Gabrielli tira o dele e o de Lula da reta, mas compromete Dilma e Mantega com problemas na Petrobras
Dilma Rousseff descansa na paradisíaca Base Naval de Aratu, na Bahia, muito pt da vida com o baiano José Sérgio Gabrielli. Em recente entrevista ao jornal o Globo, meio escondido nas últimas fileiras da Assembleia Legislativa e visivelmente contrariado na posse do governador Rui Costa, o ex-presidente da Petrobras voltou a sacanear a Presidenta. Gabrielli advertiu que nem ele e nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm responsabilidade sobre contratos ditos irregulares na estatal, lembrando que Dilma e Mantega presidiam o conselho de administração da Petrobras à época dos fatos investigados pela Operação Lava Jato.
Foi a vingança do acarajé apimentado. Gabrielli fez questão de tirar o dele e o de Lula da reta, negando qualquer coisa de ruim contra si: "Não estou com os bens bloqueados. Não houve bloqueio. Até agora, o bloqueio não se efetivou. Não houve quebra de sigilo. Há pedidos, mas não efetivação. Não tem como estar jogando sobre nós, porque não há possibilidade. O conselho de administração da companhia era presidido pela presidente Dilma e foi presidido pelo ministro Guido. Como podem querer jogar sobre a Petrobras as responsabilidades? Não há possibilidade disso".
Gabrielli tem ódio da Dilma. Foi ela quem o tirou, na marra, da Presidência da Petrobras, impondo a nomeação da amiga Graça Foster. Gabrielli acabou forçado a se "exilar" na Secretaria de Planejamento da Bahia. Tinha a promessa de que seria o candidato a governador na sucessão de Jaques Wagner. Mas acabou atropelado por Rui Costa - que se elegeu. Gabrielli perdeu mais que sua boquinha baiana. Convidado a pedir exoneração, ficou sem seu foro privilegiado para eventuais processos que começa a sofrer pela gestão na Petrobras.
No entanto, além de muito amigo e um dos homens de confiança de Luiz Inácio Lula da Silva, Gabrielli é poderoso e muito articulado. Gabrielli conseguiu fazer parte dos Conselhos de Administração da Itausa (a controladora do Itaú Unibanco) e até da transnacional GALP (mesmo que a petrolífera portuguesa fosse concorrente da Petrobras?). O poderoso Gabrielli agora será alvo fácil da nova fase dos processos da Operação Lava Jato - que os norte-americanos chamam de "Car Wash". Aliás, Gabrielli já entrou de carona, junto com a inimiga Dilma, no processo movido pela cidade de Providence contra diretores, conselheiros e bancos que venderam títulos da Petrobras na Bolsa de Nova York.
Gabrielli se considerou vítima de intrigas, negando, inclusive, a provocação do repórter de que estivesse "de fininho" na posse de Rui Costa: " De fininho? Eu estou aqui, com a imprensa toda na minha frente. Você sabe que tem muita nota plantada, há muitos interesses por trás dessa história". Gabrielli também fez questão de deixar claro que continua prestigiado politicamente no PT: "O partido está me apoiando inteiramente. Não tenho do que me queixar". E partiu para a ofensiva: A estratégia é fazer a verdade prevalecer. Estou tranquilo. Fazer a verdade prevalecer significa esclarecer, tirar a exploração política que está existindo sobre os assuntos, tornar os fatos explícitos e, consequentemente, fazer a defesa jurídica".
O ex-presidente da Petrobras insistiu: "Objetivamente não tem nenhuma acusação contra mim. Qual a acusação contra a minha pessoa? Existem vários fatos que estão em investigação, mas nenhum deles se referem à minha pessoa. Não há como haver essa tentativa nem essa realidade. Porque os fatos que acontecem, hoje, na Petrobras, são resultado da história da empresa. Portanto, não tem como atribuir a um ou outros. Há responsabilidades individuais que têm que ser apuradas. E os procedimentos da companhia são procedimentos regulares, normais".
Gabrielli ensaiou uma defesa demagógica da Petrobras, alegando que não teria como saber sobre desvios de dinheiro para partidos, mesmo estando no comando da estatal: "Você tem mais de 55 mil contratos por ano na Petrobras. O que a direção da empresa tem que fazer é acompanhar a adequação com os procedimentos existentes. Consequentemente, a existência desses procedimentos são auferidos, avaliados. A lei americana e a lei brasileira exigem um conjunto de controles, esses controles foram todos certificados pelas auditorias na época, em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2013. Portanto, a KPMG e a Pricewaterhouse atestaram, certificaram, que os controles estavam corretos. Então, a diretoria tem que saber essencialmente como é o controle. Se algum diretor é ladrão, é bandido, tem que punir o ladrão e o bandido. Mas isso não pode condenar a empresa".
Gabrielli tambén negou sobrepreços nos contratos - conforme apontado pela Controladoria Geral da União, o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público Federal: "Não há superfaturamento. É importante ficar claro que não há superfaturamento na maioria dos casos. A Petrobras tem, como eu disse, 55 mil contratos, está se falando sobre alguns contratos em que há discussões técnicas sobre o que significa em termos de preço. No que se refere, por exemplo, a Pasadena, a meu ver, há um erro fundamental sobre o que significa prejuízo e o que significa valor de refinaria. O ex-ministro do TCU, José Jorge, cometeu um erro, a meu ver, fundamental. O erro é a consultoria contratada para fazer uma avaliação de potenciais cenários de refino, em 2005, pegar um dos 25 cenários levantados e comparar com o preço pago e chamar isso de prejuízo. O correto seria transformar e comparar o valor da refinaria com o valor das outras refinarias equivalentes na época. E quando se faz essa comparação, Pasadena está mais do que no valor na média dos valores da época".
