"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

IMÓVEL COMPRADO ERA CONTRAPARTIDA A LULA, DIZ EX-EXECUTIVO DA ODEBRECHT

ODEBRECHT DESTINOU R$ 12 MILHÕES PARA IMÓVEL DO INSTITUTO LULA
‘LONGA MANUS’ DE EMÍLIO ODEBRECHT DIZ A SÉRGIO MORO QUE IMÓVEL COMPRADO PELA EMPREITEIRA ERA CONTRAPARTIDA A LULA (FOTO: PT)

O executivo da Odebecht Alexandrino Alencar afirmou o juiz federal Sérgio Moro, nesta segunda-feira, 5, que os R$ 12 milhões reservados para compra de imóvel para abrigar a sede do Instituto Lula eram “contrapartida”.

“Entendo que em retribuição, a contrapartida ao que o próprio presidente Lula fez no passado, em função da importância dele no então governo (Dilma Rousseff) e, também, no futuro político do próprio ex-presidente Lula, na época”, afirmou Alencar, um dos 77 delatores da Odebrecht.

O executivo foi ouvido como testemunha de acusação do Ministério Público Federal, no processo em que Lula é acusado de receber R$ 12 milhões em propinas da Odebrecht. O dinheiro seria oculto na compra de um terreno para sede do Instituto Lula, em São Paulo, e de um apartamento no edifício onde mora o petista, em São Bernardo do Campo.

Alexandrino era o principal canal do patriarca Emílio Odebrecht para contatos com Lula. Segundo ele, a “Odebrecht iria adquirir esse imóvel para o Instituto Lula”. “Tinha essa disponibilidade de R$ 12 milhões, e esses R$ 12 milhões seria usados para compra da sede do Instituto Lula.”

Os delatores explicaram que um terreno chegou a ser comprado, usando a DAG Construtora como laranja, e por orientação de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, pelo pecuarista José Carlos Bumlai e pelo advogado e compadre do presidente Roberto Teixeira.

Em sua delação premiada, Alexandrino entregou à força-tarefa da Lava Jato um mapa das “contrapartidas” dadas a Lula pelo “tráfico de influência em benefício da companhia” Odebrecht. Entre eles, a compra do terreno na Vila Clementino, em 2010, objeto desse processo.

O negócio acabou sendo desfeito. Alexandrino foi questionado por Moro, sobre o motivo. “Não houve uma afinidade, na época, com os imóveis que estavam disponíveis para venda”, explicou.

O executivo diz ter sido acionado pelo presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, para cuidar do negócio. Ele ter procurado Okamotto, que disse que “não existia interesse por parte do ex-presidente Lula no imóvel”.

“Transmiti para Marcelo e ele me instruiu para procurar outras alternativas dentro desse valor de R$ 12 milhões”, afirmou o delator. O valor está registrado na “planilha Italiano”, que era a contabilidade dos R$ 200 milhões disponibilizados pela Odebrecht para o PT. O ex-ministro Antonio Palocci era o “Italiano”, que cuidava do ordenamento de distribuição dos valores.

O juiz da Lava Jato perguntou ao delator se foi explicado o motivo que levou a Odebrecht comprar um imóvel para o Instituto Lula.

“Entendo que em retribuição.”

Alexandrino diz que procurou outros imóveis dentro desse valor e que apresentava as propostas para Okamotto. Citou que chegaram a apresentar cerca de 15 projetos para abrigarem a sede do instituto.

“Eu e Paulo Okamotto”, afirmou o delator.

A procuradora da República Isabel Groba quis saber detalhes desses contatos com Okamotto. “Esses estudos fazem parte (da delação)”, afirmou.

Lula é réu nesse processo acusado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos firmados entre a Petrobrás e a Odebrecht. São acusados nesta ação o empresário Marcelo Odebrecht, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro; o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, e Branislav Kontic, seu ex-assessor, ambos denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro; e, ainda, Paulo Melo, Demerval Gusmão, Glaucos da Costamarques e Roberto Teixeira, por suposta lavagem de dinheiro. (AE)



05 de junho de 2017
postado por m.americo

ASSISTA O DEPOIMENTO QUE LULA POR MEDO TENTOU PROIBIR, DE EMILIO ODEBRECHT

KARL MARX, O ZERO A ESQUERDA QUE VIROU

VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR! OLHA O TAMANHO DO MONSTRO DO MONSTRO QUE NÓS ESTAMOS ALIMENTANDO HÁ DÉCADAS

A MALANDRAGEM ESQUERDISTA

ACABOU PARA MICHEL TEMER!

