"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

RECEITA FEDERAL CONTESTA DECLARAÇÕES DE SANTANA E MÔNICA



















Um relatório da Receita Federal na Operação Acarajé, 23ª fase da Operação Lava Jato que teve por foco o marqueteiro João Santana, contratado das duas campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff, apontou “incompatibilidades” e “divergências” em declarações de Imposto de Renda do publicitário. O trabalho também levantou indício de “variação patrimonial a descoberto” em três anos. O patrimônio do marqueteiro saltou de R$ 1,9 milhão, em 2004, para R$ 66,7 milhões em 2014, em valores atualizados pelo IPC-A.
O crescimento decorre do pagamento de lucros e dividendos feito por duas empresas de Santana, a Polis Propaganda e a Santana & Associados. O relatório da Receita levantou os problemas ao comparar movimentação bancária, transações imobiliárias e gastos com cartão de crédito de Santana e de sua mulher, Mônica, com as declarações prestadas ao fisco.
Para a Receita, nos anos de 2010, 2011 e 2014, o crescimento dos bens de Santana “não tem correspondente nos valores” que transitaram em suas contas bancárias.
INCOMPATIBILIDADE
Segundo o relatório, de 2006 a 2014 “pode-se verificar, em tese, incompatibilidade, ou seja, a movimentação financeira muito inferior aos recursos declarados”. Em 2012, por exemplo, Santana não apresentou “nenhuma movimentação financeira”, mas declarou rendimentos de R$ 7,8 milhões.
Houve divergências entre as diversas declarações analisadas. Em 2013, Santana declarou ter recebido da Polis R$ 35,4 milhões em lucros e dividendos, porém a empresa não declarou nenhum pagamento aos sócios, diz a Receita.
A Receita apontou que Santana apresentou “valores elevados” nos gastos com cartão de crédito em 2011 e 2012, respectivamente R$ 328 mil e R$ 520 mil, porém “baixa ou nenhuma movimentação financeira”.
“Portanto, estes valores não estão circulando pela conta bancária do contribuinte [Santana]”, diz a Receita.
ERROS DE MÔNICA
A Receita constatou ainda que Mônica declarou ter adquirido um veículo Ranger Rover no valor de R$ 365 mil com pagamento à vista, porém não há registro de saída desses recursos de suas contas bancárias.
Além disso, Mônica Moura declarou em 2011 ter recebido um empréstimo de R$ 2 milhões do marido, porém a movimentação nas contas do marqueteiro não indica o valor.
O relatório pede um aprofundamento da apuração sobre Santana e sua empresa Polis e observa que os achados da análise “merecem confirmação” por parte do setor de fiscalização, por meio de procedimento administrativo fiscal, no qual Santana terá a oportunidade de apresentar documentos que embasaram sua declaração.
“As informações prestadas pelo contribuinte e empresa são divergentes e não conclusivas, somente uma ação fiscal poderá verificar a veracidade das informações prestadas pelo contribuinte e pela Polis”, diz o relatório. Uma confirmação das supostas irregularidades pode acarretar multas e outras medidas judiciais.
PATRIMÔNIO
O crescimento do patrimônio de Santana foi 432% maior em apenas dois anos, 2013 e 2014, na comparação com os nove anos anteriores. No biênio, Santana incorporou R$ 67 milhões ao seu patrimônio, em valores atualizados pela Folha, segundo o relatório da Receita.
Entre 2004 e 2012, o crescimento médio patrimonial de Santana foi de R$ 1,2 milhão por ano. No biênio 2013-2014, porém, esse número passou a R$ 29 milhões, em valores atualizados.
O motivo para esse salto, segundo a Receita, foi o pagamento pela Polis de lucros e dividendos –R$ 33,7 milhões anuais em média no biênio, contra R$ 3,2 milhões nos anos anteriores. Não se sabe o motivo de a Polis ter feito pagamentos em massa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Santana e Mônica chegaram rindo à prisão em Curitiba. Mas vão perder a arrogância quando perceberem que responderão por vários crimes sérios, cujas condenações são acumuladas. A mulher ainda é jovem, mas o marqueteiro, que diminui a idade e diz ter nascido em 1953, já está para lá de Marrakech, como diz seu conterrâneo Caetano Veloso. O pior foi Santana ter envolvido a filha, que também deve ser processada. (C.N.)

24 de fevereiro de 2016
Rubens Valente
Folha

SANTANA VAI CONFESSAR PARA TENTAR RECEBER UMA PENA MENOR


Brazilian President Dilma Rousseff and former Brazilian President (2003-2011) Luiz Inacio Lula Da Silva's campaign publicist Joao Santana (R) is arrested upon his arrival in Sao Paulo, Brazil o February 23, 2016. Political consultant Santana was being investigated by the Brazilian justice for receiving payments outside the country which could come from Brazilian state-run oil company Petrobras' briberies. AFP PHOTO / STR ORG XMIT: BRA101
O problema é que a defesa de Santana é ilusória, cheia de furos














