"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de julho de 2015

O INCANSÁVEL CAÇADOR CAÇADO DE MARAJÁS... OS SEUS ELEITORES MERECEM!

        A 2a morte de Fernando Collor

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14 de julho de 2015

O VOLUME MORTO


No Brasil, qual a diferença entre o comunismo de antigamente e o comunismo de hoje? Só uma: hoje eles estão no poder. Essa é a diferença principal. Na oposição são ardorosos sabotadores, no poder são um desastre administrativo. E se dedicam a sabotar o capitalismo mesmo dentro do poder capitalista. Como eles costumavam dizer, esta é a “contradição principal” deles: como ser contra o regime e governá-lo ao mesmo tempo?

A outra diferença entre ontem e hoje é de sentimentos: antes havia, sim, uma esquerda romântica, como vi e vivi nos tempos de estudante na UNE. A esquerda não era corrupta. Hoje, a esquerda é só um pretexto para o petismo, o lulismo e o banditismo.

Naquela época, não. Nosso romantismo era meio babaca, mas era a única porta para entender o mundo.

Nós éramos mais “puros”, mais poéticos, mais heroicos que os meus colegas de PUC, todos já de gravatinhas adultas. Como era bom se sentir acima dos outros, não por competência ou cultura, mas por superioridade ética. Os operários eram nossa meta existencial. Para nós, eles eram o futuro da humanidade. Nas oficinas do jornal estudantil que eu fazia, crivavam-nos de perguntas e agrados, sendo que os ditos operários ficavam desconfiados e pensavam que nos éramos veados, e não fervorosos “revolucionários”.

Naquele tempo não era possível pensar de outro jeito. De Sartre a Brizola, não havia outra ideologia disponível. A Guerra Fria dividia o mundo em duas facções, e a tomada do poder de Fidel Castro inebriou nossos desejos. Mesmo delirando em utopias, queríamos verdadeiramente, romanticamente salvar o país, contra o “imperialismo norte-americano, o latifúndio e a direita espoliadora”. Não havia espaço para outras ideias, e quem ousasse pensar diferente era canalha, lacaio dos norte-americanos. Por exemplo, Raymond Aron era de “direita” porque discordou do Sartre, pois este incitava seus leitores para agir; Aron ensinava-os a pensar. Como acreditávamos nessa dualidade, ela virou uma verdade incontestável. E essas “verdades” criaram uma nova linguagem que praticávamos com fé e determinação. Em vez dos fatos, a linguagem bastava e nos movia. A linguagem ignorava o mundo real, chato e complexo demais para a mutação histórica que faríamos, pois, afinal, éramos os “sujeitos da história”. Só as palavras simplistas explicavam nossa visão de mundo: alienação, massa atrasada, massa avançada, conscientização, sectarismo, aventureirismo, reacionarismo, entreguismo, proletariado, democracia burguesa e a palavra sagrada que tudo justificava: o “povo”.

E é impressionante a manutenção das mesmas ideias de 50 anos atrás. Éramos implacáveis com as tentativas de conciliação; um dia, o próprio Costa e Silva aceitou receber uma delegação de estudantes. Nada aconteceu porque nós, na porta do Planalto, nos recusamos a vestir paletós. Nossas certezas eram tão sólidas que me lembro de dizer, no dia 31 de março de 1964: “Oba! Já derrotamos o imperialismo norte-americano; agora só falta a burguesia nacional!” No dia seguinte, a UNE pegava fogo, e surgia o anão verde-oliva Castelo Branco, o novo ditador.

Como era fácil ignorar a realidade quando se é da oposição, como era (e é) moleza tramar um programa político sem ter de administrar nada. Os românticos esquerdistas achavam que administrar era coisa de capitalistas (e ainda acham) pois, no desespero da zona geral, tiveram agora de contratar um “neoliberal” para tentar salvar um país quase em “perda total”.

Na época, tudo fazia sentido para nós, sentido calcado em palavras-chave que descreviam a vida, o país, as tragédias mundiais, a subestimação da resistência daquele mal chamado “capitalismo” que tudo descrevia. O capitalismo era tratado como uma pessoa: “capitalismo” hoje acordou de mau humor, o capitalismo tentou nos enganar outro dia, o capitalismo está mentindo etc. Nunca entenderam (como hoje) que o capitalismo não é um regime político, mas um modo de produção – mal ou bem, o único que ainda funciona nesse mercado devastado por crises.

O socialismo utópico ou não era a única ideologia que movia o mundo e que agora justifica a destruição do Estado e do país que os petistas estão perpetrando. De certa forma, esta cagada que aprontaram (perdoem a vulgaridade) foi uma vitória.

