- 50+VÍDEOS REPRODUZIR TODOSMix - HITLER REAGE AO IMPEACHMENT DE DILMA - 2016YouTube
- 19 de setembro de 2016
- postado por m.americo
Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores. Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...) .
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
REVISTA VEJA! LULA E A LAVA JATO: PRENDA-ME SE FOR CAPAZ!
- 19 de setembro de 2016
- postado por m.americo
O IMPACTO DA PRISÃO DE LULA NO MOMENTO POLÍTICO BRASILEIRO
19 DE SETEMBRO DE 2016
POSTADO POR M.AMERICO
LULA ESTÁ DESESPERADO. VEJA PUBLICA FATOS NUNCA VISTO DAS DENÚNCIAS.
- 19 DE SETEMBRO DE 2016
- POSTADO POR M.AMERICO
EXCELENTE EXPLICAÇÃO!
Até o prof. Olavo de Carvalho ficou calado ouvindo essa aula!
https://www.youtube.com/watch?v=o3i5NKaDoVM
31 de ago de 2016 - Vídeo enviado por Carlos Alberto de Mello Carneiro
Excelente explicação! Até o prof. Olavo de Carvalho ficou calado ouvindo essa aula! .... ATÉ QUANDO ...
19 de setembro de 2016
postado por m.americo
FROTA 'EMPAREDA' JEAN WYLLYS. LULA FICOU MANSO? ...
Frota "empareda" Jean Wyllys. Lula ficou MANSO? Temer desmente ...
https://www.youtube.com/watch?v=-R3rF4GBISw
3 dias atrás - Vídeo enviado por Seu Tube
O presidente Michel Temer desmente boatos e manda um recado direto ao povo brasileiro. Frota ..
19 de setembro de 2016
postado por m.americo
DESCONFORTO
SÃO PAULO - Nos anos 80, quando eu fazia a cadeira de grego clássico na USP, havia uma aluna evangélica. Numa prova, não lembro bem em qual semestre, nos foi dada a tarefa de traduzir para o português um texto que falava de Zeus, Hera e outros deuses pagãos.
A estudante se recusou a fazer o teste, alegando que escrever aqueles nomes "nojentos" ia contra sua religião.
Nossa professora, a excelente Isis Borges da Fonseca, em seu estilo sempre sem papas na língua, disparou: "então, você vai tirar zero". A ideia aqui é que alguém que se dispõe a estudar o idioma e a civilização gregos não pode se negar a ser exposto à cultura helênica, que, obviamente, inclui os deuses olímpicos.
Esse episódio me veio à memória ao ler uma reportagem sobre a polêmica desencadeada pela Universidade de Chicago que enviou uma carta de boas-vindas aos calouros deste ano em que os advertiu de que não devem esperar um ambiente politicamente correto (PC).
A missiva, assinada pelo diretor Jay Ellison, afirma que a universidade não apoia os chamados "trigger-warnings", isto é, os alertas que precedem textos cujos conteúdos possam ser tidos como inadequados, não desconvida palestrantes que tratem de temas controversos e não está comprometida com a criação de "safe spaces", espaços seguros em que os estudantes podem isolar-se de ideias com as quais não concordam.
Como já escrevi aqui, não sou daqueles que têm horror ao PC, que eu considero o efeito colateral de um movimento civilizatório.
É positivo que estejamos cada vez mais preocupados com direitos de minorias, mas isso não nos autoriza a censurar discursos que não partilhem desses valores nem a poupar estudantes do contraditório.
Assim como, 30 anos atrás, dei razão a Isis, agora dou razão à Universidade de Chicago.
O crescimento intelectual exige o confronto de ideias - o que inevitavelmente causa desconforto.
19 de setembro de 2016
Hélio Schwartsman, Folha de SP
A estudante se recusou a fazer o teste, alegando que escrever aqueles nomes "nojentos" ia contra sua religião.
Nossa professora, a excelente Isis Borges da Fonseca, em seu estilo sempre sem papas na língua, disparou: "então, você vai tirar zero". A ideia aqui é que alguém que se dispõe a estudar o idioma e a civilização gregos não pode se negar a ser exposto à cultura helênica, que, obviamente, inclui os deuses olímpicos.
