"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 18 de junho de 2017

A OPINIÃO POLÍTICA DOS PROCURADORES DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Começou a circular nas redes sociais nesse fim de semana o texto de um certo procurador do Ministério Público fazendo considerações sobre as consequências políticas e partidárias da Operação Lava Jato. Ele parece seguir a mesma trilha inaugurada por Deltan Dallagnol, para quem o execício da função de procurador parece não estar desacompanhado da busca permanente por holofotes. Entendemos que não cabe aos integrantes do Ministério Público, em especial aos procuradores diretamente envolvidos nas investigações da Lava Jato, emitir opinião política sobre as consequências políticas das investigações das quais eles fazem parte como agentes de investigação do estado.

Ao se manifestarem politicamente dessa forma, estes procuradores prejudicam a operação, uma vez que os inimigos da Lava Jato poderão alegar, até mesmo em juízo, motivações políticas para o andamento das operações. Dizer que estes procuradores se expressam como cidadãos é um argumento puramente retórico: juízes, militares e policiais também são cidadãos e lhes é vedado se manifestarem sobre as consequências políticas de suas ações. Se um procurador, assim como um juiz ou um militar, deseja exercer seu direito de se manifestar politicamente como cidadão, cabe-lhe então se desvencilhar de sua função de agente de do estado, pedindo exoneração de seu cargo, e exercer esse direito livremente como cidadão comum.


18 de junho de 2017
critica nacional

O SALVADOR DA PÁTRIA QUE NÃO EXISTE



Desafiamos qualquer um a apontar alguma única vez em que Jair Bolsonaro tenha insinuado ou sugerido em suas falas ser ele uma espécie de salvador da pátria, e que irá supostamenteresolver sozinho todos os problemas do país. Da mesma forma, desafiamos que se aponte algum apoiador seu que endosse a tese estúpida de que Jair Bolsonaro tenha esse papel ou essa missão de natureza caricata. O que Jair Bolsonaro tem, e que nenhum outro político brasileiro tem hoje, é a admiração, o respeito e o apoio de milhões de brasileiros comuns, em todas as classes sociais e em todas as regiões do país.

Essa admiração e apoio advêm do fato de ele ser um político honesto e de expressar à sua maneira natural, maneira essa que talvez desagrade alguns, os valores éticos e morais que são mais caros e mais preciosos aos brasileiros. Os mesmos valores que vem sendo atacados e desprezados pela elite de esquerda socialista que há décadas governa o país, e que também controla os meios de produção de cultura da nação.

Ao contrário da ideia difamatória que é difundida, Jair Bolsonaro sempre insiste em dizer que para se começar a resolver os problemas do país é necessário não apenas eleger um presidente comprometido de fato com a nação e com a nossa soberania. Ele afirma ser necessário também eleger uma bancada de parlamentares comprometidos com essa mudança, promovendo uma renovação no Congresso Nacional. Portanto, em nenhuma oportunidade Jair Bolsonaro jamais insinuou alguma propensão voluntarista de resolver tudo sozinho. E desafiamos mais uma vez quem lhe atribui essa suposta propensão a nos mostrar onde e quando o deputado carioca fez alguma afirmação nesse sentido.

Atribuir a um adversário político, ou inimigo político para alguns, uma característica ou traço que este não tem é uma prática de difamação típica da esquerda marxista. Uma prática que no entanto parece estar sendo adotada por outros segmentos do espectro político que, para justificar sua adesão a um projeto de poder socialdemocrata temperado com retórica liberal, não se furtam em usar os mesmos métodos da esquerda para atacar e difamar o único nome que a direita efetivamente terá para a disputa eleitoral no ano que vem.

Observação:
É evidente também que a discussão sobre eleições presidenciais não pode ignorar o problema das urnas eletrônicas. O Crítica Nacional vem insistindo já há meses na necessidade de os movimentos de rua se mobilizarem para exigir inclusive do presidente Michel Temer que ele faça valer sua autoridade de chefe de estado para que seja respeitado o preceito constitucional de que todo poder emana de povo. Um preceito que somente pode ser cumprido na prática por meio de eleições transparentes, com voto impresso, e com apuração feita sob os olhos dos eleitores.


18 de junho de 2017
Paulo Eneas
in crítica nacional

PARA ENFRENTAR A AGENDA ISLÂMICO-GLOBALISTA DA ONU: JAIR BOLSONARO



O Brasil tem sido vítima há anos da agenda ideológica da esquerda globalista internacional, agenda essa que tem se traduzido na adoção de políticas públicas que estão em linha com essa agenda. A implementação dessa agenda por parte de governos petistas e tucanos constitui-se na raiz dos principais problemas que o país enfrenta.

Dentre os itens dessa agenda que se materializaram em políticas públicas no país estão as cotas raciais, demarcação de terras indígenas, as políticas pró-aborto, o desarmamento da população civil, ideologia de gênero nas escolas, tentativas recorrentes de extinção das polícias militares, políticas de saúde e de segurança pública favoráveis ao consumo de drogas, esforços para abertura indiscriminada de nossas fronteiras, propaganda ostensiva do islã e ataques diretos ou indiretos às nossas tradições e valores cristãos.

