O calendário traz o ano de 2025, e com ele chegam as retrospectivas e profecias!
Sempre fico intrigado com esse modelo, que parece propor uma descontinuidade do tempo, algo mais ou menos assim: terminou 2024, começou 2025! O tempo mensurado pela vontade do homem!
Essa "descontinuidade" do tempo, dá às pessoas, a sensação de que "vai começar tudo de novo", de que o que vivemos terminou, e temos agora um novo recomeço, sem passado, onde podemos propor planos para o futuro, sem que o passado mostre a sua cara feia, e aponte o dedo para as propostas que fizemos no ano novo anterior, e que não cumprimos.
Gostamos de nos iludir, de pensar que tudo é muito fácil! E vem aquela esperança, que se move exatamente na direção da conquista sem esforços!
Gostamos de misturar os sonhos com a realidade, uma forma de embriagues, em que o racional fica meio submerso no emocional... Gostamos, enfim, de suprimir as frustrações, que a realidade nos impõe, por que dura é a Lei, mas é a Lei. Dura lex sed lex.
Mas como disse inicialmente, percebo uma certa inconsistência nas várias retrospectivas que a mídia joga no ar. Fico pensando com os meus botões, quantas retrospectivas poderiam ser aventadas? E por que aquelas, que nos são impostas, como as mais verdadeiras e importantes? O que escondem de nós? Quantos acontecimentos importantíssimos são omitidos, fazendo-nos crer que vivemos no melhor dos mundos possíveis, quando sabemos que há guerras perversas, terrorismos e genocídios em nome de qualquer mito ou mentira?
Misturam nas retrospectivas, as profecias de um futuro edificante, em que a espécie humana atingiria um elevado grau tecnológico, que nos levaria ao paraíso... Seríamos seres virtuosos, promovidos por tecnologias, que sequer podemos imaginar, irão, com certeza, acontecer, e nos elevar a seres dignos do "amai-vos uns aos outros"!
As tecnologias tornaram-se o centro das nossas maiores e melhores oportunidades de alcançarmos o melhor possível da natureza humana.
Sentimentos, afetos, empatia pelo próximo... ah! o Amor! parece que são emoções tratadas com pouca importância. Parece que chegamos a aridez dos desertos, em que a essência do ser humano, não revela o valor da prosperidade, não serve para consumo, talvez até dificulte, pois obedece a uma outra escala de valores.
Mas enfim, chegamos a 2025!! Sugiro que façamos a nossa própria retrospectiva, isto é, a retrospectiva, não dos acontecimentos do mundo, mas a dos nossos atos no decorrer do ano findo de 2024. E se possível, as nossas profecias!!
Ela nos apontará para alguns acertos necessários, rumos melhores, e nos dará a alegria de termos acertado em vários outros pontos importantes.
A retrospectiva dos fatos e acontecimentos do mundo, acontecem na esfera de poderes, dos quais muitos ignoramos! E sobre os quais não temos controle.
Alea jacta est! Como diziam os romanos...