Esse episódio me veio à memória ao ler uma reportagem sobre a polêmica desencadeada pela Universidade de Chicago que enviou uma carta de boas-vindas aos calouros deste ano em que os advertiu de que não devem esperar um ambiente politicamente correto (PC).
A missiva, assinada pelo diretor Jay Ellison, afirma que a universidade não apoia os chamados "trigger-warnings", isto é, os alertas que precedem textos cujos conteúdos possam ser tidos como inadequados, não desconvida palestrantes que tratem de temas controversos e não está comprometida com a criação de "safe spaces", espaços seguros em que os estudantes podem isolar-se de ideias com as quais não concordam.
Como já escrevi aqui, não sou daqueles que têm horror ao PC, que eu considero o efeito colateral de um movimento civilizatório.
É positivo que estejamos cada vez mais preocupados com direitos de minorias, mas isso não nos autoriza a censurar discursos que não partilhem desses valores nem a poupar estudantes do contraditório.
Assim como, 30 anos atrás, dei razão a Isis, agora dou razão à Universidade de Chicago.
O crescimento intelectual exige o confronto de ideias - o que inevitavelmente causa desconforto.
19 de setembro de 2016
Hélio Schwartsman, Folha de SP
DIRETO DA REPÚBLICA DE CURITIBA: LAVA JATO NÃO COMETEU NENHUM EXCESSO, APENAS REVELOU DIDATICAMENTE PS 14 ANOS DE PILHAGEM DO ESTADO
“Espetáculo deplorável” e “show pirotécnico” foram apenas algumas das expressões usadas pelo ex-presidente Lula e pela esquerda em geral para descrever a entrevista coletiva, na quarta-feira, em que a força-tarefa da Lava Jato apresentou a denúncia contra Lula, a ex-primeira-dama Marisa Letícia e outras pessoas, envolvendo a troca de favores relativa à reforma e mobília de um triplex no litoral paulista e ao armazenamento de bens de Lula.
Essa reação era absolutamente previsível.
Para desmoralizar os procuradores, a esquerda recorreu até à ridicularização dos slides da apresentação, considerados “amadores”, e à mentira pura e simples, com a invenção da frase “não temos provas, mas temos convicções”, jamais dita em momento algum da coletiva.
Mas, fraudes e piadinhas à parte, o impacto do que a força-tarefa apresentou foi tão grande que mesmo pessoas sem nenhum alinhamento ideológico com a esquerda também se perguntaram: era necessário?
Por que, por exemplo, gastar tanto tempo de apresentação detalhando todo o esquema do petrolão se a denúncia era bem mais específica?
As expressões usadas para descrever a participação de Lula não teriam sido duras demais?
Faltou sobriedade aos procuradores em um momento tão importante?
Questões legítimas, ainda mais quando motivadas pelo desejo de sucesso de uma operação como a Lava Jato.
E podemos responder que não nos parece que tenha havido excesso algum. A começar pela questão meramente processual, a que os próprios procuradores já responderam na entrevista coletiva.
A denúncia atual se restringe ao caso do triplex e ao armazenamento, mas é óbvio que o esquema é imensamente maior. Se a força-tarefa não entregou ao juiz Sergio Moro o conjunto completo, isso se deve a dois fatores.
Um deles é que parte da investigação do petrolão não está sob os cuidados dos policiais federais e procuradores de Curitiba: é trabalho da Procuradoria-Geral da República, pois alguns dos crimes teriam sido cometidos em conjunto com suspeitos que detêm foro privilegiado e que precisam ser denunciados ao Supremo Tribunal Federal – um trabalho que, infelizmente, não tem corrido com a velocidade necessária.
Além disso, não há necessidade alguma de que um suspeito seja acusado simultaneamente de todos os crimes que a investigação vá descobrindo.
Vários dos outros réus e condenados da Lava Jato respondem por mais de uma acusação, em processos abertos em ocasiões distintas.
