"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 22 de agosto de 2015

DESMANDOS LEGALIZADOS

Consta que, na reunião com aliados, logo depois de a manifestação popular tomar conta das ruas, a presidAnta Dilma Roussef (PT) afirmou:

“-O Brasil tem alguma coisa em torno de 200 milhões de habitantes. Portanto, vamos considerar que dois milhões estavam ontem nas ruas. Isso significa que os cerca de 198 milhões que ficaram em casa estão me apoiando.” 

O pensamento de sua excelência é completamente enviesado.


A mulher mais despreparada de que se tem notícia nesta República de picaretas e calhordas só sairá da cadeira presidencial se o Palácio for invadido e ela se vir arrancada do assento. É inacreditável o descaso de nossas figuras públicas com o povo que os sustentam. Despreparada, inculta, semialfabetizada, e seriamente suspeita de ter o cérebro danificado, Dilma Roussef é a mesma que deu conselhos à chanceler alemã, Angela Merkel, sobre a melhor maneira de conduzir a economia de sua nação.


Enquanto isso, o ex-presidente FHC, amavelmente chamado “Boca de Tuba”, aquele que quando era senador pavão transformou seu gabinete numa espécie de motel, já descobriu que o seu partido de salafrários deve pegar carona definitiva na onda popular e tentar se instalar novamente no poder para que a roubalheira continue a mesma. Boca de Tuba é aquele que comprou a reeleição presidencial, lembram?


A literatura existente sobre os assaltos praticados pelo PSDB no governo FHC faria sua ex-excelência meter a viola no saco e a língua no baú, não fosse também um desqualificado moral que não se preza e age como canalha. Quem começou a maior parte da bandalheira que hoje presenciamos foi Boca de Tuba com o seu PSDB. Basta pensar no tal “Foro Especial” e nos cartões corporativos, para início de conversa.


As quadrilhas que nos governam não enxergam um palmo adiante do nariz e só ouvem o tilintar de moedas. O país se encontra inteiramente desmontado e basta apenas ouvir parte do noticiário do dia, com os programas anunciando o fim do mundo e mostrando que o mais recomendado é não abrir a porta nem colocar o pé na rua. O desespero que faz parte do cotidiano das pessoas é relegado a segundo plano. Ele não é percebido nos tapetes macios por onde transitam assaltantes dos cofres públicos.


Mesmo na Rede Globo de Televisão, que transformou o Brasil num bordel de quinta categoria, já se abre espaço para denunciar misérias e absurdos inacreditáveis, nos intervalos de programação pornográfica que forjou gerações de párias desacreditados. A banalização de desmandos e maus costumes vêm sendo solidificados há anos pela Rede Globo de Televisão e as emissoras que a copiam.


Mas isso, os que detêm o poder de mando na emissora não se preocupam em considerar, porque têm certeza de que mais adiante é só pedir desculpas a um monte de anestesiados, como fizeram no episódio referente ao regime ditatorial (1964-85) que alegremente estimularam e apoiaram.
Regime que certamente terá de voltar, mais cedo ou mais tarde, porque ninguém vai conseguir colocar este país novamente nos eixos sem disciplina e sem uma tropa bem organizada.


A questão é saber se vai dar certo, porque, da última vez, não deu! O Brasil precisa, antes de tudo, de educação, e a primeira providência é mudar a grade de programação das emissoras de televisão, pois ninguém conseguirá governar com tanta pornografia e infâmia.


Ah, e é preciso, também, construir presídios e tratar de modificar a legislação penal, porque gatunos como Paulo Maluf, Lula da Silva, FHC e assemelhados não têm como ficar solto, oferecendo os piores exemplos às novas gerações, principalmente no que diz respeito à impunidade. Eles são a causa e princípio de nossa derrocada.



22 de agosto de 2015
Marcio Accyoli

O FANTÁSTICO MUNDO DO PT

O Partido dos Trabalhadores (PT) tem aprimorado sistematicamente a sua capacidade de construir uma realidade própria. Diante de fatos inequívocos – por exemplo, as graves denúncias de corrupção e as mais que evidentes provas de um governo inepto, que leva o País à garra –, o PT refugia-se num universo onírico, criado com o único e exclusivo intuito de se isentar de responsabilidade pela crise que assola o País e criar constrangimento a todo aquele que não dê anuência a seu projeto de poder.

