"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O HUMOR DO MIGUEL

migueljc
 
09 de fevereiro de 2014

FRASES DE NELSON RODRIGUES - PARTE 2


 
 

"Hoje, o não-marxista sente-se marginalizado, uma espécie de leproso político, ideológico, cultural etc etc. 
Só um herói, ou um santo, ou um louco, ousaria 
confessar publicamente: 
Meus senhores e minhas senhoras, 
eu não sou marxista, nunca fui marxista. 
E mais: 
considero os marxistas de minhas relações uns débeis mentais de babar na gravata'." 
 
 
"Havia, aqui, por toda parte, 'amantes espirituais de Stalin'. 

 
Eram jornalistas, intelectuais, poetas, romancistas. 
Outros punham nas paredes retratos de Stalin. 
Era uma pederastia idealizada, utópica e fotográfica." 

 
"Não há ninguém mais bobo do que um esquerdista sincero. 
Ele não sabe nada. 
Apenas aceita o que meia dúzia de imbecis lhe dão para dizer." 

 
"No Brasil, só se é intelectual, artista, cineasta, arquiteto, ciclista ou 
mata-mosquito com a aquiescência, com o aval das esquerdas." 

 
"A liberdade é mais importante do que o pão." 

 
"Com o tempo e o uso, todas as palavras se degradam. 
Por exemplo: liberdade. 
Outrora nobilíssima, passou por todas as objeções. 
Os regimes mais canalhas nascem e prosperam em nome da liberdade." 

 
"Outrora, o remador de Bem-Hur era um escravo, mas furioso. 
Remava as 24 horas por dia, porque não havia outro remédio 
e por causa das chicotadas. 
Mas, se pudesse, botaria formicida no café dos tiranos. 
Em nosso tempo, o socialismo inventou outra forma de escravidão: 
a escravidão consentida e até agradecida." 

 
"Em muitos casos, a raiva contra o subdesenvolvimento é profissional. 
Uns morrem de fome, outros vivem dela, com generosa abundância."

 
"O povo é um débil mental. Digo isso sem nenhuma crueldade. 
Foi sempre assim e assim será, eternamente." 
 
 
"Hoje, o sujeito prefere que lhe xinguem a mãe e não o chamem de 
reacionário." 

 
"Ah, os nossos libertários! Bem os conheço, bem os conheço. 
Querem a própria liberdade! A dos outros, não. 
Que se dane a liberdade alheia. 
Berram contra todos os regimes de força, 
mas cada qual tem no bolso a sua ditadura." 

 
"Ainda ontem dizia o Otto Lara Resende: 'O cinema é uma maneira fácil de 
ser intelectual sem ler e sem pensar'. 
Mas não só o cinema dá uma carteirinha de intelectual profundo. 
Também o socialismo. 
Sim, o socialismo é outra maneira facílima de ser intelectual sem ligar duas idéias." 

 
"Marx roubou-nos a vida eterna, a minha e a do Otto Lara Resende. Pois exigimos que ele nos devolva a nossa alma imortal." 

 
"O homem só é feliz pelo supérfluo. No comunismo, só se tem o essencial. 
Que coisa abominável e ridícula!" 

 
"Diz o dr. Alceu que a Revolução Russa é 'o maior acontecimento do século'. Como se engana o velho mestre! 
O 'maior acontecimento do século' é o 
fracasso dessa mesma revolução."

 
"O brasileiro não está preparado para ser 'o maior do mundo' em coisa 
nenhuma. 
Ser 'o maior do mundo' em qualquer coisa, mesmo em cuspe à 
distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade." 

 
"Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas; 
hoje, os idiotas pensam pelos melhores. 
Criou-se uma situação realmente trágica: 
ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina." 

"Antigamente, o silêncio era dos imbecis; 
hoje, são os melhores que emudecem. 
O grito, a ênfase, o gesto, o punho cerrado, estão com os idiotas 
de ambos os sexos."

"Quando os amigos deixam de jantar com os amigos 
[por causa da ideologia], 
é porque o país está maduro para a carnificina." 

 
"Eu amo a juventude como tal. 
O que eu abomino é o jovem idiota, o jovem 
inepto, que escreve nas paredes 'É proibido proibir' 
e carrega cartazes de 
Lenin, Mao, Guevara e Fidel, autores de proibições mais brutais." 

"Qualquer indivíduo é mais importante que toda a Via Láctea." 

"As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado." 

"Sou contra a pílula, e ainda mais contra a ciência que a inventou; 
a saúde pública que a permite; e o amor que a toma." 

"A solidão começou para o verdadeiro católico. 
Tomem nota: ainda seremos o maior povo ex-católico do mundo." 

"A mais tola das virtudes é a idade. 
Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? 
Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as 
idades. " 

 
"Deve-se ler pouco e reler muito. 
Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. 
E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos." 

 
"Em nosso século, o 'grande homem' pode ser, ao mesmo tempo, 
uma boa besta." 

 
"Invejo a burrice porque é eterna."

09 de fevereiro de 2014
in graça no país das maravilhas

FRASES DE NELSON RODRIGUES - PARTE 1


 


 
"Tão parecidos, Stálin e Hitler, tão gêmeos, 
tão construídos de ódio. 
Ninguém mais Stálin do que Hitler, 
ninguém mais Hitler do que Stálin." 

 
"Rússia, China e Cuba são nações que assassinaram todas as liberdades, 

 
todos os direitos humanos, que desumanizaram o homem 
e o transformaram no anti-homem, na anti-pessoa. 
A história socialista é um gigantesco mural de sangue e excremento." 

 
"Na velha Rússia, dizia um possesso dostoievskiano: 
'Se Deus não existe tudo é permitido'. 
Hoje, a coisa não se coloca em termos sobrenaturais. 
Não mais. 
Tudo agora é permitido se houver uma ideologia." 

 
"No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. 
É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, 
apenas respirando." 

 
"Como a nossa burguesia é marxista! E não só a alta burguesia. 
Por toda parte só esbarramos, só tropeçamos em marxistas. 
Um turista que por aqui passasse havia de anotar em seu caderninho: 
'O Brasil tem 100 milhões de marxistas'." 
"Toda unanimidade é burra."
 
 
09 de fevereiro de 2014
in graça no país das maravilhas

É O CALOR

‘Alguém tem que assumir a culpa, minha filha! Sensação térmica de 51 graus, alguém tem que ser responsável’

Pode acontecer. A moça do tempo na TV entra no bar com um grupo de amigos. É recebida com óbvio desconforto pelos frequentadores do bar. Ouve-se um zum-zum-zum de desaprovação à sua presença. O grupo da moça ocupa uma mesa. Depois de algum tempo, um homem da mesa ao lado não se contém e pergunta:

— Você não é a moça do tempo, na TV?

A moça diz que é, sorrindo, mas o homem não sorri. Pergunta:

— Até quando vai esse calor?

— Pois é — diz a moça, ainda sorrindo. — Está difícil de prever. Tem uma zona de pressão na...

— Não — interrompe o homem. — Não me venha com zona de pressão. Chega de enrolação.

Uma mulher de outra mesa se manifesta:

— Há dias que você põe a culpa pelo calor nessa zona de pressão. E não toma providências.