O publicitário João Santana, que se entregou à Polícia Federal na manhã desta terça-feira (23) em São Paulo, vai confessar que recebeu recursos irregulares no exterior, segundo a Folha apurou. O marqueteiro vai ressaltar que nenhum centavo que entrou na sua conta na Suíça teve origem nos trabalhos que prestou para o PT. Santana atuou em três campanhas presidenciais: na de Lula em 2006 e nas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014. Também trabalhou na eleição do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em 2012.
Entre 2002 e 2014, a sua empresa, a Polis, recebeu R$ 229 milhões por trabalhos prestados ao partido, em dados atualizados monetariamente.
A confissão de Santana é uma tentativa de se livrar das acusações mais graves que pesam contra ele e sua mulher, a publicitária Mônica Moura, também presa pela PF na manhã de terça-feira.
A investigação suspeita que os recursos depositados para Santana foram desviados da Petrobras.
CONTA NO EXTERIOR
O casal foi preso sob acusação de ter recebido US$ 7,5 milhões ilegalmente no exterior, segundo o decreto de prisão do juiz Sergio Moro na 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé porque este seria o código que funcionários da Odebrecht usavam para designar propina.
A Odebrecht, de acordo com a investigação da PF, foi responsável pelo pagamento de US$ 3 milhões, enquanto o lobista Zwi Skornicki, que também foi preso, cuidou da remessa de US$ 4,5 milhões.
Ao decretar a prisão do casal, Moro apontou “os pagamentos da Odebrecht a Santana seriam doações eleitorais sub-reptícias”, ou seja, caixa dois de campanha. Santana vai reconhecer o caixa dois, mas deslocará a suspeita para outros países nos quais fez campanha, como Argentina e El Salvador. Nestes locais, a Odebrecht tem diversos interesses.
Segundo investigadores ouvidos pela Folha, as transferências de Skornicki são o indício mais forte de ligação com a campanha de Dilma. Ex-representante do estaleiro asiático Kepel Fels no Brasil, o lobista não tinha atividade que justificasse os pagamentos ao marqueteiro, feitos entre setembro de 2013 e novembro de 2014, pouco depois do segundo turno da reeleição da presidente.
CRIME MENOR
O total de US$ 7,5 milhões foi recebido por meio de uma empresa offshore que Santana abriu no Panamá, a Shellbill, a qual tinha conta num banco suíço, o Heritage. Tanto a empresa panamenha quanto a conta na Suíça não foram declaradas à Receita Federal. Ainda não está decidido se Santana apontará a origem dos recursos.
O recebimento fora do país, sem declaração à Receita, pode configurar crime de evasão de divisas, com pena de de dois a seis anos de prisão.
Três especialistas ouvidos pela Folha em condição de anonimato afirmam que o marqueteiro só poderá ser acusado de lavagem de dinheiro se ficar provado que sabia que os recursos tinham origem ilícita.
A pena de lavagem varia de três a dez anos de reclusão, mais multa. Na interpretação de advogados ouvidos pela Folha, seria melhor ser acusado de evasão do que de lavagem por causa da pena menor para o primeiro crime.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sonhar não é proibido, a gente vive dizendo. Não adianta confessar uma coisa, tentando uma pena menor, se as provas demonstram outro tipo de crime mais grave. Santana tenta criar factóide até na prisão. Vai se dar muito mal(C.N.)
24 de fevereiro de 2016
Mario Cesar Carvalho
Folha

AUSCHWITZ - A EUROPA DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO




Como já foi escrito em um texto anterior, PRIMO LEVI era um químico italiano de apenas 24 anos quando foi capturado pelas forças fascistas italianas e deportado para o campo de concentração de Auschwitz, a fábrica da morte construída pelo regime nazista para executar judeus, homossexuais, comunistas e ciganos.

Em 1945, após sua libertação, militares soviéticos encarregaram Levi e outro prisioneiro, o médico Leonardo De Benedetti, de elaborarem um relatório detalhado sobre as inomináveis condições dos campos. O resultado foi transformado em um livro – “Assim foi Auschwitz” -, um testemunho extraordinário e pioneiro sobre os campos de concentração, e ainda hoje uma peça impressionante a respeito da prática clínica num lugar de desumanização e extermínio. Detalhes escabrosos, escatológicos e aviltantes a respeito do cotidiano dos médicos, enfermeiros e pacientes são apresentados numa prosa sóbria, cristalina e antissentimental.

No livro há relatos, depoimentos, cartas e comentários publicados quase até às vésperas de sua morte, em 1987. Invocam, com o poder do testemunho e a desconcertante claridade de sua prosa, a agonia de milhões de pessoas que experimentaram o inferno em um sistema diabolicamente concebido para espoliar do homem tudo o que ele tem – seu corpo, sua esperança e, por fim, sua própria vida.

A seguir um dos capítulos do “Assim foi Auschwitz”, intitulado “A Europa dos Campos de Concentração”, escrito por PRIMO LEVI em 1973:
A história da deportação e dos campos de concentração não pode ser dissociada da história das tiranias fascistas na Europa. Ela representa seu fundamento levado ao extremo, além de qualquer limite da lei moral gravada na consciência humana. Se o nacional-socialismo tivesse prevalecido (e podia prevalecer), a Europa inteira e talvez o mundo estariam sob um único sistema, em que o ódio, a intolerância e o desprezo dominariam incontestes.

A doutrina da qual nasceram os campos é muito simples e por isso muito perigosa: todo estrangeiro é um inimigo e todo o inimigo deve ser suprimido. Qualquer um que seja visto como diferente, por língua, religião, costumes e idéias, é estrangeiro. Os primeiros ‘estrangeiros”, inimigos por definição do povo alemão, se encontravam na própria pátria. Já em 1933, meses depois de o marechal Hindenburg encarregar Adolf Hitler de compor o novo governo, havia na Alemanha cerca de 50 campos de concentração. Em 1939, o número de campos superava a centena. Avalia-se em 300 mil o número das vítimas nesse período, a maioria comunistas e social-democratas alemães, além de muitos judeus. Entendidos e, acima de tudo, temidos como instrumentos de terror, os campos de concentração ainda não haviam se tornado centros de massacre organizado.

