Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores.
Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...)
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"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...) A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859) "A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
Deputado acusado de espancar ex-mulher pode dirigir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Conheça um pouco mais da ficha no futuro presidente da CCJ de Eduardo Cunha. Clique aqui.
(Do Valor Econômico) O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ofereceu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ao PP em troca do apoio à sua eleição no domingo. O partido, um dos principais investigados pela Polícia Federal na operação Lava-Jato, que investiga desvios na Petrobras, indicará o deputado Arthur Lira (AL) (foto) para o cargo em 2015
A CCJ é a responsável por analisar recursos contra decisões do Conselho de Ética e Decoro, instância que decide sobre as representações contra deputados. A Comissão de Constituição e Justiça tem, em tese, cinco dias úteis para analisar o recurso, ou a pauta fica trancada, mas o prazo costuma ser maior por obstrução de aliados do acusado.
Lira foi um dos coordenadores da campanha de Cunha e um dos defensores de que o partido, apesar de ter indicado o ministro da Integração Nacional, apoiasse o líder do PMDB. O acerto final ocorreu na noite de sábado, quando foi decidido que o PP ficaria com a presidência da CCJ e com a vice-presidência da Câmara.
(Do Diário do Poder, em 5/12/2013) O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir um processo criminal contra o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) para apurar indícios de que ele teria agredido a ex-mulher com tapas e chutes meses após a separação do casal. Por 6 votos a 3, os ministros do STF concluíram que existem indícios suficientes para a instauração de uma ação penal.
Entre esses indícios estão um primeiro depoimento da vítima e de uma testemunha relatando as agressões e um laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatando hematomas no corpo da mulher. Relator do inquérito no Supremo, o ministro Luiz Fux votou contra a abertura do processo. Ele disse que os elementos existentes no inquérito não corroboram depoimentos segundo os quais a ex-mulher teria sido agredida.
O ministro também destacou que, apesar de a suposta vítima ter dito inicialmente que as agressões demoraram cerca de 40 minutos, o exame do IML encontrou apenas lesões leves, como hematomas nos braços e nas pernas. “Não conheço murro de mão fechada que não deixa marca, principalmente se é seguido de agressão de 40 minutos”, afirmou Fux.
Apenas os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes acompanharam o voto de Fux. Os outros seis ministros presentes ao plenário atenderam ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que a denúncia contra o deputado fosse recebida e o processo fosse aberto. Com isso, o parlamentar passou à condição de réu. Em sua sustentação oral, Janot destacou um depoimento segundo o qual a suposta vítima teria inclusive sido arrastada pelos cabelos.
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio Mello relembrou trechos da acusação e citou estatísticas alarmantes sobre agressões sofridas por mulheres no País. Segundo ele, 1 em cada 5 mulheres já sofreu algum tipo de agressão. “Como o Supremo Tribunal Federal, nesta quadra, pode dizer que não há base, em termos de materialidade, em termos de indício de autoria, para receber-se essa denúncia?”, questionou Marco Aurélio. “Receio muito as consequências dessa ótica prevalecer.”
Após ouvir os votos de colegas, o ministro Luis Roberto Barroso, que havia se posicionado contra a abertura do processo, pediu para modificar sua posição. A defesa do deputado sustentou que ele não agrediu a ex-mulher. Segundo a defesa, a suposta vítima afirmou ter sido agredida durante cerca de 40 minutos, mas apenas teriam sido identificados quatro hematomas nos braços e nas pernas. Além disso, a suposta vítima e a testemunha, empregada doméstica da família, teriam voltado atrás em seus depoimentos.
Hoje, na sua mensagem ao Congresso, na abertura do ano legislativo, Dilma Rousseff pontuou como as duas ações mais importantes o "combate à corrupção" e a "reforma política". Quanto cinismo! Sobre corrupção, não precisa mais pedir combate. Está sendo dado. O governo Dilma deve, isso sim, parar de impedir CPIs e de proteger diretores corruptos da Petrobras, bem como conselheiros, que só caem, quando caem, apenas depois que a situação fica insustentável junto à opinião pública. Já na reforma política, Dilma teve a cara de pau de dizer que quer corrigir “insuficiências e distorções do nosso sistema de representação política”. Ora, não existe maior distorção do que a campanha presidencial oficial de 2014. Uso da máquina pública. Explosão nos gastos do cartão corporativo. Calúnias contra adversários. Mentiras sobre a real situação do país. Informações falsas para o cidadão. Centenas de crimes eleitorais cometidos pelo governo federal. Aí vem a presidente reeleita neste ambiente de ilegalidade querendo liderar a reforma política? Tendo, já no primeiro dia do ano do legislativo, usado os instrumentos mais nojentos da política para reeleger Renan Calheiros como presidente do Senado? Só resta uma coisa a dizer: o impeachment he cai bem, Dilma Rousseff.
Mercadante entrega a mensagem mentirosa de Dilma para o Congresso.
(O Globo) Deputados da oposição marcaram posição durante a leitura da mensagem do presidente Dilma Rousseff na sessão de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional nesta segunda-feira. Em pé, no meio do corredor do plenário, eles ouviam atentos as palavras proferidas - com ênfase e interpretação - pelo segundo secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP).
No momento em que foi feita a referência à Petrobras, não se contiveram, e começaram a protestar e a gritar: “petrolão, petrolão“. Com a confusão, Mansur interrompeu a leitura. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pediu que Mansur continuasse a leitura. — Falar que está tudo bem com a Petrobras? Me levantei e comecei a protestar. É uma mentira atrás da outra, uma vergonha, uma falta de respeito com os congressistas — criticou o ex-líder do PSDB, Antônio Imbassahy (BA).
O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) reforçou as críticas em plenário, provocando: — Retira isso do texto ( a parte da Petrobras) — gritou durante a leitura, justificando depois aos jornalistas: — O texto todo é mentiroso, mas dizer que a Petrobras está em perfeita condições é criminoso. A presidente devia ter aproveitado a mensagem para prestar contas da roubalheira.
Aleluia entrou com representação no Ministério Público Federal, no Tribunal de Contas da União e na Comissão de Valores Mobiliários para vetar a propaganda que está sendo veiculada pela Petrobras na mídia desde a semana passada. — Como uma empresa cheia de problemas de caixa e de gestão e com graves denúncias de corrupção faz uma publicidade como se tudo estivesse bem ? — questionou Aleluia.
A oposição retoma sua ofensiva contra o governo na volta dos trabalhos. A primeira reunião da nova bancada de tucanos, na manhã de hoje, foram discutidas estratégias de atuação no Congresso e com a sociedade. A ideia dos tucanos é mobilizar a população com temas relevantes, como atos contra o tarifaço, o aumento do preço da gasolina e da energia elétrica.
— Não basta sermos parlamentares isolados, temos que construir caminhos com a sociedade. A nossa primeira batalha aqui será aprovar, em plenário, o Orçamento Impositivo e a criação da CPI mista da Petrobras — afirmou o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). — A reunião foi muito boa, foi uma injeção de ânimo. Estamos com kits para a coleta de assinaturas para as cinco CPIs que estamos propondo, entre elas a da Petrobras — completou o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ).
Eduardo Cunha, depois de ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, disse que é "descabido" falar em impeachment de Dilma Rousseff.
De certa maneira, ele está certo. A Lava Jato ainda está em andamento. Não conhecemos todos os desdobramentos políticos das investigações. Algumas empreiteiras estão negociando acordos de delação premiada com o Ministério Público. Extratos de contas bancárias no exterior estão sendo esquadrinhados pelos procuradores. O pedido de impeachment só aparecerá mais tarde.
