Acompanhando eleições e pesquisas há mais de 50 anos, desde o tempo do Correio da Manhã, grande jornal que desapareceu na névoa do tempo, tenho testemunhado sempre esse fenômeno. É natural que aconteça. Sucedeu também no pleito de 82, quando analisei para o Jornal do Brasil, outro que o vento da história levou, a disputa entre Leonel Brizola e Moreira Franco, quando o mesmo Ibope destruiu as articulações da Proconsult.
NO MESMO PATAMAR – Os nulos e brancos, hoje, caíram de 20 para 14. Vão parar no patamar quase invariável de 10 pontos.
Marcelo CriveLla está muito forte. Está em ritmo de subida. Avançou quatro degraus. Marcelo Freixo desceu de 12 para 9. Pedro Paulo cresceu de 6 para também 9%. Jandira Feghali é uma incógnita. Sua mensagem na televisão é dirigida para os grupos sociais de menos renda. Encontra-se com 8 pontos e tem o apoio de Lula e Dilma.
Serve de termômetro para revelar se, depois do vendaval de quarta-feira, os ex-presidentes ainda acrescentam votos ou pesam contrariamente junto ao eleitorado, no Rio. Na cidade de São Paulo, Lula e Dilma não estão somando nada para Fernando Haddad.
EM ASCENSÃO – Marcelo Crivella, já plenamente consolidado para o segundo turno, se houver segundo turno, dificilmente perderá a sucessão de Eduardo Paes. Vejam só. Se 14%estão dispostos a esterilizar o voto, 86 passa a ser igual a 100. Logo, 31% tornam-se 40%, o que fortalece ainda mais a posição do líder. Encontra-se em franca ascensão. E passa a representar uma opção para os que rejeitam a candidatura Pedro Paulo, rejeição de 36% e Jandira Feghali, rejeição de 35 pontos. Até agora o vôo de candidato do PRB é de cruzeiro.
Pedro Paulo e Jandira apresentam crescimento, porém muito menos que o crescimento de Crivella. Este é o quadro carioca.
MARTA E DÓRIA – Em São Paulo, o processo é diferente. O líder Russomanno entrou em declínio, Marta Suplicy e João Doria avançaram fortemente. A ação de João Doria, candidato do governador Geraldo Alckmin, parece ter mais potencial para evoluir. Russomanno tem 30 pontos, Marta 20, Doria 17. Ao contrário de Marcelo Crivella no Rio, Celso Russomanno não tem presença assegurada no segundo turno. Vem de queda em queda, registram as pesquisas tanto do Ibope, quanto da Datafolha.
O prefeito Fernando Haddad, estacionado no nono andar, vai perder a reeleição. O apoio do PT reflete negativamente em São Paulo, como as eleições de 2014 revelaram.
Alckmin joga sua candidatura à sucessão de Temer nas urnas paulistas. Se Doria vencer, vai se distanciar de Aécio Neves e José Serra, ficando absoluto na área do PSDB. Neste caso, quem será o seu adversário? – eis a questão.
19 de setembro de 2016
Pedro Coutto
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