"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

SE O SUPREMO AFASTOU EDUARDO CUNHA, POR QUE TAMBÉM NÃO PODE AFASTAR RENAN?


Renan e Jorge Viana chegam ao Senado para reagir à decisão


Os advogados do Senado protocolaram dois recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta terça-feira, 6, contra a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que afastou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência da Casa. Nas peças, o Senado argumenta que a decisão do ministro do STF fere princípios constitucionais, entre eles o da separação entre os poderes.

Para pedir a análise do caso com urgência pelo STF, os advogados apontam que o afastamento do peemedebista pode prejudicar a votação da PEC do Teto de gastos públicos. “Não é nenhum segredo que a administração da pauta de votações do Senado Federal resulta de acordo de líderes e da vontade do Presidente da Casa; e, nestes componentes, a posição do Presidente é determinante para o seu sucesso. O afastamento do Presidente do Senado às vésperas do recesso constitucional enseja enorme risco para a manutenção do andamento normal dos trabalhos legislativos”, escreveram os advogados da Casa.

TETO DE GASTOS – “Por outro lado, é notório o esforço que o Poder Executivo solicitou à sua base para a votação de matérias de enorme relevo institucional, como, por exemplo, a PEC do Teto de Gastos (PEC n. 55, de 2016), que poderia restaurar a credibilidade econômica e das finanças do governo. Nesse sentido, a medida impugnada causa enormes prejuízos ao já combalido equilíbrio institucional e político da República”, argumenta.

O Senado pede em nome do peemedebista que o ministro Marco Aurélio reconsidere a decisão de segunda-feira ou então que a liminar seja julgada o quanto antes pela Corte – em sessão extraordinária convocada para isto ou, “no máximo”, na primeira sessão ordinária, prevista para esta quarta-feira, 7. O ministro tem sinalizado que deve pedir manifestação de órgãos como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU) antes de liberar o caso para o plenário, o que poderia atrasar a análise do afastamento de Renan pelo plenário do STF.

AÇÕES CORRELATAS – O caso também pode ser levado ao plenário se o ministro Dias Toffoli liberar pedido de vista feito em ação que discute a possibilidade de réus assumirem cargo na linha sucessória da Presidência da República. Há ainda uma ação com o ministro Luiz Edson Fachin sobre o mesmo tema, no qual o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede o afastamento de Renan da presidência do Senado.

Os advogados do Senado também apresentaram mandado de segurança para reverter a decisão liminar de Marco Aurélio. De número 43.534, o mandado de segurança cita “intervenção na esfera de atuação do Presidente do Senado” e diz que a liminar foi “concedida, de afogadilho, antes da conclusão de voto-vista de outro Ministro no curso do julgamento definitivo (na ADPF 402), sem que estivessem minimamente preenchidos os requisitos legais e, ainda – o que parece mais relevante – com base em pressupostos de fato rigorosamente equivocados”.

ENTRA EM PAUTA – A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, afirmou na manhã desta terça que irá incluir o caso na pauta do plenário tão logo o processo seja liberado por um dos relatores. “Tudo o que for urgente para o Brasil eu pauto com urgência”, afirmou Cármen.

No recurso ao Supremo, os advogados do Senado afirmam que um Poder da República só pode interferir em outro quando há “ostensivo abuso de direito”. “A decisão liminar violou a prerrogativa soberana de os Membros do Senado Federal escolherem seu Presidente. Ademais, há uma injusta e desproporcional perturbação da ordem pública em suas dimensões econômica, jurídica e política, a impor a revogação autônoma ou a cassação heterônoma da decisão impugnada”, escreveram os advogados da Casa.

SEM PUBLICAÇÃO – É usado ainda o argumento de que a decisão de recebimento da denúncia contra Renan, que o tornou o réu perante o STF no último dia 1º, ainda não tem eficácia, já que não foi publicada oficialmente. Por isso, sustentam os advogados do Senado, ainda estão pendentes recursos contra a decisão da Corte que abriu ação penal contra o senador por peculato. “Não é possível utilizá-la como pressuposto de fato do afastamento cautelar do agravante da Presidência do Senado Federal”, afirmam.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Só pode ser Piada do Ano. Se o Supremo teve poderes para afastar Eduardo Cunha, o primeiro da linha sucessória, por que agora estaria impedido de afastar Renan, o segundo. O mais hilário é a justificativa de que isso pode prejudicar a aprovação de projetos de interesse do governo. A questão é jurídica. Só devem ser apresentados e levados em considerações os argumentos de cunho jurídico. O resto são apenas detalhes e tecnicalidades, como diria Roberto Carlos. Renan se sai bem no papel de vítima, devia ganhar o Oscar de Ator Coadjuvante. (C.N.)


06 de dezembro de 2016
Beatriz Bulla, Breno Pires e Rafael Moraes Moura
Estadão


DECRETADA A PRISÃO DE ADRIANA ANCELMO, MULHER E CÚMPLICE DE SÉRGIO CABRAL


Adriana Ancelmo
Charge sem assinatura, reproduzida do Estadão
O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou nesta terça-feira a prisão preventiva da mulher do ex-governador Sérgio Cabral, a advogada Adriana Ancelmo. Ela é investigada na Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava Jato que levou à prisão Cabral e aliados, e também foi denunciada pelo Ministério Público Federal. As investigações apontam que o grupo do peemedebista teria desviado 224 milhões de reais de contratos públicos do estado do Rio com empreiteiras como Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia e Delta, cujos executivos delataram o esquema.
Segundo a apuração da Operação Calicute, há evidências de que a ex-primeira dama recebeu dinheiro de operadores financeiros do ex-governador e teria usado seu escritório de advocacia, o Ancelmo Advogados, para lavar dinheiro de propina destinado ao marido. Ela foi alvo de condução coercitiva na Calicute, que também cumpriu mandado de busca e apreensão no Ancelmo Advogados.
CONTRATOS ESCUSOS – Conforme revelou Veja em agosto de 2013, concessionárias de serviços públicos contrataram a peso de ouro o escritório de “Riqueza”, apelido pelo qual Cabral chama a esposa. São os casos do Metrô Rio, que repassou 1,9 milhão de reais ao escritório, a CEG, que desembolsou 866 mil reais, a Oi/Telemar, que pagou 10,5 milhões de reais, e a Light, que fez pagamentos de 3,5 milhões de reais ao Ancelmo Advogados.
A receita do escritório de Adriana chegou a 73,1 milhões de reais – um salto de 457% -, entre o início e o fim das duas gestões do peemedebista no estado, entre 2007 e 2014. O lucro declarado foi de 23,2 milhões de reais.
Os investigadores do MPF também acreditam que Sérgio Cabral lavou parte dos 220 milhões de reais desviados de contratos públicos de sua administração com a compra de joias. O ex-governador era cliente assíduo de três das joalherias mais badaladas do Rio: H. Stern, Antônio Bernardo e Sara Joias.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Acompanhada do advogado, Adriana Ancelmo se apresentou na tarde desta terça-feira na 7ª Vara Federal Criminal, para cumprir a ordem de prisão. Não tinha sido encontrada no seu escritório de advocacia. na Avenida Rio Branco, nem no apartamento do Leblon, onde havia uma aglomeração popular para vaiá-la. Ou seja, Adriana Ancelmo já sabia que sua prisão logo seria decretada e se preparou para o ato(C.N.)