O que virá antes dele, porém, é a denúncia contra dois comparsas de Eduardo Cunha: Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Se eles caírem, Dilma Rousseff também cairá. É descabido pensar que Eduardo Cunha possa trabalhar em defesa da moralidade. Mas não é descabido pensar que, num jogo de retaliações, o impeachment possa prosperar.
O G1 fez um levantamento esclarecedor sobre a Câmara dos Deputados que iniciou os trabalhos ontem, elegendo Eduardo Cunha, do PMDB, presidente da Casa. Dos 513 deputados, o G1 constatou que 39 deles respondem a processo criminal. Os partidos com maior número de parlamentares encrencados são:
PMDB: 9, de uma bancada de 66 PP: 5, de uma bancada de 37 PR: 4, de uma bancada de 34 PSD: 3, de uma bancada de 36 PSB: 3, de uma bancada 34 O PT, com bancada de 70, tem 1, assim como o PSDB, com bancada de 54
Os delitos mais comuns são:
Compra de votos: 8 Formação de quadrilha: 5 Peculato: 5 Captação e gasto eleitoral abusivo: 4 Burla de licitações: 3 Abuso de poder econômico: 3 Desvio de verba: 3 Lavagem de dinheiro: 3 Crime de responsabilidade: 3
Antevemos o aumento substancial do número de deputados enrolados no código penal, depois da divulgação dos nomes dos políticos citados pelos delatores da Operação Lava Jato.
Eu não subestimo a psicopatia de Gilberto Carvalho. É grave. Diferente de seus chefes e mandantes, que conhecem o crime de uma distância segura, só de ouvir falar e rir dos resultados, esse cretino fundamental é um talibã, com as próprias mãos sujas de sangue de prefeitos caídos de caminhões de lixo.
Um ressentido. Em suas palavras ecoam aquelas sujeiras de quem desce até o esgoto e volta para cumprimentar os donos da casa, com suas mãos imundas.Daí a dizer um ” não fui eu”, “não sei de quem é esse corpo” e “somos todos inocentes, pois não deixamos provas em contrário” é um pulinho.
Mengueles da vida tinham essa estranha compulsão, de pacato cidadão, acobertando crimes hediondos até difíceis de imaginar protagonizados por um ser franzino e de boas intenções, discursando para otários com aquela cara de paisagem característica de quem flatulou, mas não foi ele. Conheço o tipinho. É um inocente até se provar um culpado; até dar o bote. No reinado manco dessa gente escrota, há aposentos só para este tipo de cardeal da seita picareta. De seus gritinhos de inocência ecoam aquela característica culpa de quem rejeita veementemente a carapuça, embora seja exatamente do seu feitio. Um crápula. Um escroque. Um verdugo.
No posto de carrasco da gangue a que pertence, gosta de lamber botas de mecânicos e scarpins pesados, não sem antes soltar o muxoxo: não é ladrão. A cueca forrada é mero fetiche. Bom mesmo é voltar da execução e repetir o mantra de que seus deuses estão vingados e por aí é por aí mesmo.
Bom mesmo é a liturgia; a celebração. O pacto. De gente assim até o diabo corre, meus caros. O chifrudo é ruim, mas tem lá sua ética e sua estética. Este sujeitinho não. Verga conforme o vento. Grita conforme o estupro. Depois diz que não tem nada a ver com a poça de sangue. Cretino. Aqui
02 de fevereiro de 2015 VLADY OLIVER in Augusto Nunes, Veja online
"O clima no Congresso é de delegacia de polícia”. Assim definiu o deputado federal José Carlos Aleluia, presidente estadual do Democratas, a sessão inaugural da nova legislatura na Câmara Federal, em Brasília, na manhã deste domingo.
Para Aleluia, o parlamento vai ter que trabalhar como uma delegacia de polícia para “tirar a gang que tomou conta do Brasil, sob o comando da presidente Dilma Roussef e do ex Lula”. “Além do povo, as imprensas brasileira e internacional cobram explicações sobre o mar de lama no qual chafurda o País, com o escândalo do petrolão”.
Na opinião do deputado democrata, todos que foram arrolados até agora no maior esquema de corrupção da história – Cerveró, Gabrielli, Paulo Roberto Costa, Youssef – cumpriam ordem. “Está na hora de prender os chefes da gang, que são Dilma e LuLa, sendo o ex-presidente o autor intelectual dos crimes”.
Aleluia lembra que a justiça portuguesa já está de olho em Lula, por causa da revelação da Portugal Telecom de que teria pago três milhões de euros ao ex-presidente. “Nos Estados Unidos, vários processos estão sendo aberto contra a Petrobras, por conta dos prejuízos causados aos acionistas de lá pelo esquema de corrupção, liderado pelo PT”.
A expectativa de Aleluia é que o deputado Eduardo Cunha, que terá seu voto, seja eleito o novo presidente da Câmara Federal. “Eduardo Cunha representa no parlamento o sentimento de insatisfação com a presidente Dilma e o PT”. O resultado da eleição para a mesa diretora da Câmara deve ser definido no início da noite deste domingo (01).
Desafeto do Palácio do Planalto, o deputado federal Eduardo Cunha foi eleito presidente da Câmara dos Deputados na tarde deste domingo (1).
Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) discursa durante sessão de votação para a eleição da nova Mesa Diretora da Câmara
Desafeto do Palácio do Planalto, o deputado federal Eduardo Cunha foi eleito presidente da Câmara dos Deputados na tarde deste domingo (1). Ele teve o voto de 267 dos 513 deputados e derrotou os outros três concorrentes: Arlindo Chinaglia (PT-SP), que teve 136 votos, Júlio Delgado (PSB-MG), que teve 100 votos, e Chico Alencar (PSOL-RJ), que teve 8. Foram registrados dois votos em branco. Conhecido por suas críticas ao governo, a vitória de Cunha era temida por integrantes do Planalto.
Logo após tomar posse como presidente da Câmara, Eduardo Cunha fez um discurso em tom de conciliação. Ele voltou a afirmar que a Câmara não será submissa aos interesses do governo, mas afirmou que, embora o Planalto tenha interferido na disputa pelo comando da Casa, não haverá retaliação.
"Não seremos submissos (...) Não há de nossa parte nenhum julgo de retaliação ou qualquer coisa dessa natureza (...) Passada a disputa, isso é um episódio virado. Não temos que fazer disso nenhum tipo de batalha nem qualquer tipo de sequela por esse tipo de atitude", afirmou.
A candidatura de Eduardo Cunha à presidência da Câmara dos Deputados foi uma das mais conturbadas entre as quatro concorrentes ao cargo. Apesar de pertencer à base que ajudou a eleger a presidente Dilma Rousseff (PT) em 2014, Eduardo Cunha não poupou críticas ao governo e à forma como o Planalto se relaciona com a Câmara dos Deputados.
Depois de oficializar sua candidatura, ele partiu para o ataque e criticou duramente a gestão do seu principal adversário, o petista Arlindo Chinaglia. Segundo Cunha, a gestão de Chinaglia como presidente da Câmara, entre 2007 e 2009, foi "medíocre".
Cunha também mirou no governo e nas supostas interferências que o Palácio do Planalto fez a favor de Chinaglia. Em tom de ameaça, Cunha chegou a dizer que se o governo interferisse contra a candidatura do PMDB, as "sequelas seriam graves".
Independentemente das polêmicas, a eleição de Cunha à presidência da Câmara coroa a trajetória do ex-líder do PMDB na Casa.
