"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

URGE UMA TRANSIÇÃO PARA RESGATAR A DEMOCRACIA NA VENEZUELA


          Internacional - América Latina 
Os abaixo-assinantes, queremos apresentar à opinião pública um documento intitulado “URGE UMA TRANSIÇÃO PARA RESGATAR A DEMOCRACIA NA VENEZUELA”, dirigido aos venezuelanos de boa-vontade, aos governos do hemisfério ocidental e aos meios de comunicação. Os objetivos deste texto são os seguintes:
Primeiro, expor as razões pelas quais é inevitável que na Venezuela se produza o quanto antes uma transição amparada na Constituição, com a finalidade de evitar uma catástrofe humanitária, resgatar a democracia e reconstruir a República. Segundo, explicar quais deveriam ser os alcances de tal transição, para que fique enquadrada dentro dos parâmetros estabelecidos pela Constituição, as leis vigentes e o Direito Humanitário internacional. E terceiro, preparar a opinião pública nacional e internacional para os acontecimentos extraordinários que se desenrolarão na Venezuela.
Fundamentamos nossa proposição no desmoronamento que ocorre em todos os âmbitos do devir nacional, entre eles, economia, petróleo, saúde, fornecimento elétrico, segurança, justiça, liberdades, direitos humanos e sistema eleitoral. Também denunciamos a subordinação a Cuba e um sem-fim de violações à Constituição, que na prática constituem sucessivos golpes de Estado. Cabe destacar que, como pode-se comprovar no documento, não expomos só nossas opiniões, senão a visão de destacados experts e organismos em cada matéria tratada.
Na Venezuela já se iniciou um processo de insurreição generalizada e de explosão social, que se evidencia com protestos populares por diversos motivos, cada vez mais freqüentes, anarquia e perda da governabilidade, e a tentativa desesperada do oficialismo de se manter no poder através de uma repressão crescente e desapiedada. No momento de escrever estas linhas, o movimento estudantil realiza protestos pacíficos nas ruas da Venezuela, que foram atacados ferozmente por grupos para-militares armados, amparados pelo oficialismo, causando mortos e feridos.
A terrível crise econômica, a polarização política, a arbitrariedade e a ingerência cubana, constituem uma perigosa combinação que pode provocar enfrentamentos ainda mais graves, de longo alcance e duração. É um dever de todos os cidadãos conscientes evitar que isso ocorra.
Adicionalmente, o chavismo - tutelado pelo regime castro-comunista cubano - não se contentou em provocar a destruição em nosso próprio território, senão que exportou seu perverso modelo a outras nações vizinhas, o qual põe em risco a estabilidade e a paz regional.
Devido a que o Governo comete fraude e que seqüestrou todos os poderes públicos, fecharam-se as opções eleitorais, judiciais ou legislativas para resolver a profunda crise que o país vive, portanto, não resta outro remédio que recorrer aos artigos 328, 333 e 350 da Constituição, para resgatar a democracia, restabelecer o fio constitucional e defender a República de sua iminente dissolução.
Na modernidade, uma participação dos militares no remédio da crise não tem por quê ser violenta. Em 23 de janeiro de 1958, as Forças Armadas, respaldadas massivamente pelo povo, derrocaram o ditador Pérez Jiménez sem disparar um só tiro, fazendo uso da ameaça da força. Esta atuação incruenta deu origem a uma das democracias mais duradouras e estáveis da região.
Este é o momento para que alguns magistrados e deputados oficialistas, que têm ingerência nas decisões do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, reflitam sobre sua responsabilidade histórica. É preferível que sejam eles mesmos quem removam Nicolás Maduro do cargo e procurem um consenso com a oposição para gerenciar uma transição, antes que manter-se obstinadamente no erro e continuar avalizando um regime ilegítimo, usurpador, totalitário e subordinado a Cuba. As conseqüências de seu equívoco seriam piores para eles e para o país.
Fazemos um chamado a todos os venezuelanos de boa-vontade, dentro e fora das Forças Armadas, a pôr fim a esta loucura e a lutar unidos para resgatar a democracia, restituir as liberdades e recuperar a capacidade de julgar corretamente. Desejamos enfatizar que os civis não deixaremos os militares sós nesta circunstância histórica. Trata-se de uma responsabilidade compartilhada que devemos sobrelevar conjuntamente.
Também fazemos um chamado aos setores democráticos do mundo inteiro, para que compreendam o dilema que os venezuelanos estamos enfrentando: continuar suportando esta situação e permitir a destruição de nossa pátria e inclusive da América Latina, ou recorrer ao nosso sagrado direito à desobediência pacífica para garantir a paz, a harmonia e o Império da Lei.

Enrique Aristeguieta Gramcko

Enrique Tejera París
Asdrúbal Aguiar
Diego Arria
Aníbal Romero
Pedro Palma
Alfredo Coronil Hartmann
Antonio Sánchez García
Manuel Rachadell
Alfredo Weil
Nelson Ramírez Torres
Luís Betancourt
Humberto Maio
Aníbal Latuff
Macky Arenas
Luis Manuel Aguana
Julio César Rivas
Santiago José Guevara García
G/D Rafael Montero Revette
V/A Rafael Huizi Clavier
G/D Carlos Julio Peñaloza
G/D Manuel Andara Clavier
V/A Carlos Ramos Flores
C/A Elías Buchszer
G/B Luis José Hernández Campos
G/B Eduardo Cabrera
G/B Néstor Sánchez Toro
G/B Bernardo Díaz Castillo
C/A Eddie Guerra
Cnel. Fernando Magallanes
Cnel. Asdrúbal Ramos Balza

Mais assinaturas em depósito. Quem desejar aderir a esta iniciativa, pode enviar seus dados ao correio letrônico noaldominiocubano@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , ou à conta de Twitter @VSoberana.

20 de fevereiro de 2014
Vários autores
Tradução: Graça Salgueiro

ARIOVALDO RAMOS NA IGREJA BATISTA DA LAGOINHA


          Artigos - Movimento Revolucionário        
“Com o objetivo de mobilizar a igreja brasileira a enviar e investir em seus missionários,” a Igreja Batista da Lagoinha realizará a Conferência Povos e Línguas “Por um Brasil Missionário!” nos dias 5 e 6 de abril de 2014.
O principal palestrante será Ariovaldo Ramos.
Ariovaldo Ramos
Nunca li um artigo ou vi vídeo de Ariovaldo chorando pelas almas perdidas. Mas ele chorou a morte do ditador comunista Hugo Chávez, dizendo:
 “O melhor que se pode dizer de alguém é que, porque ele passou por aqui, o mundo ficou melhor! Isso se pode dizer de Hugo Chávez!”
Ariovaldo conhece missões? Sim, somente nos tempos em que ele não estava ligado à Teologia da Missão Integral (TMI). Depois de aprender com Caio Fábio um novo tipo de missão, a TMI, ele viajou duas vezes à Venezuela para dar apoio a Chavez, que ele conheceu pessoalmente.
Da boca de Ari, Chavez não precisava ouvir sobre arrependimento e inferno nem que ele, com sua ideologia comunista, estava tornando a Venezuela e o mundo lugares piores. Definitivamente, não! Na atual visão missionária de Ari, Chavez deixou o mundo muito melhor.
 
