"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A OMELETE E OS OVOS

 

A alegria de uns…
Curvados e contritos, alguns grandes deste mundo estão à cabeceira da moribunda Síria. Tentam pôr-se de acordo para salvar o que ainda puder ser salvo.
Não é a primeira vez que se reúnem para esse mesmo fim, mas a gente sempre espera que seja a última. Torcemos todos para que se alcance um compromisso que garanta aos diferentes estratos do infeliz povo sírio uma convivência pacífica. Atritos e tensões sempre haverá, não nos enganemos. Mas tomara que cheguem a um acordo para, pelo menos, mitigar o conflito. Inshallah!
Se isso acontecer, os homens de boa-vontade se alegrarão. Na Síria e no resto do mundo.
 
Interligne 18c
 
… e a irritação de outros
Não se faz omelete sem partir ovos ― dizem os portugueses. Para juntar um punhado de figurões, é preciso cautela e extrema vigilância.
Não por acaso, as autoridades suíças estão habituadas a acolher mandachuvas. A cidade de Genebra abriga, entre outros organismos, a sede europeia da ONU, a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a OMM (Organização Meteorológica Mundial), a OMS (Organização Mundial da Saúde), a UIT (União Internacional das Telecomunicações), a UPU (União Postal Universal), o CICR (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), a OMC (Organização Mundial do Comércio). E muitas outras menos conhecidas, sem contar as embaixadas, legações, consulados e missões permanentes.
 
Conferência Genebra II Crédito: AFP, Fabrice Coffrini
Conferência Genebra II
Crédito: AFP, Fabrice Coffrini
 
Gente importante vem e vai todos os dias, mas há dias mais especiais que outros. As reuniões da Conferência Genebra II, sobre o problema sírio, chamam a atenção do mundo inteiro. Portanto, todo cuidado é pouco para evitar atentados ou qualquer tipo de perturbação.
Apesar do nome, o encontro não se realiza em Genebra, mas em Montreux, pequena cidade turística à beira do Lago Leman, uma centena de quilômetros mais adiante. O pequeno burgo está em polvorosa. O Palace Hotel, palco das reuniões e lugar de hospedagem de várias comitivas, foi tomado de assalto. O tráfego está perturbado, as redondezas bloqueadas, ninguém pode se aproximar a menos de 100m do local. Parece praça de guerra.
 
Montreux Palace Hotel
Montreux Palace Hotel
 
Alguns comerciantes estão furiosos, porque simplesmente não terão movimento estes três dias. A farmácia, o salão de beleza, os pequenos comércios situados nas proximidades do hotel não têm chance nenhuma de ver entrar algum cliente. Estão até preparando um pedido de indenização à prefeitura.
Vamos torcer para que os frutos sejam bons: que a conferência seja um sucesso e que os comerciantes de Montreux recebam uma compensação pelo prejuízo. Não será fácil ― nem para estes, nem para aqueles.
 
22 de janeiro de 2014
José Horta Manzano

MEU INTERESSE NACIONAL, SEU INTERESSE NACIONAL

O senador Aécio Neves deu a partida na definição de seu futuro programa de governo com o documento Para mudar de verdade o Brasil. Confiança. Cidadania. Prosperidade. Suas ideias quanto à economia brasileira se limitam, a esta altura da partida, ao diagnóstico dos muitos equívocos do atual governo e de incitações à mudança, sem grandes propostas quanto a correções de rumos.

O documento concentra a atenção na falta de transparência de políticas públicas, na perda de competitividade da indústria e no isolamento do Brasil em relação ao resto do mundo, com nova política externa que preserve adequadamente o "interesse nacional, acima de todo e qualquer interesse partidário".

A perda de competitividade das exportações brasileiras merece ocupar posição central nas preocupações do candidato. As carteiras de empréstimos e transferências a fundo perdido dos órgãos públicos devem ser transparentes e refletir ênfase absoluta em inovação. A condução de políticas industriais, de inovação e correlatas deve ser centralizada e coordenada com a política de comércio exterior, abandonando-se o modelo atual de "colcha de retalhos".

Que o isolamento do Brasil em relação à economia mundial se deve à "partidarização" da política externa e suas implicações sobre a política econômica externa é sabido. Mas é preciso meditar sobre as razões que explicam a imposição de um claro viés ideológico à política externa brasileira desde 2003. O sucesso da triangulação Garcia-Amorim-Guimarães na imposição desse viés sugere grande fragilidade institucional do Itamaraty quanto a qualquer ambição de ter influência efetiva na formulação da política externa.

O PT, vitorioso nas eleições desde 2002, naturalmente pretendeu implementar suas ideias sobre política externa. O que talvez tenha surpreendido tenha sido a débâcle das correntes críticas do viés ideológico aplicado à política externa. É claro que a capacidade de resistência a pressões do Planalto sempre será modesta, mas a diplomacia brasileira terá dificuldades em manter a reputação de excelência se abdicar de sua influência na formulação da política externa. Que há algum espaço de manobra, mesmo em condições adversas, é sugerido pelo contraste entre as gestões Figueiredo e Patriota no passado recente.

É necessário que se pense um formato institucional alternativo capaz de atenuar a amplitude das flutuações da política externa de acordo com o governo do dia. Talvez um conselho efetivamente representativo das diferentes correntes de opinião, inclusive com representação da sociedade civil. Mas que se afaste do modelo petista de assegurar representação aos que pensam igual ou aos que dependem da cornucópia de benesses distribuídas pelo governo. Isso, é claro, repugnará o Itamaraty, cioso de suas atribuições nominais que se vão mostrando obsoletas, mas, pelo andar da carruagem, talvez seja melhor aceitar o formato e abandonar o papel de simples executor de instruções de assessores presidenciais.