Nesse mundo paralelo, as palavras ganham significado peculiar, escolhido a dedo de acordo com as circunstâncias. Intolerante não é aquele que não admite a opinião alheia. Intolerante passa a ser todo aquele que ousa manifestar opinião contrária aos interesses petistas. Se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso expressa sua opinião de que a renúncia da presidente Dilma, ou ao menos o reconhecimento dos erros cometidos, seria um gesto de grandeza de sua parte, ele é imediatamente tachado de intolerante e instado a se calar, porque ex-presidente deve se recolher à sua insignificância. Exceto, é claro, o mais ilustre de todos, Lula da Silva, cujos conselhos são ouro puro.

Esse é o método petista – acuar quem não concorda com o jeito de governar do PT. Na ótica petista, a manifestação da opinião política – como a que se viu no último domingo, por todo o País – já não faz parte da liberdade de expressão e da liberdade política. É golpismo, revanchismo de quem não aceita o resultado das eleições.

Da mesma forma, quem considera que há razões legais e constitucionais para o impeachment da presidente Dilma é simplesmente golpista. Levada ao extremo a interpretação que esses petistas dão à lei e aos fatos, o fundamento do Estado não é a Constituição Federal. O Estado é o partido – e a legalidade deixa de ser uma régua que mede a todos, para ser uma linha fluida e incerta, que protege não a coletividade, mas os interesses bem particulares do partido e de seus sobas.

No universo particular petista, o mal não é a corrupção. O que causaria prejuízo ao País são as investigações que trazem à tona a corrupção. Essas investigações travam a economia. As investigações policiais, portanto, precisariam ser contidas, pois trazem o risco de afetar empresas, que geram emprego e crescimento econômico. Pelo menos algumas empresas e empresários – não por acaso aqueles que contribuem generosamente para o projeto petista – precisam ser blindados. Trata-se de dever patriótico de todo aquele que quer o progresso do Brasil.

Na defesa de seus interesses, o PT, partido do progresso e da transformação, não teme assumir contornos conservadores. Quer a todo o custo que tudo fique como está. Principalmente, que não se esclareça muita coisa, que não se investigue a fundo, que não se puna de acordo com a lei. A delação premiada – simplesmente por ter sido o instrumento para expor ao País tantos atos de corrupção praticados ao longo dos anos de PT no governo federal – passou a ser execrada publicamente, como se fosse a mais alta imoralidade. Com essa atitude, transforma-se em valor moral da mais elevada extração a omertà, o silêncio cúmplice, que perpetua as máfias.

A construção da onírica realidade petista não é inocente. Com ares de preocupação social, manipula a linguagem com a única preocupação de proteger amigos e agentes – a tigrada que vinha tirando o que podia do Tesouro para sustentar as aventuras eleitorais do partido e, de quebra, enriquecer um pouquinho.

A “criatividade” petista – que nada mais é do que uma fuga do mundo real, com suas constrangedoras responsabilidades – manifesta desespero político. Abandona qualquer pretensão de coerência em troca de uma tábua de salvação.

A legitimidade democrática passa necessariamente por respeitar a realidade e as palavras. Tolerância, liberdade, legitimidade, honestidade são palavras muito sérias, que exigem respeito, já que definem grandes bens que precisam ser protegidos. Abusar delas é imoral. E antidemocrático.

22 de agosto de 2015
O Estado de SP

O HUMOR DO ALPINO

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22 de agosto de 2015

BOLIVARIANOS EM APUROS

A crise enfrentada pelo presidente Rafael Correa, do Equador, é apenas a mais recente entre as tantas que os regimes bolivarianos vêm encarando nos últimos tempos, desde que a fantasia da redistribuição voluntarista de renda se desfez diante da dura realidade econômica. 
Bafejadas pelo ciclo de ouro das commodities, essas autocracias se jactaram de ter conseguido resgatar milhões de pessoas da miséria e apresentaram-se como modelo a ser seguido. 
Agora que a maré de sorte baixou, os caudilhos viram-se nus – nem mesmo um líder que era bem avaliado e que manteve a economia razoavelmente sob controle, como Correa, consegue se mostrar imune à impopularidade.


Um ano atrás ninguém poderia imaginar que Correa passaria pelos apuros que ora enfrenta. Desde 2007, quando chegou ao governo, o presidente equatoriano vem construindo uma estrutura de comando que abrange todos os Poderes e se sustenta em uma série de leis que lhe garantiram o controle, direto ou indireto, dos movimentos sociais e de outros grupos organizados da sociedade civil. Tudo isso com a garantia de que a imprensa independente estaria constrangida por um sistema implacável de censura e de asfixia econômica.