06 de dezembro de 2016
Leslie LeitãoVeja

A ARTE A SERVIÇO DO CRIME



Desde a Antigüidade sabe-se de artistas que enalteceram tiranos. Hoje a arte e os intelectuais rendem loas a criminosos.

Na Grécia Antiga o “teatro” ocorria dentro dos templos dionisíacos e, mais tarde, em espaços construídos para este fim, os teatros de arena, ao ar livre, com arquibancadas e tratamento acústico.

O teatro era ritualístico, roteirizado, solene, carregado de ordem e regras. Havia o coro, o responsório, os personagens individualizados, autores e textos que subsistiram aos séculos.

Já a filosofia, por sua vez, era mambembe, pulsava nas ruas, no Ágora, na vida pública dos cidadãos livres. Muitas vezes sem textos; Sócrates nunca escreveu, até onde sabemos, sobre filosofia.

No Brasil atual, a situação se inverteu. A filosofia tornou-se show business com astros e estrelas, palco e luz, engessada sob a autoridade dos burocratas nas universidades públicas, que são uma espécie de sumos-sacerdotes e, as universidades, seus templos dionisíacos.

Já o teatro – ao menos aquele louvado pela academia e pela elite cultural, aquele teatro do qual ninguém pode falar mal, sob pena de ser condenado por heresia – transformou-se em “teatro de rua”, teatro engajado, teatro “popular”.

Decerto o teatro de rua existe há muito tempo, desde as farsas burlescas romanas até a bastante conhecida versão do teatro de feira da Baixa Idade Média, a Commedia dell’arte.

A diferença do teatro de rua atual, engajado ideologicamente com o comuno-fascismo e o sindicalismo populista daquele teatro mambembe que existe desde os primórdios – incluindo aí o circo – é que, enquanto o teatro popular antigo aportava nas vilas e cidades e era bancado pelos próprios espectadores, o teatro de rua atual vive de recursos estatais.

Além de viver de editais, o teatro de rua contemporâneo é alimentado intelectualmente pelo establishment acadêmico que, por sua vez, também é sustentado por dinheiro de impostos.

Sendo amparado intelectual e financeiramente pela elite governamental, o teatro “popular” (assim como a filosofia show business) está preso aos ditames da ideologia dominante: o racialismo, o feminismo misândrico, o sindicalismo gayzista, a defesa do lumpesinato e todos os preceitos doutrinários do comuno-fascismo oficial (também denominado “esquerdismo” ou “progressismo”).

Enquanto atores e filósofos da Antiguidade dependiam das doações de seu público, os atores e filósofos atuais dependem de uma só coisa: do dinheiro dos impostos. Os atores e filósofos antigos eram verdadeiramente marginais, os de hoje marginalizam seus financiadores, são a elite.

Assim, a classe média brasileira, semi-escravizada, tendo praticamente metade do fruto de seu trabalho tomada pelo estado sob a forma de impostos, custeia o freak show de Marilena Chauí, que afirma odiar essa mesma classe média que a sustenta. We accept you, one of us!

Policiais pobres pagam impostos para sustentar um grupo (ou vários) de teatro que os calunia e os ridiculariza. Famílias pobres pagam impostos para que o filho do rico brinque de revolucionário nas universidades públicas. É o estado contra o povo e em prol da elite e a elite contra o povo, em prol dos bandidos.

Se, numa feira medieval, um grupo teatral fosse desinteressante, receberia uma chuva de excrementos, coisas podres e vaias. Na melhor das hipóteses, não receberia um tostão por sua apresentação. Acontece que o artista de rua chapa-branca, que come editais no café da manhã, não está preocupado em fazer algo de qualidade. Basta um projeto redigido dentro das normas dos editais, bons contatos para ser aprovado por algum burocrata e voilà! Surgem então encenações que não teriam público algum por conta própria viajando o país para se apresentarem em teatros vazios ou numa praça onde, por sorte, haverá um público acidental.

Ironicamente, é graças à mais fundamental lei de mercado que essas apresentações de “coletivos” anti-capitalistas existem e multiplicam-se por aí. Há uma oferta de dinheiro estatal para financiar esse tipo de arte ideologicamente engajada, portanto, há uma enorme demanda de gente interessada em receber esse dinheiro.

Então, parte do dinheiro que é tomado do cidadão, numa completa deturpação do caráter dos serviços públicos, é investido em campanhas culturais contra a própria população. Fomenta-se, através de produções artísticas, o ódio racial, o feminismo radical, o escárnio a policiais, a defesa de bandidos, a doutrinação gayzista para crianças, o aborto, o vilipêndio público de ato ou objeto religioso (especialmente os católicos), enfim, toda a cartilha dita “progressista”, de A a Z.

Recentemente, um desses grupos de teatro de rua, ironicamente financiado pelo governo do Estado de São Paulo via Proac (Programa de Ação Cultural), estava apresentando seu “espetáculo”, no qual policiais eram retratados como porcos usando saias (xingar de gay não seria homofobia, segundo a cartilha politicamente correta?), quando foram presos por desrespeito à Bandeira Nacional (contravenção prevista no art. 35 da Lei no. 5700 de 01/09/1971).

Adicionar legenda



Foi uma situação complicada, os policiais não tinham escolha, caso fizessem vista grossa, estariam prevaricando e poderiam ser punidos.

Do ponto de vista da infowar, a guerra de narrativas que domina o cenário político atual, foi uma vitória dos grupos que defendem bandidos. Na verdade, foi um presente dos céus (ou dos infernos, melhor dizendo).

É uma estratégia comum nas manifestações de esquerda a provocação deliberada dos grupos policiais para, após a justa reação, os manifestantes denunciarem a truculência da polícia. Eles sabem desde 1969 que não podem vencer na força, mas vencem facilmente o embate de narrativas. Foi isso o que ocorreu, em âmbito cultural, na cidade de Santos. Certamente o ator que foi detido (por poucas horas) está rindo até agora.

Neste caso, o estado além de financiar o grupo calunioso, teve que pagar a operação policial que vai entupir ainda mais o lerdo e inepto sistema judiciário brasileiro, o qual terá que pagar também. Tudo isso para que a esquerda tenha mais uma narrativa da “opressão policial” sustentada por todos os grandes jornais.

Sob o ponto de vista da estratégia da guerra cultural, foi um tiro no pé.

Neste 1º de novembro, um grupo de artistas e intelectuais (sic) fez uma vigília em prol dos 111 criminosos amotinados mortos na rebelião do Carandiru de 1992.

O ato, idealizado pelo artista plástico Nuno Ramos, com a participação de figuras como Zé Celso Martinez-Corrêa, Marcelo Tas, Paulo Miklos, Bárbara Paz, Laerte, Daiane dos Santos, Ferréz e outros figurões da elite cultural, consistiu na leitura dos nomes dos bandidos mortos durante 24 horas seguidas e foi transmitido ao vivo pela TV Cultura e divulgado exaustivamente por todos os grandes veículos de comunicação.

Com a implosão do governo petista e o fracasso de seu substituto direto entre o eleitorado de extrema-esquerda nas últimas eleições, o PSOL, a militância já está, de maneira organizada, buscando outras narrativas. Uma delas é a orwelliana defesa dos “direitos humanos”. “Guerra é Paz; Liberdade é Escravidão; Ignorância é Força.” Assim, a tese do monopólio da bondade esquerdista, o “nós somos bons e todos os outros são maus” ganha alguma sobrevida.

