"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

AÉCIO DESMENTE DISCURSO MARQUETEIRO DO PT


Acima, Aécio Neves em encontro com o Sindicato Nacional dos Aposentados, hoje pela manhã. Abaixo, artigo intitulado "Ficção e realidade", publicado pelo pré-candidato tucano à presidência da República, na Folha de São Paulo:

"O governo se torna cada vez mais refém da ficção que vem sendo criada pelos seus marqueteiros. Com dificuldades de enfrentar o debate da – e na – realidade, inventa dados e tenta transformar seus adversários no que gostaria que eles fossem. Pressionado pela queda nas pesquisas, o petismo recorre ao terrorismo em escala, tentando demonizar as oposições para confundir e dividir o país –reeditando o conhecido "nós e eles".

O "nós" são os "patriotas" do governo e os que se servem de fatias da administração federal como contrapartida ao alinhamento e ao silêncio obsequioso. Ou, pior, os que se prestam à posição vergonhosa de atacar quem cobra transparência e exige a apuração sobre a corrupção endêmica que atinge o país. O "eles" são as oposições e os brasileiros que, nesta versão maniqueísta, ao combater e criticar os malfeitos do governismo, trabalham contra o Brasil. Simples assim.
 
Esta é a estratégia que restou, desde que o PT perdeu discursos e abandonou as suas bandeiras históricas. Primeiro foi o do pretenso monopólio da ética, destruído pelos maiores escândalos da história da República, em 12 anos de governo. Depois, o conceito de um governo que só governa para os pobres. Será?
 
Enquanto a inflação corrói o salário do trabalhador e o reajuste do Bolsa Família repõe apenas metade da inflação dos últimos três anos, as "elites" tão demonizadas pelo PT não têm do que reclamar. As instituições financeiras amealham lucros recordes, grandes empresários, selecionados a dedo pelos mandatários da Corte, recebem empréstimos bilionários a juros camaradas.
 
Quem mais reclama – e tem motivos de sobra para isso – são os mais pobres. Afinal, são eles que penam, horas a fio, todos os dias, no trânsito, porque as obras de mobilidade urbana prometidas simplesmente não aconteceram. Que vão ao hospital público e não conseguem ser dignamente atendidos, porque milhares de leitos foram fechados pela irresponsabilidade oficial. São os mais pobres que precisam das creches prometidas e não construídas.
 
É a classe média que não tem como blindar os carros e tem medo de andar na rua, porque o governo acha que segurança pública não é assunto do qual deva se ocupar, terceirizando responsabilidades a Estados endividados e prefeituras beirando à insolvência.
 
A verdade é que, por mais que o governo tente fugir da realidade, ela se impõe todos os dias. Denúncias sobre as falcatruas na Petrobras não param de surgir e a imprensa já lança luz naquele que parece ser o grande temor do governo: os negócios realizados nos fundos de pensão das estatais, que têm tudo para desafiar a paciência do mais crédulo dos brasileiros."

05 de maio de 2014
in coroneLeaks

PT LANÇA GUERRA SUJA CONTRA OPOSIÇÃO




Não é só nas redes sociais que a guerra suja do PT está em andamento. Até mesmo para difamar a oposição junto a empresários existe uma campanha em andamento, conforme matéria abaixo do Valor Econômico.

Confirmada a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, o próximo passo da campanha será conversar com os empresários que estão lotando as plateias dos candidatos de oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), para mostrar a eles o que vai significar a saída do PT do poder.
 
Emissários serão enviados para iniciar essas conversas e aos empresários será dito que se a oposição for vitoriosa nas eleições de outubro será o fim do crédito subsidiado do BNDES, o fim das desonerações da folha de salários, haverá um realinhamento instantâneo dos preços da gasolina e da energia e o programa Minha Casa Minha Vida, que alimenta a indústria da construção civil, também vai acabar. "Ou seja, eles (Campos ou Aécio) vão dar um cavalo de pau na economia que será recessivo", disse um assessor de Dilma.
 
Quando usou a rede nacional de rádio e televisão para um pronunciamento em comemoração ao 1º de maio, a presidente Dilma Rousseff falou como candidata. Vestiu tailleur azul, dispensando o vermelho do Partido dos Trabalhadores; definiu de que lado está - "dos mais pobres e da classe média" -; e entrou na disputa com a segurança de que terá o apoio do PT.

O movimento "Volta Lula" já havia sido equacionado em uma conversa dela com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há exatamente um mês, no dia 4 de abril, em São Paulo. Ali, o martelo foi batido: a candidata é Dilma Rousseff. Espera-se, assim, que o crescente apelo para o retorno do ex-presidente esteja estancado.

No Palácio do Planalto o diagnóstico é de que Dilma perdeu um pedaço importante da base de eleitores do governo do PT, que desde Lula tem girado em torno de 42% dos votos, por causa da inflação. Foram os aumentos de preços, sobretudo dos alimentos, que a fez cair para a casa dos 36% a 37% das intenções de voto.

O pronunciamento do 1ºde maio foi destinado a reconquistar esses eleitores. A ideia que Dilma pretendeu deixar clara no discurso foi de que "eu tenho lado e o meu lado é o dos trabalhadores", explicou uma fonte oficial. Com esse mesmo objetivo, ela anunciou as medidas de correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda, em 2015 (índice abaixo da inflação de mais de 6%); e o reajuste do Bolsa Família.
 
Assessores da presidente recomendam não buscar no texto do pronunciamento sinalizações para um eventual segundo mandato. Mesmo o compromisso com a valorização do salário mínimo, assumido no discurso, não deve ser lido necessariamente como a manutenção da atual fórmula de reajuste cuja vigência se encerra em dezembro de 2015.

A partir da certeza de que Dilma é a candidata do PT, seu governo começou a mudar de comportamento, disse uma fonte oficial. Por exemplo, reagiu de imediato à tentativa da Cemig, distribuidora de energia de Minas Gerais, Estado governado pelo PSDB de Aécio Neves, de responsabilizar o governo federal pelo aumento de 14,3% da tarifa de energia. Coube à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) responder que, ao contrário, a Cemig queria um reajuste bem mais salgado, de 29,74%, e que à agência reguladora cabe apenas estabelecer um teto para os aumentos de preços.

De agora até as eleições de outubro, a presidente estará voltada para a campanha. Não será encontrado nos seus discursos o que o PT tem chamado de "sincericídio" dos candidatos de oposição, ou seja, a antecipação de medidas duras que terão que ser tomadas na área econômica para recolocar o país na trilha do crescimento.

