"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

EX-ASSESSOR DE GEDDEL É INTERROGADO POR DESVIO NO TRANSPORTE ESCOLAR NA BAHIA

OPERAÇÃO VIGILANTE
ESQUEMA REVELADO PELA OPERAÇÃO VIGILANTE TERIA GERADO PREJUÍZO DE R$ 3 MILHÕES


ESQUEMA REVELADO PELA OPERAÇÃO VIGILANTE TERIA GERADO PREJUÍZO DE R$ 3 MILHÕES

O subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Governo, Leonardo Américo Silveira de Oliveira, ex-assessor do ex-ministro Geddel Vieira Lima se apresentou nesta segunda-feira 28, na Superintendência da Polícia Federal na Bahia, onde foi interrogado sobre os fatos da Operação Vigilante, deflagrada na última sexta-feira, 25, para apurar um esquema de desvio de dinheiro destinado ao transporte escolar na Bahia que teria causado um prejuízo de R$ 3 milhões.

Leonardo Américo foi alvo de um mandado de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor - mas não foi encontrado na sexta-feira pelas autoridades. Ele já foi interrogado e deixou a sede da PF na Bahia. Segundo divulgou o Ministério da Transparência, ele é ligado à empresa Serbem Serviços e Locações, que presta serviço de transporte escolar em Malhada de Pedras, município a cerca de 560 quilômetros de Salvador.

Além dele, o vice-prefeito eleito de Malhada, no interior do Estado, Anselmo Boa Sorte foi detido e deve ser encaminhado ao presídio de Vitória da Conquista (BA).

Durante as investigações, segundo a PF, foram identificadas fraudes em licitação, com direcionamento, para contratação de empresa vinculada a gestores municipais; superfaturamento mediante adulteração de quilometragem de linhas percorridas; e cobrança pela prestação de serviço de transporte, em dias sem atividade escolar. Em alguns casos, a quilometragem cobrada era mais do que o dobro da distância real percorrida.

Participaram da operação, na sexta-feira, cerca de 90 pessoas, entre policiais e auditores da Controladoria-Geral da União. Foram emitidos dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, oito conduções coercitivas, três medidas cautelares e 15 mandados de busca e apreensão, nos municípios baianos de Malhada de Pedras, Salvador Alagoinhas, Itagibá e São José do Jacuípe.

Os envolvidos devem responder pelos crimes de responsabilidade, fraudes em licitação, organização criminosa, além de atos de improbidade. O nome da Operação faz referência a dois aspectos: primeiro, deriva do nome da empresa utilizada pela organização criminosa, que em tupi, significa vigilante; segundo, uma alusão a órgãos de controle, que estão vigilantes quanto aos desvios de recursos públicos. (AE)


28 de novembro de 2016
diário do poder

A GENÉTICA, OS BICHOS E O QUE VOCÊ TEM A VER COM ISSO

A MATEMÁTICA DA NATUREZA

O ERRO DA RETA

MAIS DO QUE A MÉDIA

A ILUSÃO DA APARÊNCIA

O LADO POSITIVO DO ERRO

POR QUE ME APAIXONEI POR MATEMÁTICA

AS FRAGILIDADES DA AGU E OS INTERESSES NÃO REPUBLICANOS

“Em outro trecho da entrevista, Marcelo Calero disse que, diante da iminência de que o Iphan não iria liberar o empreendimento imobiliário baiano, ele passou a receber pressões de integrantes do governo para conceder a licença de construção ou enviar o caso para a Advocacia-Geral da União (AGU)./'A informação que eu tive foi que a AGU construiria um argumento de que não poderia haver decisão administrativa [do Iphan]. Isso significa que o empreendimento seguiria com o parecer do Iphan da Bahia, que liberava a obra', afirmou o ex-ministro à 'Folha'” (Disponível em <http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/comissao-de-etica-vai-analisar-nesta-segunda-denuncia-contra-geddel.html>).

Essa parte de notícia veiculada na imprensa retrata uma suposta operação de pressão do Ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para obter, com participação decisiva da Advocacia-Geral da União (AGU), decisão favorável a seus interesses pessoais com a liberação de determinado empreendimento imobiliário.

