"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 27 de dezembro de 2014

OS RATOS CONTINUAM NOS CAMAROTES DO NAVIO PIRATA DO PT. HOUVE APENAS UM TROCA-TROCA



 
O slogan "governo novo, ideias novas" foi um dos mais explorados pela campanha que reelegeu a presidente Dilma Rousseff (PT) para mais quatro anos de mandato. Vencida a disputa, no entanto, a presidente cede a antigos vícios da política brasileira. O 'pacotão' de novos ministros anunciado nesta terça-feira deixa claro o principal objetivo do troca-troca na Esplanada: aplacar a sede de partidos aliados por espaço no primeiro escalão do governo.

A contrapartida, apoio no Congresso. Diferente dos nomes anunciados para comandar a economia no segundo mandato de Dilma — Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central) —, a segunda leva da reforma ministerial tem a marca do fisiologismo.
 
Com sua vocação para o folclore político, o ministério da Pesca já virou moeda corrente do loteamento político. Conforme o anúncio desta terça-feira, ele será comandado pelo filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), Helder Barbalho (PMDB), que foi derrotado na disputa pelo governo do Pará pelo tucano Simão Jatene.
Seja qual for sua familiaridade com os assuntos da pasta, isso não será problema: afinal, esse é o ministério que já foi chefiado por quem – Marcelo Crivella (PRB-RJ) – admitia não saber "nem colocar minhoca no anzol".

Até agora, o cargo mais alto que Helder, 35 anos, ocupou foi o de prefeito de Ananindeua, no interior do Pará. O herdeiro do clã Barbalho responde a processo por improbidade administrativa na 5ª Vara Federal do Pará referente a uma auditoria do Ministério da Saúde que detectou irregularidades na aplicação de recursos da pasta no período em que ele administrou o município paraense, segundo reportagem do jornal O Globo. Barbalho pai, senador e chefe do clã, responde por sua vez a seis processos no Supremo Tribunal Federal.
 
Helder é da cota do PMDB, que Dilma decidiu aumentar ainda mais, um reconhecimento ao apoio da legenda à manobra fiscal do governo para maquiar o descumprimento da meta. Além de Helder, o PMDB emplacou mais cinco nomes: Kátia Abreu na Agricultura, Eliseu Padilha na Secretaria de Aviação Civil, Edinho Araújo na Secretaria de Portos, Vinicius Lages no Turismo e mais um perdedor das eleições, Eduardo Braga, que foi derrotado na corrida pelo governo do Amazonas e agora vai para o poderoso Ministério de Minas e Energia.
 
Dilma foi eleita em coligação com nada menos que oito partidos (além do PT), e até agora contemplou seis na reforma: PMDB, PSD, PCdoB, PROS, PRB e PTB. Como um gesto de gratidão pelo apoio nas eleições, a presidente alojou o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), no Ministério da Educação.

Em setembro de 2013, ele se desfiliou do PSB, após o então presidente da legenda, Eduardo Campos, romper com o governo federal e anunciar a sua candidatura à presidência. A gratidão de Dilma alcançou também o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD), outro derrotado nas urnas alçado à Esplanada – vai comandar o cobiçadíssimo Ministério das Cidades, desalojando o PP.
 
No centro do escândalo do petrolão, o PP tem sido um dos entraves da reforma política. O partido é o que tem mais nomes citados nas delações do esquema bilionário de corrupção instalado na Petrobras. Para não correr o risco de indicar um suspeito, Dilma manifestou a intenção de consultar o Ministério Público, esquisitíssimo critério de reforma ministerial que a Procuradoria-Geral da República não deixou prosperar – e que o ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa considerou uma "degradação institucional". Seja quem for o escolhido, o PP espera ser agraciado com outro ministério de peso, a Integração Nacional. A derradeira leva de indicações deve sair na semana que vem.
 
 
27 de dezembro de 2014
in aluizio amorim

O VOTO É SECRETO, NÃO A APURAÇÃO

Notícias Faltantes - Foro de São Paulo

Íntegra do meu pronunciamento feito na audiência pública sobre urnas eletrônicas, na Comissão de Tecnologia, Ciência e Informação, na Câmara dos Deputados, em 16 de dezembro de 2014.

Excelentíssimo Senhor Deputado Izalci, autor do requerimento desta audiência pública, ao que parabenizo pela iniciativa relevantíssima no momento em que vivemos. Demais membros da mesa e aqui presentes, a minha abordagem aqui nesta complexa questão, será de natureza política, numa breve fala aqui de 5 minutos, ao que agradeço ao deputado pela oportunidade de participação.
 
 
Esta Casa de Leis é a instância adequada para os questionamentos aqui apresentados. Viemos aqui, caro deputado, solicitar, sim, a abertura de uma CPI, primeiro um grupo de trabalho para aprofundar, para que investigue, e uma CPI, posteriormente, para fazer as devidas investigações sobre a empresa Smartmatic. Aliás, eu queria perguntar ao nobre deputado, se confirma a ausência do representante do TSE e da empresa aqui nesta audiência pública? Os demais membros não são representantes? [Confirmam que não há representantes do TSE, nem da Smartmatic]. Então, realmente, se lamenta que não estejam aqui presentes representantes do TSE e da empresa Smartmatic, nesta importante audiência pública.
 
Caro Deputado, são muitos os questionamentos, inclusive fora do país, e se as respostas não forem devidamente esclarecidas, o que está em jogo em meio à tudo isto, é a nossa democracia e a própria soberania nacional. 

Ainda no final do dia 26 de outubro, com o término da votação do segundo turno presidencial, e à espera de três horas, em que apenas alguns técnicos do TSE tiveram o privilégio de operacionalizar a apuração secreta, a indignação da população, inicialmente pelas redes sociais, tomou conta das ruas, onde ocorreram várias manifestações nas semanas seguintes, cujas reivindicações expusemos no “Manifesto pela Democracia” (http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/foro-de-sao-paulo/15540-manifesto-pela-democracia.html), entre as reivindicações, o pedido de auditoria das urnas eletrônicas, especialmente do envolvimento da empresa Smartmatic com o TSE. Cabe lembrar que o voto é secreto, não a apuração. 

