"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

INDIGNAÇÃO COM A CLASSE POLÍTICA


A indignação dos brasileiros com a classe política e com suas manobras para tentar se proteger de seus crimes e sabotar a Lava-Jato está chegando aos limites, e indo além das manifestações políticas convencionais. Na noite dessa terça-feira um grupo de indivíduos anônimos se dirigiu à sede do PMDB em São Paulo e deixou sacos de esterco na entrada do prédio, como se pode ver no vídeo acima.

21 de fevereiro de 2017
paulo eneas

"FOLLOW THE MONEY": QUEM FINANCIA A CAMPANHA PELA DESMILITARIZAÇÃO



Para entender os interesses por trás da proposta de desmilitarização, é útil seguir o velho bordão e se perguntar "Quem financia?"

O conhecido bordão “follow the money” (siga o dinheiro) foi popularizado no filme Todos os Homens do Presidente, de 1976, que trata do escândalo de Watergate. E ele continua útil.

Por exemplo. Os leitores já devem ter visto uma pesquisa, muito difundida pela esquerda, que informa sobre o apoio de quase 80% dos policiais militares à desmilitarização. Ela foi promovida por uma organização chamada Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

E sabem quem financia o FBSP?



A Ford Foundation dispensa apresentações. Já a Open Society, para quem ainda não sabe, é a fundação do bilionário George Soros, hoje o maior patrocinador da agenda da esquerda mundial, que tem a desmilitarização como pauta, além da legalização do aborto, das drogas, entre muitas outras.

Pois é. Follow the money! Não custa ter essa informação em mente ao refletir sobre o tema. Como já sugerimos em outro artigo, não é possível analisar a proposta de desmilitarização no Brasil sem abordar o globalismo. Este, aliás, é o assunto do último podcast aqui do Senso Incomum. Não deixem de ouvir.



21 de fevereiro de 2017
Flavio Gordon
senso incomum


ATIVISMO JUDICIÁRIO: INDENIZAÇÃO DE PRESOS & PUNIÇÃO A EMPREENDEDORES



O Supremo Tribunal Federal decidiu nessa quinta-feira que o Estado deverá indenizar por danos morais os presos que se encontrem em situação considerada degradante nos presídios. Essa decisão é mais um capítulo do ativismo judiciário de que temos falado insistentemente no Crítica Nacional e que representa ao nosso ver a maior ameaça à democracia brasileira. A suprema corte tomou para si a tarefa indevida de legislar e interferir na independência dos três poderes, tomando decisões que muitas vezes contrárias ao texto constitucional, quando na verdade ela deveria se ocupar unicamente da observância desse texto.

Esse ativismo judiciário não ocorre por um acaso ou apenas por uma caprichosa inversão de valores, ainda que se expresse por ela. Esse ativismo é ideologicamente orientado, no sentido de estar em conformidade e alinhado com todas as pautas da esquerda globalista internacional. Ele tem uma base cultural, que se origina em décadas de marxismo cultural nas instituições universitárias brasileiras, incluindo os cursos de direito.

Essa pauta globalista de esquerda que o ativismo judicial abraça comporta itens como a defesa e a proteção aos criminosos, a abertura de fronteiras e o enfraquecimento da soberania de cada nação, a liberação generalizada do aborto e a legalização de todas as drogas, a imposição de ideologia de gênero na educação de crianças, a aceitação passiva da invasão islâmica por meio de políticas imigratórias, entre outros.

O ativismo ideologicamente orientado que observamos no judiciário não se restringe à suprema corte e se espalha por todas as instâncias inferiores da justiça, e pode ser constatado em inúmeros episódios. Na capital paulista, a justiça proibiu a prefeitura de apagar pichações sem antes obter a autorização de um certo conselho de patrimônio histórico, formado por pessoas não eleitas e cujos integrantes a esmagadora maioria dos paulistanos sequer sabe o nome. Em Belo Horizonte um juiz decidiu que existe vínculo empregatício entre motoristas do Uber e a empresa que criou o aplicativo.

No Espírito Santo, a justiça estadual determinou que as empresas precisam justificar na justiça os motivos para dispensar um funcionário. E há poucos dias no interior de São Paulo, um casal de traficantes foi preso em flagrante numa abordagem policial por estar em posse de um grande volume de drogas. Após ser levado à polícia federal e autuado em flagrante por tráfico de drogas, o casal foi liberado por decisão de um juiz que alegou que ambos haviam sido molestados pela abordagem policial. O episódio é narrado no vídeo abaixo pelo deputado estadual paulista Coronel Telhada.

O que existe de comum em todas essas decisões judiciais, algumas flagrantemente ilegais e inconstitucionais, é uma clara orientação ideológica no sentido de proteger criminosos, interferir nas relações privadas de trabalho, e proteção a uma suposta contra-cultura representada pelo vandalismo dos pichadores. Essa decisões fazem com que na prática o país passe a ser governado em determinadas áreas não por governantes escolhidos pela população, mas por integrantes não eleitos do estamento burocrático comprometidos em em impor suas concepções socialistas a toda a sociedade.


21 de fevereiro de 2017
crítica nacional

LEI PROPOSTA PELA PETISTA ERIKA KOKAY CONTRA EXPOSIÇÃO DO CORPO FEMININO É ADEQUADA AO ISLÃ



Na semana passada, tivemos mais uma demonstração do autoritarismo recalcado do feminismo de extrema-esquerda petista. A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) redigiu um projeto que “prevê a proibição de publicidade que exponha ou estimule a agressão ou violência sexual contra as mulheres.” Na realidade o projeto já existe desde o ano passado, mas foi encaminhado para a CCJ agora.

