"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

VOCÊ NÃO SABIA? ENTÃO FIQUE SABENDO...

Ninguém vai noticiar isto? Dilma é citada e vira ré em ações judiciais nos EUA 


"O que era previsto, aconteceu: Dilma é ré em um processo nos Estados Unidos. Tudo isso em decorrência dos escândalos de corrupção envolvendo a Petrobrás. Os desvios e esquemas de corrupção na maior empresa brasileira ocorreram enquanto a atual Presidente da República era ministra."
"Dilma não admitiu, mas em sua última viagem aos EUA, quando foi recebida pelo presidente Obama, foi citada no proce...sso e teve de assinar a intimação por estar em território americano."

"Com isso, o Brasil pode ter suas reservas em solo americano confiscados. São mais de 300 bilhões de dólares, alocados em títulos, que podem simplesmente deixar de pertencer ao Brasil, confiscados para liquidar as dívidas contraídas pela desvalorização da Petrobrás. O crime de responsabilidade fiscal será evidente e ela não poderá continuar no poder! É a melhor forma de limpar a sujeira que vem ocorrendo nesses treze anos de PT no poder. Chega!"

29 de julho de 2015
in graça no país das maravilhas

16 DE AGOSTO: VEM PRA RUA!!!

REPASSEM








29 de agosto de 2015
in graça no país das maravilhas

16 DE AGOSTO: CHEGOU A HORA DE BOTAR O LIXO PARA FORA






29 DE AGOSTO DE 2015
in graça no país das maravilhas

16 DE AGOSTO: A HORA É ESSA... CHEGA DE EMPULHAÇÃO!

DUAS NOTAS...

Ae Peixe, Perdeu Ganhando com Gol de Mão Boba

11 em cada 10 bandidos brasileiros preferem Kakay como adEvogado. Kakay é uma espécie de Omo Total da bandidagem, ele não ganha uma causa, mas usa todo o arsenal de conhecimento jurídico de Marcio Thomaz Bastos para limpar a grana de seus clientes. 
O senador picareta Romário é seu mais novo associado.

Angra I, II e III ou Bangu I, II…

As usinas nucleares Angra I, II e III foram criadas pelo ditador nacional socialista Ernesto-nosconvidou Geisel. 
Sua idéia era simples: arrumar umas sinecuras para seus amigos de farda igualmente corruptos, preguiçosos e incompetentes. 
Geisel, alemão de espírito, resolveu comprar a tecnologia atômica de seus primos boches. 
A tecnologia de ponta de Angra é tão moderna que em 40 anos gerou tanta energia quanto duas pilhas AAA Ray-o-Vac. 
Em compensação enricou – para usar um termo popular na Praça do D.I. em Taguatinga – uma porrada de filhos da puta: 
O atomicão foi deflagrado por causa da delação premiada de Dalton Avancini, da Camargo Corrêa. Ele contou que as empreiteiras, indiferentes ao petrolão, ainda pagavam propinas aos desavergonhados da Eletronuclear e Eletrobras. Angra 3 era butim da Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, UTC, Techint, EBE, além da própria Camargo Corrêa. Foram presos Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente afastado da Eletronuclear, e Flavio David Barra, presidente da Andrade Gutierrez Energia.

29 DE JULHO DE 2015
in selva brasilis

O SEGREDO DE UM GRANDE NEGÓCIO...

UM GRANDE NEGÓCIO


29 de julho de 2015

O LOTEAMENTO DE CARGO PÚBLICO SÓ SERVE AO ROUBO

Sempre que você ouvir falar que tal partido ou tal político indicou o ocupante de determinado cargo público, tenha certeza: foi para roubar que ele indicou.

Isso vale até para cargos administrativos em creches, escolas de primeiro grau, santas casas de misericórdia, unidades de saúde. Para tudo. Nada escapa.

No passado distante, os políticos apadrinhavam indicações para empregar parentes e amigos. E para dar demonstração de prestígio.

Não que as indicações não pudessem resultar em roubo. Claro que poderiam. Mas o roubo era pequeno. Insignificante.

Ontem, na televisão, eu vi um repórter perguntar assim a um delegado da Polícia Federal:

- Mas ele é acusado de ter recebido propina de apenas 4,5 milhões de reais? Isso não lhe parece troco?

Estava sendo irônico, certamente. Referia-se ao presidente licenciado da Eletronuclear, acusado de receber tal mixaria.

Se um único gerente da Petrobras – eu disse: gerente, não diretor – concordou em devolver quase 100 milhões de dólares que havia embolsado, 4,5 milhões de reais não passam de troco. Coisa de pobre.

O prestígio ainda move o interesse do político em empregar afilhados. Mas há muito que deixou de ser o mais importante.

O roubo é o mais importante. O indicado assume seu cargo sabendo que o usará para roubar e deixar roubar.

Ele foi posto ali para desviar recursos públicos, cobrar comissões de fornecedores e arrancar doações legais ou ilegais para o partido do seu padrinho.

Há mil maneiras de se fazer isso. Cabe ao PT o mérito por algo de fato especial que inventou: a lavagem de dinheiro sujo pela Justiça.

Funciona assim: você aumenta o valor de um contrato. Exige do operador do contrato que doe ao partido ou ao político parte daquela grana a mais que recebeu.

A doação é feita mediante recibo e tudo mais. E declarada à Justiça Eleitoral. Inteligente, não?

O presidente da República que promove o loteamento de cargos públicos é conivente com a corrupção. Porque está cansado de saber para quê o loteamento serve.

Ou você imagina que Lula não sabia que os diretores da Petrobras nomeados por ele foram postos ali para servir a seus padrinhos?

