"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

FALTA DE ESPÍRITO PÚBLICO

É lamentável o comportamento mesquinho e oportunista do mundo político neste momento em que o País clama por unidade de ação e de propósitos para superar sua imensa crise política, econômica e moral. Renunciando a qualquer compromisso que não diga respeito a seus objetivos eleitoreiros, muitas legendas estão privilegiando seus interesses políticos imediatos, dificultando a colaboração de seus quadros com o eventual governo de Michel Temer, em vez de demonstrar o espírito público que se espera delas nesta hora tão dramática.

O presidente do PSDB, Aécio Neves, já mandou avisar que o partido não será “sócio minoritário” de um governo Temer, ou seja, não formalizará qualquer tipo de aliança com o PMDB. Embora garanta que ajudará Temer no Congresso em sua dura missão de aprovar medidas urgentes contra a crise, Aécio descartou a participação do partido no novo governo. Segundo o senador mineiro, os tucanos que eventualmente aceitarem cargos no Ministério de Temer o farão por iniciativa individual, e não como representantes do partido. Com isso, disse Aécio, o partido não se vinculará à “lógica dos Ministérios”, ou seja, não se sentirá obrigado a apoiar Temer como compensação pela indicação de tucanos para algumas pastas importantes.

Essa estratégia indica que o PSDB não quer se comprometer com o futuro governo, deixando exclusivamente para o PMDB a fatura dos imensos problemas e a conta do eventual malogro. Pode-se argumentar que o PSDB tem toda a razão de se sentir desconfortável ao ter de dividir a Esplanada dos Ministérios com PSD e PP, partidos eminentemente fisiológicos, com os quais o PMDB já estaria em avançadas negociações. Mas essa é apenas uma boa desculpa. O que de fato impede o PSDB de engajar-se para valer no governo de Michel Temer é um cálculo político ordinário: a imagem do partido nas eleições de 2018.

Essa preocupação foi explicitada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em declaração ao Estado: “Se o governo (Temer) for mal, a culpa será do PSDB, e se for bem, o mérito será do PMDB?”.

É claro que a política não é lugar para os ingênuos, razão pela qual nenhum partido com pretensões de poder pode atuar sem levar em conta suas chances eleitorais. 

O problema é quando todos os atos do partido são ditados pelas urnas. Quando isso acontece, nada distingue ou separa um partido de outro que se comporte com tanta estreiteza de espírito e visão. Lembremo-nos do PT. Luiz Inácio Lula da Silva jamais deixou de fazer campanha eleitoral, nem mesmo quando sua desastrada pupila, Dilma Rousseff, passou a ocupar a cadeira presidencial. Quase todos os atos de Lula, na Presidência e fora dela, bem como as iniciativas de Dilma no governo, sempre tiveram claros objetivos eleitoreiros. Foi esse comportamento que levou o Brasil ao desastre. Reiterado, pode condenar o País ao atraso.

Por essa razão, esperava-se outro tipo de comportamento por parte dos partidos, que deveriam superar momentaneamente suas diferenças em busca de uma unidade de propósitos, sem a qual o Brasil não sairá do fundo do poço nem recuperará, com o otimismo, a sua capacidade de crescer e prosperar. Mais uma vez, porém, parece que os políticos estão propensos a optar pela manutenção de disputas que, em momentos como os que vivemos, levam primeiro à mediocridade e, depois, à estagnação crônica da economia e, pior, dos espíritos.

Se os políticos imaginam que com essa atitude se livrarão do fardo de um eventual fracasso do governo Temer, capitalizando sua independência para vencer as eleições de 2018, estão enganados. A responsabilidade pelo insucesso não se dá apenas por ação. E a Nação não perdoará os políticos que fugirem ao bom combate e se recusarem a percorrer todo o caminho de redenção da pátria.

Que os políticos incluam essa variável em sua equação, pois o lado de lá – o PT, os partidos radicais e os tais movimentos sociais – vem demonstrando formidável firmeza coletiva. Sob a voz de comando de Lula, a tigrada já declarou guerra a Temer e conta com a desunião dos adversários para triunfar, condenando o Brasil ao caos.



25 de abril de 2016
Editorial Estadão

TEMER E SEUS DESAFIOS

O magérrimo apoio angariado por Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados quando da votação da admissibilidade de seu impedimento é prova inconteste de que há muito seu governo perdera as mínimas condições de governabilidade. Não é por outra razão que as expectativas dos agentes econômicos se mantêm extremamente negativas quanto à recuperação da economia brasileira sob o governo da presidente.

A provável ascensão de Michel Temer à Presidência é vista como uma oportunidade para a restauração da base de apoio político do governo, o que viabilizaria a adoção das medidas de ajuste necessárias à retomada econômica. No entanto, os desafios são enormes, notadamente no campo fiscal, em que a reversão da trajetória explosiva do endividamento público exigirá o enfrentamento de grupos de interesse poderosos que se beneficiam da generosidade do governo federal e que se oporão a qualquer diminuição das transferências e subvenções por eles recebidas.

A deterioração fiscal no Brasil não pode ser mais revertida com medidas tópicas e emergenciais. Reformas estruturais são necessárias, notadamente nos campos previdenciário, tributário e orçamentário.

No caso da Previdência Social, urge a adoção de uma idade mínima para a aposentadoria, comum para homens e mulheres, e o rompimento total do vínculo entre o reajuste dos benefícios e do salário mínimo. Com isso, será possível reduzir a pressão inexorável de aumento das despesas previdenciárias nos próximos anos, fruto das mudanças demográficas da população brasileira. Muito embora os efeitos financeiros da reforma previdenciária se consubstanciem no médio e no longo prazos, desde já sua aprovação gera uma mudança favorável nas expectativas.

Na esfera tributária, sem prejuízo da necessária redução de sua complexidade, é preciso reduzir as isenções e os regimes especiais que comprometem a arrecadação e geram privilégios para setores econômicos eleitos. Além disso, as subvenções e subsídios do Tesouro, implícitos ou explícitos, nas operações do BNDES e dos demais bancos federais devem ser reduzidos drasticamente, revertendo os abusos cometidos a partir de 2009.

Além disso, o processo orçamentário necessita de ampla revisão. Deve-se caminhar para a total eliminação das vinculações orçamentárias, inclusive as constitucionalmente previstas, e para a adoção de um orçamento impositivo, com base em estimativas realistas de receita. Com isso, pode-se esperar a redução da rigidez das despesas públicas, facilitando a gestão da política fiscal ao longo dos ciclos econômicos.

Contudo, tais medidas são insuficientes, sem um reordenamento profundo do relacionamento financeiro entre a União e os entes da Federação. O equacionamento do problema da dívida dos Estados com o governo federal exige, como contrapartida, o fortalecimento da Lei de Responsabilidade Fiscal e a reforma do ICMS, com vistas a aproximá-lo o mais possível da estrutura de um Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) uniforme e de abrangência nacional.

Ao lado da agenda relativa às finanças públicas, Temer deve se aproveitar da derrocada do PT para enterrar a postura intervencionista e protecionista que perdurou durante os mandatos de Lula e de Dilma. As veleidades dirigistas cultivadas pelo PT devem dar lugar a políticas horizontais conducentes à melhora do ambiente de negócios no País. Não mais privilegiar A ou B, mas, sim, criar condições para o empreendedorismo saudável que prescinda de "relações especiais" com o governo. Entre os alvos de necessárias mudanças se encontram os setores de óleo e gás, energia e transportes, cujo marco regulatório deve estimular o investimento privado. O comércio exterior deve ser estimulado, com redução das barreiras tarifárias e não tarifárias, ao mesmo tempo que a política comercial deve privilegiar a inserção do Brasil nas cadeias produtivas globais.

Por último, mas não menos importante, há o desafio da reforma do Estado, agenda iniciada por FHC, mas abandonada no governo seguinte. Não há como aumentar a eficiência do setor privado quando o setor público segue ineficiente e provendo serviços de baixa qualidade à sociedade.