Essa mal disfarçada ditadura foi “legitimada” por um período de bonança proporcionada pela alta dos preços do petróleo. Os programas sociais decolaram, assim como a popularidade de Correa. Em vez de aproveitar o bom momento para fazer poupança e garantir recursos para investimentos quando a conjuntura não fosse tão favorável, o autocrata gastou em grandes obras e aumento da máquina estatal, além de ampliar a dívida nacional, em especial com a China.

A virada nos preços do petróleo atingiu em cheio a economia equatoriana, que já vinha apresentando sinais de anemia. A insatisfação social cresceu e hoje envolve quase todos os setores à esquerda e à direita. Mesmo os índios, supostos beneficiários das políticas sociais de Correa, se voltaram contra o presidente e marcham pelas principais cidades do país para exigir a saída do presidente.

Ainda que em menor escala, o presidente da Bolívia, Evo Morales, também enfrenta movimentos que questionam seu governo. Os mineiros da região de Potosí fizeram greve e manifestações no mês passado, denunciando que Morales abandonou a região – que sofre com a queda dos preços dos minérios. Apesar de toda a propaganda governista a respeito de justiça social, os moradores da rica Potosí continuam muito pobres e, portanto, com muitos motivos para criticar o autocrata bolivariano.

O fato é que, embora a economia boliviana tenha sido conduzida com prudência e mostrado sinais de crescimento nos últimos tempos, Morales não conseguiu ainda cumprir muitas das promessas que fez em cima dos palanques – e já começou a aumentar os gastos públicos, ameaçando o equilíbrio das contas. Com isso, as manobras autoritárias de Morales para mudar a lei e poder concorrer a um novo mandato são rechaçadas hoje por quase 60% dos bolivianos, segundo pesquisa recente.

Tanto Correa quanto Morales colhem os frutos da ilusão que criaram a respeito de um modelo econômico baseado apenas no poder do Estado – que, segundo sua propaganda, poderia criar uma nova era de prosperidade na América Latina. Diante da insatisfação de seus governados, a ambos só resta recorrer ao surrado discurso bolivariano de que são vítimas das “oligarquias golpistas” a serviço do “imperialismo americano”.

O receio de equatorianos e de bolivianos é que, com o propósito de se segurarem no poder, Correa e Morales recorram de vez ao modelo chavista venezuelano – repressão desenfreada à oposição, estatização total e destruição do sistema produtivo. A Venezuela, com sua inflação de mais de 200%, sua escassez de produtos básicos e sua total falta de liberdades, surge como o pesadelo latino-americano. Como disse ao El País o líder de uma das manifestações no Equador: “Protestamos contra esta quase ditadura que temos aqui, que quer se perpetuar no poder e nos converter em uma Venezuela. E isso nós não vamos permitir”.

22 de agosto de 2015
Estadão

O CICLO IMPERFEITO

Há um clima de fim de ciclo no País: o dos governos do PT e da “hegemonia” petista na política nacional. Fala-se disso na situação e na oposição e os diferentes partidos parecem convencidos de que o futuro nascerá de um movimento de superação. Gostaria de problematizar a ideia.

É melhor ver o esgotamento do ciclo petista - que é real - como parte do esgotamento de um ciclo maior, que deita raízes na redemocratização e no movimento que culminou na Constituição de 1988. Entre 1995 e os dias atuais, este ciclo ganhou força, produziu resultados importantes, chegou ao apogeu e está agora, ao que tudo indica, conhecendo sua desconstrução.

Tivemos no Brasil, durante esse período, um ciclo social-democrata imperfeito. Seu componente social-democrata associa-se à afirmação progressiva de uma grande democracia de massas, de caráter inclusivo e popular. Mas também à implantação do que se tem hoje no País de “Estado de bem-estar”, com políticas sociais importantes, reconhecimento explícito de direitos e uma orientação oficial largamente favorável à melhoria na distribuição de renda e à redução das desigualdades sociais. 

Associa-se tanto às políticas de estabilização monetária e responsabilização fiscal dos anos FHC quanto às políticas assistencialistas e de renda dos anos Lula; tanto ao esforço de redimensionamento e racionalização do Estado e da administração pública quanto à busca de novas formas de inserção internacional do País.

Tal ciclo, porém, não conseguiu atingir a “perfeição”, ou seja, tornar-se sustentável. Nem sequer chegou a ganhar plena coerência, a sintonizar seus termos e componentes ou a ser assimilado pela população e pela opinião pública a ponto de se converter em ideia-força, cultura política e convicção cívica.