Ou imagina que Dilma, a inocente, não sabe que o setor elétrico, tão caro a ela, é uma fonte inesgotável de recursos para o PMDB?

Tem cacique do PMDB que mandou durante décadas no Porto de Santos, em São Paulo. Para quê? Por que ambicionava os votos dos estivadores?

O “homem incomum” sempre mandou na Eletrobrás. Para quê? Para distribuir gambiarras entre seus eleitores?

Basta de tanto cinismo.

Sérgio Moro em cima de toda essa gente!



29 de julho de 2015
Ricardo Noblat

O PROIBIDÃO DO PORTO

O gigante está sambando. Num ataque crônico de sonambulismo, ele vem requebrando freneticamente -em formidáveis acrobacias para manter Dilma Rousseff no Planalto. A cada novo petardo da Lava Jato expondo a indústria de corrupção montada pelo PT no topo da República, o gigante mostra seu poder de esquiva, No melhor estilo Ronaldinho Gaúcho, ele olha sempre para o lado em que a bola do petrolão não está. E acaba de contrair um doloroso torcicolo, em sua guinada para não ver a literatura explosiva dos bilhetes de Marcelo Odebrecht na cadeia.

O Brasil já mostrara toda a sua ginga ao virar a cara, numa pirueta radical, para o encontro secreto de Dilma com Lewandowski em Portugal. A presidente da República e o presidente do Supremo Tribunal Federal, irmãos de credo, reúem-se às escondidas fora da capital portuguesa, no momento em que o maior escândalo de corrupção da história do país (envolvendo o governo dela) tem seu destino nas mãos da instância judiciária máxima (presidida por ele). Normal. No que o encontro vazou, a dupla explicou tudo: a reunião foi para discutir o reajuste dos servidores da Justiça.

Perfeitamente compreensível. Não há outra forma de discutir salário de funcionários públicos a não ser cruzando o Oceano Atlântico para um cafezinho clandestino. No Brasil, é mais fácil uma aberração dessas virar rap — o Proibidão do Porto — do que acordar a platéia para os riscos que rondam a Operação Lava Jato. Como os brasileiros se cansaram de ver no mensalão - ou pelo visto não se cansaram —, esse gato se esconde com o rabo de fora.

A inabalável posição de Lewandowski pró-mensaleiros, em harmonia com a inabalável lealdade de Dilma aos companheiros apanhados em situação de roubo, é a sinfonia que se repete no petrolão. Entre as cenas que se seguiram ao Proibidão do Porto está o cerco ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha - personagem venenoso que fustiga o governo. Surgiram oportunamente indícios, embalados por declarações providenciais do procurador Janot - um homem providencial - empurrando Cunha para o STF de Lewandowski. O presidente da Câmara respondeu que não vé problema em ser investigado no Supremo, desde que Dilma seja também.

É esse tipo de comentário que faz o gigante rebolar. Como assim, investigar Dilma? Por que investigar a presidenta mulher, mãe, avó e que até tem um cachorro? Que foi perseguida pela ditadura? (Embora hoje não se saiba ao certo quem persegue quem.) De sua cela, Marcelo Odebrecht mandou a resposta: porque ela recebeu dinheiro sujo do petrolão diretamente de uma conta na Suíça para sua campanha presidencial. Que tal? Essa informação foi captada pela Polícia Federal de um celular do empreiteiro preso, em forma cifrada, mas bastante clara. Como já vinha se desenhando com clareza nas delações premiadas, praticamente todas apontando para financiamento de Dilma e do PT com propinas do petrolão, através do ex-tesoureiro Vaccari.

Por uma enorme coincidência, a empreiteira é a mesma em favor da qual Lula é suspeito de fazer tráfico internacional de influência, conforme investigação em curso no Ministério Público. O instituto Lula diz que vários ex-presidentes viajam para defender interesses das empresas de seus países. Resta saber se algum deles recebe cachês estratosféricos das empresas que defendem ou se viaja com uma bolsa BNDES a tiracolo para fazer brotar instantaneamente qualquer obra em qualquer lugar.

O gigante se contorce inteiro para não ver que o petrolão, como o mensalão, é parte de um processo de pilhagem - aí incluídas outras táticas parasitárias como as pedaladas fiscais, tudo a serviço da transfusão de dinheiro público para um grupo político bonzinho se eternizar no poder. O Brasil está comendo o pão que o diabo amassou, mergulhando numa recessão que não segue o panorama mundial, nem continental - e ouve numa boa o companheiro Ricardo Lewandowski declarar, após o Proibidão do Porto, que a derrocada econômica nacional é decorrente da crise de 2008 nos Estados Unidos...

Claro que ninguém perguntou nada ao presidente do STF sobre a conjuntura econômica. Mas não precisa, porque eles estão ensaiadinhos e são desinibidos. A ópera-bufa não tem hora para acabar, enquanto a platéia estiver dormindo.


29 de julho de 2015
Guilherme Fiuza

O HUMOR DO ALPINO...

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20 DE JULHO DE 2015

GERAÇÃO ESPONTÂNEA

O PSDB decidiu aderir oficialmente às manifestações de rua contra o governo Dilma Rousseff anunciando que ajudará na convocação dos “cidadãos indignados” a participarem dos protestos marcados para 16 de agosto próximo.

O partido sentou no banco do carona desse bonde da História, mas o fez propositadamente com leveza. Ao mesmo tempo em que promete empenho no apoio, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, diz que ainda não resolveu se estará presente a algum dos atos. E, se for, avisa, irá “como cidadão”.

