"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

SE SÉRGIO MORO DEIXAR O GOVERNO, O DESGASTE DE BOLSONARO CRESCERÁ AINDA MAIS



A situação política do ministro Sérgio Moro piorou nos últimos dias na proporção em que o presidente Jair Bolsonaro decidiu substituir o diretor geral da Polícia Federal, sequer dando uma oportunidade ao titular da Justiça de indicar o sucessor de Maurício Valeixo. Evidentemente a tensão é grande, sobretudo na medida em que a mudança na PF é dada como certa inclusive por integrantes do próprio setor.

Reportagem de Camila Mattoso, Folha de São Paulo de quinta-feira, ilumina fortemente a batalha que está se travando na Esplanada de Brasília entre o Ministério da Justiça e o Palácio do Planalto.

MORO IRRITADO – O tema tornou-se um problema grave para Sérgio Moro. Tanto é assim que na quarta-feira durante encontro com jornalistas, Sérgio Moro perdeu a calma e encerrou o encontro exatamente três minutos depois da abertura dos diálogos.

Como era esperado, e devia ter sido esperado pelo próprio Moro, choveram perguntas dos repórteres a respeito da Polícia Federal. As perguntas refluíram para um tema só: exatamente a questão da Polícia Federal e da intromissão do presidente da República desejando ele próprio tornar-se o autor exclusivo da decisão.

Sérgio Moro, a rigor, não pode abrir mão de indicar o diretor geral. Isso porque ele é titular do Ministério da Justiça e Segurança, a quem, portanto, o chefe da PF é subordinado.

CHOQUE IRRECUPERÁVEL – Se o desfecho for esse, Moro na minha opinião, terá sofrido um choque irrecuperável. Sobretudo porque ele fora o autor da nomeação de Maurício Valeixo, e se tornou, não sei por quê, antagonista no processo Fabrício Queiros. Vale lembrar sempre que as investigações que convergiram para o ex-assessor Fabrício Queiroz foram sustadas por determinação de Dias Tofolli, presidente do STF.

Inclusive, de forma surpreendente porque quem requereu o ato não foi Queiroz, mas sim o advogado de Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, mas que não era acusado de coisa alguma. O despacho do Ministro Tofolli estendeu-se até o antigo COAF, que mudou de nome transformando-se em Inteligência Financeira.

MELHOR AVALIADO – Para que se possa ter uma ideia do peso da perda de pontos para o governo, no caso de Sérgio Moro sair da Justiça, é bom destacar que a mais recente pesquisa do Datafolha analisada por Flávia Faria, também da Folha, Sérgio Moro é o membro do governo melhor avaliado pela população. Alcança 54% no campo positivo. Enquanto isso a aprovação de Bolsonaro fica contida no percentual de 29 pontos. Pelos números e pela atmosfera política do país, pode-se deduzir a dimensão do estrago que atingirá o Palácio do Planalto.

Afinal de contas, qual o motivo que leva o presidente Jair Bolsonaro a insistir tanto na nomeação do diretor geral da PF, não levando em consideração a caneta de Sérgio Moro em todo este episódio. Some-se esse desgaste à perda causada pelo choque com o governo chileno. As coisas vão mal.

06 de setembro de 2019
Pedro do Coutto

ERROU: AUGUSTO ARAS NA PGR

PREVARICAÇÃO DE DODGE, ALÉM DE MAIA E IRMÃO DE TOFFOLI, BENEFICIOU MINISTRO DO STJ E TCU

BOLSONARO REBATE CRÍTICAS À INDICAÇÃO DE ARAS E DIZ QUE COM A ESCOLHA FEZ 'BOM CASAMENTO'


Independência da PGR ameaçada é motivo de temor entre procuradores

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu nesta quinta-feira, dia 5, a indicação de Augusto Aras para a chefia da Procuradoria-Geral da República e associou sua escolha a um “casamento”. “Outros nomes também apareceram. Eu tinha um universo ali de poucos para escolher. Eu acho que dei sorte, acho que escolhi o melhor, que estou fazendo um bom casamento. Na frente do padre que é o Senado, para aprovar o nome dele”, afirmou. Escolhido por Bolsonaro, Aras precisará ser aprovado em sabatina do Senado. O mandato é de dois anos, com possibilidade de reconduções sucessivas.

