"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

LULA E DILMA SUPERESTIMARAM BENEFÍCIOS DA COPA NO BRASIL, DIZEM ESTUDOS

Economistas afirmam que governo superestimou benefícios da Copa  
 
 

Ensaio para o sorteio da Copa e chegada de ex-jogadores ao Sauipe

 
Casal de atores Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert participam do ensaio geral para o sorteio da Copa do Mundo de 2014 Juca Varella/Folhapress
 
Geração de 720 mil empregos, atração de 600 mil turistas estrangeiros e impactos econômicos de até R$ 142 bilhões. Esses são alguns dos benefícios citados por representantes do governo brasileiro para justificar a realização da Copa do Mundo de 2014 no país. Os números constam de estudos feitos por consultorias renomadas, a Ernst & Young e a Value Partners, que estimaram em 2010 os efeitos do Mundial da Fifa sobre a economia nacional.
 
Três anos depois, entretanto, esses dados estão sendo contestados por economistas de importantes universidades brasileiras. Dois trabalhos, um feito na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e outro na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), debruçaram-se sobre as projeções otimistas já divulgadas e chegaram a uma conclusão comum: os benefícios da Copa de 2014 foram superestimados.
 
Isso é o que diz um artigo assinado pelo professor do Instituto de Economia da Unicamp, Marcelo Proni, publicado ainda em 2012. O trabalho foi feito em parceria com o economista Leonardo Oliveira da Silva, que também estudou na Unicamp. Segundo o texto, "estudos [usados pelo governo] introduzem hipóteses que simplificam demais as projeções e ignoram preceitos econômicos" com a intenção de "alimentar altas expectativas em relação aos efeitos positivos da Copa".
 
Em entrevista ao UOL Esporte, Proni explicou que há diversas "limitações na metodologia" usada pelas consultorias que fizeram projeções sobre a Copa. Ele disse que não foram consideradas possibilidades de mudanças no cenário econômico ou mesmo uma queda na confiança de empresários com relação à economia nacional. Por isso, todos os dados apresentados acabam não sendo realistas.
 
"De 2011 em diante, o ritmo de crescimento da economia brasileira caiu. Nenhum estudo previa isso. Com a mudança no cenário, os investimentos privados na Copa diminuíram. Muitos projetos de hotéis foram adiados, por exemplo", disse ele, lembrando que a redução do interesse de empresários pelo Mundial é um dos motivos pelo qual o torneio não será tão benéfico à economia quanto o esperado.
 
Proni ainda afirmou que as estimativas sobre a geração de emprego também são "limitadas", pois não consideram um ganho de produtividade de trabalhadores. Segundo ele, uma obra que demandava mil funcionários em 2010, por exemplo, hoje pode ser feita por menos pessoas, já que a tecnologia na construção evoluiu.
 
"Se o estudo não leva isso em consideração, tende a superestimar as contratações", afirmou. "Parece que essas projeções mais otimistas são usadas como parte de um discurso para legitimar todo o investimento público em um evento como a Copa do Mundo", completou.
 
Segundo a última lista de projetos da Copa, os preparativos para o torneio custarão R$ 25,5 bilhões. Aproximadamente 85% disso serão custeados pelo Poder Público ou com financiamento concedido por bancos estatais. Menos de 15% serão pagos diretamente pelo setor privado.

 

Entenda o sorteio da Copa de 2014

 
SORTEIO DA COPA DE 2014 Na sexta-feira, o mundo conhecerá os grupos da Copa de 2014. Mas como as chaves serão formadas? Navegue pelas imagens para descobrir! Leia mais Getty Images
 
O estudo da UFMG, assinado por Edson Paulo Domingues, Ademir Antonio Betarelli Junior e Aline Souza Magalhães ainda acrescenta que a atração de turistas também terá um efeito colateral. Segundo o artigo, "um megaevento como a Copa apenas substitui turistas usuais por 'turistas-copa'". Portanto, não eleva consideravelmente os ganhos do país-sede, diferentemente do estimado por consultorias.
 
Por causa disso e de outros fatores, o artigo da UFMG ratifica que é impossível mensurar quanto efetivamente o Mundial da Fifa trará de benefícios para o Brasil. O artigo lembra, contudo, que diversos estudos econômicos feitos sobre eventos esportivos antes de sua realização superestimaram seus benefícios. Isso, inclusive, é uma conclusão comum de estudiosos de vários países, que avaliaram vários eventos.
 
O Ministério do Esporte foi procurado nesta terça-feira pelo UOL Esporte para comentar as conclusões dos pesquisadores de universidades. Não se pronunciou.
 
Na semana passada, porém, o órgão divulgou um balanço positivo sobre a realização da Copa das Confederações de 2013 no Brasil. De acordo com o órgão, o torneio movimentou mais R$ 740 milhões em turismo no Brasil. 
 
Ao todo, 230 mil brasileiros viajaram pelo país para assistir a jogos do torneio, segundo a Embratur. Outros 20 mil estrangeiros vieram ao Brasil. Cada estrangeiro que veio ao país gastou em média R$ 4.854, contra R$ 1.042 dos turistas brasileiros.
 
O Ministério do Esporte calcula que foram criados 24,5 mil empregos nos seis estádios usados na Copa das Confederações, a qual gerou R$ 100 milhões em novos negócios para micro e pequenas empresas brasileiras. Só em artesanato, foram vendidos R$ 2,7 milhões.

ACOMPANHE NOTÍCIAS SOBRE O SORTEIO DOS GRUPOS DA COPA

   
Acontece nesta sexta-feira o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014. Acompanhe notícias sobre o evento, que será realizado na Bahia

04 de dezembro de 2013
Vinicius Konchinski
Do UOL

PROCURADOR-GERAL PEDE PRISÃO IMEDIATA DE VALDEMAR COSTA NETO

 

O julgamento do mensalão no STF

 
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do mensalão, chegou por volta das 8h no Hospital do Câncer, no bairro do Santo Cristo, zona portuária do Rio de Janeiro, para fazer a perícia médica que vai definir se ele deve cumprir a pena de sete anos em casa
Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta quarta-feira (4) ao STF (Supremo Tribunal Federal) a prisão imediata do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e dez meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal 470, o processo do mensalão. Janot faz um aditamento à manifestação apresentada ao STF ontem (3).

PENAS DO MENSALÃO

  • Arte/UOL Clique na imagem para ver quais os crimes e as punições aplicadas aos réus

Também nessa terça-feira, em outro parecer enviado ao Supremo, o procurador declarou que as penas de Valdemar não podem ser modificadas porque ele foi condenado de forma unânime no crime de corrupção e com um voto a favor da absolvição no crime de lavagem de dinheiro. No entanto, Janot não pediu a prisão imediata. Para ter direito aos embargos infringentes, próxima fase de recursos, os condenados devem ter pelo menos quatro votos pela absolvição.
 
No mesmo parecer, Janot também defendeu a perda automática do mandato parlamentar, conforme decisão do plenário do STF, mas admite que a questão poderá ser analisada novamente porque Valdemar obteve quatro votos contra a perda imediata. "A função jurisdicional de processar e julgar os parlamentares federais nas infrações penais comuns, conferida constitucionalmente ao STF, é plena, e nessa medida comporta não só o decreto de condenação, mas também a natural e consequente aplicação da pena, em todos os seus aspectos", relatou.

04 de dezembro de 2013
André Richter
Da Agência Brasil

A PROFECIA DE UM PESADELO...

Chefe da gangue do mensalão, Lula diz que PT continuará no poder até 2022
 
Lula sugere que PT continuará na Presidência até 2022.Para as previsões do ex-presidente se confirmarem, o PT precisa reeleger Dilma em 2014 e vencer a eleição em 2018


Lula recebe título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo
Foto: Michel Filho / O Globo
Lula recebe título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo Michel Filho / O Globo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu em discurso nesta quarta-feira em São Paulo que o PT continuará no comando do país até 2022. Lula fez a declaração quando destacava realizações do governo dele e de sua sucessora, Dilma Rousseff.
 
