"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 27 de julho de 2014

IDH DO BRASIL PERDE DINAMISMO

Revoga-se a ideia corrente de que todos os problemas se resolvem com mais dinheiro. Na verdade, ele existe, porém parte importante é desperdiçada

Em mais uma divulgação de Índices do Desenvolvimento Humano (IDH) pela Organização das Nações Unidas, estes referentes a 2013, o Brasil repete o desempenho de versões anteriores, em que há avanços, mas nada que garanta a chegada do país aos primeiros lugares do ranking, em horizonte de tempo previsível.

O Brasil subiu uma posição, para o 79º lugar, numa relação de 187 países, ficando ao lado de Geórgia e Granada, e, na América Latina, abaixo, por exemplo, de Chile, Uruguai e Cuba. Como na última vez, o governo — agora, com mais motivos, devido à campanha eleitoral — reclama da ONU o uso de dados atualizados sobre educação, e de questões metodológicas. A seguir os números do governo, o Brasil teria ficado na 67ª posição do ranking. Não seria uma mudança estrondosa, mas certamente ajudaria na propaganda.

O progresso do Brasil é indiscutível, e nenhum governo isoladamente pode capitalizá-lo. Todos deram uma contribuição. De 1980 em diante, o IDH brasileiro cresceu 36,4%. Entre os fatores que ajudaram nesta evolução, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 11,2 anos (está em 73,9 anos), a renda per capita, 56% (US$ 14.275), e a escolaridade média passou de 2,6 anos para 7,2 anos. Mas, observando-se os últimos anos, constata-se uma perda de dinamismo no IDH: de 2008 a 2013, o índice passou de 0,731 para 0,744 — quanto mais próximo de 1, melhor —, porém, no período, o Brasil perdeu três posições. Ou seja, há países em que o desenvolvimento humano evolui num ritmo superior ao do brasileiro.

E a taxa de aumento médio do IDH brasileiro tem desacelerado: 1,16% ao ano entre 1980 e 1990, 1,10% entre 90 e 2000, e apenas 0,67% de 2000 a 2013.

É preciso entender o que acontece. No período iniciado em 2000, tem-se o aumento substancial dos recursos para programas sociais, enquanto se inicia, de maneira mais focada, o programa de melhoria da qualidade do ensino público básico, séria vulnerabilidade do país. Há, ainda, a partir de 2011, a desaceleração da economia e a passagem da inflação para um patamar superior. E, além de tudo isso, persistem as deficiências no SUS.

Ao analisar este último relatório da ONU, o cientista político Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), disse estar o Brasil numa “armadilha da renda média”. Para ele, o brasileiro tem uma renda relativamente alta em relação a países africanos, a mortalidade infantil melhorou, as crianças estão nas escolas, mas a questão é como ter uma educação de qualidade. Dar, enfim, o salto para o estágio de desenvolvimento.

É muito provável que tudo passe pela melhoria dos gastos bilionários de um Estado que já absorve 40% das rendas da sociedade. Revoga-se, assim, a ideia corrente de que todos os problemas se resolvem com mais dinheiro. Na verdade, ele existe, porém parte importante dele é desperdiçada.


26 de julho de 2014
Editorial O Globo

BRASIL MAL NA FOTO DO IDH


"As árvores querem ficar quietas. Mas o vento não deixa."

O dito, que reflete aspecto da sabedoria chinesa, se adapta a desafio do mundo contemporâneo. Globalizados, os países mantêm as fronteiras nacionais, mas são obrigados a olhar cada vez mais - e mais insistentemente - para as demais nações do globo.
É que o movimento de um obriga os outros a se moverem quer queiram, quer não. Mais: o resultado impõe comparações que denunciam o grau de sintonia ou dissintonia com a contemporaneidade. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) serve de exemplo. Criado em 1980 pela ONU, o indicador vai além dos frios dados da economia. Mede o desenvolvimento humano.

Baseia-se em três componentes: educação, renda e expectativa de vida. Em 2013, entre 187 países, o Brasil ocupa o 79º lugar. Obteve média 0,744, numa escala de 0 a 1, em que quanto mais próximo de 1 melhor é a classificação. Embora tenha melhorado uma posição no ranking, o país não fica bem na foto. Está atrás de vizinhos latino-americanos como, entre outros, Chile (41º), Cuba (44º), Argentina (49º) e Uruguai (50º).

O governo, como em anos anteriores, contesta o resultado. Alega terem sido usado dados desatualizados. Segundo a ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, o país estaria em 67º lugar (sem considerar mudanças que ocorreriam em outros países). Vale a pergunta: a diferença entre um dado e outro significaria melhor qualidade de vida? A resposta não admite titubeios. É não. Seria fácil se a simples mudança de número tivesse o poder mágico de mudar a realidade.

Na educação, um dos indicadores levados em consideração pela ONU, o Brasil ficou com a 55ª posição do ranking de leitura do Pisa, teste internacional que avalia o desempenho de estudantes de 65 países. Tal qual no IDH, aparece abaixo de nações como Chile e Uruguai. Nada menos de 49,2% dos alunos brasileiros mostrou-se incapaz de alcançar o nível 2 de desempenho na avaliação, que tem o nível 6 como teto.

Em bom português: rapazes e moças não conseguem entender o que leem. Diante de um texto, falta-lhes aptidão para deduzir informações, estabelecer relações entre diferentes partes, compreender nuances da linguagem. Em matemática e ciências, o quadro mostra as mesmas cores cinzentas.

O Brasil precisa dar salto de qualidade. Não só na educação, mas também na saúde e na segurança, cujas estatísticas impactam direta e fortemente outro indicador do IDH - a expectativa de vida. Sem olhar para o próprio umbigo, com determinação e vontade de corrigir rumos, o país se manterá no vermelho. A dívida com a população continuará a conjugar o verbo crescer.

26 de julho de 2014
Editorial Correio Braziliense

REAÇÕES VIOLENTAS

Governo brasileiro acerta ao condenar desproporção na ofensiva de Israel à faixa de Gaza, mas peca por silenciar sobre ações do Hamas

Depois do choque, a reflexão. Após dizer-se horrorizado com a notícia de que pelo menos 15 pessoas, entre as quais mulheres e crianças, foram mortas num ataque israelense a uma escola mantida pela ONU e que servia como refúgio para palestinos, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, resumiu um imperativo: "Parar a matança --e pará-la agora".

É desolador o desenrolar de mais este conflito entre Israel e palestinos, cujo estopim ocorreu em junho, com o assassinato de três adolescentes judeus que pediam carona nas proximidades da Cisjordânia. Pelo menos 700 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos nas últimas semanas.

Nesta quarta-feira, em Genebra, a alta comissária dos direitos humanos da ONU, Navi Pillay, afirmou que Jerusalém não fez o suficiente para proteger as vidas de civis durante suas ofensivas aéreas ou ao destruir casas e hospitais.

Pillay, além disso, não descarta a hipótese de que o Estado tenha cometido crimes de guerra, o que será alvo de investigação já aprovada pela maioria dos países em reunião da ONU sobre o tema.

De forma sensata, a representante das Nações Unidas condenou também o grupo radical islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, por seus ataques indiscriminados contra o vizinho. Além de 32 integrantes das Forças Armadas de Israel, há registro de três civis mortos no país.

Salta aos olhos a assimetria nesse confronto. Lastreado nessa constatação, o Itamaraty emitiu, também na quarta-feira, uma forte nota diplomática.

"O governo brasileiro considera inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças."

Não fosse pela completa omissão aos lançamentos de foguetes promovidos diariamente pelo Hamas, o comunicado seria uma justa expressão do descontentamento da comunidade internacional com o andamento do conflito. Houve, em vez disso, apenas a genérica exortação para que as partes cheguem a um cessar-fogo.