Não haverá, assim, clareza do que será um eventual segundo mandato de Dilma, embora se saiba que ela também terá que promover ajustes se quiser colher melhores resultados do que os do primeiro mandato. Nesse período o país conviveu com inflação alta e crescimento baixo como produto das escolhas do governo. Campanha, como lembrou uma fonte próxima à presidente, é para ganhar a eleição. Governar é outra coisa.

(Valor Econômico)

05 de maio de 2014
in coroneLeaks
 

GETÚLIO, INTERPRETAÇÃO SOBERBA DE TONY RAMOS




O filme de João Jardim é ótimo e apresenta, além da sequência dos últimos dias do presidente Getúlio Vargas, que se suicidou a 24 de agosto de 1954, uma interpretação fantástica, soberba mesma, do ator Tony Ramos vivendo o personagem título, no trágico desfecho do drama policial e político desenrolado com a morte do major da Aeronáutica no atentado da Rua Tonelero, onde morava o jornalista Carlos Lacerda.

Foi numa noite de 5 (cinco) de agosto, em que o major Rubem Vaz acompanhava Lacerda que havia participado de uma palestra contra o governo Vargas no alto da Tijuca. No atentado, praticado pela guarda do Palácio do Catete, ficou ferido o guarda municipal Sálvio Romero, que acertou um tiro no automóvel, um táxi, que transportava os sicários, assim chamados na época. Esse táxi, vejam só, fazia ponto na rua Silveira Martins, ao lado do Palácio do Catete. Lacerda foi baleado no pé. O autor que ordenou o atentado, Gregório Fortunato, era chefe da guarda pessoal de Vargas. Mas estes fatos os leitores vão identificar no filme. Os personagens também. 

Quando afirmo que a atuação de Tony Ramos é excepcional o faço em função da extrema complexidade do personagem que teve a sorte de interpretar. Personalidade dificílima, portanto obrigando o ator a mergulhar nos sintomas que conseguiu perceber. Impenetrável. Ambíguo, extremamente político e de sensibilidade pouco exposta. Para acentuar essa realidade, hoje histórica, recorro às duas citações, a meu ver chaves, na tentativa e no esforço de traduzi-lo. Carlos Heitor Cony e o senador Afonso Arinos de Melo Franco. O jornalista Carlos Heitor Cony, com o brilho que caracteriza seus textos, separou Getúlio de Vargas.

GETÚLIO SEPARADO DE VARGAS

Getúlio, o homem extrema e profundamente político, transitando e se equilibrando nas mudanças das situações. Vargas, o estadista. O criador do IBGE, do primeiro censo demográfico do país, em 1940, o homem que implantou a Cia. Siderúrgica Nacional, autor da CLT, em 1943, instalando as leis trabalhistas, as férias, o direito à previdência social, o que não existia, o homem que limitou as jornadas de trabalho, criou, em 53, e inaugurou a Petrobras no início de 54. O homem que, ao lado Governador Juscelino Kubitschek, dias antes de morrer, inaugurou à siderúrgica Belgo Mineira. O político que, no poder, enfrentou em 32 a revolução constitucionalista de São Paulo, a intentona comunista de 35, o atentado integralista a (braço de nazismo no Brasil) em maio de 38, no qual esteve a um passo da morte.

Foi também no seu período de ditador, De 37 a 45, que, de 37 a 42, o chefe de polícia foi temível Filinto Muller. Filinto não chegou a 45. Vargas o demitiu em 42, quando o Brasil declarou guerra à Alemanha, a Itália e Japão. Mas não desejo afastar da figura de Vargas. Exatamente vinte após sua morte, numa entrevista à Tribuna da Imprensa, Afonso Arinos traçou uma revisão histórica, assinalando arrepender-se do discurso que fizera em 54, no Congresso, contra o então presidente. Ele não teve nada, como o filme mostra, com o atentado a Lacerda. Na ocasião, na única vez que citou o nome do jornalista, afirmou: “o tiro contra Lacerda foi vibrado nas costas do governo. Só morto sairei do Catete”. Cumpriu a promessa. E o tempo levou Afonso Arinos a fazer, acrescentando a Cony, outra definição essencial sobre Vargas: ele foi um gigante solitário; um enigma até para si mesmo.
Tony Ramos compreendeu o abismo psicológico de um homem da dimensão de Vargas, no desfecho: “Saio da vida para entrar na História”.
Não deixem de ver o filme.
 

EM EDITORIAL JORNAL LONDRINO FINANCIAL TIMES COMPARA DILMA AOS COMEDIANTES IRMÃOS MARX





O jornal Financial Times pede um “choque de credibilidade” no Brasil. Em editorial publicado nesta segunda-feira (05/05), a publicação afirma que se o governo de Dilma Rousseff não mudar de rumo, as eleições presidenciais poderão resultar em uma mudança.
Ao comentar rumores que circulam no mercado, o editorial elogia a possibilidade de um Banco Central independente em eventual segundo mandato de Dilma e a chance de indicação de Alexandre Tombini para o lugar de Guido Mantega.

O editorial tem um tom duro contra a presidente brasileira. “Pobre Dilma Rousseff”, inicia o texto. Para o Financial Times, a presidente do Brasil projetava “uma aura tediosa da eficiência de Angela Merkel”, mas resulta em um trabalho mais parecido com o dos comediantes Irmãos Marx.
“Os preparativos atrasados para a Copa do Mundo já envergonham o país, enquanto o trabalho para os Jogos Olímpicos de 2016 é classificado como ‘o pior’ que o Comitê Internacional já viu. A economia também está em queda. O Brasil, uma vez o queridinho do mercado, vê investidores caindo fora”, diz o texto.

(artigo enviado por Dorothy Lamour)

DILMA DESISTE DE DISCURSAR NA ABERTURA DA COPA DO MUNDO


Daqui a 38 dias, em São Paulo, quando a presidente Dilma Rousseff declarar oficialmente aberta a Copa do Mundo de 2014, ela também estará dando o pontapé inicial na nova fase da partida que disputará em outubro. A petista será candidata à reeleição e, no outro lado do gramado eleitoral, terá como principais adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

O Mundial ocorrerá em pleno período das convenções partidárias, que definirão oficialmente as candidaturas e as alianças. E o governo aposta que, se Neymar e companhia ganharem o hexacampeonato, uma onda de otimismo tomará conta do país. Se perderem, contudo, um tsunami de problemas represados poderá vir à tona. Os dois cenários, segundo o Planalto, têm capacidade para influenciar o humor das urnas.

