"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

CORAJOSO ATÉ O FIM

Acabou de sair a notícia: preso há quase 20 dias, Genoino renunciou a seu mandato de deputado.

Que não se iluda quem vir algum heroísmo na atitude do nobre (e agora ex) deputado. Se ele se decidiu por esse caminho, faltando cinco para a meia-noite, foi simplesmente para safar-se de uma certeira cassação de mandato.
 
Dizem que o velho guerrilheiro ― que, afinal não é nenhum ancião ― chorou sentidas lágrimas ao se ver confinado entre quatro paredes de uma cela da Papuda.
Não é exatamente a reação que seria de esperar de um cidadão que diz já ter pegado em armas para defender os interesses de seu grupo. No entanto, sacumé, a velhice torna os sentimentos mais macios.
Com um pequeno esforço, dá até para entender a emoção de alguém que já se tinha acostumado a ser temido e respeitado.
 
Genoino: braço dobrado
Genoino: renúncia ao mandato
 
Já a renúncia ao mandato é outra coisa bem diferente. Aí já não estamos mais no campo da ternura nem da comoção. Foi atravessada a linha que separa o sentimento espontâneo do cálculo frio.
Aquele que diz ter um dia, peito aberto, enfrentado chuva, trovão e brucutu não é mais aquele. Aderiu ao bando dos malandros e dos espertos.
 
Essa renúncia desvela o cerne da personalidade do ex-deputado. Vai ficando mais fácil entender por que a guerrilha não deu certo. Dizem que cada um costuma procurar sua turma. É natural. Preferimos todos conviver com pessoas com as quais temos maior afinidade e junto às quais nos sentimos mais à vontade.
 
Portanto, é lícito inferir que o espírito coletivo da turma de guerilheiros era semelhante ao do senhor Genoino. Agora fica claro que a causa que defendiam não tinha como prosperar.
Na hora do oba-oba, vamos todos juntos, pra frente Brasil, o futuro é nosso! Já na hora do vamos ver, espirra cada um para um lado, cada um cuida de si e seja o que Deus quiser. Não pode. Não é com esse espírito que se derruba um regime.
 
O Lula já confessou que, quando ainda vivia no andar de baixo e fazia greve de fome em sinal de protesto, guardava sempre no bolso uma provisão de balas bem açucaradas para comer escondido. Afinal, ninguém é de ferro.
 
O Dirceu já deixou público que, ao voltar de Cuba sob identidade falsa, casou-se e não revelou nem à própria esposa que não era aquele que ela pensava que fosse.
 
E agora, chegou a vez do Genoino de fazer papelão.
E pensar que esses três estão, gostemos ou não, no topo da zelite de nosso País. Costuma-se dizer que o exemplo vem de cima. Com gente dessa estatura moral lá em cima, não admira que o País continue empacado.
 
04 de dezembro de 2013
José Horta Manzano

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