controvérsia dentro do próprio governo.
Deportação
O presidente da União Social Cristã (CSU), Horst Seehofer, propõe, entre outras medidas, a deportação e a proibição de retorno à Alemanha para imigrantes europeus que sejam pegos tentando fraudar o sistema de bem-estar social do país. A CSU integra a coalizão de governo, juntamente com a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD).
 
Mas o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, observou que “a liberdade de trânsito de pessoas é também uma chance para os alemães e a Alemanha”.
 
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que quem coloca em questão a liberdade de circulação de trabalhadores “prejudica a Europa e prejudica a Alemanha”. O político social-democrata ressaltou que ela é “parte indispensável da integração europeia”, da qual a Alemanha, segundo ele, se beneficia até “mais do que os outros”.
 
Estimativas da agência alemã de trabalho afirmam que cerca de 180 mil trabalhadores oriundos da Romênia e da Bulgária devem chegar à Alemanha com as novas regras. (Com agências internacionais)

02 de janeiro de 2014
ucho,info

RÉDEA SOLTA

Inflação medida pelo IPC-S fecha o ano com alta de 5,63%; aumento do mínimo já desapareceu

dinheiro_101De acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou o ano de 2013 com alta de 5,63%, que em tese indica ligeira redução no ritmo da elevação de preços de produtos e serviços, em comparação a 2012, quando o índice atingiu 5,74%.

Os itens com elevação acima da média do IPC-S e que mais influenciaram a inflação ao longo de 2013 foram refeições em bares e restaurantes (alta de 9,41%), aluguel residencial (9,30%), plano e seguro de saúde (8,08%), gasolina (6,37%) e empregada doméstica mensalista (7,80%).
A pesquisa indica também que, considerando-se apenas o último levantamento de 2013, os preços tiveram leve elevação de 0,69%, em média, ante 0,66%.

Três dos oito grupos pesquisados apresentaram acréscimos, com destaque para transportes, cuja taxa passou de 0,82% para 1,20% entre os dias 22 e 31 de dezembro. Nessa classe de despesa, houve influência, principalmente, da gasolina, com elevação de 3,93% ante 2,58%.

No quesito alimentação a taxa subiu de 0,90% para 0,93%, sob o efeito das carnes bovinas, cujos preços avançaram de 1,87% para 2,82%. No grupo saúde e cuidados pessoais, o índice atingiu 0,53%, ante 0,5%, puxado pelos medicamentos, que registraram alta de 0,17% ante 0,03%.

Os cinco itens que mais pressionaram a inflação no período foram: gasolina (de 2,58% para
3,93%); aluguel residencial (de 1,12% para 1,15%); tarifa de táxi (de 6,12% para 8,34%); etanol (de 3,09% para 4,12%) e refeições em bares e restaurantes (de 0,55% para 0,41%).
Realidade dura e salário mínimo pífio
As autoridades econômicas do governo petista de Dilma Rousseff sabem que a inflação real é muito maior, gravitando na órbita dos 20% ano, mas a carestia enfrentada pelos brasileiros parece não importar aos palacianos, preocupados com o projeto de reeleição de Dilma, que há muito vem fazendo campanha antecipada com o suado dinheiro do contribuinte.

Na última segunda-feira (30), o Banco Central divulgou, por meio do Boletim Focus, que a previsão para o IPCA de 2013 saltou para 5,72%, contra 5,70% da estimativa anterior. Isso mostra que a política econômica adotada pelo governo é absolutamente ineficaz, pois a inflação não consegue se distanciar do teto da meta.

Se confirmada a inflação de 2013 nos 5,72% do IPCA, o que nem de longe traduz a realidade, o aumento do salário mínimo terá ido pelo ralo. A mais rasa remuneração mensal a ser paga no País teve aumento de nominal de 6,78%, pulando de R$ 678 para R$ 724, valor que está em vigor desde 1º de janeiro.