No plano doméstico, o silêncio do governo federal quanto aos radicais palestinos reforçou, em pleno período de campanha eleitoral, a polarização ideológica e quase automática em que setores de esquerda engrossam as fileiras da crítica a Israel, enquanto a direita reprova os métodos do Hamas.

Tal seletividade na vocalização da defesa dos direitos humanos --universais por princípio-- é sem dúvida digna de crítica, tanto doméstica quanto internacional.

Seria um rematado exagero, contudo, extrair desse episódio que o Brasil seja país "politicamente irrelevante" ou "anão diplomático". Essa, porém, foi a reação de representantes israelenses nesta quinta-feira, em um claro sinal de destempero e intransigência --atributos que só prejudicam as necessárias negociações de paz para a região.


 26 de julho de 2014
Editorial Folha de Sp

REFINARIAS-PROBLEMAS

TCU pune os responsáveis por compra da refinaria de Pasadena, mas ainda há outros escândalos a considerar, como o de Abreu e Lima

O Tribunal de Contas da União (TCU) reconheceu que o negócio da compra da refinaria de Pasadena, no Texas, pela Petrobras deu prejuízo de US$ 792 milhões. Na mesma sessão plenária, ao aprovar o relatório do ministro José Jorge, o TCU decretou também a indisponibilidade dos bens dos gestores que conduziram o processo de compra, entre eles o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e dois outros ex-diretores (Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa) para futuro ressarcimento aos cofres públicos.

A decisão do tribunal, no entanto, isentou de responsabilidade a presidente Dilma Rousseff, que à época da aquisição da refinaria, na condição de chefe da Casa Civil do governo Lula, presidia o Conselho de Administração da Petrobras. Foi dela e dos demais conselheiros – igualmente inocentados – que partiu a aprovação do tosco parecer que recomendou o investimento que em seguida se mostrou desastroso.

Este não é, porém, o ponto final de mais uma das tragédias que se cometem, repetidamente, na administração pública brasileira e que acabam por abastecer o noticiário de malfeitos. Não só o caso Pasadena está ainda longe de uma solução que não imponha mais sacrifícios aos contribuintes – aqueles que normalmente pagam pelos prejuízos –, como se vê estarem apenas no começo os esforços para desvendar outro caso carregado de graves suspeições envolvendo a mesma Petrobras e os mesmos agentes.

Trata-se da refinaria de Abreu e Lima, em construção em Pernambuco. A ela se aplica bem o ditado popular segundo o qual “o que começa mal termina mal”. A unidade nasceu da ambição do ex-presidente Lula de dispensar um agrado ao então ditador da Venezuela, o líder bolivariano Hugo Chávez. Firmou-se, então, precariamente, um acordo de associação entre a Petrobras e sua congênere venezuelana, a PDVSA, pela qual ambas as estatais contribuiriam financeiramente para construir a refinaria, com investimentos calculados à época em US$ 2,5 bilhões.

A Venezuela não entrou com a parte com que se comprometeu (40%), o que levou o Brasil a assumir a totalidade do investimento sem receber um único centavo dos venezuelanos, pois não havia sido tomada nenhuma precaução formal que criasse compromissos ou penalidades para o parceiro que não cumprisse sua parte no acordo. O “acordo de associação” deveria ter sido seguido por um contrato definitivo, de acionistas, que conteria as punições em caso de descumprimento, mas esse contrato nunca foi assinado. E ao calote chavista somou-se um detalhe que o tempo logo viria a mostrar: o custo da refinaria saltou, em pouco mais de seis anos, para quase US$ 20 bilhões, apresentando evidências de monstruoso superfaturamento, de cujas vantagens suspeita-se tenham participação ex-diretores da Petrobras e empreiteiras, associados em uma cadeia de delitos de lavagem com conhecidos doleiros.

Os mais ingênuos até poderiam ver nestes dois casos – Pasadena e Abreu e Lima – simples exemplos de negócios mal planejados e pessimamente executados. Entretanto, ainda que não se pretenda fazer um prejulgamento, tantos são os indícios de irregularidades intencionais, cometidas com o fim exclusivo de sangrar os cofres públicos para proveitos grupais e pessoais escusos, que se torna imperiosa a maior severidade e celeridade possíveis para o esclarecimento dos fatos e a responsabilização criminal dos envolvidos. O que não se admite é que, de novo, o cidadão comum que trabalha honestamente continue como vítima indefesa escolhida para cobrir os rombos.

 
26 de julho de 2014
Editorial Gazeta do Povo, PR

POLÍTICA DO COTIDIANO, DO JORNALISTA CLAUDIO HUMBERTO

“Foi rigorosamente adequado”
Ministro José Cardozo (Justiça), sobre ajuda dada a Maluf para trazer processo dos EUA ao Brasil



ALIADOS ATRIBUEM DESGASTE DE DILMA À REJEIÇÃO DO PT

Presidentes de siglas aliadas aconselharam Dilma a descolar sua imagem do Partido dos Trabalhadores na campanha em alguns Estados pela reeleição. Em reunião na terça (22) no Palácio da Alvorada, dirigentes alertaram que o PT enfrenta forte rejeição, o que respinga no desempenho eleitoral da candidata petista. Os partidos cobraram ainda a descentralização de coordenações regionais, muito controladas pelo PT.

GANHA FORÇA

Os dirigentes recomendaram que Dilma se apresente como candidata não só do PT, mas de nove grandes partidos, com representatividade.

MAU AGOURO

No encontro, Dilma reclamou de ação orquestrada para criar pessimismo, primeiro com apagão e, agora, com a Copa e a crise econômica.

DESCEU DO SALTO

Para estancar queixas por mais participação na campanha, Dilma marcou nova reunião com presidentes aliados para a próxima terça (29).

NUNCA ANTES

A equipe de campanha apostará na comparação entre 12 anos da gestão petista e os oito de FHC. PT garante que todos os índices melhoraram.

EMPREGADOS DA INFRAERO TEMEM DEMISSÃO

Os empregados públicos da Infraero que atuam no aeroporto do Galeão, no Rio, estão com medo de serem demitidos por conta da concessão feita pelo governo federal. A empresa deu apenas duas opções aos 909 ameaçados: remanejamento para outro estado ou aposentadoria. Ocorre que a maioria não chega a ganhar salário de R$ 1.500, o que inviabiliza a mudança com a família.

SEM VALIDADE

Acordo coletivo assegura o emprego do grupo até 2018, mas fora do Rio, onde seus familiares ficarão desempregados e desestruturados.

PEDE PRA SAIR

A Infraero começou um estímulo à demissão, mas a verba do governo não foi suficiente para os pagamentos e hoje há só uma fila de espera.

CALMA, GENTE!

Para acalmar os ânimos, a Infraero fez um “cadastro para possíveis oportunidades de trabalho”, mas todos temporários. Depois disso: rua.

PORTA-VOZ

O vice Michel Temer passou a manhã de ontem em João Pessoa acalmando o senador Vital do Rêgo (PMDB). Lá, anunciou que Dilma irá subir em seu palanque e já agenda uma visita a Paraíba para prestigiá-lo. Todo esforço decorre do temor de Vital incendiar a CPMI da Petrobras.

AMIZADE ‘ÍNTIMA’

No relatório em que arquivou o processo interno contra Luiz Argôlo (BA), o SD admite que há “amizade íntima” entre o deputado e o doleiro Youssef. O documento foi anexado à sua defesa no Conselho de Ética da Câmara.

INESPERADO

Aécio Neves foi surpreendido ontem com a renúncia do tucano Eduardo Tavares de disputar o governo. O alagoano alegou não ter recebido apoio do PSDB. O governador Teotonio Vilela anuncia o substituto nesta sexta.

