"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

CONTRA O FACEBOOK

Quanto mais amigos eu 'faço', mais me distancio das pessoas que são realmente importantes

Hoje comecei um teste. Decidi experimentar ficar sem o Facebook no meu celular. Se der certo, vou estender o experimento ao iPad e, quem sabe, também ao computador.

Impetuosa, botei o dedo sobre o ícone do aplicativo e esperei ele começar a tremelicar, como é a regra no iPhone. Ele tremelicou. Respirei fundo e apertei o pequeno xis, que simboliza o apagar. Veio o alerta: se apagar o aplicativo, todos os dados serão apagados também.

Que ameaça! Sei bem que não basta apagar o aplicativo para todos os dados pessoais sumirem do Facebook. Isto requer outro tipo de iniciativa. Então por que mentem? O Facebook vai dizer que é coisa da Apple. A Apple pode responder que trabalha com "padrões de mercado". E a gente que reclame nas redes sociais!

Suponho que esse tipo de ameaça seja apenas um dos maus hábitos da indústria de aplicativos (ou "'éps", da abreviatura em inglês "apps", como os mais pedantes se referem a "software" hoje em dia). Nessa indústria, o número de "usuários" valoriza um negócio, ainda que os "usuários" sejam "inativos", o que a empresa só vai informar se não tiver como ocultar. Isto me lembra Rubens Ricupero, aquele ministro da Fazenda que, sem saber que o sinal já estava aberto para antenas parabólicas, disse à TV Globo: "O que é bom a gente fatura; o que é ruim, esconde-se!"

O fato é que sumi com o aplicativo do Facebook. Senti uma sensação boa. Aproveitei o entusiasmo e apaguei também os aplicativos do LinkedIn, do Lulu (que instalei para testar e achei simplesmente péssimo) e até do Viber (algo entre o Skype e o WhatsApp). Combinei comigo mesma que vou observar o que acontecerá com as minhas mãos da próxima vez que ficar à toa com o telefone na mão. Será que vou tremer? Será que entrarei na App Store e baixarei tudo de novo? Ou vou me esquecer aos poucos dessa mania de ficar fazendo a ronda na internet, checando as atualizações das redes e esperando reações a cada coisa que publico, nem sei bem por quê?

Sério mesmo: o Facebook é a maior perda de tempo que conheci na vida. Quanto mais amigos eu "faço", mais me distancio das pessoas que são realmente importantes para mim. A fatalidade é que sempre perco informações de quem me importa no meio da balbúrdia da multidão a que estou conectada.

Quando fiz essa observação outro dia, o engenheiro Luís Villani comentou que eu havia descoberto o "segredo de Tostines". Evocava a memória de uma velha propaganda de televisão, que explorou o seguinte mote: o biscoito vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? O Facebook é relevante porque estamos conectados a pessoas relevantes ou o Facebook é medíocre porque nossos "amigos" são medíocres? Ou uma rede social teria a capacidade de deixar as pessoas medíocres?

Será que nós, brasileiros, parecemos tão "sociáveis" porque achamos rude não aceitar "pedidos de amizade"? Será que supervalorizamos nossa imagem "popular", por isso colecionamos conexões como se fossem figurinhas de um álbum da Copa? Vamos fazer o quê? Começar de novo? E por que não?

DIÁRIO DE UM REPÓRTER


 
03 de fevereiro de 2014
Joaquim Ferreira dos Santos, O Globo

A LÓGICA DO TAMANCO

Nada disso, porém, motivou essa mudança ministerial: o centro da questão é mobilizar o Estado, nos limites do possível, visando a reeleição da presidente Dilma Rousseff

Houve um tempo em que a política era monopólio dos diplomatas, militares e políticos propriamente ditos. Os partidos davam as cartas nos regimes republicanos ou nas monarquias parlamentaristas de forma quase absoluta; nas ditaduras, os militares. Com a ampliação da democracia, a partir do fortalecimento dos sindicatos e demais agências da sociedade civil, e também com a importância crescente dos meios de comunicação, esse monopólio foi quebrado. Surgiu a política dos cidadãos, cada vez mais poderosa com o advento da internet e o surgimento, no seu rastro, das redes sociais. O cientista político Marco Aurélio Nogueira, que tem um livro bacana intitulado As possibilidades da política (Editora Paz e Terra), além dos políticos e dos cidadãos, destaca que hoje também é importante o papel dos técnicos na política, ou seja da burocracia pública, principalmente a comprometida com o Estado de direito democrático.

Hoje, acabam os recessos do Legislativo e do Judiciário. O governo Dilma Rousseff envia sua mensagem ao Congresso com uma cara menos feminina, mais endurecida: a ministra Gleisi Hoffmann passa o comando da Casa Civil para Aloizio Mercadante, ex-ministro da Educação, cuja missão é subordinar as ações do governo ao projeto da reeleição; a jornalista Helena Chagas, querida e respeitada pela maioria de seus colegas, passa o cargo para o porta-voz Thomas Traumann, que vai adotar o estilo “bateu, levou”. É uma espécie de troca do elegante scarpin pelo tamanco na mão, a luta eleitoral começou.