Uma das atribuições do PGR é investigar e denunciar políticos com foro especial, incluindo o próprio presidente da República. Em nota, a Associação Nacional dos Procuradores da República enfatizou que o Ministério Público Federal deve ser “independente”. Para a entidade, falas anteriores de Bolsonaro indicando que buscava alguém alinhado a ele “revelam uma compreensão absolutamente equivocada sobre a natureza das instituições em um Estado Democrático de Direito”. Nesta quinta-feira, as declarações do presidente foram dadas para apoiadores que o esperavam na entrada do Palácio da Alvorada. Ele desceu do carro e disse aos presentes que é preciso esperar e “dar um tempo” ao indicado para novo procurador-geral.

PRESSÃO – “O universo [de candidatos] era pequeno e eu tinha que escolher. O pessoal fica radical, [dizendo que] tem que botar um cara da Lava Jato. Tudo bem, então o cara é radical e quer acabar com a corrupção. Mas é um cara que é xiita na questão ambiental”, disse o presidente. Em outro momento, ele revelou que havia tanto pressão pela recondução de Raquel Dodge ao posto quanto pela indicação do chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para o comando da instituição. “A Raquel Dodge estava na fita, ontem [quarta] teve o problema [o grupo de trabalho da Lava Jato na PGR fez um pedido de demissão em protesto à titular do órgão]. Eu não vou acusá-la de nada”, declarou o presidente.

Bolsonaro criticou duramente o chefe da força-tarefa da Lava Jato. “O Dallagnol é outro também, rolou uma pressão para colocá-lo. Alguém sabe a vida de Dallagnol no tocante à ideologia de gênero, família, questão ambiental? E ficam enchendo o meu saco e dando palpite”, acrescentou. Ele não deu mais detalhes sobre suas críticas a Dallagnol, mas recentemente a página oficial do presidente no Facebook compartilhou uma publicação que chama o procurador de “esquerdista estilo PSOL”. A escolha de Bolsonaro desagradou a grupos de direita e apoiadores do presidente. No passado, Aras se manifestou favoravelmente a algumas teses ligadas à esquerda —como a Folha mostrou, ele já citou slogan do ex-presidente Lula em entrevista em 2016.

ALINHAMENTO – Nos últimos meses, no entanto, Aras assumiu perfil conservador e demonstrou alinhamento com as ideias defendidas por Bolsonaro — entre elas, a questão ambiental, a defesa do excludente de ilicitude para proprietários rurais que atirarem em invasores de suas terras e a oposição à decisão do STF de criminalizar a homofobia. Aras adiantou que esse perfil conservador também deve nortear a ocupação dos cargos de segundo escalão. Bolsonaro, por sua vez, citou como “bom sinal” o fato do subprocurador já ter sido criticado por veículos de imprensa.

“Sinal de que a indicação nossa é boa. Uma das coisas conversadas com ele, já era a sua praxe, é na questão ambiental. O respeito ao produtor rural e também o casamento da preservação do meio ambiente com o produtor.” As críticas à escolha de Aras também vieram de procuradores do Ministério Público Federal, incluindo integrantes da Operação Lava Jato. O alinhamento com o presidente gera temores quanto à independência da PGR em relação ao governo.

Pela primeira vez em 16 anos, o novo PGR não figurou na lista tríplice escolhida em eleição interna da associação nacional de procuradores —hipótese que já era adiantada por Bolsonaro desde o começo do processo de sucessão. Aras se lançou oficialmente à corrida pela PGR em abril deste ano, quando, em entrevista à Folha, foi o primeiro candidato a admitir publicamente que disputava o cargo por fora da lista tríplice — o que lhe rendeu críticas de colegas, que veem na eleição interna uma forma de garantir a independência da instituição em relação do Poder Executivo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Aras foi recebido por Bolsonaro cinco vezes antes de ser anunciado para a vaga. Alvo de militantes que o taxavam de ser alinhado à esquerda, de forma suave e lisa, logo tratou de dizer que a sua equipe seria formada por partidários bolsonaristas e afagou tecendo críticas à “ideologia de gênero”. “Eu não posso, como cidadão que conhece a vida, como sexagenário, estudioso, professor, aceitar ideologia de gênero”, declarou em entrevista. O cargo exigia independência, mas Aras conseguiu “se alinhar” à agenda do presidente. Criticado e até odiado por muitos, deixou apenas o “noivo” feliz. Como dito pelo próprio presidente, foi a melhor proposta de casamento avaliada. Terão fôlego para enfrentar a aversão coletiva da categoria? (Marcelo Copelli)


