"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

DEVAGAR, DEVAGARINHO...


O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) revela a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para aferir a evolução da economia. Divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no início deste mês, retrata o segundo trimestre de 2017, mostrando, neste período, uma alta de 0,2% na série ajustada sazonalmente. Mesmo assim, adicionando-se a ele o efeito positivo do primeiro trimestre, o PIB per capita (divisão do PIB pelo número de habitantes da região que indica quanto cada habitante produziu em determinado período), pelas projeções atuais, ainda deve encerrar o ano abaixo do patamar de 2010.

Apesar de um incremento modesto, ele se encontra acima do esperado pelos analistas e economistas que trabalharam com estabilidade e até mesmo previram uma ligeira queda da economia. Não seria surpresa para mim, diante da crise política que explodiu em maio, com as denúncias de Joesley Batista, que ameaçaram derrubar o governo de Michel Temere enterrar as reformas estruturais e o ajuste fiscal. Aparentemente não teve tanto impacto na economia como se esperava.

No primeiro trimestre, influenciado pelo bom desempenho da agricultura, tivemos o crescimento de 1% sobre o último trimestre de 2016, fechando os seis primeiros meses do ano com “variação nula”, embora o indicador ainda acumule uma retração de 1,4% ao longo do último ano.

A alta do PIB no 2º trimestre, na comparação com o mesmo período de 2016, foi a segunda menor em uma lista de 42 países que divulgaram os resultados das contas nacionais neste ano, conforme levantamento da Austin Ratings. Em valores correntes, a economia do país produziu R$ 1, 639 trilhão.

Pelo visto, ainda não dá para assegurar uma consistente recuperação do PIB, mas certamente, uma mudança de tendência, pois nos encontramos saindo do ponto de inflexão e ensaiando uma evolução na busca de uma trajetória sólida, ou melhor, ingressamos a partir de janeiro deste exercício, num ciclo ascendente e virtuoso de crescimento da economia após oito trimestres consecutivos de queda em que o Brasil somente apresentou resultados recessivos. Na realidade, estamos começando a deixar gradualmente para trás uma terrível recessão, talvez a mais longa e profunda da história. Entretanto, para se entrar num ciclo sustentável de crescimento de longo prazo, ainda dependemos da aprovação das reformas estruturais para reequilibrar as finanças públicas.

Possivelmente, durante um período, o nosso crescimento poderá acontecer em doses homeopáticas a não ser que sejamos surpreendidos, mais uma vez, por fatos negativos que venham a comprometer esta nova trajetória.

No meu humilde entendimento, o ponto principal deste resultado publicado está justamente na “qualidade” apresentada pelo indicador, ao revelarcondições concretas para continuar buscando o caminho da superação. Nosso ambiente inflacionário tem demonstrado tranquilidade e, sobretudo, temos mantido uma inflação benigna, notadamente declinante. 

O consumo privado ganha força, suplantando com desenvoltura o investimento produtivo o qual, lamentavelmente, continua recuando, chegando ao nível de oito anos atrás pelas incertezas políticas e pelo agravamento das contas públicas.

Há uma razoável esperança de que a recuperação prossiga, mas o fantasma da década perdida dos anos 1980 ainda me deixa assombrado.

O grande destaque fica com a espetacular retomada do consumo das famílias que responde por cerca de 65% do PIB, sendo a conta mais importante de demanda da economia que volta a crescer com uma expansão de 1,4%, despertando imediatamente otimismo na sociedade após mais de dois anos de forte contração, andando em harmonia com os números vistos do varejo e a recuperação do emprego, ligada ao setor de serviços. Este é o primeiro resultado otimista desde o final de 2014 e na comparação com o mesmo período do ano passado, ele também ficou positivo em 0,7%.

Tudo vem se sucedendo justamente na contramão do governo da “iluminada” Dilma, principalmente com relação ao seu primeiro mandato; a retomada do consumo agora acontece de forma completamente diferente, não porque o governo dela tenha gerados estímulos que deram aquela sensação agradável de riqueza e bem estar ao povo brasileiro, mas, imprudentemente, quanto ao lastro, sem conexão com a geração de riquezas.