— Minha senhora, eu...

Outros começam a gritar.

— Sensação térmica de 51 graus. Onde já se viu isso?

— Não dá mais para aguentar!

— Faça alguma coisa!

A moça do tempo na TV agora está em pânico.

— O que eu posso fazer? Eu só descrevo o tempo. Não tenho o poder de...

— Alguém tem que assumir a culpa, minha filha! Sensação térmica de 51 graus, alguém tem que ser responsável.

— A culpa é da Natureza!

— Rá. Natureza. Muito bonito. Muito conveniente. É como culpar a corrupção pela índole do brasileiro. Aqui ninguém tem culpa de ser corrupto, é a índole. A índole do tempo, num país tropical, é essa. E quem pode reclamar da índole? Ou da Natureza? De você nós podemos reclamar, querida.

— Mas a culpa não é minha!

— Estamos cansados do seu distanciamento enquanto mostra no mapa que o calor só vai aumentar. Seu ar superior, como se não tivesse nada a ver com aquilo. Chega!

A mesa da moça do tempo na TV está cercada. Caras raivosas. Ameaça de violência. A moça do tempo na TV se ergue e grita:

— Esta bem! Está bem! Amanhã eu faço chegar uma frente fria. Eu prometo!

As pessoas se acalmam. Todos voltam para as suas mesas. O garçom vem tirar o pedido do grupo da moça do tempo na TV e tenta explicar:

— É o calor... O pessoal fica meio louco.

 
09 de fevereiro de 2014
Luis Fernando Verissimo, O Globo

UM LIVRO ABERTO NA INTERNET

Ao abrir e-mail e ver propagandas com seu perfil, usuário deveria suspeitar que privacidade está sendo quebrada

O conflito no mundo digital, particularmente nos Estados Unidos e na Europa, entre duas das gigantes da tecnologia no mundo, Google e Microsoft, revela não só a grande relevância do tema privacidade e proteção de dados pessoais na internet, mas também denuncia o desinteresse dos usuários brasileiros e a falta de tratamento legal no país. Denominada de scroogled (acrônimo da palavra inglesa screw, “ferrar-se”, com o nome da concorrente Google), a campanha de marketing da Microsoft tenta conscientizar os usuários da internet a fazerem a opção por serviços (correio eletrônico, sítios e redes sociais) que não coletem, nem armazenem dados de seus usuários.

A coleta de dados pessoais de usuários como dados de navegação, conteúdos de e-mails, rede de contatos, até as palavras digitadas emposts, dentre outras manifestações virtuais, permite que alguns desses prestadores de serviço possam criar um perfil de consumo personalizado, que facilite o direcionamento das propagandas que são vendidas por eles próprios.

Quando um usuário abre sua conta de webmail e verifica propagandas de produtos e serviço que são condizentes com o seu estilo de vida ou profissão, deveria suspeitar que sua privacidade está sendo quebrada e, muito provavelmente, suas mensagens estão sendo lidas pelo provedor de e-mails. A permissão para coleta irrestrita de informações, contudo, não deveria se limitar ao concordo ou não concordo das políticas de privacidade dos prestadores de serviços on-line e ser objeto de regulamentação legal. É por este motivo que o projeto do Marco Civil da internet traz diversas disposições sobre a guarda e proteção dos dados privados dos usuários.

Sem reafirmar apenas o óbvio, que as comunicações são invioláveis por força da Constituição Federal, o projeto regula o armazenamento de dados pelos prestadores de serviços e as formas de acesso destes pelo Poder Público, especialmente para facilitar investigações de crimes cibernéticos.

Mesmo com todo o avanço legislativo que o Marco Civil representará quando aprovado, não está claro que o usuário simplesmente possa fazer a opção de não autorizar a coleta de dados pessoais para fins diversos da investigação penal. Ao que parece, bastará o prestador informar que coletará os dados para que esta seja permitida, restando ao usuário a opção de se excluir digitalmente.

Com o recente ingresso da Mozzila, dona do navegador Firefox, na campanha contra a Google e enquanto a proteção legal da privacidade e de dados pessoais na internet não alcançar a dimensão necessária, esta será ponto de destaque das campanhas de marketing na briga pela preferência dos usuários.

ENTRE O POSSÍVEL E O PROVÁVEL

 
 
09 de fevereiro de 2014
João Bosco Rabello, O Estado de S. Paulo

DELÚBIO PARA O BANCO CENTRAL

O Brasil está preocupado à toa com a inflação estourando a meta, com os aumentos escorchantes das mensalidades escolares e de todos os preços não administrados, com a disparada do dólar, a subida dos juros e o crescimento pífio.
Os brasileiros votam no PT há um tempão e, mesmo assim, ainda não aprenderam que, com os petistas no poder, não há risco de faltar dinheiro. Foi preciso uma demonstração de força dos mensaleiros presos para acalmar o mercado.

As estrelas encarceradas do PT, como se sabe, são muito influentes. Ao longo de todo o arrastado processo do mensalão, passando anos na condição de réu, e mesmo depois de denunciado por corrupção ativa e formação de quadrilha, José Dirceu levou vida normal.
Ou melhor: levou vida anormal, para um réu acusado de crimes tão graves. Na penumbra ou à luz do dia, sua mão continuou a ser beijada por políticos em geral, aí inclusos governadores e ministros de Estado. Os aniversários de Dirceu nunca deixaram de ser uma alegre reunião de cúpula da república petista & associados.

O Brasil achou isso tudo normalíssimo. Por que governadores e ministros corriam o risco do desgaste de ir beijar a mão de Dirceu, um político proscrito, acusado de chefiar o maior esquema de corrupção da história da República? Não bastaria puxar o saco de Lula e de Dilma para cativar o lugar no Olimpo petista? Um mistério. Igualmente misteriosa foi a campanha para reintegrar Delúbio Soares ao PT. O ex-tesoureiro acusado de operar o mensalão com Marcos Valério tinha sido expulso do partido após o estouro do escândalo. Recebeu assim o carimbo de culpado dos próprios companheiros. Por que o PT inteiro se mobilizou para trazer de volta essa figura queimada, publicamente associada à ladroagem dos cofres públicos? Outro mistério.

Com o andar da carruagem e a desenvoltura dos condenados que cerram os punhos para o céu, esses mistérios deixam de parecer tão misteriosos. Por que o governo popular e o partido do Lula, ou vice-versa, não evitam os presidiários mensaleiros nem em véspera de eleição, com todo o desgaste que isso pode trazer? É simples. Porque os mensaleiros têm o dom de fazer aparecer dinheiro quando e onde os companheiros precisarem.

O ex-expulso Delúbio mostrou à nação o que é o verdadeiro poder econômico. Condenado a pagar uma multa de R$ 466.888 pelos crimes do mensalão, Delúbio arrecadou - em pouco mais de uma semana - a bagatela de R$ 1 milhão. Mais que o dobro do necessário, em tempo recorde, para mostrar, de uma vez por todas, que dinheiro não é problema neste país - pelo menos para quem tem estrela no peito e sabe poupar.

