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A senadora Ana Amélia Lemos lidera a corrida ao governo do Rio Grande do Sul e tritura Dilma em sua base eleitoral. |
No dia 25 de junho, às vésperas do término do prazo para as convenções dos partidos, a reunião do Partido Progressista (PP) terminou em confusão. A cúpula do partido não conseguiu aprovar, como pretendia, o apoio à candidatura à reeleição da presidente-candidata Dilma Rousseff.
Um dos diretórios que capitaneou a dissidência foi o do Rio Grande do Sul, com a senadora Ana Amélia Lemos à frente. A briga não reverteu o quadro porque, numa canetada, o presidente da sigla, Ciro Nogueira (PI), reuniu a cúpula do partido em seu gabinete no Senado e, a portas fechadas, decidiu pelo apoio a Dilma. Mas o embate foi um claro prenúncio do tamanho da dificuldade que o PT e Dilma enfrentarão pelos oito milhões de votos gaúchos em outubro.
Com o protagonismo nacional enfraquecido por uma longa crise nas contas públicas, o Rio Grande do Sul terá nas urnas oito candidatos ao Palácio Piratini, entre eles o atual governador, Tarso Genro, do PT, que tenta a reeleição.
A gestão do petista acabou marcada pelo endividamento do Estado – mais de 41 bilhões de reais –, aumento de 22% dos homicídios e uma crise permanente com professores da rede estadual, além do desgaste por ter criado uma estatal para gerenciar as estradas.
"Sou muito mais beneficiada pela fragilidade do Tarso Genro do que exatamente por alguma qualidade que eu possa ter. Estamos vivendo um bom momento para a renovação no Estado, e a política é imponderável", diz Ana Amélia.
Segundo a última rodada de pesquisas feitas pelo Ibope, Ana Amélia tem 37% das intenções de voto, contra 31% de Tarso. Ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori (PMDB) está em terceiro, com 4%, e o deputado federal Vieira da Cunha (PDT) tem 2%. Sondagens feitas pelo PP apontam um cenário ainda mais favorável à senadora, que chega a 42%, ante 27% do rival petista.
Com uma conhecida dificuldade de relacionamento com Tarso, a presidente Dilma chegou a negociar um palanque com Ana Amélia, mas esbarrou na resistência do PP gaúcho. “O Tarso e seu governo desastrado vieram para atrapalhar a Dilma e jogá-la para baixo”, diz o deputado federal Jerônimo Goergen (PP).
O PP gaúcho dará palanque ao tucano Aécio Neves, numa parceria que incendiou os ataques dos adversários. Ana Amélia passou a ser comparada à ex-governadora Yeda Crusius (PSDB), cuja gestão foi marcada por um esquema de corrupção no Detran, investigado pela Operação Rodin da Polícia Federal.
Segundo políticos gaúchos, a trajetória de Ana Amélia agrada o eleitor do Estado: filha de mãe merendeira e pai carpinteiro, ela saiu de casa aos 9 anos para ser dama de companhia de uma idosa. Concluiu os estudos graças a uma bolsa escolar concedida pelo ex-governador Leonel Brizola e formou-se em jornalismo, profissão que exerceu nas últimas três décadas. A visibilidade na televisão lhe rendeu 3,4 milhões de votos nas eleições de 2010.
Viúva do ex-senador Omar Cardoso, Ana Amélia tem 69 anos e não tem filhos. Declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de 2,5 milhões de reais. Segundo aliados e assessores, ela leva uma vida simples: evita comprar roupas em lojas de shopping e prefere recorrer a uma costureira de Taguatinga, no entorno de Brasília. Em dias corridos no Senado, leva o almoço de casa.
Com pouco tempo na política, Ana Amélia também é criticada pelos opositores do PP pela falta de experiência na administração pública e o fato de viver há anos em Brasília. “É o mesmo do que colocar o governador para apresentar um programa de televisão. Ela só tem experiência de administrar a pequena sucursal de sua empresa em Brasília”, critica o também jornalista Lasier Martins, que vai seguir o mesmo caminho e tentar o Senado pelo PDT.
