"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 25 de agosto de 2013

O BRASIL NÃO PODE COMPACTUAR COM A EXPLORAÇÃO DOS MÉDICOS CUBANOS PELO GOVERNO DE HAVANA




Causa perplexidade o governo brasileiro compactuar com a forma exploratória com que Cuba trata os seus profissionais médicos, que vêm aqui prestar serviços e não têm direito a receber diretamente os seus salários.

 Reza a Constituição brasileira, no Art. 5º, que todos são iguais perante a lei, e na alínea XIII, que é livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Diferente de uma cooperativa médica ou de um grupo empresarial correlato, em que o médico recebe a sua remuneração por serviços prestados diretamente dessas entidades, é inadmissível que o nosso país não defenda o espírito constitucional brasileiro para aqueles que aqui vêm prestar serviços de natureza pública.

Ao anuir de boa vontade ao critério ditatorial e iníquo do governo cubano, que não permite que os seus médicos recebam diretamente do governo brasileiro o salário de R$ 10 mil, pago igualmente aos profissionais brasileiros – mas sim através da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)/governo cubano, sem ficar expresso o valor que os cubanos irão receber no exterior – nosso país afronta princípios fundamentais dos direitos humanos.

E vejam o que diz a Consolidação das Leis do Trabalho, Art.5º: “A todo o trabalho de igual valor corresponderá salário igual, sem distinção de sexo”.

Ora, se combatemos a violação dos direitos humanos, a lógica e o bom senso recomendam não fazer acordo com país que não trate com equidade os seus cidadãos e profissionais.

Assim, não deveria o Brasil firmar acordo com país cujos direitos sociais e profissionais colidam com os nacionais.

25 de agosto de 2013
Júlio Cesar Cardoso

O SUBFATURAMENTO DOS MÉDICOS CUBANOS...

Era só o que faltava: o salário dos médicos cubanos está subfaturado. Na verdade, é R$ 21,25 mil e não 10 mil.



É aritmética elementar.  Basta fazer as contas. Confira:

1) O governo brasileiro anuncia que gastará R$ 511 milhões pagando por 4 mil médicos cubanos por 6 meses, de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, segundo o Ministério da Saúde.

2) Faça as contas:
R$ 510.000.000,00 : 4.000  =  R$ 127.500, 00 por médico, no .250,00de 6 meses;
R$ 127.500,00 : 6 (meses)  = R$ 21.250,00 por médico, por mês.

Se o número do gasto total estiver certo (R$ 510.000.000,00) serão dispendidos R$ 21.291,66 mensais por médico, e não R$ 10 mil, como foi anunciado.

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


   


AINDA SOBRE A IMPORTAÇÃO E CHEGADA DOS MÉDICOS ESTRANGEIROS AO BRASIL


 Uma multidão de médicos estrangeiros já desembarcou no Brasil. São de muitos países. Em declaração ontem, sábado, à TV Bandeirantes, o presidente do Conselho Federal de Medicina, inconformado com a importação, disse textualmente “nem sei se são médicos mesmo“.

Contudo, devemos a todos eles respeito, agradecimento e cordialidade. Eles não são culpados pela situação deplorável em que se encontra o Brasil, que vive,  permanentemente “na mais perfeita confusão”, para usar a apropriada expressão do nosso querido e eminente jornalista Helio Fernandes.
 
Deixaram seus países, costumes, parentes, amigos e tudo mais, para prestar socorro médico aos brasileiros que mais se encontram abandonados, descartados, ignorados e ao desamparo do Poder Público.
Os cubanos desembarcaram dizendo “aqui estamos por amor”. É possível, partindo do sofrido povo cubano.

A recepção oficial, porém, não foi nada cortês, mas de aparência belicosa. Lá estavam, nos aeroportos, soldados do Exército, fardados e armados de fuzis, sabe-se lá pra quê. É intuitivo que os doutores estrangeiros se sentiram constrangidos, mais ainda quando não foram levados para hotéis, mas para dormitórios em quartéis militares!
 
Muitos chegaram sozinhos, outros trouxeram esposa e filhos. A maioria era de médicos jovens, mas havia doutores já com certa idade. Que sejam bem-vindos. Muitos mais estão para chegar. Nas guerras, são os Médicos Sem Fronteira que comparecem e socorrem. Na desordem e no abandono de um povo, como acontece com os brasileiros, são esses voluntários que chegam para nos acudir.
 
MEDIDA PROVISÓRIA
Mas voltemos à Medida Provisória nº 621, de 8.7.2013, que instituiu o projeto Mais Médicos Para o Brasil. Além das inconstitucionalidades e outras incoerências já abordadas em artigos e comentários anteriores, observe o leitor o seguinte. A MP chama de médicos intercambistas os estrangeiros que chegam e formados em medicina no exterior. E médicos participantes, os nacionais formados em faculdades de medicinas brasileiras.
 
Àqueles (intercambistas) basta apresentar o diploma (sem a necessidade de revalidação), a habilitação para o exercício da medicina em seu pais (dispensada a tradução desses documentos) e possuir “conhecimentos da língua portuguesa”. A estes (participantes), a apresentação do diploma revalidado. É uma incoerência, pois deveria ser o contrário.
 
E mais, não basta ter “conhecimentos” da língua portuguesa. É preciso falar e dialogar fluentemente nosso idioma, mormente para quem vai trabalhar em regiões que usam expressões idiomáticas regionais e que nem sempre os brasileiros sabem o que significam.
 
Para os médicos, intercambistas ou não, a MP cria a pessoa do supervisor, outro médico para fiscalizar a permanente ação do médico supervisionado. E cria, ainda, a outra figura, a do médico tutor, a quem cabe orientar seu “médico-tutelado”. É uma extravagância incompatível com a realidade nacional. Se o governo importa médico de fora porque falta o médico de dentro, como é possível arregimentar ainda dois outros médicos de dentro para fiscalizar um terceiro que chega de fora?
 
