"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 27 de março de 2014

UM ESCÂNDALO BILIONÁRIO


 

O Brasil foi um país distraído, mas atualmente muitos o consideram grande e bobo, além de corrupto, o que é pior. Creio que muita gente já ouviu falar em Pasadena, cidade americana do Estado do Texas. Mas quero falar da Operação Pasadena, negociata da Petrobras no desgoverno do ex-Luiz, que vai causar um prejuízo de até US$1 bilhão à Petrobras e seus acionistas.
O caso está sendo investigado pelo TCU e tem tudo para se transformar em ação judicial em Nova York, movida por investigadores internacionais.

O Ministério Público Federal já estuda a instauração de um processo de investigação, ante os fortes indícios de superfaturamento na maioria dos contratos firmados na gestão de Gabrielli, cujo prejuízo está estimado em R$10 bilhões. Os maiores alvos de superfaturamento que o MPF vai investigar são os contratos que envolvem a Refinaria Abreu e Lima (Rnest/PE), o Comperj, de Itaboraí, e os também questionáveis projetos de refinarias premium do Ceará e do Maranhão.

Também, e principalmente, a lesiva compra de uma refinaria tecnologicamente ultrapassada em Pasadena, no Texas, e o escândalo Gemini – uma sociedade por meio da qual o governo brasileiro entregou o cartório de produção e comercialização de gás natural liquefeito (GNL) a uma transnacional dos Estados Unidos.

Essa última transação foi uma negociata fechada em 2006, gestão de Gabrielli, quando a hoje presidente Dilma era chefe da Casa Civil do ex-Luiz e presidente do CA da Petrobrás. Dilma teve de engolir a operação, com a qual, parece, não concordava, o que posteriormente motivou a substituição de Gabrielli por Graça Foster.

A REFINARIA…

Em janeiro de 2005, a empresa belga Astra Oil comprou a Pasadena Refining System Inc. por US$ 42,5 milhões. Em 2006, os belgas venderam 50% das ações da empresa para a Petrobras por US$ 360 milhões. A refinaria não tinha condições de processar o pesado petróleo brasileiro e, aí, brasileiros e belgas firmaram um contrato para dividir o empreendimento de US$ 1,5 bilhão, ajustando numa cláusula contratual que, se houvesse distrato, uma das partes teria de reembolsar a outra.

Pois bem, em 2008, houve o desentendimento, e os belgas acionaram a Petrobras a pagar US$ 700 milhões. Perdendo a causa, a Petrobras se viu obrigada a torrar, bem torrado, US$ 700 milhões. Mais isso e aquilo e mais custas, US$ 839 milhões para assumir o controle da já maldita Pasadena.

Colocada à venda na gestão Graça Foster, para se livrar do mico, uma única e ridícula oferta foi feita pela transnacional Valero, sediada nos EUA: US$ 180 milhões. Assim, a Petrobras levará um ferro de quase US$ 1 bilhão. E vai ficar assim? Papa Chico vem aí, quem sabe um milagre, né…

(Este artigo foi publicado em 24.4.2013 e volta hoje a ocupar este espaço porque constatei que da mesma forma que o ex-Luiz nunca sabe de nada, dona Dilma, que ganhava da Petrobras mais de R$ 76 mil por mês como presidente do Conselho de Administração, parece que assina documentos sem ler, visto que autorizou essa operação sem conhecer todo o conteúdo do contrato.)

28 de março de 2014
Sylo Costa
O Tempo

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 27/03
 
 
27 DE MARÇO DE 2014


MARCO CIVIL DA INTERNET: TODAS AS VEZES QUE O PT GANHA, O BRASIL E A LIBERDADE PERDEM.

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Alguém acredita que Graça Foster, “presidenta” da Lavanderia Petralhobras não sabia do tal “comitê de proprietários” e suas funções, que são descritos em detalhes no artigo 3º do acordo de acionistas da empresa, datado de 1º de setembro de 2006?

Charles Laughton não é lindo?

27 de março de 2014

AÉCIO ENTREVISTADO. QUE DIFERENÇA DO APEDEUTA!