Dilma sonha em estar no seleto quadro de governantes que foram anfitriões da Copa do Mundo e conseguiram ver o próprio país levantar o caneco. Para evitar a repetição das constrangedoras vaias ouvidas na abertura da Copa das Confederações, em junho do ano passado, a presidente decidiu não fazer discurso no jogo inaugural da Copa, limitando-se a um protocolar “declaro aberto os jogos”.

SÓ ESPECULAÇÕES

Para Leonardo Barreto, doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), neste momento só é possível especular sobre os resultados concretos da relação entre a bola e as urnas, especialmente porque estaremos diante de um fenômeno com poucos precedentes:

“Em outros momentos nos quais o Brasil foi campeão, a Seleção conquistou o caneco fora do país”, lembrou ele, citando os torneios sediados na Suécia (1958), no Chile (1962), no México (1970), nos Estados Unidos (1994) e no Japão/Coreia do Sul (2002).

Mesmo assim, em todos eles, não houve uma relação direta entre os dois fatores: o torneio e o voto. O mito de que o êxito da Seleção se transformara em prestígio para o governo ocorreu em 1970, no governo do general Emílio Garrastazu Médici.

“Naquele ano, tivemos eleições legislativas e houve um elevado índice de votos brancos e nulos”, recorda Barreto. Em 1994, o tetracampeonato brasileiro coincidiu com a vitória de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), candidato apoiado pelo então presidente, Itamar Franco.
 
Mas PT e PSDB hoje admitem que, mais do que a vitória do escrete comandado por Romário (hoje deputado federal pelo PSB), o que pesou na eleição foi o Plano Real, que controlou a hiperinflação.
 
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGHá outro fator tão importante quanto a influência da Copa do Mundo na eleição presidencial, porque ninguém sabe o que acontecerá com as manifestações que serão feitas pelos brasileiros que exigem Padrão Fifa também na educação, na saúde, nos transportes e na segurança.
 
Em Brasília, se anuncia que três mil militares do Exército irão participar da segurança dos jogos da Copa na capital da República. Em outras cidades, não será diferente. Mas o que poderão fazer contra as manifestações populares, que são mais do que justas.
 
Não é possível que persista o abandono desses estratégicos setores, em prejuízo justamente das classes menos favorecidas da população, enquanto o governo gasta fábulas em “arenas” onde pobre não entra. (C.N.)
 

A VERDADE SOBRE A USURPAÇÃO DA TV GLOBO DE SÃO PAULO



Os documentos utilizados pelo jornalista Roberto Marinho para “adquirir” a TV Paulista (atual TV Globo de São Paulo) entre 1964 e 1977 (não se pode saber sequer a data) deverão ser encaminhados ao Senado Federal, nos próximos 60 dias, pelo Ministério das Comunicações.

Na Justiça, Roberto Marinho inicialmente alegou ter comprado a emissora em negociação feita com seus controladores, a família Ortiz Monteiro, mas exibiu recibos e documentos que foram considerados fraudados.
Depois, mudou a versão e declarou em juízo que havia fechado negócio com o empresário Victor Costa Júnior, que nem era acionista da emissora e não tinha procuração para vendê-la. Por fim, os advogados de Marinho e da TV Globo afirmaram que a TV Paulista deveria ser considerada propriedade de Marinho por “usucapião”, como se fosse possível haver essa jogada jurídica em caso de concessão federal.

Na verdade, Marinho jamais exibiu documentos que comprovassem a compra legítima do controle da emissora, que tinha quase 700 acionistas minoritários. Assumiu a empresa ilegalmente, usurpou os direitos dessas centenas de acionistas em Assembleias Gerais Extraordinárias fraudadas e por ele pessoalmente presididas (tudo isso está nos autos de um processo em curso contra o espólio de Marinho e a TV Globo, portanto é de conhecimento da Justiça).

DILMA QUIS SABER, NÃO CONSEGUIU… 

Convém registrar que está fazendo um ano que a própria presidente Dilma Rousseff encaminhou ofício ao Ministério das Comunicações, determinando que fossem prestados esclarecimentos solicitados à época pelos herdeiros dos fundadores da antiga TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo).
Mas o ministro Paulo Bernardo simplesmente ignorou a determinação presidencial.
Agora, os documentos enfim terão de ser exibidos, para atender ao requerimento de informações nº 135/2014, apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR) e que acaba de receber parecer favorável do relator, senador João Vicente Claudino (PTB-PI), membro da Mesa do Senado Federal.

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 UM PARECER CORAJOSO E INDEPENDENTE


Da Mesa do Senado Federal, sobre o Requerimento nº 135, de 2014, do Senador Roberto Requião, que requer, nos termos do parágrafo 2º do art. 50, da Constituição Federal, combinado com o art. 216 do Regimento Interno do Senado, sejam solicitadas ao Sr. Ministro de Estado das Comunicações, no prazo constitucionalmente definido, as informações abaixo elencadas e, nos termos do art. 217 do Regimento, a remessa de cópia de todos os documentos e processos que embasem e comprovem as correspondentes respostas.

RELATOR: Senador JOÃO VICENTE CLAUDINO

I – RELATÓRIO
Vem à consideração desta Mesa o Requerimento no. 135, de 2014, de autoria do Senador Roberto Requião, que solicita, com base no parágrafo 2º. do art. 50 da Constituição Federal, e nos arts. 216 e 217 do Regimento Interno do Senado Federal (RISF), sejam requeridas ao Ministro de Estado das Comunicações informações referentes à transferência do controle acionário da ex-Rádio Televisão Paulista S/A, mais tarde TV Globo de São Paulo, para o senhor Roberto Marinho.