O início da Segunda Guerra Mundial assinala uma guinada na história dos campos. Com a ocupação da Polônia, a Alemanha se “apodera” (são as palavras de Eichmann), das “origens biológicas do judaísmo”: 2,5 milhões de judeus, além de um número indeterminado de civis, resistentes e militares capturados por “ações especiais”. É um exército ilimitado de escravos e de vítimas predestinadas; a finalidade dos campos de concentração se desdobra. Eles não são mais instrumentos de repressão e tornam-se, ao mesmo tempo, sinistras máquinas de extermínio organizado e centros de trabalhos forçados, dos quais espera-se obter ajuda para o esforço bélico do país. Cada campo primogênito se multiplica: constituem-se novos “campos externos” (Aussenlager) pequenos e grandes, muitos dos quais, por sua vez, se tornaram campos de propagação, até cobrir com uma rede monstruosa o território metropolitano de todos os países que foram sendo ocupados e dominados.

Nasce, assim, no coração da Europa civilizada e em pleno Século XX, o mais brutal sistema escravocrata de toda história da humanidade. Da Noruega e da Ucrânia, da Grécia e da Holanda, da Itália e da Hungria, partem diariamente dezenas de trens abarrotados de “material humano”, homens, mulheres e crianças inocentes e indefesos, fechados por dias e semanas em vagões de carga, sem água e sem comida.

São judeus, homens de todos os credos políticos e religiosos, capturados aleatoriamente durante as batidas. Os trens convergem para os campos que estão espalhados pela Alemanha e pelos vários países ocupados, mas somente um quarto ou um quinto dos que chegam atravessam as cercas de arame farpado e são levados ao trabalho. Os demais, todas as crianças, idosos, doentes, incapacitados e a cota que excede a demanda da indústria alemã, são mortos com a mesma indiferença e com os mesmos métodos com que se eliminam insetos nocivos. A condição dos deportados que passam na seleção de entrada e se tornam prisioneiros (Häftlinge) é muito pior que a dos animais de carga.

O trabalho é extenuante. Trabalha-se no frio, debaixo de chuva e de neve, no gelo e no barro, à base de socos, pontapés e chicotadas. Não há dia de descanso. Não há a esperança de uma trégua. Quem adoece vai para a enfermaria, mas ela é a antecâmara da morte, e todos sabem disso. Um provérbio do campo de concentração diz que “um prisioneiro honesto não vive mais de três meses”.

Mesmo a fraternidade e a solidariedade, última força e esperança dos oprimidos, desaparecem nos campos de concentração. É uma luta de todos contra todos. O primeiro inimigo é o seu vizinho, que cobiça seu pão e seus sapatos, cuja mera presença lhe rouba um palmo de catre. É um estrangeiro que compartilha seus sofrimentos, mas está distante. O que você lê nos olhos dele não é amor, e sim inveja, se sofre mais, ou medo, se sofre menos que você. A lei do campo o transformou num lobo. E você precisa lutar para continuar homem.

Para esse novo horror foi preciso cunhar um novo nome: genocídio, que significa o extermínio em massa de populações inteiras. Mas não se chega facilmente a esse resultado… Para resolver o problema, a administração das SS, um verdadeiro Estado dentro do Estado, e a indústria alemã, tomam providências em conjunto.

Por volta do final de 1942, os técnicos já sabem qual é o melhor método de matar milhões de seres humanos indefesos, de maneira rápida, econômica e silenciosa. Utilizarão ácido cianídrico, numa forma já usada desde longa data para livrar os porões dos navios de ratos. Novas instalações serão construídas a toda pressa, mas com discrição, uma indústria jamais vista até então: a fábrica da morte. Os equipamentos e suas sinistras funções são exorcizados com vagos eufemismos no jargão oficial. Fala-se em “instalações especiais”, “tratamento particular”, “migração para os territórios orientais”.

Auschwitz é o campo piloto, onde as experiências feitas em outros lugares são reunidas, comparadas e aprimoradas. Em 1943, do campo central de Auschwitz dependem pelo menos 20 “campos externos”, mas um desses, Birkenau, está destinado a ficar famoso. Possui câmaras blindadas subterrâneas, onde podem ser amontoadas 3 mil pessoas. São as câmaras de gás, onde a morte por veneno sobrevém em poucos minutos. Mas como não é fácil dar fim aos cadáveres, em Birkenau há também a conclusão: uma colossal instalação de combustão, os fornos crematórios que depois seriam construídos em outros campos.

Nos meses de abril e maio de 1944 foram mortos em Auschwitz 60 mil seres humanos por dia! Foram mais de 5 milhões de mortos em 5 anos!

Quando, nos meses mais tristes de 1944. a abjeção moral e material em que os deportados eram mantidos dava a qualquer esperança de salvação um ar de insanidade, quanto a presença contínua da morte - na materialidade dos cadáveres que, a cada noite, se somavam ao lado de beliches de pinho, tão parecidos com caixões – já eliminara qualquer familiaridade com a vida, substituindo-a por uma estranha e resignada intimidade com a morte amiga e já certa, erguia-se uma advertência solene e imperiosa: lutar para sobreviver, pois era indispensável que pelo menos um ainda estivesse vivo no infalível dia da libertação, para gastar suas últimas forças numa missão que justificasse o sacrifício dos demais: levar ao mundo a consciência do terror de uma ideologia que ignorava a igualdade e a paridade de direitos entre os homens, de um método que desprezava as exigências primordiais da civilização cristã, aniquilando a dignidade do Homem e ameaçando estender a escravidão do campo de extermínio por todo o mundo.

