Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores.
Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...)
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"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...) A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859) "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
Waldomiro Diniz, aquele do vídeo extorquindo Carlinhos Cachoeira, escapa de condenação
Waldomiro: absolvido na Justiça do Rio
Enquanto os mensaleiros vão sendo presos, outros notórios personagens da Era Lula estão escapando de punições na Justiça brasileira. Waldomiro Diniz, que apareceu extorquindo Carlinhos Cachoeira em um vídeo de 2004, acaba de ser absolvido na 6ª Vara de Fazenda Pública do Rio de Janeiro.
Waldomiro e a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) eram acusados de improbidade administrativa por autorizar o funcionamento bingos irregularmente. Neste processo, as casas funcionavam em sedes de federações, restaurantes e outros estabelecimentos.
Waldomiro, presidente da Loterj em 2002, conseguiu provar que não teve qualquer ingerência no funcionamento dos bingos fluminenses.
Financiamento de campanha – Dias Toffoli tenta dar um golpezinho cartorial e fazer triunfar no TSE parte da proposta do PT
O ministro Dias Toffoli (foto), pelo visto, quer encarnar o Poder Legislativo e valer por todo o STF — desde que conte, claro!, com uma forcinha de seus colegas. Algo de realmente formidável se deu, nesta terça, no Tribunal Superior Eleitoral, do qual ele é membro. Toffoli levou sete Instruções Normativas sobre a disputa de 2014. Eis que o companheiro decidiu, vejam que coisa, proibir empresas que, de algum modo, contem com capital estrangeiro de contribuir com campanhas eleitorais. É estupefaciente por vários motivos.
Vejam o caput e os incisos do Artigo 28 da Resolução 957, que dispõe sobre as fontes proibidas de doação. Está, a meu ver, correto.
Eis que Toffoli decide dar, com todo o respeito, o que pode ser definido como um golpe. No Parágrafo Primeiro, estende a proibição às empresas que, de algum modo, contem com capital estrangeiro, em qualquer uma das suas formas. Vejam:
E olhem que essa é a versão mais amena. Originalmente, informa o site do TSE, ele queria também que estivessem impedidas de doar “empresas brasileiras com aplicação em bolsa, que podem ter capital estrangeiro; empresas com empréstimos em instituições oficiais, e as que sejam controladoras de empresas estrangeiras.”
Uau! Somadas essa restrições àquelas que ficaram na resolução, tem-se quase a totalidade das empresas no Brasil. Só escapariam o pequeno comércio e as empresas de fundo de quintal.
Não vou me estender, não neste post, sobre o mérito da proibição da doação de empresas privadas a campanhas eleitorais. Já sabemos quais serão as consequências óbvias se esse troço prosperar. Neste texto, o que importa é outra coisa.
1: a Constituição brasileira pôs fim à discriminação do capital estrangeiro em qualquer de suas formas — logo, enquanto a doação for permitida, criar restrições a empresas estrangeiras parece-me uma óbvia afronta à Carta;
2: esse assunto, que já é de competência do Congresso, está em debate no STF. Toffoli, como se vê, pretende substituir os 513 deputados, os 81 senadores e os 11 ministros do Supremo pelos 7 do TSE;
3: ainda que aquela barbaridade que está no STF seja aprovada, dificilmente valerá para a eleição do ano que vem; já a resolução que está sendo votada no TSE é, sim, para a disputa de 2014;
4: com base em que argumento, em que fundamento, Toffoli transforma empresas de capital estrangeiro em meros braços de seus respectivos países de origem?
O fato é que o ministro se tornou um militante do financiamento público de campanha. Isso que tentou fazer no TSE entra na categoria das manobras escandalosas. Gilmar Mendes pediu vista.
Isso tudo, embora não pareça, é o desdobramento vicioso da punição dos mensaleiros. Ancora-se na falácia de que aqueles patriotas só cometeram uma penca de crimes por causa do financiamento privado. Uma ova! O dinheiro do mensalão serviu para corromper, não para financiar campanha. Seria decente que o ministro Dias Toffoli deixasse que PT, partido que ele conhece bem, tentasse fazer triunfar no Congresso a sua tese do financiamento público. Impor uma vontade partidária, sem contar com o apoio da sociedade, no tapetão do Judiciário é coisa de país bolivariano, doutor!
O Federal Reserve (banco central americano) anunciou nesta quarta-feira (18) o início da redução dos estímulos econômicos nos EUA. A autoridade monetária reduziu de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões o volume de recursos que injeta mensalmente na economia desde 2009 por meio da recompra de títulos.
A autoridade já havia afirmado que 100% do incentivo será retirado até o fim de 2014, mas a principal aposta no mercado financeiro era que o corte só começaria no início do ano que vem, embora dados recentes da atividade dos EUA tenham mostrado o fortalecimento da economia --abrindo a possibilidade de o Fed começasse a redução hoje. No Brasil, o efeito do anúncio não foi sentido pelos mercados, que estavam prestes a ter os negócios encerrados. O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, fechou em alta de 0,94%, a 50.563 pontos. Analistas atribuíram o avanço ao vencimento de opções sobre índice, quando terminam o prazo de papéis que apostam na pontuação futura de índices da Bolsa, o que aumentou o volume de negócios no dia. Nos EUA, os índices de ações mostravam alta após a decisão do Fed, com Dow Jones subindo 1,22%, às 17h45, enquanto S&P 500 tinha ganho de 0,63% e o Nasdaq, de 0,45%. O principal indicador positivo recente sobre a economia americana foi o relatório de emprego de novembro, quando a taxa de desemprego naquele país caiu para 7% ao ano. A última vez que o desemprego nos EUA havia ficado abaixo desse patamar foi em novembro de 2008, no auge da crise financeira, quando a taxa chegava a subir 0,5 ponto percentual de um mês para o outro. O crescimento econômico dos EUA também reforça a tese de que o país já consegue andar com suas próprias pernas, dando base para um corte no estímulo em breve. No início deste mês, foi divulgado que o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA cresceu à taxa anual de 3,6%, bem acima das projeções do mercado, em torno de 3%. IMPACTOS Um corte tende a prejudicar a Bolsa brasileira e os demais mercados internacionais. O dólar também tende a subir mais em relação ao real. Isso porque, com a diminuição do estímulo, cai o volume de recursos disponíveis para investimento fora dos EUA, como no Brasil. O peso dessa perspectiva é sentido no mercado brasileiro desde o início do ano, contribuindo para a queda acumulada em torno de 17,8% do Ibovespa, principal índice da Bolsa nacional, em 2013. Já o dólar sobre, no ano, cerca