— Eu já estou pensando no Brasil de 2022, quando a gente completar 200 anos de Independência e fizer uma comparação do que era esse Brasil. Ai vai ser duro, Dilminha. Vai ser duro quando a gente falar do Brasil que nós deixamos em 2022 e o que pegamos em 2002 para que a gente faça uma comparação do que aconteceu nesse país — afirmou Lula.
 
Para as previsões de Lula se confirmarem, o PT precisa reeleger Dilma em 2014 e vencer a eleição seguinte de 2018.
 
Dilma viajou a São Bernardo do Campo, no ABC paulista, especialmente para prestigiar o ex-presidente numa cerimônia em que ele recebeu da Universidade Federal do ABC o título de doutor honoris causa. O convite à presidente foi feito por Lula. Trata-se do 26º título que ele recebe desde que deixou a Presidência da República.

— Ela participou do primeiro título que recebi na Universidade de Coimbra. Um pouco acanhado eu pedi para que ela viesse hoje aqui porque eu queria que ela saísse daqui com a imagem que nós somos. Eu tenho certeza que tudo que vai acontecer aqui para a cabeça dela, a fala dos dois estudantes, valeram a viagem dela — disse Lula, ao se referir aos depoimentos de dois universitários da UFABC que são filhos de metalúrgicos e sindicalistas contemporâneos do ex-presidente em São Bernardo e relataram histórias da convivência com o petista quando crianças.
 
Embora Dilma não tenha discursado na cerimônia, Lula interagiu com ela todo o tempo durante seu pronunciamento. Em uma delas, o ex-presidente chegou a brincar com as manifestações populares deste ano.
 
— Quero dizer que hoje filhos de pedreiros e agricultores também podem ser doutores e essa é uma mudança extraordinária. Os jovens que falaram aqui, Dilma, são filhos da minha geração. São filhos da geração que fizeram sindicalismo comigo na década de 1970. Poucos de nós tivemos chance de estudar. O maior legado que um pobre quer deixar para o filho é que ele tenha escolaridade, uma profissão. E, se essa profissão for de doutor, minha presidenta você não sabe o que é uma família feliz. Depois que ele se forma doutor não espere que ele ficará agradecido. Ele vai para a rua fazer manifestação contra você. Nós precisamos continuar nos matando para garantir que, depois de formado, ele possa aperfeiçoar seus estudos e o emprego do sonho dele. Quando ele conseguir isso, pode estar certa de que ele não vai mais sair para passeata.

04 de dezembro de 2013
Silvia Amorim - O Globo

 Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/lula-sugere-que-pt-continuara-na-presidencia-

DESEJO DE MUDANÇA E STATUS QUO

A marca registrada dos acordos que estão sendo tecidos, porém, é o continuísmo. Nada de mudança. Nem assim os conflitos entre o PT e o PMDB são superados



A maior contradição do projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff beira a esquizofrenia: faz um governo de continuidade em relação ao mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas as pesquisas de opinião apontam que a maioria dos eleitores deseja mudanças. Indicadores negativos em relação aos serviços oferecidos à população — na educação, na saúde, na segurança, nos transportes, no combate à inflação etc. — corroboram essa necessidade, porém, o sistema de alianças que garante a sustentação do governo funciona como um muro de contenção. Esse status quo político é que deixa insatisfeita a população. Eis o dilema de Dilma Rousseff.



Como toda aliança muito ampla, que o Palácio do Planalto se esforça para preservar — haja vista a rodada de negociações realizadas no fim de semana pela presidente Dilma com a participação do ex-presidente Lula —, esse sistema de forças tem um programa raso, se é que existe. Sustenta-se principalmente no toma-lá-da-cá entre o Palácio do Planalto e suas lideranças no Congresso, com refregas que se acentuam na medida em que as eleições se aproximam. Toda vez que Dilma endurece o jogo com os aliados, sofre uma retaliação no Congresso. E la nave vá.



O eixo desse sistema de aliança é o pacto firmado entre o PT e o PMDB no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que garantiu a eleição de Dilma Rousseff em 2010 e o revezamento no comando da Câmara entre PT e PMDB. Esse pacto estremece sempre que o Palácio do Planalto contraria os interesses dos caciques do PMDB e demais aliados. Até recentemente, Dilma acreditava que poderia fazê-lo sem consequências negativas para o governo, muito pelo contrário, faturava junto à opinião pública uma certa aversão em relação aos aliados, que não escondia.



O ponto de inflexão nessa relação áspera com os aliados ocorreu logo após as manifestações de junho passado, quando Dilma tentou capitalizá-las. Propôs um plebiscito para a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva, já nas próximas eleições, com propósito de realizar a reforma política. A manobra foi interpretada como uma tentativa de jogar o descontentamento da população exclusivamente contra o Congresso e foi prontamente rechaçada. A avaliação do governo e da própria presidente despencou junto a dos demais políticos. O PT acabou isolado pelo PMDB no Congresso. Coincidentemente, entre os petistas e seus aliados, recrudesceu a campanha do “Volta, Lula!”.



De lá pra cá, a postura de Dilma mudou. Ao mesmo tempo que busca melhorar sua avaliação nas pesquisas de opinião, paparica os aliados e realiza negociações políticas com objetivo de articular os palanques regionais para sua reeleição. A marca registrada dos acordos que estão sendo tecidos, porém, é o continuísmo. Nada de mudança. Nem assim os conflitos entre o PT e o PMDB são superados. No fim de semana, durante o encontro de cúpula dos dois partidos, isso ficou muito claro. O PT precisa escolher entre a reeleição de Dilma ou a eleição de seus candidatos aos governos estaduais. Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Paraná, Bahia, Rio Grande do Sul e Pará são os estados onde é maior a fricção.
 
Miscelânea

Jovens— A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios divulgada na semana passada lança luzes sobre a grande insatisfação dos jovens, que deve recrudescer nas próximas eleições.
O número de jovens de 15 a 29 anos que não estudava nem trabalhava chegou a 9,6 milhões no país no ano passado, isto é, uma em cada cinco pessoas da respectiva faixa etária.
O Nordeste é a região na qual estava concentrada a maior parte da geração “nem-nem”: 23,9%. O Norte, por sua vez, tinha 21,9%.
As regiões Sudeste (18,1%), Centro-Oeste (17,4%) e Sul (15%) estavam abaixo dos 20%. Faltam jovens qualificados para ocupar vagas nos setores mais modernos da economia e sobra mão-de-obra nas áreas que exigem menor qualificação.
Conclusão: nossa política educacional e de formação de mão-de-obra fracassaram.

Renúncias — O deputado José Genoino (PT-SP), que se encontra em prisão domiciliar, surpreendeu os aliados ontem ao anunciar sua renúncia ao mandato com o propósito de evitar o constrangimento de um processo de cassação. Fez o que Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-GO), também condenados na Ação Penal 470, anunciaram, mas não concretizaram ainda. Resta saber se o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) repetirá o gesto ou enfrentará o plenário.

Luiz Carlos Azedo, Correio Braziliense
04 de dezembro de 2013
 

CARNÍVOROS RENITENTES

SÃO PAULO - Vegetarianos ficaram bravos com Josimar Melo por causa do relato pouco enaltecedor que ele fez de sua experiência de passar uma semana sem consumir proteínas de origem animal. É claro que todo mundo é livre para reclamar do que bem entender. O que eu me pergunto é quais são as perspectivas do vegetarianismo e suas variantes.

Quem coloca bem a questão é o psicólogo evolucionista Steven Pinker em "Melhores Anjos": "Será que nossos descendentes do século 22 vão ficar tão horrorizados com o fato de nós comermos carne como nós ficamos com o fato de nossos ancestrais terem escravizado pessoas?".