VÍDEO: ROBERTO D'ÁVILA ENTREVISTA JOAQUIM BARBOSA

CNI/IBOPE: APROVAÇÃO DO GOVERNO DILMA DESPENCA 7%. VEJA A PESQUISA EM GRÁFICOS


Avaliação do governo Dilma
Expectativa com relação ao restante do governo
Aprovação da maneira de governar de Dilma
Confiança em Dilma
Atuação em Educação
Atuação em Saúde
Atuação em Segurança Pública
Atuação em Combate à Fome e à Pobreza
Atuação em Meio Ambiente
Atuação em Inflação
Atuação em Taxa de Juros
Atuação em Impostos
Atuação em Combate ao Desemprego
Comparação com Governo Lula

O CAOS NOSSO DE CADA DIA

TCU aponta 81% unidades do SUS com déficit de profissionais
Numa auditoria inédita do Tribunal de Contas da União (TCU), aprovada nesta quarta-feira pelo plenário do tribunal, depois de visitarem 116 hospitais-gerais e prontos-socorros em todas as unidades da federação, os auditores do TCU concluíram que:

O fantástico desempenho do governo
A falta de equipamentos mínimos, como monitores e ventiladores pulmonares, leva ao bloqueio de leitos em 77% das unidades visitadas. Na gestão da presidente Dilma Rousseff, a quantidade de leitos ofertados pelo SUS diminuiu 3,2%. São 11,5 mil leitos a menos de 2010 para 2013, como cita a auditoria aprovada em plenário. A redução ocorreu em basicamente todo tipo de internação. No ano passado, a média no Brasil era de 2,51 leitos por mil habitantes. A média dos países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi de 4,8 leitos. Na União Europeia, chegou a 5,3. A auditoria aponta que, segundo a OCDE, nos últimos dez anos, foi registrada queda média de 2% ao ano no número de leitos nos países da União Europeia.

O TCU também fiscalizou a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, cujo conselho é formado por quatro ministros – da Saúde, Casa Civil, Justiça e Fazenda. No relatório votado pelos ministros, são reproduzidas as últimas auditorias feitas no colegiado, responsável por definir o preço máximo de comercialização de medicamentos no país.

Numa comparação com outros nove países que também têm esse tipo de regulação, os auditores constataram que o Brasil tem 23 remédios – de um grupo de 50 mais comercializados – com o maior preço de mercado. Destes 50 princípios ativos, 43 têm preço acima da média internacional. Somente dois têm o menor preço no Brasil.

Os hospitais visitados têm um agudo quadro de superlotação das alas de emergência. A frequência com que a ocupação desses leitos excede a capacidade máxima é de 64%, conforme questionários respondidos pelos gestores das unidades. De cada dez hospitais, oito têm como principal motivo para o bloqueio de leitos a falta de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Já em seis, dentre dez unidades, o atendimento é inadequado por conta de equipamentos antigos ou desatualizados.

No caso da atenção básica em saúde, as unidades têm dificuldades de atrair ou fixar os profissionais de saúde e também falta dinheiro para custear o Programa Saúde da Família. Esta é a realidade em 65% dos hospitais visitados.

O TCU ainda vai aprofundar o estudo para, então, fazer determinações e recomendações ao Ministério da Saúde. Os próximos relatórios vão detalhar o impacto das políticas públicas adotadas pelo ministério. A pasta ainda não se pronunciou sobre a auditoria aprovada nesta quarta.

Do Globo.
 
27 de março de 2014

A MERDA É TANTA QUE MANDAM UM MÚSICO PARA AVALIAR O SISTEMA DE DEFESA ANTIAÉREA DO BRASIL


São Jorge e o Dragão, ou, como queiram, Jeferson e Ideli.
Marido da ministra Ideli Salvatti, o subtenente músico do Exército Jeferson da Silva Figueiredo participou em janeiro de sua primeira missão internacional. Passou duas semanas na Rússia como integrante de uma comissão técnica de compras. Mas o militar músico não desembarcou em Moscou para renovar os instrumentos do Exército. Ele foi escalado pelo ministro Celso Amorim para avaliar o sistema de defesa antiaérea que o Brasil pretende comprar da Rússia.

O Pantsir-S1, a escolha de Amorim, custa quase o triplo dos modelos preferidos pelos militares brasileiros que, ao contrário do marido de Ideli, realmente entendem do assunto.
Por Otavio Cabral, Veja
 
P.S.: Quanto é que o nanoministro do Celso Amorim está levando nessa?
 
27 de março de 2014

ESTRANHAS TRANSAÇÕES


Dora Kramer diz hoje que “a ideia de usar a Petrobrás para fins políticos já podia ser identificada claramente no primeiro grande encontro do PT logo após a eleição de Luiz Inácio da Silva, no Hotel Nacional, em São Paulo. Nos bastidores travava-se uma batalha pela presidência da empresa e os interessados comentavam o quanto o posto lhes seria útil para os planos futuros de eleições a governos de Estados”.