de 14% em relação ao real. "A retirada do estímulo (nos EUA) também afeta as taxas de juros americanas. Após cortar o programa de recompra mensal de títulos, o próximo passo do Fed seria aumentar o juro básico do país, o que tornaria mais atraentes os títulos públicos dos EUA, remunerados por essa taxa e considerados investimentos seguros", diz Bruno Gonçalves, analista da Wintrade Corretora. CÂMBIO O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou esta quarta-feira em alta de 0,93% em relação ao real, cotado em R$ 2,343 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, avançou 0,90%, a R$ 2,343. A decisão do Fed deve repercutir no câmbio amanhã. Hoje, a oscilação da moeda americana, segundo operadores, refletiu a notícia de que o Brasil registrou, em novembro, deficit de US$ 5,145 bilhões em transações correntes com outros países, superando a previsão do Banco Central para o mês: rombo de US$ 4,4 bilhões. No ano, o saldo negativo chegou a US$ 72,693 bilhões. "O resultado das contas externas é horrível. O rombo é enorme e as perspectivas são de que ele aumente ainda mais em 2014", diz Paulo Petrassi, sócio operador da consultoria Leme Investimentos. Segundo Petrassi, a desvalorização do real em relação ao dólar se acentuou depois que a presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil está preparado para enfrentar um eventual cenário de redução dos investimentos dos Estados Unidos no mercado mundial. "A presidente não pode dizer que está tudo bem. Pior do que errar é não reconhecer o erro. Estamos com muitos problemas internos e o governo admite publicamente que está tudo bem, ou seja, não vai fazer nada", afirma Petrassi. As atuações do Banco Central no câmbio não conseguiram frear a alta da moeda americana hoje. O BC deu continuidade pela manhã ao seu programa de intervenções diárias e, pela tarde, a autoridade realizou o oitavo leilão de swaps cambiais tradicionais, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro, para rolar contratos que vencem em 2 de janeiro de 2014.
Comissão determina prazo de 15 dias para que o governo brasileiro adote medidas urgentes. Houve 41 mortes em prisões maranhenses desde o início do ano
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), entidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), condenou o Brasil a adotar medidas urgentes para diminuir a superlotação nos presídios do Maranhão. A medida cautelar, que o órgão apenas concede em situações classificadas como “graves e urgentes”, foi tomada na última segunda-feira e divulgada na noite de terça.
De acordo com a decisão, assinada pela secretária executiva-adjunta do órgão, Elizabeth Abi-Mershed, o Brasil tem 15 dias para apresentar um relatório à entidade confirmando providências a serem adotadas para diminuir a superlotação dos presídios do Estado. A CIDH também pede que órgãos do Poder Judiciário iniciem um processo investigatório relacionado à superlotação e às dezenas de mortes ocorridas nos presídios maranhenses neste ano. "As medidas buscam evitar um dano irreparável e preservar o exercício dos direitos humanos", informa a Comissão Interamericana de Direitos Humanos no documento.
Do início do ano até dezembro foram registrados 41 homicídios nas cadeias do Maranhão. No início de outubro, uma rebelião resultou na morte de nove detentos. Nesta terça-feira, outra rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas terminou em outras quatro mortes. Três presos foram decaptados.
No documento, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos ainda suspeita da capacidade do governo do Estado do Maranhão de evitar novas mortes e reduzir a superlotação no CPP. Segundo investigações do Ministério Público do Maranhão (MPMA), somente o Complexo de Pedrinhas tem dois mil presos acima de sua capacidade. Ainda conforme a CIDH, apesar de o Estado ter decretado situação de emergência no sistema prisional em outubro, “novos atos de violência” ocorreram após as medidas emergenciais anunciadas pelo executivo.
Diante dos problemas nos presídios maranhenses, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação de intervenção federal no Supremo Tribunal Federal (STF). O caso ainda não tem data para ser julgado.
O governo do Maranhão afirma que para melhorar o sistema penitenciário local investirá R$ 53 milhões, fruto de um empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Resumo da entrevista coletiva concedida hoje por Aécio Neves (PSDB). Como se pode ler, o tucano, ao contrário de Dilma, fala coisa com coisa.
Em primeiro lugar é bom que a presidente saiba que as coisas boas desse governo, que não são muitas, obviamente, serão não só mantidas, mas aperfeiçoadas em um futuro governo do PSDB. Mas a presidente se equivoca algumas vezes nas suas declarações. A primeira delas quando, mais uma vez, a la Goebbels, transforma-se a repetida mentira achando que ela possa virar verdade. Repete-se infinitamente uma mentira achando que ela pode se transformar em verdade.
Como a nossa presidente anda muito antenada nas redes sociais, sugiro que ela vá no Youtube e coloque “presidente Lula segundo turno das eleições de 2002 e bolsa esmola.” Ela vai ver que foi exatamente o seu tutor, o presidente Lula, quem chamou os programas de transferência de renda de bolsa esmola, ou de esmola. Ao contrário do que ela disse se referindo ao Bolsa Escola e o Bolsa Alimentação que, na verdade, foram a matriz do Bolsa Família.
Ela se equivoca mais uma vez ao dizer que votamos contra o Mais Médicos. Não. Votamos a favor, mas buscamos aprimorá-lo, o que, infelizmente não conseguimos fazer. Mas faremos no governo do PSDB. Não temos nenhum preconceito contra médicos de fora e muito menos os cubanos. Ao contrário, acho que até os cubanos, por viverem sob a égide de um regime autoritário, deveriam receber uma solidariedade ainda maior dos brasileiros.
O que defendo é que, em primeiro lugar, eles possam ficar no Brasil para serem submetidos ao Revalida em benefício das pessoas que eles vão atender, e que recebam, integralmente, o salário pago pelo governo brasileiro. O que não ocorrerá em um governo do PSDB é o financiamento de um regime autoritário com recursos do Tesouro a pretexto de garantir recursos para um programa social. Aquilo que recebem o médico português, o médico espanhol ou argentino, deve receber também o médico cubano. Acho que a discriminação quem faz hoje é o governo federal ao permitir que esses médicos recebam R$ 1500,00 / 2000,00 e tendo suas famílias ainda sem condições de visitá-los.
Portanto, as boas coisas, elas serão por nós, permanentemente, aprimoradas. E quando falo em reestatização da Petrobras, obviamente, uma figura de linguagem, se não entenderam, explico de forma muito clara. É a profissionalização da Petrobras. É de novo a meritocracia comandando a Petrobras, a Eletrobrás, as principais empresas públicas.