Claro, a gente entende. Aparece Aécio Neves no meio de uma manifestação em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte e a ninguém ocorrerá associá-lo ao partido nem ao fato de presidi-lo. Os tucanos pretendem ainda que as pessoas enxerguem o PSDB como “segmento da sociedade”.

Não obstante a inutilidade do sofisma do ponto de vista prático, a prudência faz sentido, pois os tucanos estarão com esse gesto fazendo o teste da rua. Podem se sair bem ou se dar muito mal. Via das dúvidas, eles abrem alas e pedem passagem quase à francesa.

Até então nenhum dos partidos de oposição havia se incorporado aos movimentos, até por receio de rejeição, dada a indisposição com os políticos em geral. Ninguém quer correr o risco de ser rechaçado e virar sócio do governo na vidraça nem ser apontado como oportunista. Daí ser necessário balizar o senso de oportunidade.

Inclusive para não deixar passar a hora de entrar. O êxito das manifestações independe da participação do PSDB ou de qualquer outro partido. As pessoas que até agora foram aos protestos não precisaram de convocações partidárias. Estas poderão incentivar alguns, desestimular outros ou soar indiferentes para a maioria.

Não parece ser o produto numérico o que interessa aos tucanos e sim o resultado político a ser obtido. Nessa altura, se o partido fica de fora estará se distanciando de uma movimentação social que coincide com seus interesses: o desgaste do governo ao qual faz oposição. Portanto, com essa adesão o PSDB quer se associar a essa parcela da população, hoje ao que indicam as pesquisas, majoritária.

Houve tempo em que, minoritária, mesmo os mais ferrenhos oposicionistas preferiam relativizar suas posições. Por exemplo, evitando críticas a Luiz Inácio da Silva, concedendo-lhe mesmo a condição de inatacável, por vezes digno de alianças eleitorais acima dos interesses partidários nacionais.

O cenário mudou, o partido acompanhou. A favor do PSDB, o fato de ter “puxado” o cordão, o que lhe garante o lugar de liderança. Numa situação que vale a pena comparar com duas outras em que a manifestação da sociedade teve papel definitivo em episódios políticos.

Sem pretensão alguma de buscar semelhanças em relação aos desfechos, vamos a elas. Primeiro, por ocasião das manifestações em favor das eleições “Diretas-Já”. A iniciativa surgiu no Parlamento a partir de uma emenda constitucional do deputado Dante de Oliveira, em 1983.

Em torno de sua aprovação, lideranças do PMDB (na época um partido bem diferente) organizaram comícios que viriam a reunir milhões de pessoas em torno de uma ideia-força que era o fim da ditadura.

Quase dez anos depois, a partir de uma iniciativa do Parlamento (CPI do PC Farias) o então presidente Fernando Collor convocaria a população a defendê-lo nas ruas e daria, involuntariamente, início ao movimento dos caras-pintadas.

Os protestos da atualidade que se iniciaram em 2013, são os primeiros a ocorrer por livre e espontânea manifestação daquele ente de quem, segundo a Constituição, emana todo poder.



29 de agosto de 2015
Dora Kramer

ESPERANDO AGOSTO

Com seu prestígio popular no volume morto e enfraquecida politicamente a ponto de não mandar nem mesmo em seus ministros, Dilma Rousseff tem todos os motivos para estar preocupada com o que pode esperar do Congresso Nacional depois do recesso parlamentar. A tal “pauta-bomba” para desgastar ainda mais o governo pode incluir até a apreciação do impeachment da presidente, principalmente se o Tribunal de Contas da União (TCU) vier a recomendar, agora em agosto, a rejeição das contas do Executivo de 2014. Como não tem possibilidade de influir diretamente no comportamento dos parlamentares, Dilma tenta transferir essa responsabilidade para os ministros da “base aliada” e os governadores de Estado.

Com os ministros “aliados” Dilma se reuniu na segunda-feira para lhes dizer o que estão cansados de saber, mas simplesmente não têm demonstrado a menor vontade de pôr em prática: orientar as respectivas bancadas no Congresso a aprovar matérias de interesse do Planalto e rejeitar as que não interessam, principalmente quando se tratar do ajuste fiscal. Afinal, essa é a ideia do “presidencialismo de coalizão” teoricamente em vigor. Aos governadores, convocados para uma reunião amanhã no Planalto, Dilma fará apelo semelhante, usando o argumento principal de que o agravamento do desajuste fiscal no plano federal terá, inevitavelmente, impacto direto nos Estados.

Essas duas iniciativas de Dilma revelam a dimensão de seu isolamento político, que a obriga a depender de terceiros, em muitos casos nada confiáveis, para que possa manter a ilusão de que está governando o País. Não está. Para que estivesse, seria necessário que seu próprio partido, unido e coeso, a apoiasse no Congresso. Não precisaria reunir os ministros dos demais partidos que integram o governo para dizer-lhes que as respectivas bancadas parlamentares têm a obrigação de retribuir, na atuação parlamentar, os benefícios do poder que compartilham. Nem precisaria também fazer de conta que tem alguma autoridade sobre 27 governadores protocolarmente reunidos ao seu redor.

Essas tentativas de salvar a pele de um governo que se equilibra à beira do precipício são publicamente apresentadas como tópicos de um “pacto de governabilidade” em benefício do País. Trata-se de um jogo em que entra a conhecida malandragem petista de exibir o punho cerrado quando está por cima e a mão estendida quando se mete em apuros. Há pouco mais de seis meses, os petistas planejavam consolidar um poder que pretendiam mais hegemônico do que nunca, “cortando as asas” de seu maior aliado, o PMDB, a partir da imposição de um representante de suas fileiras como candidato à presidência da Câmara. Espetacular erro de cálculo.