A força-tarefa julgou que já havia conjunto probatório robusto o suficiente para a apresentação de uma denúncia. O mesmo pode ocorrer com outras suspeitas mais adiante.
Isso nos leva ao raciocínio por trás da apresentação do petrolão como um todo. Só se compreendem os favores que teriam sido prestados a Lula pela empreiteira OAS dentro do contexto global da pilhagem do Estado tramada durante o governo do PT.
Fora da “propinocracia”, o que teríamos seria um mero favorecimento pessoal; dentro da “propinocracia”, esse favorecimento assume a dimensão correta como a recompensa ao chefe, ao homem que tornara possível a montagem de um esquema muito mais amplo destinado a fraudar a democracia garantindo a fidelidade de outros partidos e irrigar o projeto de poder da cúpula petista, enquanto um clube de empresários dividia entre si as megaobras da maior estatal brasileira. A força-tarefa da Lava Jato explicou com maestria essas intrincadas relações.
Ainda que o juiz – qualquer juiz – não deva jamais se deixar influenciar pela opinião pública, o país tinha todo o direito de conhecer as entranhas da “propinocracia”.
E a força-tarefa jamais conseguiria isso usando apenas um jargão técnico.
Não há por que repreender um trabalho que primou pelo didatismo, inclusive nas expressões usadas, por mais fortes que soem. A força-tarefa revelou, de uma forma que qualquer brasileiro consegue entender, o que muitos queriam manter escondido, e é isso que incomoda tanto.
19 de setembro de 2016
in orlando tambosi
O IMPÉRIO DA MENTIRA
A onda de populismo que arrasta as democracias ocidentais está relacionada às transformações tecnológicas, que têm relegado a fatias importantes da sociedade trabalhos de pior qualidade, como é o caso no deslocamento do setor industrial para o de serviços.
Nos países desenvolvidos, pela primeira vez desde a 2.ª Guerra, pais não se sentem reconfortados com o fato de que seus filhos terão uma vida melhor que a deles.
Pelo contrário. Assim como ocorre dentro de sua própria geração, têm a sensação de que as coisas vão piorar, de que será mais difícil encontrar um bom trabalho.
No caso dos EUA, em que a renda familiar corrigida da classe média é a mesma dos anos 60, a simples estagnação já é percebida como retrocesso, já que as necessidades de hoje, com saúde, educação e o consumo em geral são infinitamente maiores que as de meio século atrás.
Tudo isso, por si, não seria suficiente para engendrar a onda de populismo. Se houvesse espaço para uma troca efetiva de informações e argumentos, os políticos apoiados por dados, diagnósticos e propostas coerentes venceriam com relativa facilidade os que oferecem soluções fantasiosas com base em descrições falsas da realidade. O problema é que esse espaço se estreitou nos últimos anos. E isso é resultado de outra transformação tecnológica, na comunicação.
Como argumenta a revista The Economist no editorial de capa da semana passada, intitulado “A arte da mentira”, as pessoas estão acreditando menos nas informações produzidas pelo jornalismo independente do que naquelas compartilhadas por seus amigos nas redes sociais. E, nesse ambiente, a “informação” que chega às pessoas é aquela que confirma e reforça as posições que elas já têm.
Quando alguma incômoda “verdade” escapar ao controle do algoritmo, que distribui os compartilhamentos segundo os gostos de cada um, com um clique o usuário exclui o intruso, para se manter, assim, protegido em sua bolha cognitiva.
Impacto. Vivemos, então, no mundo da “pós-verdade”, no qual fatos e invenções adquirem o mesmo peso e são escolhidos de acordo com a preferência ideológica. É uma inversão da ordem do conhecimento: em vez de tirarmos conclusões sobre o que observamos, criamos um material apropriado, uma verdade customizada, para sustentar nossas conclusões.
Essa abordagem do mundo é tão sedutora que até o jornalismo independente, observa a Economist, tem embarcado nisso, dando, em nome de um falso pluralismo, o mesmo espaço para fatos e invenções, como se tudo fosse uma questão de “opinião”.