No caso da Petrobras, ela tem de deixar de ser um instrumento da política econômica do governo, na verdade para fazer frente à incompetência do governo em controlar a inflação, que tem tirado a Petrobras de ser o grande instrumento do desenvolvimento, do crescimento econômico do Brasil, para ser utilizada de forma, a meu ver, perversa com os brasileiros, com os seus acionistas estimulados por este governo, que a transformou na empresa não-financeira mais endividada do mundo, tendo o seu endividamento triplicado, perdeu cerca de 35% do seu valor de mercado e começa a acontecer o inimaginável, atrasar o pagamento de fornecedores.
A lógica governista do PT, o aparelhamento da máquina pública do PT está sucateando as nossas empresas. É por isso que o PSDB tem dito: reestatizar a Petrobras é restabelecer a meritocracia na empresa, dar a ela novamente o papel de alavanca prioritária mais importante do desenvolvimento e crescimento econômico do Brasil e não submetê-la mais a este garrote da área econômica que fragilizou muito a nossa empresa e que sequer é, hoje, a maior empresa petroleira da América do Sul. Perde já para a colombiana.
"Nesse Pronatec Brasil Sem Miséria, nós já formamos 850 mil pessoas. E formar 850 mil pessoas é dar condição a eles de ter uma profissão. Você forma de ajudante para tratamento de idoso, até a quantidade imensa de cabeleireira que tem nesse país, né meninas? Vocês sabem que nós somos um dos países com maior consumo na área de indústrias da beleza. E prolifera essa questão. Faz parte da inserção, eu acho, da mulher no mercado de trabalho. Não sei se vocês viram essa mulher formada no Pronatec, era engraçadíssima, a unha era desse tamanho assim, pintada assim, toda bonita pintada, e ela era torneira mecânica. Estava formando em torneira mecânica. Mulher vai para torneira mecânica de unha pintada. Acho que esse é um processo inclusivo."
Dilma Rousseff na entrevista coletiva aos plantonistas do Planalto, hoje.
"A questão da educação é uma questão fortíssima no Brasil. Acho que ela é, o Brasil hoje é um país, do meu ponto de vista, que tem na educação o seu grande caminho, porque, através da educação eu estabilizo a saída da miséria e a ida para a classe média. Só através da educação que nós vamos estabilizar, e educação de qualidade, senão você não estabiliza, ou então a pessoa fica lá. Então, discutiam porta de saída. A grande porta de saída é uma porta de entrada: é a educação."
Dilma Rousseff, hoje, em entrevista para os plantonistas do Planalto.
"Então, do meu ponto de vista acho que 2013 foi o momento em que a chamada crise, que muitos economistas internacionais discutiam se era em U, se era em V, se era em W. Ela é, eu acho, que num W mais profundo para esse momento, se você olhar do ponto de vista da economia internacional como um todo. De alguma economia pode até dizer: olha, foi pior no primeiro momento, lá em 2009. Eu acho que foi pior quando se aprofunda da crise da Europa e se combina com a crise americana, e além disso, com uma redefinição da economia chinesa. E isso indica uma perna para baixo do W mais profunda."
Dilma Rousseff em entrevista aos plantonistas do Palácio, hoje pela manhã.
Como estrila o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), segundo a Constituição (artigo 22, I), o Congresso tem "competência privativa" - indelegável, portanto - para legislar sobre direito eleitoral
Desde o restabelecimento das eleições diretas para a Presidência da República, o caixa dois de campanha eleitoral é um fantasma que assombra a política nacional, pois sempre foi uma prática dos nossos políticos, cuja honestidade era medida pelo fato ou não de destinarem o dinheiro exclusivamente para a campanha e se aproveitarem dele para aumentar o patrimônio familiar. A origem do dinheiro muitas vezes era o superfaturamento de contratos ou o desvio de verbas públicas, num conluio entre agentes públicos e empresários. Não por acaso, nossos empreiteiros se tornaram os maiores financiadores de campanha do país.
Era a tradição, mas não havia vala comum entre políticos honestos e desonestos. Ulysses Guimarães, por exemplo, o líder da oposição, era um homem honesto. Dependia dos amigos para ter algumas mordomias, como viajar de helicóptero. Morreu num voo para Angra dos Reis, em companhia do amigo Severo Gomes, o político e empresário que mais o ajudava nas campanhas. Já o governador paulista Ademar de Barros notabilizou-se por meter a mão no dinheiro público com a maior cara de pau, a ponto de adotar o slogan “Rouba, mas faz!”. Durante o regime militar, militantes da Var-Palmares, organização à qual pertenceu a presidente Dilma Rousseff, assaltaram a casa da amante de Ademar, em 18 de julho de 1969, e roubaram US$ 2,5 milhões para financiar a luta armada.
Com a volta das eleições diretas, as campanhas presidenciais se tornaram um negócio milionário. A campanha de Fernando Collor de Mello, em 1989 — no segundo turno, principalmente —, arrecadou milhões de empresários assustados com a possibilidade de o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser eleito. Foi nesse ambiente que o pequeno empresário alagoano Paulo Cesar Farias emergiu da campanha como o todo-poderoso dos negócios envolvendo o governo. Até que um irmão enciumado, Pedro Collor de Mello, pôs a boca no trombone. O resultado foi a CPI mista do PC Farias e a campanha de impeachment de Collor de Mello.
Assim, partiu do Congresso, e não de outra instituição, a iniciativa de pôr ordem nas campanhas eleitorais. O relatório da CPI mista dizia: “Abandonemos a hipocrisia, não contudo para permitir o domínio indiscriminado do poder econômico na formação da vontade política. Devemos impor parâmetros realistas, porém controle severo, para os que infringirem a lei. Assim estaremos não acabando a corrupção eleitoral, mas contribuindo para que a sociedade e a Justiça possam combatê-la”. A inspiração veio do ex-presidente socialista francês François Mitterrand, autor do projeto de lei que regulamentou, na França, em 1988, o financiamento dos partidos e das campanhas eleitorais.
É que a Lei Eleitoral herdada do regime militar proibia a doação de empresas às campanhas eleitorais. O Congresso, porém, mudou as regras e tornou obrigatória a “publicização” das doações. A Lei Eleitoral de 1997 estabeleceu também limites para as doações de pessoas físicas (10% da renda no ano anterior) e de pessoa jurídica (2% do faturamento no ano anterior). Não se chegou a uma situação perfeita, mas a legislação atual tornou mais transparentes as relações entre os candidatos e os principais doadores: bancos, empreiteiras, siderúrgicas, empresas do setor elétrico, etc.