A palavra de ordem não era derrotar o capitalismo? Pois agora estão conseguindo cumprir sua utopia: derrotá-lo (e o Brasil junto) sem terem nada para botar no lugar. É espantosa a capacidade de errar dessa gente. Mas para eles, na pior tradição hegeliana, o “erro” é apenas um acidente de percurso. O erro é apenas uma contradição negativa e passageira. Nesse tempo, as reuniões eram incessantes e insuportavelmente longas. E era o mesmo papo de agora no PT: precisamos falar com o povo, com movimentos sociais, sindicatos e (uma palavra que me deprimia) “associações de bairro”. Eu pensava: “Que será isso? Será que querem conscientizar minhas tias?” Nas infinitas reuniões, todos falavam inflados de certezas e ao final se perguntavam: o que fazer? Ninguém sabia. Mas continuávamos firmes militantes do nada, sem saber para onde ir, porque ter dúvidas era “revisionismo”. É como hoje, ver o Rui Falcão falando até me emociona, pois é uma viagem no tempo. Não havia espaço para os males internos e seculares do Brasil; tudo era culpa dos inimigos externos (como hoje – não é, Dilma?).
Hoje já estão no “volume morto”, como definiu o Lula num raro acesso de autocrítica, mas continuarão persistindo na marcha da insensatez. Eles não mudam nunca.

Nunca me esqueço de um debate do grande intelectual “aroniano” José Guilherme Merquior com dois marxistas na TV. Os dois falavam sempre dos erros da esquerda, mas considerados apenas como “percalços” de uma marcha triunfal para o futuro. Eles diziam, batendo no peito: “Erramos no stalinismo, na Hungria, em Praga, aqui erramos em 1935, 1964, em 1968, mas continuaremos lutando”. Merquior respondeu na lata: “Por que vocês não desistem?”



14 de julho de 2015
Arnaldo Jabor

E AGORA, LULA?


 
 
 

Brasília - E agora? Dos 6 bilhões roubados da Petrobrás, 2 bilhões caíram na conta da Camargo Corrêa. Quando Zé Dirceu diz que Lula e Dilma estão no mesmo saco tem razão de sobra para tal afirmação. A Polícia Federal descobriu que a empreiteira doou ao Instituto Lula 3 milhões de reais e mais 1,5 milhão ao LILS – Palestras, Eventos e Publicidades de Luis Inácio Lula da Silva. Ou seja: Lula está envolvido até o pescoço com o esquema que torrou o patrimônio da Petrobrás, a maio...r empresa brasileira. Quando os petistas defendiam a estatal da provável privatização, tinha um motivo maior para a campanha: queriam se apossar do cofre da empresa e retirar de lá o último centavo, como realmente fizeram em conluio com as empreiteiras.


Para quem tinha dúvidas da participação do ex-presidente Lula nas tramoias, as investigações provam o seu envolvimento. E olha que isso é apenas um aperitivo ( e que aperitivo!), o pagamento de 4,5 milhões de reais ao Instituto Lula e a sua empresa de palestra – que tem o endereço de sua residência. Por menos do que isso, o ex Primeiro Ministro de Portugal, José Sócrates, amigo de Lula, está no presídio, onde, pelo que se sabe, é um dos principais artilheiros do time de futebol.

14 de julho de 2015
in graça no país das maravilhas

VOCÊ PAGOU PELA ORGIA COM PROSTITUTAS DE LUXO. PARABÉNS!



No domingo, descobrimos que Dilma Rousseff disse a José Eduardo Cardozo:

“Você f**** com a minha viagem”.

Hoje, confirmamos que o verbo é o mais apropriado para o desgoverno do PT.

Sim: o dinheiro roubado da Petrobras pagou prostitutas de luxo.

A história foi explicada ao Ministério Público e à Polícia Federal pelo doleiro Alberto Youssef (foto) e o emissário dele, Rafael Angulo Lopez, após eles terem sido questionados sobre os valores associados, em suas planilhas, às expressões “Artigo 162” e “Monik”.

Diz a Folha de S. Paulo:

“Só em 2012 cerca de R$ 150 mil foram gastos para financiar a contratação das garotas, algumas delas conhecidas pela exposição em programas de TV, capas de revistas e desfiles de escolas de samba.

A expressão ‘Artigo 162’ era uma referência ao número do endereço de uma cafetina conhecida como ‘Jô’, que agenciava os programas para os dirigentes da Petrobras e políticos.

O dinheiro do esquema de corrupção também era usado para bancar festas com as garotas. Só em uma delas, no terraço do hotel Unique, em São Paulo, foram gastos R$ 90 mil”.


Para se ter uma ideia, com esse mesmo valor, em publicidade estatal, dá para pagar praticamente um mês pelos seguintes combos de blogueiros de luxo:

- Luís Nassif + Revista Fórum, ou:

- Paulo Henrique Amorim + Brasil de Fato, ou:

- Kennedy Alencar + Opera Mundi + Diário do Centro do Mundo

Mas é bom deixar claro
Você pagou pela orgia com prostitutas de luxo por fora.
Você paga mensalmente pela publicidade estatal aos blogueiros de luxo por dentro.
Parabéns, pagador de impostos! Você é mesmo um patriota.



14 de julho de 2015
Felipe Moura Brasil, veja online

OPERAÇÃO ZELOTES

CPI DO CARF CONVOCA EMPRESÁRIOS E CONSELHEIROS DO ÓRGÃO PARA DEPOR
OPERAÇÃO APURA UM ESQUEMA DE PAGAMENTO DE PROPINA PARA INTEGRANTES DO CARF

A CPI TAMBÉM PEDIU PARA TER ACESSO A TODOS OS DOCUMENTOS FOTO: PEDRO FRANÇA/ AGÊNCIA SENADO

Na última reunião antes do recesso parlamentar, a CPI que investiga as suspeitas relativas aos julgamentos realizados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou nesta terça-feira, 14, uma série de requerimentos para convocar empresários e conselheiros do órgão para depor.