VÍNCULO EMPREGATÍCIO
 
Outras duas últimas ilegalidades, por hoje. Diz o artigo 11 da referida Medida Provisória que as atividades dos profissionais integrantes deste projeto Mais Médicos Para o Brasil “não criam vínculo empregatício de qualquer natureza”, o que contraria a Consolidação das Leis do Trabalho e a própria Constituição Federal que dispõem de forma contrária.
 
Por fim, os médicos estrangeiros, que aqui permanecerão de 3 a 6 anos, não podem contribuir para a Previdência Social, o que é permitido apenas para os médicos brasileiros e para mulher e filhos dos estrangeiros que encontrarem trabalho no Brasil. Isso é gritante discriminação. Fere o princípio da igualdade de tratamento, além de brutal hostilidade para com aquele que deixa seu país para nos socorrer.
 
Tudo isso e muito mais, demonstra o total desprezo e completa ignorância dessa gente que está à frente do governo brasileiro para com os comezinhos primados do Direito e do respeito que cada um deve dispensar ao próximo.

25 de agosto de 2013
Jorge Béja

UM EPISÓDIO DA MELHOR IDADE

O cavalo no bar

Cena: um asilo de velhos. Quatro velhinhos sentados, num círculo. Os quatro dormindo, apoiados na sua bengala.

Velhinho 1 (Acordando) - O que é que o barman diz para um cavalo que entra no bar?

Velhinho 2 (Acordando) - O quê?

Velhinho 1 - Um cavalo entra num bar. O que é que diz o barman?

Velhinho 2 - Por que um cavalo entraria num bar?

Velhinho 1 - Não interessa. É uma piada. Entra o cavalo no bar...

Velhinho 3 (Acordando, para o Velhinho 4, que é surdo) - O que foi?

Velhinho 4 (Acordando) - Algo sobre cavaco lombar.

Velhinho 3 - Cavaco lombar? Acho que já tive isso.

Velhinho 1 - Um cavalo entra num bar. Não interessa por quê. O barman diz o quê?

Velhinho 2 - Quem?

Velhinho 1 - O barman.

Velhinho 4 - O Batman?

Velhinho 1 - O barman. O barman. O cara que serve no bar.

Velhinho 2 - Boa, boa. Também tem aquela do padre, do pastor protestante e do rabino que entram num elevador. O que é que diz o cabineiro?

Velhinho 3 (Para o Velhinho 3) - Quem?

Velhinho 4 - Acho que é mineiro.

Velhinho 2 - O cabineiro. O ascensorista.

Velhinho 1 - Isso não existe mais. Hoje, num elevador só tem botão. E eu ainda não terminei de contar a minha piada!

Velhinho 2 - Ah, não tinha terminado? Então conta, conta.

Velhinho 1 - Um cavalo entra num elevador. Não! Um cavalo entra num bar. O barman lhe diz uma coisa. O que é?

Velhinho 2 - O barman pergunta ao cavalo onde está o seu dono e o cavalo diz: “Deixei ele amarrado lá fora”.

Velhinho 1 - Não!

Velhinho 2 - O barman diz: “Esta é a primeira vez que entra um cavalo neste bar” e o cavalo diz: “E com estes preços, será a última”.

Velhinho 1 - Não!

Velhinho 2 - Você não quer saber o que o ascensorista diz para o padre, o pastor protestante e o rabino que entraram no seu elevador?

Velhinho 1 - Não!

Velhinho 2 - Diz: “Sabem que isso daria uma anedota?”.

Velhinho 1 - Está bem. Boa. Mas vamos lá: o que o barman pergunta para o cavalo que entra no bar?

Velhinho 2 - Não sei.

Velhinho 1 - “Por que essa cara comprida?”

Velhinho 2 - Como é?

Velhinho 1 - O cavalo. Cara comprida.

Silêncio. Depois:

Velhinho 3 - Onde é que entra o Batman?
 
25 de agosto de 2013
Veríssimo

A HIPOCRISIA DE VERÍSSIMO

 

O simpático cronista gaúcho ataca novamente. Em sua coluna de hoje, “aprendemos” que tudo de ruim no Oriente Médio é culpa dos imperialistas americanos e britânicos.
Sério! Verissimo mais parece escritor de autoajuda para antiamericanos invejosos, em busca de canalizar todo o ódio de suas frustrações contra o sucesso dos ianques.

Nenhuma palavra do autor sobre a “democracia” da Irmandade Muçulmana, que queria impor a sharia aos demais. Democracia não pode ser apenas uma ditadura da maioria dos eleitores. É muito mais que isso! Mas não vem ao caso.
Verissimo resume tudo ao seguinte: os americanos apóiam a democracia, desde que seu resultado seja o desejável.

Não é bem isso. A democracia deve ser apoiada desde que seja democracia de fato, não um engodo para uma ditadura islâmica com verniz democrático! Ele diz:

Essa meleca — e a meleca maior que é toda a situação no Oriente Médio, incluindo a questão Israel/palestinos — é fruto de muitos anos de hipocrisia, começando com a hipocrisia das potências imperialistas, que pilharam meio mundo disfarçadas de evangelizadoras e civilizadoras, e, no caso do Oriente Médio, chegaram a impor fronteiras e inventar países. 