A celeuma sobre a Ação Penal 470, o chamado processo do mensalão, levou à pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) apresentada pela OAB que questiona as doações feitas por pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. A tese vai ao encontro dos advogados de defesa dos réus, que negam a existência de desvios de recursos públicos no escândalo e atribuem a origem do dinheiro a empréstimos privados. Ou seja, o crime seria a existência de caixa dois, uma prática que seria ainda corriqueira. A tese foi rejeitada pela maioria dos ministros do STF, mas permanece no ar.
Eis que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, decide pôr o assunto em pauta e a Corte ameaça jogar a criança fora com a água da bacia. O julgamento já está 4 a 0 a favor de acabar com doações de pessoas jurídicas, quiçá até de pessoas físicas, com adoção do financiamento público exclusivo, velha bandeira do PT. O problema, porém, não é apenas de mérito. Como estrila o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), segundo a Constituição (artigo 22, I), o Congresso tem “competência privativa” — indelegável, portanto — para legislar sobre direito eleitoral. Essa competência obedece ao princípio da anualidade, pelo qual a lei que alterar a regra do jogo da eleição deve estar em vigor um ano antes do pleito. Isso se aplicaria também ao Judiciário quando “invade” a competência legislativa do Congresso? Segundo o ex-presidente do STF Sepúlveda Pertence, “o princípio da anualidade deve proteger o sistema eleitoral — os partidos, os candidatos e principalmente o cidadão, eleitor — de ‘viradas jurisprudenciais’, que alteram a regra do jogo da eleição a menos de um ano do pleito.”
Campanha antecipada, todos fazem. Quem está montado na máquina do governo faz mais fácil, mais forte, mais em tempo integral, com mais apoio e adesão automática, com mais dinheiro, inclusive público. O esforço é mínimo, e a transgressão legal permitida por multas irrisórias. Estão em campanha aberta à sucessão presidencial Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Dilma postula a reeleição e tem todas as condições expostas acima porque está no exercício do cargo, o apoio reforçado do ex-presidente hiper popular que a elegeu na primeira vez e está muito à frente dos demais nas pesquisas. Curioso, porém, como numa medição de resultados da corrida, em 2013, em ensaio de políticos sobre quem foi melhor ou pior durante o ano, as vantagens do cargo não foram capazes de dar-lhe o diploma antecipado de campeã.
A presidente Dilma fez campanha em período integral, visitou todas as regiões, entregou benefícios, inaugurou obras, diplomou alunos, foi a personagem do programa de TV do seu partido, convocou redes obrigatórias de emissoras de televisão para falar como presidente em várias oportunidades. Sempre com sua campanha reforçada pelo padrinho e alavancando outras candidaturas, como a do postulante do PT ao governo de São Paulo, ministro do seu time em duplo palanque, na máquina federal e nos eventos do Estado onde disputará. Campanha em 2013 como se a eleição fosse amanhã.
Sofreu um forte revés em junho, quando as manifestações populares contra a deficiência de serviços a identificaram com os problemas de má gestão dos programas e verbas públicos. Sua queda nas pesquisas de opinião foi vertiginosa, mas à época o seu publicitário, João Santana, anunciou que até dezembro ela teria recuperado os pontos perdidos. Não recuperou tudo, mas está acima de 40% na pesquisa induzida, o que é considerado ótimo para quem caiu tanto há tão pouco tempo.
O nó de sua candidatura, entretanto, continua sendo a sua vantagem: estar no cargo e fazer um mau governo, não conseguir superar os graves problemas da Saúde, da Educação e da Segurança, ainda em primeiro lugar nas queixas da população sobre os serviços públicos, agravados pelos dramas dos transportes coletivos que viraram símbolo das manifestações. Temor dos temores: a ação de vândalos acabar criando um clima negativo na Copa do Mundo, a ponto de dificultar a realização dos jogos.
A candidata reverteu a queda na intenção de voto, apesar da gestão, e ajudou seus ministros candidatos, como o que administra o setor pior avaliado, pela força da propaganda. Interessante será observar se só com tal recurso vai sustentar o crescimento de sua popularidade a ponto de vencer no primeiro turno. A última pesquisa Ibope, feita para a CNI aponta mais um contrassenso, o reflexo positivo da (má) gestão do governo sobre as intenções de voto na presidente, um efeito que ainda carece de investigação tendo em vista a insatisfação declarada com serviços cruciais para as famílias. Dilma fez um ano de discursos e de consolidação da aliança que lhe dá tempo recorde de propaganda gratuita na TV.
Aécio Neves demorou a entrar na disputa e, portanto, a reagir, mas não ficou de todo estacionado. Sua candidatura apareceu e assumiu lugar privilegiado no PSDB depois de patinar alguns meses enredado no ser ou não ser da indefinição interna, provocada pela pressão da candidatura do ex-governador José Serra. Muitos gostaram de seus programas partidários de TV, embora tenha demitido o marqueteiro no fim do ano. Visitou os Estados e recebeu o apoio do economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, terminando o ano com a candidatura consolidada e com um provável chefe da economia, já com lançamento de diretrizes que sinalizam por que quer a Presidência.
Não é pouca coisa, inclusive porque é o único candidato que já apontou, neste ano, para quem precisa ver com segurança o que será da economia brasileira, quem vai comandá-la. No finalzinho de 2013 ainda pode comemorar o afastamento de Serra da disputa e a unidade partidária em torno do seu nome.
Faz-se obrigatório o registro: foi a candidatura Eduardo Campos que mais evoluiu politicamente em 2013. Desde a ação das bancadas do PSB no Senado e na Câmara nas votações às filiações mais importantes do ano, o partido de Campos atuou bem.
Logo no início a bancada de senadores votou unida contra Renan Calheiros para a presidência da Casa, marcando posição a favor da candidatura de Pedro Taques (PDT) e indicando que sua atuação política seria firme e clara.
Houve o enfrentamento da questão do projeto de lei que procurava atrapalhar o partido de Marina Silva, quando o senador Rodrigo Rollemberg entrou com mandato de segurança no Supremo Tribunal Federal. Foi derrotado juridicamente mas obteve vitória política que impediu o projeto de ser votado até o prazo final das filiações.