No final de 2012, a AGU esteve no centro de um escândalo relacionado com a produção de manifestações jurídicas indevidas. Eis o registro pertinente: “A chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado geral da União adjunto, José Weber Holanda Alves, braço direito do advogado geral da União, Luís Inácio Adams, são os dois principais alvos da Operação Porto Seguro da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta sexta-feira, 23, em Brasília e São Paulo. O objetivo é desarticular uma organização criminosa infiltrada na máquina federal para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos em benefício de interesses privados (Jornal 'O Estado de São Paulo')” (Disponível em: <http://www.aldemario.adv.br/observa/perguntas.pdf>).

A notícia do presente, assim como os acontecimentos do passado recente, suscitam uma indagação de extrema importância institucional. A AGU seria um espaço público vocacionado para produzir “argumentos” e “jeitinhos”, contra a legalidade e o interesse público, em favor de agentes políticos e empresariais?

A resposta é inequivocamente negativa. Afinal, a atuação jurídica da AGU é efetivada por um conjunto de cerca de oito mil advogados públicos federais, integrantes de quatro carreiras distintas (Advogados da União, Procuradores Federais, Procuradores da Fazenda Nacional e Procuradores do Banco Central do Brasil). Esses membros das carreiras jurídicas da AGU são concursados, gozam de estabilidade funcional e dispõem de um conjunto razoável de prerrogativas, notadamente a independência técnico-funcional. Esse cenário, por óbvio, não indica nenhuma vocação para que prosperem as investidas escusas antes aludidas.

Entretanto, a resposta categórica anterior não afasta o reconhecimento de que são consideráveis as distorções e fragilidades decorrentes da forma atual de organização e funcionamento da AGU. Assim, se a instituição não está vocacionada para ser utilizada para fins censuráveis, é imperioso reconhecer que é relativamente permeável a pressões não republicanas.

São, em linhas gerais, os seguintes traços da organização e funcionamento da AGU que reclamam atenção e superação, para redução, a níveis mínimos, da permeabilidade relativa antes mencionada: a) eliminação da excessiva verticalização das decisões; b) eliminação da excessiva quantidade de cargos comissionados e afins; c) eliminação da percepção de vantagens pecuniárias e afins por agentes com poder decisório; d) especificação formal dos contornos concretos da independência técnica; e) complementação criteriosa das prerrogativas funcionais dos membros da AGU; f) definição da autonomia orçamentária e financeira da instituição, nos moldes da PEC n. 82 e g) democratização das relações internas de poder com: g.1) escolha das direções, incluído o próprio Advogado-Geral da União, pelos membros da instituição; g.2) delimitação de mandatos para os cargos de direção; g.3) fixação de quarentenas depois do exercício de cargos de direção e g.4) gestões fundadas na horizontalidade, participação e colegialidade, especialmente para definir a distribuição do serviço e as movimentações funcionais. Uma nova, moderna e democrática lei orgânica seria o espaço institucional adequado para definições nessa linha.

Infelizmente, a AGU não tem atraído a merecida atenção da sociedade e dos Poderes Públicos, particularmente em função de sua importância estratégica na prevenção de atos de improbidade e malfeitos de toda ordem. Afinal, praticamente todos os atos e contratos praticados pelo Poder Público Federal, em especial as políticas públicas, dependem de chancela prévia da AGU. Percebe-se, a exemplo das chamadas “dez medidas contra a corrupção”, uma atenção concentrada em providências repressivas e punitivas que atacam as malversações depois de ocorridas e constatadas.

Afirmo, sem qualquer medo de errar, que uma AGU forte, autônoma, construtiva, democrática e respeitada reduziria significativamente os atos de imoralidade, improbidade e corrupção no âmbito do Poder Público Federal. Ademais, forneceria uma colaboração inestimável para tornar mais eficientes, transparentes e legítimas as políticas públicas de interesse da grande maioria da sociedade brasileira.