Eduardo Cunha é economista formado pela Universidade Cândido Mendes e radialista. Foi presidente da Telerj (antiga estatal de telefonia do Rio de Janeiro) entre 1991 e 1993. Em 1999, foi subsecretário da Cehab (Companhia Estadual de Habitação) em 1999 e titular da pasta entre 1999 e 2000. Leia mais aqui
02 de fevereiro de 2015 Leandro Prazeres - Do UOL, em Brasília
Empreiteiras querem levar Lula e Dilma à roda da Justiça . Com os processos da Operação Lava-Jato a caminho das sentenças, as empreiteiras querem Lula e Dilma junto com elas na roda da Justiça
Rodrigo Rangel, Robson Bonin e Bela Megaele
SEM SAÍDA – Presos desde novembro do ano passado, os empreiteiros envolvidos no escândalo da Petrobras negociam acordos de delação premiada com a justiça (Michel Filho/AG. O GLOBO/VEJ
Há quinze dias, os quatro executivos da construtora OAS, presos durante a Operação Lava-Jato, tiveram uma conversa capital na carceragem da polícia em Curitiba. Sentados frente a frente, numa sala destinada a reuniões reservadas com advogados, o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e os executivos Mateus Coutinho, Agenor Medeiros e José Ricardo Breghirolli discutiam o futuro com raro desapego.
Os pedidos de liberdade rejeitados pela Justiça, as fracassadas tentativas de desqualificar as investigações, o Natal, o réveillon e a perspectiva real de passar o resto da vida no cárcere levaram-nos a um diagnóstico fatalista.
Réus por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, era chegada a hora de jogar a última cartada, e, segundo eles, isso significa trazer para a cena do crime, com nomes e sobrenomes, o topo da cadeia de comando do petrolão. Com 66 anos de idade, Agenor Medeiros, diretor internacional da empresa, era o mais exaltado: “Se tiver de morrer aqui dentro, não morro sozinho”.
A estratégia dos executivos da OAS, discutida também pelas demais empresas envolvidas no escândalo da Petrobras, é considerada a última tentativa de salvação.
E por uma razão elementar: as empreiteiras podem identificar e apresentar provas contra os verdadeiros comandantes do esquema, os grandes beneficiados, os mentores da engrenagem que funcionava com o objetivo de desviar dinheiro da Petrobras para os bolsos de políticos aliados do governo e campanhas eleitorais dos candidatos ligados ao governo.
É um poderoso trunfo que, em um eventual acordo de delação com a Justiça, pode poupar muitos anos de cadeia aos envolvidos. “Vocês acham que eu ia atrás desses caras (os políticos) para oferecer grana a eles?”, disparou, ressentido, o presidente da OAS, Léo Pinheiro.
Amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos tempos de bonança, ele descobriu na cadeia que as amizades nascidas do poder valem pouco atrás das grades.
Na conversa com os colegas presos e os advogados da empreiteira, ele reclamou, em particular, da indiferença de Lula, de quem esperava um esforço maior para neutralizar os riscos da condenação e salvar os contratos de sua empresa. Léo Pinheiro reclama que Lula lhe virou as costas.
E foi dessa mágoa que surgiu a primeira decisão concreta do grupo: se houver acordo com a Justiça, o delator será Ricardo Breghirolli, encarregado de fazer os pagamentos de propina a partidos e políticos corruptos.
As empreiteiras sabem que novas delações só serão admitidas se revelarem fatos novos ou o envolvimento de personagens importantes que ainda se mantêm longe das investigações. Por isso, o alvo é o topo da cadeia de comando, em que, segundo afirmam reservadamente e insinuam abertamente, se encontram o ex-presidente Lula e Dilma Rousseff.
EXCLUSIVO! OUTRO EX-ASSESSOR DE SEGURANÇA DE HUGO CHÁVEZ CONFIRMA AS DENÚNCIAS DO CAPITÃO CHAVISTA ÀS AUTORIDADES DOS EUA ENVOLVENDO GOVERNO DE MADURO EM CARTEL DO NARCOTRÁFICO
Em entrevista ao programa A Tarde, do canal colombiano de televisão NTN24, o ex-assessor de segurança do defunto caudilho Hugo Chávez, Anthony Daquin, há alguns anos refugiado nos Estados Unidos, afirmou que "efetivamente existe um cartel” integrado por oficiais superiores na Venezuela que autoriza a passagem de drogas para outros países.
Esta entrevista acrescenta novas informações e detalhes que reforçam a denúncia do capitão Leamsy Salazar, que se encontra nos Estados Unidos, sob custódia da Justiça norte-americana, prestando depoimento à DEA, organismo de combate às drogas do governo norte-americano,conforme noticiei aqui no blog.
Salazar denunciou diretamente Diosdado Cabello, como capo do cartel das drogas. Cabello é o presidente da Assembléia Nacional venezuelana e, por sua vez, era também homem de confiança de Chávez, vinculado ao núcleo duro do sistema ditatorial bolivariano.
Anthony Daquin, nesta entrevista, salienta que o capitão Leamsy Salazar é cidadão de honorabilidade inquestionável e foi “testemunha chave primordial” das decisões que foram tomadas ao longo do governo de Hugo Chávez.
Daquin também lembra que a reação do governo do tiranete Nicolás Maduro desqualificando a denúncia do capitão Leamsy Salazar é repete o meus estratagema chavista quando a imprensa internacional revelou que Hugo Chávez estava com câncer.
A primeira reação dos chavistas foi negar e acusar a imprensa de estar mentindo, lembra Daquin, afirmando que dentro de pouco tempo ficará comprovada a veracidade absoluta sobre o famigerado "Cartel de los Soles" que levará à queda da ditadura de Nicolás Maduro e de seus asseclas.
Infelizmente o vídeo não possui legendas. Mas mesmo quem não compreende bem o espanhol vale a pena ver com atenção que dá para entender a gravidade de mais esta denúncia que crava um golpe de morte no coração do Foro de São Paulo, a organização comunista fundada por Lula e Fidel Castro em 1990, destinada a cubanizar o continente sul americano.
Cabe salientar que as FARC, o grupo comunista que comanda o narcoterrorismo é parte integrante do Foro de São Paulo. Aliás, na entrevista Anthony Daquin se reporta aos documentos apreendidos com os narcotraficantes das FARC quando as forças colombianas mataram o chefão da guerrilha, Raúl Reys.
EUA consideram enviar armas à Ucrânia, que enfrenta separatistas pró-Rússia
(Reuters)
O governo dos Estados Unidos considera enviar armas para a Ucrânia, que luta contra uma insurgência separatista no leste do país, informou no domingo (1º) o jornal “The New York Times”.
Apesar de a decisão ainda não ter sido tomada, o governo do presidente Barack Obama está reconsiderando a possibilidade de enviar “ajuda letal” após o acirramento do conflito entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-Rússia, destacou a publicação.
De acordo com funcionários do governo, citados pelo jornal nova-iorquino e que pediram anonimato, o secretário de Estado, John Kerry, e o chefe do Estado Maior Conjunto, Martin Dempsey, estão dispostos a debater a ideia, também apoiada pelo comandante militar da OTAN na Europa, general Philip Breedlove. A conselheira de segurança nacional, Susan Rice, também estaria disposta a rever sua resistência ao envio de armas letais.
Os Estados Unidos e a OTAN acusam a Rússia de apoiar militarmente os rebeldes, mas até agora descartaram fornecer armas letais para as Forças Armadas da Ucrânia. Em vez disso, foram fornecidos coletes de proteção, capacetes, equipamento médico e radares para detectar mísseis.
A Rússia nega que esteja apoiando os rebeldes com armas e soldados, apesar das diversas denúncias da OTAN e do governo em Kiev de que soldados russos cruzaram a fronteira para se unir aos separatistas.