A imperfeição do ciclo está estampada em algumas de suas características mais relevantes.

Antes de tudo, o ciclo não foi assumido como tal: jamais se fixou, na vida nacional, o reconhecimento explícito de que estávamos a conhecer, de modo tardio, uma “onda” social-democrata. A arena política não foi contagiada por essa ideia. 
Ora o vetor discursivo predominante se apoiou na tese de que se estava a viver a “continuidade da redemocratização”, ora que se tratava de trazer para o País o ideário “neoliberal” e ora que se iniciava entre nós uma fase de “redenção nacional”. Não se compreendeu que uma social-democracia estava em marcha.

Em decorrência, os partidos políticos e movimentos que protagonizaram o ciclo deixaram de cooperar entre si: optaram por abrir guerras e litígios uns com os outros, investindo energia irracional na disputa eleitoral. Preferiram processar suas diferenças às cegas, ou melhor, privilegiando tão somente a conquista de governos e posições de força no sistema político.

Uma terceira imperfeição deriva deste ponto. Convertidos em máquinas eleitorais, os partidos não se reproduziram de modo adequado, não funcionaram como “escolas de quadros” e não renovaram seus quadros de direção. Transmitiram assim, para o conjunto do Estado, um notável fracasso em termos de formação de lideranças e de oxigenação da elite política. 
Soterraram, sem pena nem glória, figuras políticas da estatura de Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Leonel Brizola, Paulo Brossard, Miguel Arraes, Tancredo Neves, Itamar Franco, entre outros, que haviam definido o perfil da elite política que emergiu durante os anos de luta pela democracia. 
Mesmo lideranças como Fernando Henrique Cardoso e Lula não foram preservadas e engrandecidas da forma devida. A elite política, com isso, perdeu densidade e chega aos dias de hoje reduzida a níveis inimagináveis de ruindade e primitivismo: não há mais estadistas, os líderes nada lideram, o discurso político é tosco e grosseiro, falta cultura aos políticos.

Apoia-se no entrelaçamento destas três “imperfeições” o fator principal da imperfeição social-democrata a que me refiro: seus partidos principais, o PSDB e o PT, mas também parte do PMDB, o PSB, o PPS, o PSol e os movimentos sociais mais fortes, como o MST, nunca conseguiram erguer um projeto claro de sociedade. Jamais responderam à questão de saber quem somos e para onde queremos ir. 
Em decorrência, não educaram a cidadania, não promoveram reformas estruturais profundas e não construíram uma hegemonia digna do nome, ou seja, uma cultura capaz de cimentar e dar sentido às posições de força que se conquistavam no sistema político e no aparelho de Estado. Houve muita ocupação de espaços e muito uso dos mecanismos estatais, mas poucas ideias e pouca articulação. 
As próprias políticas públicas mais afeitas à social-democracia - saúde, educação, previdência, renda e trabalho - ficaram soltas, sem se completar.

A globalização, a revolução tecnológica, a conectividade em rede, a individualização foram reconfigurando a sociedade, mas o sistema político permaneceu parado, digerindo suas próprias entranhas.

O resultado disso está exposto à luz do dia: a bola de neve da corrupção, a miséria intelectual da política, uma sociedade civil exasperada e mal estruturada, a demonstração cabal de que cargos e vitórias eleitorais não dão sustentação confiável aos governantes e sobretudo uma estrondosa e profunda separação entre sociedade e Estado. 
A crise política atual reflete isso, ainda que também possa ser lida pela chave da inoperância presidencial. O povo distanciou-se dos governos, em especial do governo federal, principal peão de um sistema presidencialista. Não convidado, ao longo dos anos, a discutir seriamente a relação com os governos, o povo optou por romper relações com eles.

Deu no que deu. O que virá pela frente é uma incógnita, mas dá para dizer que um novo ciclo já está brotando e que avançará em diálogo com a social-democracia imperfeita do ciclo que hoje se esgota. Isso pode significar que a ideia social-democrata permanecerá a disputar hegemonia na vida nacional. Se conseguirá sucesso nisso é algo a ser respondido mais à frente.

22 de agosto de 2015
Marco Aurélio Nogueira

O FIM DA FIESTA SUL-AMERICANA

A desaceleração chinesa, a queda nos preços das matérias-primas e a perspectiva de uma alta na taxa de juros dos Estados Unidos estão reconfigurando a economia latino-americana. À medida em que a onda de bonança se afasta, afloram as fragilidades de políticas apoiadas em subsídios. Os Estados ajustam suas contas; os governos, seu discurso. O mal-estar social é cada dia mais evidente. O populismo, que dominou a cena nos últimos doze anos, está sob ameaça.