Em resumo: Gabrielli repetiu a velha tática do apedeutismo nazicomunopetralha: não sabia de nada do que deveria saber... Agora, a Lava Jato, os processos abertos na Corte de Nova York e até um inquérito administrativo aberto, no final do ano, pela Comissão de Valores Mobiliários vão investigar quem foram os administradores da Petrobras responsáveis por tantas irregularidades denunciadas, com provas, em "delações premiadas".
Enquanto isso, a Petrobras perde valor... Ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da empresa fecharam contadas a míseros R$ 9,36 no primeiro pregão do ano na BM&F Bovespa. Os ordinários (ON, com direito a voto) caíram para R$ 9. No finalzinho do ano, Dilma baixou uma medida provisória para o Tesouro Nacional injetar R$ 18 bilhões na companhia. A coisa está mais preta que óleo cru (cuja cotação cai no mercado internacional). Mas os dirigentes da Petrobras e do governo continuam na mesma tática: tentam tirar o deles da reta...
Orgulho da quadrilha?
O cadáver politicamente insepulto de Celso Daniel deve ter rolado 13 vezes no túmulo por causa do que disse um de seus "melhores amigos"...
Gilberto Carvalho conseguiu, literalmente, roubar a cena do sucessor Miguel Rosseto, na cerimônia de troca de comando da Secretaria Geral da Presidência da República, fazendo o discurso que chamou de "sincericídio":
"Aquele que disse que perdeu a eleição para uma quadrilha, eu quero responder que é essa a nossa quadrilha. Para eles, pobre é quadrilha. É essa quadrilha dos pobres, que foi injustamente vencida na história e que agora é tratada com um mínimo de dignidade, quero dizer com muito orgulho que pertenço a essa quadrilha e nós vamos continuar mudanças nesse país".
Fiel escudeiro do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho assumirá o comando do Conselho Nacional do Sesi, ocupado desde 2003 pelo sindicalista Jair Meneguelli.
Investigue-se o Patrimônio
Gilberto Carvalho garantiu que deixa o governo com uma kitnet rural e um apartamento financiado pelo Banco do Brasil:
"A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões. Não vamos levar desaforo para casa. Temos dignidade. É verdade que há entre nós aqueles que tombaram e aqueles que caíram nos erros. Diferentemente de antes, cada um de nossos companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço doloroso para nós, mas pagou o preço e isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano".
Gilberto Carvalho desafiou que seja feito acompanhamento da evolução patrimonial de quem acusa os petistas.
Atrações sem graça
Belo desafio para Dilma
A ONG Rio de Paz, que atua na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, lançou ontem um desafio que a Presidenta Dilma Rousseff deveria ter a coragem de cumprir:
1. O anúncio do programa de governo da presidente.
2. A apresentação do cronograma de cumprimento das metas.
3. O compromisso de demitir ministros que não alcançarem as metas de governo nos prazos previstos.
Quem mandava?
Do Merval Pereira, em seu artigo em Globo, lançando uma dúvida irônica sobre quem realmente mandava na economia e na Petrobras, depois da discurseira de Dilma na segunda posse:
"O mais próximo de uma autocrítica, se quisermos ter boa vontade, foi quando reconheceu que as mudanças que precisam ser feitas dependem da credibilidade e da estabilidade da economia. Mas então se desdisse, afirmando que isso “nunca foi novidade”, pois sempre orientou suas ações pela centralidade do controle da inflação e o imperativo da disciplina fiscal. Se sempre foi assim, o que aconteceu para que tudo desandasse nos quatro anos anteriores em que esteve à frente do governo que agora precisa de ajustes tão duros e prolongados? A única explicação plausível é que, ao contrário do que todos dizem, era o ministro Guido Mantega quem comandava a economia, e a presidente Dilma não tinha nada a ver com as decisões tomadas. Como na Petrobras".
Golpe na Mídia
Como o Alerta Total havia antecipado, o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, confirmou que o governo vai apresentar proposta de regulamentação econômica da mídia no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, sem garantir que a proposta petista de regulação também não entre no debate:
“Quem regulamenta é o Congresso Nacional. O Poder Executivo pode, no máximo, apresentar suas propostas. Mas pode também fomentar a discussão e fazer com que as pessoas compreendam de maneira bastante clara o que já está na Constituição e o que é necessário para que se tornem esses direitos constitucionais efetivos. Nós vamos ouvir todas as propostas que forem apresentadas. Essa é uma delas. Se for bem conduzida, pode ser bem sucedida. Se houver participação popular, tanto melhor. E, se houver o envolvimento de todos nesse debate, certamente produziremos algo que será bom para o país”.
Na demagogia de sempre, o petista assegurou que a liberdade de imprensa será assegurada, embora pondere que a comunicação seja objeto de concessão pública:
“Quanto mais avanços de tecnologia, mais a liberdade de expressão está assegurada porque há novos meios tecnológicos para que não apenas grandes corporações possam se expressar, mas para que o cidadão também possa se organizar”.
Listinha...
O General Paulo Chagas, do Ternuma, listou 10 adjetivos para qualificar os conteúdos das mensagens nos recentes discursos da Presidenta Dilma, nossa Comandanta em Chefa das Forças Mal Amadas por ela:
1. CARADURISMO
2. FALSIDADE
3. DESFAÇATEZ
4. SENVERGONHICE
5. ATREVIMENTO
6. HIPOCRISIA
7. DESCARAMENTO
8. CINISMO
9. DESPUDOR
10. MOLECAGEM
Imbatíveis
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
03 de janeiro de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.