Erica Kokay afirma que “o papel da publicidade se mostra por vezes contraproducente ao perpetuar o machismo em nossa sociedade, atuando na direção contrária à igualdade de gênero.” No fundo, é o mesmo papo-furado de sempre dizendo que as propagandas com mulheres sensuais “objetificam” as mulheres. Daí, as propagandas precisariam ser censuradas. O detalhe é que as modelos (geralmente bonitas) que topam participar dessas propagandas o fazem por livre e espontânea vontade.

Quer dizer, então, que se a Nicole Bahls decidir aparecer de biquíni ou se o Cauâ Reymond resolver fazer uma propaganda de cueca, ambos estão fazendo trocas voluntárias e querer proibir isso é a expressão pura do fascismo. Isso talvez explique a amizade que o movimento feminista tem com o islamismo. Como vimos recentemente, uma defensora da Sharia protestou na marcha das mulheres contra Trump. Feminismo e islamismo vão juntos na tentativa de proibir mulheres de exibirem seus corpos como desejam.

No fundo, existe outro componente pragmático aí. A meta do bolivarianismo é aumentar a dependência que os meios possuem de propaganda estatal. Por isso, vivem arrumando pretextos para censurarem propagandas não estatais. Já proibiram propagandas de produtos infantis, por exemplo. Tentar proibir propagandas com mulheres, nesse caso, não passaria de outro pretexto.

Como sempre, o discurso feminista serve ao totalitarismo. Desta vez, é preciso dizer: fascistas, não passarão!


21 de fevereiro de 2017
ceticismo político

MARILENA CHAUI TRIPUDIA DE NOVO SOBRE A CLASSE MÉDIA TRABALHADORA




O PT é decididamente um partido despreza os trabalhadores, especialmente se eles vierem da classe média. Em um discurso, a filósofa petista Marilena Chauí faz um ataque realmente baixo à classe média, como já havia feito em 2014. O discurso é sempre preconceituoso e visando a humilhar a classe trabalhadora.

No fundo, é o típico mingau sem sentido que a elite marxista inventou para dizer que os trabalhadores que não se submetem aos seus tiranos são “a pequena burguesia que apenas quer virar a burguesia, mas não vai conseguir”.

Não, mentirosa! A classe média quer trabalhar de acordo com suas condições e buscar subir na vida quando der, trabalhando honestamente. Ao contrário de parasitas de estados inchados totalitários, como são os marxistas, classe moralmente apodrecida da qual a elitista Marilena Chauí faz parte.

Assista o discurso monstruoso de uma pessoa perversa:

MOSTRANDO QUEM É A MULHER INDEPENDENTE, MARINE LE PEN SE RECUSA A USAR VÉU EM ENCONTRO COM MUFTI EM BEIRUTE



A candidata Marine Le Pen, preferida da direita na eleição presidencial da Franca, se recusou a usar o véu para se reunir com o mufti da República do Líbano em Beirute.

Na manhã desta terça-feira, a presidente da Frente Nacional (FN) chegou para se reunir com o xeique Abdelatif Derian em seu gabinete de Aicha Bakkar, recebeu um véu. Em resposta, ela disse: “Transmita ao grande mufti minha consideração, mas não usarei um véu.” Ela deixou o local imediatamente.

“Ontem indiquei que não colocaria um véu. Não cancelaram o encontro. Acreditei, portanto, que aceitariam que não usasse um véu (…) Tentaram me impor isso”, disse Le Pen aos jornalistas. O Dar al-Fatwa, maior autoridade sunita no Líbano, declarou nesta em um comunicado que “seu gabinete havia informado a candidata presidencial sobre a necessidade de cobrir a cabeça durante sua reunião com sua eminência (o mufti), segundo o protocolo de Dar al-Fatwa.” Cinicamente, a instituição se declarou “surpresa por esta rejeição a se conformar a uma norma bem conhecida” e lamentou este “comportamento inadequado.”

Pulando a conversa fiada sobre isso ser desrespeitoso ou não – porque é claro que não é – o fato é que Le Pen, na prática, deu um baile nas ministras suecas que se dizem feministas e independentes, mas que se rebaixaram a usar hijabs em sua visita ao Irã, respeitando uma tradição da religião mais misógina do mundo.


21 de fevereiro de 2017
ceticismo político

LEITORES NÃO PERDOAM REINALDO AZEVEDO APÓS ATAQUES VULGARES CONTRA JOICE HASSELMANN


O colunista de Veja, Reinaldo Azevedo, que já vinha se dedicando a atacar a Lava Jato, agora partiu para o ataque a jornalistas que não aplaudem tucanos. 

Se antes os alvos foram Cláudio Tognolli e o site O Antagonista, agora ele usou um programa de vídeos da rádio Jovem Pan para fazer insinuações pessoais contra a jornalista Joice Hasselmann, que publicou um livro sobre a Lava Jato e é entusiasta das investigações que devem levar políticos e jornalistas comprometidos ao banco dos réus.

Nesta semana, Joice Hasselmann publicou um vídeo em defesa de protestos contra a corrupção do governo Temer e em apoio à Lava Jato. Em determinado ponto do vídeo, ela começa a tratar de Reinaldo Azevedo, que tem chamado todas as pessoas que querem a punição de políticos de burros e xucros. Foi isso o que gerou a revolta do jornalista que, no entanto, não se explicou sobre os pontos levantados pela jornalista.