28 de novembro de 2016
Aldemario Araujo Castro é advogado, procurador da Fazenda Nacional, professor da Universidade Católica de Brasília - UCB e mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília - UCB

EX-GOVERNADOR SIQUEIRA CAMPOS É LEVADO SOB VARA PARA DEPOR NA PF

O GOVERNADOR DE TOCANTINS, MARCELO MIRANDA, TAMBÉM FOI CONDUZIDO COERCITIVAMENTE

AÇÃO TEM COMO ALVO UM ESQUEMA QUE PRATICOU CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE TOCANTINS FOTO: LIA MARA


O ex-governador do Tocantins Siqueira Campos (PSDB) também foi alvo de um mandado de condução coercitiva nesta segunda-feira, 28, na Operação Reis do Gado, da Polícia Federal.

A ação da PF tem como alvo um esquema que teria atuado no Estado do Tocantins praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado, Marcelo Miranda (PMDB). O peemedebista também foi alvo de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado, e de busca e apreensão.

Também foi decretada a prisão temporária do secretário de Infraestrutura do Estado, Sérgio Leão. Segundo nota da PF, a investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. As autoridades identificaram, até o momento, um montante de mais de R$ 200 milhões efetivamente lavados.(AE)



28 de novemb ro de 2016
diário do poder

CONFIRMADO: CAMPANHA DE DILMA PAGAVA ATÉ ASSESSOR DE IMPRENSA DO VICE TEMER


A campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT) em 2014 pagou o salário de assessores pessoais de seu vice na chapa e hoje presidente da República, Michel Temer. 
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a chefe de gabinete de Temer e o atual secretário de Comunicação da Presidência foram, por exemplo, remunerados pela “candidata Dilma Rousseff” durante a disputa presidencial, embora o peemedebista tenha registrado uma conta própria na Justiça Eleitoral. 
Os dados do TSE colidem com um dos argumentos da defesa de Temer contra o pedido de cassação da chapa pela qual foi eleito: a de que, com uma conta independente, ele não pode ser responsabilizado por eventuais irregularidades cometidas durante a campanha.
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Derrotados no segundo turno, o PSDB e seus coligados entraram com três ações de impugnação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder político e econômico nas eleições. Nas ações, requerem a posse dos senadores tucanos Aécio Neves (MG) e Aloysio Nunes Ferreira (SP) como presidente e vice.

O processo passa agora por uma fase de complementação de provas. A expectativa é que vá a julgamento pelo plenário do TSE no primeiro trimestre de 2017.

ARGUMENTO FALSO
– Para evitar a cassação de seu mandato, a assessoria jurídica de Temer solicitou que o então vice tivesse seu caso julgado separadamente de Dilma, sob o argumento de que, com uma conta própria, houvera “movimentação distinta de recursos”.

Mas, segundo comprovantes de depósitos e recibos apresentados ao tribunal, quatro colaboradores diretos de Temer – a chefe de gabinete, dois assessores de imprensa e o assessor jurídico – receberam, juntos, R$ 543 mil de julho a outubro de 2014.

Ao lado do peemedebista há 19 anos, a atual chefe de gabinete da Presidência, Nara de Deus Vieira, recebeu R$ 164,2 mil no período que vai de julho a outubro de 2014. Nas prestações de contas apresentadas ao TSE, ela figura como responsável pela movimentação e abertura da conta em nome de Temer para a disputa presidencial. Seu salário mensal, de R$ 41 mil, foi, no entanto, pago pela campanha de Dilma.

Atual secretário de comunicação de Temer, Márcio de Freitas Gomes recebeu R$ 109 mil transferidos da conta da campanha de Dilma, R$ 27,3 mil mensais. Outro assessor de imprensa de Temer, Bernardo Gustavo recebeu o mesmo valor.

DESEMBARGADOR
– Outro assessor jurídico de Temer, tendo atuado diretamente na Vice-Presidência e hoje desembargador, Hercules Fajoses recebeu R$ 160 mil como consultor da campanha de ex-presidente na área. Ex-assessor do PMDB, Fajoses foi chefe da assessoria jurídica da Vice-Presidência, de abril de 2011 a maio de 2014, quando passou a prestar consultoria na campanha presidencial.

Até junho de 2015, foi advogado de Temer no TSE nas ações que propõem a impugnação da chapa com Dilma Rousseff. Em junho de 2015, ele foi nomeado por Dilma como desembargador no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Com isso, o advogado Gustavo Bonini Guedes assumiu a defesa de Temer.