A afirmação de que o Itamaraty deve defender o interesse nacional é trivial. Os responsáveis pela política externa petista dirão que defenderam o interesse nacional.

O problema é como definir interesse nacional. Fora os temas não controversos, em geral associados à defesa da soberania, interesse nacional resulta da interação de interesses setoriais. Cabe ao governo assegurar que a assimetria entre diferentes atores não resulte em definição deformada do que seja interesse nacional. O governo brasileiro tem sido tradicionalmente ineficaz na intermediação requerida por razoável definição do que seja interesse nacional. É uma distorção a corrigir.

O Brasil, hoje mergulhado na mediocridade e satisfeito, está precisando de uma sacudidela política. Alternância política é bom, mas um bom programa de governo seria muito melhor. Esperemos.

 
22 de janeiro de 2014
Marcelo de Paiva Abreu, O Estado de S, Paulo

CONDENADA À MEDIOCRIDADE

Para melhorar a gestão das universidades brasileiras, é preciso coragem política para adotarmos a fórmula da Organização Social

Desde seus tribulados primeiros passos, talvez em Bolonha (Itália), a instituição que hoje chamamos de universidade teve uma missão monolítica, a saber, gerar e difundir conhecimento. Embora ainda haja equívocos quanto à sua missão, um grande progresso foi alcançado quanto à compreensão da sua importância para a civilização.

Após 40 anos de proselitismo, parece que algumas verdades finalmente se tornaram autoevidentes. Hoje todos reconhecem que sem capacitação tecnológica não há desenvolvimento econômico, como também que sem atividade de pesquisa em ciência não há inovação. Concluímos que sem universidades de qualidade não há desenvolvimento econômico e social.

Pois bem, enfrentemos a trágica realidade. O ranking de universidades de maior credibilidade do mundo, o "Times Higher Education", examinou as 400 melhores. A USP ficou entre a 226ª e a 250ª posição. A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) entre a 301ª e a 350ª.

A humilhação é maior quando se compara universidades de países em desenvolvimento. O Brasil não está entre as dez primeiras e possui apenas uma entre as 20 primeiras, a USP. Já a Turquia, por exemplo, cujo PIB é um terço do brasileiro, tem três universidades entre as dez primeiras e cinco entre as 20 melhores.

Entre as cem melhores, o Brasil tem à sua frente a China, Taiwan, Turquia, África do Sul e Rússia. Não é uma vergonha? A universidade brasileira se tornou um organismo em que quem decide não são os neurônios, mas o tecido adiposo.

Resta-nos, pois, a tentativa de identificar as razões do fracasso. Alguns vão dizer que é a falta de apoio de governos. Não conheço um projeto qualificado que tenha ficado sem financiamento. Conheço, sim, vários projetos medíocres que apenas desperdiçam recursos preciosos.

O desempenho de nichos de excelência no Brasil e de pesquisadores brasileiros no exterior mostra que aptidão para a pesquisa não é problema. É possível que a razão fundamental seja a gestão. Vamos, pois, comparar as características institucionais das universidades brasileiras com as das melhores do mundo.

Aqui, elas costumam ser estatais. Lá, em geral, são instituições privadas ou autarquias independentes. Aqui, o funcionário, por ser público, tem estabilidade prematura. Lá, a estabilidade é precária e só é obtida no final da carreira. Aqui, o Conselho Universitário é corporativo e gigantesco. Lá, o Conselho de "Trustees" tem representantes da sociedade civil, externos à universidade. Aqui, o processo de escolha de dirigentes se dá por eleição interna. Lá, é mista. Aqui, ocorre uma proliferação de comissões e comitês. Lá, o número é limitado, concentrando o poder.

Uma solução, mantendo-se a administração direta, é impossível. Portanto, só resta uma possibilidade: a adoção da fórmula Organização Social, já testada com sucesso no setor de pesquisas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, cujas características de gestão são idênticas àquelas das melhores universidades do mundo. Todavia, essa iniciativa não depende apenas de vontade política, mas, antes, de coragem política.

A SOLUÇÃO ESTÁ COM O POVO

Duas estruturas institucionais controlam hoje o Brasil. A primeira, o governo de coalizão - um modelo imposto pela existência de dezenas de partidos programática e doutrinariamente amorfos, mais propensos à participação no poder e seu usufruto do que aos grandes projetos nacionais -, em que a repartição de cargos e a liberação de recursos de interesse paroquial eleitoreiro dos congressistas asseguram o apoio ao viés populista-voluntarista do Executivo. A segunda, a burocracia administrativa preenchida (aparelhada...) menos pelos critérios de capacitação e mérito e mais pela conveniência política.

Como em qualquer esquema de poder, o funcionamento do brasileiro depende da competência e da consistência ética de sua base estrutural - o poder político eleito. Poder político lato sensu: a responsabilidade estende-se aos Legislativos da União, dos Estados e municípios, embora nosso povo, indiferente à (ou desconhecendo a) dinâmica completa da democracia, só se interesse (quando se interessa) pela eleição dos Poderes Executivos. Em destaque a do presidente da República, que, na mão inversa à Federação sadia, a centralização tributária transforma no agente de nossa ilusão cultural de que o Estado pode tudo.