Eduardo passou um período terrível tendo que enfrentar o duríssimo assédio da máquina do governo federal e da cúpula do PT sobre os governadores do PSB, para que desistisse. A avaliação que se faz hoje é que as manifestações de junho demonstraram aos governadores que a avaliação de Eduardo estava certa, o que fortaleceu a candidatura própria. Nesse processo apenas o governador Cid Gomes (CE) desertou, mas sem causar nem sofrer traumas. Campos conduziu a saída do PSB do governo e promoveu o rompimento com o PT, com críticas à administração da qual participou, também sem conflitos.
As duas principais filiações do ano foram feitas pelo PSB, a da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, e, agora, na próxima quinta, a filiação da ex-corregedora de Justiça e ministra do STJ, Eliana Calmon, uma filiação expressiva que vai viabilizar um palanque importante na Bahia.
Dos partidos que não estavam previamente definidos, o que se posicionou formalmente em apoio a uma candidatura foi o PPS a Eduardo Campos.
O candidato do PSB chega ao fim do ano com 11, 13 ou 15 pontos, dependendo da pesquisa e da forma como se pergunta a preferência do eleitor, mas partiu de um patamar muito baixo: partido pequeno, desconhecido do Brasil, pressionado pelo lado mais forte da política, o governo, para desistir do projeto. Avançou, tornando-se um candidato competitivo e irreversível.
Recente pesquisa de opinião pública apontou expressiva aprovação do governo Dilma. Números expressivos e pró-governo já haviam ocorrido nas gestões Lula, Fernando Henrique e de outros governantes. Invariavelmente, institutos de pesquisa apontam elevados índices de aprovação.
Claro que, espertamente, as pesquisas de opinião sempre são realizadas imediatamente após algum anúncio de benefício popular, em rede obrigatória de televisão, seja governamental ou partidária.
Entretanto, as mesmas pesquisas apontam índices negativos nas áreas de educação (58%), segurança pública (70%) e saúde (72%), principalmente. E nem falamos de taxa de juros e impostos. Ironicamente, os brasileiros aprovam os governantes - presidente e governadores, especialmente, mas reclamam de tudo. Com razão. Afinal, o que funciona, o que está bem?
Trata-se, pois, de uma profunda contradição. Aprovam alguns atos de governo e a presidente, mas reclamam (repito, com razão!) da saúde, da educação, da segurança, da situação das estradas, da crescente inflação, dos níveis de corrupção governamental etc., entre outras queixas. E nem falei do crescimento medíocre do Produto Interno Bruto nacional, o pior disparado entre os países ditos emergentes.
Ora, se reclamam de tudo, não há responsabilidade do chefe e sua equipe? É como se os sócios de uma empresa com indicadores econômico-financeiros ruins, queda de faturamento e lucros, trabalhadores insatisfeitos, salários atrasados, dívidas em crescimento, consumidores reclamando, continuassem elogiando e mantendo seu gerente, com altos índices de reconhecimento e expressivos salários.
Se o quadro geral de precariedades dos serviços públicos e as denúncias de corrupção não sensibilizam a opinião pública e a popularidade da presidente continua subindo, talvez a explicação possa estar na falta de qualidade da oposição e na prática do denuncismo, na judicialização da política e na falta de projeto alternativo (agenda positiva) de governo.
Mesmo assim, suponho que a melhor explicação para a contradição que as pesquisas apontam ainda é o conformismo e a condescendência do brasileiro bonzinho, temperado com o culto ao personalismo e voluntarismo presidencial.
Muitos de nós deixaremos a soberba, o egoísmo e a vaidade de lado por pelo menos uma semana. Seremos bem mais flexíveis com o próximo, reataremos amizades há muito esquecidas, colocaremos em nosso dicionário a palavra "caridade", seremos capazes de perdoar e teremos a exata medida do valor da família. Daremos mais importância ao espiritual, ao ser, em detrimento do material, o ter. Pelos próximos dias, nossos corações serão tomados por uma chama inexplicável de paz e de harmonia. Mesmo quem não é religioso consegue sentir essa força, ainda mais intensa na noite de Natal.
Quem dera esse sentimento inundasse os nossos políticos durante os 365 dias do ano. Alguns engravatados, que se julgam acima do bem e do mal, olhariam para os eleitores com respeito e, sobretudo, com gratidão, por terem conquistado deles, seus verdadeiros patrões, um voto de confiança. Tomados pelo espírito natalino, cumpririam suas agendas no Congresso Nacional com a dedicação de um ourives que lapida um diamante. Proporiam projetos de lei que valorizassem o bem-estar social e não a própria conta bancária, ante interesses escusos e mesquinhos de empreiteiras e de lobistas. Teriam a noção de que uma sociedade que tem assegurados os direitos à saúde, à educação e à moradia conhece o valor real da democracia legítima e não se perde no antro da corrupção.
Do conforto de seus gabinetes nos palácios, os governantes perceberiam que nosso Brasil está à beira de uma guerra civil - na qual criminosos impõem a sentença de morte a muitos cidadãos inocentes, trabalhadores e dignos. E fariam valer a Constituição, tantas vezes tratada como um punhado de leis utópicas e inalcançáveis. Muitos deles teriam vergonha dos altos salários que recebem ante a péssima produtividade. Com o país ameaçado por uma possível recessão econômica, com os juros galopantes e a inflação em curva ascendente, e a despeito da publicidade positiva do governo federal, talvez precisemos nos apegar à esperança, outro sentimento bem presente no Natal. Vale acreditar que seremos agraciados com dias melhores e que sobreviveremos, mesmo perdidos em uma selva de ganância, cobiça e desprezo pela vida humana. Um feliz Natal.
18 de dezembro de 2013 Rodrigo Craveiro, Correio Braziliense
Déficit em conta corrente soma US$ 5,14 bilhões em novembro. Resultado ficou acima da estimativa do Banco Central para o mês, de US$ 4,4 bilhões
O déficit em transações correntes do País somou US$ 5,145 bilhões em novembro, informou o Banco Central, nesta quarta-feira, 18. O número ficou acima da estimativa do BC, de US$ 4,4 bilhões.