Em vez de cumprir lealmente os acordos que construíram a base parlamentar de apoio ao governo, gênios políticos petistas encastelados no Planalto continuam fazendo o possível para boicotar o “toma lá” que passou a ser coordenado pelo vice-presidente Michel Temer, atendendo a apelo da própria Dilma. É esse o modo peculiar petista de construir parcerias.

Esperto como ele só, dias atrás Lula soltou o balão de ensaio de um possível entendimento entre o governo e os tucanos em benefício do tal “pacto de governabilidade”. Em vez do habitual punho cerrado, a mão estendida. Teve a resposta que merecia por parte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que recusou uma conversa que só serviria para “salvar o que não deve ser salvo”.

É muito triste verificar que a atual crise política – com seus perversos reflexos econômicos e sociais – provavelmente ainda vai piorar muito antes de começar a melhorar. Afinal, o maior impacto do desgoverno recai sempre, em última instância, sobre os ombros dos cidadãos, principalmente dos mais pobres.

É mais do que hora, portanto, de Lula, Dilma e o PT se darem conta de que perderam a confiança dos brasileiros. Como confiar num partido que apregoa que ama o povo mas se apaixonou pelo poder? Numa presidente incapaz de admitir os próprios erros e que mente em troca de votos? Num autoproclamado Salvador da Pátria que, do alto de um eterno palanque, só consegue enxergar o próprio umbigo? Felizmente, o Brasil começa a despertar desse pesadelo.

29 de agosto de 2015
Estadão

O ESCÂNDALO É ÚNICO: O BRASIL DE LULA E DILMA

Que WikiLeaks, que Swissleaks, que cartéis mexicano e colombiano de drogas, que Fifagate, que nada! O escândalo top do mundo hoje é outro. Nada se lhe compara em grandeza aritmética, ousadia delituosa ou desrespeito a valores éticos. E é coisa nossa! Embora nada tenhamos a nos orgulhar de que o seja. Ao contrário!

Após se ter oposto ferozmente à escolha de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral para dar início à Nova República; à posse e ao governo de José Sarney, a Fernando Collor, que ajudou a derrubar; ao sucessor constitucional deste, Itamar Franco, de cuja ascensão participou; e a Fernando Henrique Cardoso, o Partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao governo federal com seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva, e se lambuzou no pote de mel do poder sem medo de ser feliz.

O primeiro objetivo caiu-lhe no colo como a maçã desabou sobre a cabeça de Newton. Era de uma obviedade acaciana. Sob crítica feroz da oposição, que o PT comandava, os tucanos privatizaram a Telebrás e, devidamente desossado, o filé apetitoso das operadoras de telefones foi devorado na nova administração. Sob as bênçãos e os olhos cúpidos do padim Lula, a telefonia digital foi entregue a consórcios nos quais se associaram algumas operadoras internacionais, com a experiência exigida no ramo, burgueses amigos e fundos de pensão, cujos cofres já vinham sendo arrombados pelos mandachuvas das centrais sindicais. Nunca antes na história deste país houve chance tão boa para mergulhar na banheira de moedas do Tio Patinhas.

Só que o negócio era bom demais para ser administrado em paz. Logo os concessionários se engalfinharam em disputas acionárias, que mobilizaram a Polícia Federal (PF), a Justiça nacional, os órgãos de garantia de combate a monopólios e até instrumentos de arbitragem internacional. No fragor da guerra das teles, os primeiros sinais de maracutaia dividiram as grandes rotas com os aviões de carreira. Sabia-se que naquele pirão tinha caroço. Mas quem ficou com a parte do leão?

Impossível saber, pois este contencioso está enterrado sob sete palmos de terra. Desde o Estado Novo, os sindicatos operários ou patronais administram sem controle externo caixas que têm engordado ao longo do tempo com a cobrança da Contribuição Sindical, que arrecada um dia de trabalho de todo trabalhador formal no Brasil, seja ou não sindicalizado. Sob a égide de Lula, as centrais sindicais foram incluídas na divisão desse bolo gordo e açucarado. E o sistema financeiro, acusado de ser a sanguessuga do suor do trabalhador, incorporou a esse cabedal os fundos de pensão. Sob controle de dirigentes sindicais, estes ocultam uma caixa-preta que ninguém tem poder nem coragem para abrir.

Só que o noticiário sobre tais episódios foi soterrado pela avalanche de denúncias provocada pelas revelações da Ação Penal (AP) 470, já julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conhecida popularmente pela denominação que lhe foi dada pelo delator, Roberto Jefferson – o mensalão. Agora, após seu julgamento ter sido concluído e com os réus condenados, este é visto quase como lana-caprina desde a eclosão de outro mais espetacular: a roubalheira do propinoduto da Petrobrás devassada pela Operação Lava Jato. Mas a cada dia fica mais claro que os dois casos se conectam e se explicam.

A importância de elucidar um crime ao investigar outro foi comprovada quando, na Operação Lava Jato, a PF encontrou nos papéis de Meire Poza, contadora do delator premiado Alberto Youssef, a prova de que o operador do mensalão, Marcos Valério, deu R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, como tinha contado em depoimento referente à AP 470. Segundo Valério, essa quantia evitaria chantagem de Ronan, que ameaçava contar o que Lula e José Dirceu tinham que ver com o sequestro e a morte de Celso Daniel, que era responsável pelo programa de governo na campanha de 2002.