Para Pinker, a resposta é "provavelmente não". Embora a analogia entre libertação animal e escravidão seja retoricamente poderosa, ela não é exata. Para começar, no aspecto prático, humanos têm fome de carne. A obtenção de proteínas animais foi essencial para a evolução de nossos cérebros e moldou nossos relacionamentos sociais. As marcas dessa história aparecem no desejo por vezes irrefreável de devorar um filé.

Apesar dos avanços do vegetarianismo, esse movimento parece ter um teto. Mesmo na Índia, onde algumas das principais religiões e a pobreza o incentivam, a proporção de praticantes fica entre 24% e 42% da população. Em países ocidentais, raramente chega aos dois dígitos.


No plano teórico, uma boa justificativa para não consumir animais exigiria que resolvêssemos o problema da consciência --o que nem a ciência nem a filosofia parecem prestes a conseguir. Bichos vêm num amplo gradiente que inclui desde protozoários e insetos que precisamos destruir para assegurar nossa saúde até os simpáticos macacos. Enquanto não formos capazes de distinguir os que estão na zona cinzenta com base numa teoria mais ou menos completa da consciência, haverá espaço para ambiguidades que vão garantir se não o filé pelo menos o "escargot" e o camarão dos carnívoros renitentes.

ESPIRITUALIDADE

Lá vou eu tentar mostrar que zen-budismo não é a mesma coisa que zé bundismo

Guimarães Rosa escreveu, em “Tutaméia”: “não confunda sorvete com Nirvana”. Essa frase (cito-a de memória) me vem à mente toda vez que ouço alguém se declarar “espiritualizado”, com um orgulho mal contido pela própria espiritualidade. Os espiritualizados estão por toda parte. É um verdadeiro suplício. Ligo a televisão e está lá a celebridade se dizendo espiritualizada, em plena vulgaridade de programa de auditório, com roupas de grife, a profundidade intelectual de uma poça e um verniz de penitência no rostinho ao pronunciar a palavra-fetiche. Não tenho prazer em botar água no incenso de ninguém, mas tenho um compromisso com a interpretação da realidade, então lá vou eu tentar mostrar que zen-budismo não é a mesma coisa que zé bundismo.

A declaração de “espiritualidade” manifesta antes um traço revelador de classe do que uma prática existencial autêntica. Explico. É que, para os “espiritualizados”, quem tem religião são as camadas populares. Religião é “coisa de pobre”. Esses evangélicos que votam no Crivella e no Feliciano, esses católicos que vêm de ônibus para a Jornada Mundial da Juventude. Religião é “coisa de alienado”, esses pobres coitados que acreditam num Deus de monoteísmo, são explorados pelo dízimo e perseguem gays. As camadas médias e os ricos não querem se confundir com essa gente. Eles não têm preconceitos de sexualidade (o calo aperta é na hora da produção de igualdades sociais). Eles votam na Marina, em cujas sofisticação intelectual e engajamento ambiental veem uma espécie de purificação ou autenticação da religiosidade (e estão certos quanto a Marina, mas não têm, eles mesmos, nem a sua força intelectual nem a seriedade do engajamento).


A espiritualidade recusa a religião, mas acaba reproduzindo a alienação da religiosidade meramente formal, agora sob a forma de atitude existencial fake. Pois espiritualidade, aí, não designa cultivo moral e intelectual (a “vida do espírito”), mas um valor difuso, uma fetichização do vago, de inspiração oriental, cujo significado é mais sociológico que existencial, e tão inautêntico quanto os yuppies budistas que pretendem conciliar o Nirvana ao mercado financeiro. É precisamente a isso que se referiu Zizek tantas vezes, ao interpretar esse espiritualismo new age (sobretudo o alto valor do budismo na Europa e nos EUA, os grandes centros do capitalismo no Ocidente) como uma válvula de escape que permite às pessoas, em vez de transformar suas vidas e a da coletividade, repetir e até intensificar as suas práticas, só que esvaziadas de culpa. A espiritualidade cumpre, assim, as funções de álibi para o materialismo superficial da vida contemporânea, e de obstáculo para que o sujeito e o mundo se coloquem em crise radical. É por isso que Zizek a chamou de “mais perfeito suplemento ideológico” do capitalismo, em vez de atuar como sua contraideologia. Em outras palavras, ao invés de abraçarem o budismo para se oporem à realidade, transformando-a, os ocidentais utilizam o budismo como uma espécie de válvula de escape moral e existencial, que lhes permite melhor conviver com a experiência capitalista.

Zizek propõe ainda uma diferença entre o conceito clássico de sintoma e a noção de objeto-fetiche. Como se sabe, o sintoma é o resultado de um recalque, é a manifestação indireta de algo que, insuportável, foi suprimido da consciência, a fim de tornar a realidade tolerável. Já o fetiche não é caracterizado por essa negatividade (a supressão constitutiva do recalque), mas sim por um princípio positivo: elege-se um objeto que viabilize a realidade, que ajude a viver com as dificuldades impostas por ela, sem precisar encará-las como tais, isto é, como realidades. O budismo tibetano — referência maior da “espiritualidade” contemporânea — seria esse objeto-fetiche para o Ocidente.

A espiritualidade é, assim, apenas a versão classe média da religiosidade alienada. Nada tem da autêntica vida do espírito dos intelectuais, nem tampouco da autêntica experiência religiosa, com suas exigências drásticas de renúncia ao mundano, seus caminhos de crises e conversões, suas radicais práticas ascéticas (que na versão espiritualizada sobrevive na “semana da dieta do Detox”, em que a purificação fisiológica não deixa de ser investida ideologicamente por um sentido maior, “espiritual”). Essas formas de espiritualidade oriental instantânea são feitas sob medida para uma época de subjetividades preguiçosas, época sem épica existencial, mais para psicotrópicos do que para psicanálise, mais para ansiedade do que para angústia, mais para autoajuda que para alta ajuda.
 
04 de dezembro de 2013
Francisco Bosco, O Globo

HISTÓRIAS VERDADEIRAS

Quando me convidaram para assistir a uma nova modalidade de stand-up que está sendo implantada no Brasil (e que já funciona com sucesso nos Estados Unidos), fiquei curiosa. A ideia é levar pessoas comuns para compartilharem, no palco de um bar, a sua trajetória de vida. Em 12 minutos, a pessoa, sem ajuda de anotações, espontaneamente, conta sua história real, que pode ter a ver com superação, sorte, risco ou qualquer coisa que não seja trivial. Cômica ou trágica, pouco importa.

Na noite do projeto-piloto, eu estava na plateia. Foram cinco convidados a falar. Um diretor de teatro contou o que ele e seu companheiro passaram para adotar duas crianças. Um músico contou sobre o momento em que descobriu que tinha um câncer no estômago e do acidente de carro que sofreu um dia antes da cirurgia. Uma garota contou sua experiência vivendo num país estrangeiro, quando fez uma besteira e acabou presa. Um personal trainer contou sobre como deixou de ser um adolescente obeso, perdendo cerca de 40 quilos e tornando-se um amante dos esportes. E, por fim, uma mulher viciada em limpeza e arrumação contou como controla o TOC – transtorno obsessivo-compulsivo.

Nós cruzamos por eles todos os dias nas ruas. São exatamente como você e eu. Comem pizza, vão ao cinema, namoram, correm no parque. Olhando assim, nem diríamos que já viveram um roteiro pronto para um filme. A questão é: quem, com pelo menos uns 30 anos de idade, não teria algo significativo para contar? Todos, ou quase todos nós, já passamos por um turning point, uma perda, uma dificuldade, uma experiência surreal. Não há vida que seja irrelevante.

Em 12 minutos, uma pessoa comum, ao vivo, pode oferecer um reality show muito mais interessante do que três meses de episódios diários de Big Brother, pois ela está ali, na frente de estranhos, meio nervosa, constrangida, relembrando algo muito particular, como se estivesse numa sessão de terapia em grupo. Não há figurino, nem texto decorado, nem direção de cena. É simplesmente alguém falando algo que nunca postará no Facebook.


Para que serve isso?