Eu pergunto: que fins políticos são esses em que se justifica o roubo de dinheiro público e dos acionistas? Que diabo de política é essa, inventada pelo partido que foi criado se dizendo o guardião da moralidade e decência? Chamar isso de política é chamar urubu de meu louro - é caso de polícia. Aliás, chamar PT de partido também - aquilo é uma quadrilha.

O artigo abaixo dá mais nomes aos bois da Petrobras.
Vejam como é enrolada essa teia:

Estranhas transações
José Casado
A Petrobras amplia seu espaço no noticiário policial. Nas próximas horas o Ministério Público decide se pede a prisão preventiva do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa. Ele foi detido em casa, quinta-feira passada, sob acusações de lavagem de dinheiro. A prisão preventiva (mínimo de 30 dias) costuma ser usada para induzir à colaboração no inquérito.

Costa foi diretor de Abastecimento da estatal durante oito anos. Chegou à diretoria em 2004 na esteira dos acordos de Lula e José Dirceu com líderes de partidos aliados, que resultaram no mensalão. Foi apadrinhado por José Janene, então líder do PP na Câmara, que recebeu US$ 2 milhões, via corretoras como a Bônus-Banval, operada por Enivaldo Quadrado, condenado no mensalão, em ligação com o doleiro paranaense Alberto Yussef.

Janene morreu em 2010, antes do julgamento, com o mandato de deputado que a Câmara se recusou a cassar. Com o desgaste do padrinho, Costa passou à órbita de um consórcio integrado por frações de PR, PT e PMDB.

Dilma Rousseff e Graça Foster, presidente da estatal, gastaram dois anos em negociações - com o PT e o PMDB - para demitir Costa e os diretores Renato Duque, de serviços de engenharia, e Jorge Zelada, da área internacional.

Duque era o mais antigo do trio na diretoria. Assumiu em 2003 sob o patrocínio de José Dirceu, chefe da Casa Civil. Dirceu passou um mês (de 1º de janeiro a 2 de fevereiro) no Conselho de Administração da Petrobras. Saiu ao perceber riscos no acúmulo dessa posição com o mandato de deputado federal. Duque permaneceu, com a credencial de militante do PT, via núcleo Novo Brasil.

Jorge Zelada ascendeu à área internacional em 2008, no lugar de Nestor Cerveró indicado por PT e PMDB. Lula e o então presidente da estatal, José Gabrielli, negociaram a troca de guarda com núcleos do PMDB do Rio e de Minas Gerais. Desde a demissão de Zelada em 2012, a função é acumulada por Graça Foster, presidente da empresa. Cerveró foi levado ao caixa da BR Distribuidora, e expurgado na semana passada.

Sob Cerveró e Zelada e Gabrielli, o conselho da Petrobras presidido por Dilma sancionou a compra com prejuízos da refinaria de Pasadena (Texas) e negociou ativos na Argentina com um dos financistas da família Kirchner, Cristóbal López, concessionário de cassinos.

A transação teria sido intermediada no Brasil à taxa de 20%. O “destravamento” do negócio custou US$ 10 milhões a López, como divulgou o repórter Hugo Alconada Mon no “La Nación”, de Buenos Aires, em agosto do ano passado. Na mesma época, um ex-funcionário da Petrobras, João Augusto Rezende Henriques, contou ao repórter Diego Escosteguy, da revista “Época”, que não havia negócio internacional sem pagamento de “pedágio”, com 60% a 70% do dinheiro “repassado ao PMDB”.

Dilma enfrenta críticas do PT pela tentativa de “limpeza” na Petrobras - “disciplina na utilização dos recursos financeiros da companhia”, como definiu Graça Foster.

Ela tem a chance de iluminar obscuros negócios realizados na estatal. O detergente institucional é sempre o melhor remédio. A omissão significa assumir riscos, como o de assistir à “delação premiada” de escândalos em plena luta pela reeleição.
 
27 de março de 2014

MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES DEVERIA CHORAR DE VERGONHA...



Só voltamos a crescer com Lula.

Estamos investindo em infraestrutura basicamente.

Ninguém come PIB, come alimentos.

O governo [Dilma] está combatendo a inflação da melhor forma que pode.

Não vejo pressão inflacionária.

Estou moderadamente otimista.

Não leio mais economia para não me aborrecer. É um festival de besteiras.