 
 
O que a Igreja Batista da Lagoinha pretende com a presença de Ari como “mestre de missões”? Aprender a transformar o mundo “num lugar melhor”? Ah, essa é a especialidade do Ari! Afinal, ele sabe que a TMI tem bom diálogo e comunhão com o marxismo. Além disso, ele tem as conexões certas para ajudar a Lagoinha.
Em fevereiro de 2013, Ari, como representante da Aliança Evangélica, esteve com Gilberto Carvalho, do governo do PT. O motivo da reunião foi uma parceria entre evangélicos e PT.
Esse alinhamento “missionário” é muito mais profundo. Quando o PT, com todas as esquerdas do Brasil, fez oposição em massa a Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Ari assinou um manifesto contra Feliciano.
O que a Igreja Batista da Lagoinha pretende aprender de Ari? Oposição “missionária” aos cristãos conservadores que combatem a agenda de aborto e sodomia?

Por que a Igreja Batista da Lagoinha quer seguir os passos de Ari, agindo como maria-vai-com-as-outras?

Ari tem sido um proeminente “apóstolo” da TMI em igrejas mais tradicionais que rejeitam os dons sobrenaturais do Espírito Santo. Ele tem sido estrela em igrejas presbiterianas. Ele tem sido destaque na Universidade Mackenzie e outros eventos presbiterianos. Ari no Mackenzie não é nenhuma novidade. Ali ele está em casa. Mas na Lagoinha também?
Ai dos apóstolos, não da TMI
Por falar em Mackenzie, seu ex-chanceler, acompanhado de Paulo Romeiro (professor do Mackenzie), foram os principais palestrantes do “Café Teológico,” patrocinado pela Editora Vida Nova. Não, não. Os dois não trataram da TMI nem denunciaram Ari e outros que a apregoam e promovem no Mackenzie.
O ex-chanceler ficou com o tema “Apostolado no Brasil: Uma análise do movimento apostólico no Brasil.” Em vez de se preocupar com a TMI, que grandemente afeta os quintais calvinistas e já está contaminando outros quintais, sua preocupação foi com evangélicos que usam títulos de apóstolos.
Ora, já que títulos são um problema mais importante do que a TMI, vamos ao caso.
 Num exemplo muito simples, o título “reverendo” é aplicado a líderes das igrejas presbiterianas e reformadas. O Dicionário Aurélio diz que o significado de “reverendo” é: “que merece reverência.”
Do ponto-de-vista da Bíblia, nenhum cristão está mais bem preparado só porque fez cursos de pós-graduação, pós-doutorado, pós-mestrado, etc., pois segundo Efésios 4:11-12, os cinco dons ministeriais são dados por Deus e não por uma faculdade ou universidade. Além disso, os doutores em teologia foram os mais criticados por Jesus.
Hoje, Jesus não agiria diferente. Depois de tantos pós disso e pós daquilo, o que os “mestres” e “doutores” em teologia fazem de melhor é blasfemar contra o Espírito Santo com suas heresias cessacionistas e colaborar com o liberalismo teológico da TMI.
Ainda assim, esses homens mortais portadores de diplomas de doutores em teologia são tratados com real “reverência.” Se eles, que são meros seres humanos, se ofendem espalhafatosamente com títulos como apóstolo e profeta, apropriados para serem usados para pessoas, como deveria Deus expressar seus sentimentos quando um homem usa o título de “reverendo,” que deveria pertencer somente a Ele?
O próprio Jesus Cristo nos alertou sobre títulos:
“Eles preferem os melhores lugares nos banquetes e os lugares de honra nas sinagogas. Gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças e de ser chamados de ‘mestre’. Porém vocês não devem ser chamados de ‘mestre’, pois todos vocês são membros de uma mesma família e têm somente um Mestre. E aqui na terra não chamem ninguém de pai porque vocês têm somente um Pai, que está no céu. Vocês não devem também ser chamados de ‘líderes’ porque vocês têm um líder, o Messias. Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros.”
(Mateus 23:6-11 NTLH)
Em nossos dias, Jesus poderia igualmente nos avisar: “E aqui na terra não chamem ninguém de ‘reverendo’ porque há somente um que merece reverência e Ele está no céu”.
Por isso, um tema muito mais relevante e necessário seria: “’Apóstolos’ da TMI no Brasil: Uma análise do movimento esquerdista entre os evangélicos do Brasil.” Fica a sugestão para o “reverendo” e “doutor” Nicodemus.
Por que a Editora Vida Nova patrocina um evento contra o movimento apostólico, mas não faz o mesmo patrocínio contra a TMI deixa de ser um mistério quando vemos que o site Teologia Brasileira, que pertence à editora, abriga conhecidos “apóstolos” da TMI.
Ai dos ídolos dos outros…
No “Café Teológico,” Paulo Romeiro também não quis tratar da TMI. Coube a ele o tema “Ídolos Evangélicos: O culto à personalidade, como os evangélicos constroem seus ídolos.” Longe de mim dizer que esse é um problema que não precisa ser tratado, mas vamos lidar com nomes mais ligados à realidade do quintal de Romeiro e Nicodemus: o Mackenzie ou, mais especificamente, sua dona, a Igreja Presbiteriana do Brasil. Nos tempos em que Caio Fábio não havia caído em adultério e escândalos financeiros, não me lembro de Romeiro ou Nicodemus denunciando em livros que Caio Fábio havia se tornado o maior ídolo evangélico da história do Brasil. Não me lembro deles se queixando do “culto à personalidade de Caio,” nem de como a IPB construiu esse ídolo.
Não me lembro também de Romeiro denunciando Caio Fábio como o maior promotor da TMI no Brasil. Se ele não quer tratar de questões passadas, então vamos lá: não me lembro dele denunciando Bishara Awad, que esteve dando palestra “apologética” na igreja dele em maio de 2013. Awad tem sido denunciado pelo WND, um dos maiores portais conservadores do mundo, como um ativista palestino cuja mensagem está estreitamente ligada à Teologia da Libertação Palestina. Como é que um promotor dessa teologia é promovido por um professor do Mackenzie?
Não me lembro também de Romeiro denunciando o cessacionismo como heresia. Se fosse difícil fazer isso, o teólogo calvinista Vincent Cheung nunca teria afirmado que o cessacionismo é uma doutrina falsa e que os teólogos cessacionistas são representações de Satanás.
Dá até para entender que líderes ligados ao Mackenzie não tenham visão para enxergar a gravidade da TMI e os perigos “missionários” da ideologia de Ari. Afinal, muitos deles são cessacionistas, isto é, rejeitadores dos dons sobrenaturais do Espírito Santo. Daí, são cegos e surdos espirituais.
Por outro lado, a Igreja Batista da Lagoinha e especialmente Ana Paula Valadão é criticada há muito tempo por crer nesses dons. Ela é criticada por líderes cessacionistas que perdoam qualquer coisa de Ari e sua TMI, mas nada perdoam da Lagoinha.
Pior: cheirar ou simular, eis a questão
Quando o Pr. Lucinho Barreto, que tem um ministério voltado aos jovens na Igreja Batista da Lagoinha, “cheirou a Bíblia” meses atrás, houve um “escândalo” nacional, com muitos chamando-o de “herético” e dizendo que ele estava “envergonhando” o Evangelho. Pelo menos para mim, deu para entender que o pastor não estava com a intenção nem de profanar a Bíblia nem de defender o uso de drogas, mas estava apenas usando a simulação com a Bíblia para dar aos jovens a mensagem de que a Bíblia deve ser sempre consumida. Se o uso desse tipo de simulação é correto ou não, deixo para critério do leitor.