Entre os convocados estão os presidentes do HSBC no Brasil, da Boston Negócios, da Indústria Irmãos Júlio, da Mundial S.A. e do Grupo Penha. De acordo com matérias publicadas pela imprensa, essas empresas estariam sendo investigadas pela Operação Zelotes, da Polícia Federal.

O ex-auditor da Receita Federal Jeferson Salazar e os conselheiros do Carf Antonio Lisboa e Valmar Fonseca também foram convocados, assim como outros suspeitos de envolvimentos no caso do julgamento da Mitsubishi no Carf. Na semana passada, o presidente da empresa, Robert Rittscher, foi ouvido pelos senadores.

A CPI também pediu para ter acesso a todos os documentos sobre a investigação da PF. Deflagrada em março, a Operação Zelotes apura um esquema de pagamento de propina para integrantes do Carf com o objetivo de reduzir ou anular valores tributários contestados junto ao órgão, que é ligado ao Ministério da Fazenda.(AE)



14 de julho de 2015
diário do poder

OPERAÇÃO POLITÉIA

FILHO DO PRESIDENTE DA TCU É ALVO DE OPERÇÃO DA PF
FILHO DO PRESIDENTE DO TCU, CITADO PELO CHEFE DO CARTEL DE EMPREITEIRAS, TEM CASAS E 'ESCRITÓRIO-MANSÃO' REVISTADOS

TIAGO FOI CITADO EM DEPOIMENTOS DE RICARDO PESSOA, DONO DA UTC


A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira, 14, mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz. A PF esteve em dois imóveis do advogado, entre eles o escritório que ele mantém numa mansão do Lago Sul, área nobre de Brasília.

Tiago foi citado em depoimentos do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia e um dos delatores da Operação Lava Jato. Segundo ele, o filho do presidente do TCU recebia R$ 50 mil mensais para repassar à empreiteira informações de seu interesse na corte de contas. Por um processo que discutia obra bilionária para a montagem da usina de Angra 3, ele teria recebido R$ 1 milhão.

O tribunal avaliou irregularidades no orçamento e na licitação da obra. Ao fim, após o cumprimento de recomendações, liberou o empreendimento. Consórcio integrado pela UTC assinou contrato para tocar os serviços de montagem em 2014. O advogado nega ter atuado no TCU para a empreiteira. Procurado nesta terça-feira, Tiago Cedraz não atendeu. (AE)



14 de julho de 2015
diário do poder

CARDÁPIO INDIGESTO


LULA, DILMA E MINISTROS DISCUTIRAM CRISE EM ALMOÇO
ALMOÇO NO ALVORADA PARA DISCUTIR CRISE DURA MAIS DE QUATRO HORAS


ENCONTRO FOI NO PALÁCIO DA ALVORADA E DUROU MAIS DE QUATRO HORAS

Após duras críticas que recebeu do seu padrinho político, que disse que ela e o PT estavam no "volume morto" e que governo enfrenta uma crise "preocupante" e "dramática", Dilma Rousseff se reuniu nesta terça-feira, 14, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarcou em Brasília nesta manhã para uma reunião-almoço com a presidente no Palácio da Alvorada.

Vários ministros participam do almoço que começou por volta das 12 horas, entre eles o da Casa Civil, Aloízio Mercadante, e da Comunicação Social, Edinho Silva. Na pauta, a grave crise política que a presidente Dilma está vivendo, com a insistência de parte da oposição de reivindicar a saída da presidente em ações que correm contra a presidente no TCU e no TSE. Todos já deixaram o Alvorada. A reunião durou mais de quatro horas.

Dilma reagiu às mobilizações por sua saída que o governo chama de "golpistas" e disse que vai lutar com "unhas e dentes" pelo seu mandato. Mas Lula acha que a reação não foi suficiente para reverter o quadro negativo que domina Brasília e continua fazendo críticas à atuação política da presidente. Enquanto isso, o governo sofre novos golpes, seja com derrotas na Câmara e Senado em votações, seja por conta da convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que irá explicar no Congresso as operações da Polícia Federal.

Politeia

Neste clima conturbado e negativo, foi deflagrada na manhã desta terça a operação Politéira, desdobramento da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, atingindo senadores da base aliada, como Fernando Collor (PTB) e Ciro Nogueira (PP) e o ex-ministro da Integração senador Fernando Bezerra (PSB). Mais um complicador na relação com a já complicada base aliada que tem sido rebelde com o governo.

O Planalto está preocupado com estas investidas da PF, que tem criado muitas complicações políticas para o governo. Novas denúncias envolvendo políticos poderiam surgir, tensionando ainda mais as relações com a base aliada.

Lula tem dito que não tem mais argumentos para defender o governo, que Dilma não o ouve e que ela precisa sair às ruas para dizer que tudo está fazendo pelo País, defendendo o seu legado.