CONTINUA DE PÉ

Presidente do DEM, José Agripino (RN), reiterou a confiança da sigla no trabalho do vice-governador Thomaz Nonô (AL) junto à coordenação de campanha do tucano Aécio, e confirmou sua manutenção no cargo.

PIRES NA MÃO

Deputados do PMDB discutiram em reunião na semana passada sobre tentar obter ajuda financeira do diretório nacional. A reclamação é geral sobre a indisposição de empresas em fazer doações eleitorais este ano.

DILMA MAKE-UP

Mestre em maquiar números, o governo brasileiro questiona a posição do País no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Nas contas tupiniquins, o Brasil deveria saltar da 79ª para 67ª colocação.

TERRITÓRIO INIMIGO
O presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) confirmou para este sábado (26) a estreia de sua campanha em Minas Gerais, curral eleitoral do adversário Aécio Neves (PSDB), ao lado de Tarcísio Delgado, em Juiz de Fora.

ALTO LÁ

Depois do “a” em presidenta, Dilma Rousseff tem que tomar mais cuidado para a vogal não entrar onde não deve. Quem pagou o pato foi o finado Ariano Suassuna que, ao menos no Twitter da petista, virou Suassuana.

PENSANDO BEM...

... o título de “anão diplomático” dado por Israel ao Brasil, pelo menos dessa vez, nada teve a ver com um certo ex-chanceler megalonanico.


PODER SEM PUDOR

CORETO TOMBADO

A história é muito conhecida nas rodas políticas de Minas. Certa vez, na década de 50, a Prefeitura de Muzambinho recebeu uma advertência por escrito do órgão estadual de defesa e preservação do patrimônio histórico. Na mensagem, diante de murmúrios chegados a Belo Horizonte, a municipalidade foi avisada de que o antigo coreto da praça da cidade era considerado "de interesse histórico", e que uma comissão iria até lá para tombá-lo. O prefeito reagiu com um telegrama urgente:

- Desnecessária vinda da comissão. Já que era para tombar, mandei derrubar o coreto.

 
26 de julho de 2014

TUMULTO NO AMBIENTE

No final, a conta vai para a mesma pessoa, você mesmo, caro leitor, esteja na posição de consumidor direto ou de contribuinte

Está certo que é informal, mas tem muita gente que defende honestamente uns trocados com a venda de mercadorias compradas em Ciudad del Leste e outras menos votadas — ou visitadas. Não é moleza. Imagine, por exemplo, fazer Brasília-Foz-Brasília, de carro, em três ou quatro dias. E muitos fazem, como se pode ver pelo comércio na feira do Paraguai. Cada pessoa, viajando por terra, pode trazer até US$ 300 em mercadorias, sem pagar imposto de importação. Com quatro pessoas em cada carro mais — vá lá — algum por fora, e dá um bom negócio.

Pois na última segunda-feira, sem mais nem menos, a Receita Federal decreta: daqui em diante só pode trazer US$ 150 sem imposto. Tão surpreendente que nem os agentes de alfândega das cidades de fronteira sabiam. Nem precisaram. Na terça, a regra foi adiada para julho de 2015. Havia caído muito mal, sobretudo em ano eleitoral, não é mesmo?

Trata-se de comércio pequeno. Do lado de lá, às vezes chamam de contrabando hormiga. É popular ou, se quiserem, tipo classe D. Não esqueçamos: tem também as pessoas que moram perto da fronteira e aproveitam o fim de semana para fazer compras. Assim como os mais abonados pegam uma semana em Miami ou Nova York para fazer a mesma coisa, estes podendo trazer até US$ 500 sem impostos.

Aliás, não tem aí um privilégio para os mais ricos?

Fabricantes e varejistas brasileiros reclamam, com razão. É uma concorrência... como dizer? Ilegal não é, injusta, talvez.

O que cria o mercado é o alto custo de produzir e vender no Brasil. E nesse custo é preciso incluir as trapalhadas do governo — como essa de cortar a cota sem mais nem menos.

É coisa pequena? Ok, mas vá dizer a quem vive disso ou aproveita essa economia. Além disso, seria uma intervenção pesada na vida dos brasileiros que moram nas cidades de fronteira. Quer dizer que não podem nem atravessar a rua para comprar um liquidificador?

Pode-se criar, vamos lá, uma rigorosa regulamentação. Por exemplo: só podem fazer as compras os moradores num raio de... quanto? Dez, vinte quilômetros da fronteira? Talvez fosse conveniente introduzir uma “carteirinha de fronteiriço”, com registro na polícia e, claro, nas Receitas Federal, estaduais e municipais.

Exagero com uma coisa simples? Misturando estações?

Pois então se coloque na posição de um brasileiro comum, que vai abrir um negócio legal e local, com uso intensivo de energia. Pensou numa fábrica de alumínio? Ok, mas cogite de algo mais simples, uma lavanderia. A questão é a mesma: quanto vai a custar a energia?

Dá para saber que será mais cara do que a de hoje, mas quanto? Impossível adivinhar, dada a trapalhada que o governo fez e continua fazendo no setor. O custo de produzir e vender energia no Brasil aumentou, mas não se sabe exatamente quanto e quem vai pagar. Ou seja, a conta vai para o dono da lavandeira, para o sujeito que deixa o terno para lavar e passar ou para todos que pagam impostos, tenham ou não roupa para lavar?

Já viu. No final, a conta vai para a mesma pessoa, você mesmo caro leitor, quer esteja na posição de consumidor direto ou de contribuinte — ou consumidor indireto.

A confusão dos 300 dólares tem uma história. Ocorre que em dezembro de 2012 saiu uma lei permitindo a criação de lojas free shop nas cidades brasileiras de fronteira terrestre. Raciocínio: em vez de atravessar a fronteira para comprar sem imposto, o brasileiro pode comprar sem imposto numa loja do lado local.

Faz sentido, favorece o comércio nacional, tira freguesia dos vizinhos. Que reclamaram, até em nome da amizade bolivariana, quer dizer, do Mercosul. Deve ter sido para equilibrar as coisas que o governo decidiu que a cota livre de impostos cairia para US$ 150. Mais outro tanto no free shop brasileiro, e pronto.

Mas e o comércio brasileiro que não fosse free shop? E voltamos ao ponto de partida: o desequilíbrio de mercado criado pelo Custo Brasil e, mais ainda, pelas intervenções do governo que, tentando consertar, geram outros desequilíbrios e custos.

Foi exatamente o que aconteceu com a energia. Todo mundo reclamava, com razão, que a energia elétrica era muito cara no Brasil. Pois a presidente Dilma interveio no mercado com mão pesada e criou um sistema que terminou com a energia mais cara, com custos maiores para produtores, distribuidores, consumidores e governo (nós, de novo).

E pior. Com incerteza. Quanto e quando vem de reajuste? E se sai um pacotaço logo depois das eleições, tão de surpresa como a resolução que saiu na última segunda, regulamentando uma lei que estava na gaveta há um ano e meio?

Sabem o que é isso? Tumultuar, e encarecer, o ambiente de negócios.

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26 de julho de 2014
Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

O PIBINHO AFETA OS SALÁRIOS

Rendimento do trabalho ainda cresce mais que a economia, mas em ritmo cada vez menor

O BAIXO CRESCIMENTO da economia resulta em baixo crescimento dos salários, mais cedo ou mais tarde, de um modo ou outro.

No Brasil deste século, o reajuste por lei do salário mínimo ajudou bastante a aumentar o rendimento dos mais pobres no mercado. O que será dessa melhoria, com o crescimento em pane?

O reajuste básico do mínimo é vinculado ao crescimento da economia, do PIB, que tem crescido muito pouco.

Essa indexação do valor do salário mínimo à taxa de crescimento do PIB tem limitado a alta dos rendimentos mais baixos ou tem evitado a sua queda?

