"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 4 de março de 2016

LULA FOI ACORDADO ÀS 6 HORAS E DIZ QUE SE SENTIU "PRISIONEIRO"



Lula fala à imprensa e diz que não tem “complexo de vira-lata”

















Depois de ser interrogado pela força-tarefa da Operação Lava Jato durante três horas em dependências do Aeroporto de Congonhas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para a sede do PT no centro de São Paulo, onde fez um pronunciamento aos jornalistas, cercado de dirigentes e parlamentares petistas.
“Me senti prisioneiro hoje de manhã”, afirmou. “A minha indignação é pelo fato de às seis horas terem chegado vários delegados, aliás, muito gentis, pedindo desculpas, e dizendo que estavam cumprindo uma decisão, e que decisão era do juiz Moro.”
“Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da polícia federal. Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve”, afirmou.
CRIMINALIZAR O PT
“Hoje ser amigo do Lula virou coisa perigosa, é preciso criminalizar o PT, o Lula”, assinalou o ex-presidente, protestando pelo fato de sua mulher também estar sendo investigada: “Marisa merecia respeito. Enquanto muitos deles nem trabalhavam, a Marisa já era empregada doméstica aos onze anos”.
Lula afirmou que o comportamento dos investigadores é “muito grave”, alegando que já havia prestado esclarecimentos: “Em 5 de janeiro, suspendi minhas férias para prestar depoimento em Brasília”, disse, acrescentando: “Se o juiz Moro quisesse me ouvir, era só ter mandado um ofício”, disse ele.
Ele afirmou também que não tem “complexo de vira-lata”, destacando que a ação da força-tarefa não o desanima: “Eles acenderam em mim chama a chama de que a luta continua”, desafiou o ex-presidente, que voltou a se reunir com a Comissão Executiva Nacional do PT.
O MELHOR PRESIDENTE…
“Acho que eu merecia um pouco mais de respeito nesse país”, disse Lula. “Eu e meus companheiros me levaram a ser presidente desse país, e fui melhor que todos eles [os outros presidentes], que todos cientistas políticos, fazendeiros, advogados.”
Disse que se transformou “no conferencista mais caro do mundo, junto com o Bill Clinton”, porque o mundo queria saber como o governo conseguiu aprovar medidas como o Prouni, que dá bolsas para universitários.
Em seguida, anunciou o revide: “Não vou abaixar a cabeça”, disse ele. “O que eles [a PF, o Ministério Público Federal] fizeram com esse ato de hoje, é que, a partir da próxima semana, CUT, PT, sem-terras, PCdoB, me convidem, que eu vou andar esse país.”
“Todo mundo pode ter um amigo que tenha uma casa de praia ou um sítio. Menos essa merda desse metalúrgico aqui”, ironizou.
DILMA PROTESTA
Em Brasília, durante uma reunião com prefeitos, a presidente Dilma Rousseff voltou a sair em defesa de seu antecessor no Palácio do Planalto e avaliou como “desnecessária” a expedição de um mandado de condução coercitiva contra o petista. Segundo relatos de assessores do Planalto, a chefe do governo assinalou que, em sua opinião, a situação está saindo da normalidade e do que prega o estado democrático de direito.
Mais cedo, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, também avaliou como um “exagero” o mandado de condução coercitiva e reconheceu que o episódio é “ruim” e gera um desgaste para o partido.
“É um exagero e isso ficou nítido”, criticou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao contrário do que alardearam, não foi uma entrevista coletiva propriamente dita. Lula apenas falou perante os jornalistas. Desde o escândalo de Rosemary, em 2012, o ex-presidente não dá entrevistas. Apenas fala o que pretende divulgar, sem poder ser questionado ou replicado pelos repórteres.Quanto a se sentir prisioneiro, é melhor ele ir se acostumando… (C.N.)

04 de março de 2016
Deu na Folha

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