No dia 13 de abril de 2016, antes do impeachment de Dilma, Bonini Guedes entrou com uma petição no TSE solicitando a “separação das responsabilidades entre titular e vice, o que é perfeitamente possível no caso, diante da movimentação distinta de recursos”.

PARECER CONTRA
– Em maio, o vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, se manifestou contra o pedido de Temer, afirmando que os atos do titular repercutem na situação do vice.

Procurado pela reportagem, o atual secretário de Comunicação da Presidência, Márcio de Freitas, afirmou que “a estratégia da defesa [de Michel Temer] sempre foi baseada na separação da arrecadação, não na separação dos gastos”.

Questionado sobre se estaria admitindo a hipótese de seu salário ter sido pago por fontes ilegais, ele afirmou que só a Justiça eleitoral poderá responder a essa pergunta. “Se todos, absolutamente todos, que receberam da campanha, mesmo sem ter conhecimento de como era feita a arrecadação, cometeram crimes, só o TSE pode esclarecer”.

DEFESA DE TEMER
– Em petição apresentada ao TSE, o advogado Gustavo Bonini Guedes, responsável pela defesa de Temer, afirma que, “tendo o vice-presidente e seu partido, o PMDB, promovido arrecadações legais; com movimentação em conta corrente específica e destinação legal induvidosa, deve-se controverter sobre a sua eventual punição”.

Ao propor que a situação de Temer seja submetida ao tribunal separadamente do caso da ex-presidente Dilma Rousseff, o advogado afirma que o peemedebista “estaria com sua situação jurídica ameaçada em decorrência do beneficiamento das práticas reputadas ilegais”.

“Em consequência das provas, todas dando conta de acusações contra o Partido dos Trabalhadores, seus dirigentes e mesmo da presidente Dilma Rousseff, impõe-se registrar ao tribunal a necessidade de enfrentamento do tema da responsabilização pessoal pelas práticas imputadas”, diz a petição apresentada pela defesa de Temer em abril de 2016.


28 de novembro de 2016
Catia Seabra
Folha

BICUDO DIZ QUE TEMER É UM PRESIDENTE DECORATIVO E DEVE SOFRER IMPEACHMENT



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Ivan Valente, líder do PSOL, protocola pedido de impeachment














A bancada do PSOL protocolou nesta segunda-feira na Mesa da Câmara um pedido de impeachment do presidente Michel Temer por crime de responsabilidade, com base na suposta interferência do presidente em favor de interesse pessoal do ex-ministro Geddel Vieira Lima. E o pedido já tem apoio de um dos responsáveis pelo pedido do impeachment de Dilma Rousseff da Presidência da República, o jurista e ex-deputado federal Hélio Bicudo, que acusa Michel Temer de pôr interesses privados na frente de interesses públicos e diz que seu impeachment já deveria ter ocorrido.
“Ele foi um vice decorativo e, agora, é um presidente decorativo. Não faz falta”, diz. Segundo Bicudo, que foi deputado federal pelo PT entre 1991 e 1999, Temer jamais deveria ter indicado Geddel Vieira Lima (Bicudo conheceu Geddel na Câmara) para a Secretaria de Governo.
O que acontecerá após a denúncia do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero contra um dos homens mais próximos do presidente, Geddel Vieira Lima, e contra o próprio Michel Temer?Eu acho que o que está faltando ao Brasil é um timoneiro. Não precisamos de um Temer, mas de um timoneiro. O Brasil precisa ter comando, rumo, alguém que seja capaz de dizer para que lado está a saída da crise econômica, política e social. Ele [Temer] tem se mostrado incapaz de fazer isso.
Mas o que acontecerá agora? O senhor acredita que pedidos de impeachment contra Temer avançarão?O impeachment já deveria ter ocorrido. Ele [Temer] é inábil. O que está acontecendo hoje no Brasil não é culpa da Dilma, do Lula. A culpa é dele. O governo está desmoralizado diante da população. E governo desmoralizado não governa. Foi o que aconteceu com Dilma. Seu governo [Temer] ficou inviável porque ficou desmoralizado.
Por que o governo está desmoralizado?Com todas as histórias dos ministros que já tiveram de deixar o governo e, por último, a gota d’água, por conta do Geddel. Eu conheci o Geddel quando fui deputado, e ele nunca foi, eu diria, recomendável. Menos ainda para ocupar um cargo tão importante, tão próximo do presidente. Temer o conhecia. Não poderia colocá-lo como ministro da Secretaria de Governo.
Acha que os movimentos que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff podem, agora, pedir o impeachment de Temer?É o que vai acontecer. O mesmo movimento popular que deu a ele, de bandeja, a Presidência da República vai tirá-lo. É o coerente a se fazer. Quando se troca de governo, é para encontrar um caminho para o desenvolvimento econômico e social. Não estamos vendo sequer o norte disso. E, para piorar, vemos a questão do interesse privado se sobrepondo ao interesse público.
O senhor se refere ao fato de ministros (Casa Civil, Secretaria de Governo e Cultura) e o presidente terem tratado de um assunto particular (liberação de um imóvel de Geddel Vieira Lima)?Isso. É um absurdo. Como um governo pode parar para resolver um problema pessoal de um ministro? É perder o sentido do que é público e do que é privado. Para além disso, é coerente [o impeachment] porque este governo não tem projeto de país. Falta visão. O governo tem conduzido o país conforme o vento sopra. Michel Temer era um vice-decorativo e, agora, é um presidente decorativo. Não faz falta. Ao contrário, atrapalha.
Por quê?Porque ele não tem apoio popular e não trabalha para ter. Ele não chegou à Presidência por força popular, pelo voto popular. Ele chegou à Presidência porque o PT o colocou lá, quando o escolheram como vice-presidente. A chapa foi eleita. Sua Presidência é constitucional. Mas ele não tem voto, apoio. Proteger os seus não é o caminho.

