"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

EX-LÍDER DE DILMA ATACA DISSIDENTES DO PT E DEFENDE RECONSTRUÇÃO DO PARTIDO



Charge do Duke (dukechargista.com.br)


Ex-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara e da bancada do PT, o deputado federal José Guimarães (CE) criticou nesta terça-feira (18) parlamentares que ameaçam deixar a legenda afirmando que a ideia é uma “aventura” que ameaça a democracia. Reconhecendo que o PT cometeu erros e que vive um de seus piores momentos, Guimarães disse ainda à Folha que o partido deve deixar em segundo plano a tentativa de voltar ao Palácio do Planalto em 2018 para se concentrar no fortalecimento de sua bancada no Congresso.

“Quem manda no país é o Congresso”, afirmou, em linha diversa de toda a diretriz petista nas últimas décadas, que priorizou a chegada e a manutenção do poder federal.

As declarações de Guimarães são uma reação ao grupo que se intitula “Muda PT”, que reuniu nesta segunda cerca de 40 parlamentares, a maior parte deputados, com o intuito de antecipar mudanças no comando do PT ou precipitar uma saída em massa da legenda.

É GRAVE A CRISE – Após o impeachment de Dilma Rousseff, o partido vive uma crise sem precedentes, que se materializou no péssimo desempenho nas eleições municipais deste ano. Entre os maiores, o PT foi o que, de longe, mais encolheu.

“É um erro estratégico para a democracia ventilar a possibilidade de sair do PT para qualquer uma outra aventura. Alguns saíram do PT dizendo que estavam desgastados e que queriam disputar as eleições. Se deram muito mal”, afirmou Guimarães, se referindo a Marta Suplicy (PMDB), derrotada na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

O “Muda PT” defende também a possibilidade de fusão ou frente com outras legendas de esquerda.

RECONSTRUÇÃO DO PT – Nesta terça-feira, deputados da corrente majoritária da sigla (a CNB) se reuniram em Brasília para tentar definir estratégias contra o “Muda PT”.

De acordo com Guimarães, que diz não ter participado do encontro, a saída é a reconstrução partidária. “Mudar de cima a baixo e de baixo pra cima, fazer uma verdadeira revolução interna, no sistema, na mudança das direções, na desburocratização do partido”, afirmou, acrescentando que hoje o debate partidário está reduzido às correntes internas, sem voz a quem não se filia a nenhuma delas.

Ele também defende antecipação do congresso e das eleições internas do PT.

LULA DEPUTADO? – Segundo o ex-líder de Dilma, os principais quadros do partido deveriam se candidatar a deputado federal e senador, inclusive Luiz Inácio Lula da Silva, caso decida não concorrer à Presidência.

“Quem manda no país é o Congresso. Governador não influencia muita coisa. Acho que o PT tem que priorizar o Legislativo em 2018. Os principais quadros deveriam ser candidatos a deputado federal e senador, principalmente deputado. Ampliar nossas bancadas e eleger deputados é decisivo para quem for governar ou para quem for fazer oposição. Estou vendo isso dramaticamente aqui”, disse. Além de Lula, ele citou o ex-ministro Jaques Wagner (BA), o ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, derrotado em primeiro turno nas eleições do início do mês.

O Congresso foi o palco da derrocada de Dilma, o que levou de roldão o partido. Os votos para deputado federal também definem a fatia do recurso de fundo partidário a receber, a principal fonte de renda das legendas. Hoje o PT tem 59 dos 513 deputados e 10 dos 81 senadores.

###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vai ser engraçado ver os petistas subjugados ao PDT e apoiando a candidatura de Ciro Gomes, que tem criticado durante o PT e o próprio Lula. A próxima eleição vai ser uma espécie de Samba do Afrodescendente Doido”, em versão politicamente incorreta, porque na letra dessa campanha precipitada, ninguém realmente se entende. (C.N.)



19 de outubro de 2016
Ranier Bragon
Folha

FHC É CANDIDATO MESMO...