Para exemplificar a relação promíscua entre ideologia e financiamento estatal, basta uma rápida busca no Portal da Transparência para vermos que o grupo de teatro de Zé Celso, a Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, recebeu do governo federal, apenas entre 2009 e 2010, a bagatela de R$ 8.477.897,36 (quase oito milhões e quinhentos mil reais em 2 anos!), sendo um dos maiores recebedores de dinheiro público da categoria.
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Sem contar os 300 mil da lei de fomento recebidos em 2002, o aporte de 1 milhão de reais anuais da Petrobrás e os 9 mil mensais que recebe da lei de anistia.

Em 2012, o maior beneficiário do financiamento estatal em produções teatrais encenou, na PUC-SP, a mutilação e decapitação de um boneco que representava um sacerdote católico.



Sua declaração, numa entrevista de 2015 à Carta Capital, em que aparece fumando maconha em público e afirma que “falta vermelho na bandeira brasileira” não foi por acaso.

Vasculhando o Portal da Transparência vemos outros tantos grupos de teatro ideologicamente engajado figurando sempre nos Top 10. Há o “Movimento Hip Hop Organizado do Brasil”, que recebeu R$ 1.528.075,03 em 2005, o “Grupo Anônimo de Teatro”, que levou R$ 994.188,40 em seis anos de captação até um tal “Instituto Femina”, voltado à questões feministas e de gênero, que abocanhou 63 mil em dois anos.

Há ainda o obscuro “Instituto Latinoamerica”, agraciado com R$ 1.827.980 em 4 anos. Essa “ONG” foi responsável pela captação de recursos, em 2010, para uma festa para assentados da reforma agrária (onde discursou o ex-presidente Lula). A festa, que durou uma noite e foi bancada por dinheiro público, custou 15 milhões de reais.

Todos os exemplos acima estão apenas nos tópicos “Produção teatral” e “Artes cênicas, espetáculos e atividades complementares não especificados anteriormente” do Portal da Transparência.

É urgente que a questão do fomento estatal para as artes seja discutida e revista. O que vemos nesses últimos anos são os amigos do rei agraciados com montanhas de dinheiro para fazer um eficiente proselitismo ideológico disfarçado de arte ruim.

Enquanto houver dinheiro estatal jorrando nas mãos de espertalhões, projetos sérios e iniciativas educacionais e culturais para crianças, jovens e adultos continuarão à míngua, sem apoio e sem fomento, enquanto os doutrinadores oficiais cooptam a juventude e vencem a infowar dia após dia.

Que fique claro: não se trata aqui de corrupção, de desvio de verbas, de caixa dois ou alguma denúncia criminal. Toda essa farra com o dinheiro público aconteceu perfeitamente dentro da lei. E é exatamente este o problema.

É necessário que o teatro reconquiste sua carga dramática, que viremos a página do teatro estatista, do teatro chapa-branca. É preciso que o teatro volte ao teatro e a filosofia retorne, livre, às praças públicas. A arte precisa voltar a dialogar com o público e com a sociedade.

O que vemos atualmente não é teatro, mas um gigantesco e bem-sucedido projeto de doutrinação comuno-fascista aos moldes da Revolução Cultural maoísta e de inspiração gramsciana. É lavagem cerebral pura e simples, na qual os acadêmicos são os sumos-sacerdotes, os filósofos de holofote são seus oráculos e os atores e diretores, os fiéis mais cegos, levando a Arte ao altar de sacrifício para aplacar a ira do deus Política.

“La commedia è finita!“


06 de dezembro de 2016
Tom Martins
in senso incomum

A GRAVIDADE DA CRISE DE LEGITIMIDADE & REPRESENTATIVIDADE

A situação política que o país vive hoje é muito mais grave e tensa do que aquela representada pela crise do petismo enquanto este ainda estava no poder, e que desaguou no processo de impeachment. Na crise de então, havia uma presidente sem capacidade política e desprovida dos mínimos requisitos de competência pessoal necessários até mesmo para tentar levar adiante o legado recebido de seu antecessor, ainda que fosse um legado que inevitavelmente levaria o país no rumo do que de pior as políticas socialistas podem produzir: crise econômica, inchamento do estado, tentativas recorrentes de censura e de cerceamento da liberdade de expressão, traição dos autênticos interesses nacionais.

A crise do período petista podia portanto, à primeira vista, ser expressa e materializada na figura de uma pessoa, a ex-presidente, e em tese não se configurava como uma crise de natureza institucional. O impeachment possibilitou a aparente resolução dessa crise com a remoção da ex-presidente de seu cargo, remoção esta efetuada dentro do ordenamento institucional vigente. Mas a solução do impeachment serviu para mostrar também que a dimensão de nossa crise política é muito maior do que se queria fazer acreditar: a crise a rigor é de natureza institucional, pois o problema não estava e nunca esteve apenas na figura em particular da então chefe de governo, mas sim na elite política.

O comportamento recente da maioria dos integrantes da Câmara dos Deputados evidenciou a raiz da crise brasileira: a classe política, que forma um estamento burocrático e uma elite ocupados tão somente na preservação de seus interesses, que são distintos dos interesses da nação. O desafio que se coloca para o país hoje é reconhecer que existe uma crise de legitimidade política e de representatividade real de um dos três poderes da república, o parlamento. Soma-se a esse dado, a ilegitimidade e a inconstitucionalidade de vários decisões tomadas pela suprema corte do país que, guiada pelo câncer do ativismo judiciário, já há muito não se furta em extrapolar suas funções e passar a legislar sem ter mandato para esta atividade.

Portanto, o desafio com que nos defrontamos hoje vai muito além daquele do impeachment. O desafio consiste em saber enfrentar uma crise de legitimidade e mesmo de legalidade de dois poderes da república formalmente constituídos: o parlamento e o judiciário. É obrigação da sociedade civil organizada compreender hoje a natureza institucional dessa crise, reconhecer a sua origem como uma combinação perversa entre a tradição patrimonialista e corrupta da elite política nacional de um lado, com a esquerda marxista e suas políticas de engenharia social de outro (a aliança do petismo com o coronelismo político foi exemplar nesse sentido). Políticas de engenharia social que levaram a um grau de embrutecimento, violência e desagregação social de tal ordem que foram capazes de retirar o país do caminho de se constituir como sociedade civilizada.

O desafio dos segmentos organizados e informados da sociedade brasileira hoje é portanto fazer frente a essa crise institucional, encontrar soluções para essa crise que atendam aos interesses da nação. E soluções que também tenham por objetivo fazer com que o país possa retomar o rumo da civilização, rumo esse do qual nos afastamos há muito tempo.


06 de dezembro de 2016
critica nacional

NARRATIVA DOS "AVANÇOS SOCIAIS DE FIDEL", VALE TANTO QUANTO UM PEIDO



A conversa mole dos socialistas não tem fim. Em relação a Cuba, não param de dizer que o país “teve avanços socais da saúde e na educação”.