Nos últimos dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a chamar ministros, nomes de peso PT e representantes de movimentos sociais para conversas reservadas, em São Paulo. Preocupado com o impacto da Operação Lava Jato, com as novas medidas impopulares que serão tomadas e com os efeitos recessivos do ajuste fiscal, Lula avalia que, se Dilma não começar a percorrer o País e a divulgar notícias boas, os problemas podem se agravar. (AE)


14 de julho de 2015
diário do poder

O HUMOR DO SPONHOLZ...

                                            Olhos de lince!


14 de julho de 2015

LUXÚRIA, CONCUPISCÊNCIA E DEVASSIDÃO: DINHEIRO ROUBADO DA PETROBRAS FINANCIOU FARRAS COM PROSTITUTAS E "FAMOSAS" DA TELEVISÃO


Políticos e diretores da Petrobras usaram o esquema de corrupção instalado na estatal para financiar serviços de prostituição de luxo. As informações são do jornal Folha de S. Paulo e constam em relatos do doleiro Alberto Youssef e de seu emissário, Rafael Angulo Lopez, à força-tarefa da Operação Lava Jato. As farras com dinheiro da Petrobras incluíam "famosas" da televisão e capas de revistas masculinas, segundo os delatores.
Às autoridades, segundo o jornal, eles explicaram que todas as expressões usadas nas planilhas de fluxo de dinheiro sujo associadas aos termos "artigo 162" - referência ao endereço de uma cafetina conhecida como Jô - e "Munik" refererem-se ao pagamento de prostitutas. De acordo com a reportagem, há vários pagamentos de 5.000 a 10.000 reais ligados a esses termos nas planilhas que foram entregues aos investigadores. Só em 2012, 150.000 reais foram usados para financiar a prostituição. Os delatores também disseram que as prostitutas, que cobravam até 20.000 reais por programa, buscavam, muitas vezes, os pagamentos em dinheiro no escritório de Youssef.
Além de programas, o dinheiro do petrolão também era usado para bancar festas com as garotas. Em uma delas, no terraço do hotel Unique em São Paulo, foram gastos 90.000 reais - em bebidas, principalmente. Os investigadores da Lava Jato não usaram os relatos das delações, pois a solicitação ou aceitação de propina ou vantagem pessoal já confere crime de corrupção e, por isso, não importa qual fim foi dado ao dinheiro sujo. 

14 de julho de 2015
in aluizio amorim

EM DEPOIMENTO À JUSTIÇA FEDERAL, DOLEIRO AFIRMA QUE ENTREGOU R$ 800 MI EM ESPÉCIE PARA O PT, NA PORTA DO DIRETÓRIO DO PARTIDO

O doleiro Alberto Youssef, delator da Operação Lava Jato, disse nesta segunda-feira à Justiça Federal em Curitiba (PR) ter realizado um pagamento de cerca de 800.000 reais em espécie ao PT - parte do dinheiro, segundo ele, foi entregue a Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto. O depoimento faz parte de uma das ações penais em que Vaccari é réu. Vaccari e sua cunhada negam ilegalidades.
O doleiro detalhou o pagamento da propina por orientação da diretoria da Toshiba em um contrato do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). "A única operação que eu fiz que envolveu o pagamento ao PT foi sobre uma obra do Comperj a pedido da Toshiba. Na época foi no total 800 e poucos mil reais", afirmou ao juiz Sérgio Moro. Youssef declarou que parte do dinheiro foi entregue "na porta do diretório do PT em São Paulo" e outra parte à cunhada de Vaccari, em espécie, em seu escritório na capital paulista. Ele disse que ter se encontrado com o ex-tesoureiro, mas afirmou que esse pagamento foi orientado pela Toshiba.
Youssef afirmou, porém, que sabia que Vaccari recebia parte das "comissões" da Diretoria de Serviços da Petrobras, cujo titular era Renato Duque, também réu na mesma ação. Ele afirmou que soube por empreiteiros que "normalmente essas comissões eram pagas por meio de intermédio no próprio partido". "Foi me falado na época que era propina. O comissionamento era pago como doação", disse Youssef.
O doleiro também informou que, em dezembro de 2013, realizou três pagamentos de cerca de 110.000 reais cada a Marice Corrêa de Lima, a mando da José Ricardo Breghirolli, da OAS, segundo ele, o "funcionário com quem tratava de caixa dois". Youssef explicou que mantinha uma espécie de caixa paralelo da OAS em dinheiro vivo e que realizava pagamentos sem saber o motivo e nem a quem. Dessa maneira, disse, ele reconheceu Marice apenas quando foi levar o dinheiro no apartamento dela em São Paulo. "Não sabia, nem tinha me relacionado com quem era e quem deixava de ser. Quando ia no endereço é que eu ia saber quem era. Eu fui entregar diretamente a ela e reconheci [a Marice] porque ela esteve comigo no escritório."
Youssef negou que tenha participado a achaques a construtoras e disse que elas conheciam o sistema de propinas de cerca de 2% dos contratos e aditivos. A divisão era da seguinte forma: 1% ao PT e 1% ao PP - dos quais 60% ficavam no partido, 30%, com Paulo Roberto Costa, 5%, com ele mesmo, e 5% com João Cláudio Genú, ex-assessor do PP. O doleiro disse que Costa recebeu em nome do PP cerca de 50 a 60 milhões de reais no Brasil.