Charge do Mauricio Rett, reprodução do Arquivo Google


Há uma semana chamamos a atenção do leitor para a blitz desenvolvida na mídia pelo ex-presidente Fernando Henrique. Uma atuação digna de candidato para valer à presidência da República, porque jamais alguém frequentou tanto assim jornais, televisões, rádios, redes sociais e toda a parafernália eletrônica posta à sua disposição por razões mais do que óbvias. Dele fluem palpites sobre os assuntos mais variados, como se fosse o maestro de todas as orquestras e o capitão de todos os times. Seu objetivo inicial parece ser anular os três tucanos que perdem tempo na definição do preferido do PSDB. Imagina-se o quartus nessa disputa que se segue à demolição do PT. Não obstante estar na década dos oitenta anos de idade, comporta-se como um garotinho pleno de energia.

É claro que o sociólogo segue um organograma minucioso, impulsionado pela ambição do retorno. Por que não? Afinal, apanhou durante treze anos e agora imagina-se na condição de quem remou por tanto tempo contra a maré e agora surfa num tsunami capaz de favorecê-lo. Seria um despropósito, mas é assim que o processo se desenvolve, facilitado pelo eclipse dos companheiros. Não se negará o direito de FHC imaginar-se outra vez no Planalto, completando a trajetória interrompida pelos anos Lula. Dependesse dele e terminaria de vez com o capítulo das esquerdas no poder.

Resta saber onde as coisas vão dar. Michel Temer estimula a aliança, mesmo sabendo dos perigos do racha cada vez mais evidente na população.



19 de outubro de 2016
Carlos Chagas

POR QUE A MINISTRA CARMEN LÚCIA FALOU SOBRE NOVA ORDEM MUNDIAL?

MINISTRA CARMEN LÚCIA FALA SOBRE AS MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO NO RODA VIVA

RODA VIVA - CARMEN LÚCIA

ENTENDA MELHOR O CONFRONTO PSOL X IGREJA

ENTENDA MELHOR O CONFRONTO PSOL X IGREJA UNIVERSAL


19 de abril de 2016
postado por m.americo

EFEITO CUNHA: TEMER VOLTA. PÂNICO EM BRASÍLIA

LULA SE PREPARA PARA DAR NO PÉ

STF TEVE EDUARDO CUNHA COMO RÉU POR 193 DIAS. SÉRGIO MORO AUTORIZOU A PRISÃO DELE EM 5 DIAS.

JUIZ SÉRGIO MORO

Em Brasília, a Justiça tarda. E falha.



Era 3 de março de 2016 quando Eduardo Cunha tornou-se réu pela primeira vez. O STF ainda aceitaria uma segunda denúncia antes de o ex-presidente da Câmara ser cassado por seus colegas em 12 de setembro. O peemedebista passaria esses 193 dias em liberdade.

Sérgio Moro aceitou denúncia contra Cunha em 13 de outubro passado. Apenas 5 dias depois, por conduta inapropriada da parte do ex-parlamentar, autorizou a prisão pedida pelo Ministério Público, que só veio a se concretizar no dia seguinte.

O foro privilegiado precisa acabar logo. Logo!


19 de outubro de 2016
implicante

A PEC MAIS URGENTE É A PROPOSTA DE EMENDA AO CÉREBRO

A oposição à reforma do ensino médio e à PEC 241 mostra quando opinar é mais importante do que entender"STRANGER THINGS", NETFLIX


Qual a opinião de Olavo de Carvalho sobre a PEC 241? “Nenhuma. Ainda não estudei o caso o suficiente”, twittou. Olavão já publicou uma cacetada de livros, uma série de cursos, e atualiza todos os dias suas páginas nas redes sociais, com apontamentos sobre política, religião, cultura, história, etc. Mas não é raro que diga a mesma coisa sobre vários assuntos: “não sei”, “não tenho opinião”, “ainda não estudei esse caso”, etc.