O vídeo dos ataques de Reinaldo Azevedo apresenta, neste momento, 1,3 mil reações. Menos da metade disso é de “curtidas”, todo o resto é de pessoas rindo do papel de ridículo a que ele se dispôs ou enfurecidos pela baixaria. Vejam alguns comentários publicados:



O vídeo de Reinaldo pode ser visto abaixo:

21 de fevereiro de 2017
in reaça blog

TUDO "EM CASA"

vespa-feO prefeito pastor Marcello Crivella, do Rio de Janeiro, está negociando a venda para “servidores públicos” dos apartamentos da Vila Olímpica construida pela Odebrecht. A CEF vai financiar, com juros reduzidos, claro, porque como “servidor” não perde o emprego mesmo que não sirva, mesmo que se sirva, não ha risco de inadimplência. As estatais também foram mobilizadas para que seus empregados não percam a oportunidade. Topa-se tudo, ate uma espécie de “leasing” em que cada “aluguel” pago vai sendo somado como se fosse uma prestação até que o felizardo fique dono da propriedade.
Beleza, né? Ah se todo locador fosse igual ao Estado brasileiro! Como não é, a favela paga a conta, como sempre…
O Globo, que deu a auspiciosa noticia e chamou-a na 1a pagina, lembrou em destaque as queixas de australianos e argentinos sobre a qualidade dos apartamentos na Olimpiada de modo que a favela que não estranhe se depois de pagar mais este mimo aos “funças” for cobrada pelas reformas que eles vão exigir, possivelmente fazendo greves onde elas são mais eficientes, ou seja, em “áreas sensiveis” como saude, transporte ou pagamento das aposentadorias miseráveis dos favelados, como de costume. Em caso de briga interna, governo x servidores ou servidores x servidores pelo melhor pedaço da presa, aí a greve se instala no setor de arrecadação de impostos, o único órgão de todo o vasto organismo da administração pública brasileira que ainda mostra algum tipo de “sensibilidade”.
vespa-fe
A notícia sai um dia depois que o governo “festejou” o deficit primário de “apenas” R$ 156 bilhões, numero alcançado graças à repatriação de pouco mais de R$ 45 bilhões de dinheiro escondido no exterior, coisa que só acontece uma vez na vida. 
O deficit real foi, portanto, de R$ 201 bilhões, contra o que o “dream team” anunciou, energicamente, que vai “contingenciar” R$ 4,67 bi do orçamento…
As estatais, por sua vez, prosseguem no seu processo de “ajuste” de contas segundo as melhores práticas de “governança corporativa” transferindo impiedosamente grossas fatias do seu excesso mórbido de empregados para a Previdência via planos de aposentadorias incentivadas, isto é, precoces e aumentadas. 
É um expediente fulminante. O cara, normalmente enfiado lá dentro por algum político, sai da conta do governo e dos ricos acionistas da Petrobras, da Eletrobras e etc., e cai na conta dos “beneficiários” do desemprego, da deseducação, da insegurança, da insalubridade, do desatendimento na hora da doença e da miséria geral que resulta dos grandes deficits nacionais. E as ações sobem na Bolsa e todo mundo ainda aplaude o “ganho de eficiência” assim conquistado.
vespa-fe
Por essas e outras, o IBGE registrou que a diferença média dos salários pagos no setor público e no setor privado subiu de 59% a mais para o setor público em 2015 para 64% a mais em 2016, e que o numero de desempregados bateu recorde com 12 milhões e 300 mil chefes de família na fila do desespero extremo.
Foi a primeira vez em tanto tempo que já não me lembro da anterior, que um jornal – a Folha de S. Paulo – deu manchete ao assunto que, se houvesse jornalismo honesto neste país empurrado à profundidade a que chegamos, não deveria sair das manchetes nem um único dia sequer. O jornal não chegou a mencionar explicitamente ou especular com “especialistas” a relação direta de causa e efeito entre a gordura mórbida do estado e a esqualidez de faquir da nação brasileira, o que seria pedir demais, mas ao menos deu-se uma manchete com o assunto do qual o leitor mais atento poderá eventualmente deduzi-la já que, na mesma edição, destaca que as Minas Gerais de Fernando Pimentel, do PT, que declarou estado de calamidade e pediu ao governo federal mais dinheiro dos miseráveis para sustentar o seu funcionalismo, continuou contratando a rodo neste ano da graça de 2017 que se inicia. Só neste mes de janeiro que acaba de acabar nomeou 1.867 funcionários novos. Também aumentou de 9 mil para 11 mil o salário dos funcionários do “poupatempo” mineiro e “promoveu” os da Secretaria da Fazenda (os encarregados da arrecadação de impostos que agora, no governo federal, têm “participação nos lucros” como na época de d. João VI) com um aumento de R$ 2,5 mil no salário. Já os 15 “conselheiros” da Cemig, tres dos quais são secretários de Pimentel, tiveram o terceiro aumento do “jeton” desde 2015. O mimo por reunião subiu de R$ 7,1 mil pra R$ 14,3 mil por enquanto. Pros barnabezinhos, tipo professor e outros servidores que realmente servem, Pimentel tem atrasado os salários de fome desde o inicio de 2016…
vespa-fe
Não obstante, graças ao esforço ingente do jornalismo pátrio para bem informar, o Brasil inteiro ainda acredita que o que vai mudar ou não o seu destino é a escolha do herdeiro do trono de Teori Zavascki na relatoria dos feitos e acontecidos dos ladrões de casaca da Lava Jato, aquela operação que só “prende e arrebenta” do segundo escalão para baixo da “quadrilha” que assalta a riqueza da nação tambem por fora da apropriação indébita sistematica que está chancelado pela lei e garantida pela constituição…
Essa momentosa questão, como é adequado que aconteça numa “democracia representativa”, será decidida num quarto hermeticamente fechado do 2º andar do Anexo 2 do STF por um grupo altamente secreto de “servidores da Secretaria Judiciária” que, segundo eles próprios afirmam e dão fé – que é quanto basta neste nosso sistema inteiramente estruturado na boa fé e na confiança – que tudo será decidido aleatoriamente pelas artes de “um algoritmo”, que pinçará o nome do escolhido entre os quatro integrantes da 2a turma do STF à qual, incidentalmente, aderiu especialmente para a ocasião o ministro Edson Fachin.vespa-nova