Saímos de um extremo, no qual o jornalismo profissional tinha o monopólio sobre a informação, e nem sempre fazia o melhor uso dele, e caímos noutro extremo, em que as fontes de informação se dispersaram de tal maneira que se torna um desafio investigativo rastrear suas origens e intenções.
Quando trocou de guarda, recentemente, o Ministério do Planejamento divulgou as planilhas dos pagamentos que o governo anterior fazia a sites e blogs para disseminar suas versões com a embalagem de notícias, de produtos jornalísticos, avidamente consumidos por quem precisava dessa matéria-prima para provar suas teses.
Isso é um retrocesso de um século e meio, quando os grandes jornais surgiram como panfletos sustentados por grupos econômicos e políticos para apoiar suas bandeiras, muitas delas meritórias.
Com o passar das décadas, eles avançaram para o modelo de negócios que agora está ameaçado: o de ampliar sua audiência, abraçar o pluralismo, conquistar credibilidade e vender espaços publicitários para empresas que queriam ter suas marcas associadas ao prestígio dessas publicações.
Enquanto o jornalismo independente luta para encontrar um novo modelo de negócios, a maioria dos cidadãos vive numa espécie de embriaguez informativa, sem fronteiras entre real e imaginário, tornando-se muito facilmente manipulável.
Quem se dá bem são mestres da prestidigitação, como Donald Trump, que é capaz de emparedar Hillary Clinton por não ser “transparente” sobre seu estado de saúde, quando ele é menos ainda.
E substitui a apresentação de um relatório médico sério pela aparição em um programa de TV, o Dr. Oz Show, no qual entrega um pedaço de papel com algumas linhas falando de sua saúde, o que, no mundo midiático, vale muito mais do que páginas e páginas de informação verdadeira.
Esse é apenas um pequeno exemplo das inúmeras enganações de Trump, cuja plataforma está repleta de promessas irrealizáveis, por serem contra a Constituição e os tratados, porque jamais passariam pelo Congresso e pela Suprema Corte, e porque destruiriam a economia, como cancelar acordos comerciais, expulsar todos os imigrantes ilegais e assim por diante.
No Reino Unido, um pouco mais da metade dos eleitores aprovou a saída da União Europeia com base em dados falsos a respeito dos custos da participação no bloco, das regras comerciais e migratórias – mentiras disseminadas, entre outros, pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson, hoje chanceler.
Nesta semana, no Brasil, vimos como é fácil, divertido e proveitoso inventar uma mentira, como a frase “não temos provas, mas temos convicção”, que nunca foi dita pelos procuradores da Lava Jato.
Quem mostrou que nunca foi dita? O jornalismo independente. Quem continua acreditando que foi? A massa que prefere acreditar nos “amigos”.
Esse é um enorme desafio para a democracia, porque ela dá poder para o povo escolher com base na crença de que ele terá acesso à informação e optará pelo que é melhor para ele. Esse alicerce está profundamente abalado.
19 de setembro de 2016
Lourival Sant'Anna, Estadão
Nos países desenvolvidos, pela primeira vez desde a 2.ª Guerra, pais não se sentem reconfortados com o fato de que seus filhos terão uma vida melhor que a deles.
Pelo contrário. Assim como ocorre dentro de sua própria geração, têm a sensação de que as coisas vão piorar, de que será mais difícil encontrar um bom trabalho.
No caso dos EUA, em que a renda familiar corrigida da classe média é a mesma dos anos 60, a simples estagnação já é percebida como retrocesso, já que as necessidades de hoje, com saúde, educação e o consumo em geral são infinitamente maiores que as de meio século atrás.
Tudo isso, por si, não seria suficiente para engendrar a onda de populismo. Se houvesse espaço para uma troca efetiva de informações e argumentos, os políticos apoiados por dados, diagnósticos e propostas coerentes venceriam com relativa facilidade os que oferecem soluções fantasiosas com base em descrições falsas da realidade. O problema é que esse espaço se estreitou nos últimos anos. E isso é resultado de outra transformação tecnológica, na comunicação.