Kerry visitará Kiev na próxima quinta-feira (5), ocasião em que se reunirá com o presidente Petro Poroshenko e outros representantes do governo ucraniano. Um relatório independente, a ser divulgado nesta segunda-feira, defenderá que os Estados Unidos enviem armas e equipamentos de defesa no valor de 3 bilhões de dólares para a Ucrânia, incluindo mísseis antitanque e drones de reconhecimento. (Com agências internacionais)
FALTA DE ACORDO SOBRE DÍVIDA DA GRÉCIA AMEAÇA ECONOMIA GLOGAL, DIZ OSBORNE
O ministro britânico das Finanças, George Osborne, advertiu nesta segunda-feira (2) que a falta de entendimento na zona do euro sobre a dívida da Grécia é “a maior ameaça à economia mundial”.
Osborne reuniu-se em Londres com o ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis. “Todas as partes devem agir com responsabilidade, mas também precisamos que a zona do euro adote um plano mais eficaz de criação de empregos e crescimento”, declarou o britânico.
O ministro das Finanças grego, do partido de extrema-esquerda Syriza, foi a Londres buscar apoio à renegociação da dívida grega de € 320 bilhões, considerada um peso e um freio à retomada do crescimento na Grécia. O novo governo de Atenas quer negociar até o final de maio um acordo global com o trio de credores do país, formado pelo FMI, a União Europeia e o Banco Central Europeu.
A ideia é atrelar o reembolso da dívida ao crescimento da economia, dando prioridade à retomada dos investimentos sociais. Nos últimos quatro anos, a Grécia aplicou dois programas de austeridade fiscal que, segundo as novas autoridades de Atenas, provocaram uma crise humanitária no país.
Depois de conversar com Osborne, o grego participa de um encontro com investidores organizado pelo Bank of America Meryll Lynch.
No domingo (1º), na primeira etapa de sua turnê europeia, Varoufakis esteve em Paris, onde ouviu o colega francês Michel Sapin dizer que uma renegociação é possível, mas um novo perdão da dívida está fora de cogitação.
Economista formado na Inglaterra e ex-professor da Universidade do Texas, Varoufakis insiste que Atenas não pode pagar a dívida do jeito que ela está sobre a mesa.
Obama critica pressão sobre a Grécia
O governo grego ganhou um apoio inesperado: o presidente americano, Barack Obama, declarou ontem em entrevista à CNN que “não dá para continuar a pressionar países em plena depressão econômica”.
Obama defendeu uma estratégia de crescimento para os países endividados da zona do euro. Ele reconhece que a Grécia precisa de reformas, mas considera difícil exigir novos sacrifícios dos gregos quando o PIB do país recuou 25% em cinco anos. (Com RFI)
No dia 28 de janeiro de 2007, ainda no primeiro mês de seu segundo mandato, Lula lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A cerimônia, com as presenças do mundo político, empresarial e sindical, teve pompa e circunstância, com direito a discurso lido e, por isso, sem as fanfarronadas habituais de Sua Excelência.
O programa, que no seguir da história produziu dois rebentos – o PAC 2 e o PAC 3 – falava de:
• obras de infra-estrutura, • medidas de estímulo ao crédito e ao financiamento, • medidas de desenvolvimento institucional, • medidas de desoneração e administração tributária, e • medidas fiscais de longo prazo.
No quadriênio anterior, ou seja, no primeiro mandato de Lula, o crescimento anual médio do PIB fora de apenas 2,3% e o PAC vinha para remover freios e gargalos que travavam nossa Economia.
O segundo mandato de Lula, que se iniciava naquele verão de 2007, viria a ser o período de maior crescimento do nosso Produto Interno Bruto desde 1987. Seria o Brasil o gigante que despertava, ou, quem sabe, o tigre latino-americano? Surpresa! Aquele período só não foi mais desastroso do que o de Dilma.
Começou ali, com Lula, a ruptura com os fundamentos do Plano Real e a ampliação da irresponsabilidade fiscal, o uso demagógico dos recursos públicos e os corruptos e corruptores passaram a ser aclamados como “guerreiros, heróis do povo brasileiro”.
Em certo momento, ainda em 2007, durante alguma reunião macabra, surgiu o nome de Dilma. Por fim, estabeleceu-se que, para eleger a proclamada mãe do PAC, nenhum excesso seria excessivo. E o diabo começou a ser feito.
Na ponta da fila para entrar no inferno, a Economia. Durante quatro anos de gestão sob comando da mãe do PAC, a Economia saiu do carretel e formou um emaranhado de fios sem ponta. O Brasil cresceu raquíticos 6,2% em todo o primeiro mandato de Dilma. São números que nos colocam bem abaixo da média mundial e de todos os nossos vizinhos, exceto a falida Venezuela.
Nos bastidores dos anúncios dos PACs urdiam-se escabrosas e sigilosas manobras para assaltar os recursos financeiros nacionais. Manobras que só chegariam ao conhecimento público mediante investigações da mídia e delações premiadas. Não há exagero em afirmar que os PACs só conseguiram acelerar a corrupção.
De fato, se observarmos as medidas relacionadas no primeiro parágrafo deste texto, veremos que algumas não aconteceram, outras foram inócuas e outras definitivamente maléficas, como as que pretenderam estimular o desenvolvimento pela via do consumo e do crédito. Nunca houve tanto crédito e tanto financiamento com juros privilegiados.
E há muito o Brasil não crescia tão pouco.
No primeiro escândalo do governo Lula, um funcionário da EBCT foi filmado recebendo uma propina de R$ 3 mil. O deputado João Paulo Cunha, pouco depois, recebeu um “toco” de R$ 50 mil. Durante o julgamento do Mensalão, viu-se que os montantes já eram contabilizados em milhões de reais. Agora, com o Petrolão, saltamos para a casa dos bilhões.
Isso sim é crescimento. E ninguém ousa apostar contra a existência de assaltos semelhantes em outros setores abrangidos pelos PAC nos quais atuavam os mesmos agentes e os mesmos interessados. Quem disse que nosso governo não está progredindo?
02 de dezembro de 2015
Percival Puggina é arquiteto, empresário, escritor
A nova regra contábil permite substituir o
choro de Thiago Silva por dois tiros de meta de Julio Cesar
CONTABILIDADE CRIATIVA – A decisão de publicar o balanço financeiro da
Petrobras sem contabilizar as perdas da corrupção apurada pela Operação Lava
Jato causou grande impacto nos corredores da CBF. Ao ser informado de que a
maior empresa brasileira havia decidido adotar este novo critério contábil, o
presidente da entidade, José Maria Marin, convocou a imprensa para anunciar
mudanças “de grande consequência” na avaliação do desempenho recente da Seleção
Brasileira.
“Ficamos sobremodo impressionados com as novas diretrizes da maior empresa
nacional e imediatamente decidimos incorporá-las à nossa atividade”, disse
Marin, mal contendo o grito de Hexa na garganta. “Inspirados por Graça Foster,
expurgaremos do placar final das partidas todos os gols que os adversários
fizeram no Brasil. Portanto, é com prazer e orgulho que anuncio a todos os
brasileiros que o Brasil ganhou de 1 x 0 da Alemanha! Estamos na
final!!!”
Abraçado a Oscar, autor do único gol da partida, Marin entoou o
grito de “Anha, anha, anha, volta pra casa Alemanha” e “Inha, Inha, Inha, vá
tomar no cu Khedira”.
O presidente lamentou o empate em 0 x 0 com a
Holanda, mas garantiu que a partida era apenas simbólica e não afetará a
determinação dos nossos guerreiros canarinhos no jogo decisivo contra a
Argentina.
