"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

JUIZ SÉRGIO MORO É CONDECORADO EM SOLENIDADE MILITAR

Curitiba (PR) - 16 de dezembro de 2015 - Em solenidade realizada no 20º Batalhão de Infantaria Blindado, o juiz federal Sérgio Moro é condecorado com a Ordem do Mérito Cívico, concedida pela Liga de Defesa Nacional.



Imagens: Joél Lobo (Facebook)

25 de dezembro de 2015

IGREJA AINDA NÃO CONSEGUIU EXPLICAR A RESSURREIÇÃO DE CIRO GOMES


Ciro prometeu abrir o mar de lama em Brasília com seu cajado


ESPÍRITO SANTO – Intrigado com a liturgia política brasileira, o papa Francisco tem se debruçado sobre o enigma da ressurreição de Ciro Gomes. “Irmãos e irmãs, nem eu, nem Deus, nem Caetano Veloso seríamos capazes de explicar o que desencadeou o milagre do renascimento político de Ciro Gomes”, reconheceu, exaurido. “Lavo minhas mãos”, completou.

Registros do Vaticano, no entanto, mostram que os pilares da unção de Gomes começaram a desabrochar no início da derrocada do Império Rousseff. 
“Houve uma conjunção raríssima de três fatores: a emergência do Anti Cristo, que saiu da Presidência da Telerj para a Câmara dos Deputados; a movimentação insuspeita de Judas na vice-presidência; e, por fim, o anjo caído petista”, teorizou Leonardo Boff para, em seguida, pedir o impeachment de Pôncio Pilatos.

Confrontado com o processo que pode levar à canonização do ex-governador do Ceará em 2018, papa Francisco advertiu, num discurso aos fiéis na praça de são Pedro: “Ciro Gomes é o lobo de Ciro Gomes”.


25 de dezembro de 2015
The Piaui Herald

TÁ TUDO DOMINADO...


O SALVO-CONDUTO PARA OS MALFEITORES
 É assim que as instituições estão funcionando
 
Sabe por que Lewandowski não acatou o pedido de Rodrigo Janot para tirar o chefe dos mensaleiros, Zé Dirceu do regime de prisão domiciliar e colocá-lo de volta na Papuda? Ora, porque Lewandowski está aparelhado pelo Palácio do Planalto. E já explico isso um pouquinho adiante.

Agora quero que você me diga por que Leewandowski empurrou Dirceu com a barriga para cima da Vara de  Sérgio Moro? Ora, pelas mesmas submissas razões: Lewandowski é subserviente ao Palácio do Planalto e, está maluco da vida para dar uma "enquadrada" nesse juizinho de instância inferior a sua Corte e todo metidinho a cantar de galo.

E então explico aqui e agora a vocês o que está acontecendo: Dilma Vana tem nas mãos um poderoso AI-13 constitucional: o indulto natalino. Pois ela assinou hoje o decreto que pode tirar da cadeia, gente boa condenada pelo STF como os companheiros Zé Dirceu, Valdemar Costa Neto, João Paulo Cunha, Delúbio Soares e até o delator voluntário do Mensalão, Roberto Jefferson.

E como é que isso acontece? Basta que o advogado, ou a pandilha de advogados, desse bando de aves raras entre com o pedido de liberdade, com base no generoso indulto natalino.

Pelas regras do indulto que a bondosa Dilma Vana perpetrou hoje, o prisioneiro que for por ele alcançado fica livre não só da cadeia, como de outras medidas judiciais, tais como o uso de tornozeleiras eletrônicas e apresentações periódicas à Justiça.

Dessas últimas flores do Lácio da politicalha nacional, todo aquele que já tiver cumprido um terço de uma pena que seja menor de oito anos de xelindró, tem direito ao benefício hoje assinado pela dadivosa presidente Dilma Vana.

Quem vai julgar as petições dos advogados dessa turma boa e batuta é o melífluo ministro Luís Roberto Barroso, relator das penas do Mensalão.

Deu agora para entender por que Lewandowski não aceitou o pedido do procurador-geral Rodrigo Janot?!? De minha parte acho melhor a gente entender sem dar. Tá tudo dominado. Simples assim.

RODAPÉ - A afronta e o deboche são maiores do que parecem, pois o indulto natalino é uma prerrogativa constitucional nessa democracia de gaveta. Esse decreto é assinado anualmente, conforme prevê a Constituição, seja lá quem for o presidente da República.