É importante ter em mente que todas estas políticas, e outras que não listamos acima, se originam na ONU e em suas agências. 
É importante também compreender que, no que diz respeito a adesão a estas políticas, não existe diferença alguma entre tucanos e petistas, pois ambos são braços de um mesmo corpo empenhado em fazer o país se submeter a uma nova ordem mundial, na qual a soberania nacional ficará em segundo plano ou poderá até mesmo ser extinta em nome de um novo arranjo global de poder, arranjo esse que terá à sua frente as forças de esquerda globalista e e seus aliados muçulmanos, materializadas nas instituições da ONU.

É esta verdadeira ameaça à nossa soberania que deverá ser o tema central das eleições do ano que vem, assim como ocorreu nas eleições americanas do ano passado. 
A escolha de um candidato tucano para a presidência, seja ele João Doria, ou Geraldo Alckmin ou Tasso Jereissati, representará a continuidade e o aprofundamento dessas políticas. 
E não estamos afirmando isso por suposição, mas sim a partir de uma constatação objetiva das práticas desses políticos tucanos à frente, respectivamente, da prefeitura paulistana, do governo paulista e no senado.

Basta lembrar que Tasso Jereissati foi um principais defensores da nova lei de imigração. Geral Alckmin, por sua vez, acabou de implementar a política de banheiros únicos nas escolas públicas do estado, além de outras políticas visivelmente em linha com a agenda globalista. E o mesmo se pode constatar em relação à gestão da prefeitura paulistana chefiada por João Doria no que diz respeito a temas como desarmamento civil, controle por parte do poder público sobre iniciativas de empreendimento privado, política de imigração e sua conduta em relação à cracolândia, entre outros.

Diante desse cenário, entendemos dentre os nomes que estão colocados para a disputa presidencial do ano que vem, somente o de Jair Bolsonaro representa efetivamente uma oposição clara e inequívoca a esta agenda globalista, como ele já verbalizou em inúmeras oportunidades. 
Contrariamente a todos demais nomes colocados para a disputa, que se limitam no máximo a um pastiche de discurso antipetista misturado com generalidades sobre gestão, Jair Bolsonaro não se furta ao combate efetivo aos diversos itens dessa agenda globalista, além de se espelhar e se inspirar na figura de Donald Trump como referência geopolítica para esse enfrentamento.

O enfrentamento à esquerda globalista internacional e seus aliados muçulmanos é uma tarefa gigantesca que não pode de modo algum depender de uma única pessoa, pois não existem salvadores da pátria. Mas sem dúvida esse enfrentamento se dará em condições muito mais favoráveis nos países do ocidente que tiverem nas suas respectivas presidências e chefias de governo homens comprometidos em fazer em esse enfrentamento. Essa tem sido a realidade dos Estados Unidos, com Donald Trump. Essa pode vir a se tornar a realidade no Brasil, com Jair Bolsonaro na presidência.


18 de junho de 2017
Paulo Eneas
crítica nacional
Com a colaboração de Débora Portugal.

CAMPANHA LIBERAL-CONSERVADORA PARA 2018 DEVERIA ATACAR A ELITE EMPRESARIAL QUE MAMA NO ESTADO



As últimas movimentações do jogo político estão dadas. Em 2018, a plataforma principal irá tratar a questão da corrupção, deixando os demais assuntos para trás.

Teremos o PT lutando para retornar ao poder (com poucas chances) e o Novo PT (liderado pela Rede e outros partidos de extrema-esquerda) fazendo uso de uma elite jurídica para reviver a campanha de Lula em 2002, sob a bandeira da ética. Para piorar, o Novo PT deve cooptar vários eleitores da direita.

Por exemplo, veja uma enquete do grupo “Eu sou de direita e não sabia”, mostrando que abaixo de Jair Bolsonaro temos Joaquim Barbosa em segundo lugar:



Diante deste cenário, o que restaria para uma candidatura de direita em termos de discurso?

No caso específico da questão da corrupção será preciso mostrar como uma elite de empresários – composta por empresas como Odebrecht e JBS, dentre outras – se aproveitam do estado para destruir a concorrência.

Com isso, será preciso apontar a causa da corrupção, que está no uso do estado para violar qualquer regra de livre mercado. O resultado do sistema atual é a cleptocracia. Se este sistema passou batido por décadas nas mãos de aves de rapina, se tornou insustentável com a chegada do PT ao poder, pois o partido tinha um projeto totalitário que dependia do saqueamento de estatais para ir à frente.

Podemos ter a certeza de que se empresas como a Vale e as teles não tivessem sido privatizadas, o PT teria conseguido nos transformar numa ditadura nos moldes venezuelanos principalmente com base na corrupção obtida a partir das estatais.

Um dado assustador é que o atual discurso “contra a corrupção” fala em punição de responsáveis mas ignora a estatização mórbida. Podemos até suspeitar de que muita gente que está “lutando contra a corrupção” participará de projetos de poder para ocupar espaço em estatais como Pebrobrás, Correios e BNDES para dar sequência ao ciclo de corrupção endêmica. 
Claro que os novos mamadores de tetas buscarão formar diferentes de praticar a corrupção, com mais sofisticação. Provavelmente garantirão o saqueamento estatal por meio de leis combinadas com os lobistas certos.