Países foram “inventados” aos montes por decisões arbitrárias dos “imperialistas”. A Austrália é um bom exemplo. Por que será que não vive um caos como ocorre no Oriente Médio? Verissimo não vai responder. E por falar em hipocrisia:

Mas tanto os países artificiais quanto os históricos, como o Egito, tiveram culpa pela sua desgraça atual. Nos anos 60 e 70 ensaiou-se a criação de uma nova ordem econômica mundial, independente da ordem sacramentada pelo neoimperialismo anglo-americano. Os dólares do petróleo financiariam essa tentativa de emancipação dos pobres. Mas não aproveitaram a abertura. Os emires apoiavam a ideia da revolta em tese, mas continuaram aplicando seus lucros no sistema bancário dominante. E o neoimperialismo, enquanto exaltava a democracia liberal, se encarregava de impedir qualquer alternativa para o seu domínio.

Que alternativa fantástica era essa? O comunismo? A ordem econômica mundial, “sacramentada pelo neoimperialismo anglo-americano”, foi aquela que permitiu centenas de milhões de pessoas saírem da miséria na Ásia? Não fica claro que modelo Verissimo defende como opção, mas sabendo que ele é admirador até do regime cubano, podemos ter uma ideia.

Mas vejam que coisa: os pobres não deixaram de ser pobres, apesar dos petrodólares (que entravam nos países graças ao  ”neoimperialismo” anglo-americano), por culpa do próprio “neoimperialismo”. Como são malvados os americanos! Não deixaram o Oriente Médio florescer, pois preferem negociar com ditaduras instáveis, sabe?

Os americanos preferem fazer negócios com um ditador em vez de negociar com uma democracia liberal e próspera, sem dúvida! Não faz sentido? O que é melhor para os americanos: negociar com a Nova Zelândia e a Coreia do Sul, ou com a Síria e o Irã?

Quem diria que toda a história recente do mundo caberia numa letra de bolero?
Quem diria que toda a história recente das crônicas de Verissimo caberia numa letra de bolero?

PS: Não esperem da esquerda caviar revolta, artigos, protestos ou campanhas contra isso aqui. Irmandade Muçulmana perseguindo, matando e aterrorizando minorias cristãs? Isso não interessa, não vende bem, não dá para culpar os imperialistas americanos, o capitalismo, nada disso.
A esquerda só entra em campo quando é para defender o que há de pior, e para atacar o que há de melhor.

25 de agosto de 2013
Rodrigo Constantino

PIADA DE DOMINGO


“‘Ninguém encarna melhor o espírito das ruas do que eu’, diz Maluf. Rarará. Adoro! Se o Maluf for o espírito das ruas, nunca mais saio sozinho à noite!”
 
 
José Simão
25 de agosto de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
25 de agosto de 2013



 

É... PARECE QUE OS BRASILEIROS, CANSAMOS DESSA PÂNDEGA! E TOME VAIA!!!

Published on Aug 24, 2013.
O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro da Defesa, Celso Amorim, foram vaiados neste sábado (24) por grande parte dos parentes e convidados de 476 cadetes que receberam as Espadins da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sul do Rio de Janeiro.

A culpa é do SOL, disse o ministro Celso Amorin...O cérebro do  petista funciona assim: A Culpa é sempre do outro, nesse caso é do SOL. Se o Sol estivesse sob o controle do ministro do PT, não tenha dúvidas de que, ele mandaria o SOL se retirar.  Caso os convidados não fossem "seres humanos"seriam o que na comemoração? MOVCC

 
 
 
 

“Todos somos seres humanos”, disse o ministro, atribuindo as vaias “ao sol e a coisas que estão um pouco fora do nosso controle”. ( Leia mais na Revista Sociedade Militar)
 
http://sociedademilitar.com.br/index.php/forcas-armadas/594-ministro-da-defesa-foi-vaiado-na-aman.html




ATENÇÃO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL! ATENÇÃO SENADORES E DEPUTADOS! ATENÇÃO BRASILEIROS!!!

 

MÉDICOS CUBANOS CHEGAM AO BRASIL ELOGIANDO O REGIME COMUNISTA ASSASSINO DE FIDEL CASTRO


Leitores do blog da Venezuelas advertem sobre o perigo dos agentes cubanos. Fato semelhantes ocorreu na Venezuela. Começou com médicos e depois vieram outros agentes comunistas de outras áreas, incluindo o serviço secreto G2 cubano.

Equipe de médicos comunistas cubanos que vem trabalhar para a campanha eleitoral do PT. (foto do site de O Globo)

VENEZUELANOS DEMOCRÁTICOS CONTINUAM ALERTANDO O BRASIL SOBRE A INVASÃO CUBANA PELO TWITTER!LÁ COMEÇOU COM A VINDA DE MÉDICOS. DEPOIS, DE OUTRAS ÁREAS, INCLUSIVE DO G2, O SERVIÇO SECRETO CUBANO.HOJE HÁ MILHARES DE CUBANOS NA VENEZUELA! É O COMEÇO DA TRANSFORMAÇÃO DO BRASIL EM MAIS UMA REPÚBLICA BOLIVARIANA COMUNISTA!
 
COMENTO NO BLOG: 

25 de agosto de 2013

COMEÇOU A LAVAGEM CEREBRAL


Não interessa o salário, trabalhamos por amor', diz médico cubano em PE. Repasse da remuneração para governo caribenho é ponto polêmico. Dos 206 profissionais que chegaram ao Brasil, 30 ficaram no Recife

"Nós somos médicos por vocação, não por dinheiro, não nos interessa o salário, fazemos o trabalho por amor." A afirmação é do médico cubano Nelson Rodriguez, 45 anos, que chegou neste sábado (24), ao Recife, e logo foi questionado sobre o salário que receberá pela atuação no Brasil através do programa Mais Médicos. A polêmica é que os profissionais cubanos foram contratados coletivamente por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a quem o Brasil vai repassar a remuneração individual mensal de R$ 10 mil. O dinheiro será encaminhado para o governo caribenho, que será responsável por pagá-los, retendo uma parte não informada.
 