O pecado original do esquema está, portanto, na formação (na eleição) de sua base estrutural, que, prejudicada pela vulnerabilidade do povo à ilusão, não assegura valor adequado ao produto. Políticos dos vários partidos "surfam" na onda do brasileiríssimo "me engana que eu gosto", valendo-se da publicidade inebriante e fantasiosa (a propagada pela televisão impacta sem precisar ler e entender) orquestrada por marqueteiros hábeis na criação de imagens míticas, no travestir meias-verdades e fantasias em verdades e fatos e no "vender" ao povo boas intenções tão óbvias quanto vazias (alguém é contra reduzir a pobreza...?). E políticos já no poder acrescentam à psicose publicitária a exploração demagógica de programas assistencialistas que, a par de pertinentes - mas nem sempre aplicados corretamente -, são formadores de imensos currais eleitorais dependentes da máquina estatal controlada politicamente. A publicidade esfuziante e o uso demagógico do assistencialismo criam versões contemporâneas do "pão e circo" romano; em evidência, hoje, as bolsas disso e daquilo e a Copa do Mundo de Futebol, com seu hexa (?) e suas "arenas" à Coliseu, onde teremos futebol para divertir e anestesiar.

A dissonância entre o potencial e a realidade socioeconômica do Brasil evidencia as limitações do modelo de governo de coalizão com pandemônio partidário, conduzido pelo produto de processo eleitoral viciado e operado por burocracia politicamente aparelhada, carente de competência e firmeza ética. Dissonância transparente em projetos fantasiosos e comumente inacabados, inflação teimosa, carga tributária alta, crescimento pífio do produto interno bruto (PIB), industrialização marcando passo e balança comercial tropeçando, 85.º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH, da ONU) entre 186 países, caos na saúde, transporte público e (hoje muito citado) sistema carcerário, infraestrutura logística e educação insatisfatórias. E transparente já à beira da pandemia dramática, na delinquência generalizada, da corrupção política e administrativa, sonegação de impostos e desordem e violência epidêmicas, à rotina do crime abjeto e dos delitos banais, já assimilados na cultura popular.

Um cenário dessa natureza conduz naturalmente à desmoralização da (e à desesperança na) democracia clássica. Processo já sensível no Brasil, seus sintomas estão claros na indiferença e na descrença crescentes pela política. Em particular pelos Poderes Legislativos, bem refletidos ao estilo lúdico (e no caso, irresponsável) brasileiro na eleição de personagens exóticas: Tiririca foi eleito deputado federal (votação expressiva) por seus méritos políticos ou como demonstração de insatisfação e desesperança...?

Na História a fraqueza sempre induziu a tentação do milagre. Corremos o risco de emersão da ideia - vem emergindo, sem força expressiva, embora não nula - de que em países ainda em desenvolvimento, de populações enormes, grande parte delas em déficit cultural e socioeconômico, a democracia em sua integralidade anglo-saxã não resolve, há que adaptá-la à respectiva realidade nacional. O que seria isso varia com a propensão ideológica.

Não existe a ameaça de nosso quadro melífluo desembocar no autoritarismo explícito, só imaginável com saturação social e "rolezões" nacionais de alto risco, que exigissem controle autoritário. Mas são plausíveis as alternativas "mais ou menos" democráticas. Uma delas já se instilando no Brasil: a democracia populista de tendência voluntarista (o modelo esboçado no início deste artigo) protagonizada por lideranças que, simultaneamente, falam pela grande massa e se harmonizam com o grande capital - uma mistura confusa de Getúlio do paradigma "trabalhadores do Brasil", Rousseau adaptado à multidão (minorias militantes interpretando a "vontade geral") e Marx inautêntico (socialista-capitalista). Como em qualquer regime de fisionomia voluntarista, também a moderada versão brasileira precisa de inimigos. Na moda, hoje, a liberdade de imprensa e expressão, cujo controle já foi aventado aqui e está instalado nas "democracias" (?) chavista e kirchnerista, bem vistas pelo nosso populismo voluntarista.

Resumindo: vivemos um quadro nacional confuso, à moda sul-americana. A "cambalhota institucional" é implausível, mas não a paulatina e camuflada ascensão, sem traumas e à sombra de sistemática eleitoral viciada, do modelo em que a visão voluntarista-populista do governo precede o interesse do Estado e o rigor democrático: um chavismo tupiniquim ao gosto de parte do nosso mundo político e aceito sem ponderada avaliação por parcela expressiva do povo, apático e/ou iludido.

A solução? Voltando ao início: ela depende do poder político e este, do voto do povo...

 
22 de janeiro de 2014
Mario Cesar Flores, O Estado de S. Paulo

CAÇADORES DA CREDIBILIDADE PERDIDA

Diante do fracasso de sua política, o BC tenta, tardiamente, recuperar a credibilidade perdida

O BC surpreendeu os analistas ao elevar a taxa Selic para 10,50% ao ano na semana passada, enquanto a projeção da maioria (e minha também) era 10,25% ao ano. Só não chegou a ser uma surpresa completa porque os preços prevalecentes às vésperas da reunião do Copom embutiam uma probabilidade grande (mas não a certeza) do aumento de meio ponto percentual.

Com esse resultado, é bastante provável também que a Selic, ao final deste ciclo de aperto monetário, atinja 10,75% ao ano, o mesmo nível observado no início do atual governo, se não ainda um pouco mais elevada (talvez 11% ao ano).

Descontadas as (elevadas) expectativas para a inflação nos próximos 12 meses, a taxa real de juros se encontra ao redor de 4,5% ao ano, bastante superior aos 2% ao ano estabelecidos pela presidente como objetivo para seu governo, mas insuficiente para domar a inflação, que teima em permanecer na casa dos 6% (ou mais).

Precisamente em razão da resistência da inflação se espera que o BC seja forçado a um segundo ciclo de elevação da taxa de juros, devidamente passadas as eleições.