25 de abril de 2016
Gustavo Loyola, Estado de S. Paulo

COM A PALAVRA O SENADO

Como a maioria dos brasileiros, assisti, domingo passado, pela televisão, à votação, na Câmara dos Deputados, do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. 
Ao contrário do que, desonestamente, procurara afirmar José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, não se tratava de julgar a presidente e, sim, de admitir ou não o cabimento legal do processo de impeachment contra ela, o que finalmente foi aceito após uma discurseira que começou às 14h daquele dia e terminou depois da meia-noite. 
O processo agora se encontra no Senado, onde, só então, o impedimento da presidente será aceito ou não. Mas, naquela mesma madrugada, mal terminara a votação, já estava na televisão o advogado Cardozo "demonstrando" que o pedido de impeachment não tem cabimento.

Confesso que há muitos anos não assistia a um espetáculo tão constrangedor quanto foi o daquela noite, quando os deputados petistas e seus aliados procuravam demonstrar, sem qualquer argumento plausível, que se tratava de um golpe contra a democracia brasileira. Referiam-se a Dilma e a si mesmos como exemplos de defensores da democracia burguesa contra a qual, pelo menos da boca para fora, sempre batalharam. Não me consta que esse seja o regime social com que sonham o PCdoB, o PSOL e o PT. Mas na hora de livrar o próprio pescoço, vale tudo.

Na verdade, a presidente Dilma incorreu na prática de crime de responsabilidade ao usar o dinheiro de instituições sob controle do Tesouro Nacional para financiar projetos sociais que garantiriam sua reeleição em 2014.

Isso ficou provado mediante investigação feita pelos auditores técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), entre outubro e dezembro de 2014. Foi baseado nela que Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal deram início ao processo de impeachment contra Dilma, aprovado no último domingo pela Câmara Federal e agora entregue ao julgamento do Senado Federal. Não se trata, portanto, de nenhum golpe, de nenhum procedimento antidemocrático e, sim, pelo contrário, de uma ação que visa defender os princípios constitucionais do Estado brasileiro.

E daí a discurseira demagógica daquele domingo na Câmara Federal. Sem qualquer argumento de fato pertinente, os petistas (e os aliados que lhes sobraram) insistiam na tese falaciosa de que a presidente Dilma Rousseff estava sendo vítima de um golpe. Nenhum deles se atrevia de fato a expor suas razões, uma vez que aquelas afirmações eram destituídas de fundamento. Já no dia anterior, o advogado-geral da União tentara, no Supremo Tribunal Federal, anular o relatório do deputado Jovair Arantes e, consequentemente, o processo do impeachment, mas foi fragorosamente derrotado por oito votos a dois.

Assim, no mato sem cachorro, vendo os membros de sua base aliada passarem para o lado dos defensores do impeachment, o que lhes restava mesmo era o argumento do golpe. Enquanto isso, os opositores do governo Dilma -mesmo aqueles que foram seus aliados até a véspera- alegavam que, não apenas ela cometera crime de responsabilidade como, ao mesmo tempo, conduzira o país a uma crise econômica e política jamais vista.

A verdade é que, se por outra razão não fosse, Dilma Rousseff não tem condições de se manter presidente da República, uma vez que há tempos já não governa. De fato, ela e o PT encontram-se num beco sem saída, conforme se tem visto, desde que ela assumiu seu novo mandato presidencial.

Depois de mentir durante a campanha, teve que, ao tomar posse, admitir que deveria fazer, no plano da economia, o contrário do que prometera. Por isso chamou, para o ministério da Fazenda, Joaquim Levy, economista que pensa exatamente o contrário do que o PT e ela própria sempre defenderam. Resultado: diante da pressão dos petistas, teve o ministro que deixar o governo, agravando ainda mais a situação. Com isso, a inflação cresceu, o desemprego triplicou e o país parou de vez.

Resta a pergunta: independente de impeachment, convém ao país manter no governo uma presidente que já não governa? Com a palavra o Senado Federal.




25 de abril de 2016

Ferreira Gullar, Folha de SP

FEIO, MAS NECESSÁRIO

Se fosse catapultado a essa longa sessão da Câmara, sem saber o que estava sendo votado, eu diria com tristeza: eles estão vencendo, os velhos adversários. E se o cansaço da longa sessão me valesse um cochilo, acordar com o voto de Jair Bolsonaro me faria sentir num templo satânico. Sabia muito bem onde estava. Quatro mandatos e 16 anos naquele mundo subterrâneo me fizeram prever na semana anterior, no programa da CBN, a enxurrada de votos pela família, por filhos, netos, a avó que está doente.

Não era o primeiro impeachment que via. Foi assim na queda de Collor. Na verdade, o nível naquela época era um pouco mais alto. Enrolados em bandeiras, detonando bombas de papel picado, os deputados de hoje estão mais inseridos no espetáculo. Falam com imagens. É como se colocassem uma letra retrógrada na canção do impeachment, vitória da sociedade, de algumas instituições e da própria transparência.

A cabeça dos deputados passou por um raio X diante de 100 milhões de espectadores. Cerca de 90 deles são investigados no Supremo. Agora que todos sabem o que temos, certamente vão compreender a urgência de mudanças.

Com tanta coisa acontecendo, naquelas longas horas, procurei não me esquecer das tarefas principais: a reconstrução econômica e ampla transparência sobre o gigantesco processo de corrupção que devastou nosso país.

Os generais da esquerda levaram suas tropas para um combate que sabiam perdido. Refugiaram-se na tese do golpe, para mascarar as graves acusações que pesam contra eles. O que para os líderes era apenas uma boia no oceano, para muitos foi uma ilusão de que havia um golpe em marcha, e ele seria detido.

A insensatez se prolonga com a viagem de Dilma Rousseff ao exterior onde foi se dizer, para a mídia, vítima de um golpe aplicado pelo Congresso e pelo Supremo. Minha senhora, no seu país não há Constituição? Quem dá a palavra final quando ela não está sendo cumprida?

Os jornalistas internacionais não são tão ingênuos. Sabem que, quando se apela para eles, é porque já se perdeu a batalha no seu próprio território. Só uma presidente enlouquecida poderia sonhar em transferir a guarda da Constituição brasileira do Supremo Federal para a ONU. Ainda bem que não o fez.

Esse espetáculo decadente me entristece, apenas isso. Um jovem senador do PT disse que não dará sossego ao novo governo. O país terá de trabalhar muito para sair da crise e deve se concentrar nisso. Mesmo porque a própria Lava-Jato vai se encarregar de não dar sossego aos petistas, inclusive ao jovem senador.

Dilma foi cassada por crime de responsabilidade fiscal, decretos secretos para financiar um rombo de milhões, criar uma ilusão de prosperidade e vencer as eleições. Repetiu o erro em 2015. Se não fosse cassada por isso, seria pelos fatos de Curitiba: campanha com dinheiro do Petrolão, tentativa de obstruir a Justiça. O que vem de Curitiba não resulta apenas em impeachment, mas possivelmente em anos de cadeia. E cadeia, jovem senador, é um lugar que sintetizo numa frase que vi em várias celas onde estive preso e dezenas que visitei: “aqui, o filho chora, e mãe não ouve”.

Se olhamos para o futuro, pela ótica da transparência, a derrota de domingo será difícil de explicar para milhares de pessoas que acreditaram mesmo que havia um golpe em curso. Elas vão perceber que foram usadas como um álibi porque seus líderes tratavam mesmo de escapar da polícia, como aliás já ficou provado no áudio Lula-Dilma.

Essa tática do PT serve apenas para deixar mais arrasado o lado esquerdo do espectro político. As forças conservadoras que já eram fortes tornaramse mais articuladas, milhares de jovens foram confrontados com a ideia de uma esquerda cínica, corrupta, autoritária.

De uma certa maneira, os discursos contra o PT foram um bálsamo para o partido. Olhem quem está nos derrubando. Mas todos sabemos que não foram derrubados pela Câmara, e sim pela sociedade. Nas ruas, era o discurso de Brasil moderno, contra a corrupção, pela transparência, por serviços públicos decentes, a rejeição do populismo bolivariano. Na rua, havia famílias sonhando com um projeto mais amplo; na Câmara, os deputados reduziram os destinos do país às suas próprias famílias. Isso marca uma distância, mas no essencial cumpriu-se o desejo da maioria.