Mas nem essa evidência da conexão Santo André-mensalão-petrolão convence o PSDB a dobrar a oposição do relator da CPI da Petrobrás, Luiz Sérgio (PT-RJ), e levar Ronan a depor, como tem insistido a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). É que os tucanos articulam uma aliança com o atual dono do Diário do Grande ABC para enfrentar o petista Carlos Alberto Grana na eleição municipal de Santo André. E este corpo mole pode dificultar o esclarecimento da verdade toda.

A Lava Jato já produziu fatos antes inimagináveis, como acusações contra os maiores empreiteiros do País e até a prisão de vários deles. É o caso de Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, que presidia o Conselho de Administração da Oi na guerra das teles. Isso revela mais um investigado em mais de um escândalo. Como Pedro Corrêa e José Dirceu, acusados de receber propina da Petrobrás quando cumpriam pena pelo mensalão.

A Consuelo Dieguez, em reportagem da revista Piauí, publicada em setembro de 2012, Haroldo Lima, que tinha sido demitido por Dilma da presidência da Agência Nacional de Petróleo, disse que, no Conselho de Administração da Petrobrás, ele, a presidente e o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli só votavam como o chefe mandava. E agora Lula é investigado por eventual lobby para a Odebrecht no exterior em obras financiadas pelo BNDES, a ser devassado em breve numa CPI na Câmara.

E a Lava Jato chegou à eletricidade. Walter Cardeal, diretor da Eletrobrás que acompanha Dilma desde o Rio Grande do Sul, foi citado na delação de Ricardo Pessoa, tido como chefe do cartel do petrolão, acusado de ter negociado doação de R$ 6,5 milhões à campanha da reeleição dela. Othon Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, foi preso ontem, sob suspeita de ter recebido propina.

Teles, fundos de pensão, Santo André, mensalão, BNDES, eletrolão e petrolão não são casos isolados. Eles compõem um escândalo só, investigado em Portugal, Suíça e EUA: é este Brasil de Lula e Dilma.

29 de julho de 2015
Jose Neumanne

ODEBRECHT DAVA OBRAS DE ARTE AOS DIRIGENTES DA PETROBRAS



Graça recebia presentes de alto valor da Odebrecht
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que a Odebrecht, envolvida com o esquema de corrupção e propinas que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014, presenteou com quadros e pinturas “de alto valor” ex-dirigentes da estatal petrolífera, entre eles os ex-presidentes José Sergio Gabrielli (2005/2012) e Graça Foster (2012/2015).
Na denúncia que apresentou à Justiça Federal na sexta-feira (24) contra o presidente da maior empreiteira do país, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos do grupo – formalmente acusados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa -, o Ministério Público Federal destaca, às páginas 41 e 42, a apreensão de documento na sede da construtora, intitulado “Relação de Brindes Especiais-2010″.
O documento traz “listagem de diversos funcionários da Petrobras, o cargo por eles ocupado e a diretoria a que são vinculados e o respectivo ‘brinde’ recebido”. Os procuradores que subscrevem a denúncia, em 205 páginas, atribuem à Odebrecht pagamento de R$ 389 milhões em propinas para ex-diretores da Petrobras que ocuparam cargos estratégicos na estatal, como Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços).
VOLPI, MEIRELES
Os procuradores afirmam que Rogério Araújo, alto executivo da empreiteira – afastado do cargo depois que foi preso, em 19 de junho, junto com o líder da companhia -, exercia o papel de “remetente da totalidade dos presentes”. Os procuradores concluíram que, pelas anotações, os “brindes” seriam pinturas de artistas como Alfredo Volpi, Cildo Meireles, Armando Romanelli e Oscar Niemeyer.
“A listagem é formada tão somente por funcionários do alto escalão da Petrobras. Como seu presidente à época, José Sergio Gabrielli de Azevedo, os diretores Maria das Graças Foster (na época, diretora de Óleo e Gás), Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Jorge Luiz Zelada (Internacional) e Nestor Cerveró (Internacional), além do então gerente executivo de Engenharia Pedro Barusco”, assinala a Procuradoria da República.
Reforça a suspeita do vínculo de Rogério Araújo com ex-dirigentes da estatal o número de encontros com Renato Duque na sede da Petrobras, no Rio – 256 visitas, entre 2004 e 2012. Nesse período, ele visitou 167 vezes Paulo Roberto Costa e 39 vezes Pedro Barusco. “As provas demonstram claramente a boa relação de Rogério Araújo com funcionários da Petrobras”, dizem os procuradores – segundo eles, Araújo era próximo também de Nestor Cerveró. Gabrielli e Graça foram procurados pela reportagem, mas não quiseram se manifestar.
OUTRO LADO
A defesa de Rogério Araújo esclarece que a relação de brindes trazida na denúncia não se refere a pinturas milionárias, como tem sido a opinião pública levada a entender, mas a reproduções das obras de arte dos artistas mencionados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Dizer que a Odebrecht presenteava dirigentes da Petrobras com “reproduções” de grandes artistas é mais uma candidatura ao troféu Piada do Ano. A criatividade dessa gente é impressionante(C.N.)