É aí que surge a oportunidade para um verdadeiro discurso liberal-conservador, que coloque em xeque o discurso que finge lutar contra a corrupção mas não aborda a questão do excesso de empresas estatais em funções que poderiam ser atendidas pela iniciativa privada.

O discurso não pode ser focado na “eficiência” (que o povo nem entende), mas no fim da injustiça de dar o estado para alguns poucos saquearem e destruírem a vida do povo. 
O estado deve tratar daquilo que interessa ao povo: saúde, segurança e educação.

Atividades como exploração petrolífera e serviços postais – além de serviços bancários – não devem apenas ser de exclusividade do setor privado. Mais do que isso: devem ser tiradas das mãos dos sanguessugas.

18 de junho de 2017
ceticismo crítico

VOCÊ AINDA É TROUXA DE ACREDITAR NESSA DE "EMBARGO CUBANO"?



É normal acreditar na explicação do "embargo cubano" na adolescência. Na vida adulta, é preciso ser muito tapado para usar essa desculpa.

O presidente americano Donald Trump revogou hoje o acordo quase unilateral entre a América e a ditadura socialista de Raúl Castro, que governa Cuba com mão de ferro. O acordo previa benesses ao

O acordo feito pelo ex-presidente Barack Hussein Obama fora realizado a toque de caixa no dia 17 de dezembro último, um mês antes de encerrar os seus oito anos de dois mandatos e provisoriamente após a eleição presidencial, quando o Partido Democrata de Obama/Hillary Clinton sofreu a maior derrota federal desde 1926.

Barack Obama, como se lê em suas dissertações e seus escritos de juventude até a velhice, é um crente da tese do “anti-colonialismo”, crendo que as grandes potências, como a América, prejudicam o mundo ao exigir medidas “imperialistas” e “preconceituosas”, como respeito aos direitos humanos, liberdade política, representatividade ou a xenofobíssima eleição de nações que queiram desfrutar das maravilhas do capitalismo americano.

Graças a tal cabresto, o ex-presidente Obama calcou sua política externa, tendo Hillary Clinton como Secretária de Estado entre 2009 e 2013, na idéia de que a América deve pedir desculpas a países coitadinhos como Venezuela, Síria, Cuba e Irã (estes dois últimos com Acordos vultosos) por sua existência, e “concessões” devem ser feitas com o dinheiro do pagador de impostos americano para que tais países, governados fofamente pela auto-determinação dos povos em criar leis tirânicas, possam finalmente ser grandes países. Como a América.


O anti-colonialismo é a ideologia dominante nos cursos de História no Brasil, que confundem o reducionismo da doutrina com a própria noção do que seria a história (o infame “Eu estudei História”). 
Para explicar o fracasso do totalitarismo socialista de Cuba, tudo é reduzido a falar no ainda mais infame “embargo cubano” americano sobre a maior propriedade privada do mundo, a ilha particular da família Castro e seus escravos.



Com a patacoada do embargo cubano, tudo é explicado: por que Cuba não tem eleições. Por que Fidel Castro passa o poder a Raúl Castro. Por que o cubano tem dificuldade em fazer 3 refeições por dia. Por que a ilha não tem imprensa livre, não tem acesso à internet, não tem nem sequer o direito a se expressar. E, claro, por que a terra da “igualdade” e das conquistas “sociais” é, fora dos livros do MEC, uma ilha miserável, onde a população usa geladeiras como botes, enfrentando o estreito mais entupido de tubarões do planeta para fugir para o abençoado capitalismo selvagem de Miami.

O embargo cubano é uma série de medidas que impedem que americanos façam negócios com a ditadura socialista de Cuba. Vigente desde 1960, em resposta ao confisco de propriedade americana em Cuba, foi transformado em lei apenas em 1992, já sendo justificado como uma pressão contra a ausência de liberdades civis e violações dos direitos humanos por Fidel Castro e seu socialismo.

Bem ao contrário do que doutrinadores ideólogos dizem, na verdade o comércio entre América e Cuba permaneceu ativo, e sempre que a ilha particular de Fidel e Raúl Castro enfrentou crises e tragédias (o povo, não os Castro), dinheiro americano alimentou os cofres cubanos (os de Castro, não os do povo).

A premissa do embargo cubano não poderia ser mais universalmente aceita: capitalistas continuarão fazendo comércio entre si (o tal livre mercado, a globalização etc), socialistas, que preferem uma economia dirigida e tratam empresas como encarnações do demônio, não farão comércio com capitalistas.

O embargo cubano é um verdadeiro teste de ferro para testar teorias econômicas na prática: será que quem sai prejudicado são aqueles que viverão sob o sistema de livre mercado, ou aqueles abençoados com um governo de esquerda, social, que controle as grandes empresas e permita que o povo tenha acesso a saúde e educação “de graça”?

Ou seja: para se criticar o embargo, exige-se que se defenda o livre comércio. A premissa obrigatória é que o mercado é superior ao Estado em colocar três pratos de comida por dia na mesa do trabalhador, que o capitalismo é infinitamente superior ao comunismo.

Só há possibilidade de se querer comércio, e ainda mais comércio com a América, o grande vilão, se você prefere a delícia do livre mercado desregulado, a produção de comida às pencas com a industrialização, os impostos baixos, o empreendedorismo, investimento e poupança privada que só são possíveis em um regime em que as pessoas valham mais do que o Estado, em que o indivíduo seja soberano ao coletivo, e não o contrário.