A CUMPLICIDADE DO POLITICAMENTE CORRETO COM AS HORDAS ASSASSINAS DO ISLAMSMO


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Eduardo Goligorsky faz certeira crítica dos intelectuais ocidentais, cúmplices do terrorismo. Trata-se, mesmo, de contrabando ideológico, difundido pela maldição politicamente correta:

Al principio los llamábamos “buenistas“. Empiezo a dudar que esta sea la denominación correcta. Aquí opera algo distinto de la bondad mal entendida y peor encaminada. Tal vez sea un síntoma de atrofia intelectual o, más grave aun, de un odio latente contra nuestra sociedad capitalista, producto, a su vez, de la frustración y el resentimiento por el fracaso de los regímenes totalitarios del siglo pasado. Sea como fuere, esta peculiar manía se manifiesta a través de tortuosas argumentaciones destinadas a hacernos creer que nosotros somos los culpables de que muchos islamistas, sobre todo jóvenes, se incorporen a las filas del terrorismo. Con el añadido de que estos mismos pactistas inventan fórmulas espurias para congraciarnos con los terroristas y para que estos puedan satisfacer sus apetitos de hegemonía.

Contrabando ideológico


El sociólogo y profesor Manuel Castells dicta cátedra sobre los orígenes de la ofensiva necrófila y las tácticas para combatirla con eficacia o, más precisamente, para caer simpáticos a los agresores potenciales y aplacar su beligerancia. Hubo que esperar la intervención de este sabio multipremiado para que nosotros, pobres profanos prejuiciosos, conociéramos el secreto de la convivencia con el islam. Los 19 millones de musulmanes que viven en Europa:
…simplemente piden respeto a sus valores y tradiciones (…) Pero ello requiere una voluntad política, apoyada por la ciudadanía, que implica una tolerancia cultural y social profunda, que se contradice con la hostilidad creciente después de cada atentado. La crisis educativa y laboral de los jóvenes musulmanes discriminados requeriría darles una prioridad que los ciudadanos rechazan.
Al fin y al cabo, el ilustre Castells no ha descubierto la pólvora: la discriminación positiva es una apolillada receta de los progres, cuya eficacia para perpetuar la mediocridad está demostrada. Pero el contrabando ideológico no acaba aquí. Hay algo peor. ¿Cuáles son “los valores y tradiciones” que debemos respetar? ¿Qué es lo que debe amparar la “tolerancia cultural y social profunda”? A lo que se suma el reproche y la culpabilización con que el amonestador castiga a la ciudadanía por “la hostilidad creciente después de cada atentado”.

Castells comulga con la lógica perversa de los reclutadores del Estado Islámico cuando rastrea los orígenes del fenómeno terrorista:
Los terroristas son jóvenes musulmanes radicalizados, que rechazan los valores dominantes de la sociedad en que viven, se solidarizan con sus correligionarios en Medio Oriente y se sienten parte de un movimiento global para defender el islam. La mayoría de los terroristas en Europa son europeos, nacidos y criados en nuestros países y ciudadanos de su país.
Atavismos retrógrados

O sea que el docto Castells enseña que el desarrollo de una sociedad civilizada pasa por la incorporación de los atavismos retrógrados que traen algunos migrantes, atavismos retrógrados que, además, se irán consolidando entre quienes, nacidos y criados en el país de acogida, “rechazan los valores dominantes de la sociedad en que viven”.

Una pizca de racionalidad, por favor. Escribe Giovanni Sartori (La sociedad multiétnica. Pluralismo, multiculturalismo y extranjeros, Taurus, 2001), explicando por qué las diferencias de los asiáticos no despiertan resistencia en las sociedades occidentales, en tanto que sí la despiertan las de los musulmanes:
La cultura asiática también es muy lejana a la occidental, pero sigue siendo laica en el sentido de que no se caracteriza por ningún fanatismo o militancia religiosa. En cambio, la cultura islámica sí lo es. E incluso cuando no hay fanatismo sigue siendo verdad que la visión del mundo islámica es teocrática y que no acepta la separación entre Iglesia y Estado, entre política y religión. Y que, en cambio, esa separación es sobre la que se basa hoy –de manera verdaderamente constituyente– la ciudad occidental. Del mismo modo, la ley coránica no reconoce los derechos del hombre (de la persona) como derechos individuales universales e inviolables, otro fundamento, añado, de la civilización liberal. Y estas son las verdaderas dificultades del problema. El occidental no ve al islámico como infiel. Pero para el islámico el occidental lo es.
Sartori previene, asimismo, contra la tentación de conceder la ciudadanía, como vía de integración, a los migrantes enrocados en culturas anacrónicas que los demagogos populistas ven como caladeros de votos:


La experiencia dice, pues, que conceder la ciudadanía no equivale a integrar. No existe ningún automatismo entre ambas cosas, y el caso más probable para nosotros es que la concesión de ciudadanía dé fuerza y peso a agrupaciones de contraciudadanos. Un alcalde italiano del sur cuya elección está condicionada por el voto mafioso es casi inevitable, aunque finjamos no saberlo, que ceda y conceda ante la mafia. Será previsiblemente lo mismo respecto a las comunidades extracomunitarias, en especial si son islámicas, si se concede a sus miembros el derecho de voto. Ese voto servirá, con toda probabilidad, para hacerles intocables en las aceras, para imponer sus fiestas religiosas (el viernes) e incluso (son problemas en ebullición en Francia) el chador a las mujeres, la poligamia y la ablación del clítoris.
Aclara Sartori en una nota al pie de página que “la poligamia es practicada actualmente en París por cerca de doscientas mil familias islámicas”.

Horda asesina

Retornemos a la cruzada que libra Castells en busca de medios para congraciarnos con los jóvenes tentados por el yihadismo, aunque ello implique aceptar que se aíslen de los valores dominantes de nuestra sociedad. Uno de sus argumentos, compartido con otros apaciguadores empeñados en demostrar que los cristianos no son las víctimas predilectas de los islamistas se vuelve, como un bumerán, contra quien lo enuncia. Sostiene Castells, próximo a diagnosticarnos una paranoia colectiva:

Y hay que recordar que el peor terrorismo islámico ocurre en países islámicos. Ha habido cien veces más víctimas musulmanas que víctimas cristianas. Aun así, el pavor que suscita el terror indiscriminado está teniendo un efecto profundo en nuestro modo de vida. El miedo cotidiano corroe la convivencia. Y aunque los radicalizados sean una ínfima minoría, aumentan en cantidad y velocidad de su radicalización, a partir de la conexión creciente entre Medio Oriente y lo que sucede en Europa.

Por fin una verdad como la copa de un pino en medio de tanta retórica complaciente. “Ha habido cien veces más víctimas musulmanas que víctimas cristianas”. Esta es la prueba de que nos ataca una horda asesina (y suicida) sedienta de sangre, tan feroz que se ensaña con sus propios correligionarios por un pleito sobre la dinastía de Mahoma: chiíes contra suníes, suníes contra chiíes, todos contra azeríes y sufíes. Estos últimos son unas víctimas musulmanas inocentes, martirizadas por practicar un pacifismo que las otras ramas del islam juzgan herético.

En el punto de mira


Si todo se redujera a un “que se maten entre ellos”, como proponen algunos estrategas de pacotilla… Pero no es así. Quienes estamos en el punto de mira de todas estas sectas oscurantistas que quedaron ancladas en las supersticiones del siglo VII somos los infieles, o sea quienes nos guiamos por los valores y la cultura de la civilización occidental, y quienes, después de pasar por la cruenta experiencia de nuestras propias guerras de religión –Reforma y Contrarreforma–, entramos en la órbita de la Ilustración.

Y son estos valores y esta cultura los que debemos salvaguardar con uñas y dientes –y con las armas más sofisticadas– cuando los vándalos se conjuran para aniquilarlos.

El predicador Castells remata su sermón afirmando: “Hacer una alianza de líderes religiosos cristianos y musulmanes por la paz y la vida puede ser más eficaz que las bombas respecto de un movimiento de referencia religiosa, deslegitimando el terrorismo”. Los modelos de esos líderes son, según Castells,
…el papa Francisco y su equivalente suní, el rector de la mezquita Al Azhar de El Cairo, adonde fue Francisco hace unas semanas.
Fórmulas para derrotarlos

Jorge Soley desmonta este burdo tinglado, pieza por pieza, en “El Papa y el Gran Imán en Al Azhar”. El imán Al Tayib, de la pseudouniversidad Al Azhar, no es el equivalente del Papa porque los musulmanes no cuentan con esa jerarquía suprema, y lo que el pontífice peronista –empático con Nicolás Maduro, Raúl Castro, y Evo Morales– sacó en limpio de esa entrevista fue la enseñanza, impartida por el imán, de que “la única solución para el mundo pasa por abrazar el islam y someterse a Alá pasando por la sharia”. Aprendida la lección, el humillado Francisco volvió a Roma para enviar un mensaje de solidaridad a la mafiosa argentina Milagro Sala.