O notório saber jurídico de Lewandowski serviu para postergar a reincidência na ficha suja de Dirceu que voltaria às quatro paredes da penitenciária antes que saísse o salvo-conduto para o bando de malfeitores. É assim que "as instituições estão funcionando.


25 de dezembro de 2015
santório da notícia

CAPITALISMO NOS DEZ MANDAMENTOS?



Por isso votar nas esquerdas é tão imoral quanto o próprio sistema socialista, porque valida todas as faltas citadas à lei de Deus, e porque a cobiça manda o Estado roubar “dos ricos” para repartir “com o povo”.

“Em que parte da Bíblia há apoio para o capitalismo?”, me perguntam no rádio. Digo que principalmente nos Dez Mandamentos, o resumo da lei de Deus, ao condenar e proibir severamente todo tipo de abuso de poder e idolatria, incluindo a que se rende ao Estado. Porém, vamos por partes.

Primeiro, o que é o capitalismo? É o nome dado pelos comunistas ao “sistema de economia natural” ou de livre mercado que surgiu de maneira espontânea quando havia “governo limitado”, o sistema político que Deus ordena na Bíblia: em seus cinco primeiros livros, especialmente Deuteronômio. Ele já não existe porque em quase toda parte as esquerdas impuseram um governo totalitário e socialista sem limites, contrário à natureza das coisas, que o substituiu.
E o socialismo? É o oposto do capitalismo, e a forma atual de estatismo ou estatolatria. Como toda tirania, histórica ou atual, é uma transgressão completa e gravíssima de cada um dos dez mandamentos. Veja Êxodo 20 e compare:
  1. Não ter outros deuses. O socialismo é uma falsa religião, que nos impõe um falso deus: o mega-Estado totalitário, no qual se deposita toda a fé e esperança de salvação terrena, e ao qual se confere todos os atributos do Deus da verdade: sabedoria e providência, onipotência, onipresença, e plenitude de caridade e misericórdia. Exige-se para ele obediência incondicional, honra, glória e culto a partir da educação pública, que é sua catequese e discipulado.
  2. Não fazer imagens de escultura. Como era, por exemplo, o desfile de 1º de maio em Moscou? Com bandeiras gigantes de Marx e Engels, e do líder supremo da vez, sumo-sacerdote da liturgia. E os enormes mísseis, evidentes símbolos fálicos e do poder militar do deus-Estado. Com bandeiras e escudos, entoando hinos e cantos solenes, como no “Dia do Partido” da Alemanha nacional-socialista.
  3. Não tomar o nome de Deus em vão, para usá-lo com algum propósito periférico. É o que fazem as esquerdas religiosas, por exemplo, o socialismo sionista disfarçado de judaísmo; a “teologia da libertação” marxista disfarçada de catolicismo; o “evangelho social” travestido de protestantismo; e a “jihad” ou guerra santa política, como se fosse o genuíno islã.
  4. Guardar o dia do Senhor. Por que no domingo os socialistas fazem eleições, e as esquerdas “verdes” fecham ruas e interrompem o trânsito? Para dificultar os cultos, e as reuniões familiares; porque o socialismo é contra a igreja, a família, e contra tudo o que Deus abençoa.
  5. Honrar pai e mãe. Este Estado é “um deus ciumento”: rouba da família funções, liberdades e bens, a empobrece e anula; a destrói para ocupar seu lugar. O feminismo, criado pelo socialismo, põe o Estado como marido de todas as mulheres, e pai de todos os filhos, separados de suas famílias pela escola
    pública, onde o comunismo ensina a delatar aos pais “contrarrevolucionários”.
  6. Não matar. É um deus cruel e assassino. “O livro negro do comunismo”, editado na França (1997) por Stephane Courtois, registrou até agora uns cem milhões de mortos. E a conta segue...
  7. Não cometer imoralidade sexual. Ao marxismo clássico ou econômico do século 20, o “socialismo do século 21”, soma-se hoje o “marxismo cultural”, que em sua feroz investida contra a família, legitima o aborto e todo tipo de união sexual imaginável e inimaginável.
  8. Não roubar. O socialismo é um roubo. “Redistribuir a riqueza” é tomá-la de seus donos legítimos, todos nós que trabalhamos, com impostos excessivos, moedas sem lastro metálico e inflação galopante, crédito sem base em depósitos, dívida selvagem, pirâmides financeiras do tipo “seguro social” e outros confiscos.
  9. Não mentir. A mentira aparece sempre na lista pois serve para ocultar e dissimular ou justificar assassinatos, imoralidade e roubos. O socialismo é uma grande falsidade, para encobrir todos os seus delitos, montada sobre uma “teologia” estatista costurada em sofismas grosseiros, evidências e testemunhos truncados ou escamoteados, teorias forjadas, e especulações improváveis ou impossíveis.
  10. Não cobiçar. Os mandamentos anteriores protegem a vida, a família, a propriedade e trabalho, e a verdade; são os pilares e valores do capitalismo. E este, o décimo mandamento, põe uma proteção adicional, porque a maioria dos crimes começa pela cobiça, que é o princípio e a base ética do socialismo, assim como o trabalho produtivo e o desenvolvimento são princípio e base do capitalismo.