Para quem fala, sinceramente, não sei. Se quiser, você pode se inscrever (www.historiasverdadeiras.com.br) e descobrir como é a sensação, caso seja escolhido – haverá uma apresentação por mês em Porto Alegre, a partir de janeiro.

Para quem ouve, é uma oportunidade de cair na real neste mundo onde tudo nos é apresentado com alguma maquiagem. É a chance de dar uma colher de chá ao que é estritamente humano. É uma possibilidade de se emocionar sem uma tela separando você de quem conta a história. É ser plateia de um striptease inusitado: ver alguém despindo a alma. É perceber que nem sempre a arte e o talento são necessários para uma narrativa – a realidade crua também tem seus encantos. É sentir-se lisonjeado pela confiança de quem não teme ser julgado. É testemunhar o humor, o jogo de cintura, a capacidade de relativizar e as saídas encontradas por desconhecidos.

Numa época em que muitos se exibem, mas poucos se revelam, está aí uma novidade.

 
04 de dezembro de 2013
Martha Medeiros, Zero Hora

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 04/12
04 de dezembro de 2013

BAGUNÇA SEM FIM

Eventual aposentadoria de José Genoino será mais um escárnio da política nacional

jose_genoino_20O Brasil foi transformado em reduto da desfaçatez, sem que a população tivesse reagido, mesmo que minimamente.

Políticos envolvem-se em rumorosos escândalos de corrupção e querem ser tratados como divindades.

Não há como aceitar uma situação como a que corrói diariamente o País, sob pena de em breve sermos vítimas de uma ditadura comunista, como a que vem arruinando a combalida e vizinha Venezuela.

Responsável pelos empréstimos fictícios do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional, José Genoino foi condenado à prisão na esteira da Ação Penal 470, mas não apenas desafia o Supremo Tribunal Federal, como se vale de pessoas próximas para tornar-se um mártir.

Trata-se de mais uma ação acintosa do PT, que deveria reconhecer, como muito tempo de atraso, que a farsa desmoronou e que aos condenados só resta contemplar o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta.

Depois de apresentar à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados sua carta de renúncia, por meio do “companheiro” André Vargas (PT-PR), Genoino ainda contou com um espetáculo chicaneiro protagonizado por seu irmão, José Nobre Guimarães, que tentou transformá-lo em uma vítima de um regime antidemocrático.
Mentor do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Dólares na Cueca”, José Nobre por pouco não chorou na tribuna da Câmara, ao dizer que o irmão é um inocente e que há 45 anos luta pela democracia.
É bom que fique claro que José Genoino, assim como todos os integrantes da esquerda caviar, jamais lutou pela democracia. O máximo que o guerrilheiro do Araguaia fez foi lutar contra o sistema, no afã de, seguindo a cartilha esquerdista, instalar no Brasil uma ditadura comunista, como está claro no projeto totalitarista de poder do Partido dos Trabalhadores.

Ideologias à parte, até porque somos livres para pensar e acreditar no que melhor convier, José Genoino está se transformando em um péssimo exemplo aos cidadãos do País, pois envolve-se em um ousado esquema criminoso e pode ser contemplado com uma aposentadoria da Câmara dos Deputados no valor de aproximadamente R$ 26 mil mensais. Acinte descomunal em um país que tem como valor do salário mínimo a fortuna de R$ 678.

Independentemente do cometimento do crime e da condenação judicial de Genoino, os deputados deveriam mostrar de fato que ouviram as vozes roucas que ecoaram nas ruas do País há meses.
Os manifestantes que protestaram à época parece que tomaram chá de sumiço e agora assistem a tudo como se nada pudessem fazer. Tal situação leva a pensar que as manifestações foram encomendadas ou, então, que as pessoas saíram às ruas apenas para promover baderna.

Fato é que o povo brasileiro tem a obrigação de protestar contra a aposentadoria de José Genoino, que mesmo sendo regimental é no mínimo imoral.
O Congresso já deu mostras de que sob pressão cede e atende aos anseios da população. É uma questão de começar.

04 de dezembro de 2013
ucho.info

"LAVANDERIAS PANAMENHAS" SÃO AGENCIADAS EM MIAMI E MUITAS JÁ FORAM USADAS POR MENSALEIROS

 

Receita conhecida – Engana-se quem pensa que a empresa panamenha que controla o Hotel St. Peter, em Brasília, onde o mensaleiro encarcerado José Dirceu pretende trabalhar, é a única que esconde os verdadeiros donos, normalmente empresários alarifes e políticos inescrupulosos. De igual modo não foi no Panamá que surgiu a ideia de se criar uma empresa para servir de trincheira à família Abreu.

lavagem_dinheiro_04Em Miami, a cidade mais brasileira da Flórida, uma empresa, que integra o esquema para driblar o fisco em diversos países, é encarregada de aliciar os “laranjas” panamenhos. A tal empresa, ligada a companhias e advogados do Panamá, é comandada por um ex-funcionário de alta patente de um banco venezuelano que opera nos Estados Unidos. Vivendo confortavelmente na Flórida, o aliciador de “testas de ferro” atua para esconder fortunas e patrimônios de latino-americanos por meio de empresas criadas em paraísos fiscais.

Na barafunda chamada Brasil, muitos são espertalhões que se renderam às benesses do Panamá, onde, vale salientar, a natureza é exuberante. Quando ainda operava fortemente na política nacional, em especial durante o primeiro governo do lobista Lula, o finado deputado federal José Janene falava com frequência sobre empresas no Panamá. Entre os interlocutores de Janene, o “Xeique do Mensalão do PT”, estavam alguns doleiros conhecidos e que foram desmascarados na CPIs dos Correios e dos Bingos.

Abrigar patrimônios e investimentos em uma empresa estrangeira sediada em paraíso fiscal não é ilegal, desde que a operação não viole a legislação internacional e também não sirva de cortina de fumaça para negócios ilícitos, como ocorre com certa frequência. Não custa lembrar que uma das grandes revelações do Mensalão do PT foi a conta bancária batizada em nome da offshore Düsseldorf, utilizada pelo marqueteiro Duda Mendonça para receber parte dos honorários relativos à campanha presidencial de Lula em 2002.

No escândalo do Mensalão do PT, um fato escapou dos olhos dos que investigaram o caso. Os mencionados empréstimos bancários eram em sua maioria fictícios e serviram para repatriar o dinheiro das propinas cobradas em algumas cidades brasileiras. A quantia que estava depositada em contas no exterior foi transferida para empresas correspondentes dos bancos do Mensalão e entregue no Brasil em forma de empréstimo.

04 de dezembro de 2013
ucho.info

ANDRÉ ESTEVES QUER ENTRAR NO BANCO VOTORANTIM, QUE ESTÁ DE NOVO TECNICAMENTE FALIDO

 

A imprensa especializada em finanças noticia que André Esteves pretende comprar o Banco Votorantim (BV) e, assim, tornar-se sócio do Banco do Brasil neste empreendimento, já que o BB, através do programa “Bolsa Banqueiro”, sempre à disposição da banca pelos governantes, socorreu o BV em 2009, quando as apostas daquele banco no mercado financeiro o deixaram em maus lençóis.

A informação é que a cúpula do BB não aguenta mais os eternos prejuízos do BV.
Ora, contem outra, pois já associaram-se ao Banco Votorantim  sabendo que se tratava de um banco quebrado.
O que está por trás dessa operação misteriosa logo se saberá, mas o BB dizer que está descontente com as “decisões equivocadas” do BV não reflete a realidade.

Em 27/02/2013 esta Tribuna informou que BB e BV estavam lançando em fundo imobiliário em comum e no portfólio do produto financeiro registrado na Bovespa ainda constava que BB e BV formavam uma bonita parceria estratégica.