06 de setembro de 2019
Deu na Folha

VETOS DE BOLSONARO NA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE SERÃO DERRUBADOS, DIZEM PARLAMENTARES

“Lamentáveis os vetos”, diz Ricardo Barros, relator da proposta

Os vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei de Abuso de Autoridade, sancionada nesta quinta-feira, dia 5, vão enfrentar forte resistência no Congresso. Foram vetados 36 pontos de 19 artigos, entre eles o que obrigava o agente público a se identificar ao preso, o que proibia execuções de decisões judiciais de forma “ostensiva e desproporcional”, o que punia o agente público que captasse ou permitisse a captação de imagens do preso ou investigado, e o que previa punição para o uso irregular de algemas. Logo depois da divulgação do ato do presidente, as reações começaram no Legislativo. A maior reação deve vir da Câmara dos Deputados.

DERRUBADA – Relator da proposta de abuso de autoridade na Casa, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) considerou “lamentável” tantos vetos do presidente ao texto aprovado pelo Congresso e disse que caberá dos líderes partidários a decisão de derrubar ou não a decisão de Bolsonaro. “São lamentáveis tantos vetos porque a lei foi votada em acordo com os líderes do Congresso, mas caberá a estes senhores líderes a decisão de como os partidos se posicionarão na sessão do Congresso Nacional”, disse. Para o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB), a previsão é derrubar todos os vetos do presidente, exceto o sobre o uso de algemas. “Ele está dentro da prerrogativa dele em vetar, e nós também estamos na nossa de analisar os vetos e derrubar”, disse. O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse que “só é contra a lei de abuso quem comete abuso” e concordou, em uma “análise preliminar”, com apenas dois dos vetos.

Na tentativa de vencer a resistência de deputados aos vetos de Bolsonaro, um grupo de senadores articulará, na próxima semana, pela manutenção da decisão do presidente. “Queríamos que ele vetasse integralmente. Mas ele teve de tomar decisão política para não desagradar parte da Câmara. Meu entendimento é que continua uma porcaria”, diz o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP). — O projeto foi feito com ódio de juiz, promotor e policial da Lava-Jato. Vamos brigar pela manutenção do veto — acrescentou.

MAIORIA – Para a rejeição de um veto, é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados (257) e senadores (41). E, se for registrada uma quantidade inferior de votos pela rejeição em uma das Casas, o veto é mantido. O senador Marcos Rogério (DEM-RO) diz que os vetos serão analisados separadamente pelo Congresso. “O papel do presidente é exercer o controle. E o papel do Congresso é manter ou derrubar. Naquilo que presidente tiver razão, nós vamos manter. Aquilo que o Congresso julgar que o o presidente extrapolou, derrubamos”, disse.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse não saber quando marcará a sessão do Congresso para apreciar os vetos. E lembrou que há outros na fila, além de projetos de lei. “Não tenho previsão de marcar sessão do Congresso para a semana que vem, mas, se os líderes concordarem, na (próxima) terça-feira, que a gente tem que convocar para quarta, convocamos para quarta ou para quinta”, disse.


06 de setembro de 2019
Amanda Almeida, Gustavo Maia,
Naira Trindade e Natália Portinari
O Globo

JUCÁ. LOBÃO E OUTROS 27 TÊM SIGILO BANCÁRIO QUEBRADO POR DETERMINAÇÃO DO JUIZ MARCELO BRETAS

Sem mandato, os ex-senadores perderam o foro privilegiado

O juiz federal Marcelo Bretas , responsável pela Lava-Jato no Rio, determinou a quebra do sigilo bancário dos ex-senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Edison Lobão (MDB-MA), além de 27 pessoas e empresas ligadas aos ex-parlamentares. 
A lista com as quebras de sigilo inclui dois filhos e um irmão de Jucá e dois filhos, um neto e um sobrinho de Lobão. 