Era o instrumento legal que a sociedade tinha para se defender, por mais repugnantes que sejam algumas ideias que circulam ali. Tenho repetido isso, como um privilégio da idade. Os impeachments ocorrem num período de cerca de 20 anos. Se a frequência for mantida, este foi o último a que assisti na Câmara. Reste o do Senado, onde se toma muito chá, e espero uma elevação do nível. Se vierem com essa história de Deus, família, filhos e netos, saco da arma que uso sempre que me entediam: um bom livro.



26 de abril de 2016
Fernando Gabeira, O Globo

AUTÓPSIA DO GASTO DO GOVERNO

Quase todos os interessados no assunto sabem que o registro das contas do governo é um pouco distorcido por incoerências contábeis, falhas burocráticas e vícios velhos. Foi muito distorcido de 2012 a 2014 por fraudes grossas.

Do mesmo modo que as pedaladas do governo Dilma 1 disfarçaram o aumento de gastos, porém, o conserto da fraude fez parecer nas estatísticas que em 2015 houve uma esbórnia nas despesas; desmereceu alguns esforços fiscais relevantes.

A observação aparece em estudo do Ipea, de Sérgio Gobetti e Vinicius de Almeida, que fizeram uma grande revisão do histórico das contas públicas de 2001 a 2015.

Os pesquisadores na verdade foram bem além disso. Desenvolveram um método para fazer com que os diversos registros dos gastos públicos "conversem", se tornem compatíveis e, enfim, revelem com mais precisão para onde vai o dinheiro dos impostos federais.

A baderna das contas públicas durante Dilma 1 foi tamanha que até agora está difícil de compreender a evolução de vastas despesas. De 2014 para 2015, o gasto federal aumentou 1,21 ponto percentual do PIB, mas quase 92% disso equivaleu a pagamento de pedaladas, débitos com bancos públicos e com o FGTS, na prática dívidas omitidas e empurradas com a barriga, a maioria delas entre 2010 e 2014.

Os pesquisadores chamam a atenção para o esforço de ajuste fiscal feito em 2015. A despesa federal cresceu em média a 4% ao ano entre 1999 e 2014 (excluídos gastos com juros da dívida pública). Em 2015, a redução real, já descontada a inflação, foi próxima de 4%, "muito significativa, embora fique obscurecida pela queda do PIB e pelos problemas contábeis e acertos de conta".

Na área social, os gastos com educação foram os que mais sofreram. Em relação ao tamanho da economia, que também encolheu, caíram de 2014 para 2015: passaram de 0,31% do PIB para 0,21% do PIB. Padeceram o Pronatec, o auxílio federal à educação infantil e à alimentação escolar, livros e ensino superior, por exemplo.

Sob Dilma 1, o investimento federal em "obras" ficou estagnado em torno de 0,96% do PIB, apesar do aumento da receita, sendo compensado em parte e precariamente pelos subsídios para casas populares (Minha Casa, Minha Vida). Em 2015, o investimento despencou para 0,66% de um PIB bem menorzinho.

Convém relembrar: o gasto que mais cresce é o do INSS e o dos benefícios assistenciais (Bolsa Família entre eles); ambos de resto levam a maior fatia da despesa federal: 48%. Outros 22% vão para os servidores federais.

O crescimento de despesa mais disparatado foi aquele com seguro-desemprego e abono salarial, que passam de 0,49% do PIB para 0,92% do PIB de 2003 a 2014.

Decerto nesse período o número de trabalhadores com carteira, com direito ao benefício, aumenta 44%. Mas o desemprego caiu brutalmente, e a economia, o PIB, cresceu 50%. Trata-se, pois, de um aumento de despesa muito extravagante, indício de política pública equivocada (aqui, opiniões deste jornalista).

O estudo ("Texto para Discussão" 2.191, deste abril) está no site do Ipea. Aqui aparecem apenas migalhas da pesquisa. Trata-se de um trabalho técnico, especializado e penoso, que deveria servir para revisar a apresentação das contas do governo.


25 de abril de 2016
Vinicius Torres Freire, Folha de SP

GOVERNOS MÍNIMOS

Falta de leitos, vacinas e médicos; retenção de salários de funcionários; adiamento do censo agropecuário do IBGE; redução do efetivo policial e aumento da violência. Esses são apenas alguns dos exemplos da degradação dos serviços públicos em todos os níveis de governo, de norte a sul do país.

Há uma distância vergonhosa entre o oceano de dinheiro sugado da sociedade na forma de impostos e a contrapartida em serviços. A despeito de seu gigantismo, o Estado brasileiro, paradoxalmente, é mínimo no que devolve –e se apequena ainda mais em meio a esta grave crise econômica.

Tal constatação deveria suscitar um debate urgente que, superando as anacrônicas discussões ideológicas entre esquerda e direita, levasse a uma agenda de modernização pautada por consensos básicos.

Dificilmente alguém haverá de discordar que uma das facetas mais cruéis da enorme desigualdade brasileira se revela na falta de acesso a bens públicos essenciais, pois isso impede que os mais pobres possam almejar as mesmas oportunidades de desenvolvimento pessoal que os mais ricos.

Em tempos de Lava Jato, talvez muitos tenham a impressão de que o nó se desatará com o combate à corrupção e com a escolha de melhores gestores. Ledo engano. Tais iniciativas são sem dúvida fundamentais para o país, mas elas mal arranham o verdadeiro problema.

A questão central está na organização do Estado. Enquanto diversos grupos de interesse dispõem de acesso privilegiado a volumosos recursos, o restante da população discute por migalhas.

Tome-se a questão do funcionalismo público. Os governos estaduais gastam mais de 80% de seus recursos com folha de pagamento, incluindo os terceirizados.

Observe-se a Previdência, generosa com a idade da aposentadoria e repleta de regimes especiais. Considere-se a carga tributária, maior sobre produtos do que sobre a renda, penalizando de forma desproporcional os mais pobres.

Lembre-se do BNDES, que, sob critérios obscuros, permite a grupos empresariais acesso a dezenas de bilhões de reais em empréstimos subsidiados. Recorde-se dos incontáveis sindicatos que se apropriam de impostos sem contrapartida.

Acrescente-se a isso tudo a notória ineficiência da máquina estatal, com seu histórico de desperdícios, e será fácil perceber como, no Brasil, o Estado consegue ser tão grande e tão mínimo ao mesmo tempo.

Pleitear equilíbrio previdenciário e o fim de privilégios de servidores não significa ser "contra o povo", como alardeia a esquerda. Defender maior justiça tributária e até algum aumento temporário de imposto (vinculado a um rigoroso controle da expansão das despesas) não se opõe ao desenvolvimento, como diz a direita.

Obter recursos para voltar a ação do governo aos que precisam dela é o desafio real a ser vencido para acabar com o apartheid social que envergonha o Brasil.


25 de abril de 2016
Editorial Foiha de SP

SHAKESPEARE E O IMPEACHMENT

Por todo o mundo, registram-se comemorações pelos 400 anos da morte de William Shakespeare, completados ontem, 23 de abril, e não pode haver outro tema nesses eventos que a atualidade dessa obra, uma espécie de “escritura secular”, particularmente completa quando se trata de intrigas, maquinações, virtudes e desatinos dos homens públicos.

Nessa empolgação, diz-se que os enredos políticos do noticiário não passam de variações empobrecidas sobre um vernáculo catalogado há séculos. Será mesmo? Vamos, então, a um teste bem difícil: o que há sobre impeachment nas 38 peças de Shakespeare?

Pois bem, há uma peça que Antonio Cândido designou como a “tragédia do destronamento”, e que parece feita para nós. Ricardo II, escrita em 1595, oferece um retrato inacreditavelmente fiel da nossa crise e da ruína da presidência Dilma Rousseff, acredite se quiser.

Ricardo II foi a primeira de uma série de quatro peças históricas em sequência que cobriam o reinado do verdadeiro Ricardo II até o de Henrique V (1377 até 1422). Shakespeare escrevia dois séculos depois, numa época difícil, face às tensões em torno da rainha Elisabeth I, sempre muito questionada, e às voltas com conspirações.

O regime era absolutista e seu fundamento era o Direito Divino, sob o qual não cabia nenhum questionamento sobre as ações do rei, ainda que manifestamente idiota ou mesmo quando violavam a lei. Quem haveria de julgar um rei ungido por Deus?