Por isso votar nas esquerdas é tão imoral quanto o próprio sistema socialista, porque valida todas as faltas citadas à lei de Deus, e porque a cobiça manda o Estado roubar “dos ricos” para repartir “com o povo”. Ainda que a realidade seja que os chefes e burocratas socialistas são deixados com todo o espojo e nada sobre para o povo; porém, esse é o castigo trazido pelas consequências do pecado!

Os socialistas “cristãos” dizem que a lei de Deus e, portanto, o capitalismo, são coisas do Antigo Testamento, não do Novo. Ah, é?! Pois assim se inverte o ônus da prova, e eles é que têm de mostrar no Novo Testamento onde se revogam os mandamentos, ou onde Jesus e seus apóstolos apoiam ou praticam o “cesarismo”, ou o socialismo. Somente um o pratica: aquele que “roubava da bolsa” (João 12.6).


25 de dezembro de 2015
Alberto Mansueti é advogado e cientista político.

Tradução: Márcio Santana Sobrinho

DECADÊNCIA E SUBMISSÃO


shNão lembro quem disse, mas, no fim das contas, um romance nada mais é que uma vida, a biografia de um personagem imaginário. Não necessariamente uma biografia completa, do berço ao túmulo, mas um apanhado dos episódios essenciais que marcam a figura de um destino individual de tal modo a fazer dele um símbolo, um modelo aproximativo de muitos destinos possíveis.
Em Soumission, de Michel Houellebecq (Paris, Flammarion, 2015), romance de sucesso mundial já traduzido no Brasil, a vida do personagem corre paralela à do seu país natal, num roteiro de decadência inelutável que  desemboca na submissão quase simultânea de ambos ao islamismo. O paralelo é realçado pelos nomes: François-France.
“Submissão”, em vez de “conversão”, é a palavra correta. François e a França não se convertem ao islamismo: caem dentro dele como corpos fatigados  que desabam na cama.
A história transcorre no ano de 2022, numa eleição nebulosa em que o Front Nacional ganha o voto majoritário no primeiro turno (34 por cento), tendo como principal concorrente a Fraternidade Muçulmana que, transformada em partido político, supera em votação os socialistas e a moribunda direita gaullista. O Front representa, em teoria, a identidade nacional francesa, mas muitos católicos lhe sonegam apoio porque são “demasiado terceiromundistas” (sic). Cenas de violência acompanham as eleições, mas, como só são noticiadas na mídia com muitos dias de atraso, tudo transcorre numa atmosfera de aparente normalidade. Para evitar a ascensão do Front Nacional ao poder, as facções minoritárias se aliam à Fraternidade e elegem presidente o muçulmano Mohammed Ben Abbes. É o velho mito comunista da “frente antifascista” restaurado, agora sob patrocínio islâmico.
O novo governante é um homem simpático e moderado, que mantém a ala radical sob rédea curta e faz toda sorte de concessões gentis aos partidos aliados, insistindo em manter sob controle islâmico tão somente... a educação nacional. De início estão todos felizes, porque parece que nada vai mudar substancialmente, mas François logo percebe a profundidade das reformas introduzidas por Ben Abbes quando vai dar suas lições de literatura na Universidade de Paris III – a Sorbonne -- e vê que a mais tradicional das universidades francesas, agora subsidiada por bilionários sauditas, virou oficialmente uma instituição islâmica na qual não há mais lugar para um agnóstico. Pouco após a demissão, convidado a dirigir a edição das obras do romancista J.-K. (Joris-Karl) Huysmans para a Bibliothèque de la Pléiade, ele vai a uma recepção elegante promovida pela editora Gallimard e nota que ali só há homens: as mulheres, no Islam, ficam em casa. Na escala maior da sociedade as mudanças não são menos portentosas: expelido o sexo feminino do mercado de trabalho, sobra emprego para todos os homens. Da noite para o dia, a França mudou de identidade sem nem mesmo perceber. Ben Abbes, o salvador da pátria, já sonha em integrar na Europa várias nações muçulmanas e restaurar o Império Romano em versão islamizada.
Ao longo da narrativa espalham-se muitas observações exatas sobre a lenta e inexorável decomposição cultural e ideológica da França, cada vez mais desprovida de uma autoridade moral e intelectual habilitada a infundir um sentido de ordem na vida nacional. Quando os partidos políticos, a Igreja, a Maçonaria, a intelectualidade e até o movimento nacionalista se mostram incapazes de compreender o enrosco em que se meteram, a entrada do Islam em cena surge como um alívio improvisado e humilhante, mas necessário: a nação confessa sua bancarrota e, com um pragmatismo entre derrotista e cínico, sem alegria nem tristeza, submete-se ao inevitável. Além de mostrar claramente aquilo que ninguém quer ver – que a força do Islam na Europa não está no terrorismo, e sim na imigração em massa --, a islamização da França, tal como a descreve Houellebecq, ilustra, mutatis mutandis, o conceito de “revolução passiva” de Antonio Gramsci.