Com isso, o trabalhador terá conseguido, na melhor das hipóteses, aumento de 1,06%, índice que aplicado ao salário mínimo vigente no ano passado representa R$ 7,18. Valor insuficiente para comprar dois pastéis na feira da esquina mais próxima. Apesar do caos comprovado pelos números, Dilma e seus seguidores cometem a insana ousadia de afirmar que sob o manto do PT os trabalhadores acumulam conquistas. (Com informações da ABr)

02 de janeiro de 2013
ucho.info

SEM CONTROLE

Incompetente, Roseana se desespera com sucessão e usa jornal da família para fustigar adversários

roseana_sarney_29É cada vez maior o desespero na sede do governo do Maranhão diante da possibilidade de a candidatura de Luís Fernando Silva não decolar.

Atual secretário estadual de Infraestrutura e escolhido pelo grupo político controlado pela “famiglia” Sarney para participar da corrida ao Palácio dos Leões, Luís Fernando tem tirado o sono de muitos integrantes do clã, começando pela governadora Roseana Sarney.

Temendo que o grupo liderado por seu pai seja derrotado por Flávio Dino (PCdoB), Roseana ainda não definiu o seu futuro político. No caso de querer disputar algum cargo eletivo, possivelmente o de senadora, Roseana Sarney terá de deixar o governo do Maranhão até abril. Contudo, diante da derrota que se desenha no horizonte, a governadora pode cumprir o mandato até o final.

A preocupação que se instalou no núcleo duro do governo maranhense é tamanha, que Roseana Sarney tem utilizado os veículos de comunicação de propriedade da “famiglia” para tentar fragmentar a oposição. No último dia de 2013, o jornal “O Estado do Maranhão” noticiou que a direção estadual do Partido Progressista (PP) decidiu entrar na disputa pela indicação de um candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Flávio Dino. De acordo com o tabloide, PP, PSDB e PDT estariam na disputa que por enquanto só existe no pensamento dos atuais donos do poder local.

Essa notícia mostra não apenas a preocupação do clã com o cenário político local, mas o desejo inconteste de provocar uma rebelião na oposição. Dois dias após noticiar tal fato, nesta quinta-feira (2) o mesmo jornal da “famiglia” informa em pequena nota, sob o título “Fim de carreira”, que os deputados federais Waldir Maranhão, presidente estadual do PP, e Carlos Brandão (PSDB) “chegam a 2014 disputando o mesmo espaço – e ambos pelo mesmo motivo”.
Destaca a nota que ambos os parlamentares têm chances reduzidas de reeleição e por isso buscam uma “saída honrosa para o fim do mandato”.

Trata-se de uma informação que não traduz a realidade dos fatos, pois ambos, Waldir Maranhão e Carlos Brandão, têm chances claras de reeleição. Esse jogo rasteiro típico de quem se acostumou a mandar no Estado, transformado em quintal político do grupo de tiranetes, não pode ser levado em conta, pois se há no Maranhão alguém que chegou ao final da carreira é Roseana Sarney, que ainda não conseguiu entregar os hospitais prometidos no mandato anterior, sem contar que vem perdendo a guerra para os integrantes das facções criminosas que controlam os presídios do estado.

A estratégia suja e pequena reflete uma situação mais preocupante dentro do grupo ancorado por José Sarney. Eventual derrota do candidato oficial em outubro próximo significaria um duro golpe no futuro político de uma dúzia de políticos que durante décadas se especializou em arruinar o estado mais miserável da federação.

02 de janeiro de 2014
ucho.info

NO REINO DA LOUCURA...

TOME UM PLASIL ANTES DE ASSISTIR O VÍDEO DO "POETA ATEU"


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=xc_mT5ObifA


02 de janeiro de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
02 de janeiro de 2014
 


O VÍDEO DA TV FOLHA MOSTRA MAIS QUADROS DA GALERIA DA BLASFÊMIA E COMPROVA QUE A FUNDAÇÃO JOSÉ SARNEY É UM CASO DE POLÍCIA



tarja-an-melhores-do-ano-2013


                             PUBLICADO EM 30 DE JULHO


As pinturas que transformam a Famiglia Sarney e seus parceiros em candidatos à canonização só podem ser fotomontagens, espantaram-se alguns leitores da coluna.
O vídeo da TV Folha prova que a galeria da blasfêmia é real, embora pareça mentira. E deixa claro em apenas 5:38 que a fundação que cultua a memória do dono do Maranhão é um caso de polícia à procura do merecidíssimo castigo.