29 de julho de 2015
Deu no Estadão

DILMA EXIGE QUE MINISTROS LUTEM CONTRA IMPEACHMENT DELA


A presidente Dilma Rousseff cobrou na segunda-feira (27/7) de 12 ministros que mobilizem as bancadas de seus partidos para impedir que propostas pedindo o seu afastamento do cargo contaminem a pauta do Congresso a partir da próxima semana, quando terminar o recesso parlamentar. Com receio de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), admita a tramitação dos pedidos de impeachment antes mesmo dos protestos marcados para 16 de agosto, o governo iniciou uma estratégia para pôr um freio de arrumação na base aliada.
Em reunião com o vice-presidente Michel Temer e os ministros, na tarde de segunda-feira (27/7), Dilma pediu ajuda para garantir apoio político no Congresso e evitar as manobras de Cunha, que rompeu com o governo após o lobista Júlio Camargo, delator da Operação Lava Jato, acusá-lo de receber US$ 5 milhões em propina. Dilma disse no encontro que o caso de corrupção na Petrobras, revelado pela Lava Jato, provocou instabilidade política e econômica. Segundo dois ministros ouvidos pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a presidente observou que, por causa da sucessão de escândalos, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu um ponto.
A preocupação de Dilma é com o agravamento da crise em agosto, quando o Congresso retoma suas atividades, e com os protestos de rua pelo impeachment convocados em todo o País que na segunda-feira ganharam o apoio formal do PSDB, principal partido de oposição. Segundo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), os tucanos vão utilizar inserções partidárias de TV na próxima semana para estimular a participação popular nos atos pró-impeachment.
PAUTA-BOMBA
Ao falar na segunda-feira sobre os planos do governo para superar dificuldades, Dilma reforçou o pedido para que ministros conversem com deputados e senadores dos partidos aliados com o objetivo de impedir, também, a votação da chamada “pauta-bomba”, que aumenta as despesas e coloca sob risco o ajuste fiscal. Ela chegou a citar o projeto que foi obrigada a vetar, aumentando os salários do Judiciário em até 78,5%.
Na quinta-feira, Dilma vai se reunir com 27 governadores, em mais uma tentativa de obter sustentação política. “Se esperar só da União, não há solução. Eu acho que os governadores serão bons articuladores, especialmente em benefício dos Estados”, comentou Temer, após a reunião de segunda-feira. “Quando se tem aumento de despesas na área federal, isso repercute em cascata nos Estados. De modo que eles serão bons aliados.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quando é a própria presidente que chega a esse ponto de pedir apoio contra o impeachment, é sinal de que já está à espera da cassação. Dilma é primária e amadora. A palavra impeachment jamais poderia ser pronunciada por ela(C.N.)

29 de julho de 2015
Deu no Estadão

O HUMOR DO ALPINO...

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29 de julho de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA CLAUDIO HUMBERTO

CPI DA PETROBRAS QUER CONVOCAR PRESIDENTE DO TCU
A CPI da Petrobras deve apreciar nos próximos dias o requerimento do deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) de convocação do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, para explicar as denúncias de tráfico de influência envolvendo seu filho, advogado Tiago Cedraz. Izalci cita acusações do empreiteiro Ricardo Pessoa à Procuradoria-Geral da República, em acordo de delação premiada.


DEPOIS, PIOROU
Datado de maio, o requerimento do deputado Izalci convocando Aroldo Cedraz é anterior às revelações ainda mais contundentes da Lava Jato.


RICA MESADA
Ricardo Pessoa garante que pagava mesada de R$ 50 mil ao filho do presidente do TCU para obter informações privilegiadas sobre a corte.


RELEVÂNCIA
Izalci considera relevante o presidente do TCU, órgão auxiliar do Poder Legislativo, explicando na CPI suspeitas que pesam contra ele e o filho.


VEXAME INÉDITO
Se a CPI da Petrobras aprovar a convocação de Aroldo Cedraz, será a primeira vez que um presidente do TCU passa por vexame idêntico.

ALMIRANTE PRESO NA LAVA JATO TEM ESTILO TRATOR
Preso por receber propinas de R$4,5 milhões de empreiteiras, o almirante Othon Pereira da Silva, presidente da Eletronuclear, é conhecido por sua inteligência e o estilo “trator”, que atropela regras básicas. Virou alvo de investigação, certa vez, quando usou a “verba secreta” da Marinha para comprar um carro oficial novo em lugar do outro, acidentado. E ainda registrou o veículo em nome do motorista.


IMEXÍVEL
Grande especialista em energia nuclear do País, Othon Pereira da Silva sempre se manteve na direção Eletronuclear.


PROPINODUTO
O almirante Othon Pereira da Silva recebeu R$ 4,5 milhões de propina por meio de operações triangulares, segundo afirma a força-tarefa.


RADIOATIVIDADE
A 16ª fase da Lava-Jato gerou inquietações no Ministério do Turismo, onde Henrique Alves, aliado de Eduardo Cunha, já arruma as gavetas.


O TAMANHO CERTO
A reunião de segunda (27) com Dilma deixou claro, até para ela, que importantes mesmo são os 12 ministros convocados. Parte da crise estaria resolvida com a demissão dos demais, os ministros de segunda.


INDIGNAÇÃO
O deputado JHC (AL), do partido Solidariedade, ficou indignadíssimo com uma nota do deputado Paulinho da Força apoiando Tiago Cedraz, um dos implicados na Lava Jato. JHC vai reagir de forma contundente.


DEM NO COMANDO DE CPI
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, articula com o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), a presidência da CPI dos fundos de pensão. Desde o início do ano, Mendonça pede o comando dessa CPI.


NUNCA ANTES NA HISTÓRIA
O senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) viu as mais graves crises da História, de Getúlio a Fernando Collor, de Jânio ao golpe de 1964, mas nada como a atual crise política e econômica. Porém, está otimista: ele acredita em solução negociada que pacifique o País.


UNANIMIDADE
O governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), desagrada políticos de todos os partidos, de oposição à base. O PSD, do vice Renato Santana, critica a falta de autonomia das regiões administrativas.


MAU AGOURO
De ruim para péssima é a expectativa de economistas e analistas, em relação à reunião do Copom: todos apostam no aumento da taxa de juros, entre 0,25% ou 0,50%. Quem aposta no mais erra menos, dizem.