Igualmente oportunista e leviana é a “conversão” do próprio François. Ela é magistralmente descrita sob a forma de um paralelo inverso com a biografia espiritual de J.-K. Huysmans. François é autor de uma tese universitária sobre o romancista de Là-Bas,  com a qual granjeou algum prestígio acadêmico. Huysmans, na juventude, envolveu-se em ocultismo e satanismo e, através de uma longa e atormentada crise espiritual, acabou se convertendo ao catolicismo, encerrando seus dias como oblata de uma ordem religiosa.
Nada de semelhante se passa com François. Sua aproximação com o Islam é tranqüila e sem dramas. Não tem, de fato, nenhuma profundidade espiritual. Mesmo a doutrinação que recebe é rala e brevíssima. Limita-se à leitura de um livreto de Robert Rediger, belga islamizado e discípulo de René Guénon, cuja ascensão na política francesa lhe permite viver com suas várias esposas – uma das quais de apenas quinze anos -- num casarão elegantíssimo outrora pertencente ao crítico Jean Paulhan (precursor do desconstrucionismo, portanto um dos pais da decomposição cultural), discursando sobre as virtudes do Islam e, contra o mandamento corânico expresso, bebendo vinho na maior tranqüilidade (um hábito que nos anos 80 notei ser muito comum entre intelectuais “perenialistas”  islamizados).
Os argumentos com que Rediger muda a cabeça de François são de uma leviandade a toda prova. Consistem de:
(1) Uma promessa de reintegrá-lo no corpo docente da Sorbonne.
(2) Uma apologia do intelligent design em termos genéricos que serviriam para qualquer religião.
(3) Um discurso sobre as belezas da poligamia do ponto de vista darwiniano: condena os fracos e pobres ao celibato e oferece aos homens de prestígio, como por exemplo um professor universitário, o acesso fácil a mulheres..
Para o quarentão François, é uma oferta irrecusável. Após perder sua última namorada, uma moça judia que foge para Israel para escapar do anti-semitismo crescente na terra do capitão Dreyfus, ele se convence de que já não tem sex appeal, de que sua vida amorosa chegou ao fim: busca alívio na bebida e nas prostitutas, com as quais se entrega a toda sorte de extravagâncias eróticas sem nenhum prazer. O que Rediger lhe oferece é a restauração, por via legal, da virilidade evanescente: no Islam todos os casamentos são arranjados à distância por meio de alcoviteiras e da instituição dos dotes, poupando aos tímidos, fracos e velhos os desafios da conquista amorosa e favorecendo, em vez dos atrativos viris, a mera superioridade financeira (nem François nem seu novo guru percebem que isso vai contra o princípio da seleção natural).
Tal como a aliança da direita e da esquerda com a Fraternidade Muçulmana, a conversão de François é um arranjo de ocasião, improvisado sem qualquer exame de suas implicações morais e existenciais de longo prazo. François apenas contempla as mocinhas tímidas, mudas e indefesas que se substituíram às ousadas feministas da época pré-islâmica, e conclui, com uma espécie de cinismo inconsciente:
-- Não terei nada a lamentar.
No meio da narrativa, François, instigado por um amigo, faz uma visita à abadia de Rocamadour, imponente monumento da arquitetura medieval e foco de peregrinação tradicional onde se dera a conversão de J.-K. Huysmans ao catolicismo. Mas justamente ali, onde o autor de La Cathédrale vivenciara as mais profundas e arrebatadoras experiências espirituais, ele sente uma vaga emoção estética ante o ritual gregoriano e sai imune a toda mensagem cristã.
Sem nenhuma hostilidade especial ao cristianismo, ele aceita sem exame nem entusiasmo o argumento de Rediger contra a Encarnação, baseado exclusivamente no desprezo à espécie humana: Deus não desceria do Seu Trono de Majestade para se misturar com essa gentalha.
É impossível enxergar em Soumission o menor elemento autobiográfico: Houellebecq jamais freqüentou uma universidade (teve de documentar-se para descrever a vida na Sorbonne) e, com toda a evidência, não se identifica com o personagem central, cujo merecido desprezo por si mesmo transparece a cada linha da narração na primeira pessoa. Houellebecq é um daqueles gozadores a um tempo sádicos e discretos, que demolem tudo sem dar a impressão de estar fazendo nada de mais.
O duplo paralelismo – direto com o do destino nacional francês, inverso com a vida de J.-K. Huysmans – é a chave da sutil estrutura narrativa de Soumission: desaparecida do horizonte mental qualquer referência exceto museológica à experiência cristã, esfarelada a consciência entre mil e um artificialismos culturais e ideológicos – do desconstrucionismo ao darwinismo cínico da Nouvelle Droite --,  a alma da nação e a do indivíduo caem juntas no leito cômodo do fato consumado.