No existen fórmulas para congraciarse con los terroristas. Sí las hay para derrotarlos, y el futuro de la civilización occidental depende de que sus fuerzas de seguridad y sus servicios de inteligencia las apliquen con rigor, sin dejarse distraer por los charlatanes derrotistas.(Libertad.org).



05 de junho de 2017
in orlando tambosi

O HUMOR DO SPONHOLZ...


05 DE JUNHO DE 2017

A ARTE DE SER CAMALEÃO

Os capitéis dos templos romanos eram povoados por figuras animais que vieram das páginas do Apocalipse. Expressando-se nessas figuras receios, remorsos, virtudes, o mel e o fel que habitam o indeterminado cidadão comum. Avançamos no tempo. Até (Friedrich) Nietzsche. Que fez seu bestiário baseando, na moral, a busca de poder que eleva o Übermensch (em tradução livre, o Novo Homem).

Inspirado nesses capitéis, representava esse homem com figuras animais. O camelo, com a moral pesada do eu devo. O menino, com a moral simples do eu sou. E o leão, com a moral onipotente do eu quero. Nesse zoológico de símbolos, será legítimo perguntar qual animal deveria representar a imprensa. Mais amplamente, os meios de comunicação. E, se assim for, talvez devêssemos escolher o camaleão. Por sua infinita capacidade para mudar sempre. Com a moral ambígua do eu me adapto.

Isso vem de longe. Nos livros de jornalismo, por exemplo, sempre se proclama que tudo começou com (Johannes) Gutenberg (1398 – 1468). Só que não é bem assim. Os tipos móveis não foram inventados por ele. Já sendo usados, na China e na Coreia, milhares de anos antes. Feitos em porcelana, madeira e metal. O título de Pai da Imprensa, que lhe é atribuído, se deve ao fato de que teria editado o primeiro livro. A Bíblia de Gutenberg, assim se diz. Problema é que essa Bíblia de Gutenberg nunca existiu. Trata-se de uma história inventada. Como tantas outras.

Para pagar dois empréstimos de 800 florins, cada, o coitado foi obrigado a entregar, em 1455, ao banqueiro Johannes Fust, materiais e obras em preparação. Entre elas, o projeto de uma Bíblia de 42 linhas. Apenas projeto. Que acabou depois realizado, inteiramente, por Peter Schöffer. Quando veio a público a Bíblia de Shöffer e Fust, em 1456, já Gutenberg havia voltado ao anonimato em que sempre viveu. Sem que se conheça um único livro impresso por ele. Nem havendo sequer um retrato seu.

Nada. Ficou apenas o anúncio, alardeado por ele nos bons tempos, de que estaria fazendo uma Bíblia. Que nunca fez, mais uma vez se diga. Apesar disso, e por força das repetições, continuamos a falar na Bíblia de Gutenberg. Um caso claro em que a adaptação camaleônica de uma mentira, e sua repetição continuada, finda por se converter em verdade.

Escrever, adaptando bem conhecida sentença de Graciliano, é muito perigoso. Se partirmos da ideia de que o fundamento de todas as liberdades é a da consciência, vamos ter que reconhecer duas exigências básicas. Uma antes, que é não ter censura. Nenhuma consciência livre se forma sob o peso da censura. E outra depois, que é poder dizer tudo que se quiser. Fora isso, de que valeria ter uma consciência livre? Só que não é assim. Ao menos por enquanto. Para muito além dos símbolos, e dando à arte de escrever alguma dignidade, ela deve se fazer a partir de alguns compromissos básicos – com sua consciência, com sua circunstância e com seu tempo. Ao menos deveria ser assim.


05 de junho de 2017
José Paulo Cavalcanti Filho é advogado e um dos maiores conhecedores da obra de Fernando Pessoa. Integrou a Comissão da Verdade.