Antes de montar seu site para doações, Delúbio já começara a forrar seu caixa com um adiantamento oferecido pelo PT, extraído do que sobrara da arrecadação de mais de meio milhão de reais para pagar a multa de José Genoino. Como se vê, o dinheiro sobra. A formidável sobra de Delúbio será repassada aos caixas de José Dirceu e João Paulo Cunha, e assim por diante. As astronômicas multas do mensalão não fizeram nem cócegas nas finanças dos mensaleiros. É quase como se fossem bem-vindas, um estímulo a mais para os companheiros mostrarem que país rico é país sem pobreza - e partido rico é partido com o tesoureiro certo.

O dinheiro desviado pelo escândalo do mensalão - algo em torno de R$ 150 milhões, até onde o Ministério Público conseguiu enxergar ninguém sabe onde foi parar. Apesar do julgamento apoteótico no Supremo tribunal Federal, o processo revela apenas que R$ 32 milhões foi a quantia flagrada em distribuição para os companheiros leais. O resto da dinheirama lavrada pelo valerioduto nos cofres da nação, e entregue ao PT, sumiu.

O sucesso arrebatador da arrecadação de Delúbio e seus amigos vem comprovar mais um admirável equilíbrio da natureza: se há o dinheiro que some, há o dinheiro que aparece.

O Brasil está perdendo tempo em discussões intermináveis sobre política macroeconômica, terremoto cambial, drenagem de investimentos nos mercados emergentes -especialmente os emergentes que maquiam suas contas. Nada disso é problema. É hora de mandar às favas os escrúpulos de consciência e botar Delúbio Soares na presidência do Banco Central. Chega de intermediários.

09 de fevereiro de 2014
Guilherme Fiuza, Revista Época

AS CAUSAS DA INFLAÇÃO


Em seu primeiro pronunciamento como ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante elogiou a equipe econômica liderada por Guido Mantega e destacou que o governo mantém "compromisso com o controle da inflação". Será verdade mesmo?

A esquerda costuma atribuir a inflação à ganância dos empresários ou então a fatores exógenos, como uma colheita ruim. Por isso, sempre demanda taxas de juros menores e gastos públicos maiores. Não compreende o que causa, de fato, a inflação.

A perda do poder de compra da moeda, ou seja, a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo, depende da lei da oferta e demanda. Se é o governo que controla a oferta monetária, claro que o aumento da quantidade de dinheiro na economia é uma decisão política. Se um falsificador criasse dinheiro da noite para o dia, todos entenderiam quão prejudicial isso seria aos demais; quando é o governo que cria mais moeda, isso é visto como algo positivo.

Muitos confundem dinheiro com riqueza. Acabam defendendo a ilusão de que o governo pode aumentar a riqueza real expandindo a circulação de dinheiro e crédito. Se bastasse imprimir moeda, o Zimbábue e a Venezuela seriam países de Primeiro Mundo.

A política inflacionária costuma ser bastante popular no começo, quando seus efeitos perversos ainda não apareceram. Aqueles que demandam tal política estão focando apenas o seu lado da equação. O que desejam é um aumento na demanda e nos preços daqueles bens e serviços que vendem, enquanto gostariam de ver os demais preços inalterados. A ignorância do público é indispensável à política inflacionária. Mas não é possível enganar a todos o tempo todo. Quando muitos notam que o aumento dos preços é generalizado, então os planos inflacionários entram em colapso. Surge a indexação ou a fuga para outras moedas, como podemos ver agora na Argentina.

O poder de impressão de dinheiro nas mãos do governo sempre foi um enorme risco para a liberdade e a prosperidade dos povos. O recurso inflacionário garante ao governo os fundos que ele não conseguiria captar por meio de impostos diretos ou emissão de dívida, mecanismos mais visíveis e, portanto, impopulares. O aumento do gasto público acaba financiado pela emissão de moeda e crédito sem lastro, gerando inflação. Milton Friedman (1912-2006), prêmio Nobel de Economia, mostrou que a inflação é sempre um fenômeno monetário. Não se trata do resultado da ganância dos empresários, que é similar na Suíça e no Brasil. Tampouco é fruto de colheitas ruins, o que levaria apenas a uma mudança de preços relativos.

Quando todos os preços estão subindo juntos, é porque há moeda ou crédito demais na economia. Sendo o governo o responsável por controlar tais agregados, naturalmente a inflação é sua cria direta. Apenas para ilustrar, a Caixa tem expandido sua carteira em 40% ao ano e o BNDES em 20%. As barreiras ao livre mercado agravam o problema, por limitar a concorrência. Como instrumento de combate ao risco inflacionário, os países desenvolvidos criaram bancos centrais independentes, com a função de mirar em metas de inflação bem definidas.

O Brasil está bem atrasado nesse aspecto. Nosso Banco Central não é independente por lei nem goza de autonomia operacional na prática, principalmente sob o governo Dilma. A meta de inflação de 4,5%, elevada para padrões internacionais, é ignorada há anos. O governo alega que mantém a inflação dentro do limite de 6,5%, mas ignora que a banda existe para casos esporádicos. No fundo, a verdadeira meta é o topo da banda. Sem falar dos preços administrados pelo governo, que estão congelados de maneira insustentável. Analisando um ano isolado, pode parecer pouco. Mas, quando vemos o efeito composto no tempo, o estrago é enorme. Uma inflação de 6% ao ano representa uma perda acumulada de quase 80% em uma década.

Trata-se do pior tipo de "imposto" para os mais pobres. A perda de credibilidade do BC acaba jogando mais lenha na fogueira inflacionária, pois aumenta as expectativas futuras dos agentes, criando certa inércia e indexação. Trata-se de uma equivocada política do governo Dilma, que expande gastos e crédito, sem produzir crescimento econômico. É preciso cortar gastos públicos e instituir a independência do Banco Central urgentemente.

Pela fala de Mercadante, porém, vemos que o governo Dilma prefere negar a realidade e insistir no processo inflacionário. Perde o Brasil.
 
09 de fevereiro de 2014
Rodrigo Constantino, Veja

A CUBANA RODA A BAIANA


Nenhum brasileiro assinaria um contrato como o imposto à médica cubana pelos irmãos Castro

"Rodar a baiana” é uma gíria brasileira. A médica Ramona Matos Rodríguez, que estava em Pacajá, no Pará, não deve conhecer essa expressão. Significa tirar a limpo uma situação, armar um barraco e tomar satisfação com alguém. A gíria nada tem a ver com os baianos, que costumam ser mais de ginga que de briga. A origem é o Carnaval carioca do passado, quando capoeiristas se fantasiavam de baianas, para reagir aos rapazes que beliscavam as moças nos blocos de rua.

Ramona era um dos mais de 7 mil médicos cubanos contratados pelo Brasil para uma missão louvável: atender as populações brasileiras totalmente desassistidas em municípios do interior. Ela desgarrou do bloco e rodou a baiana. Foi parar no barracão de Ronaldo Caiado, deputado federal do DEM. Péssima escolha de Ramona, já que Caiado é um dos símbolos da direita ruralista. Poderia ter-se abrigado no gabinete de Eduardo Suplicy. Ele perceberia como são violados os direitos humanos e trabalhistas de Ramona. Caiado a adotou como trunfo político. Ela pediu asilo porque se sente explorada – e também porque divergir do Estado cubano é crime passível de prisão.

