Eu jamais votaria em Jair Bolsonaro para qualquer coisa, muito menos para presidente, muito embora ele esteja certo na maioria das vezes que se pronuncia sobre algum assunto. Mas é aí que está um dos problemas: o jeito dele emitir qualquer parecer, com seus discursos em que atira para todo lado, faz dele uma caricatura de si mesmo e da direita. Bolsonaro é a vítima ideal para a esquerda pelo seu histrionismo.
Por mais esforço que se faça, é impossível defender seus exageros frequentes. Até faço aqui um mea culpa, assumindo que às vezes “bolsonarizo” demais meus argumentos, mas a diferença é que não sou candidato a nada.
Em todo caso, eu preferia que Bolsonaro fosse candidato, mesmo sem levar meu voto, à triste notícia de que o PP fechou apoio à candidatura de Dilma de novo, mostrando que o partido não vale nada mesmo. Vejam por que, na história do PP, contada em seu próprio site:
No momento em que se decidia a sucessão do presidente João Figueiredo (1979-1985), o Partido Democrático Social (PDS), então partido de apoio ao governo, conseguiu impedir, na Câmara dos Deputados, o restabelecimento das eleições diretas, mas não evitou a disputa interna pela candidatura presidencial. O PDS dividiu-se em dois grupos e dois candidatos, o então ministro Mário Andreazza e o ex-governador Paulo Maluf. Com a vitória de Maluf na Convenção, o partido se desagregou. Uma de suas facções fundaria o PFL (Partido da Frente Liberal) e se aliaria ao PMDB para apoiar Tancredo Neves, enquanto a outra seguiria seu caminho até a derrota no Colégio Eleitoral.
De partido de governo, o PDS passa ao declínio na oposição, à espera de melhores dias, preservando seus espaços. A fragmentação do quadro partidário brasileiro, contudo, vai aumentando ao sabor das crises políticas pós-Constituinte de 1988. Com a gradual normalização da vida política, após o impeachment de ex-presidente Collor de Mello, começa a nascer o atual Partido Progressista.
Em 1993, o PDS funde-se com o Partido Democrata Cristão (criado em 1988) e nasce o Partido Progressista Reformador (PPR). O reagrupamento de forças estaduais de perfil moderado e conservador, porém, teria prosseguimento. Em 1995, o Partido Progressista Reformador promovia nova fusão, agora com o Partido Progressista (PP), legenda criada no ano anterior, também por agregação de outras forças partidárias. Nascia, então, o Partido Progressista Brasileiro (PPB), desde logo comprometido com o apoio ao Plano Real, ao governo Fernando Henrique Cardoso e à estabilização econômica do Brasil.
Findo o governo Cardoso e completado mais esse ciclo na vida política do país, a Convenção Nacional do PPB, buscando inspiração nas transformações políticas internacionais, decide, em 4 de abril de 2003, retirar da sigla PPB o “B”, ficando apenas “PP” - PARTIDO PROGRESSISTA.
Ou seja, o PP nasceu contra a democracia pela direita e agora é contra a democracia pela esquerda. Bando de calhordas!
07 de maio de 2014