Os jornalistas brasileiros, até então céticos quanto às
chances de nosso escrete, saíram da coletiva mais otimistas ao serem informados
de que os novos critérios da Petrobras também permitem expurgar Fred e Hulk do
ataque brasileiro.
Para o filósofo americano Daniel Cloud, a seleção artificial está por trás da evolução das línguas, do significado das palavras e do vocabulário.
Nesta entrevista ao site de VEJA, o professor da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, revela o funcionamento desse mecanismo e conta por que a linguagem nos torna uma espécie única na natureza.
Rita Loiola
No livro 'The Domestication of Language' ('A Domesticação da Linguagem', em tradução livre), Daniel Cloud explica que a linguagem evolui quando aceitamos ou rejeitamos pequenas inovações nas palavras (Divulgação/VEJA)
A linguagem humana é como nossos cachorros e gatos. Da mesma maneira que domesticamos os animais e selecionamos suas características para que se tornassem bichos de estimação, escolhemos as palavras para que as línguas sejam exatamente o que queremos. Para o filósofo americano Daniel Cloud, os conceitos do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1892) governam a origem e desenvolvimento da nossa linguagem, uma mera ferramenta que nos ajuda a ter sucesso no ambiente.
Em seu segundo livro, The Domestication of Language (A Domesticação da Linguagem, em tradução livre), lançado em dezembro nos Estados Unidos, Cloud conta como os termos que usamos sobrevivem ou desaparecem de acordo com as rígidas leis da seleção artificial. A evolução não perdoa substantivos ou adjetivos mal adaptados.
Biblioteca
The Domestication of Language
Divulgação/VEJA
Em seu segundo livro, Daniel Cloud, professor de filosofia da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, condensa suas pesquisas de cerca de três décadas sobre linguagem. Em suas páginas, explica como descobriu que ela se originou e evolui de acordo com os preceitos de Darwin.
Autor: CLOUD, DANIEL Editora: COLUMBIA UNIVERSITY PRESS
“Escolhemos entre as opções que o ambiente oferece, rejeitando as mutações indesejadas e conservando as agradáveis.
Fazemos isso com as palavras e suas associações, sentidos e referências, aceitando algumas das inovações pequenas e sutis que encontramos e deixando outras de lado”, diz Cloud.
“Esse processo é benéfico para nós e para a sobrevivência das palavras.”
Questões filosóficas — Cloud, que é professor da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, retira a discussão sobre as palavras do terreno da linguística e promove seu retorno aos domínios da filosofia, ocupando-se de questões como sua origem, objetivos e o processo por trás do significado dos termos que usamos no cotidiano.
Reunindo cerca de três décadas de seu trabalho de pesquisa sobre a linguagem, discute as últimas descobertas sobre o tema e explica os passos que o levaram a concluir que a biologia é a força por trás da evolução de nossas línguas.
Para isso, constrói seus argumentos com o apoio de filósofos antigos e contemporâneos, como o grego Sócrates (século V a. C), o austríaco Ludwig Wittgenstein (1889-1951) ou o americano Daniel Dennett, um dos primeiros contemporâneos a relacionar os conceitos de Darwin e nossa linguagem.
Buscando as bases científicas que revelam como os primeiros hominídeos aprenderam a criar os sons articulados que hoje conhecemos como palavras e de que forma elas se transformaram ao longo dos anos, Cloud demonstra que somos o “design inteligente” por trás de palavras e expressões.
Temos o controle sobre seu destino e convivemos com elas em uma relação de simbiose, como a que temos com as bactérias que vivem em nosso intestino. Enquanto fornecemos o ambiente ideal para que a linguagem sobreviva, ela nos ajuda a viver melhor, ter sucesso reprodutivo e passar os genes adiante.
Nesta entrevista ao site de VEJA, o filósofo explica como suas ideias funcionam na prática e por que se preocupar com o nascimento e transformações das línguas é revelar alguns dos misteriosos mecanismos que tornam os seres humanos uma espécie única na natureza.
Por que o senhor acredita que temos com a linguagem a mesma relação que desenvolvemos com nossos cães?
A ideia da domesticação das palavras rondava minha mente há anos, desde que li Darwin. Sua ideia de seleção artificial parece resolver velhos problemas sobre a linguagem de maneira inovadora.
Nossas línguas são, em parte, produto da invenção humana: decidimos como ela é e será.
No entanto, nossa linguagem não foi deliberadamente inventada por um grupo de pessoas. Ela está mais para nossos sheepdogs ou retrievers. Não os inventamos, no sentido literal, mas nossos ancestrais fizeram escolhas repetidas, mais ou menos racionais de suas características, que os tornaram o que são hoje. Escolhemos entre diversas variantes sutilmente diferentes, inconscientemente moldando nossos cães da maneira que nós quisemos. Com a linguagem parece acontecer o mesmo.
Escolhemos palavras e expressões como preferimos um cão com orelhas grandes ou curtas?
Sim, fazemos uma série de pequenas escolhas, aparentemente inconsequentes, e elas se sobrepõem a variações acidentais, produzindo grandes mudanças ao longo do tempo. Os animais foram otimizados, inadvertidamente e sem muita coordenação entre os diversos criadores ao redor do planeta, e se tornaram ferramentas especializadas para as atividades humanas. A mesma coisa pode ser verdadeira para alguns aspectos de nosso uso da linguagem. Nós simplesmente não percebemos os resultados se acumulando.
Nossas escolhas são o motor da evolução da linguagem?
Sim. De acordo com Darwin, algo se torna domesticado quando adquirimos o poder de veto sobre sua reprodução – é o que acontece quando os agricultores selecionam algumas sementes e jogam outras fora. Eles escolhem entre as opções que o ambiente oferece, ceifando as mutações desagradáveis e conservando as outras. Fazemos o mesmo com as palavras, suas associações e sentidos, aceitando algumas das pequenas inovações que encontramos no caminho – as mutações – e rejeitando outras.
Quando Darwin elaborou o conceito de seleção artificial, ele falava sobre a intervenção humana em organismos vivos, como animais ou plantas, e não sobre fenômenos ou eventos, como costumamos definir a linguagem. As línguas seriam também organismos vivos?
Cultura é diferente da vida baseada em carbono. Trata-se de uma nova forma de ‘vida’ que só pode surgir quando apareceram cérebros capazes de desenvolvê-la. Mas os princípios básicos de Darwin ainda governam sua existência. Sim, é difícil imaginar isso. Mas também foi difícil imaginar os átomos e micróbios ou que evoluímos a partir de um ancestral comum dos macacos. Gostamos de imaginar que há o inconsciente ou ‘o sistema’ ou qualquer ‘eles’ por trás de nossas atitudes. Mas não existe nada disso. O que há é, simplesmente, o efeito de nossas próprias ações.
Seu livro afirma que as palavras “aumentam o sucesso reprodutivo de seus hospedeiros em um sistema de mutualismo”. Como isso acontece?
Convivemos com a linguagem da mesma maneira que com as bactérias de nosso intestino. As bactérias nos ajudam a digerir alguns tipos de alimento, uma associação que favorece sua reprodução e também nosso bem-estar. As palavras nos ajudam sendo ferramentas úteis para a persuasão, a comunicação, o ensino, a reflexão, o trabalho em equipe e a previsão do futuro. E nós as ajudamos a permanecerem vivas. Além disso, elas são essenciais em nossa reprodução: julgamos outras pessoas pelas palavras que usam e, assim, simpatia ou status social dependem de nosso uso correto das palavras. Alguém com um vocabulário limitado terá dificuldades diariamente em sua vida. É atrativo, para um humano, saber falar bem.