São vários os questionamentos feitos à referida empresa. Há informações de que está sendo investigada nos EUA, nas Filipinas e outros países, que merecem sim serem aclaradas, com uma investigação séria, pois o próprio Ministro do STF, Gilmar Mendes, disse que, sim, devemos dar a devida atenção a esses questionamentos feitos, cujos os indícios de fraudes pipocaram por toda parte e,  como bem dissemos no “Manifesto pela Democracia”, “a própria apuração secreta no TSE, por si só já é uma fraude, invalidando a lisura e a transparência das eleições, independentemente de fraudes pontuais que a tenham acompanhado.”
Principalmente porque uma nação não pode abdicar do direito à transparência eleitoral. Não devemos considerar o devido pedido de esclarecimento como bem disse o Ministro Gilmar Mendes, como uma ofensa às instituições ou um atentado à democracia. Nada disso, senhor deputado, devemos estar preparados para prestar essas informações, até porque estamos a falar de algo elementar, ou seja, da legitimação democrática.

E aqui como cidadão brasileiro, representando o Movimento Legislação e Vida, requeiro à esta Casa Legislativa que proceda, dentro da constitucionalidade, para que esse tema seja objeto, sim, de discussão, pois quis o STF com a ADI 4543 (http://www.tse.jus.br/noticias-tse/2011/Outubro/stf-suspende-aplicacao-do-voto-impresso-nas-eleicoes-de-2014) refutar de vez esse direito! Por exemplo, o direito do eleitor ao voto imprenso. 

Cabe lembrar que a falta de uma comprovação física do voto e a possibilidade de falhas nas urnas eletrônicas além de fraudes, “foram os problemas apontados por especialistas em segurança digital, ouvidos em Audiência Pública promovida em 2013 pela  Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática – CCT do Senado” (http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/10/15/senado-discute-as-vantagens-e-desvantagens-do-voto-impresso). Por isso pleiteamos, sim, também o direito ao voto impresso, para que a lisura e a transparência do pleito sejam realmente efetivas, e que cessem de vez as suspeitas que hoje pairam no ar.
Por isso o pedido de uma CPI se justifica, evidentemente no início da próxima legislatura, cuja farta documentação a respeito deixamos à vossa Excelência para a apurada análise. 
Agora quero ainda nos 2 minutos que me faltam, tratar de outra questão, que apenas vamos indicar, a título de registro que merece uma reflexão. 

O fato é que nos chegam informações, caro Deputado, por exemplo, como a do engenheiro Christopher Bello Ruiz de que a empresa Smartmatic, diz ele, utiliza uma rede conectada a Cuba, para manipular, por exemplo, as eleições em 2013 na Venezuela, inclusive a empresa tem estabelecimento lá também.
E o próprio general venezuelano Carlos Júlio Peñaloza, QUE FOI COMANDANTE GERAL DO EXÉRCITO DA VENEZUELA, AUTOR DO LIVRO O “IMPÉRIO DE FIDEL”, FALA SOBRE AS INGERÊNCIAS DOS CASTROS NA VENEZUELA, COMO UTILIZOU A ARMA CIBERNÉTICA PARA O SEU PRÓPRIO PROPÓSITO DE EXPANSÃO DO SEU PROJETO DE PODER TOTALITÁRIO EM TODA A AMÉRICA LATINA. 

Em artigo publicado no jornal Mídia Sem Máscara
(http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/noticiasfaltantes/foro-de-sao-paulo/14068-farsa-eleitoral-na-venezuela-cronica-de-uma-fraude-anunciada.html) conta que a Smartmatic (essa que o TSE contratou para operacionalizar o pleito de 2014), diz o General Venezuelano Penãloza, que a Smartmatic, “fundada por quatro inteligentes engenheiros venezuelanos recém graduados, é uma espécie de Cavalo de Tróia,  desenhado pelo G2 cubano para controlar as eleições venezuelanas, cujo o objetivo é perpetuar o governo comunista por trás de uma máscara democrática na Venezuela.” 

Sei que não vou ter tempo, caro deputado, para detalhar essa questão, mas está aqui toda a documentação. Peço apenas a atenção rapidamente aqui para o que ele diz, a respeito do PROCER. Isso tem a ver conosco. Ele conta que “há um Plano de Controle Eleitoral Revolucionário: PROCER. Que é a primeira aplicação cibernética do Projeto Futuro!” O nome do projeto: o Projeto Futuro de Fidel Castro. “Formulado como parte da estratégia a utilizar no cenário internacional que Fidel Castro chamou de ‘a batalha das idéias’.

E o objetivo é construir o que eles chamam ‘a pátria grande socialista’, dirigida vitaliciamente por Fidel e seus sucessores, mediante o controle das mentes nos países dominados.” E mais: “o plano PROCER foi desenvolvido no máximo segredo por um seleto grupo dos mais brilhantes professores e alunos da Universidade em Ciências e Informática UCI de Cuba, em conjunção com o G2, e o seu objetivo foi controlar o sistema eleitoral venezuelano desde Havana.”

E isso pode ter sido feito também no Brasil em 2014. E que o plano PROCER para a Venezuela, “complementa a política de infiltração de agentes e guerrilheiros que Fidel manteve          desde que chegou ao poder em 1959, constitui o passo decisivo que permitirá aos irmãos Castros dominar” não só a Venezuela, mas o Brasil e todos os países integrantes do Foro de São Paulo, que tem o PT como partido estratégico nesse sentido de implantação de um projeto totalitário de poder em toda a América Latina. 

Conta ainda para encerrar cara deputado, o General que aqui falamos, que “a arma cibernética tem como objetivo a penetração dos sistemas informáticos de alguns países vizinhos, através de seus sistemas de comunicações. Essa estratégia permitiria obter informação classificada, e eventualmente controlar os países escolhidos, em conjunção com os agentes cubanos infiltrados em seu seio, e seus colaboradores.
Depois do colapso soviético essa idéia permaneceu congelada por longo tempo, por falta de recursos. Mas a chegada de Chaves ao poder em 1999, permitiu a Fidel contar com o financiamento adequado para desemvolvê-la e naquela ocasião, portanto o PROCER estava pronto.”