Rodriguez faz parte do primeiro grupo de médicos cubanos que vai trabalhar no Brasil. Eles chegaram no começo da tarde deste sábado (24) e, do total de 206 profissionais que estavam no voo fretado vindo de Havana, 30 ficaram no Recife. Os demais seguiram para Brasília, onde devem aterrissar no começo da noite. A aeronave pousou na capital pernambucana por volta das 14h30.
 O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, que recebeu o grupo que desembarcou no Recife, afirmou não saber quanto dos R$ 10 mil ficará com os médicos e quanto irá para o governo cubano. "Há uma perspectiva de outros convênios [de Cuba com outros países], onde médicos cubanos ficam com 25% a 40% do salário e cada profissional pode receber uma quantia diferente, dependendo do custo de vida do local. Essa relação trabalhista é [responsabilidade] da Opas e do gorverno cubano", disse. O valor total do acordo com a Opas é de R$ 511 milhões até fevereiro de 2014.
 
 
25 de agosto de 2013
G1

"UM DEUS IMPLACÁVEL"


Tive a oportunidade de ler, uns 20 anos atrás, uma história que, por seu significado, muito me impressionou. Um dentista francês que fora tentar a sorte na América teve como um de seus primeiros clientes um cidadão que se trajava de modo austero e parecia homem de poucas palavras. O tratamento ia ser caro e demorado. Quando o odontólogo apresentou uma prévia do orçamento, o cliente abriu um sorriso amigável, passou-lhe um cartão de visita e foi logo dizendo: "Sou membro da Igreja Presbiteriana da Main Street e o senhor, se quiser, poderá tomar informações a meu respeito por lá".

Nada mais disse, o que deixou o francês intrigado. Ao reportar o ocorrido a um colega mais afeto aos costumes locais, foi tranquilizado: o que o cidadão quis dizer foi: não se preocupe quanto ao pagamento. Tudo foi quitado religiosamente em dia e com isso o gaulês teve sua primeira aula de América. Ele pôde perceber que os americanos honravam, como se sagrada fosse, a palavra que empenhavam.

No início do século passado, em 1904, o sociólogo alemão Max Weber esteve na América. Seu objetivo era claro: desejava conferir pessoalmente algumas características do povo local que já desconfiava que existissem e de suas pesquisas tirou conclusões inéditas e surpreendentes, que não só elevaram sua obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo à condição da mais importante do século 20, como também transformou de vez toda a estrutura da sociologia até então existente - antes lastreada unicamente no marxismo e no conceito materialista de "luta de classes".

Para Weber, a visão de Marx, apesar de seu potencial mobilizador - tanto que perdura até hoje -, nunca deixou de ser um whishful thinking, uma forma marota de atribuir ao próximo a responsabilidade por todas as nossas mazelas. Se a culpa é sempre dos outros, podemos todos nos eximir dos problemas. Nem sequer nos cabe fazer uma autocrítica sincera acerca de nossas eventuais deficiências.

Weber, que posteriormente escreveria um tratado sobre todas as principais religiões, chegou a conclusões opostas. Ao contrário de Marx, entendia que as raízes das nossas misérias, longe de ser materialistas, tinham todas elas um severo componente espiritual. Dependiam da nossa idealização de Deus.

Ao estudar o protestantismo, Weber notou que havia em quase todas as suas denominações um lugar-comum: Deus não perdoava as almas em função de sua vida aqui, na Terra; todos nós já teríamos um destino predeterminado antes mesmo de nascer e não teríamos nenhuma pista a respeito dele. O único indício sobre esse destino seria o grau de sucesso e prosperidade que viríamos a alcançar em nossos empreendimentos. Os ensinamentos de Weber extraídos do protestantismo inspiravam-se em suas vertentes mais radicais, representadas pelas palavras de João Calvino e alastradas pela América. Não por coincidência, foram os seguidores europeus e norte-americanos do teólogo franco-suíço os que lograram alcançar maior êxito na vida.

Segundo Weber, as virtudes associadas à honestidade, solidariedade, cumprimento fiel da palavra dada, somadas a trabalho duro e a padrões austeros de acumulação de riquezas, explicavam esse fenômeno: se todos agissem conforme tais normas, adquiririam já de início uma vantagem comparativa insuperável em relação aos demais.

A ética protestante, ademais, associava-se ao racionalismo na ciência, à jurisprudência, à observação somada à sistematização racional da administração pública. Era, por assim dizer, um desenvolvimento do Iluminismo. Essa ética ajudava, e muito, esse processo.

Paradoxalmente, foi a intransigência quanto aos usos e costumes o que mais contribuiu para seu êxito: aos cidadãos não era tolerado nenhum deslize. Qualquer escorregão ético era visto como um sinal evidente de que quem o cometera não estava entre os agraciados com a bênção divina. E isso não só torturava intimamente o pecador, como acarretava consequências sociais terríveis. As mais suaves implicavam o banimento do convívio em sociedade.

A quem deseje entender melhor esse fenômeno ouso recomendar um filme de décadas atrás chamado A Letra Escarlate. A trama é ambientada em Massachusetts, no século 17. Uma mulher jovem acredita ter perdido o marido (não me recordo das circunstâncias) e se apaixona por outro homem. Acontece que o marido não havia falecido. Tempos depois ele reaparece e a partir daí a vida dela se torna um inferno: as autoridades, para marcá-la como adúltera, ordenam que seja pregada em suas vestes uma enorme letra A de cor escarlate. A sociedade local, como era de prever, passou ostensivamente a evitá-la. E por muitas outras privações ela teve de passar antes que a morte viesse buscá-la.