Ou seja, o tipo de palavras que alguém usa revela também informações pessoais. Como esse componente social se encaixa em sua teoria de domesticação e evolução da linguagem?
Conscientemente, as pessoas se esforçam para tornar seu dialeto distinto de seus vizinhos por razões políticas. Muitos sotaques britânicos, por exemplo, sobrevivem porque as pessoas do interior não querem soar como os londrinos. A linguagem está ligada à identidade e o contrato social estabelecido entre grupos diferentes. Ela é uma parte essencial da natureza humana, com efeitos poderosos. Detestamos algumas maneiras de falar, gostamos de outras e é difícil decidir racionalmente o porquê dessas preferências. Muitos preconceitos de classe são preconceitos linguísticos e vice-versa, mas explicar isso é difícil. Costumamos pensar nas maneiras de falar apenas como ‘certas’ ou ‘erradas’.
A discussão sobre a origem das línguas costuma ser um mistério científico. Se ela evolui, como começou?
A hipótese é que começamos com alguns sinais aleatórios como respostas a situações novas. Então, presumivelmente, esse processo foi repetido inúmeras vezes até que adquirimos o léxico [conjunto de palavras de um idioma] da linguagem humana. Sabemos que isso aconteceu pelos gritos de alarme dos animais ou pelos sinais que coordenam diferentes genes nas células.
Esse é o sistema possível e comum em qualquer forma de vida. No entanto, o que os humanos fazem e os chimpanzés não é cooperar. Precisamos cooperar para buscar alimento. A linguagem humana começou quando percebemos que mentir é errado, que o mau uso dos sinais era contrário aos interesses comuns. Nossos sinais precisaram ser moralizados para tornar possível a comunicação elaborada.
É esse o papel da conversa na evolução da linguagem?
Sim, todas as conversas estão relacionadas a alguma atividade de cooperação. Ensinar é uma atividade assim, da mesma maneira que a escrita.
Quando acusamos alguém de distorcer o significado de nossas palavras, estamos participando da evolução da linguagem, tentando nos engajar na estabilização da seleção das palavras.
Seu livro destaca a importância da conversa pessoal, cara a cara, no desenvolvimento das línguas. Tornou-se um senso comum dizer que as novas tecnologias podem minar a capacidade da conversa ao vivo. Essa poderia ser uma nova força na evolução das línguas?
O que podemos perder com a falta dessa conversa cara a cara são os elementos envolvidos na atenção e na obrigação de falar e interpretar fielmente. Sem o contato pessoal a dimensão moral que tornou possível a linguagem humana pode ser perdida. Tudo depende se você se importa com a reação do público.
Suponho que uma pessoa que perdeu o contato com essa dimensão fundamental não é melhor que um chimpanzé com um teclado. No entanto, tornar-se humano sempre foi algo a ser conquistado, não nascemos com todas as habilidades humanas, elas são aprendidas. Então, não sei se é um novo fenômeno falar sem pensar ou não se importar com a resposta de quem ouve. Sempre houve pessoas assim. A tecnologia apenas as tornou visíveis.
Costumamos considerar nossa linguagem uma dessas habilidades incríveis e únicas que nos torna humanos. No entanto, o senhor a coloca lado a lado a outras simples adaptações, comuns a todos os seres vivos. Nossa linguagem não é esse fenômeno complexo e maravilhoso?
É uma adaptação incrível que apenas se desenvolveu nos homens e na Terra, até agora – apesar de não sabermos exatamente o que golfinhos, baleias ou elefantes fazem para nos certificar de que possuem algo igualmente maravilhoso, apenas diferente.
Há muitas coisas maravilhosas na natureza que começaram simples e evoluíram. Nosso mundo é o tipo de lugar que cria coisas como nós e, provavelmente, outras coisas inteligentes. Somos maravilhosos, assim como toda a natureza que nos rodeia. O que nos faz especiais não é nossa linguagem, é a grande responsabilidade que temos com nosso mundo.
A jornalista Rosane de Oliveira, em seu blog em Zero Hora, sob o título “O discurso de Dilma virou pó”, lista uma série de ações adotadas pelo governo da presidente, nessa segunda versão.
E pede aos leitores que imaginem Dilma anunciando tais medidas durante a campanha eleitoral. A pergunta que não quer calar, diante dessa sequência de contradições absolutas, é esta: teria Dilma vencido a eleição?
A jornalista, com razão conclui que se tivesse anunciado a metade delas, não teria sido eleita.
Concluo eu: nossas instituições não põem freios à mentira. Poderia a mentira fazer parte da liberdade de expressão no campo da política? Outros países não pensam assim.
A partir daqui, são observações da jornalista.
“Imagine-se a candidata Dilma no debate decisivo da TV Globo dizendo as seguintes frases: “Como o governo gastou demais, teremos de adotar medidas impopulares para recolocar a economia nos eixos e reconquistar a confiança do mercado.” “Vou convidar um executivo do Bradesco para o lugar de Guido Mantega, porque as contas estão deterioradas e precisamos aumentar a arrecadação em pelo menos R$ 20 bilhões.” “Vamos ressuscitar a Cide, aquela contribuição sobre os combustíveis, que existia e foi zerada no meu governo para evitar o aumento do preço na bomba. O aumento será de 22 centavos por litro de gasolina e de 15 centavos por litro de diesel, na refinaria. Ainda não sabemos quanto isso vai significar na bomba.” “Infelizmente, a Caixa Econômica Federal terá de aumentar os juros da casa própria. Mas vamos preservar os imóveis do Minha Casa, minha vida e os financiados com recursos do FGTS.” “O IOF dos empréstimos bancários vai dobrar. Subirá de 1,5% para 3%. É preciso conter o crédito para controlar a inflação.” “O PIS-Cofins dos importados vai aumentar de 9,25% para 11,75%. Você tem de entender que é preciso equilibrar nossas contas externas.” “A conta de energia terá um aumento significativo, porque teremos de retirar o subsídio dado ás empresas do setor elétrico. Assim, fica mais transparente: em vez do contribuinte pagar essa conta com o dinheiro dos impostos, o consumidor paga direto na conta de luz.” “Vamos adotar o sistema de bandeiras, para ficar claro que estamos cobrando mais quando a falta de chuva nos obriga a acionar as usinas térmicas.” “O aumento do preço da energia elétrica não evitará apagões se o verão for rigoroso e o consumo aumentar demais. ” “Precisamos rever as regras de concessão do seguro desemprego e das pensões do INSS.” “Estamos pensando em propor a volta da CPMF, para aumentar os investimentos na saúde.”
Godoy foi entrevistado por Jô Soares sobre suas denúncias
As empresas Ultragás, Ford, GM e Volks teriam financiado, com recursos financeiros e suporte logístico, a repressão e tortura nos anos de chumbo da ditadura civil e militar (1964-1985). É o que revela com exclusividade ao Diário da Manhã o jornalista de O Estado de S.Paulo e autor do bombástico A Casa da Vovó – Uma biografia do DOI-Codi (1969-1991), o centro de sequestro, tortura e morte da ditadura militar, Alameda Editora, 611 páginas, lançado no final de dezembro de 2014.
O escritor afirma ainda que o agente Vinícius, que mudou de lado e passou a colaborar com os homens da caserna, o que destroçou o Partidão (Partido Comunista Brasileiro), com as mortes e desaparecimento dos corpos de dez membros do seu Comitê Central, seria Severino Teodoro de Melo. Mais: Jota, o infiltrado que teve participação na delação e morte de pelo menos 20 militantes da Ação Libertadora Nacional, criada pelo carbonário baiano Carlos Marighella, mora, hoje, em Brasília, “sem crises de consciência”.