Para concluir esse ponto que nós estamos trazendo aqui, para executar o plano PROCER “entrou em cena a Smartmatic”. E o General Julio Peñaloza detalha como tudo isso aconteceu, e que o meu tempo é exíguo nesse momento, mas que gostaria de deixar aqui registrado, que requer esta Casa Legislativa, tomar conhecimento dessas ligações e averiguar tudo isso, inclusive para realmente esclarecer tudo isso, pois, cara Deputado Izalci e todos aqui presentes, o que está em jogo em meio a tudo isso, é a nossa democracia e a própria soberania nacional. 

Tenho, como disse, aqui farta documentação, que deixarei ao Deputado Izalci, sugerindo deputado, que se forme um grupo de trabalho para o aprofundamento dessa questão e até mesmo, como disse no início, uma CPI para investigar no começo da próxima legislatura, a fundo, essa relevante questão, pelo bem do Brasil.
Que esta Casa Legislativa tenha a coragem de iniciar a verdadeira reforma política, com alteração da legislação eleitoral, instituindo o voto impresso. Muito obrigado pela oportunidade de participar dessa audiência pública.

https://www.youtube.com/watch?v=nPrcXwnmj_E&feature=player_embedded


27 de dezembro de 2014
Hermes Rodrigues Nery
é coordenador do Movimento Legislação e Vida.

TOTALITARISMO DE GÊNERO

Artigos - Governo do PT 
No Brasil e no exterior, ideologia de gênero causa perseguição.
O Ministério Público deve agir como fiscal da lei, e não como partidário de uma ideologia. Muito menos de uma ideologia que, desprezando a base biológica da natureza humana, pretende legitimar os mais aberrantes comportamentos sexuais, desde o homossexualismo até o incesto e a pedofilia.

Por ocasião da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, foi distribuída aos jovens uma cartilha intitulada “Keys to Bioethics” (Chaves para a Bioética). Produzida pela Fundação Jéròme Lejeune e traduzida em diversas línguas, ela pretendeu ser um manual de Bioética para jovens, respondendo a questões atuais de maneira direta, objetiva e repleta de ilustrações. Um apêndice de oito páginas foi dedicado a explicar e refutar a “teoria do gênero”.

A cartilha explica que, segundo essa ideologia, “a identidade sexual do ser humano depende do ambiente sociocultural e não do sexo – menino ou menina – que caracteriza cada ser humano desde o instante da concepção. [...]
A nossa identidade feminina ou masculina teria muito pouco a ver com a realidade do nosso corpo, e de fato nos seria imposta pela sociedade. Sem outra escolha, desde a mais tenra infância cada pessoa interiorizaria o papel que supostamente deve desempenhar na sociedade na condição de mulher ou de homem”.
Após a explicação, vem a crítica: “A teoria de gênero subestima a realidade biológica do ser humano. Reducionista, supervaloriza a construção sociocultural da identidade sexual, opondo-a à natureza”.
Exemplares da cartilha que sobraram da JMJ 2013 foram distribuídos em março de 2014 aos professores que participaram do X Fórum de Ensino Religioso, promovido pela Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro.
Ora, esse material incomodou o grupo de pesquisa “Ilè Obà Òyó”, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

A coordenadora do grupo, professora Maristela Gomes de Souza Guedes (autodenominada Stela Guedes Caputo) noticiou o fato ao Ministério Público do Rio de Janeiro, dizendo que as páginas da cartilha são “recheadas de conservadorismo, homofobia e discriminação contra a mulher, com ilustrações perversas e debochadas” [1].

A promotora Renata Scharfstein, da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Proteção à Educação da Capital, após a abertura de um inquérito civil, determinou que a Secretaria de Educação recolhesse as cartilhas distribuídas no Fórum por considerar seu conteúdo “discriminatório (homofóbico e machista)”, além de vinculado a religiões (!).

Determinou ainda a realização de campanhas em toda a rede estadual sobre a necessidade do “respeito a todos os modelos familiares [sic] e orientações sexuais [sic] existentes na sociedade, bem como a fim de neutralizar qualquer conteúdo eminentemente religioso [sic] divulgado na (s) cartilha (s)”, em especial aquele que repudia “o conteúdo descrito como teoria do gênero” [2].

A decisão da promotora surpreendeu a própria denunciante Stela Caputo, que a considerou “inédita e histórica”. Espantosa foi a subserviência da Secretaria de Educação, que, sem questionar o abuso de poder do Ministério Público, informou que já havia providenciado o recolhimento das cartilhas e comprometeu-se a não mais realizar fóruns de ensino religioso [3].
Ora, o Ministério Público deve agir como fiscal da lei, e não como partidário de uma ideologia. Muito menos de uma ideologia que, desprezando a base biológica da natureza humana, pretende legitimar os mais aberrantes comportamentos sexuais, desde o homossexualismo até o incesto e a pedofilia.
Ao agir desse modo, o Ministério Público abriu um perigoso precedente. Se a cartilha sobre Bioética foi condenada por opor-se à ideologia de gênero, de modo análogo poderia ser condenado o uso da Bíblia, que usa palavras muito duras para qualificar o homossexualismo: “abominação” (Lv 18,22; 20,13), “paixões aviltantes”, “relações contra a natureza”, “torpezas”, “aberração” (cf. Rm 1,26-27).
Note-se que essa arbitrariedade do Ministério Público foi cometida sem que esteja em vigor qualquer lei federal que considere crime a oposição ao homossexualismo. Imagine-se qual será a intensidade da perseguição da ideologia de gênero se uma lei “anti-homofobia” for aprovada, como tanto deseja nosso governo do PT.
Enquanto isso, na Alemanha...
Matéria do jornalista Leone Grotti transcrita da revista italiana on line Tempi.it de 13/11/2014 [4].

Em 24 de outubro [de 2014], um oficial da polícia apresentou-se à porta da família Martens em Eslohe, pequeno município da Renânia Setentrional, Vestfalia, na Alemanha. Enquanto abria a porta, Eugen já sabia a finalidade daquela visita: a prisão da esposa e mãe dos seus nove filhos Luise. Sabia tudo de antemão porque pelo mesmo motivo ele próprio já tinha sido preso em 8 de agosto de 2013.