Conforme o autor do requerimento: Salvo melhor avaliação, o ato de transferência das ações do canal 5 de São Paulo jamais existiu na ordem jurídica e governamental, visto que o negócio somente poderia ter se concretizado com a obrigatória prévia aprovação das autoridades competentes e mediante a participação dos verdadeiros acionistas fundadores ou de herdeiros da empresa de comunicação de um lado e de outro do jornalista Roberto Marinho.
Ademais, afirma que:

(…) a posterior obtenção da renovação da concessão também não poderia ter se consumado pelo comprovado descumprimento das cláusulas condicionantes da Portaria 163/65 e pelo agravante de a Assembleia Geral Extraordinária de 30 de junho de 1976, ao invés de buscar regularizar situação societária ilegal, que se arrastava por mais de 10 anos, ter sido usada pelo jornalista-empresário Roberto Marinho para eliminar o direito acionário e intransferível de seus mais de 600 acionistas…
Informa o autor, por fim, que sobre esses e outros fatos:

(…) a procuradora da República Cristina Marelim Vianna, falando nos autos do procedimento administrativo 1.34.001.001239/2003-12, instaurado para apurar ilegalidades no negócio tido como realizado pelo senhor Roberto Marinho, exarou parecer no qual assinala que resta, pois, investigar suposta ocorrência de irregularidade administrativa na transferência do controle acionário da emissora, visto a necessidade de autorização de órgão federal. Tal como se deu, esteado em documentação falsificada, o ato de concessão estaria eivado de nulidade absoluta.
Essas as razões que fundamentam a apresentação do presente requerimento.

A iniciativa vem à apreciação e decisão deste Colegiado em razão do que dispõe o art. 215, inciso I, alínea a, do Regimento Interno desta Casa, segundo o qual o encaminhamento de requerimento de informação a Ministro de Estado depende de decisão da Mesa do Senado.

II – ANÁLISE

O Requerimento no. 135, de 2014, atende a todos os requisitos constitucionais, particularmente aqueles inscritos no parágrafo 2º. do art. 50 de nossa Carta Política, o qual confere à Mesa do Senado Federal a competência para encaminhar pedidos de informação a Ministros de Estado ou demais titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República.

A proposição em análise encontra-se como instrumento para concretização da competência constitucionalmente atribuída ao Congresso Nacional de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, seja diretamente, seja por qualquer de suas Casas, consubstanciando, dessa forma, o comando inscrito no inciso X do art. 49 da Carta Cidadã.

Complementarmente, o requerimento em exame apresenta-se em conformidade, com as disposições do Ato da Mesa do Senado Federal no. 1, de 2001, que regula a tramitação dos requerimentos de informação. Verifica-se, assim, a regimentalidade da proposição.

Da mesma forma, afigura-se adequado o endereçamento da solicitação ao Ministro de Estado das Comunicações, tendo em vista a competência do órgão que dirige para tratar de outorgas e renovações para exploração dos serviços de radiodifusão.

III- VOTO

À luz do exposto, o voto é pela aprovação do Requerimento no. 135, de 2014.

O DRAMA DE GETÚLIO VARGAS E A SOLIDÃO DO PODER


 

       
 
O exercício do poder impõe a solidão pela sua própria natureza. São tantas as pressões, os interesses mesquinhos e a falta de patriotismo que os mandatários logo percebem a teia armada sobre suas cabeças. Ou entra nesse jogo de gato e rato, ou então pede para sair, como Jânio, ou é derrubado, como Jango. Getúlio preferiu o suicídio. Outros ainda são assassinados e a história nunca vem a tona na sua integralidade, em razão das questões maiores do Estado.

Isso sem falar na ingerência de potências estrangeiras, que utilizam seus serviços secretos para minar os governos até a exaustão, quando seus interesses vitais são contrariados. Vários governantes nacionalistas da América latina e do Caribe foram assassinados sem explicação. Até hoje, não foi desvendada a morte de Omar Torrijos, no Panamá. Generais nacionalistas também tombaram na Argentina, no Paraguai, na Bolívia, no Peru e na Venezuela.

O jogo é baixo, rasteiro, repulsivo e alienante. Nenhum governante sai ileso do exercício do poder. Geralmente contraem alguma doença derivada do cargo. É o preço que pagam por desejarem tanto a bela noiva, que depois se transforma em angústia e solidão o tempo todo. No entanto, o poder é irresistível e todos querem a reeleição, mesmo sabendo que estão a caminho do cadafalso, inexoravelmente. Os exemplos são tantos, que se tornaria enfadonho enumerá-los, deixo para a imaginação dos comentaristas esta tarefa inglória.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO artigo de Roberto Nascimento nos leva a reflexões importantes. Na verdade, o poder é como a própria vida e se extingue com o tempo. Da mesma forma, a riqueza, o fausto, a vaidade, a competição, o consumismo e a fama seguem idêntico percurso, acabam se esvaindo. Aqui na terra, ninguém é dono de nada, tudo é alugado. Mas muitas pessoas geralmente não raciocinam sobre essa realidade. Vivem num outro mundo ilusório, que não leva a nada. São dignos de pena. (C.N.)

DILMA REAGE AO "VOLTA LULA". PRAZO É CURTO PARA MUDANÇA




Ao afirmar que se encontra plenamente consciente da lealdade do ex-presidente Lula a ela, no jantar que ofereceu no Alvorada aos editores das paginas esportivas, a presidente Dilma Rousseff decidiu reagir pública e diretamente ao movimento articulado em certos bastidores contra sua candidatura a reeleição, como também para cobrar o compromisso assumido recentemente em favor de seu nome.

Assim desestimulou seu antecessor e grande eleitor a dar ouvidos a políticos motivados a afastá-la do posto. A melhor matéria sobre o assunto, sem duvidas, foi de Natuza Nery e Aguirre Talento, manchete principal da Folha  de São Paulo, edição de 30 de abril. Importante também o texto de Marceu Vieira, publicado no Globo.

Com isso, Dilma Rousseff procurou conter e isolar seus adversários dentro do PT e do PR, algo politicamente muito desejado pelo PMDB, que sente crescer sua importância eleitoral na base aliada, principalmente para ocupar o espaço dos descontentes. Política é assim.

Mas o tempo está correndo, o que é fundamental. Exatamente por tal motivo é que a corrente dilmista convocou a manifestação de sexta-feira, no sentido de implantar um clima de pré-convocação.

E por falarem em convenção, verifica-se lendo-se o artigo 8 da lei 9.504/97, Lei Eleitoral, que o prazo para as convenções partidárias destinadas à escolha dos candidatos (e das candidatas) está fixado para o período entre 10 a 30 de junho. Pode ser antecipado se o estatuto dos partidos preverem data anterior. Quer dizer : o processo pode ser antecipado. Nunca adiado. 