O BRASIL SERÁ TESTADO EM 2014


NOSSOS VOTOS

Nossos desejos são nossos votos, na urna e numa ideia fixa: uma sociedade mais educada e sadia

                                                                                                                              
Confesso ter problema com a palavra “aposta”. Todos os significados dela me incomodam. O significado mais comum implica ganhar ou perder dinheiro. Ou se aposta num cavalo ou numa certeza. Quando se aposta – com um amigo ou num vício – , arrisca-se muito. Grana ou reputação. Às vezes ambas.
Prefiro os desejos às apostas. Podemos ser mais livres e delirantes ao desejar. Podemos ser utópicos. No ano de 2014, de eleição e Copa, nossos desejos são, mais do que qualquer troféu, nossos votos. Votos na urna e numa ideia fixa: uma sociedade mais educada, mais sadia, mais responsável, mais ética e menos violenta.

1. Que o próximo presidente ouça a voz das ruas e, antes de investir US$ 4,5 bilhões em caças suecos, escolha suas prioridades de emergência, entre elas a Saúde, evitando que pacientes morram na fila da rua ou da cirurgia, por negligência e omissão.

2. Que o próximo presidente entenda a expressão “mobilidade urbana” e, em vez de inundar as ruas de carros particulares, invista em trens e transporte público de qualidade, com integração real entre rodoviárias, aeroportos, metrôs e ônibus. Que invista também em rodovias mais seguras, porque nossas estradas hoje são de quinta categoria.

3. Que o próximo presidente, consciente de que quase 40% das famílias brasileiras são hoje chefiadas por mulheres, invista numa política nacional de creches, em quantidade e qualidade, permitindo assim que possamos conciliar com um mínimo de tranquilidade e competência nossas funções de mãe e trabalhadora.

4. Que o próximo presidente remunere direito os professores e aumente a carga horária das escolas no Brasil, do ensino fundamental às universidades, para que crianças e adolescentes não fiquem apenas cinco horas por dia em instituições de ensino, enquanto os pais trabalham em tempo integral.

5. Que o próximo presidente ataque de frente o deficit profundo de habitação popular, poupando as famílias brasileiras de viver indignamente em barracos e favelas sem esgoto, sem segurança nem saneamento, com perigo de desmoronamento ou risco de tuberculose, junto a áreas de elite nos grandes centros urbanos ou nos rincões remotos e abandonados.

6. Que o próximo presidente tenha ética, determinação, apoio e moral suficientes para tirar a política brasileira desse pântano de corrupção e privilégios, acabando com supersalários e supermordomias num dos Congressos mais caros e menos eficientes do mundo. Que sejam punidos exemplarmente todos que tirarem proveito particular de seus cargos públicos.

7. Que o próximo presidente ajude os Estados a ter uma política consequente de segurança. Temos visto apenas iniciativas isoladas e criativas, como as UPPs no Rio. Sem uma contrapartida maciça de serviços públicos e sociais, elas acabam torpedeadas por bandidos com e sem farda. O risco é viver, cada vez mais, em cidades sem lei, onde se corre o risco de ser assaltado e morto ao andar na rua, ir à praia, pegar um ônibus, comer num restaurante, pegar dinheiro num caixa eletrônico de banco, chegar a sua garagem ou parar num engarrafamento.

8. Que o próximo presidente leve a sério o meio ambiente e o destino do lixo com campanhas de educação. E que não apenas multe, mas prenda os especuladores criminosos que destroem nossos parques, lagoas, praias e reservas.

9. Que o próximo presidente revele à população como são gastos os impostos, num país onde a arrecadação tributária bate recordes. E que os impostos sejam transformados em benefício dos contribuintes.

10. Que o próximo presidente não escamoteie os índices de  inflação e não minta sobre o real estado da economia do Brasil.