Qualquer que seja a resposta, os salários médios e iniciais vêm crescendo menos, qualquer que seja a medida, um ruído de fundo que deve estar afetando humores sociais e políticos de uns dois anos para cá.

Ontem, o Dieese publicou seu balanço dos pisos salariais negociados em 2013 (o Dieese é o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O aumento real médio dos pisos salariais em 2013 foi de 2,8%, próximo do aumento real do mínimo no ano passado. Em 2012, a média dos pisos salariais acompanhados pelo Dieese cresceu 5,6%; o salário mínimo, 7,6%.

Para o instituto de pesquisa, "parece plausível supor" que o mínimo em alta leva consigo os pisos salariais de categorias profissionais.

O piso médio de 2013, na amostra do Dieese, foi de R$ 879, 30% maior que o salário mínimo do ano passado. O instituto levantou dados de acordos e convenções coletivas de salário em 685 "unidades de negociação" (sindicatos ou coisa assim) pelo país inteiro.

Os aumentos do mínimo favoreceriam em especial os salários menores. Em 2013, o reajuste médio dos salários foi de 1,25%. Como foi escrito mais acima, os pisos cresceram em média 2,8%. Ou seja, de algum modo houve redução da desigualdade de rendimentos.

"Desde pelo menos 2009, quando o Dieese passou a acompanhar os reajustes dos pisos salariais, estes têm se valorizado mais do que os demais salários", lê-se no balanço do instituto.

Na média, porém, os salários vêm crescendo menos.

O salário médio de admissão dos trabalhadores com carteira assinada cresce agora a menos de um terço do que crescia em 2012 (dados do registro do Ministério do Trabalho, o Caged, comparados os reajustes ao final do primeiro semestre de 2014 com o mesmo período de 2012).

O salário anual médio cresceu 1,5% em 2013 ante 4,3% em 2012, nas grandes metrópoles, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (compara-se aqui o salário real de um ano com o do ano anterior).

Observe-se, enfim, que o aumento muito relevante do salário mínimo neste século não impediu que houvesse uma baixa igualmente significativa do desemprego, ao contrário do que diria a teoria econômica mais simplezinha e aplicada sem levar em conta contextos históricos. Mas a pane do crescimento, associada a inflação e deficit externo relativamente altos, levanta claramente a dúvida sobre a possibilidade de reduzir a desigualdade sem que se aumente a produtividade (crescimento) e sem reformais econômicas e sociais.

 
26 de julho de 2014
Vinicius Torres Freire, Folha de SP

JUROS E PUXADA DO PIB

Na Coluna de domingo, foi dito que não tem cabimento defender redução dos juros básicos (Selic) só porque a atividade econômica está em forte retração. Quem tem essa postura está confundindo meta de inflação com meta de crescimento.

O assunto precisa de mais atenção porque ainda há por aí o entendimento de que o Banco Central (BC) tem de operar com duplo mandato. Ou seja, o instrumento dos juros (política monetária) não teria de ser manejado apenas para manter a inflação dentro da meta, mas também para garantir o crescimento econômico.

Esse ponto de vista já tem um equívoco. O duplo mandato, como existe nos Estados Unidos, não consiste em controlar tanto a inflação quanto trabalhar para o avanço do PIB, mas em manter tanto a inflação como o emprego em níveis satisfatórios. No Brasil, caso prevalecesse o duplo mandato, o BC não teria de garantir mais emprego, porque o nível atual é de pleno-emprego.

Já que o BC do Brasil é regido pelo regime de metas de inflação, não caberia derrubar os juros para ajudar a recuperar a atividade econômica. Só teria sentido fazer isso se a inflação já estivesse sendo conduzida para o centro da meta.

Mas há mais a considerar. Primeiro, a economia não está empacada porque os juros subiram demais, mas pelas opções equivocadas de política econômica feitas pelo governo. Não caberia compensar com derrubada dos juros o que está errado por causa de outros problemas.

Em segundo lugar, despejar moeda na economia (e, assim, reduzir os juros) para tentar recuperar a atividade econômica tenderia a provocar mais inflação do que a que já está a caminho. Está mais do que sabido que, apenas as correções inevitáveis dos preços administrados deverão puxar a inflação de 2015 para 7%. E, se o governo entender que é preciso desvalorizar o real (promover a alta do dólar), será inevitável, também, novo foco inflacionário promovido pela alta dos preços dos produtos importados.

Em terceiro lugar, uma reativação da demanda agora, por meio do afrouxamento monetário, impediria o ajuste que, mal ou bem, começa a ocorrer. Os últimos três anos e pico do governo Dilma mostraram que o problema não está na falta de demanda, mas na falta de oferta. É o investimento que precisa ser ativado, não o consumo. E o que está travando o investimento é um pouco de tudo: a paralisia do governo, a falta de regras nas concessões, o baixo nível de confiança (veja o Confira), a desarrumação da economia e tudo isso junto.

Em quarto lugar, dentro do marco regulatório do sistema de metas, o BC poderia, sim, determinar a imediata redução dos juros, não porque devesse puxar a atividade econômica, mas porque estivesse identificando uma trajetória firme de inserção da inflação na meta.

E, finalmente, se apesar de tudo o que ficou dito, a ideia fosse mesmo baixar os juros para melhorar a atividade econômica, nenhum resultado prático poderia ocorrer neste resto de ano, porque a política de juros leva de seis a nove meses para começar a produzir algum efeito.

 
26 de julho de 2014
Celso Ming, O Estado de S.Paulo

MERCADOS CONTROLADOS GERAM EMPRESAS INEFICIENTES

Sempre que setores ligados ao campo do espectro político de esquerda denunciam problemas supostamente vinculados ao capitalismo, invariavelmente vemos uma série de digitais de algum governo envolvido. Isso porque a economia dos países hoje não funciona dentro de uma estrutura de livre mercado de­sobstruído, em que agentes econômicos seriam plenamente responsáveis por suas ações, amargando prejuízos ou obtendo lucros. Pelo contrário, governos estão sempre em busca de se tornar sócios das empresas, através de grande tributação e forte burocracia, dando como contrapartida certas benesses, como protecionismo nacional, oligopolização e empréstimos subsidiados. A esse fenômeno anticapitalista de livre mercado podemos chamar de “compadrio” ou “corporocracia”.

Um dos casos mais evidentes do compadrio brasileiro é o setor de telecomunicações. O governo regula o setor com mão de ferro, através da Anatel, impondo padrões de qualidade, pisos e tetos de preço e escolhendo quem serão as empresas prestadoras do serviço. O resultado é um sistema fechado, com pouca concorrência, ineficiente e eticamente falho. Nessa configuração, que devemos admitir ser melhor que o sistema de monopólio estatal da Telebras, a empresa cresce por meio de agrados a burocratas do governo, e não prestando o melhor e mais barato serviço para o consumidor. Um exemplo flagrante é o da fusão Oi/Portugal Telecom.

A Oi, anteriormente conhecida como Telemar, já foi concebida tendo como a maioria dos sócios fundos de pensão de estatais, ou seja, sendo uma empresa privada gerida por interesses políticos. Esses mesmos interesses a levaram, posteriormente, a uma fusão com a Brasil Telecom para se criar a “supertele” brasileira, escolhida pelo governo em 2005 para ser a campeã nacional do setor, substituindo a soberania do consumidor pela sua.

Após prejuízos bilionários, o governo decidiu salvar a empresa entregando-a definitivamente a uma de suas sócias, a Portugal Telecom. Ela, que tem laços estreitos com os governos de Brasil, Portugal e Angola, está em sérias dificuldades financeiras desde que sofreu um calote de um grupo de investimentos ligado ao Banco Espírito Santo, e já não tem os recursos de que necessita para alavancar os investimentos que a Oi supostamente deveria fazer, por ordem do governo, para atualizar sua desgastada rede. A fusão, no entanto, deverá se manter, com a participação da Portugal Telecom sendo diminuída em relação a outros investidores.