14 de julho de 2015
in aluizio amorim

LULA, DE FATO, JÁ ESTÁ PRESO. NÃO ARRISCA COLOCAR OS PÉS NA RUA


Em sua coluna pela internet denominada Ex-Blog, o ex-deputado e ex-prefeito do Rio de Janeiro, economista Cesar Maia, descreve em 8 itens a realidade que cerca Lula, Dilma e todo o PT. Aliás, foi o próprio Lula, vulgo ‘Brahma’, que recentemente admitiu estar no ‘volume morto’. 
Leiam 
1. Lula tem dado conselhos a Dilma. Os últimos pedem que Dilma vá às ruas e que se encoste nos ombros do povo. Poder-se-ia usar um ditado popular: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.      
2. Será que Lula receberia uma boa acolhida popular se caminhasse, sem claque, numa rua de grande movimentação comercial, num bairro de uma grande cidade? Nem falo de áreas de concentração de classe média, como shoppings, onde certamente seria apupado.       
3. O que tem feito Lula, depois que termina de concluir seus conselhos a Dilma?       
4. Corre para um abrigo seguro. Corre para seus sindicatos da CUT regiamente financiados nestes anos todos, lulo-petistas, pela generosidade governamental. Todos sentados, bem comportados, uniformizados, coreografados, num auditório sindical, com poucos assentos         
5. Lula deita falação que agrade a companheirada. Aplausos. Repórteres convidados presentes podem anotar os recados que envia à Dilma. Recados estes que Lula está longe de ser executor. Se sonha, ele tem pesadelo.      
6. Seus mais próximos auxiliares têm sido apupados em restaurantes. As gravações entram nas redes e são multiplicadas. Aliás, nem nos restaurantes Lula tem se arriscado sem claque.         
7. Na guerra política de hoje, Lula tem se abrigado, e muito bem abrigado, nos abrigos antiaéreos de forte blindagem dos sindicatos e, assim mesmo, apenas dos dirigentes sindicais.      
8. E selecionados, pois nem na porta das fábricas dos metalúrgicos, com enorme demissão hoje, ele pode dar presença. De certa maneira, Lula está sendo resindicalizado.     
14 de julho de 2015
in aluizio amorim

POLÍCIA FEDERAL DEFLAGRA NOVA FASE DA LAVA JATO E CUMPRE 53 MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO EM AL, DF, BA, SC E SP. CASA DE COLLOR É VASCULHADA.

Fonte: site de Veja.
Ao contrário do que informava versão inicial do texto, não houve buscas na casa de Arnon de Mello Neto, filho de Collor.
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira um desdobramento da Operação Lava Jato e cumpriu 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) referentes a seis processos contra políticos investigados no petrolão. Um dos alvos da ação é o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL): agentes vasculharam as casas de Collor em Brasília e Maceió, a sede das Organizações Arnon de Mello e a sede da TV Gazeta de Alagoas, que pertence ao senador. Também foram alvo das buscas os senadores Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). A PF ainda fez buscas e apreensões em endereços ligados ao deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), ao ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que atualmente é integrante do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia (TCE-BA), e ao ex-deputado federal pelo PP de Santa Catarina João Pizzolatti.
Foram cumpridos sete mandados em Alagoas, doze no Distrito Federal, onze na Bahia, oito em Pernambuco, cinco em Santa Catarina, cinco no Rio de Janeiro e cinco em São Paulo. Em Alagoas, a PF vasculhou ainda endereços de Luís Pereira de Amorim e Eduardo Frazon, dirigentes das Organizações Arnon de Mello, controladas pela família do senador Collor de Mello. As ações relacionadas a Pizzolatti foram nas casas do ex-deputado, da ex-mulher dele e de um ex-sócio em Santa Catarina. Esse ex-sócio também teve um escritório visitado pelos agentes.
Batizada Politeia, termo de origem grega em referência ao livro A República, de Platão, que cita uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção, a operação cumpre mandados expedidos pelos ministros Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski e tem como objetivo evitar a destruição de provas, segundo a Procuradoria-Geral da República. Além das casas dos investigados, as buscas se deram nas sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos. As ações decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, esta é a primeira fase da Lava Jato no âmbito do STF. "As medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados , sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas", afirmou, em nota, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, as medidas refletem uma atuação firme e responsável do Ministério Público Federal. "Adsumus (aqui estamos)", concluiu.
Foram cumpridos sete mandados em Alagoas, doze no Distrito Federal, onze na Bahia, oito em Pernambuco, cinco em Santa Catarina, cinco no Rio de Janeiro e cinco em São Paulo. Em Alagoas, a PF vasculhou ainda endereços de Luís Pereira de Amorim e Eduardo Frazon, dirigentes das Organizações Arnon de Mello, controladas pela família do senador Collor de Mello. As ações relacionadas a Pizzolatti foram nas casas do ex-deputado, da ex-mulher dele e de um ex-sócio em Santa Catarina. Esse ex-sócio também teve um escritório visitado pelos agentes.
Batizada Politeia, termo de origem grega em referência ao livro A República, de Platão, que cita uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção, a operação cumpre mandados expedidos pelos ministros Teori Zavascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski e tem como objetivo evitar a destruição de provas, segundo a Procuradoria-Geral da República. Além das casas dos investigados, as buscas se deram nas sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos. As ações decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, esta é a primeira fase da Lava Jato no âmbito do STF. "As medidas são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados , sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas", afirmou, em nota, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, as medidas refletem uma atuação firme e responsável do Ministério Público Federal. "Adsumus (aqui estamos)", concluiu. 