VALÉRIO DIZ QUE RONAN AMEAÇAVA DELATAR LULA PELO ASSASSINATO DE CELSO DANIEL

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Ilustração reproduzida do Google
Em setembro de 2012, o publicitário Marcos Valério prestou depoimento ao Ministério Público Federal e revelou que foi informado em 2004 pelo secretário-geral do PT, Silvio José Pereira, de que o presidente Lula estava sendo
chantageado. 
A conversa entre os dois ocorreu dois anos após o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. O publicitário disse que o empresário Ronan Maria Pinto exigia 6 milhões de reais para não divulgar informações relacionadas ao caso Santo André, envolvendo o presidente Lula, o ex-ministro José Dirceu e o então assessor particular Gilberto Carvalho.
Marcos Valério diz agora que quer  esclarecer todos detalhes da chantagem. Pelo menos foi o que ele garantiu à deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que colheu um longo depoimento do publicitário: “O Valério me disse que Ronan ia apontar  o ex-presidente Lula como mentor do assassinato do Celso Daniel”, disse a deputada. Segundo ela, Valério garantiu ter as provas da chantagem.
NO PRESÍDIO – A primeira conversa de Valério com a deputada foi no dia 11 de outubro. Ela foi ao presídio atender às reivindicações de presos portadores de necessidades especiais e encontrou o publicitário em uma das celas. 
No ano passado, Mara, que é filha de um empresário que foi extorquido pela quadrilha que atuava na Prefeitura de Santo André,  tinha entregado ao juiz Sérgio Moro um dossiê sobre o assassinato.  
No dia 3 de abril, Mara enviou um ofício ao procurador de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, narrando as conversas com o publicitário e pedindo andamento às investigações do crime.
“Ele (Valério) deixou muito claro que o senhor Ronan Maria Pinto ia entregar o senhor Luiz Inácio Lula da Silva para a polícia como mentor do assassinato do prefeito Celso Daniel”, escreveu a deputada. Para ela, o depoimento de Valério pode ajudar a desvendar o crime.
DELAÇÃO PREMIADA – Valério já vem negociando sua delação premiada com três promotores de Minas Gerais e dois procuradores da República. 
O publicitário disse que o ex-prefeito, pouco antes do assassinato, ia entregar um dossiê para a Polícia Federal e para o presidente Lula, envolvendo petistas com o crime organizado. 
Após o envio do ofício da deputada ao procurador de Justiça de São Paulo, dois promotores foram visitá-lo. O  publicitário quer depor  somente à Polícia Federal.
Perguntado sobre a acusação, Ronan, por intermédio de seu advogado, informou que jamais chantageou quem quer que seja. A assessoria do ex-presidente Lula não comentou.