Falando em outros investidores, sempre temos de lamentar pelos investidores minoritários de empresas privadas controladas pelo governo, ou com relações escusas com ele. Retorno financeiro para o investidor minoritário é sempre a última preocupação para as empresas viciadas em compadrio estatal. A Oi, por exemplo, reduziu no ano passado o pagamento de dividendos em 75%, e no último ano suas ações perderam 70% do seu valor.

Fica, então, a dica: fuja sempre dessas empresas de compadrio, seja como consumidor, seja como investidor. E, se não houver jeito, tente mudar a mentalidade do governo. Verdadeiro livre mercado é a solução para a prestação de serviços bons e baratos.


26 de julho de 2014
Bernardo Santoro, Gazeta do Povo, PR

ONDE A REALIDADE MELHOR SE ESCONDE



Por inusitado que pareça, um dos modos mais eficientes de ocultar a realidade é escondê-la atrás dos números. A vantagem proporcionada por esse método está no sentimento de que “números não mentem”. Contudo, eles podem ser enganosos, sim. Muitas vezes, quem deseja ocultar a realidade usa dos números como se fossem pecinhas de um lego, que tanto servem para fazer um trem, um avião ou um barco.
Foi assim que li o artigo de um porta-voz do governo Tarso Genro na Zero Hora do dia 22. Nele, o porta-voz exalta os números de evolução do PIB do RS, buscando transmitir a impressão de que tudo vai bem ainda que salte aos olhos que quase tudo vai mal. Para apoiar sua tese, o autor, por exemplo, aponta o fato de que o PIB do Estado cresceu 6,3% no ano passado. Se tivesse referido também os dados de 2012, seria forçoso reconhecer que o PIB estadual, naquele ano, evoluiu -1,4%.

Diante desse tombo, determinado principalmente pela estiagem então ocorrida, era natural que a expansão do ano subsequente fosse elevada. Só para exemplificar: de 2012 (estiagem) para 2013 (boas chuvas), a agropecuária apresentou um crescimento de 39% (!), puxando todos os outros indicadores para cima.

No texto em questão, atrás dos números de 2013, foram escondidos os maus números de 2012. E de lambuja, ocultaram-se, também, os maus números de agora, de 2014. Nos cinco primeiros meses deste ano, o Índice de Desempenho Industrial do RS caiu -2,1%. O fenômeno atinge vários setores, o nível de emprego industrial e as exportações, que caíram 20% no primeiro semestre deste ano.

CASO DA MONTADORA

Por outro lado, é oportuno falar sobre o desenvolvimento do RS dois dias depois de o ex-governador Olívio Dutra haver reconhecido, publicamente, que foi sua a decisão de expulsar a montadora que a Ford começava a implantar no Estado em 1999. A empresa foi parar na Bahia. E desde que isso aconteceu, o setor automotivo daquele Estado recebeu 58 novas empresas industriais, o número de empregos saltou de 548 para 10.518 e o PIB do setor passou de R$ 3,6 milhões em 2000 para R$ 2,9 bilhões em 2012! Tudo graças ao “desenvolvimentismo” do PT gaúcho.

Quem produz ou deixa de produzir, quem emprega ou desemprega são as empresas. Para o petismo, quando o nível de emprego sobe, quem os cria é o PT. Quando ele diminui, quem desemprega é a iniciativa privada. O que os governos podem fazer pelo desenvolvimento num sentido amplo é aquilo que o governo gaúcho não vem fazendo. As estradas estão abandonadas, a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) em situação pré-falimentar, a educação pública ideologizada e de má qualidade segue o estilo Paulo Freire, e uma hecatombe fiscal está desenhada para o próximo exercício.

Quem ressaltou muito bem essa hecatombe foi o economista e contador Darcy Francisco Carvalho dos Santos em artigo publicado no dia 20, também em Zero Hora. Ao término da analise que fez, de modo inspirado, ele anteviu assim o teor da contestação que viria dois dias depois: “A estratégia política encontrada é se refugiar em números de crescimento conjunturais do PIB, que nada têm a ver com as ações do governo estadual”. É atrás dos números que a realidade mais facilmente pode ser escondida.

27 de julho de 2014

O CASO ZUZU ANGEL

Foto aumenta suspeita de participação de Forças Armadas na morte de Zuzu Angel  



Uma fotografia do local do acidente que, supostamente, resultou na morte da estilista Zuzu Angel, em abril de 1976, aumentou as suspeitas da Comissão Nacional da Verdade (CNV) do envolvimento das Forças Armadas no caso.

A foto, apresentada pelo ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Espírito Santo Cláudio Guerra, mostra o coronel do Exército Freddie Perdigão ao fundo, perto do veículo acidentado. Apontado como autor de torturas e assassinato de pessoas durante o regime militar, Perdigão morreu na década de 90.

Mãe de Stuart Angel, integrante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) que desapareceu em 1971, após ter feito críticas ao regime, Zuzu deu projeção internacional ao caso e passou a ser considerada “presença incômoda para o regime, que tinha todo interesse em seu desaparecimento”, disse o presidente da CNV, Pedro Dallari. Segundo ele, a foto deixa claro que houve algum tipo de participação das forças militares no acidente ocorrido no Rio de Janeiro.

JUNTO AO VEÍCULO…

“A grande revelação [obtida durante os depoimentos feitos nesta semana] veio a partir do depoimento de Cláudio Guerra, que apresentou uma fotografia na qual o oficial das Forças Armadas Freddie Perdigão aparece junto ao veículo acidentado. Isso estabelece um vínculo muito forte entre as Forças Armadas, já que Perdigão era notório operador em casos de violação de direitos humanos, como a morte de Zuzu Angel”, disse Dallari. “Trata-se de uma foto nova. Ela não estava nos autos do inquérito, e é uma revelação e documento muito importante”, acrescentou.

Dallari lembra que as Forças Armadas sempre negaram relação com o acidente que resultou na morte de Zuzu. “Há muitas semelhanças entre essa foto e outras usadas pela perícia na época do acidente. Todas tinham o mesmo padrão. É por isso acreditamos que ela tenha sido feita pelos peritos. Nossas suspeitas de envolvimento dos militares no caso foram reforçadas depois que o Cláudio nos contou que, ainda na década de 80, foi procurado por Perdigão, preocupado com a foto tirada”, informou o presidente da CNV.

Ainda segundo Dallari, Perdigão teria confessado a Cláudio Guerra participação no planejamento e na simulação do acidente de Zuzu Angel. “As investigações certamente, confirmarão essa hipótese”, completou.

POPULAÇÃO CRESCE MAIS QUE PIB E A RENDA PER CAPITA DIMINUI


Na Folha de São Paulo a reportagem está assinada por Cláudia Rolli e Tatiana Freitas, enquanto no Globo a matéria é de Geralda Doca, Marta Beck e Rennan Setti, mas os temas e as fontes são os mesmos: Boletim Focus do Banco Central reduziu a perspectiva de crescimento do Produto Interno bruto este ano para um patamar entre 0,9 e 1%. O índice coincide com o calculado pelo Banco Santander.

Resultado muito ruim. Primeiro, porque a taxa demográfica é calculada pelo IBGE na escala de 1,2%: nascem 1,9, morrem 0,7% ao ano. População avançando acima do PIB significa recuo na renda per capita, indicador fundamental para o desenvolvimento. Em segundo lugar, destaca O Globo, o IPCA está apontando para uma inflação de 6,4%. Maior do que os reajustes de salário. O reflexo atinge a sociedade como um todo em face da perda do poder aquisitivo.