O governo represou literalmente os preços de produtos e serviços, especialmente aqueles que são controlados pelo poder público, como energia elétrica, o melhor dos exemplos. Também suavizou impostos para setores ligados ao consumo de carros, móveis e, até mesmo, linha branca de eletrodomésticos.

Destaco alguns fatores importantes que colaboraram:começando pela inflação em queda livre, puxada principalmente pelos alimentos,o que favorece a recomposição salarial e amplia a renda dos trabalhadores; a massa salarial real (a soma de todos os salários pagos) que aumentou nos últimos meses; juros básicos da economia cada vez menores e com excelentes perspectivas até o final do ano; dinâmica do crédito ao consumidor; estabilização do mercado de trabalho, embora a maioria dos empregos gerados acontecesse sem carteira assinada ou por conta própria e os níveis de endividamento das famílias e de inadimplência que vêm caindo significativamente. 
Além disso, uma boa dose de injeção de R$ 44 bilhões na economia, proveniente da liberação de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).São canais poderosos que concorreram para a irrigação e expansão do consumo.

A indústria, lamentavelmente em queda, retraiu 0,5% no primeiro trimestre; infelizmente, foi a queda de 2% na construção civil que a puxou para baixo, por ser este um segmento que absorve mão de obra de um numeroso contingente de baixa renda e baixa escolaridade e de 1,3% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. 
A extrativa mineral variou 0,4% e a indústria de transformação manteve-se praticamente estável em 0,1%. Nos serviços, houve resultado positivo, revelando um desempenho mais disseminado: comércio – 1,9% pelo lado da oferta, sem dúvida, outro grande destaque do período, atividades imobiliárias e outros serviços - 0,8% e atividade de armazenagem, transporte e correio - 0,6%. No setor externo, as exportações de bens e serviços registraram variação de 0,5%, a segunda taxa positiva seguida, todaviamenor que o crescimento de 5,2% no trimestre anterior. 
O consumo do governo também caiu 0,9% de abril a junho, contabilizando uma queda de 2,4% em relação ao segundo trimestre do ano passado. A formação bruta de capital fixo (ou taxa de investimento, fundamental para retomada sustentada do crescimento) permanece ridiculamente baixa. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a formação bruta de capital fixo recuou 0,7%, registrando a quarta queda consecutiva. Isso significa que estamos investindo apenas 15,5% do PIB, número significativamente baixo até para um País desestabilizado. 
O desejável para o porte da nossa economia é que a taxa de investimento seja, pelo menos, o dobro do que está sendo registrado atualmente.

Por fim, outro item relevante está relacionado com o setor agropecuário, que cresceu 14,9% no segundo trimestre, em igual período do ano passado. Na comparação com o primeiro trimestre do ano permaneceu estável, enquanto que alguns analistas esperavam que ficasse no campo negativo. É bom ressaltar que o segmento da agricultura foi a verdadeira “tábua de salvação” do primeiro semestre. 
A contribuição da agricultura na formação do PIB nos últimos dois trimestres do ano será menor. Cerca de 70% da safra prevista para o ano foi colhida no primeiro semestre. Então, restam somente 30% para o segundo semestre.

Espera-se que mais adiante o investimento venha a se incorporar para potencializar o processo de crescimento com obras e novos negócios. A tendência esperada é que o PIB venha a fixar a visão de uma recuperação gradual e em múltiplas direções. 
A roda da economia está começando a girar numa direção favorável, mas para ganhar tração, ainda deve demorar um tempo, pois o país ainda apresenta certa vulnerabilidade causada pelos solavancos inconsequentes que a classe política vem nos impondo.

A aceleração do crescimento depende de duas questões que precisam ficar evidentes: o investimento e a exportação. 
A primeira é função, essencialmente, das “expectativas” do próprio crescimento, da utilização da capacidade ociosa do setor industrial e de condições objetivas, a exemplo do crédito e do juro atrativo inferior à taxa de retorno. 
A outra é função da expansão da economia global e do grande cuidado que se deve ter com a taxa de câmbio real, em que o notável diferencial do juro interno e externo transforme-se num ativo financeiro sem relação alguma com a economia real. Logo, sem acontecer o quanto antes a reforma obrigatória da Previdência, o crescimento do PIB será inteiramente em vão.