PRIMO LEVI -1973


24 de fevereiro de 2016
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

1990 - 2016 - 26 ANOS DE RETROCESSO NA TERRA DE SANTA CRUZ



Em maio de 1987, na minha condição de representante da Marinha perante a Assembleia Nacional Constituinte, compareci à Subcomissão de Defesa do Estado e da Sua Segurança, por ordem do Ministro da Marinha, Almirante Henrique Saboia, e em representação dos Três Ministros Militares e do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, para combater a ideia de criação do Ministério da Defesa, em franco desenvolvimento entre os constituintes.

Utilizando argumentos doutrinários da Marinha e outros, de natureza política, de minha própria inspiração, entre os quais aquele que apontava que o grande propósito em mira era o de afastar os Comandantes Militares do primeiro plano da administração federal e da discussão dos grandes problemas nacionais, e de enfraquecer a importância do estamento militar na vida brasileira, como guardião da ética, da moral, da fidelidade às causas mais nobres e aos objetivos nacionais no ambiente político e social, no seu histórico papel de Poder Moderador da República, logrei ser convincente, e o Ministério da Defesa não fez parte da Constituição de 1988.

A Carta Magna, porém, logo apelidada de “Constituição Cidadã”, trazia em seu bojo uma constelação de direitos bem maior do que de deveres, e sementes de cizânia e de divisão de classes e de categorias em acordo com a inclinação ideológica da maior parte dos seus mentores, que, desde que promulgada e até hoje, têm criado dificuldades para a edificação do sonho nacional permanente de paz, justiça, fraternidade, abundância e felicidade.

Três consequências importantes, pelo menos, daí têm decorrido: o apequenamento programado e contínuo da Expressão Militar do Poder Nacional, o crescimento permanente da ameaça de substituição da ordem democrática vigente pelo predomínio da de esquerda radical, o crescimento exponencial da corrupção envolvendo agentes e figuras notórias do aparato estatal, que rouba recursos gigantescos, tão necessários ao desenvolvimento do País e ao adequado aparelhamento das Forças Armadas, essencial para defender nosso portentoso patrimônio nacional contra apetites vorazes de todas as origens espúrias.

No governo Collor, iniciado no princípio de 1990, cujo lema era “inserir o Brasil no Primeiro Mundo”, por pressão externa foi demarcada a extensa “reserva Ianomâmi” na Amazônia, desconsiderando a exigência pétrea de defesa propiciada pela faixa de fronteira de 150 km de largura e comunicando-se livremente com o “território ianomâmi” do lado venezuelano.

Foi posto fim às pesquisas para habilitar o Brasil a construir armas nucleares, com o fechamento da área de testes de Cachimbo, assim como foram aceitas as limitações ao projeto da Missão Espacial Completa Brasileira, pela restrição ao alcance dos mísseis preconizado pelo Missile Technology Control Regime. Vieram a acentuar-se as restrições orçamentárias para o reaparelhamento das Forças Armadas, passando os seus integrantes também, juntamente com os servidores civis do Plano de Classificação de Cargos, a terem suas remunerações crescentemente aviltadas, em termos absolutos e em relação a outros segmentos de servidores do Estado.

Como Diretor do Pessoal Civil da Marinha, primeiro, e depois como Vice-Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, empenhei-me tenazmente para que a real Isonomia de Remuneração fosse implantada nos Três Poderes, sem sucesso, no entanto, sendo finalmente afastado do Serviço Ativo, em abril de 1993, já no governo Itamar Franco.

Em 1990, pois, iniciou-se o revanchismo contra as Forças Armadas, que só se fez acentuar desde então. A perseguição aos militares comprometidos com os ideais da Contra-Revolução Democrática de 31 de março de 1964 teve início, para experimentar um crescendo a partir dali. Por causa disso, muitos bons e dedicados Oficiais, de virtudes apreciadas e reconhecidas, acabaram por não ter acesso aos últimos postos da carreira, bem como muitos outros, dotados de personalidades mais fortes e combativas, capazes de transformarem-se em lideranças eficazes contra os projetos de governos cada vez mais afastados dos Objetivos Nacionais Permanentes.

O governo FHC deu fim aos projetos de construção de submarinos, convencional, S-NAC 1, e nuclear, S-NAC 2, em andamento pela Marinha, dispersando-se o núcleo portentoso de engenheiros, técnicos e operários especializados então formado, bem como o notável repositório de conhecimento acumulado, que nos ia encaminhando, no devido tempo, para a total autonomia, sem subordinação a fontes externas sempre restritivas, em tão notável campo de desenvolvimento industrial e técnico, fundamental para a independência e a soberania do Brasil.

Iniciou o pagamento “indenizatório”, até hoje em curso, com valores extremamente elevados, a antigos guerrilheiros e terroristas. No processo de “privatização”, vendeu por preços baixos, a compradores nacionais e estrangeiros, entre estes inclusive companhias estatais, ativos que integravam o patrimônio nacional e construídos com o trabalho, o esforço diuturno e os recursos do povo.

Criou o Ministério da Defesa, com todas as consequências negativas previstas no que tange à eficácia das Forças Armadas, cumprindo o preconizado pelos centros mundiais de poder, que as desejavam ver limitadas nas ações de defesa e de projeção de poder e restritas (‘’gendarmerização’’) às atividades de segurança pública (polícia) e de combate ao contrabando e ao tráfico de drogas, guarda costeira e das fronteiras, e às tarefas subsidiárias e complementares, como atualmente no combate às epidemias de dengue, zika, etc, na construção de estradas e outras obras civis, na assistência médica nos pontos remotos do território, no transporte aéreo, etc.