Aí sim, o Brasil seria campeão em 2014
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02 de janeiro de 2014
Ruth de Aquino, Revista Época

EM DISCURSO DE ANO NOVO, KIM JONG-UN AMEAÇA EUA E COREIA DO SUL

Em seu discurso, o ditador justificou a execução de seu tio Jang Song-thaek, a quem chamou de "escória"

                                                                                               
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em discurso televisivo de Ano Novo (Foto: AP Photo/KRT via AP Video)

                                                                                   
                                           
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, fez um raro pronunciamento televisivo nesta quarta-feira (1). Em seu discurso de Ano Novo, ele falou sobre questões internas do país e voltou a ameaçar a Coreia do Sul e os Estados Unidos com a possibilidade de uma guerra na região.
 
>> Coreia do Norte executa tio de Kim Jong-um

O líder não falava em público desde abril do ano passado. É a segunda vez que Kim Jong-un faz um pronunciamento televisivo no começo do ano, algo que seu pai, Kim Jong-il, nunca havia feito em 17 anos de mandato, pois preferia que suas palavras fossem divulgadas pelos jornais do regime.

Em seu discurso, o ditador justificou a execução de seu tio Jang Song-thaek e o chamou de "escória". Song-thaek foi executado no começo de dezembro, acusado de traição. Ele era considerado o segundo nome mais importante da política norte-coreana. "No ano passado tomamos a decisão de excluir facções de escória do partido e este expurgo nos fortaleceu", disse.

O líder norte-coreano também falou, repetidas vezes, sobre a tensão envolvendo a fronteira com a Coreia do Sul. Kim disse que está disposto a melhorar as relações com a Coreia do Sul, mas ao mesmo tempo afirmou que buscará o fortalecimento militar do seu país.

>> Coreia do Norte amplia campos de concentração do país

Além disso, Kim Jong-un comentou sobre as manobras de treinamento militar realizadas por Estados Unidos e Coreia do Sul.
Sobre esses exercícios, ele voltou a ameaçar os Estados Unidos. Disse que uma guerra na região poderia causar uma "catástrofe nuclear". "Se a guerra voltar para esta terra, ela resultará em uma catástrofe nuclear, e nem mesmo os Estados Unidos estarão seguros", disse.

02 de janeiro de 2014
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE

COM DÓLAR A U$ 2,40 22 MILHÕES DE BRASILEIROS VOLTAM A VIVER NA POBREZA EXTREMA. QUEM AFIRMA É O BANCO MUNDIAL


Desde 1990, o Banco Mundial definiu que a linha de pobreza extrema é marcada pela renda de menos de 1 dólar por dia.
 
Foi este parâmetro que deu aval para o PT e Dilma trombetearem que tiraram 22 milhões de brasileiros da miséria, pagando-lhes o valor mínimo de R$ 70 mensais.
 
Nos últimos anos, esta ilusão foi vendida como a maior realização da gestão Dilma. Hoje, este valor representa U$ 29,17. Menos de U$ 1 por dia. 
 
O fim da miséria durou pouco diante do fracasso na economia. Distribuir riqueza é fácil. O difícil é cria-la, coisa que Dilma e o PT não sabem fazer.

A FÁCIL E DOCE MENTIRA DOS PETRALHAS

Um governo que não cuida da saúde, educação, segurança, mas que trombeteia que acabou com a miséria comprando ascensão social por R$ 70 mensais.
Hoje O Globo faz um levantamento do que Dilma cumpriu e não cumpriu. A única promessa que está dentro da meta é a distribuição de dinheiro: R$ 70 mensais para quem não tem esgoto, educação, saúde... Com este valor, Dilma considera que tirou 22 milhões da miséria. Veja abaixo um resumo da matéria.
 