A parceria avançou e muito, pois o fundo imobiliário tem comprado imóveis que são ou  serão locados ao BB, inclusive tem comprado imóveis que já eram de propriedade do BB, até mesmo edifícios inteiros.
Ou seja, de devedor o BV passou a ser, através do mencionado fundo de investimento, coproprietário de edifícios e agências do BB. Os dois bancos constituíram, inclusive, uma nova empresa,  a Patrimonial Fundo de Investimento Imobiliário, administrada, por incrível que pareça, pela Votorantim Asset Management DTVM.
Para quem estava falido, nada mal… Portando, BB e BV estão, cada vez mais, juntos e misturados.

MAS POR QUÊ?

Outra parte misteriosa da estória é a vontade de André Esteves em adquirir o BV. O grande  investidor já é sócio da Caixa Econômica Federal, através do Banco Pan, extinto Banco
PanAmericano do apresentador Silvio Santos, que também ganhou uns bilhões no “Bolsa-Banqueiro” do governo petista e passou o mico pra frente. André Esteves interessou-se em comprar o banco falido, associando-se à CEF, claro.

Diz a mídia corporativa que o BTG de André Esteves vem reorganizando o Banco Pan, “com mais dificuldade do que esperava no início”.

Descontente com os dissabores encontrados na parceria com a CEF, André Esteves quer “sofrer” também com as dificuldades do Banco Votorantim, associando-se ao BB, claro. Quer ser “parceiro estratégico” de dois gigantes estatais do mercado financeiro em empreendimentos problemáticos e deficitários, mas que já levaram alguns bilhões do governo para seus ex-proprietários.

Ironia das ironias, onde André Esteves perdeu dinheiro foi com a EBX de Eike Batista, ou seja, com a iniciativa privada. Certeza de lucro mesmo, nossa burguesia só tem é com o Estado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO Banco Votorantim foi avalista de uma mega operação de Eike Batista junto ao BNDES. Ou seja, está tecnicamente quebrado, de novo. (C.N.)

O CHEIRO DA DEMOCRACIA

   

Será que forma de governo tem cheiro? Nunca pensei nisso, que mais parece pé de conversa de quem não tem assunto.
Mas corrupção deve ter mau cheiro, deve feder, porque, na ditadura, tão malfalada pelos heróis das bolsas, não existia essa inhaca que paira sobre nosso país, de um modo geral.

Fui deputado durante 20 anos: quatro como suplente da gloriosa UDN e 16 como deputado da Arena e do PDS. Politicamente, andei por Ceca e Meca, fui um dos seis fundadores do MDB em Minas Gerais, juntamente com João Bosco, Dalton Canabrava, José Maria Magalhães, Celso Passos e Simão da Cunha. Ser do MDB naquela época, só mesmo para quem precisava apenas de ar para respirar, porque voto mesmo, que é bom, não podia, era pecado, principalmente no interior.

Por questões que só a mim interessam, voltei a disputar eleições pela Arena em 1970, quando teve início o atual desinteresse pela política, e ainda não se sabia da ação de tantos heróis da pátria amada, que surgem ou brotam agora, neste tempo já longe do chamado “teatro de operações”.

É tudo muito confuso: nós, deputados, só ficamos sabendo do Araguaia pela BBC de Londres, e daí o estranhamento com o grande número de aposentadorias de valentes revolucionários. Não consigo atinar como tantos revolucionários (e alguns terroristas) não ganharam a “guerra”…

Voltando ao tema, em 1970, a Arena fez 49 deputados, e o MDB, apenas 12. Divergi e me juntei à bancada da oposição. Éramos 13 contra o resto. Como não sou subversivo nem ladrão, ouvia falar em cassação, mas sequer fui advertido, apesar das ameaças do Andradinha, líder do governo, velho amigo e companheiro da UDN, mas que, naquele tempo, se julgava o último revolucionário do pacote…

POUCOS GASTOS

Na quinta legislatura (1963/1966), a bancada da UDN tinha uma sala em comum para os 27 deputados, três ramais de um mesmo telefone e três funcionários para todo mundo: Conceição, Nilda Brunn e Joaquim Cirino. Quando mudamos para a Assembleia nova, no Santo Agostinho, em dezembro de 1972, eu tive, durante quatro anos, apenas uma funcionária, Eloísa Bragança Fully.

Na quinta legislatura, a Assembleia possuía três veículos: um da presidência, outro da primeira-secretária e uma Kombi para os serviços gerais. Hoje, só de publicidade, a “Casa do Povo” gasta mais do que o orçamento do Poder de então. Tem avião, uma frota de carros e até televisão, cujo orçamento é maior que o do próprio Poder Legislativo.

Bem, vou parar para não atrapalhar a propaganda da prefeitura, que “não para de trabalhar” para nós… e tome publicidade! Onde estão o Ministério Público e o TCE, responsáveis pelo controle externo das contas públicas? Mas, depois de helicóptero com cocaína, que não tem dono, e do piloto pago pela Assembleia, fica fácil saber por que o ex-Luiz nunca sabe de nada e está solto por aí fazendo fofoca. E pensar que a minha primeira campanha, quinta legislatura, foi feita de jardineira…

(transcrito de O Tempo)

04 de dezembro de 2013
Sylo Costa

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
04 de dezembro de 2013


BONS NO COURO

 
 No Botafogo, dá de tudo, até aleijado (Gentil Cardoso, técnico do Botafogo, ao ver Garrincha se apresentar para um teste em General Severiano)

Quem disse que o Google é infalível ? Procurei lá e não achei uma informação que, antiga embora, insiste em permanecer na minha memória. Já ouviram uma musiquinha que tinha, na letra, a seleção brasileira de 1958, do goleiro ao ponta-esquerda ? Melodia sofrível, o cantor perdido nas esquinas do tempo lascava: Gilmar, De Sordi, Belini, Zito, Orlando e Nilton Santos, Garrincha, Didi, Vavá, Pelé, Zagalo, eis o scratch nacional/Eles jogaram na Suécia/Com amor e decisão/Aí está o meu país/Com o título de campeão.

Ocaso do complexo de vira-lata, a conquista da 1ª Jules Rimet reafirmou a genialidade de uma dupla de compadres alvinegros. Garrincha entortou defesas, Nilton Santos parou ataques e demoliu, com simplicidade, os esquemas táticos rígidos que faziam a cabeça dos técnicos. Quase enlouqueceu Feola ao avançar, bola dominada, peito erguido, e fulminar o goleiro austríaco. “Volta, Nilton, volta !”, gritava desesperado o técnico, antes de enxugar o suor e aplaudir a ousadia do seu lateral-esquerdo. Palmas réquiem para o futebol engessado.

Garrincha e Nilton foram protagonistas de meu Maracanazo particular. 15 de dezembro de 1962, final do campeonato carioca, quase 160 mil torcedores. O Botafogo não toma conhecimento do Flamengo e, pilotado por um Garrincha iluminado, aplica uma goleada impiedosa.
Não adiantou botar o então iniciante Gérson, o Canhotinha, para ajudar Jordan a marcar o Mané. Bailou à vontade, ninguém parava aquele pássaro feliz, no auge de sua criatividade.
O Menino nada tinha a fazer a não ser desligar o rádio, espantar uma lágrima persistente, xingar o fraquíssimo goleiro do Flamengo e esperar por dias melhores. Que, aliás, começariam já em 1963, com um goleiro doutor e um ponta-direita mediterrâneo. Mas isso já são outros quinhentos.

NILTON E GARRINCHA

Como, ora raios, tinha nascido aquela dupla de arteiros que, parafraseando Nilton, era amiga de infância de todas as bolas do mundo?
O Botafogo tinha um jogador chamado Araty, que, para dar uma relaxada, foi à pequena cidade de Pau Grande, interior do Estado do Rio, apitar uma pelada. Deslumbrado, viu aquele estranho personagem de pernas tortas, candidato a aparelhos corretivos e fisioterapeutas, fazer misérias.