Como a prática sempre desmente as superstições da esquerda, e como só se acredita na esquerda através da autoridade de professores de História doutrinando a partir da puberdade, ao invés de investigar, definir ou mesmo apenas pensar no que é o embargo cubano, basta pedir que adolescentes repitam roboticamente que toda a miséria cubana, que desmente as supostas delícias do socialismo a olhos vistos, é culpa do “embargo cubano”.



O púbere em questão estará imediatamente repetindo, sem atentar, que a miséria de Cuba grassa devido à falta de comércio. Que tudo seria melhor se os cubanos pudessem negociar a baixos impostos diretamente com empresas americanas, com pouca interferência do governo capitalista americano e, sobretudo, da brutal ditadura socialista cubana. Que ou se tem um regime de livre mercado, ou se tem miséria.

Exatamente o contrário do que seu próprio discurso repete in abstracto, é apregoado quando se trata de lidar com um único pobre no mundo in concreto. Toda a logorréia anti-capitalista é deixada apenas para o mundo das idéias platônicas, de uma pureza virginal hagiográfica ao menor contato com a realidade factual.

É natural buscar sua tribo, sua turminha de pessoas descoladas, de gente que se descreve pelo coletivo, sempre com um -ista no fim, quando se está na puberdade. Mas é demandado pela natureza e pela realidade que se pense sobre as coisas, que a experiência da vida verifique quais idéias funcionaram e quais são um desastre, apesar das palavras enganosas com as quais são vendidas.

É por isso que, após os terríveis anos de adolescência e de acreditar em qualquer autoridade que não seja a dos pais – como a de um professor de História – os homens vão parando de acreditar em ladainhas como “embargo cubano” para se tornarem questionadores de soluções milagrosas.

Graças a isso que a idade faz com que as pessoas sejam de esquerda quando jovens, e de direita quando experientes. Nunca o contrário ocorre.


18 de junho de 2017
in senso incomum

NÃO EXISTE AQUECIMENTO GLOBAL, EXISTE GOVERNANÇA GLOBAL



Por que se fala de aquecimento global como "consenso científico", sendo que o único consenso está na mídia com projeto de governança global?

Guten Morgen, Brasilien! O clima esquentou em nosso podcast, já que a discussão sobre aquecimento global voltou a pegar fogo após Donald Trump (sempre ele, tudo ele) retirar a América do Acordo de Paris. 
De acordo com Hillary Clinton e seus acólitos na grande e velha mídia, o Apocalipse está próximo, o planeta vai derreter e não há muito tempo para esperança.

O aquecimento global é considerado “consenso científico” pela grande e velha mídia, embora o termo “consenso científico” não seja exatamente um consenso entre cientistas – aliás, algo pode ser mais contraditório do que uma visão de consenso entre… cientistas?!

Apesar de a discussão sobre o aquecimento global existir ou não ser acalorada, e sempre ser uma chuva de dados conflitantes de cada lado, existe algo mais importante a ser debatido antes de chegarmos ao nível científico da análise de dados: o que, afinal, seria algo como o aquecimento global? Significa que todo o planeta esquenta, ao mesmo tempo, homogeneamente, por atividade humana capitalista que só pode ser controlada por mais impostos?

As próprias teses sobre a idéia de aquecimento global estão sendo revistas. Na década de 70 e 80 falava-se muito sobre o “buraco na camada de ozônio” causado pelo gás CFC (dos desodorantes e da geladeira, que fez com que a esquerda apostasse na comida orgânica e na falta de banho). 
A tese refutada pelo próprio “descobridor” do buraco (que delimitou que ele se expande e diminui sozinho, naturalmente, de boa, na moral e na humildade).

Hoje, ninguém mais fala em camada de ozônio, mas em aquecimento global antropogênico (já que até barcos para pesquisar o aquecimento global na Antártica ficaram encalhados… em gelo). Ou melhor, já se fala em “mudanças climáticas”, porque a tal atividade humana capitalista que só pode ser controlada por impostos também causa resfriamento em certas partes do globo.

E quem é tão interessado em falar de aquecimento global? Os chamados globalistas, como o Council of Foreign Relations, editor da publicação Foreign Affairs, tão misteriosamente interessado em questões como clima e segura no cyberspace, pois justamente essas duas grandes questões envolvem poder além das fronteiras das soberanias nacionais, que já discutimos aqui.

É o que o grande guru das relações internacionais e artífice do globalismo, Richard Haass, presidente do CFR, preconiza ao falar da World Order 2.0, como esclarecido em seu mais recente livro, A World in Disarray (2017), tendo as políticas chamadas “nacionalistas” de Donald Trump como grande empecilho.

De repente, ligando algumas peças do quebra-cabeça, começamos a entender por que tantas pessoas que odiavam as aulas de Física e Química têm opiniões tão aprofundadas sobre um tema sem consenso entre cientistas, jurando que já estudaram o assunto à exaustão, e não têm opinião nenhuma sobre nenhuma outra polêmica científica, como a briga entre mecânica quântica e teoria da relatividade. Afinal, basta concordar com o que diz a Superinteressante.