As reformas política e tributária foram abandonadas, o crescimento econômico médio deve ser o mais baixo desde a gestão de Fernando Collor de Mello, e não há sinais de que serão cumpridas as metas de expansão de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS), creches e quadras esportivas cobertas.
Com um crescimento de 2,7% em 2011, 1% em 2012, provavelmente 2,3% em 2013 e uma perspectiva de fechar 2014 em 2%, Dilma tende a concluir seu mandato como a presidente com um crescimento médio de 2%, pior do que o registrado, por exemplo, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (2,14%), quando o mundo enfrentou quatro crises globais seguidas.
Muitas promessas-chave de sua campanha eleitoral em 2010 que estão longe de serem cumpridas e atingem em cheio duas áreas críticas: Educação e Saúde. É o caso, por exemplo, das creches e quadras esportivas cobertas.
O documento de campanha de Dilma dizia explicitamente: “o governo federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas”. No entanto, segundo o Ministério da Educação, passados três anos de governo foram entregues 1.267 creches — um quinto do prometido. Já o projeto das quadras cobertas foi abandonado. Até agora o governo só concluiu a cobertura de 44 quadras, menos de 0,5% do prometido.
Na Saúde, o problema é parecido. A presidente havia garantido que construiria 500 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e oito mil Unidades Básicas de Saúde (UBS). O governo diz ter entregue nesses três anos 173 UPAs, sendo que em 2013 o ritmo foi lento, com apenas 29 unidades entrando em funcionamento.
Para cumprir sua meta, a presidente terá de fazer em 2014 11 vezes mais unidades que no ano passado. Nas UBS a situação é ainda mais grave. O governo dizia em 2012 haver no país 42.675 unidades deste tipo, mas um censo realizado pelo ministério em 2013 mostrou que o número era de 39.800 unidades, e o governo se nega a dizer quantas novas unidades de fato foram inauguradas sob a gestão Dilma.
Há também as áreas onde o governo alardeia investimentos, mas pouca coisa sai do papel. É o caso do programa de combate ao crack e das obras de mobilidade urbana. Apesar da criação do programa “Crack, é possível vencer”, o número de unidades de acolhimento e leitos em enfermarias especializadas ainda é reduzido.
Quando o plano foi criado, a meta era construir 574 unidades de acolhimento, com 15 vagas cada, onde os usuários poderiam passar até seis meses se tratando. Até o momento, apenas 60 unidades saíram do papel. No caso dos leitos em enfermarias especializadas, onde eles são acolhidos nas crises e ficam até sete dias, a meta era abrir 3.508 vagas, mas só há 697 em funcionamento.
Cenário semelhante ocorre na área de mobilidade urbana. A seis meses da Copa do Mundo, segundo o Portal da Transparência do governo federal, foram executados apenas R$ 2,5 bilhões dos R$ 7,9 bilhões previstos para 45 obras de mobilidade ligadas ao evento. Há no PAC outros 206 empreendimentos de mobilidade — sem ligação com o torneio — cujos investimentos totais eram estimados em R$ 93 bilhões, mas até agora foram gastos R$ 2,6 bilhões. Apesar desses valores, Dilma alardeou após os protestos de junho que daria outros R$ 50 bilhões para a área.
Foi também após os protestos de rua que a presidente lembrou a promessa de fazer uma reforma política, envolvendo a sociedade civil. Nos seus primeiros dois anos e meio de governo, Dilma ignorou o tema.
Quando O GLOBO fez o balanço de promessas no fim de 2012, integrantes do primeiro escalão negavam que a presidente se envolveria com a reforma, ainda que se tratasse do primeiro ponto das diretrizes de campanha. Consideravam um tema sensível e que geraria cizânia na base aliada. Só em junho, em meio às manifestações, a presidente “redescobriu” a pauta e enviou propostas ao Congresso.
O mesmo ocorreu com a reforma tributária, que ficou só no campo das boas intenções, com a carga tributária crescendo e sem que o modelo de cobrança do ICMS fosse de fato solucionado. Seu governo ainda viu recrudescer outro problema que a campanha prometeu solucionar: o analfabetismo.
Após 15 anos de quedas constantes, o IBGE captou em 2012 uma estagnação na queda da taxa de analfabetismo, que hoje atinge 8,7% da população. O sonho de erradicá-lo ficou para depois.
02 de janeiro de 2013
in coroneLeaks

DILMA "TRAMBIQUE" LANÇA PLANO AMBIENTAL PARA ENFRENTAR OPOSIÇÃO

 
 

















Para fazer frente à aliança entre a ex-ministra Marina Silva (PSB) e o governador Eduardo Campos (PSB) e construir pontes com os ambientalistas, a presidente Dilma Rousseff (PT) lançou, em outubro do ano passado, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Com investimento inicial de R$ 8,8 bilhões até 2015, o objetivo do plano é estimular a agricultura sustentável entre pequenos agricultores, assentados, quilombolas e indígenas.