Porém, antes de prosseguirmos vejamos esta lacrada de Demétrio Magnoli (que é um social democrata), acabando com este mito no texto “Cuba pré-castrista tinha saúde e educação notáveis como os atuais”:

Na sua capa, à guisa de epitáfio, a Folha (27/11) ofereceu a Fidel Castro uma espécie de absolvição histórica: “A ditadura é reconhecida por ter melhorado as condições de saúde e educação na ilha caribenha”. O mito da ditadura benigna emergiu, em formulações similares, nas declarações de FHC e José Serra, refletindo um consenso dos que, ao menos, recusam-se a elogiar fuzilamentos sumários ou o encarceramento de dissidentes. Temo estragar a festa contando um segredo de Polichinelo: a Cuba pré-castrista exibia indicadores de saúde e educação tão notáveis quanto os atuais.

Fulgêncio Batista dominou a política cubana durante um quarto de século, até a revolução de 1959. Em 1937, no seu segundo ano de poder, instituiu o salário mínimo e a jornada de oito horas, antes do Brasil (1940) e de qualquer país latino-americano. No início da segunda década da “era Batista”, em 1955, a taxa de mortalidade infantil em Cuba (33,4 por mil) era a segunda menor na América Latina.

O embargo econômico dos EUA contra Batista (sim, Batista!) começou em 1957. Naquele ano, a taxa de mortalidade infantil cubana (32 por mil) estava entre as 13 mais baixas do mundo, perto da canadense (31) e menor que as da França (34), Alemanha (36) e Japão (40). Atualmente, segue baixa, mas já não está entre as 25 menores do mundo. No mesmo ano, Cuba aparecia como o país latino-americano com maior número de médicos per capita (um por 957) e a maior quantidade de calorias ingeridas por habitante (2.870).

Enquanto promovia centenas de execuções sumárias, o regime castrista conduziu campanhas de alfabetização rural tão inúteis quanto o Mobral de Emilio Médici. Como no Brasil, o analfabetismo reduziu-se quase à insignificância pelo efeito inercial da universalização do ensino básico. Mas Cuba partiu de patamar invejável: as taxas de alfabetização de 1956, quando os guerrilheiros chegaram à Sierra Maestra, colocavam a ilha na segunda posição na América Latina (76,4%), bem à frente da Colômbia (62%) e do Brasil (49%). Todas essas estatísticas estão na série da anuários demográficos publicados pela ONU entre 1948 e 1959, hoje disponíveis na internet. O jornalismo prefere ignorá-las, repercutindo a cartilha de propaganda castrista.

Batista fugiu para a República Dominicana no Ano Novo de 1959. Se, na época, a Folha aplicasse o critério que usa para Fidel, teria escrito que a ditadura de Batista “é reconhecida por ter melhorado as condições de saúde e educação na ilha caribenha”. Por sorte, não o fez: Cuba não foi salva por Fidel nem pelo tirano que o precedeu. Médicos cubanos realizaram a primeira anestesia com éter em terras latino-americanas (1847), identificaram o agente transmissor da febre amarela (1881) e inauguraram a pioneira máquina de raio-X da América Latina (1907). Antes de Batista, em 1931, a taxa de mortalidade geral cubana (10,2 por mil) era menor que a dos EUA (11,1).

Governos têm importância menor que a “história profunda”. Nos tempos coloniais, Cuba foi a “joia da coroa” espanhola no Caribe, um dos mais dinâmicos centros hispano-americanos, atraindo uma numerosa elite econômica e intelectual. A excelente faculdade de Medicina de Havana, os hospitais e as escolas do país nasceram no mesmo solo cosmopolita que produziu José Martí, apóstolo da independência, a Constituição democrática de 1940 e o Partido Ortodoxo, berço original do grupo revolucionário liderado por Fidel. Dia e noite já se sucediam em Cuba antes do triunfo final da guerrilha castrista, na Batalha de Santa Clara.

Frei Betto dirá que a presciente ONU falsificou preventivamente as estatísticas colhidas na era pré-revolucionária para presentear o imperialismo ianque com torpes argumentos anticastristas. Apesar dele, os malditos anuários teimam em narrar uma história inconveniente. Hasta siempre, Comandante!

Enfim, lá se vai mais uma narrativa socialista que tenta justificar o injustificável.

Para piorar, dar saúde e educação para um povo escravizado, que só pode sair do país pela via da fuga, é o mesmo que nada. Por exemplo, fazendas de criação também garantem a alimentação de vacas e porcos, que serão assassinados. Os porcos são muito bem alimentados. A pergunta é: e daí, se o que interessa para esses animais é a liberdade? Se eles não tem liberdade, não há mérito nenhum em “dar o alimento” aos porcos.

Como li no site Geração de Valor, o povo cubano recebe saúde e educação, mas não vivem de forma diferente do que os animais em um zoológico. Todos os animais do zoológicos prefeririam a liberdade, se pudessem escolher.

Tal como visto no texto de Magnoli, é uma baita mentira mencionar os “avanços sociais” em Cuba. Mas mesmo que esses avanços sociais tivessem existido, isso não seria mérito algum, pois o povo não possui liberdade. É hora de começarmos a fazer socialistas passarem vergonha se vierem com a conversinha dos “avanços sociais em Cuba”.


06 de dezembro de 2016
ceticismo político

O IMPACTO DA VITÓRIA DE DONALD TRUMP E O FUTURO DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

 