Publicado no Diário do Comércio.
25 de dezembro de 2015
Olavo de Carvalho

MENSAGEM DE NATAL À VÍTIMAS DE 2015



2015 foi um ano que fez vítimas. Penso nos 9 milhões de desempregados, nos 70 mil assassinados, na volta da inflação, nos que foram às ruas contra a corrupção, nos que não aguentam mais a mentira e o crime estabelecidos como método de governo.

Neste Natal recebi inúmeros cumprimentos e manifestações de apoio por parte de leitores, amigos, cidadãos que acompanharam meu trabalho no Jornal de Londrina -- que, como todos sabem, circulou pela última vez no dia 18, uma semana atrás. É impossível agradecer aqui a cada um dos que se manifestaram. Mas o faço, com o coração nas mãos, a todos. Muito obrigado!
Eis que, no dia 23, recebo um comentário diferente. Veio de um professor da universidade, o Sr. Jaime Sant'Anna, a quem eu carinhosamente chamo de Santa. Do alto de sua estabilidade no emprego e de seu polpudo salário, pago com o dinheiro dos nossos impostos, Santa declarou-se satisfeito com o meu dissabor:
"Chupa, sr. Briguet. Acho que o senhor devia voltar a estudar -- coisa que abandonou há muito tempo -- e dar novo rumo pra sua vida. Quem sabe, ainda dá tempo de recomeçar numa outra área".
Ao ler o comentário de Santa, lembrei-me de uma frase de Bernanos: "O Inferno é não poder amar nunca mais". Fiquei pensando nos motivos que levam um professor universitário, com mais de 40 anos e um doutorado nas costas, a procurar o site de um cronista só para dizer que está feliz com a sua dor. Não devem ser motivos muito nobres. Talvez tenham alguma relação com problemas de consciência. Mal sabe ele que, em breve, terá uma notícia inesperada a meu respeito.
Alguns podem estranhar que eu tenha escolhido justamente o comentário de Santa para esta mensagem natalina. Mas eu acredito que não haja escolha mais apropriada. Jesus veio ao mundo exatamente porque a maioria dos homens agia -- e ainda age -- como o nosso professor universitário.
2015 foi um ano que fez vítimas. Penso nos 9 milhões de desempregados, nos 70 mil assassinados, na volta da inflação, nos que foram às ruas contra a corrupção, nos que não aguentam mais a mentira e o crime estabelecidos como método de governo. Penso no senhor de 102 anos que ficou sem o JL, nas mães que perderam seus filhos, no porteiro Claudinei que morreu trabalhando. Penso no golpe do AI-13, desferido nos últimos dias do ano. Penso até nos que aguardam, cheios de tremor e temor, a visita do japonês da Federal. Quero que a vida seja misericordiosa e justa com cada um deles. Não desejo a dor, nem a tristeza de ninguém. Desejo a verdade, a beleza e o bem.
2015 não foi um ano que nós vivemos, foi um ano que nós sofremos. Mas a existência da dor é o melhor caminho para descobrimos a existência da graça. "Cruz, esperança única", escreveu Edith Stein. Mesmo quando alguém se regozija com o nosso sofrimento -- como fez o professor Santa --, a melhor resposta é voltar a outra face. Voltar a outra face, ao contrário do que supõem os leitores apressados do Evangelho, não é aceitar passivamente o golpe: é expor a natureza absurda do mal. É dizer que existe outro caminho, e que seguiremos por ele, ainda que seja preciso carregar uma cruz.
Feliz Natal, Santa. Feliz Natal, amigos.
25 de dezembro de 2015
Paulo Briguet é jornalista e escritor.