Convidou-o a aparecer no Botafogo para fazer um teste. O peladeiro não apareceu. Araty insistiu com a cartolagem e um dirigente desembarcou no campinho de terra e confirmou o fenômeno. Marcou novamente um teste, e desta vez, o sujeito não faltou. Passo a palavra para o Enciclopédia:
“Não é para justificar, até porque o teste dele foi um dia de sorte para mim. Eu estava na semana de despedida de solteiro e andava abusando um pouco.

Então, colocaram aquele cara todo torto e desengonçado na ponta direita. Não fiz muita fé. Quando ele pegou a bola, fui logo desarmá-lo e ele, na maior desenvoltura do mundo, parecia até que já jogava ali, enfiou a bola no meio das minhas pernas e foi buscar do outro lado.
Nessa época, eu estava muito badalado no clube. Todos diziam que eu era o cobrão. Um cara todo torto fazer aquilo comigo é porque era bom. Falei logo: Contratem o homem, não quero passar esse vexame no Maracanã cheio. Fui ouvido, graças a Deus, e daí em diante pude sempre dormir tranquilo. Ele estava do meu lado, coisa que não acontecia com seus marcadores. Tenho muito orgulho de ser seu primeiro João”.

Nascia ali não apenas uma orquestra de câmara muito bem afinada, mas uma dupla de compadres raríssima no futebol, especialmente nesses tempos de idolatria financeira.
SÓ NO BOTAFOGO

Nilton vestiu a camisa de apenas um clube, dizem que assinava contratos em branco por amor ao Botafogo. Tempos heróicos, quando a ligação com o time se construía aos poucos, dos chamados juvenis aos profissionais, passando por uma espécie de estágio probatório, que era a categoria de aspirantes. Que delícia chegar cedo no Maracanã, assistir a preliminar e identificar os futuros titulares ! Lembro de Germano, um ponta-esquerda do Flamengo que tinha canela fina e chute fortíssimo, nascendo naqueles aperitivos das tardes de domingo.

Nilton manifestou estranheza com esse hábito de jogadores comemorarem gols beijando o distintivo da camisa. Para ele, o ato de demonstrar amor ao clube era invisível e, por isso, muito mais sincero e duradouro. Hoje, as peneiras aleijam os times profissionais, mandando a garotada para fora do país. Ganham os cartolas e os empresários, perde a qualidade dos nossos campeonatos.

Nilton se foi. Era o último remanescente da seleção de 1950, embora não tivesse atuado em nenhuma partida. O técnico Flávio Costa implicou com sua chuteira “de bico mole”. Beque tem que jogar com chuteira apertada, para dar mais força ao chute, alegava Flávio. O tempo mostrou quem estava certo. O jogador elegante, com pleno domínio de todos os fundamentos do futebol, não precisava de artifícios no pé.

Compadre Garrincha já tinha ido embora há 30 anos, abatido pelo alcoolismo, pela decadência precoce (acelerada pelas injeções que tomava no joelho para aliviar dores crônicas), pela solidão. Nilton não conseguiu assistir ao enterro do compadre. Era muita dor. Conta, no entanto, uma passagem poética e perturbadora:

“Ao longo das passarelas da avenida Brasil, pessoas choravam, acenavam com lenços brancos, jogavam flores sobre o carro. Num determinado ponto, alguém soltou uma camisa número sete, da Seleção Brasileira, que foi voando, bailando como se fossem seus dribles, e que acabou por pousar em cima dele. Ficou presa na alça do caixão e manteve-se até Pau Grande. Essa cena, para mim, é inesquecível”.

O MAINÁ

Fiquei arrepiado quando li essa história porque lembrei do amor de Garrincha pelos pássaros. Ficou célebre a história do mainá, pássaro que emite um som parecido com a voz humana. Antes da campanha do bicampeonato no Chile, o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, prometeu a Garrincha um mainá se ele trouxesse o caneco pela segunda vez. Gente próxima ao Mané disse que aquele não era um estímulo menor. Caneco na mão, o Corvo presenteou o mainá e as fotos da época mostram a infinita alegria de um menino ganhando um brinquedo.

O fim dessa história não é edificante. Garrincha era totalmente despolitizado, mas sua companheira Elza Soares tinha dado apoio público a Jango, deposto pelos militares. Resultado: a casa dos dois foi invadida em 1964 e os meganhas, depois de humilharem o casal, tiraram o pássaro da gaiola e o estrangularam. Na saída, ameaçaram uma nova “visita” caso abrissem o bico. A imprensa noticiou a morte do mainá, sem esclarecer a causa mortis.

De um jeito todo seu, Nilton e Garrincha esculhambaram as táticas da vida quadrada. O Enciclopédia e o colecionador de Joões voaram mil voos de mainás, pintassilgos, sanhaços, canários e bem-te-vis. Todas as cores em preto e branco. Como bem resumiu Armando Nogueira, falando sobre Nilton, mas rebatendo em outro Santos, o Manuel Francisco dos idem: Tu, em campo, parecias tantos, e no entanto, que encanto ! Eras um só, Nilton Santos. Saudações rubro-negras, figurinhas carimbadas da minha saudade.

04 de dezembro de 2013
Jacques Gruman

VERGONHA NACIONAL

Tentativa de invasão do Palácio do Planalto expõe desmoralização do governo de Dilma Rousseff

(Ueslei Marcelino - Reuters)
(Ueslei Marcelino – Reuters)

Vergonha nacional – As instituições do País estão mergulhadas em um oceano de descrédito. Isso faz com que a população seja tomada por um desânimo perigoso, pois em situações como essa os golpistas avançam sobre um terreno livre de qualquer resistência. Essa tática é velha e muito utilizada por regimes totalitaristas, mesmo que camuflados.

Comentar sobre o descrédito que há muito solapa a classe política é redundância, mas a prisão dos mensaleiros permitiu ao País punir os criminosos que operaram e integraram o maior escândalo de corrupção da história nacional, apesar de ser muito pouco se comparado ao estrago que essa prática criminosa provoca à nação e a ao erário.

O Brasil perde R$ 100 bilhões por ano na esteira da corrupção, mas o PT, partido que já mostrou sua vocação para o banditismo político, insiste em desacreditar a decisão do Supremo Tribunal Federal, que não se intimidou diante da pressão exercida pelos atuais donos do poder mandou para a cadeira algumas figuras proeminentes do partido.

Os brasileiros precisam reagir com vigor à tentativa espúria do PT de transformar o mensaleiro José Genoino em mártir e o restante em heróis condenados em julgamento truculento e antidemocrático. Genoino, José Dirceu, Delúbio Soares e seus comparsas são criminosos condenados e com as respectivas sentenças transitadas em julgado, não podendo sequer sonhar com qualquer regalia.
Todavia, o descrédito que avança pelo País tem permitido que setores da sociedade, impulsionados pela falsa sensação do “vale tudo”, coloquem em xeque a autoridade dos governantes. Na manhã desta quarta-feira (4), a tentativa de invasão do Palácio do Planalto por cerca de quinhentos índios é a prova inconteste de que o atual governo perdeu o respeito da população.

Uma nação é resultado de um país que respeita o seu conjunto legal, como um todo, sem rapapés e interpretações de encomenda. A postura do governo de supostamente respeitar as manifestações democráticas é um atalho para a instalação de um regime totalitário de esquerda. Se o protesto indígena tivesse ocorrido na Casa Branca, por exemplo, pelo menos algumas dezenas de índios já estariam mortos e sendo velados sob os ritos da pajelança.

O governo atual é vergonhoso e está escandalosamente desmoralizado, mas a presidente Dilma Rousseff se preocupa apenas com eventos que possam lhe render dividendos político-eleitorais, como se o Brasil precisasse de mais quatro anos de incompetência e paralisia. O País está à deriva em todos os setores, mas os petistas palacianos encontram motivos para comemorações e festas, enquanto os investidores internacionais começam a rever o direcionamento do capital estrangeiro.

Se Dilma Rousseff renunciasse à Presidência nesta quarta-feira, os brasileiros teriam de despender pelo menos cinco décadas de esforço continuado para repara o estrago que começou e avançou com Lula e foi coroado por sua sucessora. Ainda é tempo para reverter o caos, mas é preciso começar já!