Não há tempo, portanto, para uma mudança tão radical quanto a de Lula entrar em campo no lugar de Dilma Rousseff. Sobretudo porque, pela reportagem da Natuza Nery e Aguirre Talento, o estatuto do PT assinala que a convenção se efetue a 29 de junho, dentro do prazo legal. Não importa a queda da atual presidente da Republica nas pesquisas.

A legenda e a chamada base aliada têm que ir com ela. Não há outro jeito. Exceto para o Instituto MDA, que realizou levantamento para a Confederação Nacional dos Transporte, Dilma desceu, mas Aécio Neves e Eduardo Campos não subiram.

OS NÚMEROS

Vamos comparar os números mais recentes. O Datafolha apontou 38 pontos para Rousseff, 16 para Aécio, 10 por cento para Eduardo Campos. O Ibope achou 37 para Dilma, 14 para Aécio, apenas 6 pontos para Eduardo Campos. Agora o MDA: Dilma os mesmo 37, Aécio salta para 21 pontos e o ex-governador de Pernambuco, Campos apareceu com 11 por cento das intenções de votos. 

Como se verifica é grande, absolutamente fora do normal, resultado de um desencanto e de uma insatisfação, o índice dos que (hoje) pretendem anular o voto ou votar em branco. O panorama pode mudar, claro. Mas ainda não mudou. Por enquanto o impulso  de mudança reside numa escala do próprio PT. E no PR. Mas caso a candidatura de Dilma Rousseff se mantenha, o que esses petista poderão fazer ? Votar em quem ?  

05 de maio de 2014

ÓLEO DE PEROBA, O GENUÍNO!

Genoino, mesmo com “cardiopatia gravíssima”, quer sair para trabalhar e até já arranjou emprego   


Reportagem de Bernardo Caram, no Estadão, anuncia que o advogado Claudio Alencar vai recorrer ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão do ministro Joaquim Barbosa, que determinou o fim da prisão domiciliar do ex-deputado José Genoino.
 
De acordo com o advogado, não há plantão de cardiologista na Papuda, porque o médico que atende no complexo está de férias. Por isso, reclamou muito, ao informar que o médico particular de Genoino ficará à disposição para acompanhar o paciente:
“O sistema penitenciário é que deveria prover a todos os internos o atendimento de saúde”.
 
O médico particular de Genoino, Geniberto Paiva Campos, disse ao repórter que, no momento, o ex-deputado está muito bem. “Os meses que ficou recolhido à sua residência com acompanhamento familiar foram muito bons para ele”, disse. Para o médico, entretanto, a cardiopatia de Genoino é “gravíssima” e o sistema penitenciário não é o local adequado para tratar um paciente com esse quadro de saúde.
 
A FARSA CONTINUA…
 
A situação de José Genoino na penitenciária de Brasília é bastante confortável. Como se sabe, na Papuda os mensaleiros estão muito bem tratados. A visita que o PT arranjou para denunciar o mau atendimento a José Dirceu foi um tiro no pé.
Os deputados encontraram o ex-ministro numa cela especial, maior do que muito apartamento conjugado, e com colchão anatômico, fogão, chuveiro elétrico e TV de plasma.
É claro que Genoino vai conquistar as mesmas regalias, porque o governador petista Agnelo Queiroz é muito compreensivo, digamos assim.
 
Genoino só não poderia pedir para trabalhar fora, porque recentemente, alegando que não tem mais saúde para trabalhar, solicitou aposentadoria com salário integral (já recebe R$ 20 mil, quer subir para R$ 26,7 mil).
 
E o advogado diz que já arranjou emprego para ele. Ou seja, a farsa continua. Genoino está doente para pedir aposentadoria especial, mas se considera apto a trabalhar em horário integral… Na verdade, sabe hoje que é um guerrilheiro de araque, digno de desprezo de quem realmente lutou contra o regime militar.
 

O HUMOR DO BENETT


Veja galeria de imagens das charges publicadas na Folha no mês de abril
 
Charge do Benett (folha)

GETÚLIO, GREGÓRIO E AS MÚLTIPLAS VERSÕES SOBRE 1954

 


Jovem ainda, servindo no Superior Tribunal Militar com o almirante Benjamin Sodré de 1953 a 1954, vi, ouvi e li muita coisa sobre os trágicos acontecimentos da morte de Getúlio Vargas. Posso assegurar: se tudo o que escreveram ou disseram e dizem sobre Gregório Fortunato fosse verdade, algum escritor já teria escrito um livro mostrando os documentos encontrados em seu arquivo.
Lacerda publicou muita mentira, repercutida por outros órgãos de imprensa, que chegavam ao conhecimento de Getúlio e, naquele clima, ele não tinha como confirmar ser verdade ou não.

Gregório Fortunato nunca comprou fazenda. O documento era uma promessa de venda feita por um filho de Getúlio de uma fazenda de sua propriedade (do filho), sobre um empréstimo para fazer uma viagem a Europa. O resto dos documentos eram pedidos para transferência de professora tal para tal cidade. Pedidos para que ele falasse sobre alguma coisa de interesse em algum órgão do governo. (Gregório não tinha condição de falar nada dessas coisas com Getúlio, que zelava por sua autoridade).

A UDN jamais deixaria esses documentos arquivados na Aeronáutica sem publicá-los. A fama que Gregório tinha de intermediar alguma coisa no governo era muito menor do que os reacionários e golpistas diziam. Lendo o que foi dito por Gregório na acareação feita pelo coronel Adil entre ele e Euvaldo Lodi, você chega a conclusão que Gregório foi induzido a “dar um jeito naquele indivíduo” que com suas acusações estava pondo em risco a vida do presidente.

O pistoleiro foi contratado para dar um tiro na perna de uma pessoa em Volta Redonda, o que não aconteceu porque o carro enguiçou. Depois tentaram dar o tal tiro na perna de Lacerda no Colégio São José, na Tijuca. Como não deu certo, foram para a residência de Lacerda, onde morreu Rubens Vaz. Naquele ano de 1954, Helio Fernandes ainda não estava na Tribuna.

Quanto à humilhação que Getúlio temia, era verdadeira. E aceita licenciar-se, desde que as instituições fossem respeitadas. Recebe um aviso de que seu Ministro da Guerra dissera aos oficiais: “Getúlio não volta”. Ele concluiu que estava deposto; poderia ser preso, interrogado, humilhado. Em 1945, eles, os mesmos, não tiveram moral para prendê-lo, cassar seus direitos políticos. Agora era diferente: tinha o cadáver de um oficial da Aeronáutica.