DO PASSADO NÃO VIRÁ NADA

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Na sua indigência de heróis, na sua ancestral ressaca de injustiças, o Brasil consola-se olhando obsessivamente para traz, procurando vingança mais do que esperando justiça. A Lava Jato avança mas por caminhos tortos, sempre com uma nota de arbitrariedade, sempre com prejuízo da segurança jurídica. “Corrige-se” provisoriamente pessoas selecionadas mas não se corrige instituições. O país faz força para agarrar-se a essa esperança mas não ha no ambiente o brilho da iminência da chegada do novo nem qualquer indicação de que o Brasil que sairá dessa purgação será essencialmente melhor que o que entrou.
Mesmo assim a operação é mantida sob cerco. Um por um os divergentes vão sendo cooptados. Ninguém ergue a mão contra Curitiba; “paga-se um mico” aqui e ali mas os subornados e os subornandos da nova e da velha guarda continuam tocando a vida exatamente como sempre enquanto resistem molemente à Lava Jato à espera de que se extinga pelo cansaço.
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Poderia mais uma vez dar certo se só de pessoas se tratasse. Mas desta vez é diferente. O caso é de vida ou morte. Tudo foi longe demais. A crise não é financeira, é estrutural. A economia continua em parafuso; a arrecadação continua em parafuso. O caos a que o país se acostumou das muralhas do estado para fora já invadiu o pátio desse último reduto da estabilidade e continua a subir. Só as torres do poder seguem incólumes mas não por muito tempo. Placebos e drogas paliativas, a sombria matemática de cada mes confirma, não fazem mais efeito. Não ha saída senão por ações muito concretas. As reformas da Previdência e Trabalhista são essenciais mas não bastam. O Brasil Oficial obeso não voltará a caber no Brasil Real esquálido senão passando por um regime de emagrecimento radical.
Custaria muito menos, aliás, do que se quer fazer crer. Ha tanta gordura sobrando nas camadas mais altas do poder que não faltaria muito a ser feito se apenas enquadrássemos esse segmento na lei. A questão é que se houve algo que esse pessoal fez com absoluta competência foi tornar ilegal exigir-lhes respeito à lei.
sapo3
Ha um STF de boa vontade procurando saídas. Foi o que repeliu com a figura jurídica do “desvio de finalidade” os dribles que Eduardo Cunha, primeiro, e Lula quando nomeado para a Casa Civil como Moreira Franco agora tentaram dar na lei. Mas ha também o outro que se encolhe para ministrar o mesmo remédio corporação adentro quando ela invoca a autonomia dos poderes para multiplicar os próprios privilégios. Ainda assim, ficou indicado um caminho. Promover um grande “realinhamento de finalidades”; convocar um mutirão cívico-jurídico para limpar a constituição com a própria constituição escoimando-a de tudo que não sejam direitos válidos para todos seria tarefa fácil para os grandes acrobatas do argumento que se sentam naquela corte se houvesse vontade política para tanto.
Mas vontade política não se põe, se impõe. O problema em que nos pôs essa nossa “democracia” obsoleta é o mesmo da Roma de ha 1500 anos: o completo desligamento dos representantes dos seus representados e a corrupção que esse distanciamento engendra.
sapo3
A força da nação já se provou irresistivel. Ela pode qualquer coisa que se decidir a fazer. A rejeição a esse Brasil do passado contra o qual tantas vezes marchou é unânime mas falta uma referência para dirigir todos os olhares para o futuro; algo sólido o bastante para merecer ser perseguido.
Pois essa referência existe. As ferramentas de “democracia semi-direta”, juntando o melhor de Atenas com o melhor de Roma, põem os pacientes das instituições urdidas pelos representantes eleitos em condições de levar-lhes, tantas vezes quantas entenderem necessário, “propostas às quais eles não possam resistir” para aperfeiçoa-las. Inventado na Suiça nos meados do século 19 e transplantado para os Estados Unidos na virada para o 20 esse método de afinação compulsória de “vontades políticas” vem resgatando populações inteiras da opressão, da corrupção e da miséria ha mais de 150 anos. É o antibiótico das doenças políticas. É graças a ele que funcionam as democracias que funcionam.
sapo3
Compõe-se de tres elementos simples. O direito de convocar, por iniciativa popular, referendos de confirmação ou rejeição das leis aprovadas nas câmaras municipais e assembléias legislativas, o de formular e impor leis de inciativa popular aos legisladores e o de recorrer livremente ao “recall” para impedir que representantes eleitos possam escolher deixar de ouvir seus eleitores depois de eleitos.
Esse sistema se aplica nos niveis municipal e estadual mas, por assim dizer, “instrui” o nivel federal. Pressupõe o respeito ao principio federativo que nossa constituição prescreve mas os políticos não acatam segundo o qual o município deve resolver tudo que diz respeito ao município, o governo estadual só aquilo que envolver mais de um município, e o governo federal apenas e tão somente as relações internacionais, a proteção da moeda e a guerra. Requer também que seja absolutamente claro quem representa quem na politica estadual e municipal, o que se consegue com eleições distritais. Cada distrito elege apenas um representante e, nele, o eleitor é rei. Qualquer um pode iniciar uma petição para rejeitar ou criar uma lei, manter ou cassar o mandato do seu representante. Nos EUA, com algo entre 5% e 7% dos eleitores do distrito assinando a petição a iniciativa está qualificada para uma votação do distrito inteiro. Nesse sistema, portanto, todo mundo tem o poder de propor mudanças e ser obrigatoriamente ouvido mas ninguém tem poder suficiente para se impor aos demais.
Brasilia é o passado. A corte é o pântano. Dali não sairão senão mais sapos. O redirecionamento do olhar da nação para um futuro em torno do qual se unir depende essencialmente do redirecionamento do olhar da imprensa do eterno “mais do mesmo” de Brasilia para os modernos métodos de domesticar políticos em uso pelo mundo afora. É lá que a resposta está.
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A CORRUPÇÃO NO JUDICIÁRIO