Para um governo que se propôs a fazer o país crescer forte, com inflação na meta e juro de 2%, os resultados observados nos últimos anos (todos sabemos, mas vale repetir: crescimento medíocre, inflação alta e sendo forçado a voltar atrás no seu objetivo de juros) deveriam levar a uma reflexão profunda acerca dos rumos de política econômica. Como não há a menor chance de que isso ocorra, ofereço as minhas ponderações, sem, é claro, nenhuma esperança de que sirvam para o aprendizado dos (ir)responsáveis de plantão.

Conforme alertei quando o BC promoveu o "cavalo de pau" na gestão da política monetária, em agosto de 2011, a redução na marra das taxas de juros nos custou muito. Mesmo com o "apito amigo" (a mudança no cálculo do IPCA, que reduziu o índice em 0,7% em 2012 e, mais recentemente, os contro- les dos preços administrados), a inflação não convergiu à meta. Pelo contrário, a tendência tem sido de aceleração.

Ademais, ao continuar reduzindo taxas de juros com a inflação em alta, o BC conseguiu demolir a credibilidade conquistada em anos anteriores. As expectativas de inflação, que antes se agrupavam ao redor da meta, hoje se situam confortavelmente acima dela, algo como 1,5 ponto percentual em 2014 e 1 ponto percentual no ano que vem. Apenas esse desenvolvimento já forçaria o BC a trabalhar com uma taxa de juros entre 1 e 1,5 ponto percentual a mais do que seria requerido caso tivesse mantido as expectativas sob controle, mas o impacto não se encerra aí.

Ninguém sabe o valor preciso, mas estima-se que, para trazer a inflação de volta à meta (e apenas ao fim de 2015), o BC teria que elevar a Selic para mais de 12% anuais ainda no primeiro semestre deste ano. Em contraste, se tivesse feito seu trabalho quando havia tempo e credibilidade para tal, hoje muito provavelmente poderia manter a Selic abaixo de 10% ao ano com a inflação controlada.

Não o fez por subserviência a um governo voluntarista que acredita dominar todos os botões necessários para controlar o funcionamento da economia, da taxa de juros ao retorno requerido pelos empresários na operação dos seus negócios, passando, é claro, pela taxa de câmbio "Cachinhos de Ouro", nem quente o suficiente para acelerar a inflação nem fria o bastante para desestimular a indústria nacional.

Diante do fracasso retumbante de sua política, o BC tenta, tardiamente, recuperar a credibilidade perdida. No entanto os limites à sua ação ficam claros na própria comunicação aos mercados. Ao sugerir que sua atitude mais dura se limita ao atual momento e evitar um compromisso mais forte com a meta de inflação, o BC revela não dispor da autonomia para fazer o necessário no campo da política monetária.

Da mesma forma que em 2011, tal política ainda há de nos custar caro, mas certas lições parecem nunca ser aprendidas.

A ALTA DA MARÉ

 

RETRATINHO DO BRASIL NO FMI

 
 
22 de janeiro de 2014
Vinicius Torres Freire, Folha de SP

ACREDITE SE QUISER...

Dirigentes da Fifa têm medo de ficar no Brasil durante a Copa
      



Os cartolas da Fifa e de federações de futebol de alguns países estão propensos  a evitar ficar no Brasil durante a Copa do Mundo. Segundo reportagem do jornal o Estado de São Paulo, os dirigentes temem uma nova onda de protestos como aconteceram durante a Copa das Confederações, que obrigaram  a entidade máxima do futebol a tirar credenciais até dos carros utilizados por ela durante a estadia no país.
“Os protestos são uma grande ameaça. Estamos muito preocupados”, disse um dos mais altos funcionários responsável pela segurança da Fifa ao “Estadão”.
A ideia deles, segundo o jornal, é virem alguns dias antes do início da Copa , participarem do Congresso anual da entidade e, voltarem  para seus países de origem logo após o encerramento do Congresso. Apenas o presidente da Fifa Josefh Blatter e o secretário-geral Jérôme Valcke devem permanecer no país.

Fato semelhante aconteceu quando da realização da Copa das confederações, no ano passado, o que foi vista como represália ao fato do governo não estar lidando com os protestos da maneira exigida pela entidade. Ou seja, no Padrão Fifa.
 
22 de janeiro de 2014
César Cavalcanti

DELÚBIO "TRABALHANDO" NA CUT É UMA OFENSA À OPINIÃO PÚBLICA

 

A Justiça não tem explicações quanto à afirmação que ela usa de vários pesos e várias medidas! A prisão dos ladrões do mensalão é a prova cabal dessa diferença de tratamento entre o povo e os que se situam próximos do poder ou que fazem parte dele.

A liberação de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, para que “trabalhe” na CUT é um escárnio à população e uma ofensa aos presos que são mortos diariamente nos presídios brasileiros, e muitos deles cumpriam penas por crimes infinitamente menos graves do que os cometidos pela quadrilha petista.

Juízes, desembargadores e ministros não podem se queixar ou sequer reclamar quando o povo alega não crer mais neste poder, que está desmoralizado, sujeito aos interesses do governo, dependente de ordens, os magistrados são meros marionetes à mercê de interesses escusos, corruptos e de traidores da Pátria!

Entretanto, considero que o maior erro da Justiça brasileira, verdadeiramente imperdoável e inesquecível, foi ter fechado os olhos para o confisco que o ex-presidente Collor cometeu contra o povo deste País. Naquelas circunstãncias, era para que os tribunais se levantassem contra aquele ato violento, inconstitucional, deplorável, e que nada adiantou para acabar com a inflação, ao contrário.
Pois a Justiça repete o mesmo gesto indecente com os mensaleiros, ao proporcionar-lhes conforto e segurança em suas casas ou frequências em falsos empregos, cuspindo na cara de milhares de detentos brasileiros que estão presos de forma medieval, brutal, violenta e sem quaisquer direitos humanos a defender-lhes a vida.