A tragédia de Ricardo II começa com um escândalo, não em uma empresa de petróleo, mas um assassinato, e uma controvérsia sobre os culpados. Logo ficamos sabendo que o próprio rei foi o mandante, e a discussão se dava entre dois nobres: o assassino de fato e o primo do rei, de nome Henrique de Bolinbroke, um sucessor natural do rei.

A gestão política dessa crise foi uma coleção de erros e vacilações, quase um almanaque sobre o que não deve fazer um rei nessas situações, conforme o figurino de Maquiavel, cuja obra Shakespeare havia acabado de conhecer e abraçar.

O rei primeiro determinou que a controvérsia se resolvesse num duelo, mas depois mudou de ideia e determinou o banimento dos dois, sendo que Bolinbroke apenas por seis anos. O mundo político ficou sobressaltado com a solução. Instaurou-se a incerteza. Sabia-se que o rei havia violado a lei, e ordenado o assassinato.

Tudo é muito fácil, do ponto de vista dramático, quando o rei é acintosamente maligno, como Macbeth, Ricardo III, Claudio e tanto outros extraordinários vilões da galeria shakespeariana. O problema aqui era que Ricardo II era “um homem honrado”, no exato sentido em que essa linguagem foi utilizada por Marco Antonio, para se referir a Brutus, em seu elogio fúnebre a Julio Cesar, do que resultou atiçar o povo contra os conspiradores. Foi com essas mesmas palavras que FHC se referiu a Dilma Rousseff, no exterior, quando perguntado sobre ela.

Como se dá o destronamento de um “homem honrado” como Ricardo, culpado de assassinato, mas que apenas se expressa em poesia?

Os críticos identificam três eixos para o fenômeno que se designa como “perda de realeza” pelo qual, no universo de Shakespeare, e nessa peça em particular, o homem se separa da função e o rei se autodestrói.

Em primeiro lugar, o rei era um esbanjador irresponsável e havia levado a Inglaterra à bancarrota com guerras caras e tolas, e com impostos excessivos. Em uma cena que se tornou clássica, os jardineiros do palácio são os que melhor definem as “pedaladas” reais, comparando a Inglaterra a um jardim malcuidado, repleto de excessos e ervas daninhas.

Em segundo lugar, há uma impressionante sucessão de pequenos ridículos, imaturidades e hesitações do rei, todas revelando um temperamento muito difícil, não explosivo e com dificuldades com o idioma, como Dilma, mas evasivo, ausente, lírico, excessivamente autorreferenciado. O rei só ouve bajuladores, vive isento das exigências da realidade, aprisionado em sua própria poesia, “incapaz de distinguir a manipulação de coisas e palavras”, como explica Harold Bloom.

E, para culminar, o rei perpetra um outro desrespeito à lei, considerado mais petulante e inaceitável que o escândalo que inicia o drama: o rei determina o confisco das terras e bens da família de Bolinbroke. A interpretação do mundo político foi a de que o rei estava subvertendo a ordem, pois estava atacando as mesmas leis que estabeleciam o seu direito ao trono.

O drama se sucede de forma linear a partir desses três eixos, e Ricardo parece sucumbir sozinho à realidade de sua inadequação à posição de rei, mas estranhamente seduzido pela ideia que seu Direito Divino estava sendo golpeado e que um exército de anjos ia descer dos céus para salvar sua coroa.

Barbara Heliodora o descreve como “um egocêntrico incapaz de se concentrar objetivamente nos problemas que lhe são apresentados” e enxerga uma “alta dose de prazer masoquista” no “gozo que o personagem sente em se ver no papel de vítima”.

Enquanto o rei ia murchando, Bolinbroke apenas insiste que lhe sejam devolvidas as terras confiscadas, o que Ricardo interpreta como “golpe”. Os nobres reconhecem a legitimidade do pleito de Bolinbroke, pois queriam evitar a insegurança jurídica e, habilmente, Bolinbroke não revela a sua pretensão ao trono. Emerge muito clara a tensão da época entre o governante ungido e flagrantemente inepto e o pretendente bem preparado, porém, tecnicamente, usurpador.

Bolinbroke não avança sobre o trono, ou se o faz é com imenso comedimento, apenas comparável ao estranho conforto que o rei encontra em dramatizar o seu próprio fracasso. Barbara Heliodora observa que Henrique de Bolinbroke “chega ao trono sem que Shakespeare lhe dê um só monólogo”. Esse personagem é apenas ação, embora tudo lhe venha por gravidade.

O destronamento se torna praticamente uma renúncia, e o rei nem mesmo se opõe a uma cerimônia de abdicação que fazia a transição um ato voluntário. O rei cresce como personagem, e como poeta, embora de forma inútil e centrada unicamente nas indignidades que diz sofrer. Quanto mais lírico, mais clara sua inaptidão para o cargo, ainda mais diante de seu sucessor, um político profissional. Bolinbroke se torna Henrique IV, manda matar Ricardo, e promete uma Cruzada na Terra Santa para expiar o delito, promessa jamais cumprida.

Qual a lição?

Ricardo morreu afirmando que foi golpe, estranhamente confortado com essa versão de seu fracasso. No conceito absolutista, não há dúvida que Bolinbroke era usurpador, mesmo contando com apoio de todos. O poder não emanava do povo nesses tempos.

Hoje, não temos mais um rei, mas três poderes, tudo diferente, exceto pelo fato de que Dilma Rousseff reedita Ricardo II de tantas maneiras que sua agonia parece ainda mais falsificada e infinitamente mais tosca.



25 de abril de 2016
Gustavo Franco, Estadão

A MENTIRA DO GOLPE

A falsa narrativa é na verdade o maior de todos os golpes que poderiam ser desferidos contra o regime democrático brasileiro

A presidente Dilma teve o bom senso de não atacar nossas instituições em sua fala na ONU. Pois a falsa narrativa de que estaria sofrendo um golpe pelo processo de impeachment é na verdade o maior de todos os golpes que poderiam ser desferidos contra o regime democrático. A mentira do golpe é pior do que “um gravíssimo equívoco” e “uma ofensa às nossas instituições”, como condenaram os ministros do Supremo Celso de Mello e Dias Toffoli. É uma perversa convocação à militância na tentativa de manter o poder, apesar das evidências de desrespeito à lei orçamentária e de omissão ou cumplicidade com a roubalheira. É também uma desonesta desculpa para o colapso político e econômico de um país exaurido pela incompetência e pela corrupção.

Compromete nosso futuro porque tenta ocultar o aperfeiçoamento institucional que experimentamos. O despertar de instituições republicanas revela disfunções de um capitalismo de quadrilha, em que se associam a falta de transparência e a corrupção no aparelho de Estado à compra de sustentação parlamentar, cimentando degenerada aliança de piratas privados e criaturas do pântano político. O impeachment de Collor foi golpe contra presidente que não era de “esquerda” e não dividiu o butim? Ou foi avanço institucional pela declaração de independência do Legislativo? Poder que exerce agora atribuições constitucionais avaliando a admissibilidade do impeachment de Dilma. Como um Judiciário independente celebrará no futuro as atuações históricas de Joaquim Barbosa e Sergio Moro.

É o fim da administração centralizada gerencialmente caótica (excesso de ministérios) e politicamente desarticulada (sem sintonia com Estados e municípios). Prioridades da democracia emergente (saúde, educação, saneamento) exigem políticas públicas de execução descentralizada. A lipoaspiração do governo federal (reforma administrativa) e a descentralização de recursos para Estados e municípios (reforma fiscal) aumentam a eficiência e melhoram a governabilidade. Impostos disfuncionais (reforma tributária), relações de trabalho obsoletas, encargos sociais proibitivos (reformas trabalhista e previdenciária) e marcos regulatórios deficientes impedem investimentos. As reformas na política e na economia são urgentes e indissociáveis.


25 de abril de 2016
Paulo Guedes, O Globo

FREUD ESTARÁ MORTO?

No futuro, sexo será coisa de pobre. Diz, de repente, meu amigo esquisito, que anda meio deprimido com o Brasil "inteligente", que insiste em amar o populismo brega do PT. Mas, voltemos à hipótese acima. Por que no futuro sexo será coisa de pobre?