É a política dos políticos. Estão em jogo não apenas a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas também a eventual volta ao poder do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, como ele mesmo anuncia. Se a candidata naufragar entre o carnaval e o fim da Copa do Mundo, Lula vira candidato já. É que há um mar proceloso lá fora, com a crise rondando os países emergentes, a começar pela Argentina, e as turbulências provocadas nos seus mercados da periferia pela recuperação econômica dos Estados Unidos e da Europa e o baixo crescimento da China; há também uma inquietação social aqui dentro, com 50 milhões de jovens querendo agarrar o seu futuro com as próprias mãos, dos quais 10 milhões não trabalham nem estudam por falta de oportunidades; e há, ainda, o desconforto causado pelos péssimos serviços públicos prestados à nova e à velha classe média, muito longe do que deveria ser a contrapartida da elevada carga tributária que nós pagamos.

Técnicos e cidadãos

Nada disso, porém, motivou essa mudança ministerial: o centro da questão é mobilizar o Estado, nos limites do possível, visando a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a ampliação do poder do PT, se possível em São Paulo e Minas Gerais, isto é, uma operação de cerco e aniquilamento da oposição. É aí que entra a política dos técnicos, em especial a alta burocracia do país, responsável por zelar pela legitimidade dos meios utilizados na ação política administrativa. Uma parte considerável da alta burocracia, sobretudo a mais estratégica, é ocupada por militantes petistas, que agora pretendem mostrar a que vieram. Mas tudo tem um limite e sempre haverá o testemunho solitário e a teimosia honrada do servidor de carreira empenhado em cumprir o seu dever, que não deixa fazer o que não se deve, como aquele diplomata que foi para a geladeira porque cumpriu seu dever na Bolívia. Talvez não seja tão fácil manipular a máquina federal eleitoralmente.

A troca de comando na Comunicação Social é outro passo para a implementação dessa estratégia, considerando-se que o governo tem para gastar, nos próximos meses, o equivalente à média anual de todos os recursos da sua verba de publicidade. Vem por aí um oba-oba federal, que aliás já começou, para sufocar a oposição, principalmente nas disputas regionais, de maneira a criar um ambiente de já ganhou favorável ao governismo. O Brasil passou por situação muito semelhante na Copa do Mundo de 1970, no México, em que fomos campeões do mundo. Foi o período mais tenebroso do regime militar, mas havia o “milagre econômico” e a propaganda funcionou. O general Garrastazu Médici, presidente da época, era tão popular que ia aos estádios de radinho de pilha no ouvido e era aplaudido ao chegar.

Mas resta a política dos cidadãos, que discutem, se organizam e se mobilizam pelas redes sociais, numa espécie de guerra de movimento “ que se contrapõe à “guerra de posições” na qual se encastelam o governo e a oposição. Pode ser aí que se decida as eleições.

 
03 de fevereiro de 2014
Luiz Carlos Azedo, Correio Braziliense

REVISTA VEJA: CARTA AO LEITOR

 
Com a Argentina virando Venezuela e a Venezuela virando Zimbábue, o Brasil teve em mãos — e perdeu — uma oportunidade excepcional de demonstrar ao mundo quanto somos diferentes dessas nações inviáveis, desprovidas de justiça funcional, sistema político sadio e instituições sólidas. Era a chance de o Brasil erguer a cabeça acima da manada de países minados pelo populismo irresponsável e ser visto pela comunidade financeira internacional como a referência de estabilidade, serenidade e compromisso com o desenvolvimento e o progresso social na América Latina. Mas a presidente Dilma Rousseff não percebeu o momento. Na tradicional reunião econômica em Davos, diante de uma audiência de grandes investidores, a presidente fez um discurso redundante ("o controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são essenciais"; "a estabilidade da moeda é um valor central") e insuficiente para reacender o interesse internacional pelo Brasil.

Depois de uma controversa escala em Portugal, Dilma voou para Cuba, onde confraternizou com a gerontocracia comunista. Uma reportagem desta edição de VEJA mostra como a emissão desses sinais desconexos prejudica a imagem do Brasil, que nada tem a ganhar com a presença de Dilma na inauguração de um porto cubano feito, sob contrato secreto, com dinheiro dos contribuintes brasileiros. Muito dinheiro: 682 milhões de dólares. Isso tudo depois que a Sunrise, a maior trading de importação da China, anunciou o cancelamento da importação de 2 milhões de toneladas de soja do Brasil por causa de atrasos provocados pelo congestionamento no embarque em nossos portos. São fatos tão desastrosos que até a sonolenta oposição brasileira se sentiu revigorada. O senador Aécio Neves resumiu a situação: "Finalmente a presidente Dilma inaugurou sua primeira grande obra. Pena que não foi no Brasil".

Antes se dizia, com metáfora gasta, mas válida, que o Brasil deveria deixar de querer ser o primeiro vagão do Terceiro Mundo para se concentrar em ser o último do Primeiro Mundo. Por ofensiva, essa divisão hierárquica do planeta com base na renda per capita caiu em desuso. Mas, no que diz respeito ao Brasil, é melancólico constatar que o governo não demonstra interesse em nos engajar no grupo das nações industrializadas e competitivas. Somos percebidos hoje como um país de menor potencial do que a Colômbia, o Chile, o México e até o Peru.