O que fizeram de tão grave os dois cônjuges de 37 anos de modo a merecerem a prisão? Não mataram, não roubaram nem causaram dano a ninguém. Sua única culpa é a de serem pai e mãe de uma menina que se recusou a participar duas vezes das aulas de educação sexual previstas pelas escolas primárias.


No ano passado Luise não foi levada à prisão com o marido porque estava grávida. Neste ano, o oficial da polícia não a “levou à força como deveria” porque está ainda amamentando o último filho. “Infelizmente, porém, não termina aqui.
A procuradoria fará aplicar a decisão do juiz”, afirma o policial...“Muitíssimas famílias estão nesse mesma situação do casal Martens na Alemanha, declara a tempi.it Matias Ebert, casado, com quatro filhos, que depois de tomar conhecimento da história dos Martens, decidiu fundar em Colônia a associação “Besorgte Eltern” (“Pais preocupados”).

O movimento já organizou diversas manifestações na Alemanha com milhares de participantes a fim de que “se discuta publicamente esse escândalo gigantesco e se impeça a corrupção de nossos filhos”, que a partir de seis anos devem participar de cursos de educação sexual onde se propugna a ideologia de gênero.

Por que se uma menina falta a duas oras de aula os pais são colocados na prisão?Na Alemanha a escola é obrigatória e se uma criança falta às lições, a escola tem a faculdade de denunciar os pais e o tribunal pode multar a família. Os cônjuges Martens por isso receberam uma multa de cerca de 30 euros. Isso é absurdo porque a filha abandonou a aula por sua própria iniciativa.


A família não podia pagar e pronto?Não, porque é uma questão de princípio. O que irrita é que o tribunal use dois pesos e duas medidas. Algumas crianças não vão à escola por meses e nada acontece com os pais. Mas quando uma menina falta duas horas de educação sexual, a família é prontamente denunciada. [...]


Por que a menina não queria participar dos cursos de educação sexual?Porque o conteúdo das lições é perverso. Não só se mostra às crianças como funciona o sexo dos homens e das mulheres, mas se lhes põe diante de uma “variedade” de práticas sexuais: sexo oral, sexo anal e muitos outros.Diz-se também às crianças, desde a escola primária, que o seu gênero não é determinado e que não podem saber se são meninos ou meninas, que devem refletir sobre isso. Isso para mim se chama manipulação dos pequeninos.
Há outros casos além do da família Martens?Certamente. Não conheço o número exato dos pais presos, mas só o pequeno grupo de pais da cidade de Paderborn (150 mil habitantes) passou ao todo nos últimos anos 210 dias na prisão. É um escândalo gigantesco também porque são as próprias crianças que querem sair da aula. Na cidade de Borken, por exemplo, em uma classe a lição perturbou tanto as crianças que seis delas desmaiaram.
27 de dezembro de 2014
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

BOAS NOTÍCIAS DO ESPAÇO: "MURO INVISÍVEL" PROTEGE A TERRA CONTRA RADIAÇÃO LETAL


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Notícias tranquilizadoras sobre a natureza e o nosso meio ambiente provêm com relativa frequência da ciência objetiva. Mas elas não obtêm espaço na mídia, que prefere os anúncios estarrecedores ou deprimentes, e raras vezes verdadeiros, do ambientalismo radical.
É o caso da descoberta surpreendente, e até agora inexplicada, feita por uma dupla de satélites da NASA (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço) e reportada em 27.11.14 pela revista científica britânica “Nature”.
Os satélites detectaram um campo de força invisível e impenetrável, a cerca de 11 mil km da superfície da Terra, que protege nosso planeta de doses letais de radiação. O anúncio foi noticiado por Salvador Nogueira, blogueiro da Folha de S.Paulo

As sondas Van Allen foram lançadas em agosto de 2012 com o objetivo estudar os ‘cinturões de Van Allen’, dois anéis de radiação resultantes da interação do campo magnético terrestre com as partículas emanadas constantemente do Sol.

Os dois cinturões, aliás, foram a primeira descoberta da era espacial, feita em 1958 pelo cientista americano James Van Allen, da Universidade de Iowa.
  
 
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As sondas de Van Allen da NASA, instrumentos da descoberta do "escudo" protetor da Terra.

Agora houve uma nova surpresa. E foi obra dos cientistas do MIT e da Universidade de Colorado, em Boulder, liderados por Dan Baker, ex-aluno do próprio Van Allen e diretor do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado, em Boulder. 
Eles perceberam que todos os elétrons com níveis altíssimos de energia, que chegavam a velocidades próximas à da luz, eram barrados um pouco acima do primeiro dos cinturões. Nenhum deles conseguia passar a barreira dos 11 mil km.

Essas barreiras funcionam como um escudo protetor altamente benéfico, pois essa radiação seria nociva se chegasse à superfície da Terra.

Caso atingissem regularmente a superfície do planeta, tais partículas inviabilizariam o desenvolvimento da vida, além de “fritar” os circuitos eletrônicos de satélites, explicou 
O Globo.

A surpresa aumentou pelo fato desse bloqueio abrupto contrariar a expectativa dos pesquisadores. Eles imaginavam que esses elétrons paravam na atmosfera terrestre e a ideia de uma barreira a 11 mil km nem sequer era suspeitada.
“É quase como se esses elétrons estivessem trombando com uma parede de vidro no espaço”, disse Baker. “É um fenômeno extremamente intrigante.”
“É um fenômeno muito raro, extraordinário. Ele indica que, se colocarmos um satélite ou uma estação espacial em órbita do lado de dentro dessa barreira impenetrável, podemos esperar que eles tenham vida útil muito maior”, declarou John Foster, diretor do Observatório Haystack do MIT, citado pelo "O Estado de S.Paulo".
 
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A ilustração didática mostra a proporção de uma tempestade solar e a Terra (pontinho azul)
 
 
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Fotomontagem de sucessivas explosões solares que chegam pouco depois até a Terra.
O corpo solar é representado pelo círculo branco.