Pois este é o PT, um partido que se tornou exemplo de corrupção, desonestidade, ideologia, que está acima do País e da população do Brasil.

A cara de deboche de Delúbio na foto de O Globo, em sua chegada à CUT, significa  descaso e desprezo pelas instituições, por nós, e pelos incultos e incautos que imaginaram que a quadrilha ficaria trancafiada no xadrez.

Ledo engano. A Justiça faz parte deste roteiro de que nossas instituições sejam cada vez mais desvalorizadas, menos acreditáveis, menos confiáveis, desgraçadamente.

Sugiro ao juiz que permitiu o “trabalho” de Delúbio, justamente na sua associação predileta, que V. Excia. o convide para passar os fins de semanas em vossa residência, e se mostre solidário com a “injustiça” sofrida pelo petista com relação ao mensalão e os crimes cometidos pelo ex-tesoureiro do PT, certamente cercado de cúmplices e de canalhas que traíram esta Nação desavergonhadamente.
Que decisão mais absurda, injustificável e inexplicável deste juiz.

ESCULHAMBAÇÃO GERAL! MAS PODE FICAR PIOR...

STJ nega pedido de liberdade de Delúbio escrito em folha de caderno

 
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, extinguiu no último dia 14 habeas corpus impetrado no dia 19 de dezembro por um homem chamado Rafael Vinicius, que pedia a libertação do ex-tesoureiro do PT condenado no processo do mensalão Delúbio Soares. A decisão foi divulgada nesta quarta-feira.
 
O recurso, feito a mão e apresentado em uma folha de caderno, foi encaminhado ao STJ cerca de dois meses após o petista se apresentar à Polícia Federal, depois de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à pena de seis anos e oito meses por corrupção ativa.

No habeas corpus, Rafael argumenta que “algumas pessoas que cometem crimes no Brasil são por falta de oportunidades”. “O País ainda é muito marginalizado, que com isso, pode trazer consequências pesadas para algumas decisões, inclusive a de Delúbio Soares.”

O impetrante afirma ainda que a condenação de Delúbio é “covarde”, abuso de poder e pede “a liberação do acusado Delúbio Soares o mais urgente possível, pois o mesmo encontra-se altamente constrangido”.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGA notícia é estarrecedora. Mostra a que ponto chegou a esculhambação na Justiça brasileira. Aceitar um recurso escrito por qualquer pessoa, sem procuração do réu, sem inscrição na OAB, em processo que nem tramitava no STJ, tudo isso é inimaginável. Que país é esse, que justiça é essa? (C.N.)

22 de janeiro de 2014
Da Agência Brasil

MELHOR MINISTRO DA EDUCAÇÃO, SEGUNDO O IGNARO-MOR, HADDAD MATA O IDIOMA E DIZ "TAMO FALANO"

 

fernando_haddad_35“É nóis, mano” – Conhecido por uma ignorância gigantesca que é camuflada por um punhado títulos de doutor honoris causa, cuja concessão comprometeu a credibilidade de muitas instituições ao redor do planeta, Lula, sempre messiânico, disse certa vez que Fernando Haddad, seu pupilo, foi o melhor ministro da Educação de toda a história brasileira.
O besteirol foi vociferado no momento em que Haddad estava empacado na corrida à prefeitura de São Paulo.

Fernando Haddad é um incompetente conhecido, que deixou muitas marcas no Ministério da Educação, mas a sua maneira informal de falar mostra nas mãos de quem está a maior e mais importante cidade brasileira.

Na manhã desta quarta-feira (22), em entrevista à rádio CBN, Haddad escancarou a sua incompetência, que só foi percebida por aqueles que têm um mínimo de cuidado com a língua mater e estavam atentos à fala do alcaide paulistano.
Em dado momento da entrevista, Fernando Haddad disse, sem cerimônia e de forma repetida, “nós tamo falano”.

Para quem foi o melhor ministro da Educação desde os idos de 1500, o prefeito deveria ter dito, no mínimo, “estamos falando”. Mas isso exigiria um esforço descomunal de Haddad, que continua circulando pela Pauliceia Desvairada como se fosse um gênio incompreendido.

Esse linguajar desqualificado, que não cabe no discurso de um governante que está à frente da quarta maior do planeta, é simplesmente inconcebível e agride mortalmente os ouvidos de quem ainda trata a língua portuguesa com respeito e fidalguia.

Esse discurso típico de “mano” possivelmente agradou a turma do funk, que agora conta com o apoio de Fernando Haddad, que por ordem do Palácio do Planalto trabalha para aproximar a periferia paulistana de Dilma Rousseff, a gerentona inoperante que sonha em permanecer mais quatro anos no comando do País.

Em relação a Lula, apedeuta famoso em todo o globo, o máximo que sua mente pode alcançar é concluir que Fernando Haddad é um versão contemporânea de Aladim, o gênio da lâmpada e sua maravilhosa lâmpada.
O Brasil em breve estará nas mãos de uma geração perdida em termos de conhecimento, terreno fértil para os totalitaristas semearem as sementes da obsolescência do comunismo.

22 de janeiro de 2014
ucho.info

DEVOLVEU, LAVOU, TÁ NOVO

 

carlos_brickmann_11O repórter Fausto Macedo, de “O Estado de S. Paulo”, profundo conhecedor da área, informa que o Ministério Público paulista estuda propor acordo às empresas suspeitas de participar do cartel do Metrô e de trens de passageiros, nos Governos tucanos de Mário Covas, Alckmin e Serra.