Os juros aplicados às compras a crédito continuam no mundo da lua, ao lado de uma retração de consumo. Tanto assim que empresas que passaram a vender menos decidiram vender mais energia que possuem em estoque. O destino é o mercado livre de curto prazo, cujos preços são elevados.
Todos esses fatores convergem e conduzem para ampliar os índices de insatisfação social e o governo necessita agir com firmeza para revertê-los, sobretudo porque nos encontramos num ano eleitoral com a disputa presidencial fixada para daqui a três meses e uma semana.

PESSIMISMO

O Boletim Focus encontra-se pessimista, não prevendo melhora do quadro econômico até às eleições. Surpreendente tal posicionamento, sobretudo expressado por uma entidade vinculada ao Banco Central. Não é possível que não vislumbre ele, sem trocadilho, nenhum foco de esperança no horizonte.

Provavelmente sem que sua direção sentisse  ou percebesse, o Focus proporcionou um panorama que serviu à oposição e não ao Planalto. Não ao governo, portanto, ao qual está administrativamente vinculado. Passou uma forte dose de pessimismo, que inevitavelmente se acrescenta ao clima negativo que partiu  da derrota por sete a um da Seleção Brasileira, clima que ainda vai perdurar por vários meses envolvendo a população, portanto, o eleitorado brasileiro.

O governo  Dilma Rousseff necessita reagir a tempo e mobilizar suas equipes e suas correntes de comunicação com a opinião pública para desfazer o derrotismo injetado na atmosfera nacional.
Não é possível que não exista uma fonte de reação, sobretudo no momento em que a campanha eleitoral está prestes a se iniciar através dos horários gratuitos na televisão e no rádio. Inclusive possuindo um espaço bem maior do que aquele que os seus adversários somados vão utilizar, Dilma Rousseff terá de preenchê-lo. E fazê-lo de forma positiva, otimista e convincente.

Em matéria de marqueteiro, não poderia haver alguém mais capacitado do que João Santana. Pode haver igual, mas não mais capacitado para a função. A propósito: por que a presidente da República não ouve Santana a respeito da divulgação dada pelo Boletim Focus aos números que confrontam o índice demográfico, o PIB e o aumento da inflação?

27 de julho de 2014
Pedro do Coutto

ERRO DE OBAMA PÕE ALEMANHA E EUA NUM DISTANCIAMENTO SEM PRECEDENTES

 



Dia 10 de julho, o governo alemão exigiu a imediata saída do país do chefe da missão da CIA-EUA em Berlim. Não é exigência absolutamente inusual, mesmo entre aliados ostensivos. Inusual é que a expulsão tenha sido anunciada publicamente com barulho máximo. O que explicará o que para alguns já é “um distanciamento sem precedentes” nas relações entre EUA e a República Federal Alemã Federal, sempre muito próximas desde 1945?

Em apenas um dia o assunto apareceu em dois espaços importantes: num editorial do Los Angeles Times e em reportagem da revista alemã Der Spiegel. Os dois artigos são pessimistas quanto à possibilidade de o tal distanciamento poder ser ‘reparado’ rapidamente, se é que será possível alguma reparação.

O editorial do Los Angeles Times, escrito por Jacob Heilbrun, leva o título de “A ruptura germano-estadounidense”. A palavra “ruptura” é inequívoca. Ou quase. Depois de fazer um panorama de vários comentários alemães, Heilbrun finaliza com uma nota de alerta:
“Se Obama não conseguir controlar a espionagem contra a Alemanha, logo descobrirá que seus espiões estão ajudando a converter um aliado em adversário. Obama, se disser auf wiedersehen [adeus] a aliado de tantos anos, estará aplicando tal golpe contra a segurança nacional, que quantidade alguma de informação secreta conseguirá jamais justificar”.

NO “DER SPIEGEL”

Se Heilbrun já parece ter bem pouca esperança de que seu ponto de vista seja levado em consideração em Washington, ainda pior é o que se lê na matéria de fundo de Der Spiegel da mesma data. É texto longo e leva o título de “Quem a Alemanha escolherá: EUA ou Rússia?” Um dos subtítulos da matéria é “A gota que fez transbordar o copo”. A opinião citada não é de alguém da ‘esquerda’ ou que tivesse trabalhado a favor de relações mais próximas com a Rússia. A fonte é, bem diferente disso, um típico promotor da economia de livre mercado, conservador e pilar de sustentação das relações com os EUA, presidente de uma organização chamada “Ponte Atlântica”.

Em tom de desespero, diz: “Se for verdade o que se ouve sobre espionagem, tem de parar imediatamente.” A fonte é bem clara: não fala de iniciar discussões e negociações para ‘reduzir’ a espionagem. Fala de “parar” e de “parar imediatamente”.

Há ainda alguns detalhes que têm de interessantes o que têm de incômodos para os EUA: o embaixador dos EUA na Alemanha não fala alemão. O embaixador russo, por sua vez, é falante tão competente do alemão, que praticamente não se percebe o sotaque. A entrada do gabinete do embaixador dos EUA é cercada de mais segurança do que a se vê no Salão Oval da Casa Branca. A entrada da embaixada russa é tão fácil e desimpedida que até surpreende.

DISTANCIAMENTO

O distanciamento em que se veem hoje EUA e Alemanha será mesmo sem precedente, repetino e imprevisível? Por hora, todos os jornais importantes e menores na Alemanha, EUA, França, Grã-Bretanha e outros países estão publicando comentários, analisando causas e tentando prever desdobramentos. De modo geral, todos os comentaristas procuram alguém a quem atribuir responsabilidades. Os suspeitos de sempre são a Agência de Segurança Nacional dos EUA e o presidente Obama. Mas será só isso, ou serão só esses os culpados?

Em outras palavras: as coisas poderiam ser diferentes? Poderiam, com certeza, nos detalhes. O governo dos EUA agiu de modo torpe, estúpido, sem dúvida. Mas o problema é estrutural. Não se trata só de erros conjunturais ou da estupidez de que esteja no poder nos EUA.

O problema básico é que os EUA estão, já há algum tempo, em rota de decadência geopolítica. A coisa não agrada aos EUA. De fato, os EUA não ‘aceitam’ essa realidade, não sabem como lidar com ela e tendem sempre a minimizar o que os EUA estão perdendo. Assim, tentam restaurar o que já é irrestaurável: a ‘liderança’ norte-americana (leia-se: a hegemonia) dos EUA no sistema-mundo.

E isso faz dos EUA ator muito perigoso. Não é pequeno o número de agentes agentes políticos nos EUA que têm clamado por alguma espécie de “ação” decisiva – seja lá o que isso signifique. E as eleições nos EUA podem dependem em grande parte de como os atores políticos norte-americanos jogam esse jogo.

MEDIDAS PREVENTIVAS

Contra isso, precisamente, é que líderes europeus em geral começam a tomar suas próprias providências preventivas. Agora, chegou a vez da chanceler Angela Merkel. Os EUA converteram-se em sócio muito pouco confiável. Por isso, mesmo os que, na Alemanha e em outros países da Europa vivam ainda a nostalgia do ninho quente do ‘mundo livre’ começam a aproximar-se dos menos nostálgicos e cuidam de encontrar meios para sobreviver geopoliticamente sem os Estados Unidos.

Isso, precisamente, os está empurrando para a alternativa lógica: um teto europeu que inclua a Rússia.
E conforme alemães e europeus em general movem-se inexoravelmente nessa direção, os seus problemas mudam.
Se não podem confiar nos EUA, poderão realmente confiar na Rússia? E o mais importante: poderão chegar a algum acordo com os russos que os russos considerem importante e necessário cumprir?