AS NOIVAS CRIANÇAS DO BOKO HARAN, GRUPO TERRORISTA ISLÂMICO

(Tradução com pequenas adaptações da excelente reportagem de Stephanie Sinclair, do New York Times)

Após conquistar Bama, a segunda maior cidade do estado nigeriano de Borno, um pequeno grupo de terroristas do da organização islâmica Boko Haram forçaram a entrada no casa com telhado de palha da família de Hawa, exigindo a garota de 15 anos como noiva.

“Meus pais se recusaram a me deixar partir e casar,” Hawa me disse em novembro. “Então eles mataram meus pais na minha frente.”

Eles então se viraram para seu avô. “O que você tem a dizer?” perguntaram os terroristas. Ele hesitou mas aceitou, e eles então lhe deram alguns milhares de “naira nigeriana”, moeda local, como parte do pagamento pela noiva. Aproximadamente R$ 35. Os homens então levaram Hawa.

Haha, 17 anos, foi sequestrada pelo Boko Haram quando tinha 15 anos. Os terroristas mataram seus pais quando eles se recusaram a liberá-la para o grupo.

Após invadirem Bama, os terroristas do Boko Haram vieram à minha casa, um deles me viu e disse “Eu quero casar com você.” Eu disse Eu não vou casar com você. Meus pais não vão me dar para você. Então ele disse “O.K., isso é fácil. Vou matá-los e então você terá que decidir.” Nós nos casamos na floresta de Sambisa. Três meses depois, ele veio me dizer que queria atacar uma comunidade. Meu marido foi assassinado neste ataque. Eu estava grávida naquele momento”.
YAKAKA, 17

“Eu estava aterrorizada,” disse Hawa, lembrando daquela noite em setembro de 2014.

Além dela outras 20 garotas, a maioria amigas e companheiras de aula, foram levadas para um dos acampamentos do grupo no meio da floresta de Sambisa que possui mais de 500 quilômetros quadrados.
Maimuna, 16 anos, tem um bebê de 6 anos cujo pai é um terrorista do Boko Haram

Após o início de sua insurgência contra o governo da Nigéria em 2009, o Boko Haram já avançou de sua base na floresta com bombas, assassinatos e sequestros como parte do esforço para derrubar o governo e criar um Estado Islâmico.

Sequestros como o de Hawa não são incomuns no norte da Nigéria, embora o mundo todo só tenha tomado conhecimento disso quando o grupo sequestrou 276 alunas de seu alojamento na cidade de Chibok, em 2014. Sob o mantra “Devolvam Nossas Garotas”, o caso explodiu nas redes sociais. Porém, devido às poucas notícias daquela região remota, o interesse do público desapareceu.

Quase três anos depois, está mais claro que os sequestros de Chibok foram apenas uma parte de uma tática terrível: casamentos com crianças como arma de guerra.
Hassana e Hussaina, gêmeas de 14 anos que foram sequestradas quando tinham 11 anos e foram mantidas reféns por 2 anos. Elas conseguiram fugir após ouvirem boatos de seus iminentes casamentos com os criminosos do Boko Haram

A situação era insuportável. Eles matavam pessoas na nossa presença para que tivéssemos medo. Infelizmente, tivemos que deixar alguns amigos para trás. Nós torcíamos para encontrar soldados e esperávamos não tomar tiros quando eles nos vissem. Tínhamos perdido a esperança de que seríamos resgatadas. Nós procuramos por comida durante os sete dias que levamos para chegar a Maiduguri.
HASSANA, 14

De acordo com a ONG “Internation Crisis Group”, a relativa facilidade com que o Boko Haram conseguiu realizar os sequestros de Chibok encorajou o grupo. Com uma frequência cada vez maior, tanto crianças cristãs e, mais recentemente, muçulmanas, passaram a ser sequestradas, enfraquecendo as comunidades que se opunham às táticas brutais do grupo. Para atrair jovens recrutas e motivar os combatentes, o Boko Haram usa essas noivas como prêmios para os terroristas. Assim que essas garotas atingem a puberdade, casamentos forçados geralmente torna essas crianças em mães contra suas vontades. Seus filhos estão destinados a se tornarem a próxima geração de terroristas, crescendo sob a ideologia nefasta de seus pais.

Esse comércio por noivas crianças já era comum antes do conflito. De acordo com a ONG “Girls Not Brides” (Garotas, Não Noivas), uma parceria global de organizações cívicas, cerca de 43 por cento das garotas da Nigéria se casam antes dos 18 anos. No norte do país o índice é de 76 por cento. As garotas são forçadas em casamento geralmente por questões econômicas: uma boca a menos para alimentar em sua família de origem e fontes de trabalho, sexo e pagem para a família do noivo. Agora que a região está sendo destruída pela violência, que as escolas são fechadas e famílias empobrecem, mais e mais pais desesperados vêem casamentos precoces como uma forma de proteger suas filhas
Dada, 14 anos, com sua filha. Ela foi sequestrada junto de sua irmã mais velha e conseguiu escapar há um ano, mas sua irmã não.