O período para a derrubada do segredo de contas de depósito, poupança, investimento e outras transações financeiras é de dez anos, entre 1º de janeiro de 2009 e 6 de agosto de 2019. O juiz atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio.

PROPINAS – Jucá é o presidente nacional do MDB. Foi ministro do Planejamento no governo de Michel Temer e líder do governo no Senado. Em outubro, foi punido nas urnas e não se reelegeu. 
Lobão foi ministro de Minas e Energia nos governos de Lula e Dilma Rousseff e também não conseguiu um novo mandato de senador; foi apenas o quarto mais votado no Maranhão. 
Ex-caciques da política nacional, e hoje esvaziados, sem poder de decisão e cargos, Jucá e Lobão passaram a ser alvos de diversos inquéritos da Lava-Jato. 
Os dois são suspeitos de recebimento de propina em grandes obras de infraestrutura, como a usina nuclear Angra 3, no Rio, e a usina hidrelétrica Belo Monte, no Pará. 
Até agora, os dois vêm conseguindo escapar de medidas mais drásticas da Justiça, como uma prisão temporária ou preventiva.

Sem mandato, os ex-senadores perderam o foro privilegiado, que garantia que seus processos tramitassem junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). 
Em abril, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, mandou para as mãos de Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal no Rio, o inquérito que investiga Jucá e Lobão por suposto recebimento de propina a partir das obras de Angra 3. Isto ocorreu em razão da perda do foro privilegiado. Na Justiça no Rio, o inquérito tramita sob sigilo. 

Os bancos devem quebrar os sigilos de Jucá; de seu irmão Álvaro Oscar Ferraz Jucá; de seus filhos Marina e Rodrigo de Holanda Menezes Jucá; do ex-banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos e de cinco pessoas e quatro empresas ligadas de alguma forma ao ex-banqueiro; e de duas empresas de Álvaro Jucá, a Alfândega Empreendimentos e Participações e a Cais do Recife Participações. 
No caso de Lobão, a quebra do sigilo deve contemplar também os filhos Márcio Lobão e Edson Lobão Filho; o neto Lucas Lobão; o sobrinho Rafael Barjona Lobão; o advogado Márcio Augusto Vasconcelos Coutinho, o escritório de advocacia de Márcio, três pessoas associadas a ele e uma transportadora no nome de duas dessas pessoas; uma mineradora no nome de Lucas Lobão, a Pedra do Rosário; e a Agropecuária e Reflorestadora Ouro Branco, no nome de Rafael Lobão.

“TRANSPARÊNCIA” – O advogado de Jucá, Fábio Medina Osório, disse que o presidente do MDB “está à disposição da Justiça para cooperar e não tem contra si nenhum elemento que corrobore a delação ofertada”. “Suas movimentações financeiras são transparentes.” 
Medina também defende Lobão. Segundo o advogado, as delações envolvendo o ex-senador e o irmão Márcio Lobão “carecem de elementos de corroboração”. 
“A quebra de sigilo, tal como determinado pelo Judiciário, é positiva, pois comprovará a lisura das movimentações financeiras dos investigados, os quais estão cooperando com a Justiça para os esclarecimentos cabíveis”, afirmou em resposta à reportagem.

06 de setembro de 2019
Vinicius Sassine
O Globo

PARTIDOS DE ESQUERDA DO REINO UNIDO REJEITAM NOVA ELEIÇÃO



“É o único caminho a seguir para o nosso país”, disse Boris sobre a antecipação de eleições.

O Partido Trabalhista (PT) de Jeremy Corbyn e outras legendas de oposição no Reino Unido chegaram, nesta sexta-feira (6), a um acordo para não apoiar a proposta do primeiro-ministro Boris Johnson de convocar eleições antecipadas.

Os trabalhistas e outros partidos, entre eles os liberal-democratas e os nacionalistas da Escócia, concordaram em votar contra o pedido da antecipação eleitoral, informa a agência EFE.