Essa atitude, que o filósofo Nassim Nicholas Taleb chama de “humildade epistêmica”, é artigo raríssimo no Brasil. Nossos colégios e universidades preparam milhões de soldados para a atitude contrária. Querem que os alunos se “situem no mundo”, que tenham “propostas” de “intervenção”, que serão lideradas naturalmente pelo governo (sobre isso leiam o excelente ‘O problema da redação do Enem não é o tema, é o formato‘, de Eduardo Levy).

A que distância estamos de um outro modelo: no qual os professores e as bancas de avaliação cobrem que o aluno saiba identificar, esclarecer, comparar, classificar, elucidar, agrupar os principais argumentos dos principais lados do debate, mostrar o “estado da questão”, e somente depois de tudo isso, quem sabe, como consequência e não como prioridade, chegar a uma opinião pela qual assuma plena responsabilidade.

Mas como o modelo não é esse, na hoje arena por excelência do debate público – as redes sociais – vemos especialistas de última hora em ensino médio, orçamento público etc. etc. (sem falar em Brexit!) emitindo suas condenações em peso, prontamente aplaudidos pelas claques de plantão.

Invariavelmente os militantes esbarram em contradições básicas, como ignorar que sua presidenta-diva, “soberana das Américas”, propunha exatamente as mesmas coisas poucos meses atrás (Dilma disse em campanha que iria diminuir o número de matérias do Ensino Médio e seu governo moribundo defendeu um teto para o gasto público), ou tomou atitudes em sentido parecido (Dilma cortou R$ 7 bilhões da Educação dias após vestir a faixa em 2015. Nenhum peteba protestou). Que dirá então cobrar que eles leiam as propostas em debate, avaliem, elucidem, classifiquem, etc. Aqui também existe responsabilidade da imprensa, que, por exemplo, gostosamente tomou a opinião de um professor pela da FGV como instituição; a FGV desmentiu.

Qual a minha opinião sobre a PEC 241? A mesma que tenho sobre o Brexit, sobre o qual nunca escrevi nada. Mas sei que precisamos de uma outra PEC urgente: a Proposta de Emenda ao Cérebro. Depende de cada um de nós usá-lo antes do fígado.

19 de outubro de 2016
Cedê Silva é jornalista.

E TEMER AINDA TENTA DEPRECIAR AS DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO ENVOLVENDO MINISTROS...


Presidente Michel Temer e a Primeira Dama Marcela Temer, despedem-se de Goa / Índia.
Temer e a primeira-dama Marcela, ao embarcarem para Tóquio“Se a cada momento que alguém mencionar o nome de alguém isso passar a dificultar o governo, fica difícil”, afirmou o presidente Michel Temer ao dizer que o envolvimento de nomes de auxiliares em suspeita de corrupção não deve prejudicar a tramitação das reformas do governo no Legislativo. Segundo a revista “Veja”, Claudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, citou em negociação para delação que os ministros Moreira Franco (Secretaria do Programa de Privatização de Infraestrutura), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) teriam recebido propina.

