Quando Ari e seus colegas da TMI defenderam as drogas (não a mera simulação) em junho de 2013, houve algumas queixas aqui e ali, mas nada de escândalo nacional. A reação à simulação do Pr. Lucinho foi muito mais pesada do que a reação à defesa do uso de drogas feita por Ari.
A ala da TMI e simpatizantes não poupou críticas ao Pr. Lucinho. Renato Vargens, um pastor viciado em localizar e fabricar apostasias em pentecostais e neopentecostais, disse que a simulação do pastor da Lagoinha foi uma “vergonha” para o Evangelho. Sobre Ari e sua defesa das drogas? Vargens ficou de bico fechado.
Então, o que a Igreja Batista da Lagoinha pretende aprender de Ari? Amansar as incessantes críticas da ala da TMI? Esse é um resultado inevitável. Quando a Lagoinha realizou no ano passado um congresso sobre missão integral, um conhecido blog calvinista “apologético,” que sempre ataca neopentecostais e seus dons sobrenaturais, pulou de alegria com o evento da igreja batista neopentecostal.
Na época, eu perguntei: “O que virá depois? Vargens pregando em culto na Lagoinha? Ariovaldo Ramos dando palestra no próximo Congresso de Missão Integral ali? Danilo Fernandes, o dono do Genizah, ensinando ‘apologética’ na escola dominical da Lagoinha?”
Agora, só faltam Vargens e Danilo.
Há caminhos melhores para se aprender a fazer missões? Sem dúvida: a igreja apostólica original. Os apóstolos oravam e o Espírito Santo dirigia:
“Na Igreja em Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, conhecido por seu segundo nome, Niger, Lúcio de Cirene, Manaém que era irmão de criação de Herodes, o governador, e Saulo. Enquanto serviam, adoravam e jejuavam ao Senhor, o Espírito Santo lhes ordenou: ‘Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a missão a qual os tenho chamado.’”(Atos 13-1-2 KJA)
No caso de Ari, o que a Igreja Batista da Lagoinha vai aprender com ele agindo como maria-vai-com-as-outras? Tudo o que Ari aprendeu — inclusive confundir Evangelho com ideologia socialista e alianças com o PT — veio de seu pai espiritual, Caio Fábio.
De acordo com Caio Fábio, o ex-chanceler do Mackenzie parece ter dito que a igreja brasileira ainda precisa dele . Prova disso é que o Mackenzie está aberto para o maior filho espiritual dele.
Para quem não gosta de evidências e da voz do Espírito Santo, é perfeitamente natural ser enganado.
Estou apresentando algumas evidências, com links. Se a Igreja Batista da Lagoinha tem dúvidas, por que não recorre ao Espírito Santo? Por que não deixá-lo falar? Por que abraçar a TMI, que tem tudo a ver com a ideologia marxista e nada a ver com o Evangelho?
C. Peter Wagner: o maior combatente contra o liberalismo teológico da TMI
Não sou o primeiro evangélico a alertar sobre os perigos da TMI. O Dr. C. Peter Wagner tem experiências de décadas contra essa teologia. Aliás, ele escreveu o prefácio do meu e-book sobre esse assunto, com as seguintes palavras:
“É muito importante se conscientizar das invasões que a ideologia marxista tem feito em alguns ramos do Cristianismo. Na América Latina, o conceito de aparência bonita chamado de misión integral (missão integral) se revelou no final como uma plataforma sutil para políticas esquerdistas. Julio Severo compreende isso e desmascara de forma habilidosa essas ideias potencialmente prejudiciais em seu livro, Teologia da Libertação versus Teologia da Prosperidade. Nesse livro, ele ajuda a revelar a realidade que dá para se produzir com eficácia mudança social ainda mais profunda e mais permanente da pobreza para a prosperidade proclamando-se e praticando-se a doutrina bíblica do Reino, abrindo a porta para o poder transformador do Espírito Santo. Este é um livro que muito recomendo!”
Para quem quer ler e divulgar meu e-book, siga este link para mais informações: http://bit.ly/141G7JH
Por mais de 40 anos, C. Peter Wagner tem combatido a Teologia da Libertação e sua versão protestante, a TMI. Hoje, ele ocupa posição proeminente no movimento apostólico. Não é à toa pois que os adeptos e simpatizantes da TMI sejam os maiores inimigos do movimento apostólico, especialmente de C. Peter Wagner.
Augustus Nicodemus, que se retrata como combatente contra o liberalismo teológico, é incapaz de atacar frontalmente tal liberalismo na TMI e citar seus promotores. Mas cita com facilidade Peter Wagner em ataques ao movimento apostólico, cujo maior líder é o maior combatente contra a TMI. Assim, quem deveria ajudar, atrapalha — mas não atrapalha Ari no Mackenzie!
Entretanto, é de estranhar que a Lagoinha, que aceita apóstolos, esteja se aliando à teologia-ideologia mal-intencionada de seus críticos.
O feitiço e a síndrome da maria-vai-com-as-outras
Claro que se a Lagoinha estiver se aproximando da TMI como estratégia para acalmar os ânimos dos críticos calvinistas cessacionistas ou obter algumas vantagens político-financeiras, Ari tem experiências “missionárias” de sobra nessas áreas.
Depois do aprendizado, não estranhe se, a exemplo de Ari chorando por Chávez, a Igreja Batista da Lagoinha chorar a morte vindoura de Fidel Castro, dizendo, junto com a ala da TMI, que ele deixou o mundo melhor.
Não estranhe também se famosos calvinistas cessacionistas, ferrenhos inimigos dos neopentecostais e ferrenhos amigos da TMI e seus simpatizantes, riscarem a Lagoinha da lista negra, de modo que nunca mais ouviremos Vargens ou outros calvinistas se queixando das experiências sobrenaturais de Ana Paula Valadão.
Se posso parafrasear um recado de Deus, digo:
“Ó insensatos líderes da Igreja Batista da Lagoinha! Quem vos enfeitiçou? Ora, não foi diante dos vossos olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado? Quero tão-somente que me respondais: Foi por intermédio da Teologia da Missão Integral que recebestes o Espírito Santo, ou pela fé naquilo que ouvistes? Estais tão enlouquecidos assim, a ponto de, tendo começado pelo Espírito de Deus, estar desejando agora vos aperfeiçoar por meio do mero esforço humano? É possível que vos tenha sido inútil sofrer tudo o que sofrestes? Se é que isso foi por nada! Aquele que vos dá o seu Espírito, e que realiza milagres entre vós, será que assim procede pela Teologia da Missão Integral, ou por meio da fé com a qual recebestes a Palavra?”
(Gálatas 3:1-5 KJA)
Talvez tenham sido enfeitiçados ou coisa pior. Nesta altura, dá para desconfiar se a atitude do Pr. Lucinho de “cheirar a Bíblia” tenha sido mesmo simulação ou não. Se não foi, isso explica a razão de ele e a Lagoinha estarem cheirando as drogas da TMI.
Do contrário, como a Igreja da Lagoinha quer o “objetivo de mobilizar a igreja brasileira a enviar e investir em seus missionários” se enchendo da teologia-ideologia de Ari? Exatamente do jeito que a esquerda gosta: com a cabeça cheia de drogas.
Querem ajudar os pobres e necessitados? A Igreja Cristã tem feito exatamente isso por dois mil anos, sem nenhuma necessidade de recorrer ao socialismo e outra ideologias.
Será que é um mistério que os apóstolos originais de Jesus tenham ajudado os pobres sem terem conhecido a TMI? Então por que se encher agora de uma teologia-ideologia que chora por ditadores comunistas e cria pregadores que os exaltam como criaturas que deixam o mundo melhor?
20 de fevereiro de 2014
julio severo