Eu nunca o considerei meu marido. Se eu gostasse dele, não teria fugido. Eu me sentia como um fantasma. Eu não tinha medo de escapar, estar viva naquele acampamento já era a pior coisa que poderia me acontecer.
DADA, 14

Numa tarde quente, num apertado escritório em Maiduguri, capital do estado de Borno, conversei sobre as garotas de Chibok, muitas supostamente já casadas com terroristas, com Engr Satomi Ahmad, o chefe executivo do órgão do Estado de Borno responsável pelo gerenciamento de emergências.

“Como chefe dessa agência, as garotas de Chibok, para mim, não representam nem 0,1 por cento do total das garotas sequestradas,” disse Ahmad.

Relatórios fornecidos pelo governo da Nigéria estimam que cerca de 9 mil mulheres e garotas foram sequestradas desde que o Boko Haram começou seus ataques. Satami Ahmad acredita existir ainda cerca de 13 mil sob domínio deles e não registradas, e provavelmente muitas mais em regiões perigosas demais para avaliar.

No último mês de novembro conversei com cerca de 30 garotas que foram sequestradas e forçadas a se casar com homens que estão entre os mais violentos do mundo. Elas relatam casos em que foram mantidas em cativeiros por meses, de amigos que foram queimados vivos, de serem forçadas a se casar e serem molestadas sexualmente por homens que “fediam a sangue”.
Balkisu, 16 anos, foi sequestrada quando tinha 14 e mantida em cativeiro por 15 meses na selva.


Minha amiga morreu quando dava à luz. Quando a vi morrer, decidi escapar. Quando cheguei em casa, descobri que estava carregando uma criança morta. Eu adoraria ter conseguido dar à luz e cuidar daquele bebê.
BALKISU, 16
Gogogi, 15 anos, foi sequestrada e teve de se casar com um terrorista. Ela conseguiu escapar com sua bebê.


Eles sequestraram todas as garotas da vila. Nos colocaram em uma grande casa e nos casamos após duas semanas. Após minha primeira tentativa de fuga, eles me encontraram e ameaçaram matar minha mãe, que me escondia. Eles ponderaram entre me matar ou me bater e por fim decidiram me açoitar. Eu estava grávida.
GOGOGI, 15

Elas descreveram os riscos que correram para se libertar: correr sob tiros e batalhas, às vezes grávidas ou carregando bebês, cruzando rios, andando por dias sem comida ou água e temendo ser encontradas mesmo após chegarem a algum lugar seguro.

Hawa não sabe quanto tempo passou no acampamento do Boko Haram no mato, mas foi tempo o bastante para dar à luz um bebê, que ela batizou Mubarak. A criança tinha cerca de 6 meses quando Hawa, agora com 17, escapou. Mas a jornada de volta troxe uma nova tragédia: durante a longa caminhada até Maiduguri, o bebê morreu.

“Eu não tinha leite o suficiente para alimentá-lo”, disse Hawa.

A vida fora do cativeiro tem suas próprias privações para as garotas chamadas de “Noivas do Boko Haram”. Os outros nigerianos suspeitam de suas lealdades após tanto tempo em cativeiro.

O uso de crianças pelos terroristas como homens-bomba – 75 por cento delas garotas – aumenta a atmosfera de medo e desconfiança, gerando um devastador efeito cascata para as garotas que escapam..
Aisha A., 15 anos, segura sua filha de um ano chamada Hadiza, que nasceu em cativeiro


Fui sequestrada de minha casa na noite. Eu estava apenas andando pelo bairro quando os terrroristas vieram e me forçara a subir na moto. Eu havia casado há um semana. Meu bebê nasceu na floresta. Os terroristas anularam aquele casamento e casei novamente com um deles. Voltei ao meu marido quando consegui fugir. Ele me aceitou de volta.
AISHA A., 15

“Alguns nos culpam, outros não nos querem por perto” disse Aisha I, de 17 anos. Após três anos e meio em cativeiro, ela chegou a Maiduguri sem lar e grávida de três meses.

Como as outras ex-sequestradas com quem falei, Aisha e Hawa se encontram sem formação escolar, dinheiro, apoio familiar ou qualquer pessoa a ajudá-las a se reintegrar pacificamente e em segurança à sociedade. De fato, aprendi após entrevistar representantes de várias organizações globais, poucos sequer sabiam que as garotas que escaparam estavam vivendo em Maiduguri.

Por que ninguém está ajudando na busca das garotas desaparecidas da Nigéria, sejam aquelas que estão na floresta ou aquelas que escaparam? O esforço e os recursos estão focados nas 276 garotas. Líderes do Boko Haram alegam que as garotas que eles sequestraram não querem voltar para casa. Mas representantes do governo e fugitivas com quem falei dizem o contrário.

Em minha última manhã em Maiduguri, fui me despedir de Aisha. A luz entrou no quarto simples em que ela vive, e a vi preparar chá, organizar seus poucos pertences e cuidar de seu filho. Cada tarefa é um pequeno passo rumo a uma vida que ela espera um dia reconstruir.

“Meu sonho para o futuro é que Deus me ajude”, disse Aisha. “E que aqueles que ainda estão na floresta consigam escapar.”

* Na reportagem, os membros do Boko Haram são chamados de guerreiros ou insurgentes. Aqui, preferi o termo terroristas. A reportagem original pode ser lida neste link.