A produção é Filipe Trielli e David Mazzuca Neto, no estúdio Panela Produtora. Guten Morgen, Brasilien!


18 de junho de 2017
Flávio Morgenstern
in senso incomum

ESTUDO APONTA QUE A NORUEGA É O PAÍS MAIS FELIZ DO MUNDO



A Noruega é o país mais feliz do planeta, aponta o Relatório Mundial da Felicidade 2017, divulgado nesta segunda-feira (20) em Nova York. 
A quinta edição do estudo anual, que inclui 155 países, foi apresentada por ocasião do “Dia Internacional da Felicidade”, celebrado desde 2012.

O Brasil ocupa o 22° lugar no ranking, logo atrás dos Emirados Árabes Unidos e logo à frente da República Tcheca e da Argentina. A Alemanha está na posição 16, atrás da Irlanda e à frente da Bélgica. 
Outros países europeus tiveram desempenho pior que o alemão, como é o caso do Reino Unido, na 19ª colocação, e da França, em 31° lugar.

Entre os países latino-americanos, a Costa Rica é o melhor colocado, na posição 12, atrás de Israel. O Chile é o mais feliz entre os sul-americanos, no 20° lugar.

Neste ano, a Noruega saiu do quarto lugar em 2016 e passou à liderança, superando a Dinamarca, primeira colocada na última edição e agora em 2° lugar. 
Em terceiro, vem a Islândia, seguida pela Suíça (primeira colocada em 2015) e a Finlândia, em quinto. Atrás deles vêm Holanda, Canadá, Nova Zelândia e Austrália. A Suécia aparece logo atrás, no décimo lugar.

No 152° lugar está a Síria, atrás de Ruanda e seguida pelos últimos colocados no ranking: Tanzânia, Burundi e República Central Africana. Com exceções, entre outros, de Síria, Afeganistão, Haiti, Ucrânia e Iêmen, a maioria dos 30 países em pior colocação fica na África.


O levantamento leva em consideração o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, a expectativa média de vida, a percepção de apoio recebido no próprio ambiente social e a percepção de confiança no governo e nas empresas em relação à corrupção.

O levantamento considera também a percepção dos entrevistados quanto à liberdade de tomar decisões próprias para influenciar suas vidas e a generosidade dos entrevistados em relação a doações. Fatores negativos, como preocupações, tristeza e raiva também desempenham um papel no estudo. O relatório deste ano é baseado em dados coletados entre os anos de 2014 e 2016.

O Relatório Mundial da Felicidade é produzido desde 2012 com apoio da ONU. Um de seus editores é o economista americano Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, que realiza o trabalho com apoio de uma equipe de especialistas internacionais. 
(Com agências internacionais)

18 de junho de 2017
in ucho.info

LISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS APONTA RESPONSÁVEIS POR PREJUÍZO DO MANÉ GARRINCHA

MATRIZ DE RESPONSABILIZAÇÃO INCLUI NOMES DE EX-GESTORES DE ÓRGÃOS PÚBLICOS
CORPO TÉCNICO DO TRIBUNAL DE CONTAS ELABOROU DOCUMENTO COM NOME DE RESPONSÁVEIS PELOS PREJUÍZOS DA OBRA DO MANÉ GARRINCHA (FOTO: ANDRÉ BORGES/AGÊNCIA BRASÍLIA)

O corpo técnico do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) elaborou uma auditoria, que inclui uma matriz de responsabilização pelos prejuízos da obra do Estádio Mané Garrincha.

Entre os nomes citados – junto com seus erros – estão o dos ex-presidentes da Novacap Juvenal Batista Amaral, Nilson Martorelli, Maurício Canovas e Celso Roberto Machado Pinto, e ex-presidentes da Terracap Marcelo Piancastelli, Dalmo Alexandre Costa, Antônio Lins e Maruska Lima. O consórcio entre Andrade Gutierrez e Via Engenharia também é citado no documento.

Mas a matriz deixou de fora alguns nomes. Os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) não são citados na lista.

Auditoria adiada

A primeira das nove auditorias referentes as irregularidades nas obras do Estádio estava marcada para esta terça (13), porém foi remarcado para o dia 27 deste mês. O motivo foi a renúncia da defesa do consórcio formado pela Via Engenharia e Andrade Gutierrez.

Com as delações da Andrade Gutierrez, houve um rompimento do consórcio da empreiteira com a Via Engenharia. Dessa forma, os advogados não podem mais defender o interesse das duas empresas.

A pauta desse processo é a análise do desvio de R$ 67,7 milhões – uma parte dos R$ 900 milhões superfaturados na obra do Mané Garrincha.


18 de junho de 2017
diário do poder

"TIRA, PÕE, DEIXA FICAR" E OUTRAS NOTAS DE CARLOS BRICKMANN

Quem tem de se esforçar para reunir votos, portanto, não é Temer: é o procurador-geral Rodrigo Janot

O presidente Michel Temer durante cerimônia de lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018, no Palácio do Planalto em Brasília - 07/06/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Tira: Fernando Henrique, em notável artigo, pôs gasolina na fogueira: sugeriu que o seu PSDB deixe o Governo e que o presidente Michel Temer proponha eleições diretas antecipadas para a sucessão.