Marcelo Godoy avalia que infiltração, tortura e isolamento social explicariam a derrota política e militar da luta armada. Ele aponta a sucessão de quedas do Movimento de Libertação Popular, o Molipo, de extrema-esquerda, uma dissidência da ALN deflagrada na Ilha dos Irmãos Castro, Cuba.
Dezoito guerrilheiros morreram, seis deles em Goiás, à época, entre os anos turbulentos de 1972 e 1973. Ele destaca, porém, que há exatos 30 anos não ocorre uma sublevação militar, no Brasil, o que é algo inédito na República.
De quem foi a ideia de criar o DOI-Codi?
O ato de criação da Operação Bandeirante (Oban), a precursora do DOI, é do general José Canavarro Pereira, então comandante do 2º Exército. Em um sentido mais amplo, podemos dizer que a ideia de se criar o DOI atendia a uma exigência da doutrina militar usada para justificar o combate às organizações da esquerda naqueles anos: a Doutrina da Guerra Revolucionária. Mas ela só se tornaria realidade depois que o capitão Carlos Lamarca decide aderir à guerrilha, em 1969.
Quais grupos empresariais o financiaram?
O grupo Ultra, a Ford, a GM, a Volks, banqueiros como Gastão Vidigal e outros. As colaborações eram em dinheiro ou em equipamentos, como veículos, móveis, etc.
Como o senhor conseguiu que ex-agentes do DOI lhes dessem depoimentos?
Essa pesquisa nasceu de uma outra, sobre o papel da Polícia Militar no regime. Foi procurando policiais para conversar sobre o período que encontrei os primeiros homens que haviam trabalhado no DOI. No começo, foi difícil. Um deles, por exemplo, trouxe a tiracolo duas vezes um coronel – que fez o primeiro contato – para testemunhar as entrevistas. Não me deu nome, nem nada.
Só no terceiro contato ele consentiu em falar comigo diretamente e se identificou. Por meios desses primeiros agentes, fui descobrindo os demais. Procurei antes de tudo compreender suas motivações.
Ouvir suas versões para depois confrontá-las com outros depoimentos e documentos. Conforme ia crescendo o número de pessoas ouvidas, tornava-se mais fácil convencer os demais a falar. Mas creio que sem o auxílio de dois coronéis da PM que me apresentaram os primeiros agentes dificilmente teria chegado aonde cheguei.
Apenas infiltração não explica, mas qual o motivo do fracasso da luta armada?
Sem dúvida não explica. A infiltração era só uma das armas usadas pelos militares. Havia outras tão importantes quanto, como a tortura. Veja, no livro trato sobre como e por que o DOI agiu dessa forma.
A explicação militar é apenas uma e talvez nem seja a mais importante para definir por que a luta armada foi derrotada.
Outros autores, como Marcelo Ridenti e Daniel Aarão Reis, estudaram isso mais a fundo. E creio que eles estão certos quando dizem que o projeto da luta armada foi derrotado porque a população não se identificou com ele.
Veja, os franceses criaram na Argélia nos anos 1950 uma estrutura que serviu de modelo para o DOI: o DOP. Só em Argel, o então major Paul Aussaresses fez desaparecer seis mil pessoas. Mas isso não impediu que, vitoriosos militarmente, os franceses tivessem de se retirar do país e conceder a independência à colônia. É que o povo argelino se identificou com o projeto de libertação da FLN.
O que justifica a atuação do órgão de 1985 a 1991, depois da volta dos militares à Caserna?
Os militares respondem isso de uma forma simples: “a guerra” só havia mudado de forma. Em vez de ele começar e terminar com o primeiro tiro de fuzil ou de canhão, ela começava com o primeiro panfleto distribuído. A redemocratização do País, para eles, havia mudado só a forma com que se apresentava a ameaça comunista – em vez de armas, ela agora se mostrava por meio de outros instrumentos, como a disputa eleitoral e o chamado trabalho de massas.
(entrevista enviada por Sergio Caldieri)
02 de fevereiro de 2015
Renato Dias Diário da Manhã
A presidente Dilma Rousseff pagará caro pelo desastre que foi seu primeiro mandato. Os próximos meses serão recheados de notícias ruins, que vão balançar — e muito — a estrutura do Palácio do Planalto. E não adiantará a chefe do Executivo dizer que não sabia de nada ou que o Brasil está sendo vítima das circunstâncias. A culpa por todos os males será dela, de Dilma Rousseff.
Todos os indicadores de janeiro mostram que o país está mergulhando na recessão. Pelas projeções que circulam dentro do governo e no mercado financeiro, haverá contração do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro e no segundo trimestres de 2015, com grande chance de também o terceiro registrar queda. Mesmo assim, a inflação se manterá na casa dos 7% até o fim do ano, destruindo o poder de compra das famílias.
Diante desse quadro recessivo, a expectativa é de que o desemprego volte a subir e a renda do trabalho, que já recuou 1,8% em dezembro último, seja solapada pela inflação.
Empresários do comércio argumentam que não haverá como segurar as demissões, pois estão com a língua de fora. As vendas neste início de ano foram péssimas e não há perspectiva de recuperação tão cedo.
Com o forte aumento das tarifas públicas e a alta de impostos, a tendência é de que os consumidores reduzam a demanda, contribuindo para o fechamento de vagas nas lojas.
DEMISSÕES
O comércio se juntará à indústria, que vem demitindo sistematicamente há pelo menos dois anos. As fábricas, na maioria dos segmentos, estão operando com alto índice de ociosidade. Para reduzir custos, as empresas que não fecham postos de trabalho têm dado férias coletivas ou negociado a redução parcial de salários.
Havia a expectativa de que, com o dólar mais alto, a indústria ganhasse fôlego por meio das exportações. Mas, em vez de ampliar as vendas ao exterior, o país perde mercado.
“Não estamos conseguindo exportar como gostaríamos e só vemos a demanda interna cair. O consumo das famílias está fraco e os investimentos produtivos despencaram”, ressalta um industrial.
As perspectivas são de piora substancial, devido ao iminente racionamento de energia e água. O governo já trabalha com essa hipótese a partir de abril, quando termina o período chuvoso. Sem água e sem energia, a queda do PIB, estimada em 0,5%, pode ficar entre 1,5% e 2%. Se confirmada, será uma retração sem precedentes em pelo menos três décadas. Nesse contexto, não há como evitar o aumento do desemprego.
ESTRAGOS NA IMAGEM
Aliados de Dilma têm a exata noção de que, quando todos esses fatores desabarem, em conjunto, sobre os eleitores, a insatisfação em relação ao governo vai se agigantar. Eles reconhecem que o anúncio de alta de impostos, da energia elétrica, da gasolina, das passagens de ônibus já fazem estragos na imagem da presidente. Mas quando todos esses reajustes chegarem à vida real, baterem no orçamento doméstico, sem a contrapartida do aumento dos salários, a gritaria será geral.
Dilma tentou, na primeira declaração pública em quase um mês, amenizar o choque no bolso de consumidores e contribuintes. Afirmou que o aumento de impostos e de tarifas faz parte de um conjunto de ações “corretivas” para que o país volte a crescer. Omitiu, porém, o mais importante: que está corrigindo o que estragou em quatro anos. O custo que ela está impondo à sociedade será fruto de políticas equivocadas, populistas, demagógicas.
Em um pronunciamento no início de janeiro de 2013, a presidente disse que, apesar dos pessimistas, o Brasil poderia celebrar o fato de ter reduzido os juros, os impostos e o custo da energia elétrica, sem que houvesse qualquer risco de racionamento ou de estrangulamento no fornecimento de eletricidade. Afirmou, ainda, que o país estava a caminho do crescimento sustentado, puxado pelos investimentos produtivos. Num país sério, seria acusada de propaganda enganosa.