OLHA E PASSA!

Quando me perguntam por minha cidade, tenho de explicar que nem em cidade nasci. Nasci no campo, em época em que não havia rádio nem televisão, e jornais obviamente não chegavam lá. Nasci longe de qualquer informação. As escassas notícias que recebíamos do mundo, tínhamos de buscá-las no município mais próximo, Dom Pedrito. Onde tampouco havia muitas notícias do mundo. Nasci, em verdade, em um deserto de informação.

Discutindo o tal de FIB, índice de Felicidade Interna Bruta, achado do Butão que está em célere implantação pela Fundação Getúlio Vargas, eu falava há algumas semanas das vantagens de morar em São Paulo em relação aos que habitam Santa Maria. Conheço as duas cidades e a mim não ocorreria compará-las. Se falei em ambas foi por ter sido o exemplo proposto pela FGV. Dizia um de meus interlocutores que, sendo cidadão do mundo, eu teria de aceitar que em Sampa me sinto mais confortável, mas se morasse em Santa Maria “não deixaria de ser o cara viajado e aberto aos bares do mundo como ele se declara”.

Sim e não. Nada impede que um santa-mariense seja um trota-mundos. Mas sempre lhe faltará informação. (Ou melhor, me corrijo: lhe faltava informação. Os tempos mudaram e a Internet nos transporta ao mundo todo. Ocorre que eu falava dos dias pré-internéticos, aqueles em que nasci e me criei). O grande drama da cidade pequena, como também do campo, sempre foi a falta de informação. E de comunicação, diria. Falo da comunicação entre pessoas. Os homens d'antanho buscavam as cidades para ouvir mais vozes.

Faltando informação, não há muito a comunicar. Neste sentido, a cidade pequena continua carente. A cidade grande tem mais opções e, conseqüentemente, amplia a mente de seus habitantes. E as ambições, é claro. Isso sem falar nas coisas que a Internet não transmite. Gastronomia, por exemplo. Para quem vive em São Paulo, sem ir mais longe, Santa Maria é um breve contra a gula. Restaurantes escassos e precários, que deixam de servir às duas da tarde e comida sem muita elaboração.

Aqui perto de casa, na praça Vilaboim, em uma extensão de cento e poucos metros, há um restaurante francês, dois italianos, um alemão, dois japoneses, um brasileiro, um mexicano, um americano, um árabe, uma sorveteria da Häagen Dazs. E mais uma padaria, lembrando que padaria em São Paulo é mais uma loja de delikatessen que padaria. Muitas são restaurantes. Ali, tenho oito opções de culinária a poucos metros de distância uma da outra. Isso sem falar em meu bairro e – last but not least – na São Paulo toda. Talvez daqui a um século, Santa Maria chegue lá. (Ao nível da Vilaboim, saliento).

Certo dia, em Santa Maria, fui almoçar no Augustus com uma sobrinha. Devo ter chegado lá pelas 13h30. Como não como sem antes aperitivar, lá pelas duas ainda não havia pedido o prato. A los dos en punto de la tarde, o restaurante se esvaziou. Um garçom me olhava angustiado no balcão. Chamei-o. Escuta aqui, companheiro, queres ir embora, não é isso? É! Então faz o seguinte: me serve, me abre um vinho, me passa a conta e vai tratar de tua vida. Eu fecho o restaurante. Ele topou. Gostei da fórmula. Dia seguinte, fui lá de novo, com outra amiga. Fiz a proposta já na chegada. Conversando, a gente se entende.

Se as pessoas podem ser felizes em Santa Maria? Claro que podem. Até em Dom Pedrito há pessoas felizes. Minha professora de francês dos dias de ginásio – hoje perto dos 80 e com uma vitalidade extraordinária – vive feliz em Dom Pedrito. Não diria que totalmente feliz, porque considera a cidade muito grande e muito agitada. Gostaria de se refugiar em cidade menor. Quando passo por lá, em três dias me entedio como uma ostra em sua concha. Preciso ir a Rivera para respirar um pouco e comer algo decente. O que estou afirmando, no fundo, é que é mais confortável viver em cidade grande. Abre mais os horizontes. Uma criança nascida e educada aqui, obviamente tem mais cancha que outra nascida e educada no interior do Rio Grande do Sul.