Põe: mas Temer já estava preparado para neutralizar a proposta. Seus emissários no Congresso lembraram que mais de 150 deputados enfrentam ações penais ou inquéritos; o mesmo ocorre com cerca de 30 senadores. Quem vai querer que o precedente seja aberto, justo com Temer?

Tira: Joesley Batista, em depoimento à Polícia Federal, reafirmou que entregou uma mala com R$ 500 mil ao então deputado Rocha Loures, da estrita confiança de Temer e por ele indicado para receber o dinheiro, uma propina para retribuir ao presidente benefícios recebidos do Governo. Seria mais uma bomba num Governo cuja base política se derrete.

Põe: mas Temer liberou R$ 50 bilhões do velho e bom BNDES para os Estados. Os governadores, encalacrados em dívidas, sabem que, se Temer cair, caem junto suas promessas. Trabalharão por ele (e, a propósito, agora já se sabe por que Maria Sílvia deixou o comando do BNDES).

Deixa ficar: para que a Câmara autorize uma ação penal contra Temer (investigado por organização criminosa, corrupção passiva e obstrução da Justiça), são necessários 342 votos. Se 341 deputados votarem contra Temer, a ação não poderá ser proposta. Se 172 deputados não comparecerem à sessão, Temer estará salvo. Quem tem de se esforçar para reunir votos, portanto, não é Temer: é o procurador-geral Rodrigo Janot.

Vida que segue

Agora, para Temer, o importante é mostrar que o Governo continua vivo. Escreveu um artigo sobre sua próxima viagem à Noruega e à Rússia, articula a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, ou do que sobrou delas depois da negociação política. A menos que haja manifestações de rua ou delações que o atinjam diretamente, vai conseguir aprová-las. Os sindicatos tentam ir às ruas, não para garantir direitos, mas manter de pé o imposto sindical que os financia.

Palavras ao vento

A propósito, Fernando Henrique sabe que, a menos que o improvável aconteça, sua proposta não é realizável. Sabe que reformar a Constituição para convocar eleições diretas exige mais tempo do que o disponível até o fim do mandato de Temer. Sabe que conseguir 2/3 dos votos é difícil. E, apesar de seu prestigio, Aécio Neves e outros parlamentares de seu partido têm um compromisso maior do que com ele: com a própria sobrevivência.

Passando a limpo

Enquanto a Lava Jato e outras investigações atingiram um dos lados do espectro político, receberam apoio do outro lado. Enquanto atingiram, fora do alvo principal, pessoas dificilmente defensáveis, tudo bem. Mas agora, que estão em risco políticos das mais diversas tendências e empresários, há uma união contra as investigações. Oficialmente, todos são favoráveis à Lava Jato e congêneres, “aguardando serenamente a decisão a Justiça”. Na prática, é guerra: quando mais de 1/3 dos deputados e senadores estão ameaçados, não apenas politicamente, mas até de prisão, eles vão reagir.

A primeira iniciativa é suspender as ações penais contra senadores e deputados federais, medida prevista no artigo 53 da Constituição. Para que esta prerrogativa seja exercida, deve ser aprovada por maioria absoluta de deputados e senadores. Os parlamentares já atingidos, 1/3, são votos certos; quem não foi atingido mas sabe que pode ser deve votar também a favor.

Guerra total

A medida é impopular, todos sabem, mas é melhor se arriscar a perder uma eleição do que passar algum tempo hospedado em Curitiba. Ficar sem mandato a partir de 2019 é ruim, mas pelo menos será em liberdade, A medida, em princípio, só não entrará na pauta em duas circunstâncias:

1 – Se houver possibilidade de derrota. Nesse caso, os parlamentares que votassem a favor perderiam a popularidade sem vantagem alguma;

2 – Se surgir outra ideia eficiente, de menor custo político. Porque todos sabem que a grande maioria dos eleitores se revoltará com a sujeirada.

A voz do Planalto

Os articuladores da Presidência estão trabalhando para garantir mais votos contra as investigações. O jornalista Josias de Souza, em seu bom blog, conta que testemunhou o telefonema de um ministro de Temer a um parlamentar do PP, partido com 21 deputados atingidos pela Lava Jato. Cita: “Se a Procuradoria e o Supremo querem derrubar o presidente da República, imagine o que não farão com os parlamentares!”

É a batalha dos mandatos contra as togas.

As investigações

Atenção ao depoimento de Antônio Palocci. Tem novidades explosivas.


18 de junho de 2017
Carlos Brickmann

A EUROPA É VÍTIMA DO TERRORISMO, MAS NUNCA ACREDITA QUE ELE EXISTE



A cegueira politicamente correta dos europeus é criticada por João Pereira Coutinho em artigo publicado pela Folha de São Paulo:

Contemplava o fogo em Grenfell Tower, o prédio residencial de Londres que gerou 17 mortos e 70 feridos (por enquanto), e murmurei para um colega: "Espero que não seja terrorismo".

Ele ficou horrorizado com o meu comentário e lançou-me um olhar fulminante, digno de um jihadista. A acusação era óbvia: eu sou um paranoico; eu vivo com a obsessão terrorista na cabeça.

