Durante os treze desvairados anos dos governos dos presidentes Lula e Dilma, o Estado brasileiro - idolatrado e defendido nos discursos do PT-, foi severamente desfigurado. Deixou de representar o conjunto da sociedade – e de bem servi-la-, para converter-se num ente subordinado a interesses (nem sempre republicanos!) de grupelhos da referida agremiação e de seus acólitos.
Ao longo desses anos, para a infelicidade do Brasil, instituições de relevo da administração pública foram tratadas como presas de guerra.
Ao longo desses anos, para a infelicidade do Brasil, instituições de relevo da administração pública foram tratadas como presas de guerra.
Ocuparam-nas ideólogos, pelegos ou meros oportunistas, cujos objetivos nunca foram os do interesse nacional – para eles um conceito vazio de substância – mas sempre os interesses do partido e de seus líderes.
Esses gestores destacaram-se mais pela lealdade do que pela competência.
Lula, em particular, governou como uma espécie de Luís XIV (L'Etat, c'est moi" ) tropicalizado, com o absolutismo de seu xará, temperado pelo populismo. Seus semelhantes, passados ou presentes (Mussolini, Fidel, Chávez, Trump) adotam a receita conhecida de buscar se apoderar da palavra e fazer dela o veículo específico de seu carisma.
Como observou o pensador mexicano Enrique Krauze, em seu magnífico decálogo em que define as artes e manhas do líder populista, este se sente como o intérprete supremo da verdade, falando com o público de maneira constante, atiçando suas paixões, ‘iluminando’ seu caminho, tudo fazendo sem limitações nem intermediários.
Lula, como os demais líderes populistas, compartilham um inato desprezo pela ordem, pela legalidade, pelas instituições da democracia liberal e pelas hierarquias. Acostumados a jogos matreiros de sedução pela palavra e pela eloquência, buscam os Lulas da vida cooptar com carinhos e agrados os que ousam se interpor em seu caminho, e com ameaças e punhos cerrados os que venham a insistir na oposição.
Quando obrigado a se colocar na situação de um cidadão como qualquer outro, Lula perde o rebolado. Acostumado desde sempre a ser tratado como um ser excepcional, ele reluta em respeitar os representantes do Estado.
Em seu último depoimento, em resposta formulada por uma jovem Procuradora da República, por duas vezes a ela se dirigiu chamando-a de ‘minha querida’.
Lula, em particular, governou como uma espécie de Luís XIV (L'Etat, c'est moi" ) tropicalizado, com o absolutismo de seu xará, temperado pelo populismo. Seus semelhantes, passados ou presentes (Mussolini, Fidel, Chávez, Trump) adotam a receita conhecida de buscar se apoderar da palavra e fazer dela o veículo específico de seu carisma.
Como observou o pensador mexicano Enrique Krauze, em seu magnífico decálogo em que define as artes e manhas do líder populista, este se sente como o intérprete supremo da verdade, falando com o público de maneira constante, atiçando suas paixões, ‘iluminando’ seu caminho, tudo fazendo sem limitações nem intermediários.
Lula, como os demais líderes populistas, compartilham um inato desprezo pela ordem, pela legalidade, pelas instituições da democracia liberal e pelas hierarquias. Acostumados a jogos matreiros de sedução pela palavra e pela eloquência, buscam os Lulas da vida cooptar com carinhos e agrados os que ousam se interpor em seu caminho, e com ameaças e punhos cerrados os que venham a insistir na oposição.
Quando obrigado a se colocar na situação de um cidadão como qualquer outro, Lula perde o rebolado. Acostumado desde sempre a ser tratado como um ser excepcional, ele reluta em respeitar os representantes do Estado.
Em seu último depoimento, em resposta formulada por uma jovem Procuradora da República, por duas vezes a ela se dirigiu chamando-a de ‘minha querida’.
A Procuradora o enquadrou. Lula reagiu (buscando outro recurso dos líderes populistas, que é o atiçamento da luta de classes) perguntando: “como quer que a chame, de doutora?”. Foi quando o juiz Moro interveio: “O senhor pode chama-la de doutora, ou de senhora Procuradora!”.
“Minha querida” é um termo comum, carinhoso, e pode ser usado por entre cônjuges, namorados; amigos e amigas numa conversa informal; entre dirigentes e “dirigentes” do PT nos diálogos entre si. Lula, sem saber que estava sendo gravado, chamou a então Presidente Dilma duas vezes de “querida”, no diálogo em que ela diz a Lula que o estava nomeando ministro (para evitar uma eventual prisão sem autorização do STF).
O vício faz a boca torta. Dilma não chamava seus chanceleres pelo nome, mas buscava reduzir sua relevância, inclusive no âmbito de sua equipe, chamando-os usando um termo geral : “ô Itamaraty, faça isso, ô Itamaraty, faça aquilo’.
Que Lula guarde o termo ‘minha querida’ para o trato com quem quiser, e com quem aceitar, mas que cuide de sua boca no trato com funcionários do Estado brasileiro.
15 de setembro de 2017
Pedro Luiz Rodrigues
“Minha querida” é um termo comum, carinhoso, e pode ser usado por entre cônjuges, namorados; amigos e amigas numa conversa informal; entre dirigentes e “dirigentes” do PT nos diálogos entre si. Lula, sem saber que estava sendo gravado, chamou a então Presidente Dilma duas vezes de “querida”, no diálogo em que ela diz a Lula que o estava nomeando ministro (para evitar uma eventual prisão sem autorização do STF).
O vício faz a boca torta. Dilma não chamava seus chanceleres pelo nome, mas buscava reduzir sua relevância, inclusive no âmbito de sua equipe, chamando-os usando um termo geral : “ô Itamaraty, faça isso, ô Itamaraty, faça aquilo’.
Que Lula guarde o termo ‘minha querida’ para o trato com quem quiser, e com quem aceitar, mas que cuide de sua boca no trato com funcionários do Estado brasileiro.
15 de setembro de 2017
Pedro Luiz Rodrigues