DIFERENTE
O deputado estadual Edilson Silva, do PSOL paulista, defende corajosamente o Uber e, de quebra, bate nos taxistas e no transporte coletivo da prefeitura paulistana, que é do PT.


MEMÓRIA
Ao tomar o poder, o jovem Fidel classificou taxistas de Havana como o grupo mais reacionário dos operários da época. Donos do próprio meio de produção, inviabilizavam qualquer projeto coletivo ou comunista.


PENSANDO BEM...
...com perspectiva de perder selo de bom pagador, Brasil se tornou seguro só no mundo imaginário de Dilma.



29 de julho de 2015
coluna

UTC ATUOU NO TCU PARA EXCLUIR CONCORRENTES E GANHAR OBRAS DE ANGRA 2

TCU MANDOU A ELETRONUCLEAR CONTINUAR LICITAÇÃO SOB SUSPEITA

Auditores do Unidade Técnica do Tribunal de Contas de União chegaram a recomendar a suspensão do edital de pré-qualificação, em 2011, lançado pela Eletronuclear para as obras da Usina Nuclear Angra 3, mas os ministros do TCU mandaram continuar a licitação, agora alvo da Operação Lava Jato. A investigação culminou com a prisão do presidente da estatal, almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Em depoimento sob acordo de delação premiada, o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, chefe do clube vip das empreiteiras que se apossaram de contratos bilionários da Petrobrás, afirmou que pagava R$ 50 mil por mês ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, para ter acesso a informações privilegiadas sobre assuntos do seu interesse. A UTC e outras empresas enroladas na Lava Jato integravam o Consórcio Una 3, interessado no contrato.

Pessoa também afirma haver contratado Tiago Cedraz para atuar em um caso sobre a Usina de Angra 3, que discutia licitação para obras de R$ 2 bilhões, e disse que repassou ao escritório dele R$ 1 milhão para supostamemte serem entregues ao ministro Raimundo Carreiro, relator do processo em que a área técnica do TCU recomendava a suspensão do edital. O relatório de Carreiro recomendou a continuidade da licitação pública, que na prática excluiu os concorrentes da UTC.

Também em delação premiada, o ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini afirmou que o edital de pré-qualificação de Angra 3 continha cláusulas "propositalmente restritivas à concorrência com o intuito de restringir a competição às empreiteiras mancomunadas com o Othon Luiz, as quais prometeram o pagamento de vantagens indevidas ao gestor público".

O Ministério Público Federal estima que os pagamentos de propina podem ter chegado a R$ 30 milhões, valor corresponde a 1% dos contratos de cerca de R$ 3 bilhões, firmados pela Eletronuclear com empresas consorciadas, entre as quais a UTC e a Andrade Gutierrez.


29 de julho de 2015
diário do poder

COMO O IMPEAHCMENT DE COLLOR PODE INSPIRAR O DE DILMA

Contexto

Naquele 15 de março de 1990, Fernando Collor de Mello se tornou o primeiro presidente brasileiro eleito por voto direto em quase três décadas. Mesmo assim, o termo “impeachment” não findou numa palavra temida pela imprensa. Além de discussões sobre o impedimento de um ou outro político menos relevante, discutia-se bastante a possibilidade de queda de Erundina, prefeita de São Paulo, e Brizola, governador do Rio de Janeiro – eleito um ano depois.
Vasculhando o acervo da Folha de São Paulo, descobre-se que a possibilidade de interrupção do mandato de Collor surge primeiro com uma primeira derrota no STF já em junho de 1990. Após o esmagador 9×0, o ministro Celso de Mello, relator do caso, alerta que a “reedição de medidas rejeitadas” deveria ser entendida como crime de responsabilidade, o que poderia justificar uma abertura de processo.
Mas é só – ou “já”, uma vez que havia se passado apenas 18 meses de governo Collor –  em setembro de 1991 que o assunto ganha força. Exatos dez anos antes da queda do World Trade Center, Jânio de Freitas comenta em coluna que a ideia já seria “audível” em Brasília. E é num debate na Folha de São Paulo que Aloizio Mercadante deixa a entender que o “o impeachment de Collor” estava na mira do PT.

De 29 de setembro de 1991 a 29 de setembro de 1992

Um ano antes de Collor ser derrotado na câmara dos deputados, Mercadante ouve de FHC que a ideia de derrubar o presidente soaria um golpe nas instituições democráticas. Mas o então presidente comete um erro que sairia caro. E, dois dias depois, responde à provocação enraizando o assunto na pauta. Com o debate em curso, a Folha voltaria a citar o termo “impeachment” 32 vezes naquele outubro.
Começa ali um período de 366 dias em que Collor, que tão alto apostara e se dera bem na campanha, passa a colecionar derrotas consecutivas. Em 31 de julho de 1992, afirma que só sai do Planalto morto. Em 14 de agosto, pede para que os brasileiros vistam verde e amarelo apoiando-o. No dia seguinte, os cariocas vão às ruas de preto. No dia 19, o presidente ofereceum bilhão de dólares aos congressistas de forma a aliviarem a investigação já em curso. Três dias depois, decide ir à TV pedir para não ser deixado só. Numa última cartada, apela ao STF, mas em 24 de setembro descobre que os votos que decidirão seu destino serão abertos e transmitidos pela TV.