Concordo com a primeira parte. Tenho dúvidas sobre a segunda. Mas entendo a reação do parceiro – humana, demasiado humana: ela reproduz, na perfeição, o estado existencial da Europa.

Vamos aos números? Na Inglaterra, nos últimos três meses, houve três atentados terroristas. Na Europa, só em 2017, já houve mais de 20 ataques (tradução: mais de cem mortos, mais de 300 feridos).

Mas os europeus, cumprindo as etapas clássicas do luto, ainda estão na primeira: a negação. Isso é visível sempre que acontece mais um "incidente" (para usar a palavra preferida da mídia ocidental). A negação começa com a mera hipótese de haver ali dedo selvagem. Foi um atropelamento casual ou um tiroteio passional.

Quando uma dessas hipóteses se confirma, há festejos imediatos, o que me parece um terrível desrespeito pelas vítimas: morrer por atropelamento negligente não deixa de ser uma tragédia.

Quando nenhuma das hipóteses se confirma e a palavra "terrorismo" começa a surgir no horizonte, entra em cena a negação nº 2: os culpados podem ser cristãos, judeus, budistas, krishnas ou druidas. Que não sejam mais um Muhamad.

Fatal: é mais um Muhamad. Chega então a negação nº 3: que fizemos nós para merecer o castigo? Como defende Paulo Tunhas, um filósofo português que tem pensado sobre essas matérias, essa negação é uma forma de racismo –ou, pelo menos, de infantilização do outro. O terrorista nunca é culpado porque ele, em rigor, não sabe o que faz. Nós é que deveríamos saber o que andamos a fazer desde as cruzadas.

Ponto de ordem: não há conclusões sobre o inferno de Grenfell Tower. Aceito de coração aberto que houve ali incúria, estupidez ou acaso. Os moradores já tinham alertado para as falhas de segurança (e de higiene) do prédio.

Mas registro com interesse intelectual a forma decidida, dogmática, censória, como ninguém aceita a hipótese terrorista. A mesma Europa que tem doses semanais de horror considera que o horror nunca existe: é uma anormalidade que não deve ser mencionada. Como os povos primitivos, acreditamos que a melhor forma de não sermos punidos pelos deuses é nunca pronunciar os seus nomes.

Quando os deuses, apesar de tudo, persistem em castigar-nos, é como se fosse a primeira vez. Os terroristas têm as suas 72 virgens (o pesadelo de qualquer homem sexualmente maduro, diga-se). Mas os europeus conseguem ser virgens repetidamente.

E o fogo? Com a devida vênia ao leitor, vou ser um pouco paranoico. Tempos atrás, quando o Daesh começou a ser esmagado no Iraque e na Síria, os seus canais de propaganda começaram a instruir os fiéis. Se o objetivo é matar, e se existe uma vontade de matar (e, já agora, de morrer), não vale a pena viajar para as areias das arábias. Qualquer "soldado" pode cumprir a "missão" nas cidades europeias. Basta ter uma faca. Ou, melhor ainda, um caminhão (ou até um carro) com velocidade apreciável.

Não é preciso explicar o que aconteceu a seguir. Mas é preciso acrescentar que os conselhos do Daesh não pararam em facas ou carros. Na sua revista oficial, "Rumiyah" (que significa "Roma", porque "Roma" representa, simultaneamente, a decadência da Cristandade e o supremo prêmio a conquistar), há novas dicas para quem procura carreira no martírio.

A mente humana não cessa de me espantar. Quem diria que classificados de emprego podem ser uma forma de atrair candidatos para o matadouro?

E quem diria que atear fogo a edifícios –uma técnica bastante usada nos assentamentos da Cisjordânia– também se encontra entre os novos conselhos "técnicos"? A maldade é como a vida: evolui.

Repito, mil vezes repito: aceito e até suspeito que Grenfell Tower é um caso de negligência ou simples azar. Mas era bom que a Europa aceitasse, sem respeitar, que o terrorismo já não é novidade. E que os próprios terroristas, justiça seja feita, nunca esconderam os seus propósitos. Pelo contrário: eles são um caso de literalismo até nas intenções.

Para usar o conhecido adágio, a Europa pode não estar interessada no assunto. Mas o assunto vai continuar interessado na Europa.


18 de junho de 2017
in blog do orlando tambosi

GENERAL DO EXÉRCITO DIVULGA 'TEXTO BOMBA' CONTRA O SUPREMO E O LADO DUVIDOSO DE GILMAR MENDES

ELIANE CANTANHEDE: FHC PEDE QUE TEMER TENHA UM GESTO DE GRANDEZA (QUE RENUNCIE JÁ)

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STF NEGA PEDIDO E DEIXA AÉCIO COM OS DOIS PÉS NA CADEIA

NEM DIREITA, NEM ESQUERDA

Hoje a Europa transformou-se em verdadeiro laboratório de mudanças políticas, econômicas e sociais.

Ninguém tem segurança, em relação ao que acontecerá no futuro.

Após o “Brexit” – primeiro sinal de fissura na unidade europeia –, o continente luta para evitar que todo o poder mundial fique nas mãos de Vladimir Putin, Xi Jinping e Donald Trump.

Enquanto isso, o Brasil com a sua posição global, é a grande incógnita da América Latina, atravessando sua mais grave crise, sem perspectivas de soluções estáveis.