Diante de toda essa severidade, o catolicismo ficava em desvantagem. Entre nós, católicos, existe o perdão. Isso torna a nossa religião mais humana, porque admite a redenção dos pecados, desde que o fiel demonstre sincero arrependimento. Somos mais tolerantes, mas pagamos um preço por isso.

Pelo sim, pelo não, o fato incontestável é que em quase todas as sociedades europeias são os protestantes que têm os melhores cargos, recebem os salários mais elevados e ocupam postos de liderança na comunidade. Isso não passou despercebido nem por Weber nem pelos pensadores que vieram depois.

Esse fenômeno significa que o protestantismo é, de alguma forma, superior ao catolicismo? Não há evidências sólidas para comprovar a tese. O que se pode afirmar com certeza é que o Deus dos protestantes é mais severo e intransigente que o Deus católico. O Deus protestante é intolerante e intransigente com seus fiéis. Já o Deus dos católicos se destaca por ser misericordioso, perdoar as nossas faltas, ser compreensivo com os pecadores. O Deus protestante conduz seus fiéis a um mundo sem pecado e com mais prosperidade. Mas, sem dúvida, é mais fácil amar o nosso Deus do que amar o Deus dos protestantes.
 
25 de agosto de 2013
João Mellão Neto, O Estado de São Paulo

A ESCRAVIDÃO FOI RESTAURADA EM 2013

 

Se algum dos médicos cubanos tentar escapar de vez da ditadura castrista e asilar-se no Brasil, será atendido pelo governo ou deportado para a ilha-presídio?

Formulada no comentário de 1 minuto para o site de VEJA, a pergunta acaba de ser respondida pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. “Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão”, declarou à Folha o doutor federal. “Provavelmente, seriam devolvidos”.

Depois de ressalvar que “a possibilidade de deserção é remota”, Adams tentou justificar a abjeção: “Todos os tratados, quando se trata de asilo, consideram situações que configurem ameaça por razões de ordem política, de crença religiosa ou outra razão. É nesses condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”.

Padilha, ministro da Saúde e Lula, ex-presidente do Brasil

Para o bacharel do Planalto, portanto, nenhum cubano tem motivos para trocar a ilha natal pelo Brasil, a ditadura pela democracia, a opressão pela liberdade. “Esses médicos vêm como profissionais, eles vêm em cima de um compromisso, de um acordo, de um programa, de uma relação de trabalho”, derramou-se o chefe da AGU.

Adams não vê nada de mais numa “relação de trabalho” deformada por violências repulsivas. Os 4 mil importados pelo ministro Alexandre Padilha terão de viver longe da família e permanentemente vigiados por monitores incumbidos de impedi-los de relacionar-se com brasileiros.

O dinheiro dos salários (R$10 mil por cabeça) será repassado diretamente ao governo cubano, que engolirá mais de 90% da bolada.

A ópera do absurdo foi ampliada pela confissão de Adams: os médicos caribenhos pertencem aos irmãos Castro. Muitos são escravos voluntários, e se engajaram com entusiasmo na tarefa de expandir o paraíso comunista. A maioria cumpre ordens.

Os que tentarem fugir serão capturados e devolvidos aos donos. Se conseguirem enganar os capitães -do-mato brasileiros, os parentes retidos na ilha sofrerão os castigos de praxe.

Alexandre Padilha, quem diria, acabou transformado numa Princesa Isabel às avessas. Abolida em maio de 1888 por uma filha de Dom Pedro II, a escravidão foi restaurada em agosto de 2013 por um filhote de Lula.

25 de agosto de 2013
Augusto Nunes, Veja

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE

 

Ao longo dos últimos dias a imagem de centenas de crianças sem vida, alinhadas num chão de cimento, assombra a comunidade internacional. Algumas estão enfileiradas ao lado dos pais, também envoltos em lençóis brancos, deixando à vista apenas seus rostos.

Todos têm fisionomia serena — perderam a agonia crispada que marcou as últimas horas de suas vidas. Chama a atenção, na improvisada alameda de cadáveres, a ausência de qualquer gota de sangue. Aquelas vidas atingidas por algum agente químico numa madrugada em Damasco parecem ter se apagado sozinhas.

Na guerra civil que há três anos estraçalha a Síria e já fez mais de 100 mil mortos, a ONU, os Estados Unidos e potências mundiais se deparam com indícios cada vez mais consistentes, embora conflitantes quanto à autoria, de que mais ataques químicos estejam nos planos de quem controla este arsenal no país.


Sírios tentam identificar corpos depois de ataque químico. Foto: AP
 
“Precisamos nos certificar de que não haverá uma proliferação de armas de destruição em massa”, advertiu pela primeira vez o presidente americano Barack Obama.

Por feliz coincidência, o Centro Belfer para Assuntos Internacionais e Científicos, da Universidade de Harvard, acaba de tornar público um relatório que serve de reflexão também para o atual imbróglio sírio. O estudo tem 40 páginas.

E apesar do título árido — Plutonium Mountain: Inside the 17-Year Mission to Secure a Legacy of Soviet Nuclear Testing (A montanha de plutônio — por dentro da missão de 17 anos para isolar um legado de testes nucleares soviéticos), o caso narrado nada tem de tedioso.

Ele reconstitui a determinação de um grupo de cientistas de três países que levaram 17 anos para nos presentear com algo que somente agora sabemos existir. Trata-se de um modesto monumento de três faces, em pedra escura, fincado no pé de uma remota colina rochosa do Cazaquistão, com uma inscrição trilíngue, em inglês, russo e cazaque: “1996-2012. O mundo se tornou mais seguro.”

A inscrição resume o êxito da maior e mais complexa operação de desativação de material nuclear desde a Guerra Fria.