A deserção de Ramona expõe fraturas inadmissíveis do Mais Médicos. Uma coisa é alguém ir como voluntário para um país em guerra, calamidade ou emergência. Você vai sem ganhar nada, movido pela solidariedade. Outra coisa é o profissional se mudar para o exterior num período sabático, com uma bolsa, para uma especialização. Sabe que ganhará menos. O caso do Mais Médicos é diferente. Em contrato de trabalho, o Brasil paga R$ 10 mil mensais a cada médico estrangeiro. Mas os cubanos só embolsam R$ 1.000. Do “resto”, cerca de R$ 1.500 são dados às famílias dos médicos em Cuba. E o “excedente”, R$ 7.500, vai para os donos dos passes: os irmãos Castro, eternizados no poder pela repressão e pela ausência de eleições.

Não dá para acreditar que Ramona ignorasse as restrições antes de vir para cá. Ela diz que não tinha internet e não sabia que ganharia menos que os outros médicos estrangeiros. Conta outra, Ramona. Mas, ao rodar a baiana, ela teve um mérito: exibiu o contrato entre Brasil e Cuba. Tornou públicas as irregularidades. Você engole? Estamos mal-acostumados com nossa liberdade, após a ditadura militar que produziu crimes horrendos como a morte do deputado Rubens Paiva? Queria ver um brasileiro, de qualquer ideologia, assinar um contrato com as cláusulas impostas pelo Estado cubano aos médicos.

Vamos só imaginar. O Brasil cederá médicos a um país africano que contrata estrangeiros. E aí, meu camarada, o negócio é o seguinte. Você só poderá tirar férias no Brasil, nada de viajar pela África, Europa, Ásia, esquece. Você será obrigado a relatar às autoridades brasileiras se receber visita de amigos ou parentes. Também não poderá se casar com estrangeiros, mesmo que eventualmente se apaixone. O Estado brasileiro ficará com 75% do salário que o país contratante pagar, tudo bem, companheiro? E você ganhará só 25%. Tem de se virar, afinal você é um profissional da Saúde e, por isso, um missionário. Ainda há um detalhe: mulher, marido, filhos não são autorizados a acompanhar você. Ficarão no Brasil. E não reclama lá fora não, porque estamos com sua família aqui, e você sabe que quem diverge do Estado brasileiro é de direita, contrarrevolucionário, reacionário e, por isso, um elemento antissocial, contra os pobres e carentes. Deve ser recolhido aos presídios. Imaginou?

Não faço ideia se Ramona conseguirá asilo no Brasil. Ou se continuará a trabalhar como médica. Conhecemos todos o destino dos boxeadores cubanos que buscaram asilo nos Jogos Pan-Americanos e foram mandados de volta para Havana por Lula, num avião da Venezuela de Chávez. Não sei se Ramona conseguirá asilo em Miami. Se eu precisasse me exilar em Miami, seria infeliz... Asilo, exílio, refúgio e deserção são gestos de desespero de cidadãos de uma ditadura, tolhidos nos direitos mais básicos, como a liberdade de expressão.

O episódio protagonizado por Ramona abriu fissuras num programa útil no sertão e nos confins do Brasil. O Mais Médicos não resolve as deficiências da Saúde, mas ajuda milhões de brasileiros a ter uma primeira avaliação ou diagnóstico. Se o pedido de refúgio de Ramona for imitado por seus colegas, aí Dilma, Lula e os irmãos Castro deverão se reunir, em torno de uma cachaça ou um rum envelhecidos, para reformular o Mais Médicos. E torná-lo justo e profissional.

09 de fevereiro de 2014
Ruth de Aquino, Revista Época

CONVERSA POR DEDUÇÃO


Sabe a.... a... aquela, você sabe....a loirinha.... prima da.... como é mesmo o nome... aquela que morava na rua atrás do clube... aquele clube que teu irmão jogava futebol com o... tsk, que futebol, o quê. Tênis, jogava tênis! Sabe?

Antes era só com minha mãe que eu conversava desse modo, tentando preencher os pontinhos deixados em branco. Mas hoje em dia tem sido com as amigas também. Entramos na fase da conversa por dedução. E dessa fase não sairemos mais. Não vivas.

Vocês já foram nesse restaurante novo que abriu? Esse que foi matéria ontem no... Vocês sabem, me ajudem, esse que foi superbem comentado pela... Ah, não importa, andam dizendo que é onde se come o melhor linguado ao molho de maracujá. Não: de manga. Linguado nada, eu quis dizer salmão. Salmão ao molho de manga. Isso. Já foram lá?

Completar uma frase tem sido tarefa de adivinhação. Não sei com você, mas eu não consigo mais lembrar o nome de artistas, de filmes, de lugares. Mal consigo dizer corretamente o nome das filhas, e são apena duas. Quem tem três – e acerta – vira meu herói.

É sabido que nosso cérebro está com lotação esgotada. É informação demais para processar, não há como manter o estoque, é preciso jogar no lixo o que não serve mais. Aquela atriz... aquela bonitona... me escapa o nome agora. Pois bem, em sua biografia, ela comenta que, quando esquecemos um nome, o melhor é deixar pra lá e seguir em frente, mais adiante a lembrança retorna espontaneamente. Muito bem. Assim tenho levado a vida, aguardando a volta de palavras que debandaram.

Sim, quero o CPF na nota. É 439136... não, 37... esquece, esse é meu RG. O CPF é 30055082... Calma, acabei de te dar o telefone do meu escritório.

Aguardo a volta dos números também.

Caduquice de velha? Olha: não é. Tenho visto muita criança de 30 anos que também está custando para levar uma frase até o final sem se perder nos “como é mesmo?”. A questão é que estamos sobrecarregados de tal forma que esquecer passou a ser mais comum do que lembrar. E os bate-papos agora são assim, um tentando adivinhar o que o outro está querendo dizer.

Estou indo para Ibiraquera, aluguei uma casa. Falei Ibiraquera? Perequê, Perequê! Fica ali pertinho de... de... Porto Belo, obrigada. Só voltaremos depois do Natal. Depois do Carnaval, isso. Muito tempo, né? Estou levando quatro livros... Esse novo da Fernanda Montenegro... Hein? Torres. Fernanda Torres. Um de um australiano, canadense, uma coisa assim. Um sobre a vida da Jane Fonda. E outro daquele cara que tu gosta, o Stephen... Philip Roth, esse aí. E um monte de palavras cruzadas, prescrição médica.

Jane Fonda, claro. Como é que pude esquecer?
 
09 de fevereiro de 2014
Martha Medeiros, Zero Hora

MUDARIA O NATAL, OU MUDEI EU?


O que resta daquele partido que nasceu para mudar o Brasil, uma vez que o jogo duplo continua?

Amanhã, dia 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores completa 34 anos de fundação. Esse fato me levou a perguntar se esse partido se manteve fiel aos princípios ideológicos que determinaram sua fundação e se, durante tantos anos no governo, realizou o que prometera a seus eleitores.