Demonstrou tolerância com as ações deletérias, ilegais e destrutivas do MST, que chegou a invadir e depredar imóvel rural do então Presidente. Exerceu forte pressão contra a Escola Superior de Guerra, formadora de militares e civis em níveis capazes de bem diagnosticar os problemas nacionais e de gerir adequadamente o Brasil, dentro de princípios autenticamente nacionais , éticos e moral e espiritualmente muito elevados, para transformá-la em mera Escola de Defesa, de limitada visão em face da sua destinação tradicional, fundada na Doutrina original e exclusiva por ela adotada e copiada por tantos Centros de Altos Estudos Estratégicos do continente americano, e no ideal dos patriotas que a conceberam. Finalmente, propiciou as condições para o acesso do PT e de Lulla, aos quais FHC fora sempre ideologicamente ligado, ao poder.

O extenso período lulopetista agravou radicalmente todas as mazelas nacionais, criando o pesadelo que agora estamos tragicamente vivendo. O aparelhamento total do Estado por dezenas de milhares de correligionários e associados, seguindo apenas critérios político-ideológicos de compadrio, sem qualquer veiculação com o mérito e a competência; o controle progressivo e crescente dos Três Poderes da República; o emprego maciço da mentira como arma política, da propaganda baseada em dados falseados, da demagogia e do populismo, do cinismo do “nada sabia’’ para tentar driblar a evidência de situações comprovadas e embaraçosas; a compra dos meios de comunicação social e o aliciamento de grandes empresários, “intelectuais”, artistas, esportistas, atletas e outras figuras populares, filiados à causa da dominação vermelha e/ou interessados no assalto aos recursos públicos ensejou a criação de um aparato de poder totalizante, de imensa capacidade de predomínio e de difícil e custosa, porém necessária erradicação, para permitir a redenção do Brasil.

Os comunistas acreditam que, para implantar seu regime, o país-alvo precisa apresentar as condições ”objetivas” necessárias. Entre estas, a miséria; a educação, a saúde e a segurança pública desmanteladas; a baixa estima e a desesperança do povo; a descrença em futuro melhor; a destruição moral e ética da sociedade. Nesse ambiente de desânimo e destrutivo, bastaria aparecer um fator “subjetivo”, isto é, o partido comunista atuante e uma liderança carismática dele surgida, para deflagrar a revolução.

Ora, no Brasil, as condições “objetivas” foram criadas pela incompetência notória dos governos petistas, que tanto agravaram as condições negativas no Brasil, inclusive com o patrocínio do e a participação comprovada no maior esquema de corrupção da nossa História e, quiçá, do mundo, “nunca antes visto ou experimentado”. APENAS LEVANTO A HIPÓTESE DE QUE TUDO TENHA SIDO DE PROPÓSITO, ISTO É, O PT TEM SIDO, AO MESMO TEMPO E DELIBERADAMENTE, GERADOR DO FATOR OBJETIVO E O FATOR SUBJETIVO DA REVOLUÇÃO MARXISTA ENTRE NÓS.

A perseguição e o revanchismo contra os militares continuou a pleno vapor. Foi criada a “comissão da verdade”, que tentou denegrir e criminalizar todos aqueles que lutaram, com sucesso, contra a comunização do Brasil no passado, transformando propagandisticamente vilões em heróis e heróis em vilões; a História do Brasil foi reescrita e as datas de 27 de novembro de 1935 e de 31 de março de 1964 foram apagadas do calendário cívico-militar, como eliminados foram a comemoração e os feitos dos heróis da Democracia e vultos, fatos e datas importantes de nossa História; foi dada continuidade à prática da remuneração das Forças Armadas em patamares muito aquém do concedido a categorias de níveis funcionais e responsabilidades semelhantes, e insuficientes para a manutenção das famílias e da dignidade funcional e profissional.

Por outro lado, tiveram prosseguimento os contínuos incentivos do governo, e dos seus aliados, às lutas de classes em todas as manifestações, raciais, sexuais, econômicas, sociais, regionais, e ao abastardamento dos critérios morais a presidir a vida social... E à exacerbação das disputas por terras, envolvendo MST e quejandos, indígenas, quilombolas, etc. E ganhou força a continuidade da sujeição à pressão internacional hegemônica sobre a Amazônia, como visto na questão da delimitação das reservas indígenas na área de Cabeça do Cachorro- Raposa do Sol, Estado de Roraima, e consequente expulsão dos arrozeiros produtivos e há muito tempo instalados na região, na qual haviam gerado empregos, inclusive para os indígenas, e progresso, como testemunhei em visita à então existente e próspera cidade de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

Onde sempre houve paz, o PT esmerou-se em criar conflagrações, em apoio aos seus propósitos revolucionários! Acrescentem-se a criminosa doação, pela suspeita fundada de generalizada e ampla corrupção, a pouco e pouco sendo comprovada pelas investigações do “LAVA-JATO”, de recursos nossos, via BNDES, que tanta falta fazem internamente, para financiar obras de governos ideologicamente ‘‘hermanos’’ em Cuba, Venezuela, Argentina, Uruguai, etc, o “perdão” das dívidas milionárias de tiranetes africanos e a entrega, de mão beijada, da refinaria construída pela Petrobrás na Bolívia, ao “companheiro” bolivariano Evo Morales, que a invadiu militarmente com tropa armada!

Além disso, paira sobre a Nação a ameaça tantas vezes repetida, pelo próprio Lulla e sequazes, do emprego do MST e que tais, como tropa de choque para desatar a violência armada revolucionária no nosso solo abençoado, rumo, talvez, à guerra civil sonhada pelos insensatos, com o apoio das armas dos vizinhos bolivarianos! Mais ainda, assistimos constrangidos, angustiados e impotentes à desorientação completa e total do atual governo, incapaz e sem base moral para retirar o País do atoleiro em que o submergiu!