21 de fevereiro de 2017
in reaçablog

DESNUTRIÇÃO NO SUDÃO DO SUL: MAIS UM LEGADO DE BARACK OBAMA


O governo do Sudão do Sul declarou que moradores de grandes áreas do país estão passando fome e morrendo de desnutrição no país. Uma declaração oficial realizada por autoridades admitindo este tipo de calamidade não ocorria no mundo há 6 anos. Recentemente, têm havido alertas de riscos de mortes massivas por desnutrição em países como Yemen, Somália e o noroeste da Nigéria, mas foi o novo país nascido da divisão do Sudão quem o fez primeiro.

O Jornal Nacional trouxe ontem uma breve reportagem:

Cem mil pessoas não têm absolutamente nada para comer. Um milhão são classificadas à beira da fome e cinco milhões vivem em estado de insegurança alimentar, que representam mais de 40% da população.

Duzentas e cinquenta mil crianças já estão gravemente desnutridas e mais de um milhão vão ficar em pouco tempo.

O Sudão do Sul foi fundado e se tornou viável graças, em boa parte, ao envolvimento direto do ex-presidente dos EUA George W. Bush. Seu objetivo era na época dar fim aos conflitos internos do país e proteger os cristãos da região, que eram perseguidos pela maioria muçulmana do governo do norte do país. O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, foi recebido no Salão Oval por George W. Bush por diversas vezes e eles tinham um bom relacionamento.

Porém, assim que Obama assumiu o governo as relações entre os países esfriaram e os esforços dos EUA para viabilizarem o novo país cessaram. Desde então o Sudão do Sul vive destruído por guerras civis que começaram em 2013 e arruinaram a economia e as plantações. O mais impressionante é que o Sudão do Sul não é um país desértico, mas de solo fértil e produtivo em sua maior parte.

Refugiados da fome: famílias fogem do Sudão do Sul

À crise de fome se segue uma fuga passiva do país. Segundo a ONU, centenas de milhares de pessoas fogem do Sudão do Sul. Somente em Uganda, já são quase 700 mil refugiados (leiam detalhes aqui).

Após 8 anos dos EUA governado por um político que usava sua ascendência africana como arma de marketing, o continente se encontra em uma crise gravíssima. Cenas que eram comuns nos anos 90 de crianças subnutridas à beira da morte em países como a Somália, agora se tornam novamente comuns no continente. Aliás, é de se ressaltar que a própria Somália foi novamente epicentro de epidemia de mortes por desnutrição nos anos Obama: entre 2011 e 2012, mais de 200 mil pessoas morreram por falta de alimentos (leiam aqui).

A declaracão do governo do Sudão do Sul obriga os organismos internacionais a intervirem. É de se esperar que o presidente Trump trate este problema como uma de suas prioridades nas relações externas.


21 de feverfeiro de 2017
reaçablog

CONHEÇA CELEUTA BATISTA ALVES, UMA MULHER INVISÍVEL AO STF


Reportagem de uma regional do SBT ( http://v9vitoriosa.com.br/ ) mostra como vive uma cidadã honesta que os direitos humanos fingem não existir.

Com 64 anos, Celeuta Batista Alves come ração de cachorro, caramujos e teve de esperar dez anos para ser descoberta por repórteres no mato em meio a animais, defecando em latinhas. O mais espantoso é que ela foi professora de matemática e física nas redes municipal e estadual, frequentou aulas na Universidade Federal de Uberlândia (procurem seu nome aqui), participou de eventos pela UFU e se formou na Universidade Católica de Uberlândia (confiram neste link!) .

Segundo Celeuta, ela só está nessa situação porque vive no Brasil e não é bandida. Quem duvida que se Celeuta estivesse numa cadeia por ter feito mal a um inocente ela não teria a atenção dos direitos humanos e uma vida melhor graças ao STF? O que levou uma mulher dessas a viver em condições tão degradantes de vida enquanto o país discute conforto a presidiários? Será que faltou a Celeuta cometer um crime grave, inafiançável, que a deixasse por muitos anos na cadeia para ter uma vida menos humilhante?