Os cientistas ainda não têm uma explicação clara sobre a origem da barreira. O campo magnético da Terra parece não ter nada a ver com isso. 
O campo magnético terrestre é 30 vezes mais fraco na chamada Anomalia do Atlântico Sul — um “buraco” no campo magnético perto da costa oriental da América do Sul.
Nessa região, os cinturões de Van Allen chegam um pouco mais perto da superfície.
E se isso fosse causado pelo magnetismo terrestre, seria natural que os elétrons penetrassem mais na região. Mas não.
Baker e seus colegas elaboraram a hipótese de um gás ionizado chamado plasmasfera, que emitiria ondas eletromagnéticas responsáveis por rebater os danosos elétrons altamente energéticos.
Durante os momentos de grande atividade solar, os dois cinturões se desdobram em três, reforçando a defesa da Terra.
Os tripulantes das missões Apollo, que atravessaram esses cinturões entre 1968 e 1972, reportaram, até com os olhos fechados, flashes luminosos durante a travessia. 
 
 
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Gráfico da NASA apresentando os escudos magnéticos de Van Allen em volta da Terra e as duas 2 sondas da NASA, também conhecidas como Radiation Belt Storm Probes.

Segundo os cientistas, as ondas magnéticas de baixa frequência produzidas pela plasmasfera, tal como o “chiado” em uma transmissão de rádio, seriam as responsáveis por desviar os elétrons de alta energia, “erguendo” o escudo.

Ainda é preciso ver como essa plasmasfera se comporta quando atingida por tempestades geomagnéticas mais intensas.

“Se o Sol eventualmente bombardear a magnetosfera terrestre com uma ejeção de massa coronal, suspeito que ela será capaz de romper o escudo por um período de tempo”, especula Baker.

Em qualquer hipótese, a descoberta confirma mais uma vez a ordem profunda que existe na natureza. Ela também põe em evidencia os sapienciais mecanismos que reconstituem essa ordem quando atingida por fatores mais adversos.

E tudo isso sem que o homem tenha ideia desses mecanismos benéficos, suas ameaças e suas capacidades de auto-restauração.

Em face desses fenômenos, fica claro como são limitadas as forças do homem e limitados os efeitos de sua atividade! 
E nossos ardidos ambientalistas continuam achando que o homem pode desertificar ou torrar o planeta com aerossóis, carros ou cidades!
 
27 de dezembro de 2014
Luis Dufaur, escritor

TRÊS NOTINHAS DA SEMANA

 Artigos - Cultura

Se abrir relações diplomáticas e comerciais com uma ditadura comunista pudesse fomentar a liberdade, a China seria hoje uma democracia. Obama repete o erro criminoso de Richard Nixon, adquirindo para os EUA "o melhor inimigo que o dinheiro pode comprar". Em poucos anos, Cuba será uma potência econômica e militar invejável, sem democratizar-se no mais mínimo que seja – excetuada, é claro, a hipótese de uma revolução popular, que é exatamente o que o governo americano tenta evitar mediante a tábua de salvação atirada in extremis a uma ditadura moribunda.

Além do Brasil e das Farc, o Foro de São Paulo terá agora mais um patrono bilionário: os EUA, por intermediação de Cuba.

Os políticos conservadores e os refugiados cubanos em Miami podem se esforçar para dar outro rumo ao encadeamento das causas e efeitos, mas isso será como colocar rédeas num dragão.

Ao apoiar a iniciativa do governo Obama, o Papa Francisco prova mais uma vez sua completa falta de discernimento político.
 
* * *
 
Um dos dogmas mais básicos – e mais psicóticos – da mentalidade revolucionária nas últimas quatro ou cinco décadas é que não existe “natureza humana”: o bicho-homem não tem instintos, não tem programação genética, é uma folha em branco, uma tábua rasa: tudo o que ele faz e pensa é imposto por “estereótipos culturais”. Estes, por sua vez, não surgem da experiência acumulada das gerações, mas são “instrumentos de dominação” criados pela maldita classe dominante.

Se você acredita que é macho só porque nasceu macho, ou fêmea só porque nasceu fêmea, está muito enganado(a). Foi o “aparato de reprodução da ideologia burguesa” que vestiu em você esses modelitos odiosos para que você não percebesse que seu pênis pode ser um sinal de feminilidade e sua vagina uma prova de macheza acima de qualquer suspeita.

Nem precisa perguntar: Sim, a ciência já demonstrou que isso é uma fraude das grossas. E sim, os mesmos que brandem a teoria da “tábua rasa” contra os papéis tradicionais de homem e mulher saem gritando, cinco minutos depois, que o homossexualismo é genético e que tentar mudar um homossexual é crime. Isto é: você não nasce homem nem mulher, mas nasce homossexual. Perguntar como você pode sentir atração por pessoas “do mesmo sexo” sem ter sexo nenhum é homofobia.

Há ainda aqueles que exigem acesso aos banheiros femininos para os transexuais e ao mesmo tempo berram que “é preciso acabar com os estereótipos de macho e fêmea”. Mas o que faz de um transexual um transexual senão o fato de que, nascido num sexo, ele copia os estereótipos do outro? E é preciso ser cego para não notar que a conduta feminina de um transexual é ainda mais estereotipada que a das mulheres.

Um documentário recente (https://www.youtube.com/watch?v=p5LRdW8xw70) mostrou que na Noruega, o país onde a legislação é a mais igualitária do mundo para homens e mulheres, as pessoas continuam a buscar as profissões que correspondem ao “estereótipo” do seu sexo, com freqüência estatística até maior do que o faziam antes de oficializado o discurso equalizante. Os fanáticos da “tábua rasa” dizem que elas fazem isso por pressão da sociedade, mas elas insistem que não: as mulheres escolhem cuidar de bebês, e não de automóveis, porque querem e não porque mamãe mandou. Mas os iluminados acreditam que essas pessoas não têm autoridade para dizer o que querem: quem tem são eles.

É essa a mentalidade por trás de milhares de leis psicóticas com que cérebros lesados impõem a sua deformidade à população, proibindo a saúde mental como se fosse um crime.
        