Diante desse quadro dantesco de destruição da nacionalidade, encontro ânimo redobrado para, candentemente e com toda a confiança, elevar minhas orações a Deus, para que as Duas Instituições que inspiram minhas convicções mais profundas, de cristão e de militar, assumam a vanguarda da defesa ostensiva do Brasil, as Forças Armadas e a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, hierarquia e fiéis.

Rezo para que as primeiras exerçam na plenitude sua destinação histórica de bravas, firmes, enérgicas e atuantes garantidoras da Pátria livre, soberana, democrática e senhora dos seus destinos, em ambiente de paz e de harmonia e sob o império da justiça. E para que a última reforce sua vocação profética, de denunciar e chamar às falas os maus governantes, que escravizam, traem e exploram seu povo, descumprindo os Mandamentos da Lei de Deus e usando o poder de que dispõem para semear o mal e a iniquidade!


QUE DEUS NOS ABENÇOE E OS HERÓIS DA PÁTRIA NOS INSPIREM AO BOM COMBATE!




24 de fevereiro de 2016
Sérgio Tasso Vásquez Aquino é Vice Almirante, reformado.

O QUE QUEREMOS?





Estão convocando uma passeata para o dia 13, num domingo. Mau dia, devia ser na segunda, 14, dia em que se trabalha. Sei só isso. E já sou contra. Acho que deveríamos fazer uma grande passeata, claro... Mas junto, uma Greve Geral.

Vivemos numa situação-limite. Impixe resolve? Em princípio, forçar essa mulher maldita a renunciar já seria um progresso. Mas em que direção? O que desejamos, qual nossa palavra de ordem?

O Moro está trabalhando, na toada dele. As forças armadas nem se mexem para não fazer barulho. A economia despenca no abismo. A hiper-inflação desperta, o dragão (dragoa, segundo a dilma?) vem trotando aceleradamente, as ventas em fogo. Empresas fecham, empregos acabam.

O pt infectou o legislativo, comprando consciências. Tudo fede. O stf, ninguém bota fé, gorou, é petista. O executivo, os peemebistas, todos servos, fervendo em negociatas sigilosas. E a Dona Louca pendurada ao poder pela dentuça, fazendo o inimaginável para seguir presidenta - sempre sem escrúpulo.

Impossível resumir nossa tragédia em meia dúzia de linhas. Precisava de um livro grosso. O fantasma da Venezuela voeja por cima de nossas cabeças. Dar um tiro naquela senhora, explodir o Lula, adiantava? Não.

Nosso problema não é tão fácil. Corta-se a cabeça da hidra e ela tem mais milhares de outras escondidas dentro dos armários. Tem os sindicatos mercenários. O MST armado. Os bancos cúmplices, ostentando lucros escandalosos. Os acordos militares secretos, trampando alianças espúrias. O dinheiro frio, o congresso negociando o retorno legal da grana da corrupção.

Será que o Brasil aguenta? Será que o corpo doente da nação vai sobreviver sem uma cirurgia profunda, que precisa amputar os pedaços apodrecidos? Estamos numa pré guerra civil? Difícil ter boas respostas.

Mas uma Greve Geral, nossa primeira contra essa máfia do pt, com todo mundo na rua, pode ajudar. Quem sabe até desperte uma eventual oposiçãozinha.

Mas nosso maior problema continua, intocado: o QUE queremos? E COMO queremos o que queremos?



24 de fevereiro de 2016
Enio Mainardi é Publicitário.

A ÚLTIMA PORTA ANTES DO INFERNO



A uma geração de distância o Brasil já não se lembra de onde foi que o Plano Real o resgatou. Não dá sinal de ter consciência clara da profundidade do abismo que anda rondando e da curtíssima distância que nos separa do ponto de não retorno.

Empreguismo, ordenha do Estado, incompetência voluntarista, desinstitucionalização e corrupção em metástese derramados por cima de camadas sucessivas de privilégios e entulho legislativo populista acumulado em aluvião desde a Constituição de 88 para ampliar e manter clientelas votando a contento de eleição em eleição, rompeu finalmente todos os limites do suportável. Essa mistura de descontrole de gastos com a derrocada da arrecadação que decorre da paralisia da economia por falta de segurança jurídica é explosiva. O crescimento geométrico da divida que nos levou à hiperinflação num passado recente está de volta com força total.




Se o governo gastar só o que está legalmente obrigado a gastar ela cresce, no mínimo, 6% ao ano acima da inflação segundo as contas de Raul Velloso, o homem que melhor conhece as entranhas da máquina de moer dinheiro do estado brasileiro. O deficit da União foi de R$ 120 bilhões em 2015. O dos estados de mais R$ 30 bilhões. Ainda entraram US$ 57 bilhões em investimentos estrangeiros que disfarçaram o buraco, mas essa fonte está secando. Os juros em que vêm mamar esses dólares estão muito alem do suportável e aumentá-los seria uma confissão de intenções suicidas. O rombo de 2015 já não levou o governo ao mercado; o déficit está sendo finananciado com emissão monetária, ainda que disfarçada.


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Na projeção matemática de Raul Velloso a folha de salários da União, que já consome 75% dos gastos públicos e custou 12% do PIB em 2012 deveria dobrar essa proporção do PIB até 2040. Mas a realidade ainda não é tão benfazeja. Ha forças muito mais elementares que “ideologia” empurrando-nos para o desastre. Enquanto aqui fora ha pânico, naquele Brasil dos indemissíveis para todo o sempre onde “performance” é palavra tabu, os salários não param de subir. Brasilia, como sempre, vai de vento em popa e por isso não tem pressa. Os “auxílios” mil – à alimentação, à saude, à “assistência pre-escolar”, à moradia e ao diabo a quatro, não tributáveis e não computados como salário para não mudar o contemplado de faixa no imposto de renda – são os preferidos. Nem por isso abre-se mão do sagrado aumento do “por dentro”. Condescende-se, quando muito, em parcela-lo. A média dos 32 acordos e 6 projetos de lei já aprovados nas “negociações salarias” dos empregados/militantes do PT se aproxima da casa dos 30% nos próximos quatro anos, o que dá como certo, por enquanto (as categorias com “poder de barganha” ainda brigam por bem mais que isso e “à vista”), R$ 50,2 bi a mais na folha do funcionalismo até 2019. Uma vez e meia a CPMF de R$ 32 bi com que sonha dona Dilma.