“O envolvimento dos nomes se deu, convenhamos, por enquanto, por uma simples afirmação. Se um dia se consolidarem, o governo verá o que fazer”, afirmou Temer, em entrevista no final da noite desta terça-feira (18) — horário do Japão.
Pela manhã, Moreira Franco já tinha reafirmado o conteúdo de nota divulgada por sua assessoria, que descreve a suspeita como “mentira afrontosa”.
REITERAÇÕES – Temer voltou a repetir na entrevista os termos que têm marcado seus pronunciamentos: reconstrução do país, diálogo com o Congresso, controle das contas públicas e crescimento econômico.
O presidente disse que manterá com o Congresso um diálogo que classificou como “frutífero, porque já conseguimos aprovar muita coisa ao longo desses meses, inclusive uma mais complicada como a PEC do Teto. Pelo diálogo há uma grande interação do Executivo com o Legislativo”.
Os mesmos motes haviam sido usados no discurso a empresários e investidores japoneses feito de manhã pelo ministro Moreira Franco.
PRIORIDADES – Temer declarou ainda que o controle das contas públicas é prioridade, mas que, ainda assim, o controle da dívida pública levará “dois ou três anos”.
Esta é a primeira visita de um líder brasileiro ao Japão desde 2006. Depois de chegar de madrugada a Tóquio vindos da Índia (onde Temer participou de encontro dos Brics), o presidente e a primeira-dama, Marcela, ficaram no hotel, descansando.
O presidente será recebido pelo imperador Akihito na manhã desta quarta (19). Marcela não poderá estar presente, já que sua contraparte, a imperatriz Michiko, estará fora.
Ainda na manhã de quarta, Temer participa de encontro com empresários e investidores japoneses. À tarde ele se reúne com o primeiro-ministro japonês. O casal deve ser recebido em jantar à noite, e volta ao Brasil na quinta.
Além de tentar abrir o mercado japonês para produtos agropecuários brasileiros e atrair investimentos para o programa de concessões, o presidente tem a missão de azeitar as relações diplomáticas com o Japão, desgastadas por sucessivos atrasos e cancelamentos da ex-presidente Dilma Rousseff.

19 de outubro de 2016


Ana Estela De Sousa Pinto
Folha

OS JOVENS CADA VEZ MAIS REPUDIAM O ESQUERDISMO: E O PRINCIPAL MOTIVO DISSO É MUITO CLARO

Ninguém aguenta, menos ainda os mais novos.REUNIÃO COM JOVENS NO INSTITUTO LULA, 2014; FOTO: RICARDO STUCKERT


Recentemente, tratei das razões que fazem o povo mais pobre odiar o esquerdismo. 
Em essência, é porque o esquerdismo os odeia; ou a seus costumes, hábitos e afins. Hoje, porém, falo dos jovens.

Sim, claro que boa parte da juventude ainda se diz esquerdista e ainda se aproxima do esquerdismo. Mas é um número cada vez menor, e a evasão se observa de forma nítida. Em muitos casos, e eles são cada vez mais comuns, há até mesmo repúdio expresso, com direito a demonstrações cada vez mais evidentes e assunção orgulhosa de postura anti-esquerdista (algo simplesmente impensável na minha época de faculdades de humanas, cerca de vinte anos atrás).

Mas por que isso acontece? Simples. Reposta curta: a esquerda é chata demais e a molecada odeia chatice. Mas vamos à explicação mais longa, também.

Dois outros fatores também são importantes, quais sejam: a perda do caráter transgressor e o abuso da trapaça. Isso influi muito, mas o principal ainda é a chatice. Explicarei rapidamente os dois primeiros, mas o foco aqui é o último.

A perda do caráter transgressor consiste no fato de que, atualmente, a esquerda representa o poder. Até o impeachment, que ocorreu há poucos dias, eles estavam no governo, e isso por mais de 10 anos. Os jovens de hoje nem mesmo SABEM o que é um governo federal não-esquerdista.

Já o abuso da trapaça diz respeito ao monte de malandragens que os militantes adotam achando que darão certo pra sempre, mas em médio e longo prazos (sobretudo com os mais novos) o tiro sai fortemente pela culatra. A produção indiscriminada de fanfics, as narrativas flagrantemente falsas, o uso do “amiguismo ideológico” em espaços da grande imprensa, enfim, tudo isso a molecada vê. E condena. E pega raiva.

Ainda assim, mesmo com esses dois pontos importantes, creio que a chatice ainda fala bem mais alto. É ela que afasta de vez a turma mais nova. Porque, sim, a esquerda é chata demais. Muito chata. Insuportavelmente chata. E aí não tem como alguém gostar, especialmente a molecada.

Imagine-se antes dos seus 20 anos, querendo fazer festa, namorar, rir de boas piadas, beber, ouvir música, viajar etc. Ok. Há uma turma que proíbe ou limita algumas dessas farras, enquanto a outra as estimula e reclama com quem põe barreiras. Durante anos, o papel da “direita” foi o de ser esse bedel; hoje, a esquerda que faz isso.