        
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Está aberta a temporada de caça ao deputado Jair Bolsonaro. Na verdade, sempre esteve, não sendo essa portanto a razão pela qual volto ao assunto. A razão é que agora os tiros vêm da mais inesperada das direções: a coluna do Reinaldo Azevedo. E vêm com aquela persistência inflexível do atirador que não aceita como troféu senão a completa destruição do alvo ou, na mais branda das hipóteses, a sua definitiva humilhação pública.Numa de suas últimas postagens, o colunista da Veja firmou sua posição: ou o sr. Bolsonaro pede desculpas à sua colega Maria do Rosário, ou merece ter seu mandato cassado. Cassar o mandato de Maria do Rosário? Nem pensar.

Já disse, e reafirmo, que sou amigo do Reinaldo Azevedo e não deixarei de sê-lo por causa de uma opinião errada, depois de tantas certas e valiosas que ele já publicou. Mas esta de agora é tão errada, tão absurda, tão indefensável, que eu falharia ao meu dever de amizade se não alertasse o colunista para a injustiça que comete e o vexame a que se expõe.

Que a resposta do sr. Bolsonaro à sra. Maria do Rosário foi "uma boçalidade", como a qualifica Reinaldo Azevedo, é certo e ninguém duvida. Mas o sr. Bolsonaro a pronunciou em resposta, não a "outra boçalidade", como pretende Azevedo, e sim a uma falsa imputação de crime, que é por sua vez um crime. Reinaldo Azevedo exige que a boçalidade seja punida e o crime fique impune.

Como todo debatedor teimoso que se empenha na defesa do indefensável, Reinaldo se vê forçado a apelar a expedientes argumentativos notavelmente capciosos que, em situações normais, ele desprezaria.

Um deles é proclamar que a resposta do sr. Bolsonaro a Maria do Rosário transforma o estupro em uma “questão de mérito”. Quer dizer, pergunta Reinaldo, que, se Maria do Rosário merecesse, Bolsonaro a estupraria? Isso é deformar as palavras do acusado para lhe imputar uma intenção criminosa. Na verdade, Bolsonaro disse: “Se eu fosse um estuprador...” O restante da frase, portanto, baseia-se na premissa de que ele não o é, e só pode ser compreendido assim. Reinaldo parte da premissa inversa para dar a impressão de que o deputado fez a apologia do estupro. Com isso, ele endossa o insulto lançado pela deputada Maria do Rosário e usa essa premissa caluniosa como prova de si mesma. Raciocinar tão mal não é hábito de Reinaldo Azevedo, mas, como se sabe, o ódio político move montanhas: montanhas de neurônios para o lixo.

Pior ainda: tendo recebido centenas de objeções sensatas e racionais na área de comentários do seu artigo – inclusive as minhas --, ele não responde a nenhuma, mas tenta dar a impressão de que toda a oposição à sua versão dos fatos vem de “seguidores de Bolsonaro”, exemplificados tipicamente nos signatários de uma petição raivosa que exige a demissão do colunista de Veja. Fui ver a petição, e sabem quantos signatários tinha? Sete e não mais de sete (talvez agora tenha oito ou nove). Ao fazer desses sete os representantes da maioria que não pedia cabeça nenhuma, Reinaldo procedeu exatamente como os repórteres pró-petistas que, na massa de dezenas de milhares de manifestantes anti-Dilma, pinçaram cinco ou seis gatos pingados adeptos da “intervenção militar” para criar a impressão de que a manifestação era essencialmente golpista.

27 de dezembro de 2014
Olavo de Carvalho |

Publicado no Diário do Comércio.

OBAMA E RAUL ESQUECERAM O PRINCIPAL

Artigos - Movimento Revolucionário 
"Ahora, llevamos adelante, pese a las dificultades, la actualización de nuestro modelo económico para construir un socialismo próspero e sostenible".
Raúl Castro, em discurso ao povo cubano no dia 17 de dezembro de 2014.



Num dia de outubro do ano de 2012 - já contei isso antes por aqui - enquanto caminhava ao longo do Malecón habanero, eu ia observando o incessante bater das ondas contra os molhes que protegem a cidade. Retornara a Havana, passados 10 anos da minha visita anterior, para conhecer as mudanças que se dizia, então, estarem ocorrendo no país. Gastara os dias anteriores perguntando às pessoas sobre essas mudanças. "Câmbios? No hay cambios!", asseguravam-me aqueles com quem falava. De fato, tudo parecia apenas dez anos mais velho, dez anos mais deteriorado, exceto pela novidade dos telefones celulares. "Mas um dia o mar vencerá o muro", eu ia pensando enquanto contemplava a baía de Havana.
 
Lendo os jornais de hoje, 18 de dezembro de 2014, me pergunto: será este o momento? Será agora que Cuba tomará a decisão certa, o caminho da democracia sonhado por tantos cubanos, exauridos de sua liberdade e criatividade por um governo comunista, de feitio leninista? A frase com que abro este comentário, feito em cima dos acontecimentos, deixa margem para muitas dúvidas. O ditador Raúl Castro pretende instalar-se sobre uma contradição - "socialismo próspero". Ora, isso não existe. O que pode existir é uma ditadura com capitalismo, tipo chinesa.
 
Diante disso, vê-se que Obama acaba de prestar um desserviço ao povo cubano. Se era para fazer acordo, que o acordo previsse a abertura política. Ao isolar das negociações o povo da ilha, Obama reproduz a conduta brasileira, que socorre o ditador em suas necessidades materiais ajustando o estribo para que ele possa continuar cavalgando a nação cubana. Huber Matos, um dos principais comandantes da revolução, no livro "Cómo llegó la noche", relata uma conversa que teve com Fidel, indagando-o sobre quando iriam cumprir a promessa de permitir aos trabalhadores a participação no resultado das empresas. Na resposta, o Líder Máximo afirmou que isso seria impossível porque quando o trabalhador adquire independência econômica logo vai atrás da independência política.
 
Se tal entendimento os manteve no poder durante 54 anos, não vejo razão para que tenham mudado de opinião. A longa experiência certifica a correção da tese. Ademais, o modelo político cubano, segundo a própria definição de Fidel Castro, é marxista-leninista, ou seja, tem total desapreço à democracia e às liberdades que normalmente a acompanham. Se a questão política interna de Cuba não faz parte da pauta negociada entre Raúl e Obama com as bênçãos de Sua Santidade o Papa Francisco, então esqueceram o principal. Cuba não é um negócio da família Castro & Castro Cia. Ltda, com a qual Obama faz acertos, mas uma nação insular onde, há mais de meio século, 11 milhões de pessoas trabalham como escravas do Estado. Um dia, contudo, o mar vencerá o muro.