14 de julho de 2015
in aluizio amorim

O HUMOR DO SPONHOLZ

                                      Lula debaixo da cama.


14 de julho de 2015

PF APREENDE R$ 3,7 MILHÕES EM ESPÉCIE EM NOVA FASE DA OPERAÇÃO LAVA JATO. DINHEIRO LEVOU HORAS PARA SER CONTADO.

A Polícia Federal não informou qual o investigado mantinha todo esse dinheiro. Mas a apreensão foi feita numa empresa em São Paulo. (Foto: Divulgação/via Diário do Poder). Clique sobre a imagem para vê-la ampliada

Além dos carros de luxo encontrados na Casa da Dinda, de propriedade do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), a Polícia Federal apreendeu nesta terça-feira, 14, R$ 3,67 milhões em uma empresa em São Paulo, alvo da Operação Politeia. O dinheiro, em espécie, levou horas para ser contado. Os agentes não informaram qual investigado mantinha a quantia.
A PF deflagrou, hoje, a Operação Politéia, que mira em políticos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. Entre os alvos está o senador Fernando Collor (PMDB-AL) que, nas últimas semanas, tem dirigido ataques à Procuradoria-Geral da República.
Os agentes federais cumprem 53 mandados de busca e apreensão envolvendo os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), além do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC). As medidas foram requeridas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Collor classificou como “invasiva e arbitrária” a operação da Polícia Federal, que cumpriu um mandado de busca e apreensão nesta terça-feira em seu apartamento em Brasília.
“A defesa do senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência. A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar esclarecimentos”, diz a nota publicada no Facebook de Collor.  (in diário do poder)

14 de julho de 2015
in aluizio amorim

CLIMA DE TENSÃO E MEDO

DILMA, LULA E MINISTROS REUNIRAM-SE DURANTE QUATRO HORAS NO PALÁCIO DO PLANALTO.


Clima de tensão e medo na reunião do Palácio do Planalto. Foto do Diário do Poder. Clique sobre a foto para vê-la ampliada.
Lula que andava sumido voltou a aparecer nesta terça-feita em Brasília onde participou de uma reunião-almoço que durou mais de quatro horas no Palácio do Planalto, com a Dilma e diversos ministros. Pelo que informa o site Diário do Poder, foi um almoço indigesto, justo no dia em quie a Polícia Federal deflagrou nova fase da Operação Lava Jato que envolve políticos.
Pela foto acima, veiculada pelo Diário do Poder, se nota o indefectível clima de velório. A história de que o impeachment da Dilma é golpe não cola de jeito nenhum e nem apascenta a ira do povo brasileiro pela situação em que o PT mergulhou o Brasil com uma crise econômica gigantesca.
O fato é que o povo brasileiro não está a fim de pagar a gastança e a roubalheira desvairada que fizeram renascer a inflação e detonar o Plano Real, providência que pela primeira vez na história da República debelou a inflação.
A situação é tensa em Brasília, sobretudo no Congresso Nacional, depois que a Polícia Federal iniciou a Opeeração Politéia desde as primeiras horas desta terça-feira.

14 de julho de 2015
in aluizio amorim

PARA ONDE VAMOS?