Sobretudo, pela inquietação originária na falta de líderes, que possam conduzir o país às mudanças não extremadas, equidistantes das pregações de direita e de esquerda.

No caso europeu existem dois países que dão sinais de “novos rumos”, no meio da catástrofe.

São eles: França e Portugal.

Macron recebeu voto de confiança dos franceses para governar a sexta economia do mundo, potência nuclear, membro do Conselho de Segurança da ONU.

A mudança aconteceu, quando estava ameaçado de ruir o pensamento libertário e global de Voltaire, de Tocqueville, de parte da Revolução Francesa, de Raymond Aron e outros.

O país correu o risco do renascimento de práticas fascistas, retrocesso a uma condição terceiro-mundista, com a saída do euro, a morte da União Europeia e o ressurgimento populista de nacionalismo destrutivo.

Macron usou linguagem nova, no vocabulário político universal.

Colocou-se como a centro-esquerda socialista, liberal de esquerda.

A eleição presidencial francesa de 2017 voltou a ser, o que o general De Gaulle, refundador da França moderna, denominava do “encontro entre um homem e um povo”.

A pregação de Macron é de reduzir progressivamente a tensão entre capitalismo e democracia.

Certamente, ele parte do princípio de que o capitalismo historicamente se ajusta, demonstrando eficiente capacidade de adaptação, para evitar que as classes populares façam opção por ideologias radicais e estatizantes.

Outro exemplo de mudança eficiente é Portugal, após a vitória da "Geringonça" em 2015, que tem governado o país, associando as políticas de austeridade do FMI, União Europeia e Banco Central Europeu, aliadas às carências sociais da população.

Na prática, uma posição semelhante a que propõe Macron na França: liberalismo de esquerda, associando as duas correntes e utilizando os que elas têm de melhor.

Segundo o sociólogo e economista português Boaventura de Sousa Santos neste momento, a economia portuguesa é uma das que mais crescem na Europa (superior a 2%), tendo promovido o fim dos cortes em pensões e salários, revertida a precarização dos contratos de trabalho, tornado o sistema fiscal mais justo e reforçada a educação pública.

Os alemães, embora ortodoxos em matéria de economia, já fazem justiça ao ministro das finanças português, Mário Centeno, chamando-o de "Cristiano Ronaldo das finanças”.

Ele até está cotado para ser o presidente do Euro grupo, que decide as finanças europeias.

A teoria de “evitar o mal maior” abre perspectivas para devolver à empresa privada a sua função de geradora de emprego e motor do desenvolvimento; valorizar o empresário em posição de vanguarda da modernidade, sem prejuízo da prioridade do bem estar social.

Todas essas mudanças em Portugal e a França ocorrem com a preservação do Estado, que não deve ser chamado de mínimo, mas sim o Estado necessário a cada país.

A empresa privada busca a eficiência, reduz custos e persegue a qualidade dos seus produtos, com o objetivo de lucros financeiros.

O Estado deve buscar a eficiência, reduzir custos e garantir a qualidade dos seus serviços, com o objetivo único de lucros sociais.

Ambos, portanto, desejam o lucro; apenas com aplicações diferenciadas dos resultados econômicos alcançados.

Um não prospera sem o outro.

São esses “novos” caminhos, sem “oportunismo”, ou busca exclusiva de associar o poder político ao poder econômico, que o Brasil espera poder alcançar, na eleição de 2018.


18 de junho de 2017
Ney Lopes – ex-deputado federal (sem partido); procurador federal, ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, jornalista e professor de Direito Constitucional.

ESVAZIAR SESSÃO DEVE SER ESTRATÉGIA PARA EVITAR DENÚNCIA CONTRA TEMER

ALIADOS DE TEMER DEVEM ESVAZIAR SESSÃO PARA IMPEDIR 342 VOTOS
SEM QUÓRUM, OPOSIÇÃO NÃO CONSEGUIRÁ OS 342 VOTOS PARA ACEITAR DENÚNCIA DA PGR

Aliados do presidente da República, Michel Temer, definiram a principal estratégia para mantê-lo no cargo quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar a denúncia contra o peemedebista: esvaziar as sessões da Câmara dos Deputados.

O objetivo é simples. Como no caso de um pedido de impeachment, são necessários 342 votos para que a denúncia seja aceita, Temer seja afastado do cargo e o Supremo Tribunal Federal (STF) seja autorizado a prosseguir com o julgamento.

Na prática, Temer não precisa de votos de nenhum deputado, mas a oposição fica obrigada a atingir votação de dois terços dos 513 deputados para retirá-lo do Planalto, ainda que temporariamente.

A votação é idêntica à do impeachment, com chamada nominal de cada um dos deputados. A segunda chamada dos faltosos não é obrigatória e as regras serão definidas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Pelas contas de membros do alto escalão do governo, a base de apoio a Temer na Câmara gira em torno de 240 parlamentares e a oposição conta com pouco mais de 100. Com esses números, é bastante improvável que sejam atingidos os 342 votos necessários, apesar de todo o barulho da oposição.

"A chance da oposição ter os 342 votos para aprovar a denúncia é a mesma que o sargento Garcia tem de prender o Zorro", disse o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos principais aliados do Planalto.



18 de junho de 2017
diário do poder