Antes de tentar responder a essas questões, devo advertir o leitor de que sei muito bem que as coisas mudam e é comum um partido político não cumprir com o que prometeu e desviar-se dos princípios que lhe deram origem. O que me interessa aqui é verificar o que mudou, se é que mudou, e por quê. Para chegarmos a isso, é imprescindível conhecer o documento de fundação do partido.

No caso do PT, esse documento é o manifesto de 21 de outubro de 1980, em que o novo partido se apresenta como porta-voz das "grandes maiorias que constroem a riqueza da Nação" e que querem agora "falar por si próprias".

Mas não apenas falar, elas pretendem, segundo o documento, criar "uma sociedade que responda aos interesses dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo capitalismo". Consequentemente, o PT "nasce da decisão dos explorados de lutar contra um sistema econômico e político que não pode resolver seus problemas, pois só existe para beneficiar uma minoria de privilegiados". Esse sistema seria substituído por "uma nova forma de democracia", "onde não haja nem explorados nem exploradores".

Explicitado o que diz esse manifesto, o novo partido, que nascia então, tinha por objetivo criar uma sociedade dirigida pelos explorados (ou seja, pelo proletariado), e não pelos capitalistas, e assim constituir uma nova democracia, governada por um partido único, cujo objetivo seria a sociedade sem classes.

Trata-se, portanto, de uma versão dissimulada do manifesto comunista de 1848. O novo partido era, portanto, incompatível com o capitalismo, tanto assim que, em 1988, quando foi promulgada a nova constituição democrática, o PT se negou a assiná-la, alegando que ela não correspondia a seus objetivos políticos.

Essa atitude antidemocracia burguesa prevaleceu na pregação do PT até as eleições de 2002, quando, após sucessivas derrotas eleitorais, abaixou o tom e aliou-se a setores da burguesia para ganhar as eleições presidenciais que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República.

No governo, Lula adotou o mesmo jogo duplo que nas eleições, ou melhor, aprofundou-o: enquanto dava Bolsa Família aos explorados, usava o BNDES para emprestar dinheiro público, a juros abaixo do mercado, aos exploradores capitalistas.

Mas, como não podia ignorar os compromissos assumidos em favor da "nova democracia" nem do projeto, implícito no manifesto, de nunca mais deixar o poder, passou a comprar os partidos da base parlamentar com dinheiro público, para não lhes conceder ministérios ou direção de empresas estatais. Essa compra de parlamentares virou um escândalo que ficou conhecido como mensalão. Lula, depois de admitir que aquilo era verdade, afirmou que se tratava de caixa dois, o que todos os partidos faziam. E assim, conforme as próprias palavras do seu líder, o PT se tornara um partido igual aos demais. Deixara de ser revolucionário, tornando-se corrupto como muitos outros.

Mas isso não ficou nas palavras de seu líder máximo, pois se tornou verdade por decisão da Suprema Corte de Justiça do país, que condenou algumas das principais figuras do PT por peculato, formação de quadrilha e outros crimes.

Lembram-se da campanha feita pelo PT contra a privatização da Telefônica? Pois é, isso fazia parte de seus princípios anticapitalistas e, por isso mesmo, Lula e Dilma tudo fizeram para não privatizar as rodovias, os portos e aeroportos. Agora, em face da crise que ameaça a economia do país, Dilma foi obrigada a se dobrar à realidade e violar o princípio ideológico do partido.

E a aliança com os partidos burgueses, ruralistas e evangélicos? Seria essa a nova democracia de que falava o manifesto de 1980? A pergunta, pois, é o que resta daquele partido que nasceu para mudar o Brasil, uma vez que o jogo duplo continua: Dilma foi a Davos para mostrar lealdade aos princípios que regem o capitalismo e, em seguida, a Cuba para limpar a barra.

BAFAFÁ À MINEIRA


 
09 de fevereiro de 2014
Humberto Werneck, O Estado de S. Paulo

DO PECADO À ABSOLVIÇÃO ORIGINAL

 

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Esta tribuna publicou diversos artigos de juristas e advogados sobre os 30 anos de vigência da Lei de Execução Penal enquanto rolavam cabeças em Pedrinhas, no Maranhão, e os números da criminalidade explodiam pelo País afora.

De modo geral, repetiam os argumentos de sempre:
 
É preciso soltar mais porque prender não resolve nada” e “as medidas preconizadas na lei não foram aplicadas“.

Começo por este último. Essa não é a exata expressão da verdade. Como acontece com 99% das leis brasileiras, também as medidas preconizadas nesta são impossíveis de ser aplicadas.

E o absoluto descaso com a aplicabilidade das leis que se redigem por aqui é a principal causa, longe da segunda, da desmoralização geral de uma Justiça que é tão fanática na sua preferência pelo texto em detrimento de qualquer outra consideração de ordem prática que, também na hora de julgar, coloca-o muito à frente dos fatos.

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Quase 80% dos nossos julgamentos são decididos pelo que se chama eufemisticamente de “vício formal“, e não pelo mérito. Matou ou não matou? Roubou ou não roubou? Não interessa. O que decide o destino do réu é se o ponto de interrogação estava ou não estava no lugar correto e se os depoimentos foram ou não colhidos na hora marcada.

Por que prevalece esse absurdo, mesmo sendo tão velho e manifestamente absurdo? Porque ter o poder de decidir em função da vírgula, e não do fato, vale muuuuito dinheiro para os chamados “operadores da Justiça“. O tanto que um ser humano, em especial os daquele tipo que se deixa cevar no dinheiro fácil do crime impune, está disposto a pagar para seguir impunemente fazendo dinheiro fácil.

São duas indústrias que se alimentam uma à outra, portanto, a do crime envolvendo dinheiro grosso e a do formalismo posto agressiva e dolosamente acima da lógica e do mero bom senso, a serviço da in-Justiça ou da des-Justiça.

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Nossa Lei de Execução Penal, cabe lembrar também, é aquela que transforma a tal “dosimetria da pena” naquele exercício esotérico que se viu no julgamento do mensalão que faz tanto bem para a credibilidade da Justiça brasileira quanto a matemática criativa do dr. Mantega para a credibilidade da economia de dona Dilma. É um verdadeiro jogo de truco em que nenhuma carta vale o valor de face.

Dos crimes praticados, só uma porcentagem ínfima chega aos tribunais e, destes, uma ainda muito menor chega a uma condenação. E mesmo desse restolho só as penas acima de “oito anos“, com os anos adicionais divididos por seis, resultam em prisão de fato…

E, no entanto, todos os agentes desse sistema continuam afirmando que o remédio para o resultado desastroso de soltar tanto e tão mal (porque solta-se mais quem mais merece ficar preso) é soltar mais ainda. O problema não está, aliás, em soltar ou não soltar, mas, sim, em fazê-lo muito mais em função de arbítrio que de critérios relativos à qualidade do crime cometido.

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A premissa que embala essa outra distorção, muito mais venenosa que a primeira, é a de que a principal função da prisão é “reformar” quem vai preso, e não proteger quem continua solto. Ela decorre, por sua vez, da mentira mestra segundo a qual não existe maldade neste mundo. É falso o arquétipo da natureza humana acatado por todos os povos de todos os tempos. Aqui não há Caim nem Abel.