04 de dezembro de 2013
ucho.info

PELA CULATRA

Plano de Dirceu de gerenciar o polêmico Saint Peter é considerado tiro no pé dentro do PT

(Foto: Edson Ruiz - Estadão)
(Foto: Edson Ruiz – Estadão

Nada pode ser mais ridículo do que uma pessoa idosa que posa de jovem na maior parte do tempo, mas que assume a própria quando interessa ao alarife.
Assim agiu o mensaleiro e deputado cassado José Dirceu, que por meio de seus advogados requereu à Vara das Execuções Penais do Distrito Federal agilidade na apreciação do pedido de autorização para trabalhar no Hotel Saint Peter.

No requerimento enviado à Justiça, a defesa do chefe do Mensalão do PT requereu prioridade na análise com base no Estatuto do Idoso, que privilegia pessoas com mais de 60 anos, e destacou que o petista tem 67 anos. Acontece que Dirceu é um metido a garotão que agora quer se passar por velhinho abandonado.
 
O juiz Vinícius Santos Silva, da Vara das Execuções Penais do DF, afirmou em seu despacho que José Dirceu terá, sim, prioridade no respectivo processo, mas a análise sobre a idoneidade do trabalho não pode passar na frente de pedidos semelhantes formulados por outros detentos de outros presos. A decisão foi informada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (4).

Independentemente de o pedido de prioridade apresentado por José Dirceu ser atendido em algum momento, o escândalo envolvendo o Hotel Saint Peter, em Brasília, deve dificultar a concordância da Justiça em relação ao eventual local de trabalho do petista.
O hotel, que se dispõe a pagar R$ 20 mil reais mensais ao novo “gerente administrativo”, é controlado por uma empresa panamenha, cujo presidente é um reles testa de ferro, considerado pobre em seu país e que trabalha em um dos muitos escritórios de advocacia especializados nessas manobras fiscais mirabolantes.
 
O escândalo do Hotel Saint Peter envolvendo José Dirceu, o PT e o governo de Dilma Rousseff foi revelado com exclusividade pelo ucho.info. O dono de fato do hotel, Paulo de Abreu, é conhecido na Advocacia-Geral da União como o “rei das liminares”, usadas para garantir o funcionamento de algumas emissoras de rádio que transgridem a legislação do setor em vários estados.
 
A repercussão do caso saiu do controle e tem preocupado o núcleo duro do governo de Dilma Rousseff e a cúpula do PT. No partido já há quem afirme que a epopeia do “emprego” de José Dirceu foi um tiro no pé.

04 de dezembro de 2013
ucho.indo

LÍDER DA COREIA DO NORTE, KIIM JONG-UN DERRUBA O TIO E AMPLIA PODERES

 

(Reuters)
(Reuters)

Endurecendo o jogo – Há dois anos, o então ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-il, era sepultado. Na época, oito homens acompanhavam o veículo que transportava o caixão pela capital Pyongyang. À esquerda, caminhavam quatro representantes do Exército – instituição que, no país, tem prioridade absoluta. Na frente, seguia o chefe do Estado Maior, Ri Yong-ho, e atrás, o ministro da Defesa, Kim Yong-chun.

Ri Yong-ho foi destituído seis meses depois, diante de uma reunião do Politburo, devido a “problemas de saúde”. Teria morrido pouco depois em um tiroteio com forças de segurança – o rumor jamais foi confirmado. Já Kim Yong-chun perdeu o cargo de ministro da Defesa menos de quatro meses depois.

No lado direito do veículo, quatro representantes do partido e do Estado formavam uma fila. Bem na frente estava Kim Jong-un, filho mais novo e sucessor do ditador. Atrás do hoje líder da Coreia do Norte, seu tio Jang Song Thaek, seguido pelo presidente da Assembleia Popular Suprema, Kim Yong-nam.

Se as informações do serviço de inteligência sul-coreano estiverem corretas, Jang Song Thaek teve recentemente que renunciar a seu cargo no Estado e no partido. Ele não é visto em público desde o início de novembro. Dois de seus colaboradores mais próximos teriam sido executados em público, acusados de corrupção e atividades antipartidárias. Por trás dos expurgos, estaria uma manobra política bem arquitetada.
Jang, um caso especial

Segundo informações sul-coreanas, Kim Jong-un substituiu quase metade dos mais importantes funcionários e dirigentes desde que assumiu o poder. A intenção é fazer com que sua nova equipe de gestão seja leal somente a ele, e não a seu pai morto. Kim Jong-il também assegurara seu poder da mesma forma, após a morte de seu pai, o fundador da Coreia do Norte, Kim Il-Sung. Mas a demissão de Jang Song Thaek parece ser um caso especial.

Com 67 anos, ele é casado há mais de 40 com a irmã mais nova de Kim Jong-il, Kim Kyong-hee. O casal havia governado a Coreia do Norte informalmente quando Kim Jong-il estava se recuperando de um acidente vascular cerebral, tendo sido, em seguida, imbuído da missão de garantir a transferência de poder ao filho mais novo do dirigente e protegê-lo de possíveis intrigas e tentativas de golpe.

Como vice-presidente da Comissão de Defesa Nacional, Jang era, depois do jovem Kim, o número dois na hierarquia do poder e responsável pelo relacionamento com a China, aliada mais importante da Coreia do Norte.
Ascensão de Choe Ryong-hae

Mas, no decorrer deste ano, Jang vinha aparecendo cada vez menos ao lado de Kim Jong-un, enquanto sua mulher, aparentemente, adoeceu e seguiu para tratamento no exterior. Enquanto isso, o novo governante passou a ser cada vez mais frequentemente acompanhado por Choe Ryong-hae, de 63 anos.

Ele foi alçado pelo jovem Kim ao cargo de diretor do escritório político do Exército do Povo e promovido a vice-marechal. Choe tem missão de aumentar a influência do partido dentro das Forças Armadas. Com isso, se tornou, dentro do partido, um oponente direto de Jang, que tinha laços estreitos com muitos militares.

Segundo informações do site Daily North Korea, Choe não contava com o respeito de todo o corpo de oficiais, porque era durante muito tempo apenas o presidente da Liga da Juventude Socialista. Mas, agora, a decisão parece ter sido tomada. “Aparentemente, Jang perdeu a luta de poder contra Choe”, disse o deputado sul-coreano Jung Chung-rae.

O status elevado de Choe dentro da liderança do país é atribuído pelo pesquisador Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong, de Seul, a seu parentesco com membros da resistência antijaponesa na Segunda Guerra Mundial.

Depois dos Kim, essas famílias formam a segunda linhagem de poder mais importante do regime. A grande amizade de sua família com a dos Kim possibilitou que Choi entrasse já com 36 anos no Comitê Central. Desde 2010, Choe é o único não membro da família Kim nos três mais importantes comitês do partido e do Exército, numa carreira que o levou a se tornar o braço direito do novo governante. Em maio, ele portou uma carta de Kim ao novo chefe de Estado chinês, Xi Jinping. Jang se tornava, ao mesmo tempo, obsoleto como “príncipe regente”.
Reformas econômicas

Analistas especulam sobre os próximos passos da política econômica da Coreia do Norte.
O tio deposto de Kim era tido como um defensor de reformas econômicas. Em 2004, ele teria entrado em confronto com o então líder, Kim Jong-il, sendo colocado sob prisão domiciliar.

Mas o jovem Kim aparentemente também quer ousar fazer mudanças econômicas. Recentemente, os salários na indústria têxtil foram elevados drasticamente, na tentativa de aumentar a produtividade no setor, importante para a exportação. Kim parece também querer atrair mais capital estrangeiro, para ajudar na emancipação da poderosa China. Entretanto, uma abertura econômica real é considerada improvável.