Podem apostar: Isso é o que se discute nos círculos internos do governo alemão, hoje. Absolutamente ninguém está discutindo como reparar a brecha irreparável na confiança que afastou os alemães, dos EUA.
(artigo enviado por Sergio Caldieri)

27 de julho de 2014
Immanuel Wallerstein
Al-Jazeera
 

FILHOS DE GANDHI

 

Quanto aos bebês, [refiro-me à decisão de ter dito não à maternidade] já ouvi coisas tão absurdas quanto ‘quem vai cuidar de você quando você ficar velha?’.
Por aí, dá para perceber que o filho – fruto de um culto insano da necessidade do homem de autoperpetuar-se – tem significados assustadores.
O homem, por razões medievais. A mulher, por uma espécie de desvio cultural, principalmente as menos questionadoras, que faz com que elas ainda acreditem que só serão vistas como fêmeas que ‘prestam’ se fizerem filhos e, [dado muito importante], mostrarem para todo mundo.
A cria é uma espécie de troféu ou atestado de utilidade. Mulheres que imaginam que se tornam divindades por serem mães e acreditam que este seja o único caminho para a elevação – como se Cristo, Gandhi, Buda, Maomé e Madre Teresa tivessem parido alguém.
 
A segunda etapa [a divulgação] parece ser mais importante que a primeira. Hoje em dia, se alguém disser para uma mulher que  ela só poderá fotografar seu bebê depois de sair da Perinatal Barra ou depois que o bebê fizer um ano, ela é capaz de desistir da idéia de parir ou considerar o nascimento de seu ‘herdeiro’ [como são chamados os reféns em revistas de celebridades] um fiasco ou um revés.
 
O feito precisa ser visto e documentado. Ele é símbolo de uma conquista, mesmo que imposta. Ele é o fruto do sucesso, do amor divino, do casal que se ama tanto, mas tanto, que precisa fazer viver [eles chamam de eternizar] um ‘pedacinho’ deles. E, como nada é mais confortante do que resolver o problema do outro ao invés do seu, eles – os bebês –  chegam para preencher esse vazio, essa lacuna chamada discernimento.
 
Quando ouço uma mãe dizer: ‘Depois que tive filhos não tenho tempo nem para respirar’, a seguinte legenda me vem à cabeça: ‘Agora, não tenho mais tempo para pensar em mim. Abandonei meus problemas, meus projetos que não dariam certo e vou despejar meus sonhos e frustrações nesse refém que exibo como meu grande feito’. Confesso que em alguns casos também penso no bebê como garantia, inclusive de renda.
 
Eu, que nunca quis ser mãe, e escrevi sobre o assunto com 34 anos, para a revista tpm, já ouvi coisas terríveis da boca desse bando de parideiras inconsequentes. Até ‘você não gosta de crianças?’ já tive que levar para casa, calada. Procriar é uma imposição medíocre da sociedade, ao menos em países em involução, como o Brasil.
 
Por pior [e ainda mais medíocre] que pareça, acho o tal golpe da barriga explícito, louvável. Admiro muito a Luciana Gimenez por ter feito um filho com o Mick Jagger. Ela sim merece aplausos. Gol de placa, em todos os sentidos. Gerou um ícone e não um troféu[zinho] qualquer. E, mesmo assim, é chamada de burra.
 
O mais interessante ou intrigante é que a maioria não parece ter consciência de estar praticando um dos esportes mais radicais do mundo. E, sem consciência, fica tudo mais tranquilo. Aliás, fica tudo divino, maravilhoso, lembrando que até debaixo d’água era mais gostoso. E, se a criança tiver problemas, ainda assim, é presente de Deus [com D maíusculo]. Não é por acaso, é carma, é aprendizado. Até benção eles viram.
 
post scriptum: e basta meu sobrinho, João, que esta noite dormiu na casa da titia, entrar no meu quarto, com um sorriso lindo [ainda de chupeta] e me pedir colo para eu dar graças a deus por existirem mulheres que não pensam como eu.
 
27 de julho de 2014
Silvia Pilz

UMA BREVE HISTÓRIA DA MEDICINA


Eu tenho uma dor de ouvido.
 
2000 a.C. - Aqui, coma essas raízes.1000 d.C. - Raízes são pagãs, reze.
1850 d.C. - Rezas são superstição, beba essa poção.
1940 d.C. - Essa poção é óleo de cobra, tome essa pílula.
1985 d.C. - Essa pílula é inócua, tome esse antibiótico.
2000 d.C. - Antibiótico é artificial, coma essa raiz.


27 DE JULHO DE 2014

INFORMAÇÕES INÚTEIS

 
(obs: as informações abaixo não foram confirmadas)

- Se você gritar durante oito anos, sete meses e seis dias, produzirá energia sonora suficiente para esquentar uma xícara de café. (Acho que não vale a pena!)

- Se você soltar pum direto durante seis anos e nove meses, produzirá gás suficiente para criar a energia de uma bomba atômica. (Agora sim!)

- A pressão produzida pelo coração humano ao bater é suficiente para espirrar sangue a uma distância de 9 metros.

- O orgasmo de um porco dura 30 minutos. (Na próxima encarnação, quero ser um porco!)

- Bater com a cabeça contra a parede consome 150 calorias por hora. (Hora de emagrecer!!!)

- Os humanos e os golfinhos são as únicas espécies que copulam por prazer. (É por isso que o Flipper está sempre sorrindo? E por que o porco não está incluído nessa lista???)

- De um modo geral, as pessoas têm mais medo de aranhas do que da morte.

- O músculo mais forte do corpo é a língua. (Hummmmmmmmmm...)

- O crocodilo não consegue mostrar a língua.

- A formiga consegue levantar 50 vezes o seu peso, puxar 30 vezes o seu peso e sempre cai para o lado direito quando intoxicada. (Por beber o quê??? O governo pagou por essa pesquisa???)

- Os ursos polares são canhotos. (Quem descobriu isso? Quem liga?!)

- A pulga consegue pular a uma distância correspondente a 350 vezes o comprimento do seu corpo. É como se um ser humano pulasse a distância de um campo de futebol.

- A barata consegue sobreviver por nove dias sem a cabeça antes de morrer de fome. (Blééérrrghhh!!!)

- O louva-a-deus macho não consegue copular com a cabeça presa ao corpo. A fêmea inicia o ritual de acasalamento arrancando fora a cabeça do macho.

- Alguns leões copulam mais de 50 vezes por dia. (Na próxima encarnação, eu continuo querendo ser um porco... Mas, se não puder, quero ser um leão.)

- O paladar das borboletas está nos pés.

- Os elefantes são os únicos animais que não conseguem pular.

- O olho de uma avestruz é maior do que o seu cérebro. (Conheço algumas pessoas assim...)

- Estrelas-do-mar não têm cérebro. (Conheço algumas pessoas assim também!)

- E não se esqueça: se alguém encher o teu saco, você precisa usar 42 músculos da face para franzir a testa. MAS, só precisa de 4 músculos para esticar o braço e dar um soco na cara desse pentelho!


27 DE JULHO DE 2014

SABEDORIA DE MURPHY. AS CEM MELHORES LEIS, TESTADAS E VIVIDAS POR TODOS NÓS...

1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior
maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

2. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.

3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do
manual.

4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.

5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que
causar mais prejuízo.

6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir
driblá-las, uma quinta surgirá do nada.

7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para:
a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já o tinha previsto em
seu último relatório.

8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.

9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.

10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim,
acontece.

11. Em qualquer fórmula, as constantes (especialmente as registradas nos
manuais de engenharia) deverão ser consideradas variáveis.

12. As peças que exigem maior manutenção ficarão no local mais inacessível
do aparelho.

13. Se você tem alguma coisa há muito tempo, pode jogar fora. Se você jogar
fora alguma coisa que tem há muito tempo, vai precisar dela logo, logo.