A ideia é que as empresas se comprometam a devolver ao Tesouro o dinheiro extra que receberam; em troca, o Ministério Público não entraria contra elas com ações judiciais de dissolução.

1 – Se houve desvio de dinheiro público, a simples devolução não elimina o crime. Se um ladrão é apanhado e devolve o que roubou, continua sendo ladrão.

2 – Não há no mundo muitas empresas no ramo de trens de passageiros e material ferroviário. Dissolvê-las? E quem vai fazer o serviço no lugar delas?

3 – O Brasil vai dissolver as gigantescas multinacionais? Então, tá.
Que tal incluir no tal acordo o nome de quem quer que tenha recebido propina, junto com pistas que permitam comprovar eventual suborno? Que tal investigar se essas manobras, que envolvem cartel, propinas, etc., poderiam ser realizadas exclusivamente por subordinados, sem que as autoridades maiores de nada soubessem?

Mais: terá havido omissão do Tribunal de Contas? Se houve subterfúgios para que o Tribunal de Contas fosse contornado, como é que isso foi feito? Por quem? E Secretarias como a da Justiça, por exemplo, e outros órgãos de controle do Governo, não analisam contratos, não verificam se está tudo legal, se pode ser feito? Que tal obter essas informações no acordo com as empresas?
Questão de imagem
O governador Geraldo Alckmin tem uma saída infalível para livrar-se de quaisquer suspeitas de abafamento do caso, que seus adversários já tentam lançar-lhe, ainda mais neste ano eleitoral: nomear uma comissão independente para comandar as investigações, com pessoas de alta reputação, pertençam a que partido pertencerem.
Personalidades como, por exemplo, Hélio Bicudo, Cláudio Lembo, Gilberto de Mello Kujawski, Dráusio Barreto, Ives Gandra Martins, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, desembargador Pedro Gagliardi, não obrigatoriamente estes, mas gente do mesmo naipe, dariam às conclusões da investigação total credibilidade; e trariam a vantagem de afastar qualquer suspeita de exploração política de um caso triste e que parece muito ter custado ao Tesouro paulista.
Trinta anos se passaram
Na segunda, um encontro multipartidário em Curitiba, local do primeiro grande comício, marcou os 30 anos da campanha das Diretas Já – um passo decisivo no enfraquecimento da ditadura militar.
No sábado, em São Paulo, é a festa dos 30 anos do primeiro comício pelas diretas a parar uma cidade inteira, com 300 mil pessoas nas ruas. No encontro de Curitiba, dirigentes do PSDB, PMDB, PV, PPS e PSD relembraram os bons tempos em que estavam juntos no palanque, ao lado de Lula e Brizola.

Quem apareceu para a festa foi Vittorio Sorotiuk, representante do PT na comissão que organizou o comício das diretas. Mas deixou claro que estava ali em nome do PT dos velhos tempos, não da direção atual do partido. “Vim em nome dos fundadores do partido e não dos afundadores”.
Aloizio 1, Aloizio 2
Aloizio Mercadante, ministro preferido da presidente Dilma Rousseff, troca a Educação pela Casa Civil, como principal articulador político do Governo. Vai dar certo? Depende: há dois Aloizios Mercadantes, e conforme o que assumir dará certo ou não. Um Mercadante é afável, de boa conversa, confiável; se juntar a essas qualidades o prestígio que tem com Dilma, vai dar certo.
O outro Aloizio é mais conhecido dos políticos: quando vê microfone faz cara de bravo, grita, é ríspido. No Congresso, é acusado de maltratar parlamentares, deixando até de cumprimentá-los. Se for este o Aloizio que assumir, não há risco de dar certo.
Comendo melado…
Tancredo Neves contava que, quando era candidato da oposição ao Governo mineiro, visitou um amigo dos velhos tempos, dono de respeitável curral eleitoral. Café pra cá, pão de queijo pra lá, o amigo lhe disse:
“Não vou votar no senhor, dr. Tancredo”. Sem se abalar, que isso não é coisa de político mineiro tradicional, Tancredo perguntou o motivo. “Porque o sr. é oposição, doutor. E oposição chega com uma fome!”

Pois é: o prefeito de Camaçari, Bahia, o petista Ademar Delgado, foi fotografado almoçando com amigos. Seu segurança ficou o tempo todo com o guarda-chuva aberto protegendo o prefeito – contra alguma coisa, não se sabe o que, já que não havia sol nem chuva. Lembrou as fotos do deputado André Vargas, do PT paranaense, caminhando pela pista do aeroporto. Não apenas ia embarcar num avião da FAB, que Excelências não viajam em linha comercial, como tinha um assessor só para carregar o cabide com seu terno.
…e se lambuzando
Maria Conceição da Costa Fonseca, PT, prefeita de Pureza, Rio Grande do Norte, decretou ponto facultativo no município em homenagem a seu aniversário. Prefeitura e Secretarias não funcionaram (não que, fora de ponto facultativo, funcionem muito).
Houve café da manhã na casa da prefeita, missa e churrasco no ginásio da cidade.
Não, o ginásio não foi alugado: a Prefeitura o cedeu.

22 de janeiro de 2014
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação

CAIXA DE PANDORA

Dilma Rousseff está a caminho da Suíça, onde terá de mentir para os líderes da economia global

dilma_rousseff_381No começo da noite desta quarta-feira (22), a presidente Dilma Rousseff alçou voo rumo a Davos, na Suíça, onde acontece o Fórum Econômico Mundial. Na bagagem presidencial a petista levou as falácias de um governo de incompetentes, que conseguiram a proeza de arruinar a economia brasileira em apenas uma década. Não contentes, os trogloditas da política pretendem permanecer no Palácio do Planalto por mais quatro anos, possivelmente para completar a lambança.

