Após 16 horas de reunião, políticos dos 19 países da zona do euro chegaram a um acordo nesta segunda-feira (13) para manter a Grécia na zona do euro e colocar um fim ao impasse financeiro que já dura seis meses. O apoio à Grécia foi obtido mediante promessas de reformas econômicas.
O governo de Atenas receberá um terceiro pacote de resgate, no valor de 86 bilhões de euros, além de um reescalonamento de sua dívida externa, em troca da implementação de uma série de reformas de austeridade.
O governo grego também receberá liquidez imediata, a qual será desbloqueada pela Comissão Europeia, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), o que fará o país sair da situação de default.
SÉRIAS REFORMAS
O acordo foi anunciado pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, após 17 horas de negociações. “Tudo pronto para um programa do Mecanismo de Estabilidade Financeira (ESM) para a Grécia com sérias reformas e suporte financeiro”, escreveu no Twitter.
De acordo com a imprensa europeia, a Grécia deverá aumentar impostos, cortar aposentadorias e adotar medidas para garantir a independência do instituto de estatísticas grego. Também haverá um fundo de privatizações 50 bilhões de euros que passará a ser gerido pelos gregos e parte da verba será usada para iniciativas de estímulo ao crescimento.
Agora, o Parlamento grego tem até quarta-feira para aprovar o acordo e as leis que garantem o cumprimento dos termos.
OTIMISMO?
Os mercados europeus reagiram à notícia com otimismo e operaram em alta na manhã de hoje. A imprensa também destacou o acordo, principalmente a francesa, que pontuou as divergências entre a França e a Alemanha nas negociações.
De um lado, Paris defendia a permanência da Grécia na zona do euro. Do outro, Berlim mantinha um discurso de fiscalização e intransigência. “O acordo alcançado com a Grécia tem mais vantagens que desvantagens”, comentou a chanceler alemã, Angela Merkel.
O primeiro-ministro esquerdista Alexis Tsipras, que foi eleito na Grécia em janeiro com um discurso contrário à austeridade, disse que a delegação de Atenas “lutou duro” nas negociações em Bruxelas. As negociações para um novo pacote de resgate à Grécia vinham ocorrendo há meses e foram intensificadas nas últimas semanas, quando venciam alguns pagamentos, como uma parcela de 1,6 bilhão de euros ao FMI. Sem verba, Atenas se tornou o primeiro país desenvolvido a dar um calote na instituição.
Este será o terceiro resgate que o país recebe nos últimos cinco anos. Os outros dois pacotes financeiros também foram concedidos sob promessa de políticas de austeridade e cortes de gastos público, o que desagradou à população grega.
14 de julho de 2015
Deu na Ansa
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