“O homem é o lobo do homem”...

A imagem virtual do país que tais práticas vão desenhando pôde ser entrevista nos números do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ventilados na imprensa quando dona Dilma, sob ordens do PT, anunciou que vai usa-lo “para turbinar o consumo”. Dos R$ 273 bilhões depositados lá, a multidão dos trabalhadores da economia privada que sofrem o desemprego que custam os privilégios do Brasil da “1a Classe” detém R$ 18,7 bi (6,8%). A casta dos empregados do Estado, instâncias estadual e municipal incluídas, é dono de R$ 168,4 bilhões (61,7%). Já a imagem física que esses números traduzem é a das quase favelas das imensas “periferias” caóticas e insalubres que vão recobrindo o país do Oiapoque ao Chuí, entre “invasões” eleitoralmente incentivadas e “loteamentos” de araque comprados a vereadores ladrões em torno de núcleos urbanizados minúsculos que explicam mais que suficientemente a tomada de assalto do país tanto pelo Aedes aegypti quanto pela epidemia de crime que reduziu a vida no Brasil a uma espécie de roleta russa.

O colapso da economia a partir desse patamar é um desastre de proporções ciclópicas. Algo eleitoralmente tão tóxico que Dilma já não tem apoio nem do PT e Lula espera apenas o melhor momento para traí-la. Mas, como é ela que está à frente do esquema de sustentação dos “Sem Crise”, é por ela que, até segunda ordem, eles lutarão na rua e no front clepto-parlamentar, a esta altura regido por gambiarras jurídicas e fabricações de “maiorias” à venezuelana que enterram cada vez mais fundo a segurança jurídica sem a qual é impossível construir.



 
É sobre esse pano de fundo que Raul Velloso sugere seis medidas capazes de reduzir de 24% para 14% do PIB a projeção do custo da folha de pagamento do Estado em 2040, o que sinalizaria, ao menos, que o país retomou o controle sobre suas contas,
reajuste do salário mínimo pelo PIB per capita;
limite das pensões a 70% da aposentadoria do morto;
idade mínima de 65 anos para aposentadoria;
correção dos beneficios assistenciais por 75% do salário mínimo;
idade minima para a fruição de beneficios assistenciais de 65 para 67 anos;
fim do abono salarial (o Bolsa Família garante os realmente miseráveis);

e uma manobra política de emergência para contornar a guerra PT x Congresso e manter o país vivo até que ela chegue onde tiver que chegar: os governadores, todos juntos, patrocinariam esse pacote.




Velloso aposta na foça do instinto de sobrevivência. Os governadores estão falidos e isso tiraria o seu caixa tanto quanto o da União do sufoco; pertencem a multiplos partidos, o que garantiria a condição de união nacional imprescindível à aprovação das medidas; proporcionaria ao PT um “álibi” para permitir que se inicie ao menos a remoção do entulho populista mais difuso, sem tocar diretamente na ferida dos seus empregados/militantes. Feita a ressuscitação do Brasil, depois ve-se o que fazer com Dilma, o PT e o seu estado dentro do Estado para além do que o juiz Moro já está fazendo.

Triste? É. Difícil? Mais ainda. Mas é o que temos pra hoje, considerado que pode não haver amanhã.


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24 de fevereiro de 2016
vespeiro, Artigo para O Estado de S.Paulo de 19/2/2016

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

"O QUE queremos? E COMO queremos o que queremos?"



Embora às vezes até pareça, a corrupção sistêmica não é nem pode ser um "patrimônio imaterial do Brasil". Por isto, a Associação das Baianas de Acarajé tem razão quando protesta contra o uso do quitute no batismo da 23a operação da Lava Jato. Em 2005, graças ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ofício da baiana de aracajé foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como bem cultural do Patrimônio Imaterial por ser um “um dos saberes e fazeres mais tradicionais da identidade cultural da Bahia e do Brasil”.

O azar das baianas foi a completa falta de pudor dos corruptos tupiniquins - sobretudo aqueles lá da Boa Terra. Os bandidos macularam o acarajé. Usar a iguaria como sinônimo de "grana da corrupção" é mais que um pecado. É uma violência semântica (in)digna dos mais canalhas petralhas. Eles deviam ser punidos, de imediato, com a obrigação de beber, no mínimo, um litro de azeite de dendê bem "quentinho" (= a "fortemente apimentado", na linguagem das baianas). O resultado seria inesquecível para os corruptos. O orixá Iansã, que recebe o acarajé como oferenda no candomblé, se sentiria justiçado...

Os brasileiros conscientes, mesmo que não adorem acarajé (como eu amo), detestam corrupção. Tanto que o Ministério Público Federal já comemora a superação da meta mínima de 1,5 milhão de assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular "10 Medidas contra a Corrupção". O objetivo é evitar que a corrupção aconteça, dar um basta na impunidade e recuperar o dinheiro que foi desviado. A intenção é incluir na legislação a criminalização do enriquecimento ilícito, aumento das penas para corrupção de altos valores, reforma no sistema de prescrição penal, celeridade nas ações de improbidade administrativa, responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2.