O resultado ficou dentro do intervalo previsto, segundo levantamento do AE Projeções, que apontava déficit entre US$ 4,200 bilhões e US$ 5,586 bilhões, mas acima da mediana de US$ 4,700 bilhões. De acordo com o BC, a conta de rendas ficou negativa em US$ 3,478 bilhões. A de serviços, negativa em US$ 3,519 bilhões. Essas saídas de recursos foram parcialmente compensadas pelo superávit comercial de US$ 1,740 bilhão e pelas transferências unilaterais positivas em US$ 111 milhões. No acumulado de janeiro a novembro de 2013, o déficit em conta corrente soma US$ 72,693 bilhões, o equivalente a 3,58% do Produto Interno Bruto (PIB). No acumulado dos últimos 12 meses até novembro, o saldo está negativo em US$ 81,100 bilhões, o que representa 3,66% do PIB. 2013. Para 2013, o Banco Central revisou a projeção de déficit nas transações correntes de US$ 75 bilhões para US$ 79 bilhões, equivalentes a 3,57% do PIB. A autoridade monetária manteve a expectativa de superávit comercial deste ano de US$ 2 bilhões, o equivalente a 2,85% do PIB. O BC deixou inalteradas ainda a previsão de exportações, de US$ 241 bilhões, e a estimativa de importações, de US$ 239 bilhões. Ao contrário do que o Banco Central dizia esperar em notas e comunicados anteriores, a previsão de gastos com viagens internacionais em 2013 aumentou. Embora a autoridade monetária previsse um arrefecimento desses gastos no segundo semestre, a estimativa para o ano subiu de US$ 17,2 bilhões para US$ 18,6 bilhões. Já a previsão de despesas com juros diminuiu, de US$ 13,6 bilhões para US$ 13,4 bilhões, enquanto a estimativa de remessas de lucros e dividendos para o exterior foi mantida em US$ 24 bilhões.
IED. Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) somaram US$ 8,334 bilhões em novembro, acima dos US$ 4,587 bilhões registrados em novembro de 2012. O resultado ficou acima do intervalo previsto, segundo levantamento do AE Projeções, que apontava IED entre US$ 4,6 bilhões e US$ 5,5 bilhões, com mediana de US$ 5,0 bilhões. No acumulado do ano, o IED soma US$ 57,478 bilhões (2,83% do PIB). No mesmo período do ano passado, o IED acumulado era de US$ 59,914 bilhões (2,90% o PIB). Em 12 meses até novembro, o IED está em US$ 62,836 bilhões, o que corresponde a 2,84% do PIB. A estimativa do BC para o IED em novembro era de US$ 5,0 bilhões
18 de dezembro de 2013 Eduardo Cucolo e Anne Warth - Agência Estado
Uma sociedade onde a única manifestação pública de racismo observada em muitos anos foi apenas uma piada é, com toda evidência, uma sociedade sem racismo praticamente nenhum.
O episódio do estudante de Santa Catarina que provocou uma onda de protestos com uma foto-caricatura considerada racista
1. O autor da piada jura não ter tido intenção racista, mas a foto é objetivamente ofensiva. A oferta de bananas em lugar de flores reduz o amor do casal negro a uma paixão entre macacos. A comparação remonta ao século XIX, quando o sucesso da concepção darwiniana do ser humano que se destacava progressivamente de seus ancestrais símios, fundindo-se com a visão do atraso e barbarismo do continente africano, espalhou entre os brancos europeus a ilusão de uma superioridade racial tanto mais persuasiva quanto mais confirmada, aparentemente, pelos testemunhos convergentes da ciência e dos viajantes. O sentido da cena remonta portanto a uma tradição cultural inconfundível, da qual nenhum estudante universitário pode razoavelmente alegar ignorância.
2. Subjetivamente, a mesma figura pode ser usada com graus diversos de intenção ofensiva, desde o gracejo inócuo entre amigos até a afirmação franca e brutal de um programa ideológico assumido. Como a foto foi publicada, em vez de circular apenas num grupo privado, ela já não está, obviamente, no primeiro grau dessa escala, mas também não chega ao último, pois o autor parece sincero ao negar que seja ideologicamente racista e ao dizer-se perplexo ante a reação hostil da coletividade negra local.
Não sendo nem uma brincadeira inocente nem uma tomada de posição ideológica, o ato só pode ser explicado como um caso de inocência perversa, o mal crônico da sociedade histérica baseada no autoengano geral. É preciso uma boa dose de ilusão histérica para um sujeito achar que pode fazer bonito com um estereótipo racial, em público, sem parecer racista. O histérico não sente o que percebe, mas o que imagina.
3. Alguma reação indignada dos seus colegas negros era, portanto, não somente razoável, mas inevitável. A coisa escapou da psicologia normal, porém, a partir do instante em que a militância negra recusou ouvir um pedido formal de desculpas e preferiu partir para o protesto coletivo organizado e a exigência de punição administrativa. Essa decisão evidencia o desejo de forçar o senso das proporções para dar ao caso uma dimensão que ele por si não tem, transformando um erro individual momentâneo numa atitude política que devia ser respondida com outra atitude política. Isso também é pura histeria.
O histérico não reage proporcionalmente aos estímulos, mas avalia “ex post facto” o estímulo pela intensidade da sua reação. Por exemplo, se morre de medo de um gato, persuade-se de que ele é perigoso como um tigre, ou, se tem uma explosão de cólera ante uma pequena ofensa, imagina que ela foi brutal e imperdoável.
É compreensível que, num reflexo automático de autojustificação, ele então deseje instilar a mesma reação nos outros, produzindo uma resposta desproporcional para espalhar a impressão de que o estímulo foi maior do que realmente foi. Essa conduta é tanto mais irresistível quando não se trata de mera reação individual, mas de um contágio coletivo.
A gritaria da massa passa então a ser a unidade de medida do motivo que alegadamente a provocou. A elite revolucionária, que não se constitui de histéricos mas de psicopatas, conhece perfeitamente bem esse mecanismo e sabe desencadeá-lo repetidas vezes até que, num meio social altamente carregado de paixões ideológicas, ele se torne automático e rotineiro.
Praticamente todos os “movimentos sociais”, hoje em dia, vivem disso. No caso de Santa Catarina, forçar um protesto coletivo a contrapelo do pedido de desculpas que o tornava desnecessário foi o meio encontrado para dar a um miúdo desatino individual o alcance postiço de um sinal de racismo organizado, endêmico, ameaçador.
4. Objetivamente, uma sociedade onde a única manifestação pública de racismo observada em muitos anos foi apenas uma piada é, com toda evidência, uma sociedade sem racismo praticamente nenhum. Mas o senso de identidade da militância negra depende, em grande parte, da expectativa comum de estar permanentemente ameaçada por uma militância igual e contrária, por um racismo antinegro endêmico e perigoso.