Tudo é problematizado, tudo precisa ter uma justificativa social, tudo oprime, tudo deve ser “desconstruído”, e assim por diante. Claro que ninguém aguenta. A meia dúzia que enche o saco nas redes sociais faz parecer que sejam muitos, mas a GRANDE MAIORIA não tem paciência para chatices engajadas.

E aí vem uma rapaziada totalmente anti-esquerda fazendo aquele monte de piada que o outro lado acha um absurdo, falando que não tem mesmo que problematizar todas as coisas e que está liberado fazer festa e zueira sem medo de cometer algum sacrilégio ideológico. Não é preciso ser um gênio da psicologia para presumir qual lado atrairá os jovens.

O resto é história.

Pode ser que depois a coisa volte e a esquerda novamente se torne a “legal”. Não duvido e até acredito que aconteça em alguns anos; creio que seja mesmo pendular.

Mas, ao menos por ora, o esquerdismo é chato da paróquia. E por isso a juventude, em sua maioria, passa longe.


19 de outubro de 2016
Fernando Gouveia é co-fundador do Implicante, onde publica suas colunas às segundas-feiras.

COM PRISÃO DE CUNHA, SÉRGIO MORO E LAVA JATO MATAM DUAS "NARRATIVAS" PETISTAS DE UMA VEZ



A Lava Jato não parou depois do impeachment e nem a saída de Dilma serviria para livrar Cunha. Deu tudo errado nas teses petistas, como todos já sabíamos.

E o Cunha? É o que sempre perguntavam. Alguns ainda perguntam. Foi suspenso, foi cassado e agora teve ORDEM DE PRISÃO EXPEDIDA POR SÉRGIO MORO, NA OPERAÇÃO LAVA JATO. A mesma Lava Jato que eles diziam ser responsável pelo impeachment e que ACABARIA depois da saída de Dilma Rousseff

Segundo a militância petista, a operação seria tão-somente um mecanismo golpista de verniz institucional. Imagine a cara deles agora com Moro mandando prender Cunha…

Assim, um já clássico diálogo da “narrativa” passará a ter desfecho patético a eles:

– Tá, mas e o Cunha? A Lava Jato parou depois do impeachment, né?

– Sérgio Moro, da Lava Jato, acaba de mandar prender Cunha.

De uma vez, duas teses furadas vão pro espaço. Jajá eles inventam outras, são bons nisso (e só tem mesmo isso a recorrer, no fim das contas). Mas estaremos atentos para desmentir todas elas, uma a uma.

O choro, ao contrário de Dirceu, Palocci e agora também Eduardo Cunha, continua livre.


19 de outubro de 2016
implicante

NO PAINEL DO GLOBO, FHC EXIBIU CONTRADIÇÕES NA DUPLICIDADE DA POLÍTICA

FHC e Merval Pereira, no painel de debates de O Globo


No painel promovido pelo Globo, com o apoio da Confederação Nacional do Comércio, conduzido por Miriam Leitão e Merval Pereira, edição de terça-feira, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desenvolveu suas opiniões, sempre brilhantes e inteligentes sobre a reforma política do Brasil, mas sem se distanciar da eterna duplicidade de que se reveste a política, nos seus lances táticos e estratégicos. 
Além de FHC, Miriam Leitão e Merval Pereira, acrescentaram contribuição importante os jornalistas Aluizio Maranhão, Alan Gripp, Flávia Barbosa, Agnaldo Novo e Sérgio Fadul.

Fernando Henrique defendeu a redução do número de partidos, são 35 no momento, o retorno das doações de empresas às campanhas políticas, o voto distrital. Abordou as acusações do Ministério Público Federal ao ex-presidente Lula, mas acentuou não desejar vê-lo preso. 
Aí a primeira dualidade. Pois se as acusações forem comprovadas, como estão sendo, o que poderá fazer a Justiça? Absolvê-lo? Inocentá-lo? Ou simplesmente não fazer nada?