Se eu morasse em Santa Maria me sentiria muito desconfortável. Sem falar em gastronomia, não teria imprensa que preste. Hoje temos Internet, mas nem sempre foi assim. Muito menos a diversidade de livrarias, cinemas e teatros daqui. (Verdade que não vou a teatro, mas é bom que tenha). Filmes e livros que chegam aqui jamais chegarão em Santa Maria. Aí – onde aliás tenho dois ramos de minha família e amigos dos tempos de faculdade - a fauna humana tampouco é diversificada. Há algum tempo, em meu boteco, eu conversava com um correspondente internacional da Folha de São Paulo. Dali a pouco, chegou um professor de grego da USP. Mais alguns minutos, e reuniu-se ao grupo um professor de latim. Todos jovens. Perguntei ao professor de grego porque fizera aquela opção. “Porque queria ler Platão no original”. Temos de convir que encontros assim, ao sabor do acaso, são inviáveis em Santa Maria.

Outra grande vantagem de São Paulo é que não preciso ir a São Paulo para embarcar para Paris. Santa Maria está estrangulada pela escassez de transportes. Por avião, só aqueles teco-tecos da NHT, que fazem, creio, três vôos por semana. Os professores da UFSM se constrangidos quando, ao trazerem algum professor estrangeiro, têm de buscá-lo de carro em Porto Alegre. Ou jogá-lo em um ônibus. Para uma cidade que se pretende universitária, isso é muito pouco. Quando eu vivia aí, meu horizonte máximo era Porto Alegre. Talvez São Paulo. Depois, era o fim do mundo. Hoje, o mundo termina bem mais longe.

Sim, se eu morasse em Santa Maria, talvez tivesse viajado muito. Mas não tanto. Certamente seria aberto aos bares do mundo, mas esses bares estariam bem mais longe de mim do que estão hoje. Ainda há pouco, a Veja trazia em suas páginas amarelas entrevista com o urbanista Edward Glaeser, intitulada “Quanto mais gente melhor”. Entrevista que, obviamente, jamais seria feita por um repórter de A Razão, o vibrante matutino santa-mariense. Perguntava o repórter:

— Como o senhor rebate a turma que o considera um idealista do indefensável, a qualidade de vida nas grandes cidades?

Responde Glaeser:

— Ao contrário desses que se deixam levar por uma visão romanceada da vida longe das zonas urbanas, eu prefiro olhar os números. Eles mostram claramente que, sob diversos aspectos essenciais para a vida humana, não há lugar melhor para viver do que uma grande cidade. Pois é justamente em ambientes de enormes aglomerações que os mais variados talentos podem viver e aprender entre si, potencializando ao máximo sua capacidade criadora e inovadora. Aumentam assim, exponencialmente, as chances de ascender, ganhar mais e ter mais acesso ao que há de mais avançado. No passado, cidades como Nova York, Londres e Tóquio viviam de suas fábricas e de seu comércio. Hoje, são principalmente impulsionadas pelas idéias concebidas por seus milhões de habitantes. Jovens empreendedores de toda parte não querem fincar seus escritórios no campo ou em uma cidade bucólica, mas no Vale do Silício, para esbarrar com executivos do Google e se beneficiar da intensa rede de contatos que brotará daí. Nos formigueiros humanos é que está a riqueza.

Assino embaixo. Não pretendo negar as reservas de humanidade do homem que vive na cidade pequena. Nelas há mais tempo para a reflexão. Tampouco somos atocaiados pelos pássaros ávidos da fama. Há também mais tempo para a vida familiar, o que a mim pouco ou nada diz. Considero a família uma fortaleza de egoísmo, como dizia Alberto Moravia, onde os pais são os generais e os filhos são os soldados. Tenho uma acepção distinta de família. Para mim, são os amigos que reuni ao longo de minha vida, e hoje vivem mais esparramados que filhotes de perdiz. Minha família exige espaço para respirar.

Diga-se de passagem, encontro um encanto particular nas cidades pequenas. Não nas nossas, relativamente jovens e muito sem graça. Mas sempre procuro visitar, quando ando por perto, cidades como Toledo, Salamanca, Ronda, Cuenca, Siena, Amalfi, Taormina. São prenhes de história, o passado pinga de suas paredes.

Gosto de visitá-las, mas rapidinho. No máximo, esquento banco por dois dias. Mais do que isso, me entedio. Nas metrópoles, cada esquina é uma novidade. Em 86, morei por um curto período em Montparnasse, em Paris. Tentei um dia traduzir, em um texto, uma esquina do bairro. Não consegui. A diversidade era tal e tamanha que exigiria um livro. Konstantinos Kaváfis (1863 – 1933) é um poeta grego, nascido na Alexandria, Egito. Tem obra curta, 154 poemas reelaborados durante a vida inteira, que unem citações eruditas à fala cotidiana. Pouco conheço da obra de Kaváfis, mas um verso dele para mim constitui divisa:

— A cidade pequena, olha e passa.


20 de fevereiro de 2014
janer cristaldo

NADA DE CAVIAR, VAMOS FALAR DO SOCIALISMO CLASSE-MÉDIA

Discordo de Rodrigo Constantino quanto à iguaria que serve de exemplo aos nossos socialistas. Explico o porquê.

socialista gap2 Nada de caviar, vamos falar do Socialismo Classe Média
 
A classe-média não é odiada por ninguém, a não ser por (parte de) si própria. E todos esses odiadores são socialistas – essa regra, como sói quando o levantamento é realizado pelo DataEu, jamais falha. Já falei sobre isso aqui e aqui. E também expliquei o porquê de o povo não ser de esquerda. Quem não leu, dê uma olhadinha.
Sigamos.
 
Discordo de Rodrigo Constantino, que recentemente lançou o livro “A Esquerda Caviar” (sucesso editorial, para desespero justamente dos esquerdistas). Não apostaria minhas fichas nessa coisa de ovas de esturjão – no máximo, naquela mistureba fake usando sagu salgado. Nossa esquerda é menos aquela iguaria e mais este acepipe-gambiarra.
 
E digo isso exclusivamente porque os socialistas, salvo exceções raríssimas, são pessoas de classe-média. Também em grande maioria, pessoas brancas e majoritariamente com sobrenomes europeus. É muito verdadeira aquela piada segundo a qual socialista se chama Sacchetto, Chevallier ou Blonovski, nunca Severino Cimento.
 
Os raros esquerdistas realmente ricos são, invariavelmente, figuras que muito mais se valem da ideologia para ganhar dinheiro que qualquer outra coisa (não que estejam errados, haja vista a quantidade de idiotas disponíveis nesse pormenor, a ponto de doarem milhões em vaquinhas pra criminosos condenados). Esses talvez até sejam “caviar”, mas são casos excepcionais. Falo aqui da turma majoritária: a esquerda “sagu salgado”.
 
São os que riem do pessoal que paga uma fortuna por um iPhone, mas tomam chope de dez reais ou drinques caríssimos feitos com refrigerante de segunda nos “botecos descolados”, nos quais, usando camisas “retrô” caríssimas de times obscuros, fazem piada dos que torram uma grana em algo só por ser “gourmet”. São aquilo que odeiam.
 