O contraste mais marcante entre o Brasil e esses novos tigres latino-americanos não está apenas no desempenho econômico. A diferença não é de grau. É de natureza. Colômbia, Chile, México e Peru, sejam seus presidentes mais à direita ou mais à esquerda, pouco importa, abandonaram a pesada carga de atraso que historicamente carregavam para se inserir na corrente civilizatória baseada na economia de mercado como o grande motor do desenvolvimento. O governo brasileiro, no entanto, insiste em flertar com o abismo.

A ECONOMIA NAS MÃOS DO STF

 
 
03 de fevereiro de 2014
Maílson da Nóbrega, Revista Veja

ROLEZINHO EM LISBOA

Da comitiva da presidente Dilma acomodada nos melhores hotéis de Lisboa ao apartamento com aluguel de 54.000 dólares ao mês ocupado pelo embaixador Guilherme Patriota em Nova York, o Brasil oficial continua a dar shows de embasbacar os gringos. Aqui dentro se incendeiam ônibus, caminhão com a caçamba erguida derruba passarela de pedestre, a polícia dá tiro em manifestante que a ameaça com estilete e, para completar os temores do turista que se apresta a vir para a Copa do Mundo, há até o caso, num bairro de Campinas (SP), em que esses santos propugnadores da paz, da concórdia e da comunicação entre os homens, que são os carteiros, precisam da companhia de um segurança para bem cumprir seu trabalho. Já lá fora, ah!, lá brilhamos.

O caso de Dilma é intrigante. O Palácio do Planalto escondeu que, entre os compromissos oficiais na Suíça e em Cuba, a presidente e sua portentosa comitiva fariam escala de algumas horas em Portugal. Quando a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo flagrou a brasileirada em Lisboa, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo explicou (ou foi constrangido a explicar) que se tratou de decisão de última hora, tomada no próprio dia da partida. Os mesmos repórteres do Estado apuraram, no entanto, que desde dois dias antes o governo português fora avisado da passagem da presidente brasileira e havia sido feita a reserva no premiado restaurante onde Dilma jantaria. Ao segredo se juntava a mentira, e sobravam duas indagações. Primeira: por que o segredo? Segunda: como foi possível guardá-lo, entre os cinqüenta e tantos membros da comitiva?

Nas tentativas de resposta, tateia-se entre conjeturas. Estaria programada uma grande farra em Portugal, entre um compromisso e outro? Não, Dilma não é disso. Teria a presidente encontro com autoridades portuguesas, ou de terceiro país, para cujo sucesso o sigilo seria vital? Não, não se vislumbra na política externa brasileira item que levasse a tal necessidade. Quereria ela esconder que jantaria no Eleven, restaurante com recomendação do Guia Michelin e soberba vista para o Tejo? Ora, se Dilma e acompanhantes pagaram eles próprios a conta, cada um a sua parte, como a presidente houve por bem esclarecer de viva voz, por que escondê-lo? Ou quereria ocultar que a comitiva ocuparia 45 quartos dos nobres hotéis Ritz e Tivoli? Ora, para a missa inaugural do papa Francisco ela também se fez acompanhar de numerosa comitiva, hospedou-se no hotel Westin Excelsior Roma (que se apresenta como "um ícone da dolce vita"), e não viu razão para ocultá-lo. Por que o faria agora?

Sobraria que a presidente, notória motoqueira nas noites de Brasília, fosse possuída daquele prazer secreto das pequenas transgressões, tanto mais saborosas quando cometidas sob o risco de ser descobertas, mas... Não, não fica bem ao colunista meter-se a intérprete da alma alheia, muito menos da alma presidencial. Voltamos à estaca zero — e nela ficamos, desamparados e impotentes. Quanto a manter o segredo entre tão numerosa comitiva, imagina-se que a informação tenha sido repassada com o máximo cuidado. "Vamos para Portugal, mas não conta para ninguém." "Para Portugal?" "Psiu, fala baixo." Alguns teriam sido informados só já a bordo do avião. "Por que Portugal?" "Não sei, a chefa não explicou." "Onde ficaremos hospedados?" "No Ritz." "Oba!"

No caso do embaixador Guilherme Patriota, por sinal irmão do ex-chanceler Antônio Patriota, que por sinal é seu chefe na missão brasileira junto às Nações Unidas, a justificativa-padrão para o soberbo imóvel alugado pelo Itamaraty para seu usufruto é que os representantes brasileiros se devem apresentar condignamente no exterior. Patriota 2-, segundo apurou a Folha de S.Paulo, tem como vizinhos de bairro Woody Allen, Madonna, Bono e Al Pacino. Que faz o representante de um país remediado, cujo desafio atual é manter-se acima da linha d"água que separa os emergentes dos que submergem, em tal companhia? Em vez do pretendido respeito que o endereço possa inspirar, é mais provável que ocorra o contrário.

Não foi Dilma quem inventou as luxuriantes viagens, acompanhada por portentosas comitivas, umas e outras de fazer inveja a ditadores africanos, nem foi Patriota quem introduziu entre os diplomatas brasileiros o hábito de escolher endereços de pasmar um astro do rock. Isso não os isenta de culpa. Antes a agravam, pelo pecado da reiteração. Poupemo-nos de repisar a cantilena do mau uso dos recursos públicos. Se ao menos eles se tocassem para o ridículo de tais situações... Não se tocam.