Não há nenhuma dúvida que os norte-americanos sempre constituíram o povo mais criativo do planeta e por isso mesmo edificaram o país mais grandioso da Terra em todos os níveis. Não é mera coincidência que inúmeros pensadores europeus debruçaram-se sobre o tema já nos albores do gigante americano.
Um dos grandes clássicos sobre o tema é “Da Democracia na América”, do francês Alexis de Tocqueville, cuja primeira publicação se deu em 1835. Nesta obra Tocqueville aborda os Estados Unidos dos anos 30 do século XIX.
Mas não foi apenas Tocqueville que enfocou o tema. Há inúmeros outros pensadores e romancistas  europeus que ficaram embasbacados com a performance norte-americana. O filósofo e sociólogo alemão Max Weber empreendeu em 1904 uma longa viagem aos Estados Unidos juntamente com outros professores da Universidade de Heildelberg, onde fora professor e comentou muito ao longo de sua obra sobre os aspectos da sociedade americana. Afinal, verificara in loco muito daquilo que teorizara em seu notável ensaio “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Assinalo essa viagem de Weber no meu livro “Elementos de Sociologia do Direito em Max Weber”, (2001) que reproduzo com pequenos reparos a minha dissertação de Mestrado que defendi em 1996 na UFSC.
Já em 1927, foi publicado o primeiro romance de Franz Kafka intitulado América. Lembro que li esse romance quando tinha uns 18 anos de idade. Eita! E lá se vão algumas décadas... Sem nunca ter pisado na América Kafka narra as andanças do jovem Karl Rossmann, personagem central do romance, pelas terras de Tio Sam.
Há outros exemplos literários, filosóficos e sociológicos que denotam a surpresa dos europeus em relação à pujança dos Estados Unidos. Afinal, até então a velha de guerra Europa era o centro do mundo ocidental, hegemonia que fora então quebrada de forma espetacular pelo dito “novo mundo” que teria, como de fato teve, os Estados Unidos como a emergência de uma nova liderança global que permanece até hoje.
A grandeza americana que fora objeto de tantas análises e até mesmo obras de ficção, como o romance kafkiano que citei, por outro lado passou a ser alvo do destrutivo assédio do movimento comunista internacional, mormente pela ex-URSS e que haveria de marcar praticamente quase todo século XX por aquilo que se convencionou conceituar como “guerra fria” cujo epílogo se verificou mais tarde pelo desabamento da União Soviética que, por si só, tipifica uma vitória americana. Ao mesmo tempo o movimento comunista larga as armas convencionais e cria a denominada “guerra cultural” que se vivencia na atualidade e que pela primeira vez sofre um revés formidável com a vitória de Donald Trump no recente pleito presidencial americano.
Este meu pequeno e ligeiro artigo foi inspirado no vídeo que ilustra este post com tradução do pessoal da “Embaixada da Resistência” que mantém uma excelente página do Facebook furando de forma espetacular o bloqueio da grande mídia e de seus jornalistas amestrados bobalhões e mentirosos. 
Vídeos como este postado acima viralizam nos Estados Unidos mas somente chegam ao nosso conhecimento por meio das redes sociais e sites independentes de viés conservador. E notem que por meio da “guerra cultural” levada a efeito pelo esquerdismo, os temas conservadores são escamoteados de forma impiedosa pelos trastes ideológicos que controlam as redações dos grandes veículos de mídia.
Por isso a vitória de Donald Trump nesta eleição americana tem um efeito pedagógico excepcional por permitir pela primeira vez em quase uma década uma ampla reflexão, sobretudo no que tange à liberdade em todos os níveis e, de forma especial, à liberdade individual da qual os Estados Unidos se constituem como principal guardião. Afinal, os alicerces da Nação norte-americana edificados pelos Founding Fathers ainda não foram demolidos. A vitória de Donald Trump é a prova disso. 
De tudo que se fala de política em todos os níveis, em todos os lugares do planeta, está umbilicalmente vinculado a esses novos e surpreendente eventos que começaram pelo Brexit, a saída do Reino Unido da deletéria União Européia e agora com a vitória de Donald Trump cujo mote de campanha “Make America Great Again”, vai além de um slogan eleitoreiro, porquanto delineia em grande medida uma reação gigantesca contra a campanha de desmonte da Civilização Ocidental. Isto quer dizer, em outras paalavras, o desmonte das peças que sustentam a liberdade individual. Como já me referi em outros escritos, a liberdade individual é como uma célula da liberdade em seu sentido amplo. Ou seja: sem a liberdade individual não há liberdade nenhuma.

Quem entender o que acabei de discorrer neste texto mata a charada. Daí a minha insistência neste tema porque o resto é baba espumante do esquerdismo delirante que se desmancha no ar. E acreditem: todos nós neste momento estamos vivenciando acontecimentos históricos que deverão estabelecer os marcos referenciais culturais, políticos e econômicos das próximas décadas em nível global.

06 de dezembro de 2016
in aluizio amorim

LAVA JATO: JUIZ DECRETA PRISÃO PREVENTIVA DA ADVOGADA ADRIANA ANCELMO, ESPOSA DE SÉRGIO CABRAL



O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, atendendo a pedido formulado pelo Ministério Público Federal (MPF), decretou a prisão preventiva da advogada Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador Sérgio Cabral Filho, preso juntamente com outros nove acusados na Operação Calicute, desdobramento da Operação Lava-Jato.

Agentes da Polícia Federal chegaram por volta das 16 horas ao edifício em que mora Adriana Ancelmo, no Leblon, bairro nobre da Zona Sul carioca. O local ficou tomado por curiosos e a PF precisou usar gás de pimenta para liberar o acesso ao prédio.

Na decisão que traz a decretação da prisão de Adriana Ancelmo, o ex-governador do Rio de Janeiro tornou-se réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa.

“A requerida, advogada de grande prestígio no meio forense, não está sendo investigada pela prática de atos que ela teria cometido no exercício de função pública, e sim por participar de uma grande Organização Criminosa que, como apontam as investigações, teria se instalado na sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, a partir do então Governador do Estado Sérgio Cabral, seu marido”, destaca o magistrado em sua decisão.

O juiz Marcelo Bretas ressalta no despacho a possibilidade de Adriana Ancelmo eventualmente estar ocultando joias usadas para lavar dinheiro. “Embora as investigações tenham identificado registros nas joalherias investigadas de que Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo adquiriram pelo menos 189 joias desde o ano 2000, somente 40 peças foram apreendidas pela Polícia Federal por ocasião das buscas e apreensões, as quais foram encontradas no cofre do quarto da residência do casal. Tal constatação, como afirma o MPF, permite a conclusão de que a investigada Adriana Ancelmo permanece ocultando tais valiosos ativos, criminosamente adquiridos, eis que ainda não apreendidos pela Polícia Federal no cumprimento da ordem cautelar emanada deste Juízo, demonstrando a necessidade de renovação da medida cautelar anteriormente deferida”.

A situação de Adriana Ancelmo tornou-se difícil a partir de investigações sobre renomadas joalherias do Rio de Janeiro, nas quais a advogada e o ex-governador adquiriam de forma quase rotineira joias caras, sendo que o pagamento era sempre em dinheiro vivo. Intimados a prestar esclarecimentos, funcionários das joalherias revelaram a quantidade de joias compradas pelo casal, que normalmente era atendido na própria residência ou, então, incumbia terceiro para concretizar o negócio.

O nome da advogada foi citada inúmeras vezes ao longo das investigações da Operação Calicute, menções que serão confirmadas pelos comparsas de Sérgio Cabral Filho, que está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na unidade Bangu 8, como também pela própria Adriana Ancelmo.

A mulher do ex-governador do Rio é acusada de lavagem de dinheiro e de ser beneficiária do esquema criminoso comandado pelo marido. No mesmo dia em que Sérgio Cabral foi preso, a advogado foi conduzida coercitivamente para depor, ocasião em que o MPF apresentou pedido de prisão temporária, negado pelo juiz do caso.

De acordo com os procuradores da República, Cabral cobrava 5% de propina das empreiteiras para que conseguissem contratos com o governo fluminense. Além da propina destinada a Cabral, os empreiteiros pagavam mais 1%, rotulado pelos criminosos como “taxa de oxigênio”, para a Secretaria Estadual de Obras.

Segundo os investigadores, Sérgio Cabral recebia “mesadas” que variavam entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. O esquema criminoso desviou R$ 220 milhões dos cofres públicos e só foi descoberto depois do depoimento do empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta Construções. Informações prestadas por executivos da Carioca Engenharia também ajudaram a desvendar o esquema criado por Cabral Filho.

O dinheiro das propinas, supostamente lavado através de contratos falsos de consultoria advocatícia com o escritório de Adriana Ancelmo, foi usado na aquisição de bens de luxo, como joias, roupas de grife, obras de arte, um helicóptero e um barco avaliado em R$ 5 milhões.


06 de dezembro de 2016
ucho.info

JUSTIÇA EXPEDE MANDADO DE PRISÃO PARA MULHER DE SÉRGIO CABRAL

JUSTIÇA MANDA PRENDER ADRIANA, QUE É ACUSADA DE CORRUPÇÃO

ADRIANA É ACUSADA DE CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO PELA LAVA JATO


A Justiça Federal expediu nesta terça (6) um mandado de prisão preventiva para Adriana Ancelmo Cabaral, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso há pouco mais de duas semanas.