A gigantesca crise do Brasil dissimula a extensão do fenômeno. A Colômbia também está prejudicada pela deterioração dos preços no setor de petróleo e mineração, que representa 50% das exportações e 23% da receita estatal. Mas onde a mudança de ciclo tem consequências mais chamativas é nos países governados pela esquerda nacionalista. O estrangulamento do fluxo de dólares desbarata o devaneio ideológico que inspira aqueles governos: o mito isolacionista do desenvolvimento autônomo.

A deterioração do petróleo encurrala Nicolás Maduro. Frente à escassez de produtos básicos, os venezuelanos retrocedem para o escambo. Agora, adicionou-se outro infortúnio: o preço do ouro, o outro grande recurso da Venezuela, caiu 15% nas últimas sete semanas. Como cerca de 70% das reservas venezuelanas são nesse metal, renasceram os temores de um calote da dívida.

O Equador também sente o aperto. Rafael Correa reprimiu um protesto contra sua reforma autoritária, que inclui restrições à imprensa, maior intervenção militar na segurança pública e, sobretudo, a reeleição presidencial indefinida.

No entanto, junto a essa reivindicação cívica, os equatorianos se mobilizaram contra as restrições econômicas. Participaram da manifestação organizações sindicais e indígenas que até recentemente apoiavam Correa. Reclamam dos cortes nas aposentadorias e subsídios, as restrições corporativas e as concessões às empresas mineradoras e petroleiras.

Para entender o conflito convém observar alguns dados. Se o petróleo se mantiver em cerca de 50 dólares por barril, os ganhos do Tesouro equatoriano diminuirão este ano em 2,5 bilhões de dólares. Ou seja, 2,5% do PIB. Entende-se, então, que em janeiro o governo tenha cortado o orçamento em 1,4 bilhão de dólares.

Correa não renuncia à sua retórica nacionalista. E adere à tese paranoica de Maduro, que denuncia uma desestabilização imperialista. Mas está antecipando uma virada em sua política econômica. Este ano se submeteu pela segunda vez à auditoria prevista no Artigo IV da carta do Fundo Monetário Internacional, a que o Equador resistia desde 2008. Essa mudança de conduta indicaria que Correa pensa em fazer um acordo com o diabólico Fundo, para financiar-se a baixo custo enquanto estão fechados os mercados. Os bônus equatorianos rendem inquietantes 10,5%.

Na Bolívia se verifica um recorte similar. Como a venda de gás está atrelada ao preço do petróleo, este ano o país receberá 2,5 bilhões de dólares a menos. A restrição levou Morales a autorizar as empresas petroleiras a explorar 11 das 22 áreas naturais protegidas, e a acelerar o prazo de consulta às comunidades indígenas para a extração de hidrocarbonetos em seus territórios. Como acontece com Correa, essas medidas o indispõem com a esquerda.

A Argentina também comparece ao fim de festa. Até os economistas do candidato presidencial governista, Daniel Scioli, admitem que, se chegarem ao Governo em dezembro, deverão saldar a dívida com os credores remanescentes, desvalorizar a moeda, reduzir a despesa e liberar as exportações de grãos. 
Em outras palavras: rever a política expansionista de Cristina Kirchner, que deixará o país com apenas 11 bilhões de dólares de reservas e 25% de inflação. A panaceia da jazida não convencional de Vaca Muerta se transformou em uma miragem: com o preço dos hidrocarbonetos pelo chão, retraiu-se o investimento.

O esfriamento das commodities revela diferenças entre governos que compartilham um modelo centrado no Estado. Os níveis de dívida da Bolívia e do Equador são muito inferiores, por exemplo, aos do Brasil ou da Venezuela. Além disso, os dois primeiros têm um grau de abertura mais parecido com o da Colômbia, Peru ou Chile que o da Argentina. Correa e Morales escondem um frio pragmatismo por trás de sua retórica. O primeiro manteve a dolarização equatoriana, apesar da impopularidade. 
E Morales, orientado por seu ministro da Economia Luis Arce, acumulou 15 bilhões de dólares em reservas. É 50% do PIB boliviano. A maior proporção da América Latina.
Estranha ortodoxia populista.

21 de agosto de 2015
Carlos Pagni

DEPOIS DE CUNHA, JANOT VAI DESTRUIR DILMA, LULA E O PT?