A ERVA DANINHA

 
 
03 de fevereiro de 2014
Luiz Felipe Pondé, Folha de SP

DA ESCASSEZ À ESCASSEZ


Você está entre os que esperam lógica, clareza e objetividade nas decisões do governo? Após três anos sem saber em que rumo vai seguir a economia, é bom estar preparado. Podem vir mais cinco anos do mesmo jeito

Na sua primeira viagem a Davos, para o grande evento internacional feito anualmente entre chefes de Estado, comandantes das maiores empresas do mundo, prêmios Nobel e daí para cima, a presidente Dilma Rousseff teve mais uma oportunidade de desvendar, para benefício do mundo (e dos brasileiros), o que passa por sua cabeça, neste momento, a respeito da seguinte questão: afinal, ela já chegou ou não, após três anos de governo, a alguma conclusão sobre o que pretende fazer com a economia? E, caso tenha chegado, pretende fazer o quê? Respostas com um mínimo de clareza e objetividade talvez sejam mais úteis do que se pensa. Sim, o país já cansou de dar atenção ou crédito a qualquer coisa que venha desse pesqueiro. Mas, na vida como ela é, o fato é que Dilma tem ainda um ano inteiro de mandato pela frente e, possivelmente, mais quatro a partir de 2015 — se o marqueteiro-mor João Santana, o homem mais competente do governo nos últimos anos, acertar de novo a mão na embalagem da candidata, e se o Tesouro Nacional investir na campanha as somas de dinheiro espantosas das quais se fala por aí. Junte a isso a força de seu padroeiro, o ex-presidente Lula — e o resultado é uma concorrente difícil de ser batida em qualquer circunstância, como vêm indicando as pesquisas. Mais cinco anos seguidos de Dilma, então? E um monte de tempo, pensando bem. Naturalmente, isso se saberá com certeza na hora adequada, mas a presidente daria desde já uma bela ajuda a todo mundo se conseguisse enfim explicar, de forma compreensível, coerente e realista, o que quer. E só isso: o que ela quer?

Não tem sido fácil, por mais que se preste atenção nas falas de Dilma, descobrir a lógica, a qualidade e a eficácia de suas decisões. Na verdade, a presidente não chega a ter propriamente uma política econômica — tem, no lugar onde deveria haver um projeto, uma mistura de desejos, crenças e opiniões a respeito de como a economia precisaria estar funcionando no Brasil e no mundo. Não é uma caminhada em linha reta. Seu pensamento vive embaralhado por números inúteis, fé em teorias de fracasso comprovado e uma enorme dificuldade de executar as próprias decisões — nada ou quase nada do que manda fazer é feito, levado a sério ou possível de ser executado na vida prática.

Parte disso é causada por algo simples e ao mesmo tempo triste: a falta de ideias e a resistência da presidente a estudar, ou sequer a considerar, qualquer ideia que não combine com as suas. E curioso: pela lei da oferta e procura, a Presidência da República deveria estar com fome e sede de ideias novas, produto em falta extrema em seu ambiente. Mas acontece o contrário: é um desses casos em que a escassez gera escassez.

A questão é agravada, é claro, pela opção da presidente em formar e manter há três anos um dos piores ministérios que o Brasil jamais teve. Não será daí, é óbvio, que sairão as ideias criativas, as transformações e as obras das quais o Brasil tanto precisa. O lendário comunicador americano David Ogilvy tinha um conselho-chave para todo indivíduo encarregado de administrar alguma coisa: se formarmos uma equipe com pessoas maiores do que nós, seremos uma empresa de gigantes. Dilma faz exatamente o contrário. Por questões de insegurança, cercou-se sempre de gente menor do que ela, jamais admitiu um ministro com capacidade para discutir qualquer de suas decisões e decidiu que a principal virtude de um colaborador é a mediocridade; pessoas assim concordam com tudo e nunca dão trabalho. Em compensação, nunca produzem nada de útil. O resultado é que a presidente formou um ministério de pigmeus.

Mais cinco anos assim? E bom estar preparado para tudo.
 

ISSO PODE?


A TRAGÉDIA E A COMÉDIA NA CAMPANHA ELEITORAL


 
03 de fevereiro de 2014
Eugenio Bucci, Revista Época

PATRIOTADA E MENTIRAS EM RELAÇÃO À COPA

 

Anda fazendo sucesso nas redes sociais um texto defendendo a realização da Copa do Mundo e atacando quem critica a realização do evento no Brasil. Esses últimos são acusados pelo autor de querer “azedar” o torneio e disseminar o “pânico” entre os turistas estrangeiros.

Além de doses delirantes de ufanismo, há ainda uma exaltação ao “legado” a ser deixado pelo Mundial. O autor ainda justifica o gasto de R$ 8 bilhões na construção e modernização dos estádios como sendo “apenas” 30% do total investido no país em razão do torneio. O restante, 70%, estaria sendo gasto em obras de infraestrutura, serviços e formação de mão de obra. Ou seja, a Copa serviu para transformar a obrigação básica de um governo em “legado”.