No Brasil das nossas escolas “progressistas“, recriado recorrentemente, com indiscutível competência técnica, nas vulgatas de Jacarepaguá, mesmo o criminoso que não hesita em atirar bebês para serem moídos por trituradores de lixo, sequestrar criancinhas com o concurso de assassinas psicopatas e internar a irmã sã em manicômios para tomar o que é dela é apenas e tão somente uma vítima inocente da sociedade que se regenera milagrosamente e se transforma em herói assim que finalmente entende o que “fizeram com ele“.

Esse personagem recorrente, que reencarna de novela em novela, é o retrato fiel da norma eleita como politicamente correta – isto é, a única que pode ser afirmada livre de execração e apedrejamento moral na praça pública da mídia – segundo a qual o brasileiro está prévia e automaticamente dispensado de fazer qualquer coisa por si mesmo; está sempre e antecipadamente isento de responsabilidade por seus atos. Seja o que for que fizer ou abrir mão de fazer, a culpa será sempre “da família“, “da sociedade“, “do Estado” ou “dos ianques“, mas nunca dele próprio.

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A cereja desse bolo de absurdos, que se traduz nos horrores que os jornais que precedem as novelas exibem, ultimamente ao vivo, fica por conta do sindicato desses juristas e advogados que clamam pela “modernidade” de um código de execuções penais que, na hora de prescrever benefícios, não faz grandes distinções entre ladrões de penosas e assassinos e estupradores de crianças, todos vítimas de “iniquidades” prévias.

Pois a outrora gloriosa OAB colocou fora da lei a advocacia “pro bono” (gratuita e “para o bem“), que poderia reduzir à metade a população das nossas prisões, que se tornam monstruosas, principalmente e antes de tudo, em função da superlotação, fato que constitui ignomínia única em todo o mundo civilizado.

Graças a isso, entra década, sai década, seguimos convivendo, sob o silêncio cúmplice dos que podiam mudar essa situação, com o dado medieval – e a consequente carga de ódios incuráveis – de ter trancadas nas nossas prisões centenas de milhares de pessoas sem culpa formada ou com a pena já cumprida, mas sem dinheiro para comprar as maravilhas curativas do código de execuções penais.

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Para terminar, cabe mencionar outra ausência notória desse debate. Outra ausência notória, aliás, da realidade brasileira como um todo. Trata-se da boa e velha democracia, aquele regime cujo primeiro fundamento é a igualdade perante a lei.

Quando começarem a prender político ladrão, funcionário público ladrão e ladrão rico; quando eles passarem a ser julgados pelos mesmos tribunais que julgam os outros; quando passarem a ser presos nas mesmas prisões em que os outros são presos, veremos a “questão carcerária” ser consertada como que por encanto.
O resto, data vênia, é conversa pra boi dormir.

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09 de fevereiro de 2014
Artigo publicado originalmente em O Estado de S. Paulo de 5/2/2014
in vespeiro

MULHER DE PIZZOLATO: GLOBO RECEBEU R$ 5 MILHÕES DO VISANET

Ao ser abordada por jornalistas no sábado, quando tentava visitar seu companheiro Henrique Pizzolato, Andrea Haas disparou críticas pesadas às Organizações Globo. Disse que os recursos da Visanet, uma “empresa privada”, foram aplicados em diversos veículos de comunicação. Andrea afirmou ainda que a Globo foi a maior beneficiada, recebendo R$ 5 milhões.

Com a voz embargada, Andrea se dirigiu a uma repórter da Globo e a lembrou da acusação de sonegação fiscal que pesa contra a emissora dos Marinho. “Ele está preso e vocês da Globo estão devendo dinheiro público, isso é uma vergonha, mais de R$ 700 milhões”, diz ela.

Recentemente, a Globo foi autuada em R$ 713 milhões pela Receita Federal, em razão de uma suposta fraude tributária na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.

Sobre a Visanet, embora tenha ficado demonstrado em diversas auditorias que os recursos foram efetivamente pagos aos veículos de comunicação, o Supremo Tribunal Federal entendeu que tais verbas foram desviadas para abastecer o chamado “mensalão”.

“Vocês da Globo estão devendo dinheiro público e o outro está ali preso, mesmo tendo aplicado tudo corretamente”.

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/02/09/mulher-de-pizzolato-globo-recebeu-r-5-milhoes/

(texto enviado por Mário Assis)

09 de fevereiro de 2014
Deu no site 247

QUANTO CUSTA CADA TERCEIRIZADO?


Todo mundo já sabe que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro possui mais de 10 mil terceirizados, comissionados e estagiários, que custam mais de 200 milhões de reais por ano.
Mas você sabe quanto custa cada terceirizado?

Antes de responder, vamos falar sobre o servidor concursado, que estudou muito, ficou noites sem dormir para aprender a matéria, gastou com cursinhos e apostilas, disputou a vaga com dezenas de milhares de concorrentes, foi aprovado e passou a sofrer à espera de um milagre, ou de uma convocação, o que é mais ou menos a mesma coisa.
Pois bem. Depois de tudo isso, entrou no TJ ganhando R$ 3.518,13.

O terceirizado não precisou aprender nenhuma matéria; não perdeu noites de sono; não gastou um centavo com cursinho ou apostila; não disputou a vaga com ninguém; ainda assim, por conhecer a pessoa “certa” ou a empresa terceirizada “certa”, entrou no TJ sem concurso e ganhando R$ 4.193,99.

E o mais curioso nesta matemática louca do TJ: o concursado, aquele do segundo parágrafo, que estudou e disputou a vaga, só vai conseguir alcançar o patamar salarial do terceirizado quando atingir a classe B, padrão 5, do plano de cargos, o que tem levado, em média, 14 (quatorze) anos. E até lá, claro, o terceirizado já ganhará muito mais.

RELATÓRIO DIZ TUDO

Para exemplificar, segue abaixo relatório da função terceirizada de “Analista de fiscalização e acompanhamento de contratos”, com remuneração de R$ 4.193,99. Com os encargos, cada terceirizado custa ao TJ, por mês, R$ 9.125,83. Não precisa ter curso superior. E ele fiscaliza contratos que envolvem centenas de milhões de reais.

Só para esta função, o TJ contratou 161 (cento e sessenta e um) terceirizados, que custam mensalmente R$ 1.469.258,63; o custo total com a empresa terceirizada, em dois anos, será de R$ 35.262.207,12.

Trina e cinco milhões de reais. Só em um único contrato para 161 terceirizados. Dinheiro Público. E o TJ alega faltar dinheiro para convocar servidores e fazer o que é obrigação do TJ: levar justiça à população!

Algumas questões que precisam ser explicadas:

1)      Qual a formação exigida do terceirizado para “fiscalizar” os contratos do TJ?

2)      Quantos contratos o TJ tem, para justificar esse batalhão só de “fiscais”?

3)      Essa função não deveria ser exercida por um servidor efetivo do TJ, tendo em vista a enorme possibilidade de fraude?

4)      Como saber se o contratado não é amigo ou parente de alguém da empresa “fiscalizada”? E, quando for, quem vai aplicar a regra de impedimento ou suspeição? O dono da empresa terceirizada, que o contratou?

