Misto de marketing com populismo barato, pacote anticorrupção causará problemas a Dilma

Ciente de que a Operação Lava-Jato aproxima-se cada vez mais do Palácio do Planalto e que sua responsabilidade em relação ao imbróglio já aterrissou na seara do incontestável, Dilma optou por montar uma equipe ministerial com pessoas de sua confiança, que poderão proporcionar à presidente da República certa tranquilidade no Congresso Nacional. Isso porque a petista teme um eventual pedido de impeachment, algo que só avança com o aval dos congressistas.
Acontece que a equipe ministerial não agradou aos partidos à base governista, que no primeiro dia do ano já alinhavava uma eventual rebelião no Legislativo federal. Partidos como o PMDB e o próprio PT estão descontentes com a decisão da presidente de priorizar outras legendas, como PSD, PR e PP, que abocanharam três ministérios com orçamentos polpudos (Cidades, Transportes e Integração Nacional). Esses três partidos agregam, na Câmara dos Deputados, aproximadamente cem parlamentares, o que aparentemente dá à presidente certa tranquilidade na aprovação de matérias de interesse do governo.
Vale destacar que o favorito para assumir a presidência da Câmara, a partir de 1º de fevereiro, é o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), político profissional, exímio negociador e conhecido adversário do governo. Isso significa que a vida de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados não será tão fácil quanto anunciam os palacianos.
No Senado federal a situação do governo é ainda pior, uma vez que Dilma deslocou o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) para o Ministério de Minas e Energia. Até então líder do governo no Senado, Braga é conhecido por costurar acordos nos bastidores à base de escambos milionários. O PMDB, que está descontente com as escolhas de Dilma para a equipe ministerial, deve criar problemas para o governo no Senado, onde detém um quarto das cadeiras na Casa legislativa.
Voltando ao pacote anticorrupção, o anúncio vem é interpretado, por enquanto, como mais uma medida para causar impacto na sociedade, já que a presidente está encalacrada no escândalo de corrupção conhecido como Petrolão. No caso de a ideia prosperar, Dilma terá problemas mais adiante, até porque os indicados à Esplanada dos Ministérios estão de olho nos conchavos que normalmente acontecem nos subterrâneos do poder. Os novos ministros, salvo algumas raras exceções, podem até criticar a opinião do UCHO.INFO, mas basta conferir o número de escândalos e denúncias de corrupção do primeiro governo de Dilma Rousseff.
03 de janeiro de 2015
ucho.info
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