21 DE FEVEREIRO DE 2017
CHARLES GOMES

CRISE DA ODEBRECHT PODE ACABAR COM O A-DARTER, O AVANÇADO MÍSSIL DA FAB



O míssil é uma parceria entre 0 Brasil e a África do Sul
Está dando certo o implacável, mesquinho, totalmente desvinculado da estratégia e dos interesses nacionais, cerco, montado pela Procuradoria-Geral da República, para arrebentar com a Odebrecht, não apenas dentro do Brasil, mas, em conluio com os Estados Unidos, também na América do Norte e, com base em “forças tarefas” conjuntas, nos mais diferentes países da América Latina.
Pressionada pela perseguição além fronteiras da jurisprudência da destruição da Lava Jato e pela estúpida, desproporcional, multa, de R$ 7 bilhões estabelecida a título de punição, pelo Ministério Público brasileiro, em parceria com o Departamento de Justiça norte-americano, a Odebrecht não está conseguindo vender boa parte dos ativos estratégicos que tenta colocar no mercado, para evitar sua bancarrota e total desaparecimento, com a paralisação de dezenas de bilhões em projetos, muitos deles estratégicos, dentro e fora do país, e a demissão de milhares de colaboradores que trabalham no grupo, que já foi obrigado a se desfazer de mais de 150 mil pessoas nos últimos dois anos.
VENDA DA MECTRON – Com o cerco à empresa, que bem poderíamos classificar de mera tentativa de assassinato, considerando-se o ódio com que vem sendo tratada a Odebrecht pelos nossos jovens juízes e procuradores – já que poderiam ter sido presos eventuais culpados sem praticamente destruir a maior multinacional brasileira de engenharia –, coloca-se sob risco direto, não apenas a construção do futuro submarino nuclear nacional (e de outros, convencionais), mas também a produção dos mísseis A-Darter, destinados aos caças Gripen NG BR, que se encontram em desenvolvimento pela Mectron, empresa controlada pela Odebrecht, em cooperação com a Denel sul-africana.
Não tendo conseguido negociar a Mectron, incluída em sua lista oferecida ao mercado, a Odebrecht pretende, agora, esquartejar a companhia e vender seus projetos um a um – entre eles o desse avançado míssil ar-ar – para quem estiver interessado em ficar, entre outras coisas, com parte do know-how desenvolvido pelo Brasil nessa área, desde a época do míssil “Piranha”.
INTERESSE DA AVIBRAS – Enquanto isso, a Presidência e o Congresso fazem cara de paisagem. Quando, diante desse absurdo, o mínimo que a Comissão de Defesa Nacional – por meio de CPI para investigar o caso –, o Ministério da Defesa e o Ministério da Aeronáutica deveriam fazer seria pressionar e negociar no governo o financiamento da compra da Mectron por uma empresa da área, como a Avibras, por exemplo, com recursos do BNDES, ou injetar dinheiro do Banco – agora emagrecido em R$ 100 bilhões “pagos” antecipadamente ao Tesouro – para que comprasse provisoriamente a Mectron, assegurando que seu controle ficasse com o Estado, ao menos até o fim do programa A-Darter, ou que se estabelecesse uma estratégia voltada para impedir sua desnacionalização.
O problema é que o BNDES, como faz questão de afirmar a nova diretoria, pretende mudar de foco para dar atenção – o que quer que isso signifique – a projetos que beneficiem “a toda a sociedade”.
PEDINDO DEMAIS? – Será que seria possível que a finalização do desenvolvimento de um míssil avançado para os novos caças de nossa Força Aérea, destinado a derrubar aviões inimigos em situação de combate, em que já foram investidos milhões de dólares, viesse a ser enquadrado nessa categoria e na nova doutrina de funcionamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – que já bloqueou R$ 1,5 bilhão que a Odebrecht teria a receber por obras no exterior – ou estaríamos pedindo demais e exagerando na importância do caso?

21 de fevereiro de 2017
Mauro Santayana

MANIFESTO COM 270 MIL ASSINATURAS PEDE QUE SUPREMO REPROVE IN DICAÇÃO DE MORAES



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Lindbergh, Randolfe e Jandira apoiaram os estudantes
Estudantes de direito e representantes de organizações da sociedade civil entregaram nesta segunda-feira (20) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) abaixo-assinado em que se manifestam contra a indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes será sabatinado nesta terça-feira (21) pela comissão.
O grupo estava acompanhado por senadores da oposição e membros da CCJ, que apresentaram à comissão um requerimento para que as assinaturas sejam anexadas ao processo da sabatina. O abaixo-assinado reuniu 270 mil assinaturas de internautas, que foram recolhidas pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais e a organização não governamental Conectas Direitos Humanos.
Para o grupo de estudantes, Alexandre de Moraes, que está licenciado do cargo de ministro da Justiça, não reúne as condições necessárias para ser indicado para a Corte.
DIREITOS HUMANOS – “A gente sentiu a responsabilidade de trazer essa posição contrária à nomeação dele pela reputação dele não ser ilibada para o cargo”, disse a presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Paula Masulk, assinalando que Moraes, quando ocupou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, não mostrou respeito dos direitos humanos.
Na semana passada, outro grupo ligado a movimentos sociais entregou um manifesto sugerindo uma candidatura alternativa a de Moraes. Na ocasião, o presidente da CCJ, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que será responsável por conduzir a sabatina, recebeu a petição e disse que a opinião pública deve ser considerada.
SABATINA – O ministro licenciado da Justiça e Segurança Pública, Alexandre de Moraes, será sabatinado nesta terça (21) pelos membros da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado. Moraes é o indicado do presidente Michel Temer para ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em decorrência da morte de Teori Zavascki em janeiro. A sessão está marcada para começar às 10h.
Os senadores devem interpelar Moraes sobre questões do mundo jurídico, assuntos considerados relevantes para o país, além de confirmar informações referentes à vida profissional do indicado.
OPINIÕES – Para a base governista, a sabatina pode trazer mais esclarecimentos sobre o indicado. “Ali [no STF] o juiz não é um político, aqui [no Congresso] nós temos a preocupação de fazer leis, lá ([STF] é a capacidade de julgar (….) Então, o que ele tem que mostrar é o seu saber jurídico e não tenho dúvidas de que vai ser uma oportunidade para ele reafirmar o conhecimento que tem, até porque a área acadêmica cita Alexandre de Moraes como um especialista, autor de livros na área do direito constitucional e o nome dele não teve restrições nessa área”, afirmou a senadora Ana Amélia (PP-RS), que em 2015 era membro da CCJ e participou da sabatina do atual ministro do STF, Edson Fachin.
Já a bancada de oposição deve votar contra a nomeação de Moraes. “Nós temos muitas preocupações com essa indicação, é uma indicação partidária. Não que não faça parte do processo político as indicações ao Supremo, mas a pessoa que foi indicada é militante de carteirinha do PSDB, já fez críticas ao PT, já se utilizou de seus cargos com intenção partidária”, declarou a senadora Gleisi Hoffman (PT-SC), líder do partido no Senado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A nomeação de Moraes é mais uma mancha na História do Supremo. Teremos um ministro que desonrou a própria tese de doutorado, sem a menor necessidade, apenas para ter o orgulho de ser ministro. Ou seja, já está desmoralizado antes mesmo de assumir. (C.N.)

21 de fevereiro de 2017
Débora Brito
Agência Brasil