Sabia-se que a União Soviética realizara quase todos os seus testes nucleares numa área despovoada do Cazaquistão oriental.

Equivalente, em tamanho, ao estado de Alagoas, o Centro de Semipalatinsk fora palco de 456 explosões, 116 das quais na atmosfera e 340 subterrâneas no interior da Montanha Degelen.

Algumas eram explosões atômicas; outras, experiências para estudar o impacto de explosivos convencionais sobre o plutônio e o urânio enriquecido, ou para testar a segurança de armas nucleares durante acidentes simulados.

Com o colapso da União Soviética, em 1991, e sua retirada do Cazaquistão, tudo foi abandonado à própria sorte — o centro de testes, equipamentos, um emaranhado de 180 túneis não lacrados, silos repletos de resíduos de plutônio.

O saque às instalações não tardou. Para os moradores das localidades vizinhas, trilhos que antes transportavam artefatos nucleares valiam pelo metal, cabos elétricos, pelo cobre.

Ninguém parecia se interessar pelo material nuclear. Uma verba militar do Pentágono que financiara a construção de barreiras de acesso aos túneis de pouco servira.

Em 1998, o cientista Siegfried Hecker se aposentara da direção do Laboratório Nacional de Los Alamos e decidiu fazer uma périplo de nove dias por Semipalatinsk. Alarmou-se ao ver predadores fazerem escavações mecanizadas à procura de metais vendáveis.

No relatório de viagem que elaborou ao final, comparou a Montanha Degelen a uma mina de plutônio em potencial para terroristas e bucaneiros.

Visto que apenas os russos tinham o mapa dessa mina e sabiam o tipo de material tóxico ali enterrado, decidiu estabelecer uma ponte de confiança científica à margem da política e das respectivas burocracias governamentais. Encontrou em Radi Ilkaev, o diretor do laboratório nuclear Arzamas-16, o interlocutor certo.

Apesar da desconfiança e da cautela do lado russo, formaram-se duas equipes com o mesmo propósito de blindar o centro de testes abandonado.

A eles se juntou o governo do Cazaquistão, ávido por limpar seu território da indigesta contaminação soviética. Não sabiam, então, que custaria 150 milhões de dólares nem que levaria 17 anos.

Começaram por encontrar uma solução para um campo de explosões em silos verticais, onde resíduos de plutônio haviam se acumulado quase na superfície do solo: copiaram a fórmula adotada para o reator de Chernobyl, encobrindo a área com um gigantesco sarcófago de concreto.

Os Estados Unidos entraram com o dinheiro; a Rússia com a tecnologia; o Cazaquistão com a mão de obra. O colosso foi concluído em 2003.

Para blindar a Montanha Degelen, a poucos quilômetros de distância, foi preciso esperar até 2005. Só então os russos entregaram os dados mais comprometedores sobre o que ficara no seu interior: mais de 100 quilos de plutônio recuperável, o suficiente para fabricar uma dúzia de bombas nucleares.

Três dos sítios eram de altíssimo risco. Num só local, além de plutônio de alta qualidade ficara também todo o equipamento usado para fabricar uma bomba.

Foram necessários outros sete anos para que a última caverna da montanha fosse considerada vedada e os cientistas inaugurassem a singela plaqueta. Neste caso, a Humanidade avançou um passo em 17 anos. No caso da Síria, podemos estar recuando 25 anos — o último ataque maciço com armas químicas foi obra de Saddam Hussein, em 1988.

25 de agosto de 2013
Dorrit Harazim é jornalista.
O Globo

A FLOR DE LÓTUS

 

Bismarck, o maior estadista alemão do século XIX, dizia que “nunca se mente tanto antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma pescaria”. O motivo é patente. O clima desses momentos favorece a glorificação dos interlocutores, sejam eles atores em disputa eleitoral, países em conflito com outro (quem não se lembra da versão argentina logo no início da guerra das Malvinas?) ou pescadores falando sobre os peixes fisgados.

Já na esfera política, como dizia José Maria Alkmin, a mais felpuda raposa do velho PSD mineiro, ministro da Fazenda de Kubitschek, a versão é mais importante do que o fato. Pois é o que estamos a assistir no desfile de hipóteses envolvendo eventuais candidatos presidenciais, algumas razoáveis, umas tantas beirando os limites do exagero e outras margeando o terreno da obviedade.

O painel mostra, por exemplo, que a ex-senadora Marina Silva, pré-candidata que mais se aproxima da primeira colocada no ranking, Dilma Rousseff, abre um leque de abordagens: de um lado, aparece como candidata das ruas, perfil identificado com a renovação da política; de outro, suscita dúvidas relacionadas à dificuldade de criar até outubro seu partido, o que inviabilizaria a candidatura; por último, a hipótese de que, mesmo vitoriosa, não teria condições de governar por falta de apoio político.

Analisemos tais posições. A ex-seringueira acreana é a pré-candidata mais asséptica na borrada estampa política. A imagem decorre de forte militância na frente da sustentabilidade. Firmou-se, ao longo do tempo, como baluarte em defesa do meio ambiente, a partir de grande identificação com a causa amazônica.


 
À fragilidade de um pequeno corpo que já padeceu de graves doenças – hepatite, malária, metais pesados no organismo, cirrose e fígado destruído – contrapõe-se um espírito aguerrido, determinado e iluminado por luzes éticas que transparecem na decisão de formar uma organização sem os vícios da vida partidária.

Até a designação “Rede Sustentabilidade” soa como fonética que destoa da combinação de iniciais para nomear partidos e tendências. Some-se à semântica diferenciada uma estética que está mais para irmã Dulce ou Madre Tereza de Calcutá do que para o conjunto feminino bem arrumado que habita o edifício da política, a partir da própria presidente da República.