E quase todos cursaram alguma faculdade de humanas, nem sempre em universidades públicas, “militando” em geral nas redes sociais, centros acadêmicos e botecos da Bela Vista ou Vila Madalena (no Rio, posso chutar, ficariam na Lapa). Não são, de fato, pessoas ricas, mas definitivamente (de novo, salvo exceções bem raras) tiveram MUITAS oportunidades, muito mais que qualquer pobre.
 
Mas por que odeiam a classe média, já que ninguém consegue ter raiva dela? Os pobres querem chegar a esse patamar e os ricos, ora, por que diabos vão ter ódio? A própria classe média, vale lembrar, em sua maioria tem muito (e justo) orgulho de si própria, já que quase todos chegaram lá e ali se mantêm por conta de muito esforço e sacrifício.
 
Fica difícil explicar, especialmente porque nossos socialistas tem raiva da classe à qual pertencem. Seria algo como aquele comportamento adolescente, por meio do qual o jovenzinho de 16 anos tem raiva extrema justamente daquilo de que faz parte (a própria família)? Essa tese faz algum sentido, haja vista que o esquerdismo em quase todos os casos é curado ao longo do amadurecimento. Mas seria arriscar no campo da psicanálise, coisa que não conheço bem.
 
Fato é que nossa esquerda não é caviar. Está longe disso. E essa constatação não se faz no campo estético (até poderia ser), mas no social. Nossos socialistas levam aquelas vidinhas tacanhas e repletas de rotinas, exatamente o que dizem odiar nos que pertencem à classe média – e, de forma equivocada, pensam ser “o outro”, “o inimigo”.
 
Na verdade, são eles próprios. No fundo, odeiam a si próprios. Dessa forma, sugiro um pouco mais de leveza para encarar o mundo e boa dose de paz de espírito para seguir com a vida, porque o “ódio do espelho” é coisa séria e exige meditação; em determinados casos, tratamento mais profundo.
Um exercício: leiam, de forma impessoal, suas próprias timelines nas redes sociais e vejam se não são a cara daqueles comentaristas de portal (às vezes, com sinal trocado; noutras, nem isso). Pois é. Vocês são iguais e ocupam a mesma mesa no almoço de domingo – tanto que muitos reclamam de familiares que seriam como os odiados comentadores de notícias. Vale indagar: adivinha o que eles pensam de vocês?
 
Socchettos, Sinclaviers, Annesteins, Menigjians, vocês não são proletários (estes, aliás, discordam de vocês em quase tudo, estando muto mais próximos daqueles que vocês odeiam, seja a comentarista da TV ou os comentaristas de portal). Desta feita, deixem de birrinha supostamente ideológica e façam as pazes consigo, perdoem e aceitem seus pais. Cresçam um pouco.
Alguns aí já passaram da idade, né?
ps. Anos atrás, um grande pensador de classe média (hoje milionário) já falava algo parecido, então nada de brigar comigo.

20 de fevereiro de 2014
Gravatai Merengue

LUXO E GASTANÇA FICA PARA DEPOIS DA ELEIÇÃO

Opinião pública obriga Dilma a calçar as sandálias da humildade.
A suíte de Dilma na viagem anterior à Roma.
 
Pouco menos de um ano após viagem à Itália para missa inaugural do papa Francisco, a presidente Dilma Rousseff retorna à capital italiana e, dessa vez, ficará instalada na embaixada brasileira em Roma, em palácio localizado no centro histórico da cidade. O compromisso presidencial é a posse de mais um  cardeal brasileiro.
No ano passado, a visita de Dilma ganhou repercussão pela despesa com a instalação da comitiva: 51 quartos de hotel foram ocupados por um custo de 125,99 mil euros (R$ 324 mil). Outros 64,6 mil euros foram desembolsados para aluguel de veículos. Na ocasião, a assessoria da Presidência afirmou que Dilma preferia hotéis por facilitar a rotina de trabalho. Naquele momento, a representação brasileira em Roma estava sem embaixador –outro motivo apontado para a escolha.
"Toda discussão de gastos de hospedagem são de natureza confidencial. (...) Lembro que todos os gastos de qualquer autoridade são auditados pelo Tribunal de Contas [da União]. São naturalmente objeto de um processo de supervisão, auditoria, etc", disse o embaixador Carlos Antonio Paranhos,em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (20). O diplomata foi o escalado para detalhar a agenda da presidente em viagem ao exterior.
Recentemente, Dilma promoveu um festerê em Lisboa, em escala antes de embarcar para Cuba, onde presenteou Raul Castro com o Porto de Mariel, financiado a fundo perdido pelo BNDES. A mudança de hábitos da presidente é resultado da pressão da opinião pública.
 
20 de fevereiro de 2014
 

VENEZUELIZAÇÃO DO BRASIL

ECONOMIA DESANDA E GOVERNO CORTA R$ 42 BILHÕES DO ORÇAMENTO DE 2014.
 
O governo federal anunciou nesta quinta-feira um corte de 44 bilhões de reais no Orçamento de 2014, maior do que o esperado pelo mercado, de pouco mais de 30 bilhões. Desse total, 13,5 bilhões dizem respeito a despesas obrigatórias, e 30,5 bilhões a gastos discricionários. O governo reduziu em 7 bilhões de reais o orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que originalmente era de 61,4 bilhões de reais.
 
O governo revisou também a meta de superávit primário para o setor público - governo federal, Banco Central e Previdência Social, estados, municípios e estatais - para 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) - o que equivale a 99 bilhões de reais. Na Lei Orçamentária, antes das alterações anunciadas nesta quinta, a previsão era de um resultado positivo de 109,4 bilhões, ou 2,1% do PIB. 
 
A alteração é efeito de uma mudança na previsão de resultado dos governos estaduais e municipais e das estatais. Inicialmente, a expectativa era de um superávit de 51,3 bilhões de reais. Agora, o valor é calculado em 18,2 bilhões. Com o corte no Orçamento, o governo federal elevou de 58,1 para 80,8 bilhões de reais a previsão de seu resultado primário. Mas isso foi insuficiente para compensar as perdas de governos estaduais e das estatais.
 
Em porcentual, o resultado primário para 2014 é o mesmo do ano anterior - ou seja: o menor desde 1988. Mesmo assim, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou amenizar este fato dizendo que, apesar da redução, "o Brasil está fazendo um dos maiores superávits primários do mundo". 
 
Mudanças - Também houve uma redução significativa no Orçamento do Ministério da Defesa: do total de 14,8 bilhões de reais inicialmente previstos, 3,5 bilhões serão contingenciados. O maior corte, em valores absolutos, atingiu as emendas parlamentares: dos 19,7 bilhões reservados para esta finalidade, restaram apenas 6,4 bilhões. As áreas de Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Ciência e Tecnologia foram poupadas do corte. 
 