Dilma, a gerentona inoperante, desfilará soberba e truculência diante dos pesos-pesados da economia global, que já sabem em detalhes a real situação do “lanterna” dos chamados países emergentes. Escolhida por Lula para sucedê-lo no poder central na esteira do discurso da “garantia da continuidade”, Dilma terá dificuldades para convencer seus parceiros de debates e conversas acerca da realidade verde-loura. Isso porque a economia da nossa louca Terra de Macunaíma está a um passo do despenhadeiro, mas os palacianos continuam a ater no peito.

Quando a crise internacional de 2008 sinalizou que caminhava na direção do Brasil, o então presidente Lula, abusando do seu messianismo boquirroto, disse que o movimento chegaria ao País como marolinha. Confiar em qualquer declaração de Lula é querer assumir o papel de trouxa, mas muitos apostaram nas falsas profecias do petista e saíram às compras, como se isso pudesse conter os efeitos colaterais da crise.

A crise chegou com força de tsunami e conseguiu destruir muito do que os brasileiros levaram décadas para construir. Isso porque os petistas decidiram usar a própria arrogância para erguer barricadas. O castelo ruiu e o rei está nu, mas no PT sobram herdeiros de Aladim.

Não bastasse ter gazeteado aos bolhões com o embuste da marolinha, Lula afirmou que a crise era coisa de “loiros de olhos azuis”, em clara referência aos norte-americanos. Acontece que desde então o governo dos EUA vem fazendo a lição de casa, o que possibilitou a recuperação da economia norte-americana. Isso só foi possível porque nos Estados Unidos o governo se empenha cada vez mais em oferecer oportunidades de trabalho aos cidadãos, não sem antes qualificar a mão de obra.

Nos Estados Unidos, país que os esquerdistas latino-americanos adoram praguejar, a crise econômica foi resolvida no rastro de uma carga tributária que corresponde a 10% do Produto Interno Bruto. No Brasil, onde a criminosa carga de impostos corresponde a 35% do PIB, a crise não dá sinais de arrefecimento, mas, pelo contrário, avança de forma preocupante.

Dilma chegará a Davos ao amanhecer da quinta-feira (23), mas terá missão árdua, quase impossível: convencer os “players” da economia internacional de que é o Brasil é um porto seguro para investimentos. UEM sabe para os participantes do Fórum Econômico Mundial a presidente brasileira revele o endereço do país de Alice, aquele das maravilhas, que aparece nas caras e mirabolantes propagandas do governo, todas a reboque de efeitos especiais.

22 de janeiro de 2014
ucho.info

GASTOS COM PASSAGENS E DIÁRIAS DO EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO EM 2013: R$ 2,4 BILHÕES...


Além dos cartões corporativos, que bateram recorde no governo Dilma, em 2013, gastos com passagens e diárias do Executivo, Legislativo e Judiciário não ficaram atrás, atingindo os R$ 2,4 bilhões.

A União torrou R$ 1,3 bilhão em passagens. Já a conta das diárias, que garantem bons sonhos em luxuosos hotéis (como o St. Regis de Nova York, onde Dilma pagou R$ 25 mil por noite), foram gastos R$ 1,1 bilhão

O Ministério da Educação lidera os gastos com diárias, com exatos R$ 413,5 milhões, R$ 90 milhões a mais que em 2012.
Ministro Guido Mantega (Fazenda) havia prometido reduzir gastos com diárias para viabilizar corte de R$ 10 bilhões no orçamento federal.
 
A União torrou com diárias, de 2001 a 2013, a cifra de R$ 26,2 bilhões, considerados os valores constantes atualizados pela inflação.
 
22 de janeiro de 2014
claudio humberto

DIAGNÓSTICO, SOMENTE ATRAVÉS DE PSICOGRAFIA SERÁ ACEITO

Futuro ministro da Saúde é médium e escreveu o livro “Neoliberalismo e Espiritismo”. Além da suspeita de improbidade, é claro
 
Além de ser investigado por ser sócio na empresa Consaúde, que presta serviços à Prefeitura de São Bernardo (SP), onde é secretário, o futuro ministro da Saúde, Arthur Chioro, é médium e autor de vários livros, como “Neoliberalismo e Espiritismo”.
Interessante, “Neoliberalismo e Espiritismo”... Têm tudo a ver, não é mesmo?
Fui buscar em um site chamado “Via Santos” na parte “Pense”, que quer dizer “Pensamento Social Espírita” um artigo de Chioro, “Neoliberalismox Espiritismo”, escrito em 1999 que, suponho, tenha sido o embrião do tal livro. O artigo é enorme e, confesso, não li todo, mas apenas a uma parte intitulada “O Espiritismo e o Neoliberalismo”, que começa com:
“Esse modelo de desenvolvimento e organização da vida e da própria sociedade [neoliberalismo] é incompatível com a visão de homem e de mundo proporcionada pela Filosofia Espírita. Pelo contrário, o Espiritismo se contrapõe de forma antagônica à concepção neoliberal. O Espiritismo, fundado por Allan Kardec em 1857, a partir da publicação do “Livro dos Espíritos”, baseia-se em princípios fundamentais, não dogmáticos, e que permitem conceber, sem os ranços e preconceitos das religiões, um novo homem (moral), que é resultado e ao mesmo tempo co-construtor de uma nova humanidade (também moral).”
Do cacete! “O Livro dos Espíritos, baseia-se em princípios fundamentais, não dogmáticos (...)”. Já por aí vocês podem ter uma ideia do besteirol que se segue.
Enfim, esse cara deve ser o que há de melhor que as cabeças de Lula e Dilma (des)arranjaram.
Vem cá: será que ele vai incorporar o Doutor Fritz do Arigó?
 