Concordo apenas com a última linha, principalmente quando é a Maria da Conceição que as diz.
Só para lembrar, o Plano Cruzado foi “tão bom” que esculhambou a balança de pagamentos de tal maneira que acabou com as nossas reservas internacionais, o que levou o nefasto Zé Sarney a decretar a moratória da dívida externa em 1987 por falta de condições para honrar os compromissos externos.
O Plano Cruzado não só fracassou, mas também se tornou inesquecível por causa das ações judiciais até hoje em curso, na qual cidadãos comuns exigem de bancos e governos a reparação das perdas monetárias então sofridas.
Hoje, Maria deveria chorar de vergonha, mas como todo bom petralha, essa palavra não consta do seu vocabulário.
 
 
27 de março de 2014

DILMA BOTA O BRASIL NO CHEQUE ESPECIAL. ROMBO DE FEVEREIRO É DE R$ 3,1 BILHÕES


 
Depois de reclamar do rebaixamento da nota do Brasil por uma agência de classificação de risco, o governo divulgou um buraco nas contas do Tesouro Nacional em fevereiro. No mês passado, os gastos federais com pessoal, programas sociais, custeio administrativo e investimentos superaram em R$ 3,1 bilhões as receitas.
 
Isso significa que, em vez de poupar para o abatimento de sua dívida, o Tesouro Nacional precisou tomar dinheiro emprestado para bancar suas despesas cotidianas e as obras públicas. É o que se chama, em economês, de deficit primário. O resultado contrasta com a promessa, feita para convencer os investidores de que não haverá descontrole das contas neste ano eleitoral, de poupar -fazer um superavit primário- de R$ 80,8 bilhões até dezembro.
 
Na segunda-feira, a agência Standard & Poor’s reduziu a nota da dívida pública brasileira de BBB para BBB-. Em caso de nova queda, emprestar ao governo deixa de ser considerado um investimento seguro. Em nota, o Ministério da Fazenda chamou a decisão de “inconsistente” e afirmou que “o país tem gerado um dos maiores superavits primários do mundo nos últimos 15 anos”. Verdadeira para o longo período mencionado, a afirmação omite a queda aguda do superavit de 2012 para cá.
O Tesouro encerrou o primeiro bimestre com superavit de R$ 9,9 bilhões, bem abaixo dos R$ 19,7 bilhões do período correspondente de 2013 -ano encerrado com o menor superavit em 15 anos. Os números apontam que o governo Dilma Rousseff mantém os gastos em alta e se apoia em previsões perigosamente otimistas para a arrecadação de impostos. Nos dois primeiros meses do ano, as despesas cresceram 15,5% e somaram R$ 158,5 bilhões, enquanto as receitas, de R$ 168,3 bilhões, subiram apenas 7,3%.
Os tributos sobre os lucros das empresas, casos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) decepcionaram. Os resultados só não foram piores porque o Tesouro extraiu R$ 2,9 bilhões dos lucros das estatais para engordar seu caixa. Manobras do gênero foram citadas pela agência de risco ao explicar a decisão de rebaixar a nota brasileira.
 
(Folha Poder)
 
27 de março de 2014
in coroneLeaks  

POPULARIDADE DE DILMA DESABA PARA 36% NA CNI-IBOPE


Dilma vaiada na Copa das Confederações: popularidade decrescente.

A aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff caiu para 36 por cento em março, ante 43 por cento em novembro, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira.

De acordo com o levantamento, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 27 por cento dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo, ante 20 por cento em novembro. O percentual dos que consideram o governo regular é de 36 por cento, ante 35 por cento.

A pesquisa apontou ainda que 48 por cento dos que responderam à pesquisa confiam na presidente, ante 52 por cento na pesquisa anterior. A aprovação pessoal de Dilma ficou em 51 por cento, contra 56 por cento em novembro, ao passo que os que desaprovam a presidente somam agora 43 por cento, ante 36 por cento.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas entre os dias 14 e 17 de março. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
 
(R7)
 
27 de março de 2014
in coroneLeaks

VAMOS INVESTIGAR?

 
A cada dia, fica mais claro que a gestão petista rifou a Petrobras, loteou a empresa e entregou partes importantes do negócio ao regozijo de comensais do condomínio governista. A cada dia, fica mais claro que uma parte importante da companha funciona nas sombras, numa espécie de universo paralelo em que se transacionam interesses da pior qualidade. 
 
Tudo sob beneplácito do governo petista. 
A CPI vai servir para iluminar isso. 
Vamos investigar? 