O Brasil é um país que nos surpreende a cada momento. Todos vivem reclamando do gigantismo e da incompetência da máquina estatal, mas a generalização é uma enorme injustiça. Existem setores do funcionalismo brasileiro que alcançam eficiência exemplar, de causar inveja aos países mais desenvolvidos e ricos do mundo.

Entre essas corporações brasileiras de ponta que podem ser citadas como referência mundial está a Procuradoria-Geral da República em Brasília. Esta semana ficou demonstrado que a produtividade não tem similar no mundo inteiro, e a eficácia de sua operação surpreendeu até o Ministério Público Federal de Curitiba, que vinha sendo apontado como um exemplo consagrador, devido à Operação Lava Jato.

Em comparação à equipe que está prestando serviços ao procurador-geral Rodrigo Janot em Brasília, porém, a já famosa força-tarefa federal de Curitiba é coisa de principiante e trabalha em passo de tartaruga, vejam como a gente se engana facilmente.

A maior comprovação do talento e da dedicação da equipe de Janot foi a preparação simultânea da denúncias contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Fernando Collor (PTB-AL). A velocidade da investigação foi mesmo absurda.

Como se sabe, a denúncia contra Cunha foi feita no dia 16 de julho, quando o empresário Júlio Camargo disse ter sido pressionado a pagar U$ 10 milhões a Cunha, que ficaria com a metade do dinheiro. Pois apenas 35 dias depois, a Procuradoria já tinha colhido novas informações que aumentaram a chantagem para US$ 15 milhões, já estava tudo investigado e consolidado em 85 páginas, a denúncia estava pronta, vejam como esses auxiliares de Janot são eficientes, conseguiram saber mais do que a testemunha Camargo, que fez o pagamento.

Na verdade, Janot é um fenômeno muito maior do que Fabinho Lula da Silva. Nesses 35 dias, ele não só desmentiu o delator Camargo (que deve ter embolsado os US$ 5 restantes), com também descobriu o dia em que Cunha, o lobista Fernando Baiano e Camargo se encontraram, deu o endereço exato, informou o modelo e a placa do carro que conduziu Cunha e Baiano ao local, constatou que o veículo ficou estacionado das 19h14 às 20h03, vejam que precisão, só faltou registrar os centésimos de segundo, como na F-1.

O mais espetacular foi que Janot conseguiu uma gravação da importante e sigilosa reunião. Na denúncia, transcreveu, entre aspas, os diálogos ocorridos: “Júlio, em primeiro lugar eu quero dizer que não é nenhum problema pessoal em relação a você. 
O problema que eu tenho é com o Fernando e não com você. Acontece que o Fernando não me paga porque diz que você não o paga. Como o Fernando não tem capacidade de me pagar, eu preciso que você me pague”, disse Eduardo Cunha, conforme consta da denúncia assinada por Janot, da qual não se pode duvidar, mas não se sabe quem gravou a reunião, se é que houve gravação.

Nessa denúncia de Janot, uma obra praticamente perfeita, há mais duas contradições, além do valor cobrado, que, segundo Camargo foi de US$ 10 milhões, mas, segundo Janot, de repente subiu para US$ 15 milhões.

Uma dessas imperfeições é que constam da denúncia pagamentos feitos por Camargo a Cunha, com depósitos numa conta do doleiro Alberto Youssef em Nova Iorque, no banco Merrill Lynch. Mas acontece que Youssef já deu depoimentos dizendo que nunca fez ou ordenou pagamentos de propinas a Eduardo Cunha. E agora?

A terceira imperfeição é quanto à perícia nos computadores da Câmara. Janot concluiu que o autor dos requerimentos da chantagem foi Cunha, porque seu computador estava ligado no mesmo momento em que a então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) enviou os requerimentos à Mesa da Câmara. É claro que isso não configura prova material.

Mas é claro que se trata de detalhes bobos. Quem se interessa pelo valor real da propina? Quem se interessa pela maneira de fazer os pagamentos? E quem se interessa em saber se foi Cunha ou Solange que enviou os requerimentos?

A atuação sensacional do procurador Rodrigo Janot, em apenas 35 dias, animou os setores oposicionistas, que passaram a achar que agora o impeachment da presidente Dilma Rousseff vai sair.
O raciocínio deles é cartesiano. Se Janot empregar o mesmo rigor para investigar as doações ilegais à campanha do PT, a partir das denúncias do empresário Ricardo Pessoa e de outros depoentes, a presidente Dilma estará rapidamente liquidada, seu impeachment passa a ser a coisa mais certa de todas as coisas, como diz Caetano Veloso.
Portanto, de uma forma ou de outra, Janot está destinado a entrar na História. 