Adriana é acusada no âmbito da operação Lava Jato por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e pertencer a organização criminosa. Os investigadores apuram suspeitas de que o escritório de advocacia da ex-primeira-dama era usado pelo grupo chefiado pelo marido para o recebimento de propina.

Cabral, preso há 19 dias, é tido como chefe do grupo que desviou R$ 224 milhões nas obras da reforma do Maracanã e o Arco Metropolitano.

06 de dezembro de 2016
diário do poder

ENFRENTAMENTO

SENADO NÃO VAI CUMPRIR LIMINAR DO STF QUE AFASTA RENAN DA PRESIDÊNCIA
MESA DIRETORA DECIDIU AGUARDAR DECISÃO DO PLENÁRIO DA CORTE


EM TESE, O MINISTRO MARCO AURÉLIO PODE MANDAR PRENDER RENAN COM BASE NO ARTIGO 330 DO CÓDIGO PENAL POR DESOBEDIÊNCIA (FOTO: ABR)


A Mesa Diretora do Senado decidiu desafiar a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello de afastar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da Presidência da Casa.

Segundo senadores da Mesa, que assinaram nesta terça-feira, 6, um documento para não cumprir o afastamento, Renan acredita que tem respaldo jurídico para não assinar a notificação sobre a decisão de Marco Aurélio. O alagoano também tenta ganhar tempo para aguardar a decisão definitiva do plenário do STF, que deve julgar o caso nesta quarta-feira, 7.

O documento com a decisão da Mesa Diretora já foi encaminhado ao Supremo.

Além da decisão de não cumprir a liminar, a Mesa Diretora também decidiu conceder prazo para que Renan apresente defesa, a fim de viabilizar a deliberação da Mesa sobre as providências necessárias ao cumprimento da decisão monocrática em referência.

Em tese, o ministro Marco Aurélio pode mandar prender Renan com base no artigo 330 do Código Penal por desobediência à ordem judicial. A pena é de 15 dias a seis meses, além de multa.

Oficial de Justiça aguarda desde a manhã desta terça para entregar notificação de afastamento do presidente do Senado.

06 de dezembro de 2016
Laryssa Borges

MESA DO SENADO SE RECUSA A CUMPRIR ORDEM QUE AFASTA RENAN


Decisão é assinada pelos senadores João Alberto, Sergio Petecão, Zezé Perrella, Romero Jucá , Gladson Cameli, Vicentinho Alves e o próprio Renan Calheiros
Renan Calheiros (PMDB-AL) (Minervino Junior/Agência BG Press) 

Alvo de onze inquéritos no Supremo Tribunal Federal e réu em uma ação penal por peculato, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) se recusou a assinar a notificação judicial que o informa de seu afastamento da chefia da Casa Legislativa e costurou uma decisão em que a Mesa Diretora do Senado se coloca formalmente contra o STF e se recusa a cumprir, de forma imediata, a liminar do ministro Marco Aurélio Mello, que na noite de ontem o afastou do cargo de presidente do Senado por considerar que réus não podem integrar a linha sucessória da Presidência da República. 
Uma segunda versão do documento da Mesa foi redigido, na sequência, de forma mais branda, como se para não escancarar o embate institucional já colocado.

O documento é assinado pelos senadores João Alberto Souza (PMDB-MA), Sergio Petecão (PSD-AC), Zezé Perrella (PTB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Gladson Cameli (PP-AC), Vicentinho Alves (PR-TO) e pelo próprio Renan Calheiros. 

A manobra, ratificada pelos senadores, impôs um verdadeiro chá de cadeira ao oficial de Justiça que desde as 9h37 aguardava para comunicar oficialmente ao político o teor da decisão liminar. 
Jorge Viana, primeiro vice-presidente do Senado e sucessor de Renan com a decisão liminar, não assinou a primeira versão do documento da Mesa. 
Um novo documento, que retira a ressalva de que a Mesa não tomaria “qualquer providência relativa ao cumprimento da decisão monocrática”, foi endossado por Viana, que o assinou.

No documento, os parlamentares alegam que não há previsão de sucessão para a presidência do Senado e informam que vão “aguardar a deliberação final do pleno do Supremo Tribunal Federal, anteriormente à tomada de qualquer providência relativa ao cumprimento da decisão monocrática”
O caso está pautado para a tarde desta quarta-feira no plenário do STF. Na mesma decisão em que afirmam que vão cumprir a determinação da liminar, os políticos afirmaram que vão conceder prazo para que Renan apresente defesa à própria Mesa Diretora.

Reservadamente, os senadores usaram como argumento o fato de a liminar criar um “fato político” e significar uma espécie de condenação antecipada de Renan. 
Segundo eles, a ação penal a que Renan responde por peculato – ele teve despesas particulares pagas pela construtora Mendes Júnior – pode ser arquivada no futuro e, com isso, o político seria penalizado desde já por uma ação de futuro incerto.

No início da tarde, Calheiros se reuniu com senadores para tentar costurar uma hipotética saída jurídica que lhe garanta margem de manobra diante da liminar. 
Segundo parlamentares presentes à reunião, alguns senadores defendem uma “posição de enfrentamento” diante da liminar. 
Embora não haja previsão constitucional, políticos tentam achar no regimento interno trechos que possibilitem que a decisão liminar de Marco Aurélio Mello precise ser referendada pelo Plenário do Senado.

Uma das hipóteses discutidas foi tentar aplicar o caso Delcídio do Amaral à situação de Renan. Em novembro do ano passado, depois de o STF ter determinado a prisão do então líder do governo Dilma por tentativa de obstrução da Operação Lava Jato, o plenário do Senado se reuniu para ratificar a detenção. 
Ocorre que a situação de Renan Calheiros não envolve prisão e a Constituição é clara. Diante da prisão – a Constituição não fala em afastamento do mandato – os autos serão remetidos dentro de 24 horas ao Senado, para que, pelo voto da maioria de seus membros, delibere sobre o caso.

Quando foi alvo de afastamento da presidência da Câmara dos Deputados, o peemedebista Eduardo Cunha também tentou sacar um argumento que o livrasse de ser banido da linha sucessória da Presidência da República. 
Na ocasião, a defesa do então deputado alegava que os inquéritos contra ele não diziam respeito a atos relacionados à Presidência da República e afirmava que, mesmo com os processos, a legislação brasileira não o impede de ser eleito presidente do país. As teses não surtiram efeito no STF.

Diante da turbulência política provocada pelo caso Renan, está confirmada a suspensão da sessão de votações que estava prevista para esta terça-feira, quando ocorreria a primeira sessão de discussão da PEC do teto dos gastos públicos.

06 de dezembro de 2016
Laryssa Borges 

A FLAUTA DE MARCO AURÉLIO



Um dos mais pavorosos titãs da mitologia grega é Tifão, filho de Gaia e Tártaro. Tinha mil cabeças que podiam tocar as estrelas e braços capazes de abraçar meio mundo.

Veio das profundezas do Hades com o propósito de subjugar o mais poderoso dos deuses. Era tão forte e violento que venceu Zeus uma vez e, ao escalar o Olimpo, expulsou de lá todas as outras divindades.