Dentre as despesas obrigatórias, os cortes afetaram as rubricas de Subsídios e Subvenções (6,6 bilhões de reais a menos), a Desoneração da Folha (6 bilhões), e os Benefícios da Previdência (1,3 bilhões).
 
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, lembrou ainda que, apesar do corte, os investimentos no PAC ficarão 10 bilhões de reais acima do que foi gasto com o programa em 2013. "Fizemos uma análise tanto do estoque de restos a pagar quanto das dotações do ano e achamos que, com esse ajuste de 7 bilhões, será possível conduzir todas as obras no ritmo que é necessário", disse ela.
 
Com o corte, as despesas previstas para 2014 caíram de 1,051 trilhão para 1,007 trilhão de reais. "O objetivo dessa programação é a consolidação fiscal que vai contribuir para a redução da inflação e para viabilizar o crescimento sustentável do país", afirmou Mantega durante o anúncio do corte. O ministro disse ainda que o governo trabalhou com estimativas conservadoras de arrecadação: "São projeções exequíveis, conservadoras, de modo que nós devemos entregar esse resultado em dezembro de 2014".

Perspectivas - A estimativa do Ministério da Fazenda prevê também crescimento de 2,5% no PIB em 2014, com um Produto Interno Bruto nominal de 5,2 trilhões de reais. A previsão de inflação é de 5,3%, e a expectativa de câmbio médio para o dólar é de 2,44 reais. 
 
 

NOITE DE TERROR NA VENEZUELA

POLÍCIA CHAVISTA E MILÍCIAS ATIRAM PARA MATAR CIVIS DESARMADOS. VEJAM O VÍDEO.
 
http://www.youtube.com/watch?v=OqmzfwqczZw&feature=player_embedded

Neste vídeo se constata o clima de terror em Caracas, a capital da Venezuela, quando a Guarda Nacional atira para matar manifestantes. Ouve-se tiros de fuzil e pistola e os gritos desesperados das pessoas. No momento em que uma ambulância ao que parece tenta recolher um ferido, os jagunços de Nicolás Maduro, voltam ao local para dar o tiro de misericórdia na vítima já baleada.

Episódios similares ocorrem em diversos pontos da Venezuela, segundo relatos e fotos transmitidos pelo Twitter que bomba sem parar. Os venezuelanos imploram nos comentários no Youtube que este vídeo chegue a conhecimento dos veículos de mídia internacionais.

Vê-se uma tentativa desesperada dos cidadãos venezuelanos para sensibilizar a comunidade internacional sobre a violência da Guarda Bolivariana e dos "coletivos", as milícias armadas do chavismo, que investem contra a população desarmada. 

Há relatos também de invasão de edifícios de apartamentos.
 
20 de fevereiro de 2014
in aluizio amorim

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
20 de fevereiro de 2014

INSATISFEITOS COM PLANALTO, ALIADOS ARTICULAM SUPERBLOCO NA CÂMARA

 
 

Partidos da base governista articulam a criação de um bloco informal na Câmara para atuar em conjunto.  Esse bloco pode contar com até 250 deputados.

Entre os partidos que já sinalizaram positivamente com a criação do bloco estão o PMDB, o PP, o PTB e o PROS. A ideia tem o aval direto do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves

A bancada do PT não será chamada para fazer parte desse bloco. O Objetivo dessas bancadas é  ter uma posição de força em relação ao Palácio do Planalto.

A maioria dos deputados aliados estão insatisfeitos com a relação política com o governo Dilma. Isso ficou explicitado recentemente com as tratativas para a reforma ministerial. Até o momento, nenhuma bancada da Câmara conseguiu emplacar um nome no primeiro escalão.

20 de fevereiro de 2014
 Gerson Camarotti - O Globo

O PAC DA ILHA DA FANTASIA

Foi mais um espetáculo digno da Ilha da Fantasia, também conhecida como Brasília, capital do menos dinâmico dos países emergentes. O Brasil cresceu no ano passado mais que em 2012 e deverá crescer ainda mais neste ano, proclamou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao apresentar com sua colega do Planejamento, Miriam Belchior, mais um balanço triunfal do PAC 2, a segunda edição do Programa de Aceleração do Crescimento. Em 2012 a economia brasileira cresceu apenas 1% e o desempenho no ano passado, tudo indica, ficou longe de brilhante, mas o ministro dispensou esses detalhes. Em seu mundo, muito diferente e muito distante dessas ninharias, os problemas do Brasil vieram todos de fora, na pior fase da crise global. E agora? Com a recuperação dos Estados Unidos e do mundo rico, problemas continuarão sendo importados, porque os estímulos monetários americanos serão reduzidos e os mercados financeiros serão afetados. Em resumo, ruim com crise, ruim sem crise.
 
Mas o País conseguirá atravessar essa fase sem grandes danos, graças à solidez das contas públicas e à sua saúde econômica, garantiu o ministro da Fazenda. Ninguém sabe ainda quanto cresceu no ano passado o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. As estimativas mais otimistas são próximas de 2,3%. Para este ano, a última projeção do mercado financeiro é um resultado pior, de 1,79%. Talvez os dois ministros tenham tido a esperança de criar, com seu alegre dueto, um pouco mais de otimismo entre os economistas do mercado e, especialmente, entre os avaliadores de risco de crédito, ultimamente mal-humorados em relação ao País.
 
A mensagem teria sido mais convincente se tivessem apresentado uma boa meta fiscal para este ano - de tamanho razoável e com detalhes críveis de execução orçamentária -, mas o assunto foi evitado. Nem sequer, segundo o ministro da Fazenda, se havia resolvido como cuidar do aumento de custo da energia elétrica, um provável fato de aumento do gasto do Tesouro nos próximos meses.
 
Mantega e Belchior preferiram concentrar-se na enumeração dos avanços do PAC. Mas, como em todos os balanços anteriores, a retórica oficial foi muito mais impressionante que os detalhes da execução. Segundo o relatório, foram investidos no programa R$ 773,4 bilhões entre 2011 e 2013. Esse valor corresponde a 76,1% do total previsto para aplicação até o fim de 2014. Segundo a ministra do Planejamento, a execução está adiantada, porque essa porcentagem é superior à do período transcorrido (75%). Mas o quadro é muito menos bonito quando visto mais de perto.
 
Mais uma vez a maior fatia do dinheiro foi destinada ao setor habitacional. Foram destinados ao programa Minha Casa, Minha Vida R$ 328,1 bilhões. Isso corresponde a 42,42% dos R$ 773,4 bilhões empregados até o fim de 2013. O PAC, portanto, continua sendo principalmente um grande programa de construção habitacional - uma atividade com reflexos na manutenção do emprego a curto prazo, mas com efeito muito limitado na eliminação dos principais obstáculos ao crescimento, como as deficiências no setor de transporte e na área de energia.
 
