O marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, foram presos pela Polícia Federal ao chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira. Eles desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em um voo da Gol vindo de Punta Cana, na República Dominicana, que teve aterrissagem antecipada das 10h para às 9h20m. O advogado Fábio Toufic acompanhava o casal. Eles foram recebidos por agentes da PF. Santana e Mônica serão levados para Curitiba em um avião da Polícia Federal.
O publicitário e sua mulher tiveram a prisão temporária decretata pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, ontem. O casal estava na República Dominicana, onde comandava a campanha à reeleição do presidente Danilo Medina.
João Santana é suspeito de receber US$ 7,5 milhões em contas no exterior entre 2012 e 2014. Os valores teriam sido pagos pela offshore Klienfeld, identificada pela força-tarefa da Operação Lava-Jato como um dos caminhos de propina da Odebrecht no exterior, e pelo engenheiro Zwi Skornicki, suspeito de operar o esquema de propina na Petrobras. A suspeita é de que os pagamentos correspondem a serviços eleitorais prestados ao PT.
ORIGEM ESPÚRIA
Para o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, “por mais que tenham declarado ao Fisco” os valores, o casal “tinha conhecimento da origem espúria dos recursos” e ocultou valores que recebeu no exterior “mediante expedientes notoriamente fraudulentos”, como contas em nome de offshore e contratos falsos.
A 23ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Acarajé e realizada na segunda-feira, pode dar força às ações contra Dilma no TSE. A oposição pede a cassação da chapa da presidente em quatro ações no tribunal por supostas irregularidades ocorridas durante a disputa em 2014. Entre as acusações está a de que a campanha foi abastecida com dinheiro desviado da Petrobras.
CLIMA DE PERSEGUIÇÃO
Após ter a prisão decretada ontem, o marqueteiro renunciou ao comando da campanha de Danilo Medina. Na carta que encaminhou ao comitê nacional do Partido de la Liberación Dominicana (PLD), o publicitário fez a própria defesa e disse que o Brasil está vivendo um clima de “perseguição” e que as acusações contra ele são “infundadas”.
“Me dirijo a vocês porque, como é conhecido pelos meios de comunicação, acordei esta manhã com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil. Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em meu país, não posso dizer que me tomou completamente de surpresa, mas ainda assim é difícil de acreditar”, explica Santana no início da carta, escrita em espanhol.
24 de fevereiro de 2016
Deu em O Globo
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