Cabelo preso em coque e vestidos quase sempre escuros deixam impressa a marca evangélica, que a eleva ao púlpito de combativa pregadora. A aura mística lhe impõe respeito.

Por que tal imagem, mais parecendo um logotipo a destoar da fosforescência midiática, faz tanto sucesso? Exatamente pelo jogo dos contrários que sugere. Transparece como uma flor de lótus, buscando luz no meio do pântano político, ainda mais quando este passa a ser revirado por vassouras éticas na faxina que para passar o Brasil a limpo.

Impregna-se do simbolismo que agrega elementos de perfeição, pureza e elevação espiritual. Com essa aura, ganhou quase 20 milhões de votos, chegando em terceiro lugar na campanha presidencial de 2010.

A hipótese de expandir o bornal de votos, em 2014, ganha consistência por se identificar com as ruas que clamam pela inovação dos costumes políticos. É o que se infere de pesquisas que mostram a ambientalista como a única que tem avançado firme de um mês para outro.

Se o caldeirão social continuar efervescente, com manifestações tomando cidades médias e grandes e chegando até as margens eleitorais, não é improvável que Marina continue a subir no ranking de prestígio e intenção de voto. Ela, e não o candidato de oposição, se apresenta como contraponto ao status quo, identificado com a barbárie política.

Seu trajeto será, porém, cheio de curvas, apontando-se, logo, a dificuldade de criar a Rede até outubro. Pediu registro do partido em mais de 10 Estados, tendo apresentado 830 mil assinaturas aos cartórios eleitorais; apenas 250 mil foram certificadas. A ambientalista se queixa da lentidão dos cartórios.

Mais uma armadilha embaralha a Rede. O maior número de seus adeptos integra as faixas jovens, exatamente o eleitorado mais refratário às urnas. Vale lembrar que há 40 milhões de jovens eleitores entre as idades de 18 a 30 anos. Entre os jovens de 16 a 24 anos, Marina Silva, segundo pesquisas, tem hoje 31% contra 27% de Dilma.

Já no caso dos eleitores com nível superior, a diferença é bem maior: Marina soma 33% contra apenas 19% de Dilma. No instante em que mais precisa do apoio da juventude para se legitimar, o partido se vê às voltas com o imbróglio: falta de registro dos mais jovens e de idosos, os primeiros por nunca terem votado, os segundos por não terem votado recentemente.

Se ultrapassar a barreira, a candidatura pode se firmar, o que não significará menos percalços. O novo partido disporia de tempo exíguo para dar visibilidade à candidata, algo menos de 2 minutos. A lógica aponta para sua “canibalização” por atores das grandes coligações, que disporão de grande poder de fogo.

Os marineiros argumentam que contam com o cacife da nova ordem instalada no país, animada pela banda de música das redes sociais. Imaginam que mídias alternativas quebrarão o monopólio de mídias massivas. Difícil apostar na hipótese. Mas o imponderável tem baixado por essas plagas.

Quem não tem bala perde a guerra. O chiste é também usado na política. E a grana para correr o país, fazer mobilizações, instalar palanques, mobilizar cabos eleitorais, arrumar parceiros e candidatos estaduais?

A Rede já avisou que dispensa doações de empresas. Espera que seus simpatizantes sustentem a mais renhida campanha da atualidade? Hum! Pé de página: digamos que Marina se eleja. Chegaria, então, a hora de a onça amazônica beber água na fonte dos pragmáticos. Haveria água para não morrer de sede? Governaria sem o Toma Lá, Dá Cá? Sonháticos acham que sim. Pragmáticos acham que não. Cada qual com seu bordão!

25 de agosto de 2013
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação.