A segunda dualidade foi cometida quando FHC, buscando reduzir a dimensão do processo crítico que o país atravessa, sustentou a existência de um “pouquinho de corrupção” no governo de quem o sucedeu no Planalto. 
“Um pouquinho?” Os governos Lula e Dilma bateram o recorde brasileiro nesse campo de atividade ilegal. Seja por ação, seja por omissão. O exemplo do que ocorreu na Petrobrás está aí aos olhos e pensamentos de todos.

NÃO HÁ DÚVIDAS – Se por acaso houvesse dúvida, para esclarecê-la bastaria o recente pronunciamento do presidente da Petrobrás, Pedro Parente, que inclusive integrou a administração tucana e falou seus rodeios sobre os prejuízos da corrupção.

Com inteligência, que ninguém lhe pode negar, ao lado de sua elegância e cultura, Fernando Henrique manteve-se na estrada de mão dupla ao defender a volta das doações de empresas (e de empresários) às campanhas políticas. 
Mas fez ressalvas. Para ele, diz o Globo, a empresa não poderia fazer doações a mais de um partido e, mesmo assim, até determinado limite. Não mencionou qual seria, mas apoiou o tema.

Melhor seria, creio eu, que no caso de as doações serem permitidas, elas se tornassem dedutíveis do Imposto de Renda. Neste caso, portanto, seriam de domínio público e refletiriam a verdade dos repasses.

QUAIS DOAÇÕES? – Pois enquanto existiu, a lei permitia que doações fossem registradas na Justiça Eleitoral. Mas quais delas? As doações que se destinaram efetivamente a campanhas ou aquelas que, sob o manto da ilegalidade, foram voltadas para o pesado superfaturamento de contratos, como os da Petrobrás, que alimentaram o sistema desenfreado da corrupção.

Os bens dos corruptos no país, bem como os saldos das contas no exterior, são a melhor prova da torrente que abalou o país e a economia brasileira, além de fomentar as acumulações de capital, às margens do desemprego que leva a população nacional ao desespero, à falta de esperança, a uma ansiedade crescente.

ASSALTO ORGANIZADO – Um pouquinho de corrupção não teria causado esses efeitos, diria FHC. Mas devemos lembrar que desta vez não se trata.............................................. de defeitos da democracia, são reflexos do assalto organizado aos cofres públicos.

De toda forma, é sempre um prazer ler e ouvir FHC, testemunha essencial e capaz de traduzir a realidade brasileira. Até mesmo quando estende a mão a Lula, para, penso eu, que o PSDB tenha mais alternativas para a sucessão de 2018 e não fique apenas com o PMDB de Michel Temer. A dualidade política é o nosso sistema. Que fazer?


19 de outubro de 2016
Pedro do Coutto

PIADA DO ANO: CUNHA DIZ QUE O JUIZ MORO NÃO TEM COMPETÊNCIA PARA PRENDÊ-LO

Em nota, o ex- deputado peemedebista Eduardo Cunha sustenta que a ação que deu base para sua prisão preventiva teria sido extinta pelo Supremo. 
“O juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes à outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar”, argumenta Cunha. Ele reafirma a posição de seus advogados de que a prisão é “absurda” e sem motivação.


Leia a íntegra da nota:

Tendo em vista o mandado de prisão preventiva decretado hoje pela 13ª vara federal do Paraná, tenho a declarar o que se segue:

Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal.

A referida ação cautelar do Supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes à outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar.

Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para enfrentar essa absurda decisão.

MEDIDA ABSURDA – A defesa do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) diz que sua prisão é uma medida “absurda” e que foi decretada sem que haja “fato novo” contra o peemedebista.

“A prisão é um absurdo. Esse pedido ficou mais de quatro meses no STF (Supremo Tribunal Federal) e não foi admitido. Se houvesse motivos, o Supremo teria prendido”, afirmou à Folha o advogado Pedro Ivo Velloso, um dos que acompanham o caso do ex-parlamentar.