Há pouco tempo, os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para o PIB do Brasil em 2017 de 0,50% para 0,60%, de acordo com o relatório Focus publicado pelo Banco Central. A estimativa para 2018 que era de 2,00%,foipara 2,10%, correndo o risco agora de uma rodada de fortes revisões para cima das estimativas de crescimento para o próximo ano.
Percebo que ainda dependeremos de dois elementos indispensáveis, ambos com amplos poderes de influência:o bailado das pesquisas de intenção de voto no decorrer da campanha eleitoral de 2018 e o temor da vitória de um candidato populista contrário às reformas econômicas.

A classe empresarial tem que começar a fazer a sua parte, contribuindo neste especial momento para o andamento da nossa revitalização econômica, saindo da inércia em que se encontra, deixando de sublimar em excesso a cautela e, sobretudo, ousar, mantendo seu planejamento de investimentos ativo, pesquisando e avaliando novos nichos, experimentando inovações que podem proporcionar diferenciais significativos para o futuro do negócio. Os juros de mercado de longo prazo estão num nível já bastante baixo dentro dos padrões históricos brasileiros.

Estamos vivenciando dois momentos antagônicos: o contraste interessante da economia com dados bem mais positivos e a acentuada turbulência no cenário político dos últimos dias,o que fortalece, ainda mais,as nossas incertezas. O Brasil Velho está nos destruindo e o Brasil Novo que os verdadeiros nacionalistas desejam descobrir, depende exclusivamente de vigorosas mudanças.

Temos que buscar um verdadeiro caminho que viabilize um Estado mais flexível e menos burocrático. As leis, a mentalidade política e a cultura nacional exigem demasiadamentedele,muito mais do que efetivamente pode ofertar. Precisamos internalizar que carecemos muito de uma mudança cultural, já que o atualEstado brasileiro não cabe no país. 
Cada dia que passa, torna-se difícil continuar sustentando as despesas governamentais,as quais, inegavelmente, são históricas e necessitam urgentemente serem reprimidas e redirecionadas. A grande verdade é que somente com medidas extremamente corajosas poderemos desfrutar num futuro próximo de uma economia plenamente sustentável.

14 de setembro de 2017
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador)

ALAN WATTS: O VERDADEIRO VOCÊ!


Alan Watts - O Verdadeiro Você!

Project A
14 de setembro de 2017

DEPOIS DE TUDO O QUE NOS CERCA, FICA APENAS UMA QUESTÃO: QUEM É VOCÊ??



3:34
Alan Watts - Quem Você acha que é?

Project A
14 de setembro de 2017

LULA DIZ QUE É BARATO CUIDAR DE POBRE, MAS "FAVELADO" NÃO PODE LHE DINHEIRO, SÓ EMPRESÁRIOS

MELHORES PATADAS DE SÉRGIO MORO PARA LULA EM DEPOIMENTO!

LULA DISSE EM UMA RÁDIO QUE COM R$ 10,00 COMPRA O POBRE E SERÁ ELEITO EM 2018

CARLOS JORDY DETONA JEAN WYLLYS

ANTHONY GAROTINHO É PRESO QUANDO APRESENTAVA SEU PROGRAMA DE RÁDIO

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Garotinho é preso pela segunda vez, pelo mesmo juiz
O ex-governador do Estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho foi preso na manhã desta quarta-feira (dia 13) no Rio de Janeiro. Ele teria sido detido quando apresentava o programa de rádio que ancora na Rádio Tupi. E a Polícia Federal está levando Garotinho para Campos dos Goytacazes.
A ordem de prisão é do juiz Ralph Manhães, da 100º Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes. Garotinho é suspeito de comandar um esquema de troca de votos pela inclusão de famílias no programa social Cheque Cidadão, em Campos dos Goytacazes, de acordo com denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE). Ele foi secretário municipal na cidade.
OPERAÇÃO CHEQUINHO – Garotinho havia sido preso no dia 16 de novembro do ano passado pela Operação Chequinho, que apurou o mesmo esquema.
Após a prisão, o ex-governador passou mal e foi levado para um hospital do Rio. De lá, foi levado à força, por decisão judicial, para uma unidade de saúde dentro do complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu. Dias depois, Garotinho conseguiu uma autorização para fazer cirurgia cardíaca em um hospital particular e, em seguida, para cumprir prisão domiciliar.
A detenção de Garotinho foi revogada, então, em 24 de novembro, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decretou uma fiança de R$ 88 mil, além de uma série de restrições.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Vamos aguardar informações mais detalhadas, porque o ilustre magistrado já demonstrou que é meio confuso, para se dizer o mínimo. Geralmente, juiz eleitoral não costuma decretar prisão de infrator. Por isso, é bom aguardar para saber os fundamentos da prisão(C.N.)