27 de dezembro de 2014
Percival Puggina

A JUDEOFOBIA NAS ONGs E NA ONU. OU: VOCÊ SABE PARA ONDE SUA CARIDADE VAI?


Caritas: um conceito cristão fundamental. E também um guarda-chuva organizacional que abriga 164 organizações mundiais oficialmente ligadas ao Vaticano e às entidades humanitárias mundo afora. O problema é um só: boa parte delas acaba indo contra a própria mensagem de caridade cristã e os anseios do Papa Francisco quando se trata de Israel e da paz no Oriente Médio.
 
Conversei em Israel com o representante da NGO Monitor, uma entidade que fiscaliza as ONGs internacionais em relação ao antissemitismo. Como Itai Reuveni explica, uma montanha de dinheiro circula nas campanhas contra Israel, parte financiada pelos governos democráticos da Europa, com ou sem conhecimento de seu destino pelos doadores.
 
Quando os inimigos de Israel perceberam que não seria possível derrotá-lo do ponto de vista militar, decidiram atacar a ideia de Israel.
A guerra passou a ser midiática. Como as flotilhas enviadas deliberadamente para causar reação militar, por exemplo, e expor ao mundo a “brutalidade” dos soldados israelenses no trato com “inocentes”. Israel seria alvo de uma forte campanha de boicote e isolamento.
 
Mas não só os países árabes colocam dinheiro em tais campanhas. Como a NGO Monitor demonstra, com fartura de dados, há muito dinheiro de governos europeus e de entidades católicas. Um misto de “judeofobia” com ignorância explica isso.
Há o que se chama de “the halo effect”, ou seja, é complicado atacar ONGs de Direitos Humanos e seus ativistas pois eles gozam de um salvo-conduto, de uma espécie de monopólio da virtude e das boas intenções.
 
Muita gente dá dinheiro para essas ONGs acreditando sinceramente em suas ações, sem o menor conhecimento de que servem para boicotar e difamar Israel, um país onde cristãos desfrutam de segurança e paz como nenhum outro na região.
Há pouca transparência nessas ONGs, nenhum mecanismo de pesos e contrapesos, de accountability, e o caminho fica livre para seus líderes abusarem da inocência de seus financiadores.
 
Claro, há também aqueles que sabem para onde vai o dinheiro, e mesmo assim doam. Esses alimentam uma “judeofobia” que vai claramente contra os princípios cristãos, sendo que o Cristianismo deve muito ao Judaísmo. George Soros é um desses que financia ONGs que acabam por atacar Israel, e parece improvável o investidor bilionário não ter noção do que faz.

Não são apenas as ONGs de Direitos Humanos que endossam essa campanha contra Israel; a própria ONU age assim. E não é de hoje. Na verdade, da forma como são selecionados os países membros, o viés anti-Israel fica evidente.
 
Quando foi formado o Conselho dos Direitos Humanos da ONU, que sepultou a antiga Comissão de Direitos Humanos, tomada por completo descrédito devido aos membros com péssima reputação, havia entre as 47 nações eleitas para compor o novo conselho ditaduras como Cuba, Arábia Saudita e China, além de países como Paquistão e Rússia, onde os tais “direitos humanos” passaram bem longe. Para piorar, a subsecretária do Conselho de Direitos Humanos da ONU para a mulher é presidida pelo Irã! Resgatar a credibilidade da instituição dessa forma parece um tanto estranho, para dizer o mínimo.
 
Esse viés contra Israel fica explícito e escancarado quando avaliamos a quantidade de condenações oficiais expedidas pela ONU. Em 2014, Israel foi disparado o principal alvo. Será que o país comete mais abusos aos direitos humanos do que o Sudão, a Líbia, a Síria, a Venezuela ou Cuba? Parece uma piada de mau gosto. Eis a imagem que resume o absurdo:
 
UN x Israel

Como não ficar chocado com tamanho viés? Como ainda levar a sério a ONU e as ONGs internacionais de Direitos Humanos? É uma pena, além de revoltante, pois desqualifica uma ideia louvável, que é lutar pelos direitos humanos universais.
Esse ridículo viés mostra que não são aqueles que realmente abusam dos direitos humanos os principais alvos, e sim um país democrático, plural e com amplo respeito às minorias como Israel.
 
E essa campanha difamatória bancada por governos europeus e cristãos do mundo todo, de forma consciente (algo temerário) e inconsciente (a maioria dos casos).
Portanto, caro leitor, nessa véspera de Natal, quando é comemorado o nascimento de um judeu que se tornou o ícone do Cristianismo, seria bom perguntar para onde sua caridade vai:
para lutar efetivamente pela paz, ou para disseminar o ódio aos judeus?
 
Feliz Natal e Shalom!

27 de dezembro de 2014
Rodrigo Constantino

O LEGADO DE JOAQUIM NABUCO



 
Quando se vê defrontado pela crise moral e institucional de nossos tempos, o cidadão brasileiro realmente interessado nos rumos do país se vê carente de referências nacionais de valor. A descaracterização mal-intencionada de nosso passado, promovida em materiais didáticos e pregações políticas rasteiras, é a grande culpada por isso.
O Brasil, ainda belo e admirável aos olhos, mas sofrendo os extremos efeitos de um processo de anos de propositada confusão e imoralidade, já foi berço de gigantes, de figuras extraordinárias, de que não podemos esquecer. Nas páginas de “Minha Formação”, seu livro de memórias e reflexões, podemos penetrar a intimidade de um dos maiores brasileiros de todos os tempos: Joaquim Nabuco (1849-1910).
 