O advogado irá a Curitiba ainda nesta quarta para acompanhar o caso de Cunha. No entendimento da defesa, “não há nenhum fato novo, nada que justifique a medida”.

Velloso afirmou, no entanto, que a banca de advogados que acompanha o peemedebista ainda estuda que procedimentos adotar a partir de agora.

###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cunha é mais um adepto do “jus sperniandi”. Alega tecnicalidades jurídicas para escapar das malhas da Justiça. Nos tribunais superiores, esse tipo de argumento até pode valer, como aconteceu na condenação de Daniel Dantas, que se livrou com facilidade. Mas no caso de Cunha existe o clamor público, argumento que fala mais alto do que a letra fria da lei.(C.N.)



19 de outubro de 2016
Daniela Lima
Folha

DOS 69 PARLAMENTARES DO PT, 40 DELES JÁ CONTESTAM LULA E AMEAÇAM SAIR DO PARTIDO

Charge do Angeli, reprodução da Folha

Quando publicamos aqui na “Tribuna da Internet” um revelador texto de Catia Seabra, excelente repórter da Folha, sobre a reunião de cerca de 40 parlamentares petistas, em sua maioria deputados federais, que nesta segunda-feira racharam o partido e decidiram divulgar um manifesto em que cobram a antecipação das eleições internas, o sempre atento comentarista Francisco Vieira estranhou o elevado número de dissidentes. Eu também estranhei, mas a matéria estava corretíssima, o PT está mais do que dividido. Pode-se até dizer que o partido entrou em processo de extinção.

MAIORIA DE DISSIDENTES – O PT ainda tem 69 parlamentares federais – 59 deputados e 10 senadores. Já se sabia da existência de 26 dissidentes, que antes da eleição municipal costumavam se reunir para discutir a crise causada pela Lava Jato e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. Eram minoria. Mas agora, o total dos adeptos da facção “Muda PT” aumentou para 40 parlamentares insatisfeitos. Ou seja, passaram a representar maioria folgadamente absoluta.

Portanto, é grave a crise e não parece haver a menor perspectiva de solução. Pelo contrário, a tendência é de fortalecimento da dissidência e consequente decadência do partido.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA – O motivo concreto dessa rebelião, que aparentemente envolveria apenas a antecipação da mudança da presidência e da comissão executiva do partido, é que hoje o PT se divide entre os que ainda apoiam Lula da Silva e os que pretendem se livrar dele.

Diante do ultimato dos dissidentes, foi convocada nesta terça-feira uma reunião de emergência pela liderança do PT, que nem conseguiu a presença dos 29 parlamentares pretensamente ainda fiéis ao partido. O deputado José Guimarães, ex-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, foi então escolhido para contestar a corrente “Muda PT”.

Guimarães criticou com veemência os parlamentares que ameaçam deixar a legenda. Afirmou que a ideia é uma “aventura” e até “ameaça a democracia”, vejam quanto exagero desse parlamentar, que se tornou famoso como “o deputado dos dólares na cueca” e é irmão do mensaleiro José Genoino. Na verdade, não é a democracia que está a perigo, quem corre risco é o PT, que conseguiu desmoralizar as esquerdas brasileiras.

CRISE GRAVÍSSIMA – Não adianta conversa fiada. As imagens de Lula e do PT se confundem no tempo e no espaço. A liderança hegemônica e incontestável de Lula já era. Esses 40 parlamentares querem preservar os mandatos e as bases eleitorais. Sabem que a legenda do PT se transformou numa sigla maldita, sem o menor futuro, conforme ficou demonstrado na eleição municipal.

No entanto, esses 40 dissidentes estão confusos, ainda não sabem o que fazer. Dentro de dois anos terão de se candidatar novamente. Sonham com uma união das esquerdas (leia-se: PT, PDT, PSOL, PCdoB, PTdoB, PCB, PCO, PSTU, PMN) ou, no mínimo, com a fusão do PT com outra legenda.