O interesse da sociedade falou mais alto e a oposição conseguiu assinaturas suficientes para instalar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado para investigar suspeitas de irregularidades na Petrobras. Não há apenas uma caixa-preta a ser desvelada; há, também, nichos importantes da empresa agindo no paralelo, à margem da sua governança. 
 
Liderado pelo PSDB, o esforço pela apuração dos desmandos na Petrobras surtiu efeito ontem, ao conquistar apoio de 29 senadores – dois além do necessário – para a criação da CPI. O requerimento será protocolado hoje. 
Mas, não satisfeito, o governo já acionou seus tratores para tentar impedir que a investigação prospere:
 “Sou especialista nisso [em forçar parlamentares a retirar o apoio a CPIs]”, disse um deles aO Estado de S. Paulo. 

Investigar a Petrobras é defendê-la da infestação de cupins que minam seus alicerces e ameaçam fazer desmoronar um dos mais importantes patrimônios do Estado brasileiro. Em pouco mais de três anos, a companhia perdeu cerca de 70% de seu valor de mercado, vendo R$ 200 bilhões virar fumaça. 

Imagine o que pode acontecer se esta sangria não for logo estancada... 

A cada dia, fica mais claro que a gestão petista rifou a Petrobras, loteou a empresa e entregou partes importantes do negócio ao regozijo de comensais do condomínio governista. A cada dia, fica mais claro que uma parte importante da companha funciona nas sombras, numa espécie de universo paralelo em que se transacionam interesses da pior qualidade. Tudo sob beneplácito do governo do PT. 

A cada declaração pública, o governo e a direção da Petrobras tentam amenizar as responsabilidades que têm sobre os negócios ruinosos que a companhia vem fazendo, seja por opção, seja por decisões estratégicas de seu acionista controlador, isto é, a União. A cada declaração, fica mais claro que tinham menos controle sobre a companhia do que o desejável, em se tratando de uma empresa que vale quase R$ 200 bilhões – já chegou a valer mais que o dobro disso – e tem um plano de investimentos de US$ 222 bilhões em marcha. 

Pelos jornais de hoje, fica-se sabendo que – a despeito de ter deixado Graça Foster, a presidente da companhia, “surpreendida”, segundo declarou em entrevista publicada ontem por O Globo – a Petrobras tinha formalmente um “comitê de proprietários” para deliberar sobre a famigerada refinaria de Pasadena. Tal organismo se colocava acima até do conselho de administração e da diretoria da estatal. Como pode? 

Acontece que o comitê e suas funções tinham existência formal, descrita em detalhes no artigo 3° do acordo de acionistas firmado entre a Petrobras e a belga Astra em 1° de setembro de 2006, podendo ser “facilmente encontrado” por quem tem olhos para ler, segundo a Folha de S.Paulo. Basta querer enxergar, mas esta não parece ser a regra na estatal nestes anos petistas. 
 
Neste universo paralelo, quem mandava era Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e hoje detido pela Polícia Federal sob a suspeita de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Mas Nestor Cerveró, diretor da BR Distribuidora demitido na sexta-feira passada no bojo do escândalo da hora, também tinha liberdade de sobra para transitar e deliberar neste mundo das sombras que vai se desvelando na Petrobras. 
 
O Valor Econômico informa hoje que Cerveró, então diretor da área internacional da Petrobras, negociou com desenvoltura condições danosas para aquisição da metade restante da refinaria de Pasadena junto aos belgas. 
Ele trocou sete cartas de intenções manifestando interesse da estatal em pagar US$ 785 milhões pelos 50% que a Astra mantinha no negócio no Texas. 
 
Ocorre que o comitê de arbitragem contratado para definir o valor do exercício da opção de compra prevista no contrato de Pasadena (a cláusula “put option” que Dilma Rousseff disse desconhecer) estipulou valor de US$ 466 milhões pelos 50% restantes da refinaria. Ou seja, Cerveró acenara com a possibilidade pagar quase 70% mais do que o negócio valia. Esta discrepância é que esticou o litígio e levou a Petrobras a ter que pagar ainda mais aos belgas:
 US$ 820 milhões. 
 
Poderia ter sido pior: 
“A avaliação [feita por Cerveró] estabelece possíveis e diferentes cenários para avaliar 100% da refinaria Pasadena, sendo que as avaliações variam entre US$ 582 milhões e US$ 3,5 bilhões”, informa o Valor. Se pagar US$ 1,18 bilhão pela refinaria já foi um negócio horroroso, imagine como seria se as tratativas do universo paralelo da Petrobras tivessem prosperado... 
 