O diplomata, político e jurista, formado na Faculdade de Direito do Recife, deixou para a posteridade, além do legado inquestionável da campanha abolicionista – cumprindo papel fundamental na eliminação de uma das mais tristes páginas da história brasileira, a escravidão –, em que se portou como incansável guerreiro da liberdade, as páginas que expressam sua genialidade e permitem dividir com os patriotas de hoje as preocupações do construtor de ontem.
Afinal, tal como José Bonifácio e outros valorosos nomes, Nabuco é um construtor do Brasil. Construtor de uma realidade, de um país onde as mais diversas etnias passam a conviver sem uma sujeição de amparo legal de umas perante as outras – ainda que as medidas de nosso atual governo tentem promover divisões artificiais -, e construtor de um sonho – um sonho ainda não realizado, de fazer do Brasil uma nação avançada, próspera e consciente de si. “Minha Formação”, que reúne anotações de Nabuco sobre sua trajetória de vida até 1899, é um livro que não apenas informa. Ele inspira, emociona, faz o leitor se sentir motivado por viver no mesmo torrão em que uma alma como aquela deu seus luminosos primeiros passos.~
 
Politicamente, Nabuco se define como um “liberal inglês”. “Quando entro para a Câmara” diz ele, “estou inteiramente sob a influência do liberalismo inglês, como se limitasse às ordens de Gladstone; esse é em substância o resultado de minha educação política: sou um liberal inglês – com afinidades radicais, mas com aderências whigs – no Parlamento brasileiro; esse modo de definir-me será exato até o fim, porque o liberalismo inglês, gladstoniano, macaulayiano, perdurará sempre, será a vassalagem irresgatável do meu temperamento ou sensibilidade política”.
Em um cenário nacional monárquico dividido em dois grandes partidos, os chamados Partido Conservador e o Liberal, Nabuco esteve no primeiro e terminou a vida pública no segundo, e teceu considerações elogiosas a figuras de ambas as legendas.
 
Ao ler as páginas de “Minha Formação”, a experiência é em alguns aspectos similar à de ler “Reflexões sobre a Revolução na França”, de Edmund Burke, a quem Gladstone, referenciado por Nabuco, muito apreciava; ambos são confessos monarquistas, sem avançar em que determinadas formas empíricas de governo sejam essencialmente superiores a outras, mas compreendendo a importância da prudência, da adequação de princípios abstratos às experiências históricas e realidades concretas de cada povo e lugar.  
E Nabuco conhecia bem o espírito anglo-saxônico, fornecendo observações bastante pessoais sobre a Inglaterra e os Estados Unidos.
 
Nas linhas de Nabuco sobre a Família Real, como no famoso trecho de Burke a respeito da rainha de França, encontra-se o mesmo cavalheirismo, a mesma elegância, o mesmo “romantismo” que, particularmente, nos parece, a despeito de qualquer limitação que possa ter, algo sedutor e comovente.
A mesma aversão a radicalismos destrutivos e ânsias por rupturas bruscas, típica do que alguns convencionaram chamar de conservadorismo político moderno, dá as caras em ambos. Isso motivou Nabuco a se manter sempre afastado dos anseios republicanos que insuflaram algumas correntes de sua geração.
 
Qualquer que seja a nossa visão sobre tudo isso, porém, o abolicionismo é maior que qualquer outro elemento em sua vida. Ele próprio reconhece que “a feição política tornar-se-á secundária, subalterna, será substituída pela identificação humana com os escravos e esta é que ficará sendo a característica pessoal, tudo se fundirá nela e por ela.
Nesse sentido é a emancipação a verdadeira ação formadora para mim, a que toma os elementos isolados ou divergentes da imaginação, os extremos da curiosidade ou da simpatia intelectual, os contrastes, os antagonismos, as variações de faculdades sensíveis à verdade, à beleza, que os sistemas mais opostos refletem uns contra os outros, e constrói o molde em que a aspiração política é vazada, e não ela somente, a inteligência, a imaginação, os próprios sonhos e quimeras do homem”.
Libertar os escravos, tornar todos os habitantes do Brasil efetivamente seus cidadãos, tornou-se a causa da vida de Joaquim Nabuco.
Com sua elogiosa oratória, sua bagagem cultural vasta e sua sensibilidade notável – e, nas páginas de “Minha Formação”, entramos em contato com um pouco de cada uma -, ele foi até o Vaticano se encontrar com o papa para pedir um manifesto contra a escravidão, o que relata em detalhes.
 
É imperioso revolvermos os porões do passado e encontraremos a ordem liberal sendo defendida por grandes figuras de nosso país, que conhecemos apenas de nome e, muitas vezes, são mencionadas e homenageadas por cultistas de totalitarismos e extremismos que jamais contariam com seu aplauso. Joaquim Nabuco é nome de ruas, é figura retratada em quadros e estátuas.
No dia 2 de junho deste ano, foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria. Uma das pouquíssimas atitudes positivas de nossa atual mandatária do Executivo, cujo nome não mencionaremos por julgarmos que não merece constar de um artigo em homenagem a um verdadeiro homem público, com todas as letras e “pingos nos is”.
Nabuco faz parte do norte que precisamos revisitar, da inspiração que precisamos resgatar para colocarmos a bandeira verde e amarela em seu devido destino, em sua legítima direção.
Deixemos esse grande baluarte nacional da liberdade nos brindar com uma perfeita síntese de sua própria vida:
 
“Qualquer que seja a verdade teológica, acredito que Deus nos levará de algum modo em conta a utilidade prática de nossa existência e, enquanto o cativeiro existisse, estou convencido de que eu não poderia dar melhor emprego à minha do que combatendo-o.
Essa vida exterior, eu sei bem, não pode substituir a vida interior, mesmo quando o espírito de caridade, o amor humano, nos animasse sempre em nosso trabalho.
A satisfação de realizar, por mais humilde que seja a esfera de cada um, uma parcela de bem para outrem, de ajudar a iluminar com um raio, quando não fosse senão de esperança, vidas escuras e subterrâneas como eram as dos escravos, é uma alegria intensa que apaga por si só a lembrança das privações pessoais e preserva da inveja e da decepção.”
 
Pequenos que somos, que vejamos nessas palavras uma exortação para agir. Por pouco que façamos em nome da liberdade e dos bons princípios, intenso nos é o ganho, qualquer que seja a nossa crença, pelo menos para que nossos descendentes não nos vasculhem no passado e digam: eles nada fizeram. Joaquim Nabuco fez. E nós, faremos?
 
27 de dezembro de 2014
Por Lucas Berlanza, publicado no Instituto Liberal

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