28 de novembro de 2016
Nonato Viegas
Época

STJ DETERMINA O BLOQUEIO DOS BENS DO GOVERNADOR DE TOCATINS

GOVERNADOR DO TOCANTINS É SUSPEITO DO ROUBO DE R$200 MILHÕES

POLÍCIA FEDERAL TEM PROVAS DE QUE SUSPEITOS MOVIMENTARAM MAIS DE R$ 200 MILHÕES. (FOTO: SILVIO SANTOS)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o bloqueio dos bens do governador de Tocantins, Marcelo Miranda, um dos alvos da Operação Rei do Gado, deflagrada hoje (28) para apurar um esquema criminoso contra a administração estadual. A PF diz ter provas de que os suspeitos movimentaram mais de R$ 200 milhões ilicitamente e que parte dessa quantia foi depois regularizada por meio da ocultação dos valores “lavados” em meio ao patrimônio de parentes do governador.

Por envolver um governador, o inquérito tramita no Superior Tribunal de Justiça, em segredo de Justiça. O ministro-relator, Mauro Campbell, amanheceu o dia na capital do estado, Palmas, para acompanhar a operação e, no início da tarde, colheu o depoimento de Marcelo Miranda.

A Justiça também determinou o bloqueio dos bens do pai do governador, o ex-deputado estadual Brito Miranda, e de seu irmão, José Edimar de Brito Miranda Júnior. Edimar foi detido em caráter temporário enquanto policiais federais cumpriam os oito mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão expedidos pelo STJ. A residência do governador e seu gabinete no Palácio Araguaia estão entre os alvos das buscas policiais.

“Está sendo bloqueado, ou seja, indisponibilizado, todo o patrimônio do governador, do pai dele e do irmão dele, que são os responsáveis por toda a engenharia [de compra e recompra de fazendas e de gado com o propósito de regularizar dinheiro supostamente ilícito] usada também para mascarar a origem de outros recursos”, explicou o chefe da Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado da Superintendência da PF em Tocantins, Cleyber Malta, durante entrevista à imprensa.

Registro em cartório


De acordo com as autoridades policiais, há mais de um ano a PF vem investigando a suspeita de que licitações públicas do governo estadual eram fraudadas com a participação de pessoas próximas ao governador. Ainda de acordo com a PF, pessoas em quem o governador e outros integrantes do esquema confiavam eram usados como “laranjas”. O grupo adquiria imóveis, principalmente grandes fazendas e rebanhos com o dinheiro da propina paga por empresas beneficiadas pelo esquema e os registrava no nome desses “laranjas”. Depois, ao fim de algum tempo, a pessoa transferia a propriedade para a família do governador.