14 de setembro de 2017
Deu no G1 Rio

GILMAR MENDES ACHA QUE TAMBÉM FOI GRAVADO POR JOESLEY, MAS NEM PRECISAVA...

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Conversa com  Joesley foi “institucional”, diz Gilmar
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que acha ter sido gravado por Joesley Batista, afirmou nesta terça-feira, 12, que a conversa com o dono da JBS teria sido “institucional”. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Gilmar afirmou que o áudio deve ser de abril, quando os dois se encontraram no Instituto de Direito Público (IDP), do qual é sócio e professor. De acordo com o ministro, eles conversaram sobre as dificuldades do setor e o julgamento do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
“Institucional (a conversa). Foi sobre um julgamento que havia ocorrido, envolvendo o Funrural. Ele apareceu no instituto, eu estava dando aula, e conversamos sobre isso, as dificuldades do setor… Disse a ele que não havia muito o que fazer sobre a matéria, porque já havia sido decidido pelo tribunal, inclusive com meu voto contrário à pretensão dele (Joesley)”, afirmou.
COBRANÇA LEGAL – O Supremo decidiu, em 30 de março, que é legal a cobrança de contribuição previdenciária ao Funrural de empregador pessoa física. A cobrança, que já era feita, foi alvo de um recurso da União pelo parecer contrário da Primeira Turma do STF, que tinha avaliado que era indevida. A maioria dos ministros votou favoravelmente ao recurso do governo.
Questionado se ele conheceria Joesley e como teria sido feito o pedido do encontro, o ministro se limitou a responder que “tem impressão” que teria vindo da diretoria do IDP.
SUSPEIÇÃO DE JANOT – A um dia do pleno da Corte analisar a suspeição do procurador-geral, Rodrigo Janot, a quem Gilmar é crítico, o ministro avalia que não as delações não tem influência sobre o Supremo.
“Não vejo nenhuma repercussão sobre o STF. Acho que o Supremo equivocou-se ao não colocar limites nas delações premiadas, nos abusos perpetrados, não fazer análise dessas investigações”, afirmou.
Na entrevista, ele voltou a criticar a Procuradoria-Geral, a que disse que foi “utilizada” por Joesley, na delação da JBS. “Eu acho que o grande problema nesse contexto tem a ver com a Procuradoria-Geral. A PGR se serviu e também acho que foi utilizada pelo Joesley Batista”, disse.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Na entrevista, Gilmar Mendes voltou a humilhar Rodrigo Janot, dizendo que a atuação dele na Procuradoria-Geral da República foi “gestão de bêbado”. Com essa postura debochada, Gilmar está desmoralizando o Supremo e deveria sofrer impeachment por falta de decoro. Nem precisa ser usada a gravação de Joesley. (C.N.)