A tarefa para os brasileiros é se safar, política e democraticamente, do criador e da criatura. É uma questão de sobrevivência.
O Brasil está numa encruzilhada histórica. Para onde ir? Na República Velha, com todos os defeitos — que eram muitos —, a institucionalidade existente foi um anteparo durante mais de quatro décadas ao caudilhismo. Os principais líderes do período ficaram impossibilitados de exercer o poder à semelhança dos países platinos, assolados por este fenômeno desde o processo independentista. Um fazedor de presidentes, como o senador Pinheiro Machado, teve, se tanto, uma década de efetivo poder e, mesmo assim, não conseguiu chegar ao Palácio do Catete.
Os quinze anos do primeiro governo Getúlio Vargas se constituíram no primeiro momento que uma liderança caudilhista teve efetiva presença na cena política nacional. A ausência de liberdades durante mais de dez anos — excetuando o breve período 1934-1937 — acabou facilitando a consolidação da figura de Vargas, sem ter de travar um enfrentamento político com opositores devido à enorme concentração de poderes nas suas mãos.
O breve período democrático (1945-1964) acabou abrindo a possibilidade para a primeira liderança política efetiva, resultado do livre jogo eleitoral. Juscelino Kubitschek transformou seu quinquênio presidencial numa referência positiva de autoridade, dialogando com a oposição, injetando o país de otimismo e obtendo importantes vitórias no campo econômico.
O ciclo militar impossibilitou o surgimento de lideranças castrenses em parte devido às modificações adotadas, em 1965, que limitaram a permanência de oficiais em postos de comando e no mesmo grau hierárquico. A grande figura civil que emergiu do período foi Ulysses Guimarães, que, devido a diversas circunstâncias políticas, teve de ceder o posto para Tancredo Neves, como candidato oposicionista, em janeiro de 1985. A morte do presidente eleito e as particularidades da Nova República não permitiram ao Dr. Ulysses reassumir o papel exercido nos últimos anos do regime militar.
O processo eleitoral de 1989 deu ao país a possibilidade de restabelecer a democracia plena. Contudo, por decorrência de uma eleição solteira e do desgaste da presidência Sarney, acabou abrindo, pela primeira vez, as portas do Palácio do Planalto para dois candidatos antagônicos mas — paradoxalmente — similares. Incorporaram o figurino caudilhista, o salvacionismo popular, que, na República, ainda não tinha tido uma tradução tão perfeita como em Fernando Collor e Lula.
O impeachment acabou sinalizando a possibilidade de uma efetiva institucionalização da estrutura fundada pela Constituição de 1988. A ascensão de Itamar Franco ao governo, presidente sem carisma e nenhuma veleidade de caudilho, permitiu que sua sucessão ocorresse sem traumas e dentro da ordem constitucional. Fernando Henrique governou por oito anos e, na essência, de forma muito parecida com a do seu antecessor.
O ponto de ruptura ocorreu em 2002. A falta de compreensão da importância da eleição — deu até a impressão que o presidente desejava o triunfo do opositor — levou à vitória de Lula e do espírito caudilhista. Desde então a sua presença ofuscou, inclusive, lideranças do seu partido. O país passou a girar em torno dele, um caudilho de velho tipo, mesmo em plena vigência — suprema contradição! — da mais democrática e aperfeiçoada das constituições brasileiras.
Enquanto a economia dava sinais de vitalidade foi possível conciliar — na aparência — o caudilhismo com a democracia. Na essência, como seria de se esperar, foram solapados os fundamentos do Estado Democrático de Direito. A estruturação do que foi definido, com propriedade, na Ação Penal 470 como um projeto criminoso de poder, associou pela primeira vez na nossa história caudilhismo com um sólido partido político, dando sentido único a uma anomalia, que foi ocupando as estruturas de Estado.
A passagem do poder do criador para a criatura — sem carisma e história — trouxe mais um componente de crise. Que se agravou com as sérias dificuldades econômicas manifestadas a partir de 2013. O sistema político-institucional foi se esfarelando, não conseguindo dar respostas aos anseios da sociedade civil.
Vivemos o momento mais difícil desde a redemocratização de 1985. Não sabemos para onde ir. E o futuro próximo se avizinha cinzento. A pressão popular é desconsiderada pelos donos do poder. A desmoralização das instituições é evidente. Dois chefes de poderes — Dilma Rousseff e Ricardo Lewandowski — se encontraram em território estrangeiro para discutir não se sabe o quê. Ministro é acusado de chantagista cordial — ah, bons tempos do homem cordial de Sérgio Buarque de Holanda — e nada acontece. O PT teve um tesoureiro condenado pelo Superior Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha e seu sucessor, desde abril, também está preso. Em que país do mundo democrático há um partido no governo que tenha seus dois últimos tesoureiros presos?
Brasília está desconectada do Brasil. A vida segue na Praça dos Três Poderes como se o país vivesse no melhor dos mundos. A presidente diz que não vai cair com a maior naturalidade. Porém, dificilmente vai comer o peru de Natal no Palácio do Planalto. A gravidade da crise é tão grande que até seu criador está procurando uma forma de se livrar da criatura. O caudilho, que destruiu as instituições de Estado, tem plena consciência do significado negativo da permanência de Dilma para seu projeto pessoal. A tarefa para os brasileiros é se safar — política e democraticamente — tanto do criador, como da criatura. É uma questão de sobrevivência.
14 de julho de 2015
Marco Antonio Villa, O Globo