14. Você sempre encontra aquilo que não está procurando.

15. Quando te ligam: a) se você tem caneta, não tem papel. b) se tem papel
não tem caneta. c) se tem ambos ninguém liga.

16. A Natureza está sempre à favor da falha.

17. Entre dois acontecimentos prováveis, sempre acontece um improvável.

18. Quase tudo é mais fácil de enfiar do que de tirar.

19. Mesmo o objeto mais inanimado tem movimento suficiente para ficar na sua
frente e provocar uma canelada.

20. Qualquer esforço para se agarrar um objeto em queda provocará mais
destruição do que se deixássemos o objeto cair naturalmente.

21. A única falta que o juiz de futebol apita com absoluta certeza é aquela
em que ele está absolutamente errado.

22. Por mais bem feito que seja o seu trabalho, o patrão sempre achará onde
criticá-lo.

23. Nenhum patrão mantém um empregado que está certo o tempo todo.

24. Toda solução cria novos problemas.

25. Quando político fala em corrupção, os verbos são sempre usados no
passado.

26. Você nunca vai pegar engarrafamento ou sinal fechado se saiu cedo demais
para algum lugar.

27. Os assuntos mais simples são aqueles dos quais você não entende nada.

28. Dois monólogos não fazem um diálogo.

29. Se você é capaz de distinguir entre o bom e o mal conselho, então você
não precisa de conselho.

30. Ninguém ficará batendo na sua porta, ou telefonando para você, se não
houver trabalho algum a ser feito.

31. O trabalho mais chato é também o que menos paga.

32. Errar é humano. Perdoar não é a política da empresa.

33. Toda a idéia revolucionária provoca três estágios: 1º. é impossível -
não perca meu tempo. 2º. é possível, mas não vale o esforço 3º. eu sempre
disse que era uma boa idéia.

34. A informação que obriga a uma mudança radical no projeto sempre chega ao
projetista depois do trabalho terminado, executado e funcionando
maravilhosamente (também conhecida como síndrome do: "Porra! Mas só
agora!!!").
35. Um homem com um relógio sabe a hora certa. Um homem com dois relógios
sabe apenas a média.

36. Inteligência tem limite. Burrice não.

37. Seis fases de um projeto: Entusiasmo; Desilusão; Pânico; Busca dos
culpados; Punição dos inocentes; Glória aos não participantes.

38. Conversas sérias, que são necessárias, só acontecem quando você está com
pressa.
39. Não se dorme até que os filhos façam cinco anos.

40. Não se dorme depois que eles fazem quinze.

41. O orçamento necessário é sempre o dobro do previsto. O tempo necessário
é o triplo.

42. As variáveis variam menos que as constantes.

43. Pais que te amam não te deixam fazer nada. Pais liberais, não estão nem
ai para você.

44. Entregas de caminhão que normalmente levam um dia levarão cinco quando
você depender da entrega.

45. O único filho que ronca é o que quer dormir com você.

46. Assim que tiver esgotado todas as suas possibilidades e confessado seu
fracasso, haverá uma solução simples e óbvia, claramente visível a qualquer
outro idiota.

47. Qualquer programa quando começa a funcionar já está obsoleto.

48. Nenhuma bola vai parar em um vaso que você odeia.

49. Só quando um programa já está sendo usado há seis meses, é que se
descobre um erro fundamental.

50. Crianças nunca ficam quietas para tirar fotos, e ficam absolutamente
imóveis diante de uma câmera filmadora.

51. Nenhuma criança limpa quer colo.

52. A ferramenta quando cai no chão sempre rola para o canto mais
inacessível do aposento. A caminho do canto, a ferramenta acerta primeiro o
seu dedão.

53. Guia prático para a ciência moderna: a) Se se mexe, pertence à biologia.
b) Se fede, pertence à química. c) Se não funciona, pertence à física. d) Se
ninguém entende, é matemática. e) Se não faz sentido, é psicologia.

54. O vírus que seu computador pegou, só ataca os arquivos que não tem
cópia.

55. O número de exceções sempre ultrapassa o numero de regras. E há sempre
exceções às exceções já estabelecidas.

56. Seja qual for o defeito do seu computador, ele vai desaparecer na frente
de um técnico, retornando assim que ele se retirar.

57. Se ela está te dando mole, é feia. Se é bonita, está acompanhada. Se
está sozinha, você está acompanhado.

58. Se o curso que você desejava fazer só tem n vagas, pode ter certeza de
que você será o candidato n + 1 a tentar se matricular.

59. Oitenta por cento do exame final que você prestará, será baseado na
única aula que você perdeu, baseada no único livro que você não leu.

60. Cada professor parte do pressuposto de que você não tem mais o que
fazer, senão estudar a matéria dele.

61. A citação mais valiosa para a sua redação será aquela em que você não
consegue lembrar o nome do autor.

62. Caras legais são feios. Caras bonitos não são legais. Caras bonitos e
legais são gays.

63. A maioria dos trabalhos manuais exigem três mãos para serem executados.

64. As porcas que sobraram de um trabalho nunca se encaixam nos parafusos
que também sobraram.

65. Quanto mais cuidadosamente você planejar um trabalho, maior será sua
confusão mental quando algo der errado.

66. Tudo é possível. Apenas não muito provável.

67. Em qualquer circuito eletrônico, o componente de vida mais curta será
instalado no lugar de mais difícil acesso.

68. Qualquer desenho de circuito eletrônico irá conter: uma peça obsoleta,
duas impossíveis de encontrar, e três ainda sendo testadas.

69. O dia de hoje foi realmente necessário?

70. A luz no fim do túnel, é o trem vindo na sua direção.

71. A vida é uma droga. E você ainda reencarna.

72. Se está escrito "Tamanho Único", é porque não serve em ninguém.

73. Se o sapato serve, é feio!

74. Nunca há horas suficientes em um dia, mas sempre há muitos dias antes do
sábado.

75. Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.

76. A beleza está à flor da pele, mas a feiúra vai até o osso!

77. A informação mais necessária é sempre a menos disponível.

78. A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é
proporcional ao valor do carpete.

79. Confiança é aquele sentimento que você tem antes de compreender a
situação.

80. A fila do lado sempre anda mais rápido.

81. Nada é tão ruim que não possa piorar.

82. O material é danificado segundo a proporção direta do seu valor.

83. Se você está se sentindo bem, não se preocupe. Isso passa.

84. No ciclismo, não importa para onde você vai; é sempre morro acima e
contra o vento.

85. Por mais tomadas que se tenham em casa, os móveis estão sempre na
frente.

86. Existem dois tipos de esparadrapo: o que não gruda, e o que não sai.

87. Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.

88. Você sabe que é um dia ruim quando: O sol nasce no oeste; você pula da
cama e erra o chão; o passarinho cantando lá fora é um urubu; seu bichinho
de cerâmica te morde.

89. Por que será que números errados nunca estão ocupados?

90. Mas você nunca vai usar todo esse espaço de Winchester!

91. Se você não está confuso, não está prestando atenção.

92. Na guerra, o inimigo ataca em duas ocasiões: quando ele está preparado,
e quando você não está.

93. Tudo que começa bem, termina mal. Tudo que começa mal, termina pior.

94. Amigos vêm e se vão, inimigos se acumulam.

95. "Pilhas não incluídas"

96. Você só precisará de um documento quando, espontaneamente, ele se mover
do lugar que você o deixou para o lugar onde você não irá encontrá-lo.

97. As crianças são incríveis. Em geral, elas repetem palavra por palavra
aquilo que você não deveria ter dito.

98. Uma maneira de se parar um cavalo de corrida é apostar nele.

99. Toda partícula que voa sempre encontra um olho.

100. Um morro nunca desce.


27 DE JULHO DE 2014

UM VÍDEO HISTÓRICO. PENSE MUITO ANTES DE VOTAR. SUA ESCOLHA DECIDE O FUTURO DO BRASIL!