O governo britânico indicou ontem que Boris voltará a pedir o apoio da Câmara dos Comuns na segunda-feira para convocar novo pleito — no próximo dia 15 de outubro — com o objetivo de superar a grave crise gerada pelo Brexit.

A primeira tentativa de antecipar a eleição foi frustrada pela oposição na última quarta-feira (4), que considerou prioritário aprovar antes o projeto de lei que exige ao Governo solicitar à UE uma prorrogação do Brexit, cuja data está marcada para o dia 31 de outubro.

Durante evento em uma Academia de Polícia de Yorkshire, nesta quinta-feira (5), Boris declarou:

“Não quero eleições, mas, francamente, não vejo outra maneira. É o único caminho a seguir para o nosso país. Temos que resolver este assunto da UE, temos que sair da UE em 31 de outubro.”


06 de setembro de 2019
renova mídia

PROJETO-PILOTO DE SÉRGIO MORO JÁ MOSTRA RESULTADOS

ACORDO NO STF PREVÊ R$ 2,6 BILHÕES DE FUNDO DA LAVA JATO PARA AMAZÔNIA E EDUCAÇÃO

R$ 1,06 bilhão para o combate às queimadas e ao desmatamento 

O governo federal, representantes de Câmara e Senado e da Procuradoria Geral da República anunciaram nesta quinta-feira, dia 5, um acordo para utilização do fundo bilionário da Petrobras – de cerca de R$ 2,6 bilhões. Pelo acordo, será usado R$ 1,06 bilhão para o combate às queimadas e ao desmatamento na Amazônia. 
Desse R$ 1,06 bilhão, R$ 630 milhões serão geridos pelo governo federal e R$ 430 milhões serão destinados aos governos dos estados da Amazônia Legal. Do total dos R$ 2,6 bilhões, outro R$ 1,6 bilhão será direcionado para a educação.

O anúncio do acordo foi feito pelo advogado-geral da União, André Mendonça, e pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, após reunião entre eles, integrantes de ministérios do governo e representantes da Câmara e do Senado no gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do tema no Supremo Tribunal Federal (STF). 
Agora, Moraes vai aguardar manifestações de todos para validar o acordo e definir a forma de aplicação dos valores. 
O fundo da Petrobras é resultante de negociação para encerrar investigações sobre a empresa nos Estados Unidos, em razão de desvios na estatal – apontados pela Operação Lava Jato – que teriam prejudicado investidores norte-americanos.

BLOQUEIO – A Petrobras acertou com autoridades dos EUA o pagamento de US$ 853,2 milhões. Desse valor, US$ 682 milhões devem ser aplicados no Brasil – cerca de R$ 2,5 bilhões. 
O montante foi depositado em uma conta judicial, mas está bloqueado. O advogado-geral da União, André Mendonça, afirmou que, com o acordo, será possível “uma destinação pública, correta, justa e que atenda ao interesse público”. Para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, os valores serão usados em favor do “interesse público” e devem ser destinados a educação, ciência e tecnologia, primeira infância e Amazônia.

Com relação à Amazônia, segundo Dodge, os valores devem ser empregados em agricultura, assistência técnica, regularização fundiária, prevenção de queimadas e também regeneração da floresta. 
“O acordo indica claramente onde o dinheiro vai ser gasto, e o ministro definirá o modo de controle de execução dessas verbas. Haverá a supervisão pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria Geral da União (CGU), com prestação de contas de cada centavo gasto”, afirmou a procuradora-geral. Inicialmente, o pedido do governo foi de que a Amazônia recebesse R$ 500 milhões para combater queimadas.

Para a Advocacia Geral da União (AGU), a maior parte deveria ir para Educação (R$ 1,5 bilhão), outros R$ 250 milhões para políticas de primeira infância (crianças de até 6 anos) e R$ 250 milhões para Ciência e Tecnologia. 
Depois, o governo sugeriu R$ 1 bilhão para Amazônia, R$ 1 bilhão para educação, R$ 250 milhões para a primeira infância e R$ 250 milhões para Ciência e Tecnologia. A Câmara dos Deputados havia sugerido a aplicação de pelo menos R$ 800 milhões na Amazônia. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sugeriu cerca de R$ 1 bilhão.