22 de agosto de 2015
Carlos Newton

AS RUAS E O PODER CONSTITUÍDO

Nivaldo Cordeiro comenta os acontecimentos de 16/08

TEMPOS DE GRANDES PERIGOS

A DENÚNCIA CONTRA EDUARDO CUNHA

A denúncia contra Eduardo Cunha - YouTube

www.youtube.com/watch?v=eoWNPWxLFtc


22 de agosto de 2015
m.americo

INTERNET: A ÚLTIMA FRONTEIRA

Músico viraliza ao denunciar falso discurso do PT sobre a Petrobras: "O petróleo nunca foi no...

O BICHO TÁ SOLTO!!! E TÁ PEGANDO!!! E MAIS, PARA VOCÊ, MEU AMIGO, UMA COLEÇÃO HISTÓRICA DE COMENTÁRIOS SOBRE AS VERGONHAS DO NOSSO BRASIL!

José Pimentel hostilizado ao desembarcar em ... - YouTube

www.youtube.com/watch?v=zfWwPrijjrg
5 dias atrás - Vídeo enviado por Naomi Matsui
Líder do governo no Senado sendo vaiado no dia 13 de agosto ao

22 de agosto de 2015
m.americo

IRRITADO, TEMER DECIDE ABANDONAR ARTICULAÇÃO POLÍTICA DO GOVERNO

EDUARDO CUNHA O ACONSELHOU A CAIR FORA O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL

TEMER NÃO DEFINIU A DATA DE SAÍDA, MAS JÁ CONFIDENCIOU QUE O TRABALHO TEM "PRAZO DE VALIDADE"


O vice-presidente Michel Temer vai deixar a articulação política do governo com o Congresso. Aborrecido com a falta de cumprimento de acordos e com a "articulação paralela" promovida no Palácio do Planalto sem aviso prévio, Temer só avalia agora o melhor momento para que o desembarque não seja visto como mais um fator de instabilidade, no rastro da crise provocada após a denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Eu já cumpri o meu papel em relação ao ajuste fiscal e agora vou me dedicar à macropolítica", disse o vice-presidente, que comanda o PMDB, a líderes aliados no Congresso.

Temer conversou ontem com Cunha, em São Paulo. Acusado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pela Procuradoria Geral da República, o presidente da Câmara disse ao vice que ele deveria "sair fora" da articulação o mais rápido possível, porque a Casa ficará cada vez mais ingovernável.

Cunha avisou, ainda, que não renunciará e que passará a defender "com vigor" o rompimento do PMDB com o governo Dilma Rousseff. Não foi surpresa: dias antes de ser denunciado, Cunha já dissera a Temer e a líderes do governo que não cairia sozinho.

Temer não definiu a data de saída da articulação política, mas já confidenciou a amigos que o trabalho tem "prazo de validade", após quatro meses nessa tarefa. Nos últimos dias, porém, vários fatores contribuíram para reforçar sua decisão.

Presidente do PMDB, o vice ficou contrariado com "olhares enviesados" de petistas, após dizer que o País precisava de alguém com capacidade de "reunificar a todos". O apelo para evitar a pauta bomba, que aumenta os gastos do governo, foi interpretado por alguns petistas de peso como uma tentativa de Temer de obter protagonismo num momento em que a presidente Dilma Rousseff enfrenta ameaças de impeachment.

O vice chegou a pôr o cargo à disposição. Dilma não aceitou. Em café da manhã com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e parlamentares do PMDB, recentemente, Temer mostrou indignação com comentários de que se apresentava para o lugar de Dilma. "Não sou homem de agir à sorrelfa", afirmou ele, acrescentando que não retirava uma única palavra do que dissera.

No Planalto, Temer e o titular da Aviação Civil, Eliseu Padilha, seu braço direito, enfrentam problemas com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Ocupando hoje o gabinete da Secretaria de Relações Institucionais, que desde abril é vinculado à Vice-Presidência, Padilha é o responsável por

negociar cargos e emendas com o Congresso. Mas também sairá dessa articulação, dedicando-se exclusivamente à sua pasta.

O ministro está insatisfeito por considerar que vem sendo sabotado pelo PT e ficou ainda mais furioso após ter sido desautorizado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A última crise ocorreu porque Padilha prometeu a líderes aliados liberar R$ 500 milhões para pagamento de emendas parlamentares. Na última hora, porém, Levy proibiu o desembolso.