A reação à foto-piada foi produzida exclusivamente por essa predisposição, totalmente alheia à gravidade maior ou menor dessa ofensa em particular. Uma vez desencadeada, era preciso portanto dar à ofensa as dimensões de um perigo iminente e grave contra o qual era obrigatório defender a todo custo a integridade do grupo. A reação desproporcional visou precisamente a dar a impressão de racismo generalizado, de modo a justificar novas e mais violentas reações.
É estímulo a um racismo negro em resposta a um racismo branco praticamente inexistente ou inofensivo, que se deseja pintar como uma ameaça temível para daí tirar vantagem psicológica e política: reforçar a identidade do grupo e ao mesmo tempo ganhar para ele o apoio da opinião pública.
As lições do psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski em “Political Ponerology: A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes” (Red Pill Press, 2007) são ilustradas diariamente pelo noticiário nacional. A esse jogo abjeto de intercontaminação histérica reduz-se a política de um país governado por psicopatas.
Bogotá não necessita de um agitador respaldado pela maior organização criminosa do continente. Necessita de um verdadeiro prefeito, um cidadão honorável e competente que tire a capital da crise em que a afundaram os vagabundos prefeitos de esquerda e extrema esquerda que trabalhavam para encher os próprios bolsos, para enriquecer seus amigos e para o projeto político castro-chavista.
O respaldo dado a Gustavo Petro pelas FARC [1] desde Cuba prova uma vez mais que a tal “esquerda democrática” não existe na Colômbia. Por trás desse projeto ilusório está, como sempre, o braço armado comunista. Desde Havana, as FARC gritam seu apoio a Petro em tom dilacerado. Insultam e ameaçam de novo o procurador geral da nação (sem que o presidente Juan Manuel Santos, que é obrigado a conservar a ordem pública em todo o território nacional e a honra da nação, se atreva a mandar-lhes se calar). Em todo caso, o bando narcoterrorista não quer que o caótico funcionário sancionado abandone esse posto tão estratégico. As hienas de Havana se disfarçam de ovelhas. Contorcionam-se, posam de “indignados”. Pretendem que os colombianos vejamos os assassinos de Inzá (onde deixaram 7 mortos, 53 feridos, 127 casas afetadas, centenas de pessoas traumatizadas e 3 bilhões de pesos em perdas materiais) como defensores da “democracia”. As gesticulações dessa gente confirmam que a eleição de Gustavo Petro para dirigir Bogotá para parte de um complicado andaime no qual as FARC jogaram e estão jogando um papel central. Se os bogotanos agora elegem um prefeito que não esteja sob essa nefasta influência, a panela podre que se foi acumulando durante as últimas administrações da cidade (todas saídas do partido Polo Democrático) será destampada, pois o corrupto “cartel da contratação”, de proporções nunca antes vistas em Bogotá, montado pelo também destituído e hoje encarcerado prefeito esquerdista Samuel Morena Rojas, poderia ser só a ponta do iceberg. Ou será que tal operação de saque de Bogotá se fez da noite para o dia? Ante o apoio dado a Petro pelas FARC também é obrigatório repensar os atentados de baixo perfil que estiveram sofrendo o procurador Alejandro Ordóñez e sua família nos últimos meses. Não falo da campanha difamatória sistemática, senão dos atentados a bala que o promotor Montealegre, como coisa ignominiosa, não se abala em investigar. A bala de alto calibre que, em dias passados, atravessou um janelão a poucos metros do gabinete do Procurador, pode ter sido disparada por um franco-atirador formado pela subversão. As FARC querem se desfazer do procurador geral pois ele dirige a luta mais acertada e valente contra a impunidade que esses criminosos querem obter por meio das transações em Havana. Agora pode-se pensar que queriam assassiná-lo antes que anunciasse a destituição do prefeito Petro. Esse bando também quer atentar contra o ex-presidente Álvaro Uribe, segundo informes de inteligência revelados há alguns dias pelo ministro colombiano de Defesa. A atitude desesperada de Petro e de seus amigos ante a sanção imposta com toda razão e em plena legalidade pelo Procurador Alejandro Ordóñez Maldonado, mostra que é muito o que está em jogo. O mais assombroso é que o recém nomeado embaixador dos Estados Unidos na Colômbia, Kevin Whitaker, abuse de sua posição e repita desde Washington o mesmo que as FARC disseram: que a destituição de Petro “poderia erodir o processo de paz”. A administração Obama está cada vez pior e já ninguém sabe em que vai terminar. A chantagem que consiste em mesclar a destituição de Gustavo Petro ao futuro das negociações em Havana demonstra que os interesses dos bogotanos e de Bogotá, inclusive as camadas mais pobres, são a última preocupação da faixa esquerdista e das FARC. As ilegais “mobilizações de massas” que Petro tenta desatar na capital da República, caem muito bem à subversão pois ampliarão o contexto de desordem e violência que servirão para arrancar a Santos, o quanto antes, as concessões que as FARC querem em matéria de narcotráfico, participação política e ocupação de territórios. A tenaz Petro-FARC deixou de ser uma hipótese. A oposição e as instituições que não sucumbiram à corrupção saberão cercar o procurador Ordóñez para fazer fracassar os desmandos que estão em desenvolvimento contra ele, contra Bogotá e contra a Colômbia.
Pode uma corrente com uma cruz ser motivo para se perder o emprego? Aparentemente, sim, caso viva-se na Noruega e trabalhe-se para a NRK, uma companhia estatal de TV e rádio. Siv Kristin Saellmann - uma âncora bastante popular na Noruega - foi suspensa das suas funções por aparecer no ar usando uma cruz (1,4 centímetros) à volta do seu pescoço. Alguns telespectadores - majoritariamente membros da comunidade maometana local - protestaram contra isto, alegando que "um colar com uma cruz é um insulto para o Islã", e que "este símbolo não garante a imparcialidade do canal de televisão". A jornalista, uma das mais conhecidas e mais populares na televisão pública norueguesa, foi suspensa e proibida de apresentar os seus programas "antes que isso se torne um ponto de discórdia e fomentador de crimes". Como o jornal La Republica nota, este caso é semelhante ao caso de Nadia Eweida, uma funcionária cristã da British Airways que após sete anos venceu a batalha legal. O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ("European Court of Human Rights" – ECHR) reconheceu que ela havia sido vítima de discriminação. Em janeiro de 2013 o ECHR aprovou um julgamento dos casos que envolviam quatro cristãos da Grã-Bretanha. Estes casos envolviam a violação do artigo 9 da "European Convention for Protection of Human Rights", segundo a qual, todas as pessoas têm o direito e expressar livremente a sua opinião, de ter liberdade de consciência e de religião. O tribunal satisfez a alegação da antiga funcionária da British Airways, Nadia Eweida, que havia sido removida do seu emprego por usar uma cruz, e forçou a British Airways a pagá-la 32 mil euros de indenização. Mas três outras denúncias foram rejeitadas. O tribunal determinou que o "NHS Trust Hospital" de Devon e Exeter tinha razão do seu lado quando exigiu que a enfermeira Shirley Chaplin removesse a sua cruz visto que ela "representava um risco para a segurança e para a higiene". A enfermeira afirmou que ela havia perdido o emprego depois de se ter recusado a remover a cruz. O ECHR também não concordou com as alegações de Gary McFarlane e Lillian Ladele. Gary McFarlane, terapeuta cristão de Bristol, recusou-se a aconselhar duplas gays acerca de suas relações sexuais. Ele foi despedido por isso. Lillian Ladele, uma administradora que trabalhava para o bairro londrino de Islington foi sujeita a castigo disciplinar por se recusar a registrar uniões homoeróticas.