14 de setembro de 2017
Marianna Holanda
Estadão

DEPOIS DA PROCURADORIA, AGORA É A POLÍCIA FEDERAL QUE "PERSEGUE" O PRESIDENTE

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No esquema da PF, Temer surge como poderoso chefão
O inquérito do “quadrilhão” do PMDB implode o discurso de que Michel Temer seria vítima de perseguição da Procuradoria. Agora é a Polícia Federal, e não mais o Ministério Público, quem sustenta que o presidente está no topo de uma organização criminosa.
O relatório da PF faz um raio-x na atuação do chamado PMDB da Câmara. São quase 500 páginas de uma longa crônica de assaltos aos cofres públicos. O documento descreve falcatruas milionárias na Petrobras, na Caixa Econômica, em Furnas, no Ministério da Agricultura, na Secretaria de Aviação Civil e no Congresso.
VERSATILIDADE – De acordo com a investigação, o esquema operava em diversas modalidades: do pedágio em obras à venda de medidas provisórias, da fraude em licitações à cobrança de propina para liberar empréstimos.
Sua aposta mais lucrativa foi a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara, em 2015. Com um investimento de R$ 30 milhões, repassados pela JBS, o grupo teria subornado dezenas de parlamentares para conquistar a cadeira. Nela, ampliou o poder de chantagem e multiplicou o faturamento dos negócios.
A PF afirma que o “quadrilhão” reunia seis amigos de longa data. A Lava Jato já prendeu metade do time: Cunha, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima, o homem de R$ 51 milhões. Os outros três estão no Palácio do Planalto: Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, todos protegidos pelo foro privilegiado.
TEORIA CONSPIRATÓRIA – Nesta terça-feira, o presidente ensaiou fazer um pronunciamento para rebater as conclusões do relatório. Assessores conseguiram demovê-lo da ideia. Sem a opção de atacar Janot, ele teria que criar outra teoria conspiratória envolvendo a Polícia Federal, que é subordinada a seu governo.
Por fim, Temer divulgou uma nota em que protesta contra “toda forma de injustiça”, chama os delatores de “bandidos” e afirma que “facínoras roubam do país a verdade”.
Se o roubo se limitasse a isso, o país ainda estaria no lucro.

14 de setembro de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha

DOLEIRO FUNARO REVELA QUE TEMER DIVIDIU COM GEDDEL UMA PROPINA DA ODEBRECHT

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Ao se despedir, Geddel chamou Temer de ‘fraterno amigo’O doleiro e corretor Lúcio Funaro disse em sua delação premiada que o presidente Michel Temer dividiu com Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-homen forte de seu governo, propina da Odebrecht. Nos anexos de sua colaboração, já homologada pelo Supremo, ele afirmou ter buscado R$ 1 milhão em espécie, supostamente pagos pela empreiteira, no escritório do advogado e ex-deputado José Yunes, amigo de Temer. Relatou também ter mandado a quantia para Geddel, na Bahia.
As declarações de Funaro se coadunam com a versão apresentada pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Cláudio Mello Filho, em sua delação. Ele relatou ter negociado com Temer e seus aliados, entre eles o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), doações de caixa 2 para campanhas em 2014, no total de R$ 10 milhões. Parte desse valor teria sido distribuída por meio de Yunes, apontado como um dos “operadores” do presidente. À Procuradoria-Geral da República (PGR), Yunes já disse ter sido usado como “mula” de Padilha para a entrega de um pacote.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – E o presidente Temer, sem ter como se defender, inventa umas frases de efeito, dizendo que “as garantias individuais estão sendo violentadas, diuturnamente”; que “facínoras roubam do país a verdade”; e que “bandidos constroem versões por ouvir dizer”. Chega a ser patético. Em qualquer país decente, Temer já teria sido algemado, mas aqui na Carnavália ainda não pode, porque falta Temer reformar a Previdência (C.N.)