Foi derrotado por um singelo estratagema executado pelo flautista Cadmo. Ele atraiu a criatura pavorosa e a encantou com sua música. Enquanto isso, Zeus furtava seus raios e poderes de uma caixa onde o monstro os havia escondido. A inteligência do delicado estratagema venceu a brutalidade da besta.

Ontem, o Supremo Tribunal Federal fez soar a flauta mágica. Renan Calheiros, o Tifão contemporâneo, tombou vencido por uma liminar urdida por Marco Aurélio de Mello a pedido da Rede Sustentabilidade, o Cadmo dessa estória.

E foi um tombo tão grande e retumbante que só deixou como alternativa ao poderoso titã do Senado refugiar-se no Monte Nisa de seu mandato parlamentar. Nada, nada, isso ainda lhe garante o privilégio de foro e, quem sabe, mais alguns anos de procrastinação até que a deusa Themis possa derrotá-lo definitivamente.

Renan não tem futuro, quer na vida política, quer no mundo civil. Seu destino é o mais drástico possível. Mais cedo ou mais tarde, vai ter que se avir com seu passivo judicial. E provavelmente não terá mais sorte do que o colega Eduardo Cunha, outro demônio que já retornou ao Reino de Hades.

Ocorre que ninguém sabe quantos megatons de energia serão produzidos pela queda desse titã. É provável que a primeira mudança seja a o reconhecimento da inviabilidade do projeto de abuso de autoridade gestado com o objetivo de antecipar a vingança contra os promotores de justiça e juízes que irão condená-lo daqui a pouco.

Mas o calor da luta final pode também fustigar as pretensões de Michel Temer de aprovar a toque de caixa a reforma da Previdência Social, que chega hoje ao Congresso Nacional. E sem ela, perde completamente o sentido o outro elemento do binômio de contenção fiscal montado pelo Planalto, a PEC 55, que cria um teto para os gastos públicos, com votação marcada para terça da semana que vem.

A indisposição entre os Poderes aos poucos vai tomando os contornos de uma grave crise institucional. O que pode resultar disso, nem Zeus, com todos os seus poderes, sabe.

Alguns projetos caros ao governo já saem dessa batalha bestial condenados. Um deles é a candidatura do senador Eunício Oliveira à presidência do Senado. Na iminência de se tornar réu como Renan, não poderá permanecer na linha sucessória do Presidente da República, o que inviabiliza sua pretensão.

Também está aceso o farol amarelo para áulicos do Planalto como Romero Jucá, cujas menções na Lava Jato não o impediram de assumir o honroso cargo de líder do governo no Congresso, e outros personagens do núcleo do governo Temer enrolados com seu passado criminal.

Se ficar só nisso, já está de bom tamanho. Porque com a economia desgovernada e a política de soerguimento abatida, estaremos a um passo da inviabilidade política do atual governo, que sofre agudamente com sua falta de legitimidade.

O quadro, como se vê por essa fresta, é medonho.

Porque, ao final da história, pode não haver mais um Tifão a derrotar.

Mas pode também não haver mais um Olimpo a restaurar.


06 de dezembro de 2016
in fábio pannunzio

GOLPE DE MARCO AURÉLIO TEM COMO ALVO GOVERNO TEMER

Jorge Viana já avisou que não se compromete com votação da PEC do teto

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello no julgamento do mensalão (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr/VEJA/VEJA)


Vamos deixar claro com todas as letras? O que Marco Aurélio fez foi dar um golpe no Senado.

Mas não só. Marco Aurélio sabia que estava entregando o comando do Senado ao PT, a Jorge Viana, que é vice-presidente da Casa. A menos de quatro meses do fim do mando de Renan como presidente, não há nova eleição. 
O petista seguirá presidente até fevereiro.

O que é mais espantoso: faltam apenas nove dias para o recesso.

É tempo suficiente para Viana, se quiser, mudar da agenda. E ele já avisou que não se compromete com a votação da PEC 241.

Vejam que coisa fabulosa!

Ao tentar depor Renan Calheiros na base do golpe, Marco Aurélio sabe que faz o óbvio: dá sobrevida à agenda do PT, que foi derrotada no Congresso, no tribunal e nas ruas.

Mandaram-me há pouco uma mensagem na linha :”O povo foi ouvido pelo STF, que afastou Renan”.

Como? O povo pediu Jorge Viana na presidência da Casa e golpe contra a PEC 241?

Acho que não.


06 de dezembro de 2016
reinaldo azevedo, Veja

SER OU NÃO SER DE ESQUERDA


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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
Como todos sabem (se não sabem, informo) não votei nem na Dilma nem no Aécio. No primeiro turno, votei numa candidata que não tinha a menor chance de ganhar, a Luciana Genro. No segundo turno, exerci o meu direito de não comparecer. Muitos amigos meus – equivocadamente, eu disse a eles – votaram na Dilma. O Brasil, então, explodiu: transformou-se numa espécie de Hiroshima – ou seja, escombros.
Discutiu-se o impeachment – e o Velhote do Penedo durante algum tempo foi contra o afastamento de Dilma. Meu raciocínio não era político nem ideológico: ela que afundasse nas tolices que fizera. Mas veio o impeachment: e a realidade das besteiras que Dilma fizera tornou-se evidente. 170 bilhões de déficit, 13 milhões de desempregados, 4,8 milhões de subempregados, 6,2 milhões fora do mercado de trabalho, desindustrialização, inflação, comércio em crise, inadimplência, aumento da miséria, obras paralisadas, corrupção, descrédito da política, naufrágio da esquerda. Imaginem se não houvesse impeachment e Dilma estivesse à frente, hoje, do governo.
TAPAR O NARIZ – Seguindo a ordem constitucional vigente, subiu Temer, que montou um ministério e sofreu, desde logo, um bombardeio violento, inclusive de gente que apoiara o impeachment e o naufrágio da esquerda. Achei estranho, mas fiquei na minha. Não gosto pessoal e politicamente do Temer, como não simpatizo com a maioria do seu ministério. Mas resolvi fazer o seguinte: tapar o nariz, pois o meu problema são os 24 milhões de desempregados, subempregados e desencantados. Enquanto estamos aqui debatendo este ou aquele nome da cúpula, este ou aquele pequeno escândalo, esta ou aquela notícia plantada por um ou outro petista ressentido, milhares de famílias estão passando necessidades – e isto me incomoda. Não sei se os meus amigos já passaram por isso: durante a ditadura, o SNI bloqueava o meu nome em todos os empregos que eu procurava – foram três anos em que sobrevivi de bicos, que mal davam para o sustento da minha família.
NA ESQUERDA – Sempre fui um sujeito de esquerda: comecei a militar na Polop com 19 anos, gramei durante a ditadura, mas nunca perdi a esperança. Ajudei a fundar o PDT. Quando Lula foi eleito, esperei o melhor, sinceramente. Logo vi que eu estava errado. Lula era, de fato, uma fraude, como depois vi que Dilma era nada mais que sua continuação.
Continuo sendo um sujeito que acredita no ideal socialista, mas desprezo a esquerda atual brasileira. Trata-se de uma esquerda atrasada, superada, que vive de jargões, de olho voltado para o passado: são pré-históricos. É uma esquerda que deseja confinar o povo na miséria com o intuito exclusivo de referendar a sua retórica falida e, pior ainda, insincera. A esquerda, no fundo, quer que a desigualdade permaneça como tal, pois supõe que a desigualdade social é o pasto da sua afirmação política.
Não estou fazendo um texto político: estou dando o meu testemunho, cevado este numa experiência de vida que – como dizia o Brizola – vem de longe.
PEC DOS GASTOS – Não me envergonho de dizer que apoio a PEC dos gastos, ora em discussão no Senado. E apoio por duas razões: porque ela não reduz os gastos com saúde e educação; porque impede que os parlamentares incluam despesas (as chamadas emendas parlamentares) e criem receitas fictícias, gerando déficits que só penalizam o povo. O Velhote leu cuidadosamente a PEC dos gastos, por isso se recusa a ouvir palpites dos que não leram entre os quais incluo intelectuais vadios e políticos jurássicos. E estudantes que não estudam, não sabem o que é socialismo e são guiados por partidos políticos derrotados pela sociedade. Mas isto é outra história.
Apoio a operação Lava Jato, a reforma do ensino médio (nossa educação está 40 anos atrasada se comparada à da Coreia do Sul), as medidas contra a corrupção – e, de quebra, a reformulação da esquerda, de modo a modernizá-la, atualizá-la, democratizá-la. O Brasil precisa ser passado a limpo.
CASCAS DE BANANA – Todos os dias, vejo que cascas de banana são postos no caminho do Temer. Não se pode esquecer que os 24 milhões de desempregados, subempregados e desencantados são produto espúrio da era petista – supostamente progressista, de esquerda e estatista. Temer, através do Meirelles, propôs uma saída (difícil, amarga) para a crise. Há alguns dias, a deputada Érica Kokai fez um discurso em que dizia que a saída da crise estava “em mais e mais Estados”. Uma lástima.
Em tempo: Chico Buarque proibiu o uso da música “Roda viva” como prefixo do programa homônimo, da TV Cultura. Motivo: a entrevista concedida pelo presidente Temer. Mais uma vez Chico Buarque mostrou que no fundo é favorável à censura – aos outros. Não bastando seu comportamento deplorável no episódio da censura à biografia de Roberto Carlos, de Paulo César de Araújo, Chico Buarque mostrou-se ser um sujeito mesquinho e rancoroso. Uma pena.
(artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)