Essa tese parece ser confirmada pelo planejamento da criação de 14 novas zonas especiais de desenvolvimento econômico. As reformas, assim, se manteriam limitadas regionalmente e ocorreriam sob o controle estrito do governo. Ao mesmo tempo, o regime isola seus cidadãos em relação ao exterior.

As fronteiras são vigiadas de forma muito mais severa do que antes, e há cada vez mais relatos de execuções públicas de cidadãos comuns, acusados de consumirem de novelas e filmes sul-coreanos. A intensificação da violência contra o povo pode ser indício de um reinado de terror de Kim – que se mostra cada vez mais um aluno exemplar de seu pai e seu avô.
(DW)

04 de dezembro de 2013
ucho.info

ÓLEO DE PEROBA

Responsável pela ruína da economia, Lula delira após receber novo título de doutor honoris causa

lula_354Luiz Inácio da Silva, o lobista fanfarrão, sua horda conseguiram arruinar a economia brasileira em apenas uma década, mas o petista continua acreditando ser a derradeira salvação do universo.
O pior é que há uma claque de aduladores ignaros que incensam o responsável pelo período mais corrupto da história nacional.

Nesta quarta-feira (4), durante discurso embusteiro em São Bernardo do Campo, Lula defendeu o desgoverno de Dilma Rousseff e disse que está “pensando no Brasil de 2022″, quando comparará com 1822, ano da independência do Brasil.

“E eu já estou pensando no Brasil de 2022 quando a gente completar 200 anos de Independência. A gente fazer uma comparação do que era esse Brasil, aí vai ser duro, Dilminha”, disse Lula referindo-se à sucessora.

“Aí vai ser duro quando a gente falar o Brasil que nós deixamos em 2022 e o que nós pegamos em 2020 (sic) para que a gente faça uma comparação de 2022, para que a gente faça uma comparação do que aconteceu neste país”, completou.

A referência a 2022 ocorreu após o petista destacar os investimentos no setor da educação ao longo dos seus dois governos. Como se fosse o maior estadista do planeta, Lula afirmou que o “conjunto de medidas que criaram a base do que vai dar para nós esse Brasil que todos nós queremos”.
O discurso ufanista e cansativo foi feito após o ex-presidente receber título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do ABC, ocasião em que ele mais uma vez destacou as conquistas patrocinadas pelo PT nos últimos dez anos, em especial na educação.

A educação no Brasil é de péssima qualidade e o nível de conhecimento dos estudantes é vergonhoso. A situação é tão grave, que estudantes se endividam para estudar em instituições internacionais, a única forma de ingressar no mercado de trabalho com condições de competitividade.

Luiz Inácio da Silva é dono de ousadia tão descomunal, que ele se atreveu a destacar o valor da educação para as pessoas mais pobres. “O maior legado que a família pobre, o mais pobre dos nordestinos que deixar para o filho, é que tenha escolaridade, que tenha uma profissão e que se essa profissão for de doutor… Minha presidenta, você não sabe o que é fazer uma família feliz”, disse.

O PT tem um projeto totalitarista de poder, que tem avançado à sombra das armadilhas que são colocadas no caminho da parcela incauta da população. Os altos índices de aprovação de Lula e Dilma tornaram-se realidade porque o PT conseguiu socializar a miséria e o caos.
O endividamento das famílias e o avanço da inadimplência foram responsáveis, também, por dar sustentação ao plano petista de anestesiar a opinião pública.
O ápice do disparate se deu com a reinvenção da classe média brasileira, como forma de minimizar o estrago patrocinado por Lula e Dilma ao País.

04 de dezembro de 2013
ucho.info

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE



04 de dezembro de 2013
 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
04 de dezembro de 2013


LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO

PARA ZÉ DIRCEU, HOTELARIA É NA PAPUDA

Então tá, como logo ficará provado que Zé Dirceu não tem direito algum de andar saracoteando por aí à cata de emprego e pulando de galho em galho como uma Rosemary Corner, uma Jeany Noronha, ou vice versa, nenhum ministro do STF nem mesmo Joaquim Barbosa ficará se remoendo de remorso por lhe negar a chance de ser gerente-administrativo do Saint Peter Hotel. 

Acontece que regime semiaberto não é isso tudo que eles estão fingindo que é e tampouco é aquilo que vocês estão pensando. 

Essa coisa de sair todo santo dia e voltar só para dormir na cadeia é para regime aberto. Semiaberto é coisa para sair de vez em quando, se tiver bom comportamento e olhe lá. Aqui no Brasil da Silva é que, como disse outro dia o presidente de validade vencida, Lula da Silva, "a lei parece que é feita só para o PT".

Então, não se impressionem, caros arautos da cidadania de ocasião e da democracia de resultados, pois ninguém será injusto negando a Dirceu mais uma boquinha rica de R$ 20 mil mensais - merreca de nada para o consultor de negócios públicos que ele é. 

Ninguém cometerá nenhuma injustiça, já que ele não tem mesmo direito a esses regalos só concedidos aos que pensam que são donos da nação e da democracia que inventaram para seu próprio uso e abuso.
RENÚNCIAS EM PENCA
Mensaleiro esperto é pleonasmo. É coisa que dá em penca. Agora, para seguir o mau exemplo de Zé Genoíno, os corruptos e quadrilheiros condenados Pedro Henry, Valdemar Costa Neto e João Paulo Cunha vão renunciar também só para quebrar o galho, evitar a cassação e dar sequência à redundante série de aposentadorias de R$ 20 mil mensais com que poderão ser agraciados por seus próprios e pra lá de reconhecidos méritos. Coisas do Brasil da Silva. Quem já está acostumado, não estranha.

O DEMOLIDOR DO St. PETER

Pois não é que o Zé Silva que aparece como dono do impoluto e agora desprezível Saint Peter Hotel é laranja... O bananão mora numa vila pobre de dar pena, na cidade do Panamá, capital do país que lhe empresta o digno nome, lá nas beiradas do canal do Panamá que é a casa da sogra.

Nada disso importa, a não ser que se trata de mais uma patacoada do guerrilheiro mais trapalhão dessa República dos Calamares. Zé Dirceu, bancando o esperto como sempre, resolveu nomear-se gerente-administrativo dessa verdadeira casamata de golpistas republicanos que assolam o país.

O Saint Peter já não parece mais um hotel; está agora mais para um valhacouto, um reduto que abriga companheiros bons e batutas e dá, em segundas intenções, resguardo e hospedagem a ingênuos e singelos turistas desavisados.

Pois Zé Dirceu na sua natural e atabalhoada jactância é quem está demolindo a imagem hoteleira do imponente prédio plantado no coração do poder, para construir com suas próprias mãos o projeto arquitetônico de um quartel general de finórios da democracia reinventada por meliantes de gravatas e mangas arregaçadas como se políticos fossem e não uma das muitas facções criminosas que se organizaram no seio da governança desse Brasil da Silva.

Zé Dirceu, o bodoso chefe dos mensaleiros, acaba de assumir mais um de seus múltiplos personagens. Desta feita ele interpreta, com muito amor e carinho, o papel de Dirceu, o Demolidor. Pretendia ser, na verdade, um construtor. Como de hábito, trocou os pés pelas mãos.

Nada a estranhar em mais esta magistral interpretação de um republicano despojado de ambições pessoais, mas cheio de um irrefreável desejo de aparecer. Zé Dirceu sempre foi assim, exibido e colorido. Não fosse um saliente, um mexeriqueiro assanhado e afetado, nem teria sido preso na época da Redentora.

CENSURA DA INTERNET SÓ DEPOIS
Internautas, respirai um pouco mais aliviados. Os governistas, com medo de levar uma goleada, deixaram a discussão do Marco Civil da Internet para o ano que vem. Mas não vos iludis! Lula, Dilma, Rui Falcão e o PT do Mal não descansam enquanto não emplacarem a "governança da Internet". Esses caras só gostam de quem pensa, escreve e fala como eles.
 
04 de dezembro de 2013
sanatório da notícia