Além de tudo, devia ser levado em conta que dona Darcy Vargas tinha sido interrogada pelo coronel Adil, no apartamento de uma amiga. Ele queria interrogá-la no Palácio do Catete. (Poucos sabem desse detalhe, dito e escrito por Lutero Vargas seu filho). Os fatos são verdadeiros. Mas as versões são muitas, atendem a todos os gostos.

05 de maio de 2014
Antonio Santos Aquino

TÁ NO FINANCIAL TIMES: A OLÍMPICA TRISTEZA DA COPA NO BRASIL



O jornal britânico "Financial Times" comparou a presidente Dilma Rousseff aos irmãos Marx em editorial publicado ontem. Com suas trapalhadas, o grupo de comediantes americanos fez sucesso no teatro, no cinema e na TV a partir da década de 1920.

Entre as "trapalhadas" de Dilma, o diário financeiro cita os preparativos para a Copa do Mundo e a Olimpíada, o risco de desabastecimento de energia e a deterioração do cenário econômico.

O editorial :

Pobre Dilma Rousseff. A presidente do Brasil projeta a tediosa aura de eficiência de Angela Merkel, mas fala como se fosse os irmãos Marx.

O atraso nos preparativos para a Copa do Mundo já causou embaraços ao país, enquanto os da Olimpíada de 2016 são "os piores" já vistos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

A economia também está em queda. O Brasil, até recentemente o queridinho dos mercados, caiu em desfavor junto aos investidores. O país precisa de um choque de credibilidade. Se Rousseff não conseguir promovê-lo, a eleição presidencial de outubro o fará.

O governo dela enfrenta três desafios imediatos. O primeiro é o escândalo de corrupção na Petrobras. Em 2006, a estatal de petróleo pagou um total de US$ 1,3 bilhão por uma refinaria no Texas que a empresa vendedora havia adquirido por apenas US$ 42,5 milhões um ano antes. Já que Rousseff era, então, presidente da Petrobras, a transação prejudica sua suposta reputação como gestora capacitada, competente para dirigir o país.

O segundo é o crescente risco de escassez de energia. A rede elétrica do Brasil funciona essencialmente com energia hidrelétrica, e as turbinas acionadas por combustível, cuja operação é mais cara, só são ativadas em caso de necessidade.

O problema é que uma seca prolongada drenou muitas das represas brasileiras, em um período no qual o governo está subsidiando a eletricidade a fim de elevar o consumo. Como resultado, a rede está operando em plena capacidade, mas apenas graças ao uso dos geradores mais dispendiosos.

Há verdadeiro risco de blecaute. 
Porque Rousseff foi ministra da Energia, isso prejudica ainda mais sua imagem como tecnocrata.

COPA DO MUNDO

Nenhum desses problemas ressoou fortemente no eleitorado, até agora. 
Mas o terceiro, a Copa do Mundo, que começa dia 12 de junho, certamente pode fazê-lo.

A inquietação generalizada no ano passado diante do custo elevado do torneio, se comparado ao estado precário dos serviços públicos, causou tumultos com um milhão de manifestantes nas ruas ("queremos hospitais padrão Fifa, também", era um dos lemas ouvidos comumente nos protestos). Existe forte chance de novos protestos - talvez não em escala suficiente para estragar um evento que certamente será esplêndido, mas ainda assim eles serão vistos em todo mundo pelos milhões de pessoas que acompanharão a copa pela televisão.

Seria ainda pior para Rousseff se a seleção brasileira se sair mal. Os brasileiros podem perdoar os custos do torneio caso vençam, mas não se seu time não apresentar desempenho respeitável - chegando no mínimo às semifinais, digamos.

De outra forma, o custo e as perturbações causadas pelos jogos terão sido para nada. E pela metade de julho, quando o futebol acabar, a campanha presidencial estará ganhando força.

Os investidores e muitos brasileiros estão cada vez mais incomodados com esse estado de coisas. Ainda que Rousseff por enquanto seja a favorita para vencer a eleição de 5 de outubro, há gente até mesmo em seu partido que faz lobby para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja candidato em lugar dela. Rousseff é renomada por mais falar que ouvir, mas existem sinais de que está começando a considerar as críticas que recebe.

Na semana passada, ela elevou os pagamentos de bem-estar social e reduziu os impostos, a fim de estimular a economia. Boa ideia, mas o que o Brasil precisa são de políticas no supply side que reforcem a eficiência, e não de ainda mais medidas na ponta da procura que elevem a inflação já alta.

Contra isso, porém, existem rumores de que ela pode conceder independência formal ao banco central (originalmente uma ideia da oposição) em seu segundo mandato. Ela também pode promover o presidente do banco central, Alexandre Tombini, ao posto de seu desafortunado ministro da Fazenda, Guido Mantega. As duas coisas viriam bem.

Determinar se Rousseff, com seu jeito de Merkel e oratória dos irmãos Marx, é de fato a pessoa certa para recolocar o Brasil nos trilhos é assunto diferente.

Afinal, seu primeiro mandato foi uma decepção. 
Mas ao menos existem sinais de que os mercados políticos do país estão funcionando como deveriam, transmitindo preocupações crescentes e generalizadas. Isso agora começa a conduzir o debate político em uma direção simpática aos investidores. O que certamente é positivo.

05 de maio de 2014
camuflado

UM GOVERNO PARA RICOS



Desde Lula, os governos petistas têm sido uma mãe para os ricos. 
Eles contam com financiamentos em condições para lá de camaradas nos bancos oficiais, engordam seus investimentos com a mais alta taxa de juros do mundo e dispõem de desonerações tributárias negociadas nos balcões de Brasília. Aos pobres, sobra um dia a dia cada vez mais dificultado pela omissão do Estado e o papel de figurantes nas luxuosas propagandas do PT na TV.

Bastou as pesquisas de opinião confirmarem o esfacelamento da candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff para o PT assacar suas armas de sempre. A estratégia é dividir o país entre nós e eles, entre ricos e pobres, entre patriotas e entreguistas. O difícil, porém, é saber onde exatamente os governos petistas se encaixam.

Se há quem tenha menos motivos para sentir-se insatisfeito com o Brasil atual são os mais ricos. Desde Lula, o governo tem sido uma mãe para eles: 
nunca ganharam tanto dinheiro, nunca receberam tratamento tão privilegiado nos balcões oficiais, nunca foram tão paparicados pela área econômica. 
Dilma manteve a escrita.