Segundo o superintendente regional da PF, delegado Arcelino Vieira Damasceno, um acordo registrado em cartório é a prova do esquema mais incisiva já recolhida pela PF. “Além dos valores expressivos, o que nos chamou a atenção é que o grupo praticamente registrou em cartório a atividade de lavagem de dinheiro. Foi registrado em cartório um distrato de uma sociedade de fato e, quando se fala de distrato é porque, anteriormente, houve um contrato”, disse o superintendente, explicando que, por meio do distrato, o “laranja” deixava os bens para pessoas da família do governador.

Além do governador, alvo de um mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e liberada em seguida), e de seu irmão, detido temporariamente, a PF também conduziu coercitivamente o ex-governador Siqueira Campos e prendeu temporariamente o secretário de Infraestrutura do estado, Sérgio Leão.

A assessoria do governo estadual informou que, embora não estivesse em Palmas no momento da chegada dos policiais, Miranda garantiu o livre acesso dos policiais federais a sua casa e ao Palácio de governo. Até o começo da tarde, os advogados de Miranda e a Procuradoria-Geral do Estado disseram que não tinham tido acesso à denúncia ou à decisão da Justiça. A defesa de Siqueira Campos disse que ele foi conduzido para prestar depoimento na condição de testemunha e não como investigado. A reportagem não conseguiu ouvir o advogado ou parentes de Sérgio Leão.(ABr)



28 de novembro de 2016
diário do poder

TEMER DECIDE GRAVAR TODAS AS AUDIÊNCIAS QUE CONCEDER NO PALÁCIO DO PLANALTO



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Charge do Miguel, reprodução do Jornal do Comércio/PE















O presidente Michel Temer classificou como “gravíssimo” e “indigno” a suposta gravação feita pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de uma conversa entre eles sobre a pressão feita pelo também ex-ministro Geddel Vieira Lima pela aprovação de um empreendimento em Salvador. Questionado durante entrevista coletiva neste domingo, Temer disse que gostaria que a gravação fosse divulgada para esclarecer o episódio.
“Acho indigno. Um ministro gravar um presidente da República é gravíssimo. Se gravou, espero que a gravação venha a luz logo. Eu sou cuidadoso com as palavras. Havia um conflito administrativo entre o Iphan da Bahia e o Iphan nacional” — disse Temer.
Temer disse que cogita gravar todas as audiências públicas que tiver: “Estou pensando em pedir ao gabinete de segurança institucional que grave todas as conversas do presidente da República. Assim, todo mundo vai saber. Vai ter uma gravação oficial”.
INTERESSES PARTICULARES –  Calero pediu demissão após ser interpelado por Geddel. Antes, porém, teve duas reuniões com Temer para tratar sobre o assunto. Em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro disse que Temer o pressionou para resolver a questão. Depois, em nota, ele negou que tenha tido intenção de gravar conversa com Temer.
Temer voltou a afirmar que interferiu na disputa entre Geddel e Marcelo Calero apenas para arbitrar um conflito entre duas áreas do governo e não para patrocinar interesses particulares de uma das partes:“Eu não estava patrocinando nenhum interesse privado, data vênia.”
O presidente disse, ainda, que está acostumado a arbitrar conflitos. “A coisa que mais fiz na vida foi administrar conflitos. Especialmente no meu partido, o PMDB, onde a arbitragem de conflitos é permanente” — declarou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Temer acaba de “descobrir a pólvora” sobre gravações. Desde o regime militar isso tem sido feito. Quando Sarney assumiu em 1985, destinou para sua filha Roseana o gabinete que era usado por Delfim Neto. Roseana mandou mudar a decoração. Quando os operários retiraram os lambris, encontraram o microfone que o SNI usava para gravar as audiências do ministro do Planejamento do regime militar. Quanto à gravação feita recentemente por Marcelo Calero, não deve haver nada de incriminador contra Temer, que é muito cuidadoso ao se expressar. Hoje à noite saberemos no “Fantástico”. (C.N.)

28 de novembro de 2016
Isabel Braga e Jailton de CarvalhoO Globo