O HUMOR DO DUKE

 
25 de agosto de 2013

SÓ 7% DIZEM SABER BEM DO QUE TRATA A REFORMA POLÍTICA

Pesquisa Ibope/'Estado' mostra que assunto era novidade para 2 a cada 3 eleitores; voto aberto no Congresso é causa mais apoiada
O Brasil acha a reforma política importante, mas sabe muito pouco sobre ela. Pesquisa Ibope/Estado mostra que dois em cada três brasileiros ouviram falar pela primeira vez do assunto ao serem interpelados pelo pesquisador - ou nem sequer conseguiram responder à questão - e menos de 1 em 10 entrevistados diz saber bem do que se trata.
Apenas 36% disseram ter conhecimento de que se discute a reforma política. Saber que o debate existe não significa estar por dentro do seu conteúdo. Tanto que só 7% dos entrevistados se declararam bem informados sobre a reforma política. Outros 34% disseram ao Ibope estar pouco informados, e a maioria absoluta disse estar "nada informado" (52%) ou nem sequer soube responder (7%).
Considerando-se apenas os 41% que têm alguma informação (a soma dos "bem" e "pouco" informados), a maioria é favorável à realização da reforma política no Brasil: 39% concordam totalmente, 33% concordam em parte e 7% discordam. O resto ficou no muro (nem concordou, nem discordou) ou não respondeu.
Mas nem todos desses 41% teoricamente informados sabem dizer, espontaneamente, do que trata a reforma política. Um em cada três (28%) não conseguiu dizer nenhuma medida específica que esteja sendo discutida para reformar a política brasileira.
Na prática, sobram 30% de brasileiros que dizem ter algum grau de informação sobre a reforma política e sabem citar um exemplo do que está em debate. Os pontos mais mencionados por eles foram: acabar com suplente de senador, com as votações secretas no Congresso, com as coligações partidárias e com o voto obrigatório - todas essas na faixa de 20% a 23% de citações.
A seguir, os exemplos de reformas mais lembrados foram a realização de um plebiscito conforme proposto pelo governo federal (18%), mudar a forma de financiar as campanhas eleitorais (12%), reduzir o número de partidos (12%), realizar uma constituinte sobre o tema (8%) e outros menos cotados.
O Ibope perguntou então aos entrevistados quão informados eles estavam sobre sete pontos específicos da reforma política. As opções de resposta ("bem", "pouco" ou "nada" informado) foram convertidas em uma escala de até 100 pontos, que mede o grau de conhecimento do brasileiro sobre cada uma dessas reformas.
Voto secreto. O tema que se mostrou mais popular entre os brasileiros foi "acabar com o voto secreto no Congresso Nacional, ou seja, permitir que todos possam saber como os deputados votam". Mesmo assim, marcou apenas 26 pontos num máximo de 100 na escala de conhecimento sobre o tema. Com os outros foi ainda pior.
"Acabar com suplente de senador" e "mudar a forma de financiamento das campanhas eleitorais" empataram em segundo lugar, com grau de conhecimento 22 em 100. Depois vieram "acabar com alianças entre partidos nas eleições de deputados" (20/100), "voto distrital" e "permitir candidatos não filiados a partidos nas eleições" (ambas com 18/100). A "lista fechada" para eleição de deputados e vereadores ficou em último lugar, com 16/100.
É levando-se em conta esse baixo grau de conhecimento dos eleitores sobre as propostas que se deve analisar o seu grau de concordância com cada uma delas. Usando-se a mesma escala de 0 a 100, o maior apoio dos entrevistados foi para acabar com as votações secretas no Congresso: 86 num máximo de 100. A seguir, com 85/100, vem o apoio ao fim dos suplentes de senador.
Acabar com as coligações partidárias nas eleições proporcionais marcou 81 pontos de apoio, e a permissão para candidaturas avulsas, ou seja, de pessoas sem filiação partidária nas eleições ficou com 72 pontos num máximo de 100.
Pelo baixo grau de conhecimento prévio das propostas, essas questões configuram o que se chama de imposição de problemática: a maioria dos entrevistados só toma pé do assunto após ser abordado. Isso significa que as taxas de apoio e rejeição estariam sujeitas a grandes variações caso a reforma política fosse popularizada via campanhas publicitárias durante a preparação para um plebiscito, por exemplo.
A pesquisa Ibope/Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, na residência dos entrevistados. A pesquisa tem abrangência nacional: foi feita em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.
 
25 de agosto de 2013
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, DANIEL BRAMATTI - O Estado de S.Paulo
 

RECURSO DE GENOÍNO CAMINHA PARA REJEIÇÃO NO STF

Ex-presidente do PT usa os mesmos argumentos de Delúbio Soares para redução de pena; embargos foram negados


José Genoino, deputado federal PT-SP
Foto: Ailton de Freitas / O Globo - 23/04/2013
José Genoino, deputado federal PT-SPAILTON DE FREITAS / O GLOBO - 23/04/2013
 
Além do ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino tem chances escassas de reverter sua pena no julgamento dos embargos de declaração propostos ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois réus apresentaram os mesmos argumentos de outro elo da quadrilha, o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, que teve seu recurso negado na última quinta-feira. Genoino e Dirceu também questionam a forma como foi calculada a pena por corrupção ativa.
 
Genoino foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha. Ao calcular a pena do primeiro crime, o STF usou a continuidade delitiva, que define a punição para o crime cometido reiteradas vezes. No caso do petista, ele teria corrompido cinco parlamentares: Roberto Jefferson, Romeu Queiroz, José Janene, Pedro Corrêa e Pedro Henry. O método consiste em tomar a pena do crime mais grave e aumentá-la, conforme a lei.
 
O ex-presidente do PT contesta o fato de ter sido enquadrado em uma lei de 2003, que tornou mais severa a pena para corrupção passiva, e não na lei anterior. Ele alega que a reunião da qual teria participado para acertar as propinas foi em 2002, vigência da lei mais branda. “O raciocínio, na verdade, é um tanto simples: se o imaginado recebimento de vantagens indevidas precedeu a lei que tornou mais severa a pena aplicada aos crimes de corrupção passiva e corrupção ativa, obviamente a oferta de entrega dessas mesmas vantagens também a antecedeu”, diz o recurso do petista. “É indiscutível que o ‘fechamento de pacote’ (a reunião para acertar as propinas) assumido pela Corte como existente e caracterizador do delito de corrupção ativa supostamente ocorreu, pela própria lógica da decisão, antes da entrada em vigor da Lei nº 10.763/03”.
 
A defesa de Genoino também reclamou de disparidade nas penas aplicadas ao mesmo crime cometido por réus diferentes. “A pena-base de que partiram os julgadores foi aumentada em um terço devido à aplicação do instituto do ‘crime continuado’. A regra, nesses casos, é que a pena seja aumentada de um sexto a dois terços, embora não constem no dispositivo diretrizes que devam orientar a aplicação de cada proporção”, ponderou o recurso.Para rebater o mesmo argumento apresentado pela defesa de Delúbio, os ministros do STF afirmaram que houve continuidade delitiva, pois o crime não foi apenas a promessa da propina, mas o pagamento das mesadas ao longo dos anos.
 
“A uniformidade de método, com diretrizes objetivas que impeçam o tratamento desigual de acusados que se encontrem em situações equiparáveis, é impositiva dentro de qualquer processo criminal, não sendo lícito utilizar-se de fórmulas fluidas que confiram inaceitável grau de discricionariedade a cada julgador”, apontaram os advogados. Na quinta-feira, os ministros do STF afastaram essa hipótese.
 
25 de agosto de 2013
CAROLINA BRÍGIDO - O Globo