As semelhanças com 2015

Revirar o baú da Folha naquele período é estranhar já ter lido algo parecido no noticiário recente. Além da acusação de “golpe”, surge também, como alternativa ao impeachment – ou ainda como saída mais saudável – a volta do parlamentarismo. A fala de Aloysio Nunes em 4 de outubro de 1991 em muito lembra a sua recente postura sobre o impedimento de Dilma Rousseff. E uma pesquisa aponta Lula, a exemplo de Aécio (candidato derrotado no segundo turno na eleição anterior), à frente na corrida presidencial àquela altura do campeonato. Até a aversão aos militares é lembrada em algumas manchetes. Mas a primeira voz jurídica a favor do processo não é Ives Gandra, e, sim, Celso Bandeira de Mello.

E as diferenças

Contudo, chama muito mais atenção as diferenças do que ocorreu no período. A começar pela postura da própria Folha de São Paulo. Se hoje é tão cautelosa ao encarar a pauta, já dedicava um editorial ao tema em 08 de outubro de 1991. O mesmo serve para outras entidades e intelectuais que hoje fecham a cara para este debate.
A OAB o discute no mesmo outubro de 1991. A CUT se organiza em novembro, o mesmo mês em que Lula, principal nome da oposição, deixa bem claro o posicionamento a favor. A CNBB exige punição aos culpados, enquanto a classe artística, inspirada na postura de Jô Soares, convoca os próprios protestos em agosto de 1992.
Nomes que hoje compõem a tropa ministerial de Dilma logo cedo se posicionaram. O atual ministro da educação, por exemplo, deixou bem claro sua intenção ainda em outubro de 1991. Em junho de 1992, a maioria dos parlamentares parece estar em cima do muro. Mas a Folha dá como possível a vitória no final de agosto.

Políticos se convenciam aos poucos

Logo cedo, no PMDB, Requião e Quércia ecoam a postura do PT. O jogo até começa a mudar após a capa da Veja com Pedro Collor. Mas os principais líderes só começam a descer do muro depois que Renan Calheiros se volta contra o conterrâneo na CPI.  Um mês depois, a oposição já estaria projetando o que seria um governo Itamar. Brizola, temeroso de um impeachment no Rio, só cede à ideia em 21 de agosto, depois de Sarney e antes de FHC. A gota d’água é o abandono do PFL, até então um ferrenho defensor do mandato em curso.

Mas e o povo?

Já se discutia o impeachment de Collor há quase 10 meses quando a oposição se tocou que não tinha o devido apoio popular. Em 26 de maio de 1992, apenas 43% dos brasileiros defendem o impedimento do presidente. Em julho, 53% dos eleitores se dizem a favor, assim como 62% dos parlamentares. Só em 06 de agosto, PMDB, PSDB e PT decidem convocar protestos e trabalhar uma maior adesão nas ruas.
A tática surte efeito. Ao final do mês, 70% dos cidadãos concordam com a queda do Presidente. Quando ela de fato vem, oito em cada 10 brasileiros a aprovam.

E os protestos?

Ao contrário do que se acredita, não foi o povo quem exigiu atitudes de seus representantes. Foram as entidades políticas que buscaram referendar junto à opinião pública a vontade interna de mudar o comando do país. Tanto que os primeiros protestos ocorrem tarde e sem qualquer encanto. Já era julho de 1992 quando 400 pessoas tomam a iniciativa de ir às ruas reclamar as denúncias de Pedro Collor e Renan Calheiros. Na primeira semana de agosto, o PT se esforça, mas só consegue reunir 10 mil militantes nas quatro principais capitais do país.
A coisa começa a mudar quando Collor, em 14 de agosto, convoca o exército verde e amarelo. No dia 15, já são 10 mil marchando de preto no Rio de Janeiro. Em 16 de agosto, por volta de 50 mil se mobilizam em alguns grandes centros.
A grande data, no entanto, ao contrário do que hoje se noticia, é 25 de agosto de 1992. É quando meio milhão de brasileiros protesta em 31 cidades pela queda do presidente da república. Depois deste dia, Collor perde quase todo o apoio que ainda restava.

Queda de Collor vira questão de tempo

Após um hiato entre janeiro e abril de 1992, o assunto impeachment voltou com tudo no que Pedro Collor surge na capa da Veja. Dois meses depois, parlamentares diziam ter as provas necessárias para incriminar o presidente. O povo só entra na equação em agosto, referendando todos os esforços da CPI em curso.
Com 930 dias de mandato, o primeiro presidente eleito com voto direto em 29 anos sofre, na câmara dos deputados, uma derrota incontestável. Eram esperados 396 votos, mas o placar fecha em 441 a 33 para a felicidade de meio milhão de brasileiros que foram às ruas acompanhar a votação. No dia seguinte, a bolsa de valores reage positivamente. O vice presidente assume interinamente até dezembro daquele mesmo ano, quando Collor renuncia e o senado cassa-lhe o mandato e os direitos políticos por 8 anos.

Inspiração

No restante daquele mandato, o Brasil retomaria o crescimento, recriaria os empregos perdidos, renegociaria a dívida externa e dominaria a até então incontrolável hiperinflação. Mas tudo isso só foi possível porque a nação como um todo tomou uma decisão de coragem, que era a de tirar do comando um corrupto que apenas servia para desencorajar qualquer aproximação de pessoas bem intencionadas.
No 30 de setembro de 1992, a Folha de São Paulo não teve medo de chamar aquela de “vitória da democracia”. No que estava corretíssima. Falta hoje em dia, no entanto, a mesma coragem que sobrou décadas atrás não só à imprensa, mas a toda a massa formadora de opinião. Isso precisa ser mudado. E o próximo 16 de agosto pode ser crucial, a exemplo do ocorrido há 23 anos.
1992-09-30 - Vitória da democracia

29 de julho de 2015
Marlos Ápyus, in implicante