O plano vai da produção de conhecimento à comercialização e consumo dos produtos agrícolas sem agrotóxico. A ideia foi apresentada à presidente em 2011, quando recebeu representantes da Marcha das Margaridas, que anualmente reúne trabalhadoras rurais em Brasília.

Elas disseram à presidente que era possível colocar em prática a lógica da agricultura sustentável nos assentamentos, desde que houvesse incentivos. Outras iniciativas estão sendo costuradas pelo Governo Federal.

02 de janeiro de 2014
Exame

OBAMA SOFRE DERROTA EM PARTE DE SEU PROGRAMA DE SAÚDE

Juíza desobriga grupos religiosos a oferecerem plano que cubra métodos contraceptivos
 
Decisão não derruba a lei, no entanto, que entrou em vigor ontem, mas é novo obstáculo para o presidente



Poucas horas antes de conduzir a contagem regressiva para 2014 na Times Square, em Nova York, a juíza da Suprema Corte Sonia Sotomayor bloqueou, na noite de anteontem, parte da lei que reforma o sistema de saúde americano.
 
A juíza suspendeu a cláusula do chamado Obamacare que forçava algumas organizações ligadas a grupos religiosos a oferecer, para seus funcionários, seguros de saúde com cobertura para métodos anticoncepcionais, sob o risco de serem multadas.
 
A decisão é mais uma derrota para o programa de Obama, que entrou em vigor ontem. Apesar de não afetar o centro da proposta, o bloqueio afeta um ponto polêmico e simbólico na ação que é a principal bandeira do presidente democrata.
 
O Obamacare também já vinha enfrentando críticas pelo site HealthCare.gov ter apresentado diversos problemas técnicos após seu lançamento, em outubro. A página foi criada para que americanos sem cobertura de saúde pudessem escolher um seguro que mais se encaixasse no seu orçamento.
 
O imbróglio contribuiu para derrubar a popularidade do presidente.
 
A decisão de Sotomayor foi motivada por um pedido de uma ordem de freiras do Colorado, as Irmãzinhas dos Pobres, e do grupo Christian Brothers Services, de Illinois. O governo tem até amanhã para recorrer.
 
A questão dos métodos contraceptivos sempre foi uma das mais polêmicas dentro da reforma de saúde.
 
Grupos antiaborto questionam a obrigatoriedade de financiar tratamentos anticoncepcionais e, em especial, a pílula do dia seguinte.
 
O governo chegou a oferecer a opção de que mulheres que trabalham para organizações religiosas sem fins lucrativos recebam uma cobertura contraceptiva separada, não financiada pelos empregadores. Mas isso não se aplicaria para empresas não religiosas cujos donos são contra o aborto.
 
O argumento do Departamento de Justiça sobre a ação foi inclusive esse: de que o grupo das freiras do Colorado deveria apenas confirmar ser uma organização religiosa sem fins lucrativos para se adequar à exceção.
 
A defesa do grupo afirma que "mesmo a opção ainda obrigaria as freiras a encontrar planos que cubram métodos de esterilização, contracepção e indução de aborto".
 
"As irmãzinhas ainda teriam que preencher um formulário que ative o começo desta cobertura. Elas não podem fazer isso, por razões de consciência", afirma o Fundo Becket para Liberdade Religiosa, que assessorou juridicamente as freiras.
 
A decisão de bloquear parte da reforma, nas vésperas de sua aplicação, surpreendeu por vir de Sotomayor, juíza indicada por Obama em seu primeiro mandato.
 
02 de janeiro de 2013
ISABEL FLECK - FOLHA DE SÃO PAULO