Acabei descobrindo esta entrevista concedida pelo ex-senador Jaison Barreto, à TV da Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Não posso dizer que passei batido porque não vejo televisão. Entretanto, faço esta postagem em homenagem ao grande Jaison Barreto que reputo como um dos políticos mais brilhantes do Estado de Santa Catarina, e sem favor nem exagero barato, do Brasil.
Conheci melhor Jaison Barreto na histórica campanha ao governo do Estado de Santa Catarina em 1982. Nessa época era editor de política do jornal O Estado, aqui de Florianópolis, o mais importante e influente da época. Lamentavelmente, não existe mais. Apesar de tudo e sem as enormes facilidade que a tecnologia hoje oferece, O Estado ainda era mil vezes melhor do que os pasquins tecnológicos do século XXI.
Nesse tempo me perfilava à esquerda, como também o próprio Jaison Barreto. O PMDB de então era uma espécie de frente ampla contra o regime militar e não tinha nada a ver com o que é hoje em dia.
Os quadros mais consistentes desse partido fundaram o PSDB que o próprio Jaison, como explica nesta entrevista, a ele se filiou-se, enquanto eu fui, inclusive, fundador nacional do PSDB, tendo participado como membro suplente do diretório nacional e secretário da comissão executiva provisória em Santa Catarina. Participei da grande reunião em Brasília de fundação desse partido, mas há muito tempo estou fora da política partidária.
Esta entrevista de Jaison está muito interessante. E mostra que o tempo é inclemente. Não só no que se relaciona à velhice que chega a todos quantos são longevos. Me refiro mais à inclemência do tempo no que respeita ao fato de que os episódios pregressos, em muitos casos, ou na maioria deles, perdem significado em termos de “sentido”. Difícil é conceituar o que é sentido.
Todavia é aquele conjunto de fatos que operam novos fatos em conexão lógica no período de tempo em que ocorreram. Fazem sentido na época em que se deram, em sua maioria. Quem tem a graça - ou a desgraça - de alcançar da longevidade com boa memória, como é o caso de Jaison, pode ter duas reações: ou se emociona ou permanece indiferente quando é levado a relembrar o passado.
No caso de Jaison, as lágrimas escorrem de seus olhos. Isto, sinaliza, sem dúvida, a personalidade do ex-Senador que viveu intensamente toda a sua vida, particularmente no que se refere à política, já que vivenciou um dos períodos mais tensos da história republicana. Em grande parte deles foi personagem atuante.
Mas antes de mais nada, o ato de se emocionar combina com o perfil de Jaison Barreto, que sempre foi um tipo despojado e generoso. Em vez de se mostrar amargo com as vicissitudes da própria vida e sobretudo da política, evoca a grandeza do perdão e mantém o bom humor com o sorriso largo que lhe é peculiar.
Jaison Barreto está com 80 anos de idade, porém mantém excelente memória e voz, embora seus olhos - uma ironia do destino, já que é médico oftalmologista - estejam prejudicados conforme ele mesmo explica, fato que o obriga a usar uma lupa para ler os jornais.
E, mesmo apesar dessa funesta adversidade, Jaison grava seus artigos e notas que são escritos posteriormente por sua secretária. “Sou um animal político” - admite Jaison, que não conseguiu até hoje desvencilhar-se da política, mesmo com a aposentadoria e a moléstia ocular.
Devo assinalar que incluo Jaison Barreto entre os políticos mais inteligentes e preparados que conheci ao longo da minha carreira jornalística. Dono de uma oratória vibrante, consistente e contundente, Jaison Barreto cativava até mesmo seus oponentes e, para os jornalistas que o entrevistavam, sempre era capaz articular alguma novidade.
Das entrevistas com Jaison sempre saía um “lead” de qualidade. Dependendo das circunstâncias políticas em que se dava a entrevista, invariavelmente rendia manchete.
Assinale-se, contudo, que quando Jaison Barreto foi candidato ao Governo do Estado de Santa Catarina não teve o apoio do PT e nem do PDT, que lançaram candidatos próprios.
Foi quando percebi que a democracia, a alternância do poder, a educação e a grandeza política não seriam, como de fato não foram, as características do PT e do PDT, este último aliado ao 'sapo barbudo', como definira Brizola.
É bom que se frise, que o PT que se negou a apoiar Jaison, foi capaz recentemente de fazer aliança e abraçar Paulo Maluf, José Sarney, Renan Calheiros e figuras correlatas.
Desde aquela época, no raiar da abertura política com a eleição direta para Governador, o PT se arvorava como o paladino da ética e da moralidade pública. Hoje tem seus principais quadros ocupando um cela da Papuda, enquanto o livro Assassinato de Reputações, do ex-Secretário de Justiça do governo Lula, revela que o falastrão de Garanhuns era informante do DOPS e conhecido pelo codinome "Barba".
De lá para cá nunca mais se fez um só político da estatura de Jaison Barreto. Nesta entrevista se pode constatar o que estou afirmando.
Saúde e força, Jaison! Continuamos apoiando você, como em 1982! Poucos têm lugar na história. Você está entre esses poucos, raríssimos homens de valor e inteligência.
A honradez, o culto à moralidade e à boa ética desapareceram da cena política para abrigar todos os tipos de amorais, estúpidos, ladravazes e coveiros da democracia e da liberdade. O PT puxa o cordão.