Mas, mesmo assim, faltando quatro meses para a Copa começar, onde estão as obras, onde está o legado a ser herdado? Alguém por acaso já conseguiu pegar o metrô na estação da Savassi e desembarcar na estação da Pampulha? E o aeroporto de Confins? E a geração de empregos? Belo Horizonte, segundo dados do próprio Ministério do Trabalho, foi a segunda capital com maior perda de vagas em 2013.

E o problema é generalizado. Na inauguração do estádio Arena das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Norte, servidores públicos federais protestaram contra as péssimas condições da saúde, da educação e da segurança no Estado. Seriam esses manifestantes pessoas mal-intencionadas querendo boicotar o governo Dilma, como sugere o texto pró-Copa? Ou seriam apenas pessoas legitimamente indignadas com a priorização dos gastos públicos em estádios de futebol no país oitavo colocado no número de adultos analfabetos, em um ranking com 150 nações.

PROTESTOS LEGÍTIMOS

Querer deslegitimar os protestos contra a Copa, como se eles fossem despolitizados ou manipulados pela direita conservadora, é desrespeitar quem menos vai lucrar com o Mundial. Se há um temor – e ele há e já é discutido pelo PT e pela cúpula do governo federal – de os protestos respingarem em uma vitória quase certa da presidente Dilma Rousseff, esse discurso tem de ser assumido e não mascarado por trás de teorias conspiratórias e teses recheadas de patriotismo e dados oficiais do Palácio do Planalto.

Nas manifestações antiCopa não existem donos de construtoras, banqueiros, empreiteiros. Esses são totalmente favoráveis à realização da Copa, pois são quem vai verdadeiramente ganhar. Quem está nas ruas são professores, médicos, estudantes e também, é claro, pessoas alienadas, massas de manobra e oposicionistas do governo Dilma. Faz parte do jogo.

Ao contrário do discurso disseminado por uma turma aí, querendo ditar como se deve manifestar – como se esse direito pertencesse a um grupo –, ao protestar contra Copa e pedir um país padrão Fifa, os manifestantes estão denunciando, sim, todas as mazelas do Judiciário, do Legislativo e do Executivo também. Se isso vai afetar as eleições e em qual proporção será esse impacto, são outros quinhentos.

(transcrito de O Tempo)

O PETISMO VIROU O PAÍS PELO AVESSO

           
O leitor destas linhas deve lembrar quando o país começou a rasgar ordens judiciais.

O mau exemplo do MST, que fazia isso como organização sem existência jurídica, primeiro dominou o modo de agir dos movimentos de esquerda à revelia da lei.

Depois, contaminou o próprio Poder Judiciário, dentro do qual surgiram tendências e associações determinadas a fazer pouco caso do Estado de Direito quando a lei contraria suas opiniões políticas. São todos eleitores do PT, claro, ou dos pequenos partidos que se amontoam no pouco espaço existente à esquerda do PT.

Foi tanta água mole batendo que se abriram rombos na antigamente chamada “ordem pública”. Agora, a ordem é a desordem. O petismo virou o país pelo avesso, como bem demonstra a recente greve dos rodoviários de Porto Alegre.

A justiça declarou a greve ilegal, mandou os ônibus voltarem ao serviço da população e impôs multa diária ao sindicato dos rodoviários em caso de descumprimento. O sindicato ignorou a determinação do TRT, que duplicou o valor da multa. Mas a categoria sabe bem em que país está e mandou o Tribunal catar coquinho.
Começou, então, o vandalismo contra os ônibus que saíssem às ruas. Num país de respeito, a polícia começaria a agir, certo? Mas não no Brasil, não no Rio Grande do Sul petista! Aqui a polícia cruza os braços por ordem superior e quem não gostar que vá se queixar nas urnas em 5 de outubro.

PREJUÍZOS

Já lá vai uma semana inteira, ao longo da qual as partes se retaliam e a população, sem ter quem defenda seus interesses como usuária dos serviços, vai marchando, docilmente, ao sol de 40 graus. Acumulam-se os prejuízos para todos, quer empregados, quer empregadores. Como aumentar salários com as tarifas congeladas e com irresponsáveis nas ruas querendo transporte grátis?

A greve dos rodoviários de Porto Alegre é apenas mais um ingrediente na escalada da violência civil. Ela cresce a cada dia, à medida em que os limites são testados e ultrapassados sem consequência alguma. Também a passividade contra o vandalismo é uma arma que o petismo usa muito bem, contanto que não lhe pisem nos mocassins nem se aproximem da soleira ou vidraças do Palácio Piratini.

03 de fevereiro de 2014
Percival Puggina

JOAQUIM BARBOSA MANDA PRENDER JOÃO PAULO CUNHA ESTE TERÇA-FEIRA

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, leu hoje (3), pessoalmente, a sua mensagem ao Congresso Nacional na abertura do ano legislativo.
Ele ressaltou a importância da harmonia institucional entre os Três Poderes como “liga mestra do nosso sistema de governo”, e desejou um ano “proveitoso e útil” para a resolução das questões relevantes ao país. “O Poder Judiciário congratula-se com o Congresso Nacional no contínuo diálogo e harmonia entre os poderes”, disse.
 