'VAI TRABALHAR, VAGABUNDO'

Chico Buarque bate boca com grupo antipetista e posta sua canção ‘Vai trabalhar, vagabundo’. Leiam e respondam quem seria o VAGABUNDO?



Nesta quarta-feira (23), o cantor e compositor Chico Buarque postou em seu perfil no Facebook o vídeo em que foi hostilizado por um grupo no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. No último dia 14, o músico saía de um restaurante quando foi questionado por jovens sobre o fato de ser petista e ouviu ironias sobre um possível apartamento dele em Paris.
“Você é um merda, quero ouvir da sua boca: quem apoia o PT o que é?”, perguntou um dos jovens. “É petista”, respondeu Chico Buarque. O vídeo da discussão “viralizou” nas redes sociais.

Antes de compartilhar as imagens da discussão, em sua primeira manifestação pública após o bate-boca no Leblon, o compositor postou um vídeo de uma de suas mais famosas canções, “Vai trabalhar, vagabundo”.


A presidente Dilma Rousseff aproveitou a oportunidade para prestar solidariedade ao petista Chico Buarque. Ela também usou as redes sociais para postar: “Minha solidariedade a Chico Buarque, um dos maiores artistas brasileiros, que foi hostilizado no Rio por conta de suas posições políticas. O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com as diferenças. Não podemos aceitar o ódio e a intolerância”, escreveu a presidente.

Quando, em 2010, Chico declarou apoio a Dilma, a pedido do apedeuta lobista, sua irmã, Ana de Hollanda, ganhou de presente o comando do Ministério da Cultura, onde fez uma administração pífia e muito criticada. No rastro desse mimo, a família de Chico Buarque foi beneficiada com algo que em países minimamente sérios é considerado tráfico de influência.

Sobrinha do cantor, Bebel Gilberto recebeu R$ 1,9 milhão por meio da Lei Rouanet, o que só é possível com a anuência do Ministério da Cultura. Ou seja, à época a titia entrou em cena para dar uma mãozinha. Thaís Gulin, namorada de Chico, recebeu R$ 800 mil também através da Lei Rouanet. Carlinhos Brown, genro de Chico, recebeu, também através da Lei Rouanet, R$ 996 mil (ele inventou a enfadonha caxirola, um dos micos da Copa do Mundo de 2014).
Mas a “Ópera do Malandro” não para por aí. O filme “Chico, o Artista e o Tempo”, recebeu R$ 4,4 milhões pela Lei Rouanet. Com a ajuda do Ministério da Cultura (leia-se da irmã que era ministra da pasta), Chico recebeu dinheiro oficial para traduzir ao idioma coreano o livro “Leite Derramado”. Coisa de governo populista e que finge preocupar-se com o povo.

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25 DE DEZEMBRO DE 2015
VEJA

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25 de dezembro de 2015

CALOTE PRESIDENCIAL

CRIME: DILMA NÃO PAGOU O BNDES DESDE 2010
PRESIDENTE ADIOU REPASSES DESDE 2010 E ROMBO É DE R$ 20 BILHÕES


PRESIDENTE ADIOU REPASSES DESDE 2010 E ROMBO É DE R$ 20 BILHÕES
Um dos mais graves crimes de responsabilidade cometidos por Dilma é a falta de repasses da União ao BNDES, desde 2010, para pagar despesas relativas à subvenção econômica de equalização de taxa de juros no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Ou seja, o governo Dilma inventou um programa para financiar empresas amigas e não pagou o banco oficial que realizava os financiamentos.

O PSI oferece linha de crédito do BNDES para a compra e a exportação de bens de capital e investimentos em pesquisa e inovação.

Em 2012, quando o saldo devido pela União era de R$ 6,7 bilhões, Dilma editou portaria prorrogando por 24 meses o prazo para pagar.

Em junho de 2014, o saldo a pagar com a equalização da taxa de juros montaria a R$ 19,6 bilhões, se não fosse postergado o pagamento.



25 de dezembro de 2015
diário do poder