14 de setembro de 2017
Fabio Serapião e Fábio Fabrini
Estadão

POR UNANIMIDADE, SUPREMO MANTÉM JANOT À FRENTE DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE TEMER

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‘Deixe-o em paz’, pediu em vão o advogado de Temer
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quarta-feira (13) para manter o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, à frente das investigações sobre o presidente Michel Temer. Votaram nesse sentido os 9 ministros da Corte presentes na sessão: Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cármen Lúcia. Também integrantes do tribunal, Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes não participaram da sessão.
Relator da Operação Lava Jato na Corte, Fachin foi o primeiro a votar sobre um pedido da defesa do presidente para considerar Janot “suspeito” de atuar contra Temer. A defesa aponta perseguição pessoal por parte do procurador-geral, o que retiraria sua imparcialidade.
NO PLENÁRIO – Fachin já havia negado o pedido, no fim de agosto, em decisão individual, mas como Temer recorreu, o tema foi levado para decisão dos 11 ministros do STF.  Em seu voto, Fachin disse não enxergar “inimizade pessoal capital” nos procedimentos adotados por Janot contra Temer – na denúncia já apresentada por corrupção passiva e rejeitada pela Câmara, como também nas investigações que poderão levar a uma nova denúncia.
“Entendo não se qualificar com inimizade capital a expressão de atividades do Ministério Público consentânea com a transparência que deve caracterizar o agir republicano”, afirmou o ministro.
Além da “suspeição” sobre Janot, os ministros do STF também vão analisar pedido para impedir Janot de apresentar uma nova denúncia contra Temer. A defesa do presidente quer também que a Corte examine a validade das provas entregues pelos delatores da J&F, que embasam as investigações.
FACHIN É CONTRA – Em seu voto, Fachin já adiantou, no entanto, ser contrário a avaliar nesse momento a validade das provas, citando as gravações de Joesley Batista, um dos sócios da J&F, que gravou conversa com Temer. Lembrou o ministro que uma eventual nova denúncia contra Temer ainda terá de ser autorizada pela Câmara antes de ser analisada pelo STF.
Acompanhando o relator, o ministro Luiz Fux também não encontrou motivos para afastar Janot das investigações. “É o único integrante do Ministério Público que pode processar o presidente. É da sua atribuição processar o presidente a luz dos documentos levados à sua excelência, que a meu modo de ver sempre agiu no limite de suas atribuições institucionais. Em todo os momentos, agiu nos estritos limites da sua representação institucional, sem revelar em qualquer dos fatos, sentido de rancor, de sentimento, de vingança”, disse o ministro.
‘DEIXE-O EM PAZ’ – Primeiro a se manifestar no julgamento, o advogado de Temer, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, disse que Janot é responsável por deixar o país “numa fase de incerteza, insegurança social, política, institucional, de todas as espécies”.
“O presidente quer trabalhar, ele não consegue, a cada momento aparece uma nova denúncia, quando não é a denúncia, é ameaça de denúncia. Flechadas, bambu, enquanto tiver a caneta na mão, não é assim que um procurador-geral se expressa. É preciso que haja comedimento, cautela, cuidado. Se está acusando um cidadão brasileiro, que é presidente da República, é o homem que responderá pelo país por um ano e meio daqui para a frente. Deixe-o em paz”, afirmou da tribuna do STF.
NOVA GRAVAÇÃO – Mariz chamou a atenção para a nova gravação de Joesley Batista e Ricardo Saud, que segundo ele, que coloca em dúvida de “forma absolutamente incontestável todas as provas” juntadas por Janot contra o presidente. Na conversa, os executivos da JBS tratam de uma suposta ajuda do então procurador Marcello Miller, ex-auxiliar de Janot, na seleção de fatos e agentes a serem delatados.
“Eventual nova denúncia não poderia ter curso, não poderia ser processada, não poderia ser enviada a Câmara, antes do término das apurações, determinadas pela presidente desta Casa e pelo procurador-geral”, disse.
SEM BENESSES? – O advogado também negou que, na gravação da conversa entre Joesley e Temer, num encontro em março no Palácio do Jaburu, o presidente tenha “solicitado, favorecido ou aceitado qualquer benesse”. “Quando o presidente solicitou algo? Quando recebeu algo? Quando aceitou? Os núcleos da ação penal não estão presentes”.
O vice-procurador-geral Nicolao Dino chamou de “absolutamente infundadas” as imputações feitas pela defesa de Temer contra Janot.
“Nada, absolutamente nada autoriza a conclusão de que haveria inimizade capital entre o procurador e o presidente da República”, disse Dino, que representou Janot no julgamento.
IMPERATIVO LEGAL – Ele disse que o chefe da PGR adotou medidas que “constituem imperativo legal no que se refere aos valores republicanos”. “Numa república ninguém está acima ou à margem da lei. Nada retira a convicção de haver trilhado e estar trilhado o caminho certo, reto”, disse Dino, acrescentando ser natural que as medidas de Janot “contrariem interesses”, já que cabe a ele o papel de acusador. “Janot está apenas cumprindo sua espinhosa missão”.
Ele também rebateu críticas a expressões ditas por Janot. “A expressão de ‘lançar flecha’ nada mais significa que o procurador-geral exercerá seu mandato até o fim, manejando os instrumentos processuais que a lei lhe confere”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como previu o jurista Jorge Béja, a defesa de Temer não tinha a menor chance e o resultado foi 9 a 0. (C.N.).

14 de setembro de 2017
Renan Ramalho
G1, Brasília