Temer também se desentendeu com o ministro da Fazenda, na quarta-feira, após tentar novo acordo para beneficiar o setor de transportes no projeto que reviu a desoneração da folha de pagamento das empresas. Era a última etapa do ajuste fiscal.

Levy disse a Temer, em tom irritado, que não faria mais concessões porque, do contrário, seria melhor "perder tudo de uma vez". Temer, devolveu, em tom irônico: "Entendi sua posição. O governo perde, o governo cai, e a gente vai embora de uma vez".

No mesmo dia, à noite, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, procurou Temer e Padilha, na tentativa de desfazer o mal-estar. Ao que parece, não deu certo.

O vice-presidente também ficou contrariado por não ter sido chamado por Dilma para reunião no Palácio da Alvorada, no domingo, após as manifestações de rua contra o governo.


22 de agosto de 2015
diário do poder

A GRANDE LOROTA

A GRANDE LOROTAGOVERNO CONTA MENTIRA SOBRE O ‘MAIS MÉDICOS’
PARA GOVERNO, CADA MÉDICO ATENDE MAIS DE 9 MIL PESSOAS POR DIA

PARA GOVERNO, CADA MÉDICO ATENDE MAIS DE 9 MIL PESSOAS POR DIA. FOTO: EBC


O governo federal divulga propaganda em todo o Pais na qual trombeteia que em dois anos o “Mais Médicos” atendeu a mais de 63 milhões de brasileiros. Se esse número espantoso, equivalente a quase um terço da população, for dividido pelo número de médicos do programa (14 mil) e pelos dias e horas trabalhadas no período, cada profissional “atendeu” 9.375 pacientes por dia. Um a cada 9 segundos.

O “Mais Médicos” tem sido bem mais vantajoso para a ditadura cubana. Cuba faturou do Brasil, em dois anos, até julho, mais de R$ 4,3 bilhões.

Cuba mantém relação análoga ao trabalho escravo, com seus médicos: eles recebem apenas uma pequena parte do salário de R$ 11 mil.

A Band revelou em março deste ano gravações da trama do governo para mascarar seu objetivo real de financiar a ditadura cubana.



22 de agosto de 2015
diário do poder

MINISTRO DO TSE MANDA INVESTIGAR DINHEIRO ROUBADO NA CAMPANHA DE DILMA

REGISTRO DE CANDIDATURA PODE SER CANCELADO E A ELEIÇÃO ANULADA

INDÍCIOS DE QUE A CAMPANHA DELA FOI FINANCIADA COM DINHEIRO ROUBADO DA PETROBRAS PODE CUSTAR SEU MANDATO PELA VIA JUDICIAL. (FOTO: ABR)


Há indícios muito fortes de que a campanha de reeleiçãoda presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, recebeu dinheiro roubado da Petrobras, no esquema do Petrolão, por isso o ministro Gilmar Mendes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considera indispensável que isso seja investigado.

A constatação de financiameto eleitoral com dinheiro desviado da Petrobras poderá provocar várias consequências graves para Dilma, todas elas indicando a possibilidade de perda de mandato, seja pelo cancelamento do registro da candidatura, invalidando sua eleição, ou através do campo criminal, com ação por crime de responsabilidade, por exemplo.

O ministro encaminhou relatório nesta sexta-feira (21) à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal indicando os "vários indícios" de que a campanha foi financiada por recursos desviados da Petrobras. Gilmar Mendes foi quem relatou as contas de campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores.

Ele também encaminhou ainda despacho ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha, para que sejam tomadas providências em relação a um artigo da Lei dos Partidos Políticos, que veda o financiamento de campanhas por empresas de capital misto, como a Petrobras.
O ministro Gilmar Mendes, em seu despacho afirma considerar “imprescindível” informar as autoridades competentes “sobre os indicativos da prática de ilícitos eleitorais e de crimes de ação penal pública”.

Mendes utiliza informações reveladas pela Operação Lava Jato, como trechos da delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, que disse a investigadores ter “doado” R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma Rousseff.



22 de agosto de 2015
diário do poder

LULA SERÁ PRESO NESTE ANO DE 2015...

O FILHO DO LULA E A FILHA DA DILMA

O FILHO DO LULA: DE CATADOR DE ESTRUME A LATIFUNDIÁRIO

OPERAÇÃO LAVA JATO E O CASO CELSO DANIEL

A MORTE DE CELSO DANIEL, UM CRIME A SER ESCLARECIDO

LULA E O CASO CELSO DANIEL

GILBERTO CARVALHO E O CASO CELSO DANIEL