Barbosa citou as ações promovidas pelo Conselho Nacional de Justiça em 2013 para aumentar a transparência e a eficiência do Poder Judiciário, e reafirmou que “O Supremo Tribunal Federal continuará a dar curso à sua missão primordial, que é guardar a Constituição Federal”.
Ao chegar ao Congresso, Barbosa foi questionado se notificaria a Câmara sobre o mandato de prisão do deputado João Paulo Cunha (PT-SP). O ministro se limitou a dizer que “não há o que ser notificado”.

No início deste ano o ministro deu decisão definitiva, condenando Cunha no processo do mensalão, o que determina a prisão dele. No entanto, antes de sair de férias, Joaquim Barbosa não expediu o mandato de prisão para o deputado e a Câmara não foi notificada sobre a decisão. Por isso, apesar de condenado, João Paulo Cunha continua em liberdade aguardando posicionamento da Justiça.

###

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - Barbosa não assinou o mandado de prisão devido a problemas burocráticos da Secretaria do Supremo, e seus substitutos Carmen Lúcia e Ricardo Lewandowski se recusaram a fazê-lo. Amanhã, com a volta do Supremo ao trabalho normal, o mandado será enfim expedido. (C.N.)

03 de fevereiro de 2014
Mariana Jungmann e Luciano Nascimento
Agência Brasil

BRASIL: FALTA DINHEIRO PARA INFRAESTRUTURA, SAÚDE E EDUCAÇÃO, MAS SOBRAM BILHÕES PARA INVESTIR EM PORTO CUBANO

 


Somos um país de contrastes. Estradas péssimas e esburacadas matam milhares por ano. Ferrovias sucateadas não são capazes de transportar a nossa produção.

Nossa maior empresa de petróleo está mergulhada na maior dívida do mundo e perde valor a cada dia que passa. Temos uma mineração que afugenta os investidores ao invés de atraí-los.

No outro lado desta moeda investimos bilhões em estádios de futebol e, agora, em um porto na distante Cuba.

É isso mesmo que você, caro leitor, está lendo: estamos investindo 2,2 bilhões de reais em um porto cubano enquanto os nossos portos carecem de investimentos.

Tudo isso com o aval da Presidente Dilma Rousseff, que alegremente inaugurou o terminal portuário de Mariel, parcialmente financiado pelo nosso BNDES.
Mais uma, para nos fazer sentir o gosto amargo da desesperança.

(artigo enviado por Ricardo Sales)

03 de fevereiro de 2014
Pedro Jacobi

A IMPRENSA E O ENDEUSAMENTO DE BANDIDOS

 


 
O endeusamento de bandidos (principalmente traficantes) pela imprensa não é de hoje. Os mais velhos ainda devem se lembrar da minissérie noturna “Bandidos da Falange”, nos idos do assaltante Fernando da Gata, em que uma emissora procurava justificar as ações de bandidos, assaltantes e traficantes cariocas. A minissérie causava a simpatia e a admiração dos espectadores pelos traficantes, mesmo “sem querer, querendo”, e os levava a torcer contra a polícia, mostrando os bandidos sempre como “vítimas sociais”, pessoas de caráter e leais aos seus princípios, e as forças do Estado sempre “jogando sujo” contra eles.

É triste lembrar, mas na ocasião um pai atirou na própria filha (que havia se levantando durante a madrugada para beber água, sem ligar a luz) pensando que a silhueta dela fosse o pilantra, foragido da polícia na ocasião.

Na mesma emissora, no programa da noite de domingo,  várias entrevistas procuraram trocar a repulsa do cidadão ao delinquente pela admiração: já foram entrevistados ladrões de carros para que mostrassem a destreza criminosa abrindo vários veículos em poucos segundos; o bandido ficou “cheio da moral” com os colegas!

No mesmo programa, assaltantes também já ensinaram ao cidadão-vítima como se comportar durante um assalto para não atrapalhar a ação ou assustar o criminoso e não despertar sua ira.

BANDIDO SEM CULPA

Sempre que alguém morre em um assalto ou estupro, a primeira coisa que se pergunta ao homicida é se a vítima reagiu. Se reagiu, tudo bem! Estará perdoada e justificada a covarde ação do criminoso e os ânimos e repulsa do narrador do telejornal contra o bandido estarão apagados! Mesmo que o verme esteja mentindo, sua palavra será considerada verdadeira e justificará a morte da vítima. Nem mesmo uma mulher estuprada e morta fará o repórter abrir mão da pergunta:
“Ela reagiu?”
Se a reportagem for sobre uma rebelião carcerária, obrigatoriamente o repórter relatará se havia superlotação no presídio, mesmo que a causa da confusão tenha sido uma briga por um cigarro de maconha ou um acerto de contas entre iguais. Não importa: o número de vagas será computado como atenuante para os criminosos e justificativa para os piores crimes!

BANDIDO PALHAÇO

Lembro, ainda, que um traficante foi estrela naquele programa para retardados mentais apresentado das tardes de domingo. Acompanhado por uns engravatados, o traficante dizia-se arrependido e que tinha o grande sonho de trabalhar como palhaço.
Chorou feito mamoeiro lanhado. E com direito a close oftalmológico do cinegrafista nas lágrimas que lhe banhavam o rosto! No final do programa conseguiu o emprego que queria em um circo.
Mas por que o programa nunca foi ao circo para ver como o seu pupilo estava progredindo? Ou será que foi e as notícias que encontrou lá não estavam com o acordo com o “alinhamento filosófico” da emissora e não daria uma boa reportagem?