Como argumenta a revista The Economist no editorial de capa da semana passada, intitulado “A arte da mentira”, as pessoas estão acreditando menos nas informações produzidas pelo jornalismo independente do que naquelas compartilhadas por seus amigos nas redes sociais. E, nesse ambiente, a “informação” que chega às pessoas é aquela que confirma e reforça as posições que elas já têm.
Quando alguma incômoda “verdade” escapar ao controle do algoritmo, que distribui os compartilhamentos segundo os gostos de cada um, com um clique o usuário exclui o intruso, para se manter, assim, protegido em sua bolha cognitiva.
Impacto. Vivemos, então, no mundo da “pós-verdade”, no qual fatos e invenções adquirem o mesmo peso e são escolhidos de acordo com a preferência ideológica. É uma inversão da ordem do conhecimento: em vez de tirarmos conclusões sobre o que observamos, criamos um material apropriado, uma verdade customizada, para sustentar nossas conclusões.
Essa abordagem do mundo é tão sedutora que até o jornalismo independente, observa a Economist, tem embarcado nisso, dando, em nome de um falso pluralismo, o mesmo espaço para fatos e invenções, como se tudo fosse uma questão de “opinião”.
Saímos de um extremo, no qual o jornalismo profissional tinha o monopólio sobre a informação, e nem sempre fazia o melhor uso dele, e caímos noutro extremo, em que as fontes de informação se dispersaram de tal maneira que se torna um desafio investigativo rastrear suas origens e intenções.
Quando trocou de guarda, recentemente, o Ministério do Planejamento divulgou as planilhas dos pagamentos que o governo anterior fazia a sites e blogs para disseminar suas versões com a embalagem de notícias, de produtos jornalísticos, avidamente consumidos por quem precisava dessa matéria-prima para provar suas teses.
Isso é um retrocesso de um século e meio, quando os grandes jornais surgiram como panfletos sustentados por grupos econômicos e políticos para apoiar suas bandeiras, muitas delas meritórias.
Com o passar das décadas, eles avançaram para o modelo de negócios que agora está ameaçado: o de ampliar sua audiência, abraçar o pluralismo, conquistar credibilidade e vender espaços publicitários para empresas que queriam ter suas marcas associadas ao prestígio dessas publicações.
Enquanto o jornalismo independente luta para encontrar um novo modelo de negócios, a maioria dos cidadãos vive numa espécie de embriaguez informativa, sem fronteiras entre real e imaginário, tornando-se muito facilmente manipulável.
Quem se dá bem são mestres da prestidigitação, como Donald Trump, que é capaz de emparedar Hillary Clinton por não ser “transparente” sobre seu estado de saúde, quando ele é menos ainda.
E substitui a apresentação de um relatório médico sério pela aparição em um programa de TV, o Dr. Oz Show, no qual entrega um pedaço de papel com algumas linhas falando de sua saúde, o que, no mundo midiático, vale muito mais do que páginas e páginas de informação verdadeira.
Esse é apenas um pequeno exemplo das inúmeras enganações de Trump, cuja plataforma está repleta de promessas irrealizáveis, por serem contra a Constituição e os tratados, porque jamais passariam pelo Congresso e pela Suprema Corte, e porque destruiriam a economia, como cancelar acordos comerciais, expulsar todos os imigrantes ilegais e assim por diante.
No Reino Unido, um pouco mais da metade dos eleitores aprovou a saída da União Europeia com base em dados falsos a respeito dos custos da participação no bloco, das regras comerciais e migratórias – mentiras disseminadas, entre outros, pelo ex-prefeito de Londres Boris Johnson, hoje chanceler.
Nesta semana, no Brasil, vimos como é fácil, divertido e proveitoso inventar uma mentira, como a frase “não temos provas, mas temos convicção”, que nunca foi dita pelos procuradores da Lava Jato.
Quem mostrou que nunca foi dita? O jornalismo independente. Quem continua acreditando que foi? A massa que prefere acreditar nos “amigos”.
Esse é um enorme desafio para a democracia, porque ela dá poder para o povo escolher com base na crença de que ele terá acesso à informação e optará pelo que é melhor para ele. Esse alicerce está profundamente abalado.
19 de setembro de 2016
Lourival Sant'Anna, Estadão
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