TRIBUNAL DE CONTAS DE MG CRIA NOVO PRIVILÉGIO: O AUXÍLIO-SAÚDE



Depois de estourar os gastos com a folha de pessoal – descumprindo limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – e criar uma diária de US$ 400 para bancar despesas de cursos no exterior, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE) aprovou mais um gasto que vai beneficiar conselheiros e procuradores: um auxílio-saúde com valor entre R$ 2.894,75 e R$ 3.047,11, sem qualquer desconto de Imposto de Renda (IR) e contribuição previdenciária ou mesmo a apresentação de um comprovante de despesas.
Relator do projeto, o conselheiro José Alves Viana alegou que o TCE está apenas copiando benefício semelhante aprovado em dezembro do ano passado para os desembargadores e juízes. A Constituição Federal e estaduais vinculam a carreira na magistratura e no TCE, concedendo aos magistrados e conselheiros os mesmos direitos e prerrogativas. “Essa não é uma questão que nasceu aqui. O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou esses processos de ajustes, que automaticamente são seguidos pelos tribunais de Justiça e de Contas”, afirmou.
O valor do auxílio-saúde corresponde a 10% do salário bruto, atualmente fixado em R$ 30.471,11 para conselheiros e procuradores do Ministério Público de Contas (MPC) e R$ 28.947,55 para os auditores ou conselheiros substitutos. Em Minas Gerais, a verba para custeio de gastos com saúde será paga a sete conselheiros, sete procuradores e dois conselheiros substitutos – há duas vagas ainda não preenchidas. O relator disse que não incluiu nenhuma emenda para garantir a retroatividade da verba a janeiro, quando ela começou a ser paga no TJ de Minas Gerais.
AUXÍLIO-MORADIA
Com a mesma justificativa de se adequar às normas do Judiciário, José Alves Viana informou que os conselheiros também já estão recebendo um auxílio-moradia. Em setembro do ano passado, o TJ aprovou o pagamento de verba para custear moradia para os magistrados correspondente a 18% do salário do desembargador, hoje estimado em R$ 4.786,14 mensais, valor que não está sujeito ao IR e a contribuição previdenciária. No entanto, ele não soube informar quando os pagamentos do auxílio-moradia tiveram início no TCE. Os dois benefícios já recebidos no TJ foram garantidos pela Lei 135/14, aprovada pela Assembleia Legislativa em 2014, debaixo de muita polêmica e protesto por parte dos servidores do Judiciário.
DESCUMPRINDO A LEI
Em meio aos penduricalhos para conselheiros e procuradores, o TCE descumpre a LRF no que diz respeito ao gasto com pessoal. Nos quatro primeiros meses deste ano, o TCE aplicou R$ 78,6 milhões acima do limite legal e, teoricamente, o órgão já seria penalizado, entre outras sanções, com a vedação para conceder vantagens e reajustes aos servidores, criar cargos e alterar estrutura de carreira. Em última instância, estaria impedido de receber transferências voluntárias, obter garantia de outros entes e contratar operações de crédito.
Mas graças a um acordo assinado no ano passado com a Assembleia Legislativa, o órgão tem conseguido driblar a legislação. Em vez de a Assembleia gastar até 2,2272% do orçamento do Estado e o TCE 0,7728%, um acordo permitiu o gasto de 2% e 1%, respectivamente. No primeiro quadrimestre do ano, o órgão aplicou 98,8% do montante acertado com o Legislativo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como diz o comentarista Wilson Baptista Jr, que nos enviou a reportagem, isso agora virou moda. Depois do auxílio para alimentação, educação de filho e saúde, só falta o cartão corporativo.(C.N.)

TSE CRUZA OS DADOS DE DILMA E OUVE HOJE RICARDO PESSOA



Ricardo Pessoa é o homem-bomba que pode detonar Dilma
Técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) preparam um cruzamento dos dados da prestação de contas da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff com os gastos do Palácio do Planalto com viagens e eventos no período eleitoral.
O levantamento será avaliado junto com os depoimentos de delatores do esquema de corrupção da Petrobras no pedido de cassação feito pela oposição contra a petista e o vice Michel Temer (PMDB). A ideia é analisar se houve abuso de poder político e econômico como diz a oposição.
Os documentos já foram enviados pela Presidência à Justiça Eleitoral. No ano passado, Dilma conciliou em viagens eventos oficiais e atos de campanha. O PT, no entanto, ressarcia os cofres públicos pelos deslocamentos feitos com a estrutura oficial no período eleitoral.
MÁQUINA PÚBLICA
O uso da máquina pública é um dos argumentos utilizados por partidos de oposição, puxados pelo PSDB, para pedir que o TSE casse o registro de Dilma e Temer e dê posse ao senador tucano Aécio Neves (MG) na Presidência.
Na ação, a oposição sustenta ainda que Dilma deve deixar o comando do país porque as campanhas do PT teriam sido financiadas com dinheiro de corrupção na Petrobras, o que tornaria a eleição “ilegítima” e viciada.
Outra acusação é que o governo segurou divulgação de dados oficiais durante as eleições e fez pronunciamentos em cadeia de rádio e TV para promover a petista.
Já foram ouvidos o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Herton Araújo. Nesta terça-feira (14), será a vez do dono da UTC, Ricardo Pessoa, prestar depoimento.
GOLPISMO
Em seu acordo de delação premiada, Pessoa disse que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma por temer prejuízos em negócios com a Petrobras. O montante foi declarado à Justiça Eleitoral.
O andamento da ação provocou novo embate entre governo e oposição, levando a troca de ataques entre Dilma e Aécio sobre golpismo.
Diante da politização, ministros do TSE ouvidos pela Folha passaram a defender cautela na apuração do caso e demonstraram irritação com as especulações sobre a tendência dos votos.
Dois integrantes do tribunal, sob a condição de anonimato, rechaçaram a tese de um eventual terceiro turno na Corte. Aplicar a lei não pode ser considerado golpe, afirmou um ministro. Um colega reforçou que ser julgado, defender-se e questionar faz parte das regras democráticas. “As instituições brasileiras têm credibilidade.”
Entre os ministros, porém, há quem veja a cassação via TSE como complexa, se não houver algo flagrante, e que seria melhor deixar decisões drásticas para vias que incluam aval do Congresso, caso da análise das contas de 2014 do governo no TCU (Tribunal de Contas da União).

14 de julho de 2015
Márcio Falcão
Folha