05 de junho de 2017
Hugo Cesar Marques
Veja

EDITORIAL DE O GLOBO DEFENDE COM PROPRIEDADE A CASSAÇÃO DO PRESIDENTE TEMER

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Charge do Jota A (Folha de Parnaíba)
O Tribunal Superior Eleitoral viverá na próxima terça-feira o que realmente se pode chamar de dia histórico: julgará quatro ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. Depois de todos os fatos ilícitos que vieram a público, alguns nos últimos meses, depois de todas as provas, depois de todos os depoimentos, não resta dúvida de que a nossa democracia foi lesada, que a chapa, agora em julgamento, foi eleita graças a um esquema bilionário de financiamento oriundo de propina. O jogo democrático não foi limpo. Ganhou a eleição quem a disputou de forma ilegal, corroendo o que de fundamental há no processo democrático: igualdade de oportunidades. O dia será histórico porque a Justiça tem uma tripla função: garantir que a lei vale para todos, punir quem não respeita a lei e, assim, educar, garantindo que tamanha barbaridade não volte a ocorrer.
Entre os que estão mais preocupados com aqueles que apoiam do que com a democracia ou o Brasil, há defensores de toda sorte de teses que resultem na absolvição da chapa.
SEM SENTIDO – Há os que defendem que a ação sequer deve ser julgada, porque teria perdido o objeto quando a presidente Dilma foi afastada da Presidência por crime de responsabilidade. Essa tese não faz sentido: o abuso do poder político e econômico que a elegeu foi o mesmo que elegeu também o seu vice. Os 54 milhões de votos foram para os dois. Não faz sentido que, tendo sido afastada por outros motivos a presidente, o seu vice, que com ela foi eleito com os mesmos abusos, seja poupado.
Numa variante dessa tese, está aquela que diz que o vice deve ser poupado porque é alheio ao que na campanha fez o cabeça da chapa, o PT e Dilma. Não é: o abuso de poder econômico e político que elegeu um elegeu igualmente o outro, tendo o vice participado ou não do esquema fraudulento graças ao qual os 54 milhões de votos de ambos foram conseguidos. Não é à toa que a jurisprudência do Tribunal consagre o princípio da indivisibilidade da chapa.
VERGONHOSO – Há ainda os que afirmam que a comprovação das ilicitudes cometidas na campanha só veio a público depois que as ações foram protocoladas e, por esse motivo, não pode ser levada em conta. O argumento, meramente processual, devia fazer corar de vergonha os seus proponentes. É como se eles dissessem que agora sabemos que a chapa se elegeu de forma ilegal, mas, como seus oponentes não apontaram essa ilegalidade no momento em que deram entrada nas ações, nada pode ser feito.
Não. Porque uma das ações impetradas leva o elucidativo nome de Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Ela se presta justamente a, no curso da ação, investigar quaisquer fatos novos que surjam. E a lei que a regulamenta é clara em seu artigo 23: “O Tribunal formará a sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral”. A lei é sempre sábia.
PRECEDENTE – O próprio tribunal já deu sinais de que pensa assim quando a então relatora de uma das ações Maria Theresa de Assis Moura mandou arquivá-la porque considerou que o PSDB adicionou novos elementos fora do prazo legal. Com os votos sensatos dos ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux, por 5 votos a 2, o Tribunal mandou seguir o processo. Se acreditasse que novos fatos não poderiam ser agregados, teria concordado com o arquivamento.
Depois disso, vieram as delações da Odebrecht, as delações do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que não somente confessaram o que de errado fizeram na campanha, como anexaram provas. O ministro relator, Herman Benjamin, com desassombro, inquiriu-os e anexou as provas, cumprindo o seu dever.
NA FORMA DA LEI – Muitos temem pelo solavanco econômico que uma cassação da chapa possa vir a provocar. Mas juízes, ansiamos todos, julgam com base nos fatos e aplicam a lei, não levando em conta nenhum efeito de suas ações senão a confirmação de que vivemos sob o Império da Lei. Não há do que ter medo. A Constituição Cidadã de 1988 dá todos os caminhos, e estes devem ser seguidos com serenidade para que os brasileiros possam viver com a certeza de que somos um país sério, em que erros trazem consequências, em que não há impunidade, em que a aplicação da lei resolve problemas, jamais os cria.
As reformas, tão essenciais aos brasileiros, têm mais chances de passar num Brasil adulto, que não empurra para debaixo do tapete os erros cometidos, mas os enfrenta, do que num país do jeitinho, dos atalhos, das teses que não se sustentam.
COERÊNCIA – Este jornal está sendo coerente com o que pensa desde o início da crise. Quando a Câmara aprovou o impeachment da presidente Dilma, nosso editorial previa: “A votação final do impeachment, no Senado, independentemente do resultado, não será o desfecho da crise. Deve-se ser realista. Em qualquer hipótese, ela deverá persistir. Pode-se lamentar esse prognóstico, mas não temê-lo. Porque a Constituição continuará a indicar o caminho para a superação dos males que afligem os brasileiros.”
Não há nenhuma dúvida de que esse julgamento nada tem a ver com as acusações que agora pesam contra o presidente Michel Temer. Trata-se de julgar pecados anteriores. Mas, sabemos todos, na construção de suas convicções, os juízes podem e devem levar em conta as condutas impróprias continuadas dos implicados.
Desde que as ações ingressaram no tribunal, já lá se vão dois anos e meio. É tempo de julgar. Pedidos de vistas são normais, mas protelações em processo tão longo e urgente, não. O Brasil tem de ultrapassar essa etapa. Este jornal não tem dúvida de que todos os ministros do TSE, julgando a favor ou contra, agirão segundo as suas convicções, tendo em mente as leis, a nossa democracia. E cumprindo o dever que a nação lhes outorgou.