A atitude temerária do dirigente levou a Comissão de Valores Mobiliários a ensaiar uma reprimenda a Cerveró, o que só não foi adiante porque as conclusões do órgão só foram obtidas depois do prazo legal de prescrição. Não custa lembrar que Nestor Cerveró saiu da Petrobras para a BR Distribuidora tendo seus “relevantes serviços prestados” e sua “competência técnica” louvados pelo conselho de administração presidido por Dilma... 

Passa da hora de este mundo de sombras ver a ação detergente da luz do sol. 

Ao governo, interessa tentar melar o jogo para manter tudo como está e continuar afundando a Petrobras. À sociedade, o que importa é recuperar este valioso patrimônio público para que ele volte a servir aos brasileiros e não ao condomínio que se apropriou da estatal nos últimos anos. 
 
 
Vamos investigar?

                                                              Instituto Teotônio Vilela
27 de março de 2014

VERSO/REVERSO! ESTÁ BOM OU RUIM?


 
 
 
E então: 
está bom ou está ruim? 
Ser rebaixado por uma agência de classificação de risco é certamente ruim. 
Mas o mundo não acabou. 
Nem a bolsa despencou, nem o dólar disparou. 
Logo, qual o problema de uma nota mais baixa?

O problema maior está justamente na formulação dessa pergunta. 
Assim como leva anos para se arrumar a economia de um país — e merecer o grau de investimento — também é preciso uma série longa de equívocos para estragar a coisa. Como isso acontece devagarzinho, a gente corre o risco de se acostumar com o errado. É o que está acontecendo por aqui.

A agência Standard & Poor’s (S&P) promoveu o Brasil a grau de investimento, retirando-o do grupo dos caloteiros, só em 2008, nada menos que 14 anos depois da introdução do Real e após uma série de reformas que levaram à estabilidade. O país estava então no segundo mandato de Lula, que celebrou ruidosamente a novidade. Disse que era um momento mágico e que o Brasil recebera o carimbo de país sério.

Era por aí: 
o prêmio pela manutenção de uma mesma política econômica ao longo de quatro mandatos presidenciais, comandados por partidos diferentes. Em 2011, já no governo Dilma, o Brasil teve uma outra promoção, passando para o nível dois de grau de investimento. Era uma recompensa pela boa sobrevivência à crise financeira global. Desta vez, o Brasil acompanhou os principais emergentes: 
todos reagiram bem.

Na última segunda-feira, portanto, o Brasil retrocedeu três anos. 
Voltou à nota de 2008, que ainda é grau de investimento, mas apenas no primeiro nível. Mais uma bobeada — ou um conjunto de bobeadas — e o país volta ao grupo dos caloteiros conhecidos.

Mas esse fato — ter a economia brasileira permanecido como investiment grade — foi o mais acentuado por muita gente. 
Por exemplo: 
a bolsa brasileira continuou no ritmo positivo — no day after do rebaixamento emplacou sete dias úteis de alta. E o dólar continuou acomodado na casa dos R$ 2 e trinta e poucos. Os juros subiram, mas só um pouco.

Mas olhem mais para trás. 
Nos últimos 12 meses, a bolsa brasileira sai do positivo e se mostra como tem sido: 12% de queda. Foi um dos piores desempenhos entre as principais bolsas internacionais.

Todas as medidas do risco Brasil vêm mostrando alta desde 2012. Hoje, esse risco — medido pela taxa de juros que o governo paga por empréstimos externos ou pelo seguro contra calote — é maior do que a média da América Latina e da Ásia emergente.

Isso reflete a deterioração da política econômica especialmente nos últimos três anos. Mas o que significa deterioração? Significa que os fundamentos — aqueles que levaram ao grau de investimento — não foram jogados no lixo, mas têm sido maltratados.

Por exemplo: 
ainda estamos sob o regime de metas de inflação com Banco Central independente. O BC segue os rituais desse sistema praticado por quase todos os países sérios, mas... não segue. Ficou evidente que o BC reduziu a taxa básica para 7,25%, lá atrás, para cumprir uma meta política da presidente Dilma. Tanto foi um movimento sem base técnica que hoje, com a volta da inflação, o BC colocou a taxa de juros no mesmo lugar em que estava quando a presidente Dilma assumiu, em 2011. Ou seja, esse movimento do BC só causou confusão e deixou a inflação perto e até acima do teto da meta.

É tudo assim, por um lado, por outro. 
A meta de inflação continua sendo de 4,5%, mas qualquer coisa abaixo dos 6,5% está bom para o governo.