02 de fevereiro de 2015
Vicente Nunes Correio Braziliense
Os japoneses enfrentam uma gravíssima crise econômica
O Japão tem o mesmo tamanho do Maranhão; 380 mil kms quadrados. Na Segunda Guerra Mundial (em 1945) foi bombardeado com artefatos nucleares pelos Estados Unidos, nas únicas vezes em que uma bomba nuclear foi jogada… E em populações civis, com a guerra já terminada na Europa. Até hoje a radioatividade daquelas bombas atômicas produz doenças e mortes, lá.
Terminada a guerra, perguntaram para o imperador Hiroito como o Japão se reergueria, já que não produzia nada para comercializar com o resto do mundo.
– Acontece que no Japão tem muito japonês, foi a resposta.
E hoje? Após 25 anos sem evoluir, praticamente estagnado, o Japão ainda prossegue como a terceira maior potência mundial – só foi ultrapassado pela China, mantendo-se à frente da Alemanha.
AS PROVIDÊNCIAS
Algumas providências foram tomadas. Uma delas é a redução da população do país como forma de bem conviver com os novos (e terríveis) contornos da economia mundial atual.
Outra … é não gastar mais do que se tem. “Poupar para sempre ter”, é uma filosofia clássica dos japoneses … e dos orientais, de um modo geral. Outra … é pesquisar e pesquisar tudo, em todos os segmentos. E assim lá vão eles, japoneses, fazendo suas descobertas e evoluindo como nação. Outra … é otimizar/maximizar o aproveitamento dos subsolos. Prédios inteiros são derrubados (rapidamente) para dar lugar a outros, já com a nova concepção. Outra … é a disciplina. O que lemos na nossa bandeira, “Ordem e Progresso”, lá é a realidade adotada.
EM FORTE RECESSÃO
Tendo perdido centenas de bilhões de dólares na crise do mercado subprime/hipotecas, provocada pelos Estados Unidos (cujo desfecho ocorreu em 2008 – até um banco que existia há 157 anos, o Lehmann Brothers, quebrou), o Japão encontra-se – como muitos países – em forte e assumida recessão.
Há dois anos o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe vem tentando injetar ânimo na combalida economia japonesa. Seu esforço para salvar o país ganhou o nome de ‘Abenomics’ (na verdade um ‘pacotaço’ no estilo que conhecemos tão bem graças às tablitas do Mário Simonsen e aos ‘planos’ Bresser, Maílson, Collor etc …) em obediência plena aos dogmas econômicos que (ainda) regem o mundo, pois quem não obedece o ‘sistema’ sofre a ameaça de “olha, os investidores irão embora, e os novos não aparecerão mais”, configurando um verdadeiro terror.
“A arrecadação tributária excedeu as previsões iniciais”, reconheceu Shinzo Abe, acrescentando: “Os impostos estiveram altos demais e isto acabou por sacrificar a população”.
Mas… Shinzo Abe não é insensível, não. Muito pelo contrário. Vejam o que ele diz:
“Esse novo pacote tem por objetivo reforçar o ciclo econômico virtuoso e disseminar os benefícios da Abenomics, mudando o foco da política para as áreas ainda frágeis da economia”.
AJUDANDO AOS POBRES
O pacote do governo também fará um apelo para que o Banco Central japonês faça todos os esforços para que o país alcance sua meta de inflação (2%).
A equipe econômica de Shinzo Abe garante que reduzirá à metade o déficit fiscal a partir de abril, para frear a escalada da dívida pública – como a nossa, hoje, praticamente impagável.
Então … diante da forte recessão por que passa o Japão … Shinzo Abe mudou sua estratégia, mudou o cenário do Japão.
Haverá incentivos concedidos por governos locais para estimular o consumo das famílias e dar apoio a pequenas empresas. As medidas incluem cupons para a aquisição de mercadorias ou subsídios para que famílias de baixa renda comprem combustível e alimentos.
E dinheiro depositado diretamente nas contas dos agricultores com carências enormes e juros quase que inexistentes. A área habitacional também está sendo alvo do plano do primeiro ministro; o Banco Central japonês passou a liberar financiamentos em condições acessíveis aos menos favorecidos.
O “Abenomics” vai passar a olhar pelos mais necessitados … e quem lucrará com isto será… o Japão!
TESES DE PIKETTY
O livro “O Capital no Século XXI, do francês Thomas Piketty, vem revolucionando o mundo, que está sendo invadido literal e praticamente pelo Socialismo que rege os países escandinavos há muito tempo e agora encontramos no Abenomics, nas (novas!) propostas de dona Angela Merkel e de Barack Obama
Prosseguirei comentando o livro do professor Piketty. E depois perguntarei: Por que atualmente Hong Kong e Cingapura são os dois países mais visitados (e estudados) do mundo?
Os registros contábeis da Petrobras vêm se mostrando incapazes – tamanho o torrencial assalto ocorrido na estatal nos governos Lula e Dilma – de determinar, com precisão, a perda patrimonial provocada pela corrupção nos “governos” petistas.
Se a administração desonesta colocou em risco a sobrevivência da empresa, a ausência e não divulgação correta desses registros contábeis, em tempo aceitável, rotineiros em toda administração empresarial honesta, vem tendo como resultado o despencar do valor das ações da Petrobras nas bolsas de valores, a nível nacional e internacional.
Porém, os meios de comunicação – felizmente ainda não controlados pelo lulopetismo – divulgaram a descoberta de um descomunal prejuízo originário da interferência direta de Lula, no exercício do cargo de presidente da República, ou seja, R$ 2,7 bilhões jogados no lixo na tresloucada iniciativa política de construir duas refinarias cujos estudos haviam chegado à conclusão de serem inviáveis técnica e economicamente. Uma no Ceará e outra no Maranhão.
A do Ceará, para agradar aos irmãos Gomes, a do Maranhão, para fazer um cafuné na família Sarney. As duas, para arrebanhar votos da população nos dois Estados. É patente a interferência política e partidária nesse ato no qual Lula dispôs e usou como se fosse seu dinheiro alheio, dos acionistas da Petrobrás.
UM GRÃO DE AREIA
Tudo indica que esse ato de imoralidade, improbidade e falta de zelo com o patrimônio da empresa seja apenas um grão de areia no oceano de corrupção que invadiu e cobriu a Petrobras. E, sejamos sinceros, poucos brasileiros acham que Lula será alcançado por qualquer ato punitivo pela Justiça brasileira. Nem ele nem nenhum predador de alto porte político.
Os fatos conhecidos fazem escapar da imaginação de qualquer mortal a perda total da empresa (e de seus acionistas) oriunda da administração petista para comprar poder político. Comprar e pagar com dinheiro alheio.
Nesse mercado dirigido e viciado de compra e venda surge, com brilho de estrela de primeira grandeza, a importância da nomeação de diretores selecionados para efetuar o superfaturamento dos contratos com o objetivo de abastecer o caixa dos partidos, aumentar o patrimônio dos políticos e, é claro, como não há otário nesse meio, encher os próprios bolsos. Os astros mostram que ainda virá muita “maracutaia” por aí.
É emblemático o caso do funcionário subalterno que, para se livrar da cadeia, propôs devolver cerca de US$ 100 milhões provenientes do assalto realizado na Petrobras. O cabo corneteiro quer devolver US$ 100 milhões; dá para imaginar em quanto os generais da corrupção foram “remunerados” ?
O céu (ou, agora, o inferno) é o limite.