22 de janeiro de 2014

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...

PARTIDO PREVENIDO Sabendo que o nome da sigla tem mais apelo e simpatia populares do que figuras como Zé Dirceu,João Paulo Cunha e Delúbio Soares, o PT já elucubra a criação de campanha permanente de doações para pagamento de multas processuais. Isso quer dizer apenas o seguinte: o PT sabe muito bem quem são seus quadros principais e de tudo quanto eles são capazes. Hoje foram trinta e tantos mensaleiros, amanhã serão muitos mais. Essa vaquinha virtual esmoleira não é nenhuma premonição é absoluto domínio dos fatos. Um partido prevenido vale por dois.

COMO UMA IGREJA
A vaquinha virtual esmoleira que hoje encanta o PT - que não pagou royalties à Família Genoíno pela brilhante ideia - é o primeiro grande achado partidário do terceiro milênio. Agora o PT é como uma igreja para os seus fanáticos. Promete o céu, cobra dízimos e tem completa isenção.

SEGURANÇA PAULISTANA
Pesquisa em São Paulo: 93% dos paulistanos acham a cidade insegura. Os outros 7% se recusaram a abrir a porta para os entrevistadores.

 
22 de janeiro de 2014
sanatório da notícia

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Aprendizes do PCC

“A solidariedade é uma de nossas marcas”.

Marco Aurélio Carvalho, coordenador jurídico do PT, sobre a vaquinha que arrecadou os R$ 667 mil necessários para pagar a multa de José Genoino, confirmando que a companheirada aprendeu com os manos do PCC que quem está em liberdade deve conseguir dinheiro para quem não escapou da cadeia.

Em casa

“Ele se sente em casa na CUT”.

Roberto Policarpo, deputado distrital pelo PT, sobre o novo assessor sindical da CUT, garantindo que Delúbio Soares está tão à vontade na sala onde passa os dias quanto na cela da Papuda onde passa as noites.

Tudo pela pátria

“Isso vai é me dar mais trabalho. Vice trabalha menos”.

Luiz Fernando Pezão, vice-governador do Rio e candidato ao governo pelo PMDB, explicando que vai substituir Sérgio Cabral porque, desde criancinha, jamais se recusou a prestar serviços à nação e cuidar dos interesses do povo brasileiro.
 

Cueca-cofre

“A democracia brasileira constrói valores que ficam para o resto da vida. Ninguém aceita injustiça. Houve a sensação de que o conjunto do processo foi além da conta. Quem imaginou que fossem contribuir? Vocês da imprensa, do Judiciário… Não é uma ou outra pessoa, não é parlamentar, é gente de todo o canto”.

José Guimarães, líder do PT na Câmara e irmão de José Genoino, sobre a vaquinha que arrecadou os R$  667 mil necessários para pagar a multa do mensaleiro condenado à prisão, com a expressão aliviada de quem não precisou usar o dinheiro guardado nas cuecas dos assessores.

Calvário abrandado

“Era uma situação degradante, trancado o tempo inteiro. Não tinha privilégio nenhum”.

Chico Vigilante, deputado distrital pelo PT, sobre Delúbio Soares, que agora trabalha durante o dia como assessor sindical na CUT e só passa as noites na Papuda, confirmando que o tesoureiro do mensalão estava muito infeliz com o ofício de faxineiro da cela governada pelo xerife José Dirceu.
 

Chegou quem faltava

“Somos companheiros de muitos anos. Foi um prazer muito grande abraçar o Delúbio, embora ele não estivesse livre”.

Reinaldo Cruz, coordenador administrativo da CUT, sobre o novo assessor sindical da entidade, sem revelar quando serão abertas as inscrições para o Curso Intensivo de Recursos Náo-Contabilizados e Negociatas em Geral do Professor Delúbio Soares.
 

Reincidente assumido

“Meu governo não faz isso em ano eleitoral, faz isso em todo ano”.

Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, durante entrevista a emissoras de rádio de Minas Gerais, ao reiterar o compromisso de baixar a inflação para 4,5% ao ano, confirmando que o governo promete todo ano fazer o que não fará.

Mãos sujas

“Nós, pelo menos o meu governo e o governo do presidente Lula, nunca dissemos que a violência era um problema dos estados e que, portanto, nós lavávamos as nossas mãos. Outros governos alegaram isso, não os nossos”.

Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, durante entrevista a emissoras de rádio de Minas Gerais, em resposta ao senador Aécio Neves, que criticou a omissão do Planalto em relação à segurança pública, deixando muito claro que o governo federal nada fez sem ter lavado as mãos.
 

Voluntário assalariado

“Não quero ter emprego”.

Newton Cardoso, deputado federal pelo PMDB de Minas Gerais e terceiro colocado no ranking dos mais ricos da Câmara, ao afirmar que não teme sofrer represálias por ter votado 18 vezes contra o governo em 2013, sem explicar por que continua embolsando a bolada mensal garantida pelo emprego no Congresso.

Independência é isso

“Não abaixo a cabeça para tudo que o governo quer”.

Newton Cardoso, deputado federal pelo PMDB de Minas Gerais que votou 18 vezes contra o governo em 2013, revelando que, como o o terceiro colocado no ranking dos mais ricos da Câmara, só faz negócio quando a oferta é irrecusável.

22 de janeiro de 2014
in Augusto Nunes, Veja