Só os beneficiários da organização criminosa que domina o Brasil aguantam a corrupção. Não cola mais a "vitimose hipócrita" de Lula, João Santana e demais petistas investigados. O publicitário e sua sorridente mulher Mônica Moura tiveram a prisão temporária decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, na 23ª fase da Operação Lava-Jato. Santana é suspeito de receber US$ 7,5 milhões em contas no exterior entre 2012 e 2014. Os valores teriam sido pagos pela offshore Klienfeld, identificada pela força-tarefa da Operação Lava-Jato como um dos caminhos de propina da Odebrecht no exterior. Outro pagador foi o engenheiro Zwi Skornicki, suspeito de operar o esquema de propina na Petrobras. O MPF defende a tese de que os pagamentos correspondem a serviços eleitorais prestados ao PT. Será? Jura?

Lula nega tudo de errado e tenta posar de vítima. Sua encenação tem sido muito mal sucedida. A gestapo, que a petelândia tanto fomentou e aparelhou, agora quer pegá-lo. Por unanimidade, uma goleada de 14 a zero, o Conselho Nacional do Ministério Público liberou a atuação do promotor de Justiça Cássio Conserino na investigação criminal sobre a propriedade de um tríplex em Guarujá (SP) reformado para o ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Lula agora tem tudo para evoluir do anti-status de "investigado" para o de "indiciado".

Enquanto assistimos a todo um espetáculo dantesco de politicagem (corrupção + sacanagem), rumo a um Estado Capimunista cada vez mais autoritário e repleto de "gestapos", a maioria ou fica perplexa ou protesta apenas como pode (como  no panelaço de ontem à noite). O problema é que a mera manifestação da bronca não resolve. Caminhamos para uma ruptura que pode redundar em uma inédita Intervenção Cívica Constitucional.

O risco ainda é o tal "Dia Seguinte". O fantasma do autoritarismo mora no Brasil sem pagar aluguel... Além da falta de oposição sistêmica e consistente, necessária a qualquer democracia (que nunca existiu aqui no Brasil), os segmentos esclarecidos são lentos demais na união a favor da formulação de um Projeto Estratégico Brasileiro. Precisamos de um amplo debate - sempre adiado.

Os meros "Fora, Dilma" ou "Prende Lula" não resolvem. Lula é o maior e mais perigoso inimigo da Dilma e dele mesmo... A mudança brasileira tem de ser estrutural - e não meramente conjuntural. Por isso é necessário um amplo debate para a transformação - como aquele que os norte-americanos fizeram, durante quase 13 anos, para produzir aquela Constituição enxuta que vigora desde a Declaração de Independência, em 4 de julho de 1776.

É por isso que o Enio Mainardi tem razão: "Nosso maior problema continua, intocado: "O QUE queremos? E COMO queremos o que queremos?".

É Flórida...

Os Estados Unidos anunciaram uma comissão científica para estudar a expansão da zika pela via da transmissão sexual...

Daqui a pouco, nossa genial Presidenta Dilma vai reclamar que a culpa é de alguém da oposição que anda transando com a mosquita Aedes...

Mas a marketagem da petelândia logo vai esclarecer que a culpa é da Picadura do Mosquito...

Abandono programado

Zikagens à parte, uma aposta é que Dilma já está "costeando o alambrado" (como diria seu líder Leonel Brizola) para deixar o PT.

A previsão é que Dilma perca de vez a linha com a rebelião que o Chapolim Colorado Rui Falcão vai armar, na próxima sexta-feira, na reunião do Diretório Nacional do PT, esculhambando o pacotão fiscal da Presidenta.

A partir daí, a tendência é que o rompimento entre Dilma e PT se acelere...

Recusando o Acarajé


Novo verbete

Circula no dicíonário vivo e neolingúistico da internet livre:
Lular:  [Do analfabeto Lula]:

Verbo totalmente irregular de estranha conjugação;

1. Ocultar ou encobrir com astúcia e safadeza;
2. Disfarçar com a maior cara de pau e cinismo;
3. Não dar a perceber, apesar de ululantes e genuínas evidências;
4. Mentir; 
5. Fingir, simular inocência angelical; 
6. Usar de dissimulação;
7. Proceder com fingimento;
8. Proceder com hipocrisia; 
9. Ocultar-se, esconder-se, fugir da responsabilidade;  
10. Tirar da reta, atingindo sempre o amigo mais próximo, sem dó nem piedade (antes ele do que eu); 
11. Encobrir, disfarçar, negar sem olhar para as câmeras e nos olhos das pessoas; 
12. Fraudar, iludir;  
13.  Afirmar coisa que sabe ser contrária à verdade, acreditar que os fins justificam os meios;
14. Voar com dinheiro alheio.

Perdendo a boquinha?


Como virou notícia de primeira página do jornal Listín Diário, de Santo Domingo, um dos mais importantes diários da República Dominicana, o marketeiro João Santana corre o risco de perder o emprego de publicitário da campanha reeleitoral de Danilo Medina...

Fora, Dilma


Do rubro-negro Claudio Janowitser, uma sugestão de mobilização para o 13 de março:

Fico abismado que, ao contrário do meu modesto Space Fox 2006 (foto acima) – onde o adesivo está pregado desde março de 2015 - são raros os carros com o adesivo “Fora Dilma”.

Então outra sugestão de mobilização é encomendar kits de 10 desses adesivos ao custo total de R$ apenas R$ 9,00 mais cerca de R$ 9,00 de Sedex e colar nos para-brisas e camisetas – e repassar a amigos.

A página onde há um link específico para encomendar é:

Oferenda


Desincorporando


Ausência justificada


Quem pode ser dono?




Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

24 de fevereiro de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.