O governo continua colocando no orçamento as metas de superávit primário, como manda a lei de responsabilidade fiscal, um dos pilares do grau de investimento. Mas, na execução, o governo manipula os números, inventa operações para esconder a alta da dívida, faz novas promessas — e acha que todo mundo vai acreditar.

Contou com isso por um bom tempo.
 Só agora a S&P resolveu reduzir a nota brasileira. As outras duas agências importantes ainda não se moveram.

Resumo da ópera: 
a gestão da política econômica é bastante ruim, em praticamente todas as áreas, do combate à inflação à gerência do setor elétrico e da Petrobras. Por isso o risco Brasil e a S&P derrubaram a nota brasileira. Mas, como as bases institucionais da estabilidade continuam aí, entende-se que os desvios podem ser corrigidos a tempo. Daí, a manutenção do grau de investimento.

Desse ponto de vista, o rebaixamento deve ser visto como um sinal de que, antes de mais nada, a política econômica precisa voltar aos fundamentos.

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O Globo
27 de março de 2014ver

O BRASIL REAL SEM O MARQUETINGUE DOS EMBUSTEIROS



O governo está com enormes dificuldades para emprestar R$ 3 bilhões, com juros subsidiados, para empresas nacionais desenvolverem máquinas, equipamentos e soluções técnicas para o setor de petróleo e gás. Não porque as empresas não tenham condições, mas porque as próprias companhias, todas fornecedoras da Petrobrás, têm engavetado projetos de inovação diante do quadro de dificuldades de caixa da estatal. Desse bolo financeiro, o governo hoje vislumbra desembolsar apenas cerca de R$ 500 milhões, ou 16% do total.

Segundo apurou o Estado, a Petrobrás tem acenado a seus fornecedores uma disposição menor de adquirir as inovações que serão geradas a partir dos projetos financiados pelo programa Inova Petro 2, lançado em janeiro pelo governo. Em fase de recebimento das cartas de manifestação de interesse, o Inova Petro 2 foi alvo de interesse de uma carteira de quase R$ 14 bilhões em projetos das empresas, que, no entanto, estão reticentes em tomar o dinheiro, ainda que a custo subsidiado.

Gerido pelo BNDES, pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Petrobrás, o Inova Petro 2 conta com R$ 3 bilhões para serem emprestados, a juros abaixo do praticado no mercado, para o desenvolvimento de instalações submarinas, processamento de superfície, reservatórios e poços. O governo quer analisar as propostas e liberar o recurso em 2015, de forma a gerar resultado sobre a cadeia produtiva quando a exploração do pré-sal estará a todo vapor no País.

Na gaveta. 
Sob a condição de anonimato, representantes de duas fornecedoras da Petrobrás afirmaram que têm projetos prontos, mas que, no momento, eles ficarão guardados. "O quadro do setor não é de estagnação, mas também não há aquele crescimento vistoso que prevíamos para este início de ano. Vamos esperar para ver", afirmou um empresário.

Em nota, a Petrobrás informou que apoia o Inova Petro 2, mas que a decisão de participar "compete exclusivamente às empresas". Segundo a estatal, interessados têm até 24 de abril para aderir.

A primeira fase do programa Inova Petro, lançada em agosto de 2012, também não atingiu as expectativas do governo, embora o resultado final tenha sido melhor. BNDES e Finep ofereceram R$ 3 bilhões em crédito subsidiado naquela oportunidade. O valor contratado foi inferior ao total, ainda que tenha ficado próximo do teto - foram R$ 2,75 bilhões distribuídos entre 38 empresas e 15 Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs).

Entre as vitoriosas na chamada pública estavam grandes empresas como Evonik, Mectron (do grupo Odebrecht), Radix Engenharia, TMSA e Imep, entre outras.

JOÃO VILLAVERDE / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
27 de março de 2014

POR QUE A CPI DA PETROBRAS




 
 
 
 
À oposição interessa saber o que está acontecendo na Petrobras por uma razão muito simples: é preciso defender este patrimônio nacional, impedir que continue a ser carcomido por cupins e preservá-lo da predação que petistas e seus aliados patrocinam na empresa. Quem for contra isso que não assine o requerimento de criação da CPI e assuma que não quer salvar nossa principal estatal. A quem, em contrapartida, interessa transformar a Petrobras em escombros?
razões de sobra para a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito no Congresso para apurar os malfeitos na Petrobras. Não se trata de vontade exclusiva de partidos de oposição. É a sociedade brasileira que quer saber o que está levando a empresa a um buraco sem precedentes na sua história. Há todo um conjunto da obra a ser investigado, bem além de fatos isolados, embora escabrosos, como as refinarias de Pasadena e Abreu e Lima.