5)      Por que o terceirizado, mesmo sem curso superior, sem concurso e sem preparo específico, entra no TJ ganhando mais do que o servidor concursado?
E em seus discursos, a Administração afirma: “estamos valorizando o servidor”…

(Matéria enviada pelo comentarista Paulo Peres)

09 de fevereiro de 2014
Deu no site do Sind-Justiça/RJ

PAREDE DE PRÉDIO DE TATUADOR PRESO TEM PICHAÇÃO DE BLACK BLOCS


O tatuador Fábio Raposo Barbosa foi preso hoje, no Rio de Janeiro. - Wilton Júnior/Estadão


RIO – Numa parede do prédio onde mora o tatuador Fábio Raposo Barbosa, de 22 anos, preso e indiciado por envolvimento na explosão do rojão que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade durante protesto na última quinta-feira no Rio, estão pichadas as frases “black bloc” e “fuck the police”, segundo o delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, que investiga o caso.

Foram apreendidos três telefones celulares, a memória do computador de Barbosa e a bermuda e a camiseta que ele usava durante o protesto. A polícia vai pedir a quebra de sigilo dos aparelhos para avançar na investigação.

Segundo o delegado, caso Barbosa integre alguma organização e fique provado que já praticou atos em conjunto com esse grupo, o tatuador pode ser enquadrado também pelo crime de organização criminosa.

O perfil de Barbosa na rede social Facebook foi desativada antes de sua prisão, mas uma equipe especializada da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) tenta recuperar a página.

O delegado confirmou que o advogado de Raposo está tentando convencê-lo a aderir à delação premiada. Nesse caso, ele prestaria informações sobre o suspeito de detonar o rojão por vantagens como a atenuação de uma futura pena ou mesmo a revogação da prisão temporária pela Justiça.
A prisão temporária foi ordenada por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Segundo a polícia, o tatuador continua resistente a prestar informações e está temeroso por conta das ameaças recebidas em telefonemas anônimos de pessoas que exigiram que ele assumisse sozinho a culpa pelo episódio. A polícia vai investigar essas ameaças. A polícia acredita que os dois suspeitos se conheciam.

ESTAMOS A SERVIÇO DOS HIPER-SUPER-MEGA-RICOS

 

 

 
O Orçamento da União para 2014 dispensa comentários, ou resta dúvida de vivermos uma dividocracia, naturalmente a serviço dos hiper-super-mega-ricos?

Destacando:
“Enquanto a dívida pública absorverá mais de 42% dos recursos orçamentários em 2014, a saúde ficará com menos de 4% e a educação com pouco mais de 3%.
Os transportes receberão apenas 1% dos recursos e a segurança pública bem menos: 0,35%.”

Veem para que serve a tecnociência? Fala sério! Onde estão os camburões, os batalhões de choque, por que não mesmo os torturadores (relevem, todos temos nosso momento de besta-fera) para esses criminosos do tipo com pena, verdadeiros genocidas?

Que lindo não seria reduzir a carga tributária em 2/5?
Saudações libertárias.

09 de fevereiro de 2014
Humberto Guedes

CIRCULA NA INTERNET UM TEXTO RIDICULARIZANDO O DIPLOMA FALSO DO EX-MINISTRO ALEXANDRE PADILHA

 

Faz sucesso na internet o diploma de Doutorado do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deixou o cargo para se candidatar a governador de São Paulo.

A imagem do alardeado título acadêmico é acompanhada de um texto explicativo, mostrando que o diploma é fruto de uma grande armação, pois as informações não batem, estão todas erradas, e por esse motivo o ex-ministro está até respondendo a processo administrativo no Conselho Regional de Medicina.

Tudo isso demonstra a que ponto chegamos em matéria de ética na política.


ESTE É O NOSSO MINISTRO DA SAÚDE!

Depois de declarar em entrevista no Programa do Jô que é Especialista em Infectologia e este título não constar nos registros das entidades responsáveis, tendo sido convocado pelo Conselho Regional de Medicina do Pará para responder a processo ético, o ministro da Saúde apresentou diploma da USP, com informações que levam a crer que o mesmo teria sido “fabricado”… agora.
Atente para os detalhes:

1 – O diploma, datado de 2001, afirma que o ministro teria realizado a residência em três anos, de 01 de fevereiro de 1998 a 31 de janeiro de 2001. Ocorre que naquela época a especialização durava apenas dois anos, o que só veio a mudar em 2004.

2 – Em 1998 a residência em infectologia começava em janeiro e não em fevereiro. Isso também só mudou em 2004.

3 – O diploma apresentado é assinado pelos ATUAIS coordenadores da residência e não pelos coordenadores de 2001. (!!!)

4 – O diploma jamais foi registrado na CNRM (Comissão Nacional de Residência Médica), nem na AMB (Associação Médica Brasileira) e nem no CRM-PA (Conselho Regional de Medicina do Pará) onde está inscrito atualmente.

5 – Além do mais o diploma  foi expedido (datado) no mesmo dia da conclusão do curso ( 31 de Janeiro de 2001). Como isso é possível ? Nem para falsificar o diploma, prestando atenção aos detalhes,  essa gente tem competência !! E acham que podem governar o Brasil !
Alguém se lembra do doutorado falso da Dilma? Nesse ponto, a identidade entre “presidenta” e “ministro” é total !!!

09 de fevereiro de 2014
Celso Serra

O ESCÂNDALO DOS PRECATÓRIOS EM SÃO PAULO (AMANHÃ)

 

O Conselho Nacional de Justiça deu prazo até 17 de fevereiro para que o Tribunal de Justiça de São Paulo envie informações sobre o precatório de R$ 4 bilhões, do Parque Villa Lobos, e sobre os estratosféricos honorários advocatícios de R$ 400 milhões, pagos pela Fazenda do Estado de São Paulo, com juros moratórios ilegais.
Com absoluta exclusividade, a denúncia desses pagamentos irregulares foi divulgada só por este Blog em abril de 2010. E continuamos trabalhando com exclusividade, porque a mídia não se interessa por assuntos sem importância como este.

09 de fevereiro de 2014
Carlos Newton

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 09/02
 
 
09 de fevereiro de 2014


SOCORRO!!!


 
André Vargas (é o braço esquerdo, seu jumento!), José Guimarães (aquele da cueca, irmão do Genoíno), Vicentinho e Benedita.

Partido bom taí! Isso é que é gente de qualidade, o resto é sacanagem!
 
09 de fevereiro de 2014

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO

O PT SOZINHO

Deu na edição deste domingo no jornal O Globo: "Parte do PMDB quer maior afastamento do governo Dilma". E no sutiã mostra a razão: "Deputados insatisfeitos com espaço na Esplanada ameaçam votações".

Ah tem um monte de versão nas entrelinhas: 1ª) "Insatisfeitos com espaço" quer dizer, na verdade, com a "falta de espaço" com que Dilma lhes mostra seu desdém; 2ª) "Ameaçam votações" não significa outra coisa do que senão "vão votar contra, a menos que..."; 3ª) Não se trata, nem de longe, daquela votação de outubro vermelho, são votaçõezinhas de churumelas palacianas, boas para eles mesmo e ninguém mais.