Mas o detalhe fica um pouco mais feio quando se decompõe o valor registrado como investimento em habitação. A maior parte desse dinheiro, R$ 253,8 bilhões, corresponde a financiamentos. Falta esclarecer quanto desse valor foi efetivamente destinado a habitações novas.
 
No eixo de transportes, um dos mais importantes para a política de desenvolvimento econômico, foram aplicados R$ 43,8 bilhões, destinados a 3.080 quilômetros de rodovias concluídos em todo o País. O relatório registra obras em andamento em 6.915 quilômetros de estradas. A soma das duas parcelas - a concluída e aquela ainda em execução - dá 9.995 quilômetros. Só se terminou, portanto, uma fração correspondente a 30,81% das obras iniciadas no setor rodoviário. Isto é apenas mais um dos muitos pormenores feios do balanço. O conjunto reforça uma velha suspeita, renovada a cada balanço: mais que um nome de fantasia, Programa de Aceleração do Crescimento é um nome fantasioso. Não é programa nem acelera crescimento nenhum.

20 de fevereiro de 2014
Editorial O Estado de S.Paulo

CNJ MIRA ACUSAÇÃO DE VENDA DE SENTENÇAS E LIBERAÇÃO MILIONÁRIA DE MAGISTRADOS DO PA

 
Olho no Amazonas
Olho no Pará
 
Dois magistrados do Pará suspeitos de falcatruas das grossas são os novos alvos do CNJ. Francisco Falcão pedirá a abertura de processo administrativo contra um juiz e um desembargador do Tribunal de Justiça paraense.
 
O desembargador é acusado de trabalhar em conjunto com dois advogados, que seriam responsáveis por intermediar a venda de decisões da excelência. A dupla, de acordo com informações do CNJ, iria ao mercado para negociar com colegas o valor pedido pelo desembargador em cada sentença.
 
O caso do juiz é estapafúrdio, se não for corrupção: o magistrado evocou para si um processo, que tramitava fora de sua alçada, e assinou a liberação do pagamento de 3 milhões de reais, referentes a honorários advocatícios.
 
Os dois episódios chegaram ao passar pela corregedoria local, mas não andaram. Ao saber que os procedimentos não foram adiante, Falcão puxou para o CNJ a responsabilidade de dar continuidade á apuração.

20 de fevereiro de 2014
Lauro Jardim - Veja

WHATSAPP É UMA DAS MAIORES AQUISIÇÕES DE STARTUPS DA HISTÓRIA

A aquisição bilionária do WhatsApp pelo Facebook colocou o aplicativo de mensagens de vez no hall das startups mais bem-sucedidas do mundo.
Os US$ 16 bilhões pagos pelo aplicativo são o maior valor ofertado pela aquisição de uma startup apoiada por fundos de venture capital da história. Só perde para a compra da Compaq pela HP em 2001, por US$ 25 bilhões.

E é uma prova de que o mundo dá voltas. Em 2009, o cofundador do WhatsApp, Brian Acton, foi reprovado em um processo seletivo para trabalhar no Facebook. E publicou um tweet sobre isso. No mesmo ano, ele lançou o WhatsApp com o sócio Jan Koum.

 


















Aparentemente, no mesmo ano ele também foi recusado pelo Twitter.

Além da dupla de fundadores, quem também ganhou muito com a aquisição foi a Sequoia Capital, o fundo de investimento por trás do WhatsApp, que investiu US$ 8 milhões no aplicativo em 2011. Aqui temos um outro dado interessante.  É raro que uma startup deste porte e avaliada em bilhões tenha passado por apenas uma rodada de investimento no momento de sua aquisição.
 
O Instagram, por exemplo, havia recebido US$ 57 milhões em três rodadas de investimento quando foi comprado pelo Facebook, em 2012, por US$ 1 bilhão.  A Nest Labs, comprada pelo Google por US$ 3,2 bilhões em janeiro, havia recebido US$ 80 milhões também em três rodadas de investimento antes da aquisição.
 
O TechCrunch fez a conta. Se o Sequoia tiver uma participação de 10% no WhatsApp, terá uma fatia de US$ 1,6 bilhão da empresa – o equivalente a um retorno de 200 vezes o valor do seu investimento inicial.
 
O Sequoia Capital fez um post em seu blog para falar sobre a aquisição que ajuda a entender bastante o perfil do WhatsApp.

“No momento em que abriram as portas do WhatsApp, Jan e Brian queriam uma empresa diferente. Enquanto outros buscavam atenção, eles se afastaram dos holofotes, se recusando até mesmo a colocar uma placa na porta do escritório do WhatsApp, em Mountain View. Enquanto os competidores promoveram games e correram para construir plataformas, Jan e Brian permaneceram devotados a um serviço de comunicação limpo e que funcionasse com perfeição”, diz trecho da carta escrito por Jim Goetz, o investidor por trás do fundo.
 
Quantas vezes já não ouvimos criticas às startups brasileiras por se preocuparem em ter um escritório bonito antes mesmo de ter um produto eficiente? E é claro que essas críticas não servem apenas para alguns negócios daqui. Na última Campus Party conversei com Talmon Marco, fundador do Viber (que acaba de ser adquirida pela japonesa Rakuten por US$ 900 milhões) e Luiz Felipe Barros, que está à frente do escritório brasileiro da empresa. Os dois provocaram os concorrentes asiáticos, como Line e WeChat, que chegaram a fazer propagandas na TV. “Você já viu alguma rede social ficar famosa por fazer propaganda na televisão?”, perguntaram.
 
Segundo o Sequoia, ao longo dos anos o WhatsApp nunca investiu um centavo em marketing. O que reforça a tese do Viber de que um investir em um bom produto vale muito mais do que esforços excessivos de marketing.
 
Por fim, vale a pena destacar a carta que Jan Koum mantinha colada na sua mesa de trabalho. O bilhete escrito pelo seu sócio Brian Acton lembrava três premissas da empresa: “Sem propaganda! Sem games! Sem truques!”



A história do WhatsApp e sua aquisição bilionária, sem dúvida, tem muito a ensinar para as startups do mundo inteiro. O que vem depois de uma aquisição como essa? Certamente uma fase de consolidação para o mercado de aplicativos de mensagem.
 
Uma observação: No Brasil, especula-se que em breve o mercado de aplicativos para táxi passe também por  um período de consolidação e aquisições, mas com cifras bem menores, é claro. Algumas empresas  já estariam negociando suas plataformas. Vamos acompanhar.

20 de fevereiro de 2014