LEONARDO PAREJA

Quem não se lembra do ladrão goiano Leonardo Pareja? Numa revista semanal, ele mostrou aos leitores (e aos jovens) que a vida deve ser medida pelas emoções sentidas, mesmo que a ação resulte em morte, sofrimento e perdas materiais para as vítimas dessas emoções destrutivas. Pareja se transformou em estrela tão rapidamente que foi assassinado na cadeia pelos amigos, ofuscados de inveja com tanto brilho! Reportagem muito educativa para os jovens desnorteados!
E os apelidos simpáticos e carinhosos e o respeito demonstrado pela mídia na simples menção do nome desses criminosos? Deixa a impressão que tentam identificar uma pessoa cruel, assassina, torturadora e sem princípios como se fosse um parente nosso, alguém que “entraria pela nossa cozinha”, que tem a nossa simpatia e que tratamos com nomes carinhosos: Escadinha, Beira-mar, Marcinho, Nem, Coelho, Lindão, Ronaldinho, Marcelinho, Fofão, Fabinho, e por aí vai! Se o bandido tiver nome feio, não cai no gosto da mídia. E não vai ser endeusado.

03 de fevereiro de 2014
Francisco Vieira

JOGO DE CENA

João Paulo Cunha protagoniza ópera bufa e almoça com petistas acampados diante do STF

joao_paulo_06Condenado no julgamento do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional, o deputado federal João Paulo Cunha (SP) abusou mais uma vez do populismo barato e da vitimização.

O mensaleiro almoçou nesta segunda-feira (3) com militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que desde novembro estão acampados diante do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, para protestar contra as condenações dos envolvidos no esquema criminoso de cooptação de parlamentares por meio do pagamento de mesadas.

Com a conclusão da Ação Penal 470, João Paulo Cunha deve cumprir pena de prisão, cujo mandado deveria ter sido assinado pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF e relator do processo, que não o fez por conta das férias. Barbosa deixou o mandado de prisão para ser assinado por seus substitutos na presidência interina da Corte – a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e o ministro Ricardo Lewandowski – mas ambos refugaram diante da responsabilidade. Joaquim Barbosa reassumiu a presidência do STF nesta segunda-feira e qualquer momento pode expedir o mandado contra João Paulo Cunha, condenado a 9 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

Após o almoço com os acampados, o mensaleiro petista disse que tem recebido muitos apoios de parlamentares. “De ontem para hoje [domingo para segunda-feira], a quantidade de telefonemas que recebi de deputados me conforta demais”, declarou.

João Paulo Cunha é dono de personalidade egocêntrica e narcisista, mas agora, diante da iminência da prisão, resolve posar de inocente e humilde. Apenas para lembrar, nos dois anos em que esteve na presidência da Câmara dos Deputados, João Paulo teve a oportunidade de colocar em prática a sua vaidade. Circulava pelas ruas de Brasília a bordo de carro oficial, uma prerrogativa do cargo, mas exigia a presença de estridentes batedores, que com suas motocicletas rasgavam o trânsito da capital dos brasileiros com ruidosas sirenes instaladas.

Fora isso, João Paulo Cunha jamais agiu, nesse período, com a devida humildade. Tratava os colegas de Parlamento com arrogância e desdém, comportamento que a poucas horas de ser preso desapareceu.

Vale destacar que o petista tentou justificar o recebimento de quantia em dinheiro do esquema coordenado por Marcos Valério, mas acabou se enrolando. De início alegou que sua esposa, Márcia Milanésia da Cunha, teria ido à agência do Banco Rural, em Brasília, para pagar faturas de empresa de televisão a cabo, quando na verdade lá esteve para receber na boca do caixa recursos do “valerioduto”. Na sequência, ao perceber que a desculpa não decolou, João Paulo disse que o dinheiro tinha sido empregado na contratação de pesquisas de opinião na região de Osasco, cidade da Grande São Paulo e base político-eleitoral do mensaleiro.

Assim como as duas esfarrapadas desculpas apresentadas à época do escândalo do Mensalão do PT, essa falsa humildade de João Paulo Cunha não convence. Quem o conhece sabe que tudo não passa de encenação chicaneira, que segue script rabiscado pela cúpula do PT, cujo objetivo é martirizar os criminosos que integraram o esquema comandado por José Dirceu de Oliveira e Silva, já devidamente recolhido ao Complexo Penitenciário da Papuda.

03 de fevereiro de 2014
ucho.info

ÓLEO DE PEROBA

Dilma envia ao Congresso Nacional mensagem repleta de ufanismos e mentiras deslavadas

dilma_rousseff_369Mentir tornou-se algo tão corriqueiro no Palácio do Planalto, que os atuais ocupantes da sede do Executivo federal já consideram a mitomania como parte do mobiliário. Nesta segunda-feira (3), em mensagem enviada ao Congresso Nacional por ocasião da abertura dos trabalhos legislativos de 2014, a presidente Dilma Rousseff afirmou que espera contar com o Parlamento no esforço de equilíbrio fiscal e controle da inflação.