QUEIMADAS – As queimadas na Amazônia geraram nas últimas semanas reações de autoridades e da sociedade civil no Brasil e no exterior. 
A situação foi discutida no fim de semana na reunião do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo, do qual o Brasil não participa). 
De acordo com dados da agência espacial norte-americana (Nasa), 2019 é o pior ano de queimadas na Amazônia desde 2010.

06 de setembro de 2019
Mariana Oliveira e
Rosanne D’Agostino
G1 / TV Globo

APROVAÇÃO A MORO SUPERA A DE BOLSONARO EM 25 PONTOS, APONTA DATA FOLHA



“Frituras” e crises não abalaram prestígio de Moro

Sergio Moro continua como o ministro mais bem avaliado do governo Jair Bolsonaro (PSL), com um patamar de apoio da população que supera o do próprio presidente. 
A conclusão é da mais recente pesquisa nacional do Datafolha, feita na quinta-feira, dia 29, e sexta-feira, dia 30, da última semana. 
Segundo o levantamento, Moro é conhecido por 94% dos entrevistados, a taxa mais alta na Esplanada. Dentre os que afirmam conhecê-lo, 54% avaliam sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública como ótima ou boa. Outros 24% a consideram regular, e 20%, ruim ou péssima —2% não responderam. 

Em comparação, são 29% os entrevistados pelo Datafolha que aprovam o governo Bolsonaro, 30% os que o consideram regular e 38% os que avaliam como ruim ou péssimo (2% não responderam).

O titular da Justiça mantém esse nível de aprovação em meio às constantes “frituras” por parte do presidente, a derrotas no Congresso e à divulgação de mensagens que expuseram a sua proximidade com procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a sua imparcialidade como juiz federal. 
A avaliação de Moro se manteve intacta desde o último Datafolha, em julho, com variações dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. 
Naquele mês, eram 55% os que consideravam sua gestão boa ou ótima, 21% avaliavam como regular e outros 21% como ruim ou péssima (3% não responderam).

CRISES – Desde julho, contudo, Moro passou por diversas crises. Na mais recente delas, viu Bolsonaro interferir na escolha de cargos da Polícia Federal, que está subordinada ao Ministério da Justiça, e minar sua autoridade. “Está na lei que eu que indico, e não o Sergio Moro. E ponto final”, disse Bolsonaro, em 22 de agosto, indicando que poderia trocar o diretor-geral da PF. 
Quem ocupa o cargo é Mauricio Valeixo, escolhido por Moro, com quem trabalhou nos tempos de força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Nesse intervalo entre as pesquisas, o ministro também foi alvo de novas reportagens baseadas nas mensagens que trocou com procuradores da Lava Jato enquanto juiz responsável pelos casos da operação. 
 Os arquivos, obtidos pelo site The Intercept Brasil, revelaram, entre outras coisas, que Moro interferiu em negociações de delações premiadas, o que não está previsto na lei, e omitiu uma palestra remunerada ao prestar contas de suas atividades como juiz.

Na pesquisa de julho, cerca de um mês após a publicação das primeiras reportagens (em 9 de junho), 58% reprovaram sua conduta nas conversas com procuradores da Lava Jato e disseram que suas decisões como juiz deveriam ser revistas. Ainda assim, 55% eram contra a possibilidade de ele deixar o cargo. 
Na Câmara, o ministro viu pontos de seu pacote anticrime serem barrados ou alterados pelos deputados. É o caso da execução da pena após condenação em segunda instância, item considerado caro ao ex-juiz e que foi retirado do projeto. Bolsonaro, por sua vez, disse que o pacote, prioridade para Moro, não é visto com urgência pelo governo federal.

“MALÍCIA” – Na quarta-feira, dia 4, em entrevista à Folha, o presidente disse que Moro não tinha “malícia” da política e que era ingênuo até chegar ao governo. 
Bolsonaro também afirmou que o nome de Moro não seria aprovado pelo Senado em uma eventual indicação para ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) —nomeação esta que, em maio, disse ter reservado ao ex-juiz, no que voltou atrás logo em seguida. 
As alfinetadas do presidente, contudo, não foram suficientes para descolar sua imagem da de Moro. 
Os estratos bolsonaristas são os que apresentam os mais altos índices de apoio ao ministro. Entre os que conhecem Moro, consideram sua gestão como ótima ou boa 80% dos que votaram em Bolsonaro, 88% dos que aprovam o governo e 89% dos que dizem sempre confiar no que diz o presidente. Entre os simpatizantes do PSL, partido de Bolsonaro, 97% apoiam o ex-juiz.

Outros segmentos que se sobressaem pela avaliação positiva do ministro são os que se declaram brancos (60% de ótimo ou bom), os evangélicos (61%) e os moradores da região Sul (64%). Bolsonaro também se destaca nesses estratos, mas com aprovação bem mais modesta: 36%, 37% e 37%, respectivamente. 
Moro tem apoio mais discreto entre estudantes (38% de avaliação positiva), moradores do Nordeste (40%) e desempregados (45%). 
Já Bolsonaro tem alguns de seus piores índices de desempenho nesses mesmos segmentos, acumulando 19%, 17% e 18% de ótimo ou bom, respectivamente.

GUEDES – O Datafolha também pediu que os entrevistados avaliassem a atuação de outros quatro ministros: Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Gomes (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Abraham Weintraub (Educação). Desses, Guedes é mais conhecido (81% dizem saber quem ele é) e Weintraub, o menos (31% afirmam conhecê-lo). 
O titular do MEC e Salles são os mais mal avaliados: entre os que dizem conhecê-los, 32% e 33%, respectivamente, consideram sua atuação ruim ou péssima. Figura central da crise de queimadas na Amazônia, o ministro do Meio Ambiente foi o único que viu sua reprovação crescer —alta de 12 pontos percentuais em relação a julho, quando somava 21% de ruim e péssimo.

Na outra ponta, Guedes tem a segunda melhor avaliação, perdendo apenas para Moro. O titular da Economia soma 38% de ótimo e bom entre os que dizem conhecê-lo. 
Outro ponto questionado pelo Datafolha se refere ao que os entrevistados consideram o principal problema do país quando levadas em conta as áreas de atuação do governo federal. 
A saúde foi citada por 18%, seguida por educação e desemprego, com 15% cada um. Segurança pública, sob responsabilidade de Moro, foi mencionada por 11%. 
No levantamento de julho, as questões relacionadas à violência foram apontadas como o maior problema brasileiro, com 19% das menções. 
 O Datafolha ouviu 2.878 pessoas em 175 municípios de todas as regiões do país. O nível de confiança é de 95%.

06 de setembro de 2019
Flávia Faria
Folha

ZÉ DIRCEU E QUEM MANDA!


TOCANDO AGORA

ZÉ DIRCEU É QUEM MANDA!

06 de setembro de 2019

EXTREMISTA DE ESQUERDA DA FRANÇA, VISITA LULA EM CURITIBA



“Ele nos chamou à resistência”, disse Mélenchon após encontro com o condenado Lula.

Jean-Luc Mélenchon, líder do partido de extrema-esquerda “A França Insubmissa”, afirmou que recebeu “energia” de Lula da Silva (PT), ao visitá-lo, nesta quinta-feira (5), em Curitiba, onde o ex-presidente está preso.

O deputado da França qualificou o então juiz Sergio Moro, que em 2017 condenou Lula na primeira instância, de “personalidade politicamente corrompida”.

Melénchon afirmou que Moro, atual ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro, está “disposto a sujar a justiça de seu próprio país para levar até o fim o processo político” contra Lula.


O líder esquerdista francês foi à sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde Lula está preso desde abril de 2018, após ser condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

“Ele nos chamou à resistência”, disse o deputado francês, explicando que “grande parte da conversa envolveu o uso da justiça em julgamentos políticos, a lei”, segundo o site UOL.


06 de setembro de 2019
renova mídia

A GEOPOLÍTICA DO APOCALIPSE

QUEM É AUGUSTO ARAS INDICADO PARA A PGR?


TOCANDO AGORA

QUEM É AUGUSTO ARAS, INDICADO PARA A PGR?


TOCANDO AGORA