“ Se os desonestos brasileiros voassem, nós nunca veríamos o sol.”
(DA) Em várias oportunidades me diverti assistindo o seriado do Chaves, com vários personagens do cotidiano daquela vila, entre os quais a figura do Nhonho, filho do dono e explorador dos compartimentos ali instalados.
Sempre arrotando as facilidades financeiras, oriunda, em principio das explorações do pai, e já fermentando as suas próprias. Mas, vez por outra, tomava suas cacetadas, e ia chorar suas mágoas no colo do papai.
Me parece que os recentes episódios da política nacional, se resumem aparentemente, nos acontecimentos da referida vila. Como não conseguem voltar aos hábitos da velha política, o Presidente da Câmara dos Deputados resolveu apelar para um tipo de chantagem que pode levar a um entornar do caldo.
Sua popularidade é a mais baixa possível, em uma sociedade cansada de ser lesada por uma verdadeira quadrilha que tenta, de todas as formas, não perder a vontade de botar as mãos nos cofres do Estado.
E com a prisão do sogro, o senhor Rodrigo Maia ficou irritadinho. E o pior, é que resolveram colocar para andar, a investigação sobre suspeitas de corrupção dele e do pai. Isso mexeu demais com o humor do reizinho, que resolveu se insubordinar e colocar as propostas da Previdência e do Sergio Moro, para as calendas gregas.
Ou seja: pouco lhe importa se o país necessita dessas reformas, e de outras. Ele quer continuar com as velhas práticas que arrombaram os cofres da Nação. Está na base do meu pirão primeiro, e o povo que se exploda, como diria Justo Verissimo.
Com isso se alia ao que há de pior dentro do STF, e acha que está seguro, o que, na minha humilde opinião, poderá ser um erro fatal.
Em uma nação com uma frágil democracia, poderá nos levar a uma tomada de posição de forças nacionalistas, o que poderá nos trazer muitos anos de indefinições. Alias, entendo que a culpa dessa situação está nos eleitores que, apesar de terem trocado muitos deputados, infelizmente ainda deixaram alguns que não merecem ostentar o titulo de representantes do povo.
O melhor que o senhor Maia pode fazer, e deixar de fazer política com o fígado, e tratar de agir com mais inteligência. Se algo acontecer de ruim neste país, ele pode ter a certeza de que não terá como escapar para o seu país de origem, o Chile, como fez seu pai no passado.
Agora, foi impagável assistir alguns petistas de alta linhagem, se posicionando com o Temer Livre. Até ontem ele era o traidor, agora que está em cana, virou companheiro novamente.
Coisas da política de nações culturalmente subdesenvolvidas. Mas como diz o Zagaia, falta muita gente em Curitiba. Aguardemos os próximos lances desse joguinho das contas de vidro, enquanto nós, o povo, vamos pagando as contas.
28 de março de 2019
CARLOS PINTO
(jornalista)