O governo da petista está recheado de incompetentes e desde o início vem perdendo a guerra contra a inflação, que em números reais está na casa de 20% ao ano, mas por causa do projeto de reeleição a presidente tenta dividir a responsabilidade com deputados e senadores, que estão prestes a cair em uma cilada palaciana. Apesar de a economia está cambaleante e a inflação oficial ter encerrado o ano acima do previsto pelo governo, Dilma destacou na mensagem que em 2013 o País teve melhoras econômicas.

Sete em cada dez brasileiros estão desesperados com os rumos da economia, mas Dilma consegue abusar da desfaçatez e mais uma vez comparar o Brasil com o país de Alice, aquele das fabulosas maravilhas. Os preços dos alimentos têm subido de forma preocupante, mas os palacianos creem que são a derradeira salvação do universo.

“As despesas com pessoal caíram de 4,7% para 4,2% do PIB. Esse esforço não seria concretizado sem a parceria com o Congresso. Reafirmo nossa determinação com medidas orientadas para a convergência da inflação para o centro da meta. O patamar de câmbio manteve-se em patamar adequado”, ressaltou Dilma Rousseff no comunicado que foi levado ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, pelo novo chefe da Casa Civil, o “irrevogável” e incompetente Aloizio Mercadante, criador do “autoplágio”.

A economia brasileira enfrenta uma crise resistente, sem que o governo do PT tenha encontrado ao menos uma medida capaz de conter o movimento que vem preocupando todos os setores da sociedade. A situação só tende a piorar, pois o governo deve gastar muito além do necessário por causa das eleições de outubro próximo, o que significa que investimentos serão feitos da maneira adequada.

Com a chegada de Lula, o lobista e dublê de alcaguete, o PT inaugurou uma fase de corrosão da economia, cujo objetivo foi alcançado em apenas uma década, período em que a população, anestesiada pelo consumo descontrolado e irresponsável, contemplava as bolhas de virtuosismo lançadas a partir do Palácio do Planalto. A realidade, dura, diga-se de passagem, desceu a rampa do palácio e conquistou as ruas, fincando em cada esquina a cangalha da crise. Mesmo assim, Dilma não se avexa em mentir aos brasileiros, afirmando que tudo está maravilhoso e que o PT, legenda vocacionada para a delinquência política, é a solução.

Enfim, como disse certa vez um conhecido comunista de boteco, “nunca antes na história deste país”. E os brasileiros de bem que se preparem, pois para consertar o estrago petista serão necessárias cinco décadas de esforço continuado.

03 de fevereiro de 2014
ucho.info

ADEUS VALE - PRIVATIZAÇÃO DE ARAQUE DEU LUGAR À ESTATIZAÇÃO PRA VALER (À MODA PT)

Eu já tratei do assunto aqui antes, mas como as notícias não são nada boas, vou voltar ao tema.


Conforme vocês podem perceber pelos gráficos acima, a Vale ainda é do governo. Os 3,2% na mão do FGTS, os 6,8% do Governo Federal e os 6,8% do BNESPar, já somam 16,8% das ações.
 
A Valepar, detentora de 53,5% das ações da Vale, por sua vez, tem em sua composição acionária o BNDESPar com 9,5%, e a Litel-Previ com 58,1%, que somam 67,6% das ações Valepar, Como é público e notório que a Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) é inteiramente dominada pelo PT e a tal Litel é da Previ, fica tudo em casa.
 
Isso tudo somado e ponderado, dá 53% da Vale na mão do governo do PT.
 
Como todos sabem, Lula não sossegou enquanto não tirou Roger Agnelli da presidência da Vale, o que só conseguiu quando já não era mais presidente da República, em abril de 2011. O problema entre Lula-PT e Agnelli sempre foi óbvio: enquanto Roger fazia uma gestão independente e administrativamente espetacular, dando pouca ou nenhuma bola para o governo, Lula insistia em politizar a Vale da maneira que todos nós já conhecemos, que seja, entupir a empresa de aspones e fazer com que tudo que envolva fornecimento passe a ser um jogo de cartas marcadas.
 
Um exemplo pouco noticiado, mas que é um escândalo, é o fornecimento de alimentação aos trabalhadores de Carajás, negócio de milhões onde hoje não há concorrência para a empresa que a fornece, e que pertence a um político do PT.
 
Por essas e muitas outras, os profissionais sérios de alto escalão estão debandando em massa da Vale, inundando o mercado de trabalho e deixando a empresa literalmente nas mãos do PT, já que Murilo Ferreira, atual presidente, não passa de um ajudante de ordens de Dilma e de Lula. Por isso tanta insistência em demitir Agnelli: Murilo foi escolhido a dedo por ambos.
 
Eu não estou revelando nenhum segredo. Qualquer executivo bem posicionado no mercado sabe muito bem disso.
 
Sendo assim, dentro em breve essa “nova” Vale vai tomar o mesmo caminho da moribunda Petrobras, e não sou eu que digo, é gente muito mais informada que eu no assunto. Quem viver, verá.
 
03 de fevereiro de 2014