Conservadora, a candidata ao Piratini carrega a bandeira do agronegócio, uma das principais fontes de renda do Estado, o que lhe garante simpatia no interior. É ferrenha defensora dos pequenos produtores de fumo. “Eu não sou defensora do tabaco, mas sim dos trabalhadores. Eu estou falando de uma produção que é legal e é a indústria mais taxada do país. Eu respeito os médicos que são contra o tabagismo. Mas, atualmente, estamos aceitando contrabando paraguaio que não se sabe de qual jeito é feito. Pode ser mais danoso em todos os aspectos”, diz Ana Amélia.
Para se aproximar do público jovem, que pouco acompanhou seus programas na televisão, Ana Amélia montou seu QG de campanha em Porto Alegre, em um casarão onde trabalham 40 integrantes da cúpula da campanha. Pelo menos duas vezes na semana, reúne-se com os coordenadores para definir estratégias. Ela também optou por coligar-se ao PRB, partido ligado ao eleitorado evangélico, e escalou como vice o ex-jogador e treinador do Grêmio Cassiá Carpes (SD). “Nós formamos a dupla Grenal”, brinca a senadora, torcedora do Internacional – ela carrega na carteira um cartão de crédito com brasão do time colorado. A preferência pelo Inter, aliás, é a única comparação que Ana Amélia permite com o adversário petista. "Apenas isso!", adverte, em tom de brincadeira.
Do site da revista
MEU COMENTÁRIO: Esta matéria do site de Veja, de autoria de Marcela Mattos, está muito bem feita. Entretanto, aproveito a oportunidade para indagar àqueles sabujos do PT dentro do partido de Ana Amélia, o PP, aqueles contumazes aduladores de corruptos que questionam suposta falta de experiência da candidata.
Indago a eles: que experiência tinha o Lula, um sindicaleiro que nunca trabalhou na vida, pois passou a maior parte do tempo com dirigente sindical? E a Dilma, qual a experiência da Dilma? Aquela lojinha 1,99 que foi à lona?
Tive a oportunidade de por um longo tempo, em nível profissional, manter constante contato com Ana Amélia Lemos quando ela dirigia a Sucursal da RBS em Brasila.
Posso lhes dizer que Ana Amélia Lemos é uma grande profissional, além de pessoa educada, alegre e comunicativa que sempre me tratou muito bem.
Por isso, se fosse eleitor no Rio Grande do Sul, não só votaria na Ana Amélia Lemos, mas trabalharia de graça em sua campanha.
A primeira coisa que uma pessoa deve possuir é bom caráter para postular qualquer cargo eletivo. Aliás, é uma condição exigível não apenas para cargos importantes, mas para qualquer atividade.
E tem mais: o que caracteriza o gozo da cidadania é o direito de votar e ser votado. Qualquer cidadão, independente de seu nível de escolaridade tem o direito, portanto, de votar e ser votado. Tem o direito de candidatar-se a um cargo eletivo.
Tanto é que Lula foi candidato. Entretanto, o Apedeuta não possui o essencial, que é o bom caráter. Haja vista que há 1 ano e 8 meses corre da imprensa como o diabo foge da cruz. Só fala por meio de ventríloquos. Além, disso, também não pode sair mais às ruas, como a Dilma, sob pena de sofrer uma vaia e ser admoestado. Lembrem-se que Lula não compareceu a nenhuma cerimônia e jogos da Copa do Mundo, embora tenha sido dele a idéia de trazer o mundial para o Brasil. Além do mensalão, assombra Lula o escândalo protagonizado por sua amante, Rosemary Noronha.
Dito, isto, conclui-se que Ana Amélia Lemos, é ouro puro perto de Lula, Dilma e seus sequazes. E por isso mesmo, vai vencer a eleição para o governo do Rio Grande do Sul e, de quebra, ajudar a vitória de Aécio Neves no Estado gaúcho.