O Brasil é hoje a pátria dos rentistas. 
Paga as mais altas taxas de juros do mundo. 
Por esta razão, muito dinheiro de todos os cantos do globo tem vindo se locupletar aqui – e não é de pobres... Vale registrar: 
o governo brasileiro caminha para gastar 6% do PIB com juros da dívida neste ano, enquanto despende menos de 0,5% do PIB com o Bolsa Família.

O BNDES foi convertido num spa de grandes grupos empresariais, tratados a pão de ló com financiamentos à base de taxas de juros subsidiadas e inalcançáveis para a maioria dos mortais. Trata-se de estratégia que elevou a dívida pública bruta em nove pontos percentuais do PIB desde 2007 – ou alguma coisa como R$ 450 bilhões – sem que resultasse em qualquer benefício para os mais pobres.

A política de desonerações tributárias posta em marcha por Dilma também teve caráter discricionário e regressivo, ou seja, beneficiou os amigos do rei e da rainha, gente com poder de pressão suficiente para seduzir Brasília para seus pleitos. Será esta a “elite” que desgosta do PT, conforme disse Lula no encontro petista deste fim de semana? 
Não parece.

A massa da população continua pagando uma das mais altas cargas tributárias do mundo – e a que menos retorno rende aos cidadãos na forma de serviços públicos prestados. Insatisfeito, o governo acena com a possibilidade de aumentar ainda mais os tributos sobre bens de consumo, a fim de conseguir cumprir suas metas fiscais, como anunciou Guido Mantega a’O Globo no domingo. 
Será este o governo que cuida bem dos pobres?

Será o governo que supostamente cuida dos pobres o mesmo que não entrega atendimento público de qualidade na educação, que não zela pela saúde, que descumpre todas as suas promessas em termos de melhoria da qualidade do transporte público que subtrai horas preciosas da vida dos brasileiros todos os dias?

Será patriota o governo que reduz o patrimônio público a pó em estatais como a Petrobras, que ora produz escândalos demais e petróleo de menos, e a Eletrobrás, que gerou R$ 13 bilhões de prejuízo em dois anos? Ou que torra bilhões do dinheiro pago pelo contribuinte para cobrir rombos criados por iniciativas tomadas ao sabor de conveniências eleitorais?

Estratégias eleitorais tendem a ser simplistas, mas devem guardar proximidade com a realidade. O PT tem conseguido vencer eleições insuflando mitos, incutindo medo nos cidadãos e distorcendo a realidade. Cada vez mais, os eleitores dão mostra de que não engolem mais este engodo.

A realidade é que Dilma e os petistas fazem um governo que agrada os ricos e esfola a classe média. Um governo que se importa bastante em assegurar privilégios e em abrir espaços na máquina do Estado para seus apaniguados. 
E reserva aos pobres o papel de figurantes em suas luxuosas e bem produzidas propagandas na TV. Pobreza para o PT é só um meio de vencer eleição.

 Instituto Teotônio Vilela
05 de maio de 2014

URGENTE! SOS BRASIL ASSENHOREAD! CVM APURA FRAUDE EM FUNDO DE PENSÃO DOS CORREIOS.

O fundo de pensão Postalis, o terceiro maior do país, teve influência do doleiro Alberto Youssef


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu investigação para apurar uma série de operações fraudulentas no mercado financeiro que atinge o fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios, o terceiro maior do país com cerca de 130 mil participantes. 

O GLOBO identificou uma delas: 
um aporte de R$ 40 milhões, de 19 de dezembro de 2012, no Banco BNY Mellon por meio da gestora DTW Investimento LTDA, que teria sido direcionado pelo ex-diretor da fundação Ricardo Oliveira Azevedo após influência do doleiro Alberto Youssef, e dos donos da Tino Real Participação, Maria Thereza Barcelos da Costa e Eric Davi Bello, alvos da Operação Lava-Jato da Polícia Federal.

O Postalis confirmou o aporte, cujo principal resultado foi uma rentabilidade aquém da esperada para o fundo irrigado com dinheiro público.
Um ex-dirigente da Postalis relata que Maria Thereza foi apresentada ao sócio-majoritário da DTW, Paulo Roberto Caneca, por Youssef, quando a empresa ainda não se chamava DTW e tinha apenas dois meses no mercado. À época, as negociações com Azevedo iniciaram. Eles então teriam acertado que uma pessoa da confiança de Azevedo, Bruno Rodrigues Leal, entraria como laranja na sociedade da empresa de Caneca. 

Segundo profissionais do mercado, Caneca é conhecido como doleiro. Ele nega. Ao GLOBO, o dono da DTW admitiu ter se encontrado com Azevedo “meia dúzia de vezes”, mas disse que jamais se envolveu com Youssef e o casal Maria Thereza e Bello.
A influência de Youssef no Postalis é antiga. Na CPI dos Correios, em 2005, o doleiro já aparecia como responsável por indicações feitas ao PMDB para a presidência do fundo, quando o partido assumiu o Ministério das Comunicações.

Azevedo foi afastado do cargo de diretor financeiro do Postalis em outubro do ano passado após a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) constatar irregularidades em investimentos que provocaram prejuízos calculados em quase R$ 1 bilhão. As investigações apuraram a prática de fraudes, com a organização aplicando recursos da entidade previdenciária em fundos controlados pelos próprios sócios da DTW. 

A identificação de Bruno Rodrigues Leal como homem de Azevedo na M. Asset pela Previc fez com que ele deixasse a sociedade, dando lugar ao irmão Caio Rodrigues Leal, este com 30% de participação na empresa, agora com o novo nome de DTW após cinco alterações contratuais. A Previc e o BNY Mellon não quiseram comentar o caso.
Fundo está sem gestor
 
Irregularidades na DTW também estão sendo apuradas pela CVM. A primeira delas é que Caneca teria omitido para a comissão ter sido investigado pela Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro em ação penal no Ministério Público Federal do Paraná, que apurou evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais na CPI do Banestado. A outra é que o fundo DTW está sem o gestor responsável há mais de dois meses, o que contraria as normas da CVM, que não foi avisada da saída de Cristiano Maroja nem pela DTW e tampouco pelo Mellon, administrador da gestora de fundo.
Também é analisado o fato de o sócio da DTW, Caio Rodrigues Leal, ter sido o estruturador da empresa Dogma Empreendimentos Imobiliários S.A., por meio de sua outra empresa, a Prime Consultoria e Gestão Financeira. Do aporte de R$ 40 milhões do Postalis no BNY Mellon, Leal utilizou R$ 10 milhões na compra de 25% de uma Cédula de Crédito Imobiliária (CCI) da Dogma. Portanto, ele estava nas duas pontas da operação, o que no mercado financeiro é chamado de “Zé com Zé”, prática proibida pelas normas da CVM. 