06 de dezembrode 2016
Ronaldo Conde

Blog de Penedo

CONFIRMADO: PLANALTO QUER MANTER DISTANCIAMENTO POLÍTICO DE RENAN CALHEIROS

Entrevista de Moreira Franco manda uma série de recados


Tal declaração marca o distanciamento político que o Palácio do Planalto deseja manter em relação ao autor do projeto, o presidente afastado do Senado, Renan Calheiros, que entrou em confronto, sem perspectiva de recuo, com o Poder Judiciário, o que não interessa ao governo. Sobre as tentativas de fritura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o secretário executivo de Programas de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, revelou que vai cancelar o convite feito a Arminio Fraga para participar de um seminário do PMDB, a fim de não alimentar mais os boatos de que o economista do PSDB estaria sendo sondado para o cargo de Meirelles.

Moreira, que falou ao Globo antes do afastamento de Renan, criticou também as permanentes declarações do ex-presidente Fernando Henrique contra Temer, afirmando que esses comentários desservem ao governo, ao país e ao próprio PSDB.

É oportuno discutir e votar agora a lei de abuso de autoridade?A lei vigente de abuso de autoridade é da época do marechal Castelo Branco. Veio logo depois do golpe. A sociedade brasileira mudou, o mundo mudou, e a tecnologia avançou. É necessário que esse debate se dê. Que se tenha um texto mais adequado aos dias de hoje. Mas acho que o ambiente está tenso e radicalizado. Conseguiu-se permitir que mudanças nesse campo sejam tidas como constrangimentos às apurações da Lava-Jato e de outras agressões à moral pública. Essa suspeita compromete qualquer mudança e torna o próprio debate uma agressão aos anseios das ruas.

Está na hora de o governo mudar a política econômica, ou o país pode esperar a retomada do crescimento, prevista apenas para o segundo semestre do ano que vem?Não se muda política econômica em consequência da vontade de alguém. São as condições sociais da população e a realidade econômica do país que determinam o caminho. O governo tem uma prioridade: buscar o equilíbrio fiscal. Perseverar e insistir nessa meta. Fazer o que o ministro Meirelles e sua equipe vêm fazendo com competência.

Quem chamou Arminio Fraga para conversar: o senhor ou o presidente?Nem o presidente nem eu. Falei com ele para convidá-lo para um seminário organizado pela Fundação Ulysses Guimarães comemorativo de um ano de lançamento da “Ponte para o Futuro”. Aliás, há tanto boato sobre movimentação na área econômica que vou propor transferir a realização do seminário.

Quem, entre conselheiros e aliados, quer a saída de Henrique Meirelles?O presidente não tem conselheiros nem aliados desajuizados para propor tal coisa. O voluntarismo que se viu no passado não se verá agora.

Essa tênue aliança entre o PSDB e o PMDB chega até o final do governo Temer?Sim. Devemos nos empenhar para consolidar e aprofundar essa aliança.

Que aliado é esse, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que diz que Temer “é o que se tem”, que chama a sua “Ponte para o futuro” de “pinguela” e fica especulando que, se o presidente cair, haverá eleições diretas?Esses comentários não ajudam o país nem o governo e tampouco o PSDB.

Vira e mexe aparece alguém para dizer que o senhor cometeu irregularidades nas administrações de aeroportos com empreiteiras. O senhor já foi citado em delações?Foi noticiado que dois delatores da Odebrecht afirmaram que eu teria solicitado apoio financeiro para o PMDB. É mentira. Jamais falei de política, partido ou recurso de campanha com eles. Como também nunca cuidei das finanças do partido. Eles terão que provar.

Todo mundo acha, inclusive o próprio, que o senhor pressionou o presidente a demitir o ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo). É verdade?Não é verdade. Estava fora do país, a trabalho, durante todo o incidente. E só falei com o presidente no meu retorno. O ministro Geddel já tinha solicitado demissão.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A entrevista é importantíssima e confirma tudo o que vem sendo publicado na Tribuna da Internet, com exclusividade, sobre a estratégia da dupla Temer/Moreira, que há dois meses vem se descolando dos caciques do PMDB. A credibilidade da matéria de O Globo é total, devido à estreita amizade pessoal entre Temer e Moreno, que funciona como um porta-voz muito melhor do que Alexandre Parola. A entrevista, é claro, precisa ser lida nas entrelinhas. 
O importante é a série de recados que a dupla Temer/Moreira está dando, porque muita coisa vem mudando no Planalto, conforme a Tribuna da Internet tem informado nas últimas semanas. (C.N.)
Tal declaração marca o distanciamento político que o Palácio do Planalto deseja manter em relação ao autor do projeto, o presidente afastado do Senado, Renan Calheiros, que entrou em confronto, sem perspectiva de recuo, com o Poder Judiciário, o que não interessa ao governo. 
Sobre as tentativas de fritura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o secretário executivo de Programas de Parceria de Investimentos, Moreira Franco, revelou que vai cancelar o convite feito a Arminio Fraga para participar de um seminário do PMDB, a fim de não alimentar mais os boatos de que o economista do PSDB estaria sendo sondado para o cargo de Meirelles.


06 de dezembro de 2016
jorge bastos moreno, O Globo