Neste momento, apenas os partidos de oposição ao governo – PSDB, DEM, PPS e Solidariedade – têm posição firme e unânime em defesa da criação da CPI. Busca-se agora o número mínimo de assinaturas – 171 na Câmara e 28 no Senado – para a instalação de uma comissão mista, formada por deputados e senadores. Felizmente, outras forças políticas começam a se juntar ao esforço.

                           Na outra ponta, o governo tem todo direito de ser contra a CPI. 
Mas que deixe isso bem claro. 
Que deixe claro que não quer que sejam elucidados negócios nebulosos como o que levou a refinaria de Pasadena a ser comprada por valor quase 30 vezes maior do que valia poucos anos antes e como o que resultou num gasto oito vezes maior na construção da Abreu e Lima, em Pernambuco. Ser contra a CPI é ser a favor desta sangria.


À oposição interessa saber o que está acontecendo na Petrobras por uma razão muito simples: é preciso defender este patrimônio nacional e impedir que ele continue a ir para o ralo, como está acontecendo nos últimos anos, por causa da má gestão que o PT impôs à estatal. Uma investigação congressual séria visa estancar a destruição da Petrobras e preservá-la da predação que petistas e seus aliados patrocinam na empresa. Quem for contra isso que não assine o requerimento de criação da CPI e assuma que não quer salvar a Petrobras.
 
Se os governistas não veem razão para a apuração, a própria presidente Dilma Rousseff fornece argumentos para investigar. Se ela mesma diz que o conselho de administração da Petrobras foi instruído por pareceres falhos e informações incompletas na tomada de decisões, em muitos casos bilionárias, alguém errou e deve, numa gestão séria, responder por isso. Ou será que não?

Se não bastasse, Graça Foster, a presidente da companhia, também fornece motivos para que a apuração aconteça. Em entrevista publicada hoje
n’O Globo, a primeira depois do começo da atual crise, ela admite que o tempo todo alguém que deveria saber de tudo, ou bastante, na Petrobras é surpreendido com o que se passa lá dentro. Foi assim com Dilma; tem sido assim com Graça.

Havia, por exemplo, estruturas paralelas operando na empresa ao largo de seus instrumentos institucionais de governança. É o caso de um “comitê de proprietários” de Pasadena, no qual Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da companhia e ora preso pela Polícia Federal, era o representante da Petrobras. Sem que ninguém – ou, pelo menos, Graça Foster – soubesse.

Há, também, novas suspeita de superfaturamento na refinaria Abreu e Lima – com aditivos contratuais que somam R$ 836 milhões e outros em negociação atualmente que podem encarecer a obra em mais R$ 600 milhões, ainda segundo O Globo, com base em investigações do TCU. Em alguns casos, tais reajustes baseiam-se em consumo de material três vezes maior do que o originalmente orçado, como na compra de estruturas metálicas. Tudo isso Graça considera “surpreendente”. Por que, então, não deixar o Congresso apurar?

Enquanto a CPI não chega, a oposição continua fazendo sua parte, convocando e convidando envolvidos nos episódios nebulosos em que a Petrobras está metida para prestar depoimento no Congresso. Isso, porém, não invalida, não substituiu a necessidade de uma investigação mais profunda, estruturada, metódica sobre o que aconteceu na maior estatal brasileira nestes últimos anos.


A CPI é uma oportunidade de pôr ordem numa história que hoje se encontra dispersa. Os erros cometidos ao longo destes anos todos não são esparsos, não são fortuitos, não são episódicos. São fruto de uma estratégia equivocada traçada desde o governo Lula e mantida por Dilma. São capítulos de uma mesma história, que está conduzindo a Petrobras a uma devastação impensável até pouco tempo atrás. É todo o conjunto da obra que é ruinoso.

Os que querem ver uma empresa forte, um patrimônio nacional preservado, uma companhia orientada a auxiliar o país a avançar também querem ver a Petrobras livre dos cupins que lhe devoram as estruturas. Barrar a CPI e deixar tudo como está é deixar os alicerces da companhia continuarem a ser carcomidos e esperar a construção desabar. A quem, afinal, interessa transformar a Petrobras em escombros?

 Instituto Teotônio Vilela
27 de março de 2014