O que chama atenção é que a Dogma deu como garantia um terreno comprado para a construção de um condomínio no centro de Curitiba — e que ainda não saiu do chão — um dia depois do aporte da Postalis. A estruturação de um projeto CCI se dá quando uma empresa é contratada para intermediar a operação junto a entidades de fiscalização. O preço médio pago pelo serviço de estruturação está em R$ 200 mil.
O ex-gestor Cristiano Maroja contou que se desligou da empresa por “não se identificar com visões de negócio" dela. Ele detinha 5% das cotas na sociedade. Caio Leal diz que entrou na gestora DTW depois de estruturar a CCI da Dogma. Procurada, a CVM disse que “acompanha e analisa as movimentações e tomará as medidas cabíveis quando necessário, e que pode aplicar as punições aos infratores das regras em vigor no mercado de capitais”. 

Mas segundo a reportagem apurou, a comissão não descarta atuação em conjunto entre o BNY Mellon e a DTW na troca de informações para direcionar a aplicação do aporte antes mesmo de a operação ser solicitada pelo Postalis. Se confirmadas as irregularidades, BNY e DTW poderiam ser enquadrados por responsabilidade solidária.
Postalis perdeu dinheiro nas aplicações
 
Um ano e quatro meses depois do aporte de R$ 40 milhões na DTW, as duas aplicações do Postalis no Banco BNY Mellon — uma de R$ 30 milhões em renda fixa e outra de R$ 10 milhões em ações — rendem hoje ao fundo de pensão valores muito aquém do que se a fundação tivesse aplicado em investimentos considerados mais conservadores, como poupança ou Notas do Tesouro Nacional (NTN). 

Especialistas do mercado financeiro consultados pelo GLOBO disseram que se o Postalis apostasse em NTNs, por exemplo, teria tido um rendimento durante esse período de 17,5%, o que deixaria o valor aplicado em renda fixa no patamar de R$ 35,25 milhões, enquanto o montante aplicado em ações estaria hoje na casa dos R$ 11,75 milhões. O cálculo foi facilitado por não ter havido resgate do fundo durante os 16 meses.
No site da CVM, é possível confirmar o desempenho das aplicações. A Postalis confirmou o fraco desempenho. O investimento em renda fixa apresentou rentabilidade de 0,01%, e em ações, 7,64 pontos percentuais negativos. Soma-se a esses valores, o pagamento de uma taxa anual de 2% do Postalis aos prestadores de serviço, no caso, o BNY Mellon e a DTW. Pode-se concluir que o Postalis pagou ainda cerca de R$ 800 mil, em 2013, pela administração do fundo. 

De acordo com o Postalis, o BNY Mellon dá ao gestor “a liberdade de escolha para investimentos, desde que estejam de acordo com as políticas de investimentos dos planos e a legislação em vigor”. Já o BNY alegou sigilo das operações. Caneca negou prejuízo nas aplicações.
Rombo como consequência por má gestão
 
Gestões de eficiência duvidosa do Postalis durante os mandatos dos ex-diretores financeiros Adilson Florêncio da Costa e Ricardo Oliveira Azevedo podem ter contribuído para que um déficit técnico em um dos planos de previdência da fundação alcançasse cifras bilionárias desde 2009 — o que levou a entidade a aumentar a contribuição dos funcionários e causar uma queda de braço entre os sindicatos dos trabalhadores, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e o Tesouro Nacional sobre quem deve pagar a dívida. 

Em 2008, os Correios decidiram encerrar as atividades do plano de Benefício Definido (BD) e transformar a expectativa de direitos dos participantes em números, totalizando valor projetado para aporte de R$ 700 milhões, para equilibrar as contas do BD, algo assumido pela patrocinadora. Porém, um ano depois se constatou que o valor necessário para efetivar o saldamento (interrupção de pagamento das contribuições) do BD mais que dobrou, indo a R$ 1,5 bilhão.

Somado a esse valor, há ainda um déficit de R$ 935 milhões provenientes, em sua maioria da área de investimento do Postalis, identificado no balanço do ano passado e que onera ainda mais o Plano BD — levando o rombo, caso os Correios não aceitem saldar a dívida, a um valor de cerca de R$ 2,5 bilhões, ou 35% do patrimônio do plano, estimado em R$ 7 bilhões. O Conselho Fiscal dos Correios, ligado ao Tesouro, questionou o pagamento, mas concordou em saldar, por enquanto, a cota mensal da dívida.

— Dentro da empresa há um litígio. Enquanto a ECT propõe dividir esse valor com os funcionários, as entidades dos trabalhadores reagem com indignação, porque o Postalis, com aval da patrocinadora, no caso os Correios, fizeram o saldamento obrigatório sem nos consultar e prometeram assumir a dívida — diz Rogério Ubine, ex-conselheiro do Postalis e atual membro da Associação Nacional dos Participantes dos Fundos de Pensão (Anapar) e diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores nos Correios (Fentect).

Segundo Ubine, uma proposta defendida pelo Tesouro para que a ECT não assuma sozinha o prejuízo e divida, como prevê a lei, com os participantes do BD, está sendo discutida em âmbito administrativo. Para ele, a ECT não reconheceu até hoje essa dívida, que já comprometeu o lucro da empresa. As entidades questionam ainda a rentabilidade de outro plano de pensão, o PostalPrev, cuja participação é de apenas dos funcionários da ativa. 

De acordo com o presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadores dos Correios (Findect), José Aparecido Gimenes Gandara, o rendimento em 2013 foi negativo em 0,52%, quando sua meta era de 12,5%. Os sindicatos denunciam ainda que, mesmo com rentabilidade negativa, o Postalis pagou prêmio ao gestor que administra o investimento.

05 de maio de 2014
O GLOBO não conseguiu localizar Adilson Florêncio da Costa e Ricardo Oliveira Azevedo.