De qualquer forma, o recado está aí, o PMDB sabe que o PT sabe mais do que ele e do que todo mundo e mais um pouco que, em qualquer eleição, o PT sozinho está pessimamente mal acompanhado.

DEVERES
Em Ribeirão Preto, Lula da Silva, presidente de honra do PT, defendeu os mensaleiros e reverberou que "juiz do STF não deve fazer política". Então tá. E político não deve se meter a fazer justiça. Até porque acabaria condenado por si mesmo. Outra coisa que dono de partido político não deve é roubar; deveria também não deixar roubar.

O CULPADO
Pensando bem, se Lula - até aqui sem dar um pio sobre o mensalão - agora tem autoridade e liberdade bastante para julgar que os juízes do Supremo julgaram errado os mensaleiros, então é porque ele sabe de tudo aquilo que sempre disse não saber sobre o mensalão que sempre disse não existir. Qual é a farsa, afinal? No fundo, no fundo, o grande culpado pela prisão dos mensaleiros se chama Lula da Silva. Ele saiu do governo e prometeu que se dedicaria, "em tempo integral", a provar que o mensalão era "uma farsa". Lá se foram quatro anos de palestras pelas Áfricas, de rolos com a pandilha de Rosemary, sua telefonista predileta, de consultas pelo SUS no Sìrio-Libanês e ele nada provou. Os companheiros estão na Papuda e em outros complexos similares. Todos muito bem tratados, em boa companhia, todos doidinhos para trabalhar e se sentindo como se estivessem em casa.

INÉRCIA
Sem mais o que dizer para justificar sua inércia como chefe da Casa Civil, Gleisi Hofmann diz agora que "máquina pública sofre de acomodação e inércia". Epa! Ela está falando da máquina montada pelo próprio governo Dilma dentro do mais puro modelito Lula. Não é a troco de nada que Lula estabeleceu a "estratégia da coalizão pela governabilidade" como cartilha para Dilma. Ela fez, como ele: terceirizou a administração pública com cabos-eleitorais sem qualificação profissional e sem qualquer aptidão funcional. No Brasil da Silva, os paraquedistas mandam e desmandam nos servidores de carreira que, em contrapartida adotam a operação tartaruga sem que os aspones bem comissionados e mal preparados cheguem a se dar conta do merecido boicote. E o brasileiro que se lixe.

SUSPEITO
A manchete: "Suspeito de ter repassado rojão que feriu cinegrafista da Band é preso no Rio". O cara foi filmado andando numa boa ao lado do blackbosta que disparou o artefato e é chamado de "suspeito". Suspeito, somos eu e você que não saímos de casa... Entrementes, magnânima, Dilma Vana "presta" solidariedade ao profissional ferido. Ah, bom. Agora vai.

SOLIDARIEDADE
Cá pra nós e que ninguém nos leia e nem nos ouça, mas essa coisa de político "prestar solidariedade" em momentos pesados e nefastos é de um cinismo oceânico, que nem mesmo o mais ingênuo filho de Eva desses paraísos que igrejas de esquina andam loteando, tem saco para crer e aguentar. É como telefonar dizendo "estamos juntos nessa!".

ENFIM, SEGURANÇA
Enfim, uma boa nova para a segurança da "Copa das Copas" que Lula inventou e Dilma encampou noque deveria ser o Ano das Eleições Presidenciais: "Protestos contra Copa colocaram em risco Hnerique Alves e dois ministros. Epa! Opa! Pô, Henrique Alves é o presidente da Câmara Federal! E dois ministros são donos de 5% dos 39 mais valorizados prédios destinados pelo governo Dilma à sesmaria que atende pelo nome de Esplanada dos Ministérios. Agora, o bicho vai pegar. Com essa pandilha correndo perigo, enfim a Copa terá segurança.

I/MOBILIDADE URBANA
Enquanto isso, as obras de mobilidade urbana - apelido de transporte, segurança, suporte à saúde, comunicações, infraestrutura, acessos, estacionamentos e coisas e tal e loisa e o escambau - estão todas atrasadas. Cansado de receber chute nos glúteos, Aldo Rebelo dessa vez vai deixar que Jerome Valcke, o secretário-geral da Fifa dona do Brasil da Silva que se meteu a fazer a Copa, converse diretamente com Dilma Vana. Com ela, talvez o caixeiro-viajante de Joseph Blatter, entenda de uma vez por todas o que é mesmo que o governo brasileiro quer dizer com a expressão "pátria de chuteiras".

NUMA FRIA
Deu no Estadão Online: "Médicos cubanos moram em repúblicas e vivem de cesta básica". Teve um médico que veio de Havana que disse aos repórteres em tom mal-agradecido à graciosa atenção que recebeu de Padilha e Raúl Castro: "Ganho menos que enfermeira". Tá, meu doutor. Mas, com diploma ou sem diploma? E outra coisa: só por isso, meu? Quer dizer que, se enfermeira ganhar menos, fica bom?!? Fica a impressão de que esse cubano está querendo até organizar o regime escravagista que o aflige. Faz sentido? Coitados. Estão perdidos. Entraram numa fria.

WALTER, A ESPERANÇA DA COPA
Cadernos de esporte: "Com gol do estreante Walter, Fluminense bate o Flamengo". Bate, não. Tripudia. Triginou: 3 x 0. E o "estreante" é um idoso que está beirando os 60 anos de carreira e carrega uma barriga de 99 quilos de futebol. Não é coisa assim que se ressalve como uma "vitória" da terceira idade; é o fracasso explícito da bola murcha que o brasileiro anda jogando. O sucesso de Walter é a minha esperança de que a seleção dos cartolas da CBF não passa pela Croácia, na primeira fase da Copa.

 STF SOB NOVA DIREÇÃO
Em plena edição da marcha eleitoreira por Padilha no governo de São Paulo que o PT chama de "Caravana Horizonte Paulista", Lula da Silva faz proselitismo e aproveita para dar aulas aos ministros do Supremo Tribunal sobre como devem se comportar sob nova direção. Ricardo Lewandowski assume, agora em março, a presidência da mais alta corte de Justiça do país. O Brasil que se prepare.

ATO FALHO
No meio de seus ataques de verborragia, Lula acaba cometendo atos falhos. Empolgado com ele mesmo, lá pelas tantas, em Ribeirão Preto, na tal edição da "caravana horizonte paulista", o bem-remunerado presidente de honra do PT, colecionador de escândalos rouquejou: "Não fizemos tudo que poderíamos ter feito, mas vamos fazer ainda mais". Epa! Isso é uma ameaça. Mais que previsível, partindo de quem parte. Prepare-se então que o PT vai não fazer muito mais ainda do que não fez e poderia ter feito. É a marcha pela inércia. Própria daqueles para quem o trabalho não é a sua praia.

Ó RAIOS!
Dúvida de um observador lusitano: - Ó raios! O que faz essa gaja que tem poderes para desembarcar uma comitiva presidencial num restaurante às margens do Tejo, em Lisboa, que não determina a natureza a parar com esses raios que atingem a rede elétrica do país que ela comanda?
 
09 de fevereiro de 2014
sanatório da notícia