05 de junho de 2017
Deu em O Globo

COM DELAÇÃO, JOESLEY SE LIVRA DE PENAS QUE CHEGARIAM A 2 MIL ANOS DE CADEIA

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Revelações de Joesley surpreenderam o MPF
A delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista lhes valeu o perdão de crimes cujas penas somadas poderiam alcançar de 400 anos a até 2 mil anos de prisão. Os relatos dos irmãos e dos diretores do Grupo J&F Investimentos, feitos à Procuradoria-Geral da República, descrevem 240 condutas criminosas reunidas nos depoimentos dos delatores e em 42 anexos entregues pelo órgão ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Foram relacionados oito tipos de crimes, entre eles, 124 casos de corrupção e 96 de lavagem, praticados por mais de uma organização criminosa. Especialistas em Direito Penal indicam que, em tese, muitas das condutas delatadas, apesar de autônomas, foram praticadas de forma continuada, como se fossem desdobramentos de um mesmo crime.
REDUÇÃO DAS PENAS – Pode ser considerada como desdobramento, por exemplo, a lavagem de partes de uma mesma propina por meio de ações diferentes, tais como o uso de notas frias para encenar relações comerciais, o superfaturamento da compra de imóveis ou o uso de contratos fictícios de honorários advocatícios. Assim, as penas pelos delitos poderiam cair para algo em torno de 230 anos no mínimo e 1,3 mil anos, no máximo.
A análise desses dados reacende a polêmica em torno das vantagens concedidas aos irmãos Batista nos termos do acordo de delação assinado com o Ministério Público Federal (MPF) — eles não poderão ser processados por nenhuma dessas 240 condutas criminosas, recebendo também imunidade em outras investigações em andamento e o perdão judicial, caso sejam denunciados em outros processos.
APENAS MULTA – Os empresários pagaram, ainda, multa de R$ 110 milhões, valor considerado insuficiente por juristas diante das condutas praticadas. Por fim, o grupo é suspeito de usar o acordo com o MPF para lucrar com operações de venda de dólares dias antes da divulgação das delações, suspeita que levou a Justiça Federal a decretar o bloqueio de R$ 800 milhões do Grupo J&F.
“Eles são criminosos antigos, reiterados e sem nenhum escrúpulo. A delação premiada não pode ser transformada em um instrumento de impunidade”, disse o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, que defende um dos 1.829 políticos delatados pelos Batista: o presidente Michel Temer.
JUSTIFICATIVA – Especialista em combate à lavagem de dinheiro, o promotor de Justiça de São Paulo Arthur Pinto de Lemos Junior, do Grupo de Atuação Especial Contra Delitos Econômicos (Gedec), afirma que, tanto a extensão, quanto a qualidade da delação fortalecem a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de conceder os benefícios dados aos irmãos Batista.
“Os ilícitos revelados são todos inéditos, eram desconhecidos até então, e o Ministério Público Federal não ia descobri-los se não fosse a iniciativa dos colaboradores.”
FORAM REVELAÇÕES – O argumento é semelhante ao usado pela defesa dos Batista para justificar os termos do acordo de delação. O criminalista Pierpaolo Bottini, que defende os irmãos, diz que “parcela grande das penas que pode ser aplicada aos políticos jamais existiria sem os colaboradores”. “Além disso, é necessário verificar a qualidade da prova e a situação processual dos delatores. Ao contrário de muitos outros colaboradores, eles não haviam sido denunciados, nem estavam presos quando decidiram colaborar.”

05 de junho de 2017
Deu no Correio Braziliense

EM QUE MUNDO VOCÊ VIVE? COSTUMA SE INOCENTAR CRIANDO "CULPADOS"?