Vamos desenvolver essa intuição desesperadora. Simples: porque os mais ricos e instruídos farão sexo sustentável consigo mesmos. O acúmulo de riqueza está deixando a moçadinha mais instruída brocha. A vida sexual nessa camada social será uma grande punheta. Faça um teste: entre os mais jovens, só os pobres ainda acreditam na "diferença sexual". Dito de forma direta: só os mais pobres acreditam que existam homens e mulheres entre nós.

E qual a razão "filosófica" pra isso? Simples, de novo. A histeria (aquela que deixava as mulheres do tempo de Freud paralisadas diante do gozo) hoje se fez laço político utópico. A utopia política é histérica porque toda utopia é histérica.

Limpinha, perfeita, imaculada, paralisada diante da realidade suja. A histeria teme o gozo porque tem horror ao sexo, sujo em sua natureza íntima. E os inteligentinhos (histéricos de carteirinha) determinaram que o sexo é político.

Para gozar, temos que ser sujos e injustos. Imagine uma histérica de hoje, toda limpinha, fazendo um boquete num cara? A exigência será que o esperma seja orgânico e igual para todos.

Os heterossexuais serão visto andando em bandos na periferia, mergulhados em sua ignorância, acreditando na fábula da "diferença entre os sexos". Os mais ricos terão aderido ao movimento "transnada". Mesmo os gays já serão um fenômeno de classe C. O chique mesmo será visto nas ruas da zona oeste, passeando com seu golden retriever: o "transnada". Figura eclética, criada pela sociologia "progressista".

Nosso "transnada" frequentará consultórios de psicanalistas e se cortará diante de sua analista, procurando sentir alguma coisa, já que a sociologia de gênero terá provado que seu "corpo é uma representação social". Como sentir alguma coisa se seu corpo é uma representação social? Como um fantasma, nosso "transnada" vagará pelo mundo das representações sociais.

Detalhe: a cegueira contemporânea é não perceber que a agressão ao desejo agora não vem do "cristianismo", mas do sexo como representação social. É a utopia do sexo correto que aniquilará o desejo pelo corpo.

Acreditar que o corpo seja uma representação social é como crer em almas penadas: uma vez tendo caído na rede, você fica bobo e o próximo passo será a crença em duendes.

Aprofundemos um pouco mais. Como pensar em sexo sem pensar na pulsão de morte? Conceito problemático para um mundo rico que localizou o mal na opressão social. Só o capital carrega a "letra escarlate" da pulsão de morte. E sem pulsão de morte, o sujeito está morto. Por isso, só os mais pobres farão sexo.

Porque estes ainda gozarão com o "mal" em si mesmos. Sem pulsão de morte não há sexo nem gozo.

Vou contar um fato que presenciei recentemente, que parece não ter nada a ver com isso, mas que tem tudo a ver.

Estava eu observando um grupo de monitores conversando com um grupo de crianças de uns quatro ou cinco anos, num ambiente de classe A em São Paulo. Um dos meninos chuta uma árvore. Parece irritado. O monitor, carregado daquela bondade perigosa e adocicada, diz para ele em forma de repreensão, mas fingindo ser uma forma de amor ao portador:

"Joãozinho!" (vamos chama-lo de Joãozinho para prestar uma homenagem a esse personagem já perdido no tempo, um tempo sem a melação de hoje em dia).

"Você não lembra do desenho que acabamos de ver?". Joãozinho para, assustado. "Você não lembra que o desenho mostra que se maltratarmos a natureza isso fará mal para nós mesmos?" Joãozinho permanecia imóvel diante de "tanto amor à natureza".

Os idiotas do bem esqueceram do ensinamento do grande Nelson Rodrigues, nosso maior especialista em sexo, desejo e pulsão de morte: "Só os neuróticos verão a Deus". No futuro, só os sujos terão corpo. Só os pobres de espírito farão sexo. Só os injustos gozarão. Freud estará de fato morto.



25 de abril de 2016
Luiz Felipe Pondé, folha de SP

IMPEACHMENT NÃO É O EPÍLOGO

Nem bem terminou a sessão da Câmara que aprovou o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o País foi informado de que, na Operação Lava Jato, surgiram mais indícios de crimes que teriam sido cometidos pela própria Dilma e por outras figuras de proa da República. Ao que parece, o impeachment, por mais dramático que seja, será apenas um capítulo, e não o epílogo, da purgação da política nacional.

O nome da presidente foi citado na delação premiada de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral. Ferreira informou aos investigadores que, segundo o que ouviu de Delcídio, Dilma pretendia interferir no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para “libertar réus importantes da Lava Jato”, citando “expressamente” o nome do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Dilma teria exigido que o desembargador Marcelo Navarro, nomeado por ela para o STJ, assumisse um “compromisso de alinhamento” com o governo. Toda essa negociação foi testemunhada por Delcídio, disse Ferreira, que participou de reuniões e trocou mensagens com personagens da suposta manobra - destinada a livrar igualmente os ex-diretores da Petrobrás Renato Duque e Nestor Cerveró. Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, houve uma “trama espúria” no Palácio do Planalto.

Na segunda-feira, foi a vez de Cerveró dizer ao juiz Sérgio Moro que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina de US$ 6 milhões de um dos operadores do petrolão. Não foi possível saber mais detalhes porque Moro pediu ao depoente que parasse de falar, já que se tratava de citação de acusado com foro privilegiado.

No entanto, mesmo breve e incompleta, essa menção a Renan, no momento em que ele se prepara para presidir o decisivo trâmite do processo de impeachment no Senado, é suficiente para devolver o nome do parlamentar à berlinda, de onde ele tentava fugir de todas as maneiras. Agora, mais do que nunca, Renan usará o poder que tem sobre o processo contra Dilma para tentar escapulir do cerco judicial.

Outro que usa o cargo para evitar o acerto de contas com a Justiça é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua habilidade permitiu até agora que, mesmo diante de gritantes evidências de crimes financeiros os mais diversos, ele pudesse conduzir a sessão do impeachment de Dilma. Mas, dois dias antes da sessão, o deputado voltou a ficar no centro do noticiário policial, quando se divulgou a delação de Ricardo Pernambuco Júnior, dono da Carioca Engenharia. Segundo o empreiteiro, as empresas envolvidas na construção do Porto Maravilha, programa de revitalização da zona portuária do Rio, deveriam pagar R$ 52 milhões de propina a Cunha.

Perito em manobrar o regimento da Câmara para se livrar da cassação, Cunha até agora foi bem-sucedido - e seus aliados já dizem que o deputado deverá até mesmo completar seu mandato. No entanto, Cunha não tem mais o impeachment como trunfo, e isso deve reduzir drasticamente seu poder de barganha.

Por fim, a semana do impeachment reservou dor de cabeça adicional ao grande chefe petista, Luiz Inácio Lula da Silva. Um laudo da Polícia Federal indicou que o ex-presidente recebeu R$ 3,6 milhões da Andrade Gutierrez, entre 2011 e 2014. Os valores transitaram por uma conta usada pela empreiteira para pagar empresas investigadas por lavagem de dinheiro no âmbito da Lava Jato.

Nesse cenário, a única certeza é que não se sabe o que mais está por vir. O impeachment de Dilma, hoje dado como certo, não encerrará, em nenhuma hipótese, a marcha de acontecimentos que já ninguém controla. Por mais que Dilma apele a seu passado de torturada pela ditadura para se dizer perseguida, por mais que Renan e Cunha se julguem protegidos pelos cargos que ocupam, por mais que Lula pense estar acima da lei por se considerar o salvador dos pobres, todos eles, e também seus inúmeros cúmplices, muitos em posição de destaque na política e na economia, terão de se ver com a Justiça, mais cedo ou mais tarde. Que o País tenha firmeza e serenidade para enfrentar os próximos capítulos desse intenso drama.



25 de abril de 2016
Editorial Estadão

POR QUEM LULA CHOROU

Lula foi às lágrimas no dia da derrota da batalha do impeachment. Ao lado de Dilma, ele chorou três vezes quando a Câmara aprovou a abertura do processo de impedimento contra sua criatura.
O ato de chorar implica profundo sofrimento e demanda respeito – a não ser quando são vertidas lágrimas de crocodilo, o que não era o caso. 
Mas por quem Lula chorou?

Por Dilma? Certamente, ao ver a seu lado, no Palácio da Alvorada, alguém que, pela história política, não merecia tal destino. Só que Lula também sabe que ela, durante seu governo, fez por onde ser derrotada.
O ex-presidente deve ter se lembrado dos inúmeros conselhos dados à petista nos últimos anos, mas que não foram acatados. 
Ali, em seu silêncio e olhando pelas vidraças do Alvorada, deve ter se perguntado: por que ela não me ouviu? E chorou.

Pelo PT? Também, ao notar que naquele momento ficava mais complicada sua tarefa de recuperar o projeto original de seu partido, perdido nas negociatas do petrolão ao virar farinha do mesmo saco e aderir ao velho esquema da propina.

Por ele mesmo? Com certeza, ao sentir que o legado de seu governo corre sério risco de ser aniquilado pelo fracasso da administração de sua sucessora. 
Naquele instante, Lula deve ter refletido: por que a escolhi candidata? E chorou.

Pelo Brasil? Talvez, mas deveria, porque não tivesse hoje o país mais de 10 milhões de desempregados e mergulhado na pior recessão da história o destino não reservaria tal desfecho para ele e Dilma Rousseff.
Em suas reflexões, o ex-presidente deve estar, principalmente, matutando com os amigos: por que sua criatura nunca fez, de fato, uma autocrítica e assumiu seus erros.

Enfim, interlocutores e amigos de Lula têm a avaliação de que Dilma se aproxima da hora de se afastar do governo numa atitude de autonegação –e quando não se enxerga os próprios erros não se evita os precipícios. 
Deu no que deu. E em choro.


25 de abril de 2016
Valdo Cruz, Folha de S Paulo

DILMA E EU NA MESMA CELA

Pela centésima vez, eu nunca escrevi que Dilma Rousseff não foi torturada, ela e eu nunca estivemos presas na mesma cela, eu nunca vi Dilma Rousseff pessoalmente. Estão misturando dois depoimentos – o meu e de outra jornalista, Isa Salles.

Esta é a história dela:
http://www.bbc.com/…/140328_depoimento_iza_salles_ditadura_…

Esta é a minha história:
http://blogdemirianmacedo.blogspot.com.br/2011/06/verdade-eu-menti_05.html



25 de abril de 2016
Miriam Macedo

TENSÃO PRÉ-IMPEACHMENT

PALÁCIO DO PLANALTO REFORÇA ESTOQUE DE MEDICAMENTOS PARA TAQUICARDIA, INSÔNIA E DEPRESSÃO.



Nem mesmo o passeio a New York teve impacto positivo no humor da "Presidenta" que segundo afirmam, continua muito tensa. Foto DP by Adriano Machado/IstoÉ

A Presidência da República reservou R$ 3,6 mil para compra de remédios para tratamento de taquicardia, depressão, insônia, amidalite, entre outras enfermidades. No total, segundo a ONG Contas Abertas, foram 50 ampolas de adenosina (taquicardia), 1.200 ampolas de água destilada, 280 comprimidos de amoxicilina (antibiótico para bactérias), 10 frascos de lidocaína (anestésico), 100 ampolas de midazolam (sedação e insônia) e 120 comprimidos de quetiapina (anti-psicótico).

Enquanto isso, nas redes sociais a galera não perdoa e parte para a gozação sugerindo medicamentos da denominada "medicina alternativa" afirmando que conferem um maior "empoderamento" aos pacientes. Mesmo assim, admitem que numa crise aguda nem o já famoso "Ficabonzin" resolve. Neste caso o mais indicado é o "Chá de Sumiço".
EXPLOSÕES NERVOSAS

No início do mês, a revista IstoÉ revelou que a presidente Dilma, dominada por sucessivas explosões nervosas, estava consumindo medicamentos controlados, tipo tarja preta. A revista contou que Dilma, “além de destempero, exibe total desconexão com a realidade do País”.
A adenosina, conforme descrição da internet, é um remédio antiarrítmico cardíaco utilizado para tratar taquicardia. A quetiapina é um medicamento anti-psicótico. Ele é usado para tratar o transtorno bipolar (psico maníaco depressiva) em adultos e crianças que tenham pelo menos 10 anos de idade. A quetiapina também é usada em conjunto com medicamentos antidepressivos para tratar transtorno depressivo maior em adultos. Já o maleato de midazolam é um medicamento de uso adulto indicado para tratamento de curta duração de insonia.
Outro produto adquirido, a amoxilina,  é um antibiótico muito usado para tratar vários tipos de infecção bacterianas, como amidalite, bronquite, entre outras. A água destilada é utilizada para enxaguar instrumentos após imersão na solução de desinfecção/esterilização a frio, entre outras finalidades.

25 de abril de 2016
in aluizio amorim

AINDA SOBRE A CUSPARADA DO ZÉDOABREU




Clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap, clap....


E eu aqui batendo palmas para maluco dançar!!!

Este final de semana foi marcado pela cusparada que o Zédoabreu deu em um casal durante uma discussão política em um restaurante de SP.

O que causa apreço aos PTralhas é o nível de argumentação que eles colocam em suas discussões, sempre e invariavelmente apelam para os xingamentos ou agressões quando percebem que os argumentos irracionais e as desculpas esfarrapadas não colam mais no interlocutor.

As redes sociais acabaram (mas não muito) com o brasuca otário por falta de informação, elas estão aí e o acesso é irrestrito, e isso fez com que o PT perdesse enormemente seu poder de iludir os otários, as opiniões estão formadas e nada vai mudar essa situação.

A população que pensa e é honesta não compra o pacote de sacanagens vermelho, e os idiotas uteis, os quadrilheiros e os bobinhos enganados por professores comunistas não conseguem enxergar além do adestramento da esquerda.

Com a falência do projeto PTralha em Bolivarianizar o país, e com a eminente prisão do líder dos vagabundos, somados ao IMPIXA  da PresidANTA Jumenta, os vermelhos entraram em parafuso e partiram para o tudo ou nada. E as cusparadas pelo visto se tornarão verbete no dicionário PTralha da boa argumentação. Pior vai ser quando eles começarem a cagar nas pessoas....

Bem, o episódio do Zédoabreu foi mais do mesmo, o povo de saco cheio de tanta roubalheira e bandalheira dos Ratos Vermelhos passou a devolver na mesma moeda o comportamento que até então era usual dos PTralhas e seus sequazes.  

Vemos diariamente os sabujos vermelhos sendo hostilizados em aeroportos, restaurantes em qualquer lugar, e as reações acabam entrando no campo da agressão, parece que o cuequeiro irmão do cagão mór do PT, Zé Guimarães, andou levando chutes naquela bunda magra na saída de um aeroporto. 

A intolerância está se espalhando feito rastilho de pólvora, e essa situação até então nada comum ao povo Tupiniquim, é resultado da cizânia criada pelo ex presidente Pixulecus Vagabundus com aquelas conversas de "Nós contra eles". Está dando nisso.

Essa novidade em cuspir nos adversários ou em quem pensa diferente começou com o episódio do Aero Wyllys durante a votação do IMPIXA da Jumenta na câmara fedemal, o mundo viu a coragem da BIBA vermelha quando cuspiu na cara do Bolsonaro e saiu correndo. Covardia é pouco para descrever a atitude do dePUTAdo.

Zédoabreu simplesmente copiou a atitude do Aero Wyllys, não teve argumentos para discutir ou se explicar resolveu apelar e partiu para as cusparadas, tanto no rosto do advogado que o enfrentava, quanto no rosto de sua acompanhante. COVARDE, que partisse para as vias de fato com o homem, mas cuspir no rosto das pessoas e acima de tudo, em uma mulher só mostra que Zédoabreu não passa de um pústula, um câncer que precisa de tratamento. Ou...a extirpação. Não dá para conviver com um ser tão abjeto quanto esse atorzinho de merda.

Após o episódio as redes sociais bombaram contra o ator, a indignação coletiva e seletiva chegam a ser assunto para tese de psiquiatria. Já roda na rede um abaixo assinado para que a Grobo demita o cuspidor e outro que pede direito de resposta dos agredidos pelo Zédoabreu.

Até parece que a toda poderosa Grobo vai dar espaço para retaliações ou para que os contrários contem sua versão do episódio.

O pior foi que ontem durante o Dormindão do Fausão teve uns 40 minutos de Zédoabreu ao vivo. Não assisti e não vou assistir, só pelo que li nas redes, parece que a Lhama Grobal fez proselitismo político, palanquismo PTralha, não se desculpou e deu uma de vítima da intolerância do povo. 

Sempre achei Zédoabreu um ator mediocre, e lembro quando ele vivia de papagaio de pirata na Jumenta a ponto dele mesmo espalhar que se a Jumenta fosse eleita ele seria ministro da Cultura....Pois é... Se phodeeeeeeu!!!

Bem, outra vez as redes sociais deram espaço para essa situação e bombaram o Fausão e devem ter explodido o IBOPE do programa.  Essa população não entendeu que essa turma vive de IBOPE, e quando TODO mundo vai assistir ao programa, só faz dar prestígio para os envolvidos.
Mas, desde quando os Brasucas conhecem o significado da palavra BOICOTE né?

Tá cheio de gente que desce o pau em determinados artistas por suas posições políticas e quando encontra a pessoa em aeroportos sai correndo tirar selfies ao lado da pessoa.

Juro por Deus que não entendo o que passa na cabeça de uma pessoa que quer tirar fotos ao lado de alguma celebridade ou sub.  Acho isso uma puta chatice, uma babaquice sem precedentes, além de encher o saco do "famosão" os caras não conseguem ter vida própria, o povo não deixa, isso é mostra da inocência e subserviência a que a maioria dos Tupiniquins estão expostos. Pobreza de espírito e falta de amor próprio. Deus me livre!!!

Não sei se a pessoa que tira a foto e posta no FAKEBUQUE acredita que vai enganar alguém pagando uma de importante e bem relacionado, ou se é simplesmente estupidez. Esse tipo de gente me cansa demais...

Ontem ainda o "Conexão repórter" do Roberto Cabrinha levou ao ar um programa sobre Aero Wyllys e Bolsonaro. Bem para quem assistiu sabe o que foi aquela bosta, para quem não assistiu não perdeu porra nenhuma.

Um programinha esquerdóide pretencioso, que tentou de todas as formas desconstruir a imagem do Bolsonaro e enaltecer a imagem do Aero Wyllys, pura palhaçada de um sectarismo boçal, à cada minuto do Bolsonaro eram quatro ou cinco do Wyllys, Cabrinha queria desconstruir Bolsonaro nem que fosse a tapas, as tendenciosas perguntas e a babação de ovos pra cima do ex BBB deram nos nervos, parei de assistir na metade, fiquei tão indignado que desliguei a TV.

Bolsonaro não é bem um luminar em educação e cultura, mas Aero Wyllys com aquele LGBTismo e o coitadismo gay dá no saco. O programa simplesmente nem deveria ter sido pautado, quanto mais produzido e exibido. Puro lixo. 
Bem, meus caros.

Pelo visto a civilização Tupiniquim não evoluiu o suficiente para fazer das pessoas antagonistas em debates de idéias e jamais inimigos, mas tudo neste país vira briga de torcida e na política não é diferente.
Pobre Brasil.

25 de abril de 2016
o mascate

BYE, BYE DILMA...


INTERNACIONAL - AMÉRICA LATINA




É relevante que os povos da região se rebelem contra o Foro de São Paulo. Porém, nada mudará na América Latina até que os Castro deixem o poder em Cuba. Por enquanto, bye bye, Dilma…

Em um fato político sem precedentes na região sul-americana, mais de dois terços da Câmara de um total de 513 deputados votaram a favor da destituição de Dilma Rousseff como presidente do Brasil. A derrota de Dilma foi, sem dúvida, o golpe mais duro ao que Hugo Chávez chamou de "Socialismo do Século XXI", do qual são expoentes todos os governantes da região na atualidade, inclusive Juan Manuel Santos Stalin Kerenski que conseguiu o impossível: destronar Maduro em impopularidade.

Nada mais parecido com “A Revolução dos Bichos”,de George Orwell, que os governantes do "Socialismo do Século XXI". Todos são iguaizinhos aos porcos da fazenda. Gordos, lentos, paquidérmicos, com umas utopias irrealizáveis, com um despotismo a toda prova. Enquanto se empobrece a população, se enriquecem seus governantes. Todos são assim.

Porém, lentamente, vão caindo um a um. É que não há mal que dure cem anos, nem corpo que o resista. Dilma e todo o seu regime do Foro de São Paulo estavam tão desesperados que repartiam 1 milhão de reais para quem votasse contra o impeachment. Echeverry, no Brasil não é marmelada, é mortadela gigante!

Primeiro foi Zelaya em Honduras, Lugo no Paraguai, Cristina na Argentina, Maduro está quase caindo e Dilma passou o que tinha que passar. O caso de Maduro não deixa de ser mais que insultuoso. E a fronteira fechada há 9 meses (1)…

A região sul-americana, toda, não resiste mais a estes déspotas que a única coisa que produziram foi uma profunda divisão da sociedade, rompendo com todos os valores tradicionais, rompendo com todas as normas legais, como no caso de Gustavo Petro em Bogotá.

Com todo o sentimento popular contra estes déspotas governantes, como são todos os socialistas, se dedicaram a destruir a riqueza construída. Aí está o caso de Juan Manuel Santos.

Patético é o caso do Chile. O país exemplo para mostrar da região também está sofrendo as conseqüências deste nefasto movimento internacional que começou com o que se conhece como Foro de São Paulo, de onde saiu, por exemplo, o grande Lula, que em seu primeiro período nos vendeu um socialismo light, e depois, ao melhor estilo Juan Manuel Santos Stalin Kerenski.

Alguns analistas consideram esta organização, a do Foro de São Paulo, como a Quinta Internacional Socialista, tendo em conta que a Quarta foi fundada por Trotski antes de seu assassinato encomendado adivinhem por quem?

Tudo o que está acontecendo em nossa região é friamente calculado pelo comunismo internacional que pretende criar uma Nova Ordem Mundial. Os que não querem ver, encontram em Juan Manuel Santos seu melhor expoente.

Pelo que foi dito acima, é relevante que os povos da região se rebelem contra o Foro de São Paulo. Porém, nada mudará na América Latina até que os Castro deixem o poder em Cuba. Por enquanto, bye bye, Dilma…

PS: E o Partido Conservador aí. Será que algum representante do Centro Democrático se atreve a apresentar um projeto de lei para destituir o presidente da República? O ministro da Defesa Villegas diz não saber nada dos dinheiros das FARC, mas os Estados Unidos sim, têm isso bem clarinho…



25 de abril de 2016
Rafael Gomez Martinez

Nota da tradutora:

(1) Há 9 meses Maduro resolveu fechar as fronteiras entre a Venezuela e a Colômbia, depois de expropriar e destruir as casas de colombianos que viviam na Venezuela, e expulsá-los de suas casas no meio da madrugada.

Tradução: Graça Salgueiro

DILMA E SEU DESAMOR AO BRASIL

ARTIGOS - GOVERNO DO PT



As recentes manifestações de Dilma no palco internacional correspondem ao item 7 do art. 9º da Lei dos Crimes de Responsabilidade.

"A Constituição determina que, para que o impeachment aconteça, é preciso ter crime de responsabilidade. E não tem, contra mim, nenhuma acusação de corrupção."
(Dilma Rousseff, em NY, dia 22 de abril)

Não sei se resta algum degrau na escada da dignidade do cargo presidencial para Dilma descer e macular ainda mais a própria imagem e a imagem do Brasil. A presidente afirma que não é corrupta, como se a distância entre isso e a santidade fosse vencida numa pedalada de cinco minutos.

Nossa dirigente máxima já cometeu crimes gravíssimos, que hoje habitam, apenas, a zona sombria de sua consciência. Foram anistiados. Ela os cometeu quando pegou em armas para implantar uma ditadura comunista no Brasil. Cometeu-os sabendo que a nação nada queria com sua organização, métodos e ideias. O desrespeito de Dilma ao Brasil e seu povo é, portanto, uma história antiga, só superada mediante robustas mistificações e maquilagem publicitária. O modelo que seguiu na juventude foi proporcionado, patrocinado e orientado pelas tiranias soviética e cubana. Era o que ela pretendia e nunca deixou de pretender, como fica patente cada vez que vai a Havana beijar as mãos sanguinárias dos Castro. Dela nunca se ouviu palavra de arrependimento.

Hoje, ao afirmar que não é corrupta, a presidente objetiva, de um lado, transmitir a falsa ideia de que apenas a corrupção pessoal pode motivar um processo como o que enfrenta. Ora, ainda que não tenha auferido recursos da corrupção, esses crimes, praticados dentro do seu governo, pela equipe sob seu comando e supervisão, ao longo de mais de uma década, proporcionaram a ela e a seu partido a manutenção do poder. Mas Dilma, a exemplo de Lula, nada soube e nada viu. Tudo lhe caiu do céu. Se a corrupção é o crime por excelência no teatro da política, por que tanto desmazelo? Por que tantos corruptos notórios no seu entorno? Por que agasalhar Lula com o cobertor de um ministério, para "usar em caso de necessidade"?

Por outro lado, quanto ao impeachment, Dilma e os seus parecem considerar irrelevante o controle parlamentar sobre a despesa pública. Tal desprezo é próprio de pessoas acostumadas a usarem nosso dinheiro para proveito pessoal ou político! Ignorância pura e simples é que não há de ser. Refresquemos a memória: não foi para estabelecer esse controle que nasceram os parlamentos deliberativos? Não foi principalmente por ele que, em 1215, se revoltaram os barões ingleses redigindo a Magna Carta Libertatum e exigindo do rei João que a assinasse? Estamos falando de um princípio constitucional com oito séculos de vigência! Sua ruptura é grave ofensa ao parlamento e à nação.

Nossa presidente mentiu desbragadamente aos eleitores em 2014; afundou as contas públicas, a economia privada e grandes estatais; fez disparar o desemprego; furou os tetos a respeitar e os pisos a não transpor. Transformou o Palácio em pavilhão de comício e comitê central de seu partido. Vive encapsulada para escapar de vaias e panelaços. Esfarelou seu apoio parlamentar e, em desmedida soberba, quer permanecer assim até 2018.

Acontece que o amor próprio de Dilma contrasta com seu desamor ao Brasil. Ele estava presente nos tempos da clandestinidade, no internacionalismo inerente ao comunismo, no desapreço às nossas raízes e à nossa história, na sempre ardilosa construção da luta de classes e no conceito da Pátria Grande, falsamente bolivariana e verdadeiramente comunista, urdida nos conluios do Foro de São Paulo e da Unasul.

Dia 22, em Nova Iorque, esse desvario chegou ao cúmulo de sugerir sanções do Mercosul e da Unasul ao Brasil caso seu impeachment avance. Nossa presidente repete Luís XV: "Depois de mim, o dilúvio!". Afoguemo-nos todos. As recentes manifestações de Dilma no palco internacional correspondem ao item 7 do art. 9º da Lei dos Crimes de Responsabilidade: "Proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo". Ou não?



25 de ab ril de 2016
Percival Puggina

BEM-FEITO PELO DOMINGÃO DO FAUSTÃO

E o Faustão entrevistou o asqueroso colega cuspidor, Zé das Quantas. Fingiu que era uma entrevista "de surpresa". Os dois se merecem.




Do Zé de Abreu, Zé das Quantas, das Candongas, ou seja lá o Zé que for, não se diga nada.

Quem cospe nos outros porque não consegue engolir a si mesmo, não tem nada a perder nem passa vergonha nenhum, em lugar nenhum. Não tem reserva moral para passar vergonha.

Já do Faustão, diga-se apenas que é isso aí mesmo. Não passa de um apresentador comediante sem graça que conta uma piada com a mesma cara de enterro de quem narra uma tragédia. Não sei com não se refestelaram um cuspindo na cara do outro. Zé de Abreu e Faustão cuspiram na cara do público. Bem feito, quem manda sintonizar o Domingão do Faustão.

COMISSÃO DO ADEUS

Daqui a pouco o Senado dá a escalação definitiva da comissão especial que vai mandar Dilma Vana pro chuveiro antes do tempo. O PT faz docinho e diz que não aceita o Anastasia como relator do "golpe do impeachment". Besteira.

É uma coisinha assim, só para procrastinar. Se o relator não for o Anastasia, os defensores de Dilma vão tomar por cima o Ronaldo Caiado. E aí sim, eles vão ver nessa Comissão do Adeus, porque é que a vaca tosse.

Os amigos da Dilma até debaixo d'água são apenas cinco nessa comissão modelito ideal para a democracia de gabinete que começou a ser implantada nesse país quando, em 1985, Tancredo morreu e Zé Sarney virou presidente daquela que logo passou a ser a extraordinária República do Lulalão.



25 de abril de 2016
sanatório da notícia

SERRA ENFRENTA AÉCIO E DIZ QUE PSDB PRECISA APOIAR TEMER



Serra acha que o PSDB está indo pelo caminho errado
O senador José Serra (PSDB-SP) usou na noite deste sábado, 23, o seu perfil no Facebook para afirmar que seu partido deve aderir oficialmente ao provável governo do vice-presidente Michel Temer (PMDB), ao contrário do que vêm afirmando diversos outros líderes da sigla. Segundo Serra, “seria bizarro o PSDB ajudar a fazer o impeachment de Dilma e depois, por questiúnculas e cálculos mesquinhos, lavar as mãos e fugir a suas responsabilidades com o País.”
A disputa dentro do principal partido de oposição à gestão de Dilma Rousseff (PT) sobre a adesão ou não ao novo governo, caso a abertura do impeachment da presidente seja aprovada no Senado, está dividindo as lideranças tucanas – ao menos em suas declarações públicas.
SERRA SE POSICIONA
Enquanto nos últimos dias nomes ligados ao presidente nacional da sigla, senador Aécio Neves (MG), e ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) defenderam por ora maior distância de Temer, neste sábado foi a vez de Serra defender a participação.
“Eu concordo com o senador Aloysio Nunes Ferreira: se o futuro presidente Michel Temer aceitar os pontos programáticos do PSDB, o partido deve apoiar o governo. E se apoiar o governo e for convidado, deve participar do governo”, escreveu o ex-governador paulista em seu perfil na rede social.
Ele se referia a uma declaração feita horas antes por Nunes, seu aliado e senador por São Paulo, que postou um vídeo também no Facebook em que praticamente dá como certa a participação do partido na gestão de Temer.
NUNES É BEM  CLARO
De acordo com Nunes, o PSDB “não vai faltar com a sua responsabilidade”, já que participou ativamente do processo de impeachment. “Agora, cumprida essa etapa, cabe a nós ajudarmos o novo governo com todas as forças, para que o governo de Michel Temer possa ter condições de enfrentar a crise”, disse.
O discurso da dupla paulista marca posição contrária às lideranças tucanas que se opõem a uma conciliação imediata com Temer. Conforme revelou na sexta-feira o Estadão, há até uma ala no PSDB que defende a ideia de que membros do partido se licenciem e não disputem a Presidência em 2018 caso decidam assumir cargos no governo do atual vice.
AMPLA MAIORIA
Os tucanos e líderes de oposição reunidos no Fórum Empresarial, em Foz do Iguaçu, preferiram não polemizar com Serra. A avaliação da cúpula do PSDB, porém, é que existe hoje uma ampla maioria formada em defesa da tese de que o partido não deve participar de forma orgânica, ou seja, ocupando cargos, em eventual governo Temer.
Segundo dirigentes ouvidos pela reportagem, a defesa do embarque na administração peemedebista se restringe apenas a aliados de Serra – que, por sua vez, é apontado como o tucano mais cotado para assumir um ministério importante por causa da sua boa interlocução com Temer. Uma reunião da Executiva do PSDB para decidir a posição definitiva do partido sobre o assunto está marcada para o dia 3 de maio.

25 de abril de 2016
Rodrigo Burgarelli
Estadão