O problema é que nenhum partido aceita se unir ao PT em situação de inferioridade. Pelo contrário, todos eles se consideram em posição se superioridade em relação ao PT, a legenda que mais perdeu robustez e substância na eleição municipal, prenunciando o “Apocalypse Now” de Francis Ford Coppola ou a “Derrocada” (“The Crack-up”) de Scott Fitzgerald.

PIADA DO ANO – A facção majoritária do PT era a “Construindo um Novo Brasil” (CNB), liderada pelo próprio Lula. Seu porta-voz José Guimarães deu a seguinte declaração oficial, na tentativa de conter a deserção dos 40 parlamentares petistas:

“É um erro estratégico para a democracia ventilar a possibilidade de sair do PT para qualquer uma outra aventura. Alguns saíram do PT dizendo que estavam desgastados e que queriam disputar as eleições. Se deram muito mal”, afirmou Guimarães, se referindo a Marta Suplicy (PMDB), derrotada na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

Será que ouvimos bem? O deputado da cueca realmente disse que a debandada dos petistas significa “um erro estratégico para a democracia”? Será a Piada do Ano? É claro que não se trata nada disso. A democracia brasileira está cada vez mais sólida. Quem está se desmanchando é apenas o PT.


19 de outubro de 2016
Carlos Newton

SINDICALISTAS DEFENDERÃO LULA FAZENDO CAMPANHA INTERNACIONAL EM 155 PAÍSES



Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)

Com perspectiva pessimista sobre as acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sindicalistas lançarão nos próximos dias uma campanha internacional em defesa do petista.

Um vídeo sobre a trajetória política de Lula, hoje réu em três ações na Justiça, será encaminhado a organismos como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), além dos sindicatos em 155 países associados à CSI (Confederação Sindical Internacional), que responde pela campanha.

Diretores do Instituto Lula, o ex-ministro Paulo Vannuchi e a ex-assessora especial da Presidência Clara Ant acompanharam a produção da peça para evitar eventuais inconformidades.

CONTESTAR ACUSAÇÕES – O objetivo é contestar as acusações que pesam contra o ex-presidente por suposta corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, tráfico de influência e tentativa de obstruir a Justiça.

O vídeo termina com Lula dizendo que “não quer nenhum privilégio, só o direito a um julgamento justo” e que “só não aceita a mentira”.

Os advogados do ex-presidente também expõem o argumento da defesa, de que não há provas consistentes nas acusações, que seriam, no seu entendimento, movidas por interesses políticos.

“É medo de o Lula se candidatar a presidente em 2018”, disse João Felício, presidente da CSI, organização que reúne 180 milhões de sindicalistas associados.

PRISÃO DE LULA – “Estou muito apreensivo e preocupado com o que pode ocorrer neste país. Prender uma pessoa assim, por mera suposição, é absurdo”, afirmou o dirigente sindical.

Na versão que já está finalizada, de sete minutos, Lula aparece em gravações feitas após ser alvo de condução coercitiva e em manifestação contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A peça sustenta que a mídia brasileira “descreve, mas não explica os fatos”, e assim normaliza uma “encenação”, na qual o juiz Sergio Moro é tido como um “herói” e o indiciamento de Lula é tratado como condenação.

REPERCUSSÃO NO BRASIL – A expectativa é que a campanha também ressoe no Brasil, com a promoção do vídeo no Congresso Nacional, universidades, movimentos sociais e entre formadores de opinião.

Apoiadores do ex-presidente vivem momentos de tensão com a expectativa, espalhada na internet, de que ele possa ser preso em breve.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Trata-se, apenas, de exercício do “jus sperniandi”. Em qualquer país minimamente sério, Lula e seus principais cúmplices, como Luciano Coutinho, do BNDES, já teriam sido algemados e estariam cumprindo penas intermináveis. (C.N.)


19 de outubro de 2016
Thais Bilenky
Folha