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Charge do Jarbas (jarbascartunista.blogspot.com)
Somos o que escolhemos ser. Somos eternos coletores e exploradores da realidade externa. No início do tempo, nosso foco era caçar, defender-nos de feras, abrigar-nos e temer o escuro das noites, acasalar, lutar entre nós por liderança, hierarquia ou contra bandos contrários. Fêmeas buscavam proteger suas crias e conseguir a proteção de um macho dominante. E, ainda, havia deuses que infligiam castigos, como raios, trovões, frio mortal e seca implacável.
O mundo mudou. Hoje, a caça é o dinheiro. Fêmeas aprenderam a caçar, domamos a escuridão, explicamos fenômenos climáticos, nos socializamos… Será? Ou, cada vez mais, cada um vive na sua?
REALIDADES PARALELAS – Parece que existem infinitas realidades paralelas e janelas que nos levam a incontáveis mundos. Tais janelas, chamadas de “telas”, apresentam-nos diversas versões da realidade; em geral, falsas, fantasiosas, ilusórias e irreais. Todas altamente viciantes. E o pior: para a mente humana, reza a psicologia de que “pensar é igual a agir”.
Pergunto: para qual janela você olha e que representa seu mundo e sua realidade? Se for a tela de TV, segue a realidade paralela de sua novela, sentindo as emoções em que aquela fantasia te faz mergulhar? E isso te faz esquecer o marido bêbado e indiferente e os filhos problemáticos? Ok, sua prisão domiciliar tem na fantasia um mundo seu. Basta olhar a janela, mesmo que sozinha.
E você, malcasado, endividado e insatisfeito com tudo. Seu mundo próprio é a janela de aplicativos ou redes de paquera na internet?
TUDO É VIRTUAL – O que antes era platônico e romântico hoje é virtual e na tela (janela) de seu quarto. Não há pecado, e essa fuga toda noite te ajuda a voltar ao presídio da vida rotineira e mal-humorada.
No quarto ao lado, o adolescente tem seu mundo conflitivo. Mas, hoje, pode, na tela de seu game, despejar sua agressividade, seu descontentamento com os adultos, sua oposição ao mundo, por meio de seus jogos violentos, matando adversários, transgredindo, usando redes para detonar, exibir e se destacar. Antes, as brigas de esquina ou de escola; hoje, ataques cibernéticos que resultam em suicídios ou na exibição de nudes e de sexo para todo o universo online, numa cicatriz que nunca será revertida.
O certo é que podemos, a cada dia, escolher a melhor ou a pior realidade. E, ao jogarmos para dentro da mente os pensamentos, os sentimentos e os desejos resultantes dessa escolha, definimos nossos humor, estresse, felicidade, relaxamento, medos, e por aí vai.
CRIAR CULPADOS – Cada um de nós é o único responsável pela realidade e pelo mundo que se opta viver. Mas adoramos criar culpados: cônjuges, familiares, colegas de trabalho, vizinhos e políticos em geral.
O “outro” é sempre a desculpa, a justificativa, para transformarmos a existência num inferno, pois viver bem requer, antes de mais nada, parar de reclamar e agradecer a experiência de cada novo dia. Semeie sem esperar a colheita.

05 de junho de 2017
Eduardo Aquino
O Tempo

O FATO NOVO SE CHAMA ROCHA LOURES

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Charge do Baggi (Jornal de Brasília)
Nos últimos dias, aliados de Michel Temer repetiam que só um fato novo, intransponível, seria capaz de ameaçar a sobrevivência do presidente. O fato novo acordou cedo e entrou em campo às seis da manhã deste sábado. Rodrigo Rocha Loures, o deputado da mala, foi preso pela Polícia Federal. O ex-assessor presidencial já era visto como o homem-bomba do governo. Agora seu pavio está aceso, e uma delação tende a explodir o que ainda resiste de pé no Planalto.
O advogado de Loures diz que ele ficará em silêncio, mas pouca gente acredita nisso em Brasília. Esse discurso foi usado por Marcelo Odebrecht, João Santana, Antonio Palocci e outros réus ilustres da Lava Jato. Depois de algum tempo de cadeia, todos escolheram delatar.
SOB PRESSÃO – Com a mulher grávida, o deputado da mala já vinha sendo pressionado a falar. Ele fez o primeiro aceno ao devolver os R$ 500 mil que recebeu de um lobista da JBS. Para os investigadores, foi um recado de que a propina tinha outro destinatário.
No famoso encontro do Jaburu, Temer orientou Joesley Batista a procurar Loures. Disse que o assessor era de sua “mais estrita confiança”. Dias depois da conversa, a polícia filmou a entrega do dinheiro.
TRAPALHADA – A prisão do deputado da mala é resultado de uma trapalhada do governo na tentativa de salvar o presidente. Há uma semana, Temer demitiu o ministro da Justiça na esperança de controlar a PF. Faltou combinar com o aliado Osmar Serraglio, que se recusou a assumir outra pasta e voltou para a Câmara. Com isso, o suplente Loures perdeu o foro privilegiado e foi recolhido ao xadrez.
Antes da barbeiragem, Temer tentava acalmar o aliado para evitar uma delação. “É um homem de boa índole”, disse à Folha, quando todo o país já havia assistido à cena da mala. “É uma pessoa decente”, repetiu à revista “Istoé”. “Eu duvido que ele vá me denunciar”, acrescentou. Agora a última frase parece tão sincera quanto as duas primeiras.

05 de junho de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha