Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores. Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...) .
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
CHARLOTTESVILLE: STALIN GANHA MAIS UMA
O ministro alemão das Relações Exteriores, Joachim Von Ribbentrop (à esquerda.), o líder soviético Joseph Stalin (no meio, rindo) e seu ministro das Relações Exteriores, Vyacheslav Molotov (à direita, no canto), assinam o pacto no Kremlin em 23 de agosto de 1939. |
There is really one only political party of any significance in the United States…
the Republicans and Democrats are in fact two branches of the same (secret) party.
(Existe, na verdade, apenas um único partido político com alguma significância nos Estados Unidos… Os republicanos e os democratas são, na realidade, dois ramos do mesmo partido [secreto].)
Arthur C. Miller
The Secret Constitution and the Need for Constitutional Change, 1987
As ocorrências em Charlottesville, Virginia, tem raízes mais profundas e antigas do que as interpretações apressadas podem alcançar. Essas últimas se baseiam apenas nas aparências que nada mais são do que cortina de fumaça de desinformação. Ao assistir, quase ao vivo, as manifestações, deu-me uma sensação dupla: de deja vu e de uma mise en scène, algo preparado e ensaiado. Vejamos:
um grupo da organização Antifa pedira a remoção de uma estátua do General Robert Lee, Comandante do Exército Confederado;
outro grupo de neo-nazistas e integrantes da KKK pedira autorização para uma manifestação em defesa da permanência da estátua;
o prefeito primeiro autoriza, depois desautoriza, volta atrás e como que magicamente surge o outro grupo, a polícia se retira, contrariando todos o cânones de controle de distúrbios;
fecha o tempo, inclusive com um carro providencial que criou o que todos esperavam: uma vítima;
o Presidente Trump condena os dois lados do conflito e desencadeia uma tempestade universal de protestos acusando-o de “defender a direita radical, por igualar moralmente os nazistas aos que protestam contra eles”. Trump cai na armadilha, meio que volta atrás e depois reafirma o que dissera. David Duke, com intenção óbvia de por lenha na fogueira, elogia a atitude de Trump.
Ora, há muito já se sabe que estes grupos agem de comum acordo, só enganando quem acredita ainda na oposição entre esquerdistas e direitistas. Alguém que se considere analista político e ainda acredita nisto só pode ser um idiota disfarçado de imbecil! O Partido secreto referido por Miller, o deep state, jamais esteve tão evidente como desde a vitória totalmente inesperada de Donald Trump. Obama foi durante oito anos o representante do deep state e Hillary seria sua natural seguidora. Trump foi um golpe nos planos tão duramente elaborados.
Para entender como se chegou a esse ponto é preciso retroceder ao fim da I Guerra Mundial.
A aliança teuto-soviética, o Pacto Molotov- Ribbentrop e o destino da Europa([1])
No final da guerra Lloyd George já antevia:
“O maior perigo do momento consiste no fato da Alemanha unir seu destino com os Bolcheviques e colocar todos os seus recursos materiais e intelectuais, todo o seu talento organizacional, ao serviço de fanáticos revolucionários cujo sonho é a conquista do mundo pela força das armas. Esta ameaça não é apenas uma fantasia”.
Realmente, já em 1919, os dois países – chamados “párias de Versalhes” – iniciaram diálogos secretos de uma aliança para tornar letra morta o Tratado de Versalhes com vistas ao reerguimento da Alemanha e, simultaneamente, a reconstrução do Exército russo, levando em maio de 1933 – portanto já em pleno regime nazista – o General Mikhail Nicolayevitch Tukhachevsky, vice-comissário e Chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho, a afirmar: “(…) vocês e nós, Alemanha e URSS, podemos ditar nossos termos ao mundo todo se permanecermos juntos”.
Era a época em que comunistas e nazistas se esmeravam em destruir todas as manifestações uns dos outros (Antifa x Neo-Nazis?), porém, juntos, rebentavam as manifestações de outros partidos, principalmente no maior inimigo de ambos, o Partido Socialista Alemão.
Muito antes do início da Segunda Guerra Mundial, Stalin genialmente elaborou o plano de fazer de Hitler a ponta de lança da contra as democracias ocidentais, culminando no Pacto Molotov-Ribbentrop de agosto de 1939. Antes disto, nos conhecidos “processos de Moscou”, eliminou Tukhachevsky e todos os demais que estabeleceram a cooperação anterior, para manter o segredo.
Ribbentrop e Stalin dão risadas juntos, enquanto Molotov assina o pacto macabro. |
O pacto foi rompido por Hitler em junho de 1941 e então Stalin marcou mais um ponto, denunciando os nazi-fascistas como tendo sempre sido “inimigos do povo”, apagou a história ([2]) e enviou a todos os partidos comunistas do mundo a diretiva de incessantemente afirmar falsamente que o nazi-fascismo era a direita reacionária agindo contra o processo histórico, e o comunismo revolucionário a esquerda dos povos “amigos da paz”. Para isso foi fundado, em 1943, o Kominform, responsável pela desinformação durante a guerra e o pós-guerra.([3])
A súbita mudança que levou à aliança da URSS com os Aliados, que Richard G. Powers denominou “Dançando com o Diabo” ([4]) além de conseguir a anuência de Roosevelt (à vontade) e Churchill (contrariado) para dominar metade da Europa sem cumprir nenhum dos acordos assinados em Yalta, Teheran e Potsdam (já com Truman), permitiu a Stalin infiltrar agentes comunistas nos órgãos políticos e de inteligência do Ocidente, como na CIA, no MI6 e principalmente no Departamento de Estado dos EUA, onde colocou Alger Hiss, que foi o Secretário de fundação das Nações Unidas, e Harry Dexter White, primeiro presidente do FMI e um dos fundadores do Banco Mundial, entre centenas de outros.
O pós-guerra e a Guerra Fria
Até a Guerra do Vietnã, devido ao conhecimento das atrocidades soviéticas, imperou nos Estados Unidos a tendência anticomunista. Mas não apenas os abertamente infiltrados, como também “toupeiras” e sleeper agents – remanescentes dos grupos de Wili Müzenberg – continuaram seu trabalho, através principalmente da infiltração nas entidades de trabalhadores, estudantis e de professores. A penetração no Partido Democrata se deu através da formação de líderes como Tom Hayden, autor do Port Huron Statement e a fundação da organização Students for a Democratic Society em 1962 que veio a ter atuação de frente contra a Guerra do Vietnam, quando se juntaram a ela John Kerry, Jane Fonda e muitos outros.
É preciso ressaltar que o Partido Democrata tinha raízes muito fortes no sul ainda ressabiado com o fim da escravidão. A Ku Klux Klan era uma das mais fortes propagadoras dos ideais do Partido Democrata. Imagina-se que no princípio dos contatos entre os grupos dos dois lados, podem ter havido choques, mas se deram conta de que tinham uma agenda comum: a destruição dos Estados Unidos como líder no mundo livre.
A dominação pelo “establishment” bipartidário e multinacional
Em 1971 foi publicado por Gary Allen e Larry Abraham None Dare Call it Conspiracy, um livro de grande importância, tendo perturbado o establishment político ocidental dominante ao expor grande parte de sua história secreta e as agendas que controlam os processos políticos dos Estados Unidos e grande parte do resto do mundo. Contêm explicações das agendas da elite global pouco conhecida. Surpreendentemente para muitos, o livro mostra como este grupo de integrantes do establishment foi historicamente responsável por estabelecer secretamente e, em seguida apoiar, os regimes comunistas totalitários na Rússia, na China e em grande parte do mundo, e é explicado como as filosofias globalistas que são atualmente implementadas, pede que um sistema uniforme de governo similar seja eventualmente imposto a toda a população do planeta em uma “Nova Ordem Mundial” totalitária.
Esta nova ordem, idealizada por Lenin, foi implementada por Stalin através da criação da ONU e outros organismos globalistas. Este projeto inclui a progressiva união de países sob elites não eleitas com força total para implementar suas regras e leis, como na União Europeia. Ora, o nazi-fascismo não previa exatamente o mesmo estado de coisas: o fim das democracias ocidentais e de todo e qualquer poder escolhido pelo voto? Pois, se o princípio democrático é a renovação periódica do poder através do voto popular, ele impede a continuidade eterna de uma elite burocrática e, ao final, o fim da liberdade e da distribuição da riqueza pelo trabalho. Como bem apontou C. S. Lewis em The Abolition of Man. Não é exatamente isto que se pretende com as técnicas eugênicas e de controle populacional – aborto, eutanásia, seleção dos mais capazes – e as ideias mentirosas sobre aquecimento global causado pelos seres humanos, homossexualidade e transgenerismo (infertilidade)? Conforme Lewis disse, será a abolição de grande parte da humanidade para gozo pleno das elites.
New lies for old
Tomo emprestado o título de Golitsyn para um salto no tempo diretamente para o tema inicial, já que este artigo se trata do “resumo resumido de um resumo”.
O artigo do Dr. Steve Piecznick ([5]) oportunamente enviado ao ‘Diário Filosófico’ do Mídia Sem Máscara por Olavo de Carvalho forneceu-me o elo que faltava para entender minhas sensações descritas no primeiro parágrafo acima. Realmente o que ocorreu foi uma operação de “oposição controlada” entre aliados secretos e não passaram de new lies for old, novas mentiras no lugar das antigas, pois é claro que observadores esclarecidos não se deixam mais enganar pelas antigas mentiras de Nazistas versus Comunistas. Mas encenadas desta forma ainda conseguem enganar à maior parte da população e até mesmo a políticos de alto nível, não integrados na mentira e de boa fé, como Mrs. May. Neste mesmo lado do Atlântico não enganou ao atilado Nigel Farage.
O Dr Piecznick faz um levantamento das vidas dos dois líderes que estavam aparentemente em campos opostos em Charlottesville: Richard Spencer e Michael Signer. O primeiro faz parte da entourage do grande bruxo da KKK, David Duke (supostamente a serviço do FBI). Signer trabalhou para John Podesta e fez parte da Comissão de Transição do Departamento de Estado representando Obama.
Parece não haver dúvida de que os dois trabalham para alguma agência federal (CIA, FBI) e coordenando suas atividades com seus respectivos partidos ao mesmo tempo em que mantêm agendas secretas escondidas em outros idiomas. A “confrontação” foi preparada por eles para demonstrar que todos os apoiadores de Trump são supremacistas brancos, nazistas, antissemitas e misóginos! A intenção é incrementar os movimentos anti-Trump com a finalidade de derrubá-lo do poder.
Ora, Trump é um outsider, não pertence nem é controlado pelo establishment, o deep state bipartidário ([6]) ligado à elite mundial que controla a União Europeia, a ONU, os acordos do clima e tenta levar seus tentáculos à Europa do Leste, até o momento refratária às suas pressões.
Trump é o contrário de tudo isto e põe em risco a estratégia bem urdida desde o fim do governo Reagan. “Take the Country back”, “Make America great again”, “America first”, são slogans que contrariam em tudo a estratégia globalista.
Stalin, de sua tumba, comemora!
Notas:
[1] Sugiro a leitura do Capítulo VI do livro “O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial”, 2ª Edição, Observatório Latino, 2015
[2] Estas mudanças da história foram magistralmente descritas por George Orwell no livro “1984”.
[3] Dinesh D’Souza (http://midiasemmascara.org/artigos/destaques/o-grande-mentiroso-como-theodor-adorno-redefiniu-o-fascismo/) equivoca-se ao atribuir esta clivagem a Theodor Adorno. Este apenas deu forma filosófica e ideológica à genial criação de Stalin.
[4] Not Without Honor: the History of American Anticommunism, Yale Univ., Press, 1995
[5] Controlled Opposition Behind Charlottesville Rally: Deep state rally designed to paint all Trump supporters as “white nationalists”- https://www.infowars.com/pieczenik-controlled-opposition-behind-charlottesville-rally/
[6] Note-se as ácidas críticas de McCain, os dois Bush, Mitt Romney e outros caciques republicanos.
17 de novembro de 2017
Heitor de Paola é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, e membro do Board of Directors da Drug Watch International. Possui trabalhos publicados no Brasil e exterior. Ex-militante da organização comunista clandestina Ação Popular (AP), é autor do livro “O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial” e apresenta o programa ‘O Outro Lado da Notícia, na Rádio Vox.
O HABITUAL SERVICINHO SUJO DA FOLHA DE SÃO PAULO
O jornal do sr. Frias faz o seu habitual servicinho sujo ao tentar me pintar com os traços do típico ideólogo literário ou acadêmico, sempre ansioso para fazer a cabeça de algum político e governar por procuração.
Meses atrás o deputado Eduardo Bolsonaro me perguntou se eu teria a disposição de receber a visita do seu pai e dar-lhe algum aconselhamento. Concordei, como concordaria em fazer o mesmo por qualquer candidato atual ou virtual a qualquer cargo, já que o tenho feito por centenas de brasileiros que nunca foram nem serão candidatos a coisa nenhuma.
Depois fui informado de que o meu amigo Jeffrey Nyquist estaria interessado em participar da conversa, pedindo que ela se realizasse em Nova York, onde ele estaria em meados de outubro.
Até então, eu estava seguro de que seria um encontro privado, no qual eu estaria livre para dizer o que bem entendesse, sem qualquer compromisso ou intenção de reforçar a propaganda eleitoral de quem quer que fosse.
De repente, a coisa aparece na Folha de São Paulo como um debate público, iniciativa do Inter-American Institute e parte integrante de um programa de contatos do sr. Jair Bolsonaro com empresários e políticos americanos, num tom evidente de pré-campanha eleitoral.
O Jeffrey, que é o atual presidente do Inter-American, pode de fato ter associado a entidade à iniciativa do encontro, mas isso, em princípio, não modificaria retroativamente a minha intenção de que fosse apenas um encontro privado.
À sua versão manifestamente falsa dos acontecimentos, o jornal acrescentava ainda as cores de uma fofoca política vulgar e provinciana, ao afirmar que eu andava “flertando” com a candidatura Bolsonaro. O verbo é usado comumente na mídia para designar interesseiros que assediam candidatos com a esperança de um cargo no próximo governo. Jamais me ocorreu que responder afirmativamente a um pedido de conselho fosse um “flerte”, nem muito menos que fosse possivel flertar — em qualquer sentido do termo — sem jamais procurar qualquer contato com o alvo dos meus supostos desejos e limitando-me a atender a um pedido do seu filho.
Para jogar um pouco mais de lama na água, o jornal afirmava que eu me dispunha a ser “conselheiro particular” de um possível presidente Bolsonaro, sem informar que eu havia manifestado essa disposição em resposta HUMORÍSTICA a um zunzum anônimo que fazia de mim o ministro da Cultura ou da Educação sob uma presidência Bolsonaro. Nessa resposta, eu afirmava que poderia ser NO MÁXIMO conselheiro particular do futuro presidente, COM UM SALÁRIO DE CEM REAIS POR MÊS…
A repórter da Folha, querendo posar de detentora de “inside information”, só mostra a característica impossibilidade que o analfabeto funcional tem de apreender nuances de sentido, seja nos fatos, seja nas palavras.
17 de novembro de 2017
Olavo de Carvalho
LULA - O RATO QUE RUGE (E AINDA BOLSONARO)
Conclui meu último artigo (“Bolsonaro, Lula e a mídia”), indagando: “E quanto ao Lula, o rato que ruge, réu condenado e arauto do PT, o partido dos trambiques?”
No histórico, Lula sempre foi um predador ágil, famélico, disseminador de pragas as mais diversas. Contudo, basta observar, desde o desencadear da operação Lava-Jato, o velho guru das esquerdas tornou-se um rato irado e rabugento – o rato que ruge!
Por exemplo: em data recente, o perigoso chefão, diante da sede da Petrobras-Rio (que ele ajudou, como nenhum outro, a saquear), vociferou para orquestrados companheiros petistas: “O Lula não é o Lula. O Lula é uma idéia. O Lula é uma idéia assumida por milhões”.
Acertou na mosca! Hoje Lula configura – de fato e de direito – uma ideia letal: a ideia de que impôs a criminalidade sistemática como forma de governo. A humanidade conheceu inúmeras figuras representativas do Mal, entre elas, Átila, o Flagelo de Deus; Peter Kurten, o Vampiro de Dusseldorf ou Joseph Stalin, o Pai dos Povos. Mas o Lula, em circuito interno, tem luz própria: é o “cara” que afogou o País num imenso charco de corrupção, engodo e cinismo. Seus acólitos e esquerdopatas em geral vibram com tal performance.
No palanque que armou defronte à Petrobras, Lula, como de hábito, mentiu (sobretudo, para si próprio) adoidado. Possesso, rugiu em frenesi sobre seus feitos no terreno da saúde, do emprego, educação e cultura. Finalizou garantindo que iria voltar à Presidência e estabelecer no País o reino da fortuna e da felicidade. Levou os presentes (uns dois mil terceirizados, se tanto) ao delírio.
O fato é que a Organização Mundial do Comércio (OMC), em data recente, detalhou em relatório que nos 13 anos da dupla Lula/Roussef, o Brasil cresceu menos que os países emergentes e até menos que as emperradas economias da América Latina. O crescimento nativo, em que pese a expansão mundial, foi pífio. No frigir dos ovos, manietados pela “nova matriz econômica” (inflação de dois dígitos mais juros exorbitantes), atingimos assustadores índices de desemprego, corrupção e muita violência – o que os gringos chamam de “tempestade perfeita”!
(Me ocorreu agora que Lula imita a rêmora, o peixe-piolho que parasita dia e noite nas costas da baleia, ao encravar suas ventosas insaciáveis na presa gigante – no caso, o Brasil).
No plano moral, Lula transcende o próprio conceito de imoralidade. Na sua vida pregressa, onde se apertar, sai pus. Irrefreável, segundo declarou, iniciou-se sexualmente entre cabras e galinhas. Já burro velho, na prisão do DOPS, segundo relato de César Benjamin (um dos fundadores do PT) publicado na Folha de S. Paulo, tentou violentar o “garoto do MEP” (Movimento de Emancipação Proletária, dissidência do PCdoB) – sem resultados “satisfatórios”.
Na vida íntima do pai da socialização da gatunagem merece atenção o escândalo de Rosemery Noronha, chefe do gabinete da Presidência da República em S. Paulo, indiciada por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção passiva. Mulher dispendiosa, Rose deitava e rolava em matéria de nepotismo, usufruto de mordomias, propinas e uso de cartões corporativos. A Polícia Federal, após rastreamento, listou 13 viagens de Rose ao exterior, sempre ao lado do “amigo íntimo”, no aconchego da suíte presidencial do Aerolula – , sem registro de embarque, diga-se. (Reza o Código Penal que esses são casos típicos de prevaricação e abuso de poder).
Coisa notória, Lula se comporta como genuíno arauto da ignorância. Por exemplo: aprecia chamar advogado de “adevogado”. Nunca foi a um teatro e se gaba de jamais ter aberto um livro – em que pese ser venerado pela chamada “classe intelectual”. No entanto, a bem da verdade, frequentou por algum tempo cursilho político da Stasi, a KGB da Alemanha comunista, especializada em lavar cérebros de sindicalistas “promissores”.
Com efeito, amparado pela azeitada máquina ideológica composta por dezenas de Foros e milhares de ONGs, internacionalmente bem abastecidas, Lula e seus mentores representam uma grave ameaça ao que resta da cambaleante civilização brasileira.
Na prática, aparelhando o Estado e suas instituições com “ativistas da causa” empenhados em liquidar elementos e valores que formam as bases de sustentação da cultura tradicional, o chefão do PT e agentes da subversão querem estabelecer a hegemonia do caos e da destruição para impor, a partir de projeto do corcunda Antonio Gramsci, uma humanidade “voluntariamente servil”.
Neste caso, adeus conceitos de nação, pátria, família, cristianismo etc. Os ícones da grosseira subversão são, hoje, a “ideologia de gênero”, a guerra racial, a Gaia (“Mãe-Terra”), o fascismo ecológico, o multiculturalismo (marxismo cultural) , enfim, a desestabilização revolucionária.
A nosso ver, o único ponto de inflexão desta guerra total desfechada pelos comunistas chama-se Jair Bolsonaro, quanto mais não seja para dar um chega pra lá no avanço totalitário vermelho. Bem, dirás, mas Bolsonaro não é o candidato ideal! E quem o é? O “rebelde a favor” Ciro Gomes, comunistóide várias vezes derrotado, reconhecido como o “língua de aluguel” do condenado Lula? Marina Silva, a Tigresa de Papel bengalinha dos magnatas do establishment ambientalista europeu? Alckmin, o insosso picolé de chuchu? João Dória, o falso direitista comedor de verbas culturais sacadas da fome da população indigente? Ora, faça-me o favor!
PS – Sobre a integridade do caráter de Bolsonaro trato no próximo artigo.
17 de novembro de 2017
Ipojuca Pontes, cineasta, jornalista, e autor de livros como ‘A Era Lula‘, ‘Cultura e Desenvolvimento‘ e ‘Politicamente Corretíssimos’, é um dos mais antigos colunistas do Mídia Sem Máscara. Também é conferencista e foi secretário Nacional da Cultura.
SAMBA-DO-COMUNISTA-DOIDO
A história do discurso comunista divide-se, “grosso modo”, em três fases: o internacionalismo proletário de Lênin, o terceiromundismo “anti-imperialista” de Stálin a Brejnev e o multiculturalismo globalista de maio de 1968 em diante. O primeiro desapareceu do cenário. O segundo sobrevive, no mundo, apenas como resíduo nostálgico. O terceiro fez da esquerda mundial a serva inconsciente ou não-declarada do capitalismo global, que a alimenta porque sabe que a extinção de todos os valores tradicionais e culturais consagrará a economia como único fator de coesão social, instaurando por toda parte a “sociedade administrada” dos seus sonhos. Só nesse sentido pode-se dizer que “o comunismo acabou”.
A esquerda brasileira ainda não assimilou totalmente a mudança, motivo pelo qual se confunde e se atrapalha toda, tentando lutar pelo multiculturalismo com a retórica do velho terceiromundismo: tenta destruir a soberania nacional com as armas e os pretextos do “anti-imperialismo” – o que faz dela essa figura grotesca que hoje conhecemos.
O manifesto da UFPB chega a afirmar que o capital imperialista financia a extrema-direita brasileira. Sabendo-se que “extrema-direita” quer dizer “Bolsonaro”, é impossível resistir à pergunta: como é possível alguém ter atingido aquele grau de alienação em que o sujeito não tem mais a menor idéia das bases econômicas da sua própria existência? Como pode alguém imaginar que os bancos internacionais, as Fundações Ford e Rockefeller, George Soros, Jeff Bezos e similares dão dinheiro ao Bolsonaro e não aos movimentos de esquerda? É, sem dúvida, o samba-do-comunista-doido.
*
Para todo esquerdista, sem exceção, é IMPOSSÍVEL raciocinar fora das premissas usuais da sua ideologia ou abandonar, mesmo por instantes, a pose de superioridade em que se abriga do discurso adversário. Sempre que um esquerdista faz um esforço sincero de compreender o adversário, acaba passando para o lado dele.
17 de novembro de 2017
Olavo de Carvalho
O FORO DE SÃO PAULO CONTINUA DANDO AS CARTAS
Enquanto no Brasil as atenções estão voltadas para os escândalos de corrupção e quanto Temer teve que desembolsar do erário público para comprar consciências e votos de parlamentares, o Foro de São Paulo (FSP) segue seu curso impávido, interferindo nas decisões políticas da Venezuela e Colômbia, ao mesmo tempo em que se queixa da “intervenção” do “império” e países a este aliados. E nada se diz na imprensa nacional.
Valendo-se do desinteresse dos brasileiros ao que acontece nos países vizinhos, Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e Monica Valente, secretária de Relações Internacionais do PT e do FSP, emitiram uma nota conjunta onde saúdam a vitória do PSUV nas eleições para governador no último 15 de outubro, e registram, sem se dar conta, sua vocação ditatorial de se perpetuar indefinidamente no poder, quando dizem com gáudio “…em dezoito anos de governos liderados pelo PSUV” [1].
Como das inúmeras vezes anteriores, a fraude foi a estrela mais reluzente uma vez que, um país que passa por um dos piores momentos de sua história pela fome, miséria, assassinatos a soldo do Governo impunes, centenas de presos-políticos e massiva saída do país, é estarrecedor que de 23 estados, 18 dos governadores eleitos pertençam ao partido governista. O povo já havia rechaçado rotundamente a Assembléia Nacional Constituinte, instalada de forma ilegal e inconstitucional, mas o ditador Nicolás Maduro a impôs à revelia, apesar das condenações e não reconhecimento de países como Estados Unidos, Canadá, União Européia, OEA e quase toda a América do Sul, obtendo o apoio apenas de seus aliados do FSP em Resolução aprovada no XXIII Encontro ocorrido em julho, em Manágua [2]. Ninguém vê nada de esquizofrênico nisso e ainda há os que aplaudem chamando essa aberração de “democracia”.
Enquanto isso, na Colômbia, o pacto Santos-FARC-FSP continua de vento em popa. Lá, o povo soberano também rechaçou rotundamente o famigerado “acordo de paz” através de um referendo em 2 de outubro de 2016, cujo resultado foi solenemente ignorado pelo governo, e agora apresenta sua jóia da coroa: um engendro chamado “Justiça Especial de Paz” (JEP) que fere tudo o que se conhece de Direito e Tratados internacionais, criada unicamente para beneficiar os narco-terroristas das FARC e condenar militares honrados, acusados através de falsos testemunhos e testemunhas falsas, de delitos que jamais cometeram.
É o caso do Coronel Hernán Mejía Gutiérrez, reconhecido comandante e herói do Exército Colombiano no período do ex-presidente Álvaro Uribe e também no combate ao holocausto do Palácio da Justiça, acusado por testemunhas falsas de ter “nexos” com para-militares, e agora vítima de perseguição judicial. O Coronel Mejía havia sido condenado a 19 anos de prisão mas decidiu apresentar uma carta à JEP afirmando que acolheria esse sistema, o que lhe garantiria a prisão domiciliar. No dia 5 de outubro em uma carta enviada à JEP, o Exército Colombiano solicitou sua liberdade condicional indicando que ele cumpria com os requisitos estabelecidos na Lei 1820 de 2016, mas uma juíza da Quarta Sala Penal revogou a medida e o encaminhou ao centro penitenciário La Picota, apesar dele estar gravemente enfermo.
Já é de conhecimento público que a testemunha-chave contra o Coronel Mejía foi Edwin Manuel Guzmán, um sargento que foi detido em Valledupar, quando o coronel descobriu que ele vendia armas e munições às FARC e aos para-militares. Num claro ato de vingança, esse sargento fez a falsa denúncia de que era o Coronel Mejía, e não ele, quem tinha “negócios” com notórios para-militares, que foi prontamente acolhida como verdade bíblica, ganhando a liberdade e ainda o status de “testemunha protegida”. Três anos depois, outros dois prisioneiros, em busca dos mesmos benefícios, confirmaram o falso testemunho dado pelo sargento.
Os colombianos estão organizando outro referendo para os próximos dias rechaçando e exigindo o fim da JEP, para que terroristas não sejam anistiados – como já está em vigor – e pessoas de bem e heróis nacionais não apodreçam nas prisões por crimes que nunca cometeram. Se depender de Santos-FARC, o justiçamento vai prosseguir até que eles tomem definitivamente o poder, pois esse é o sonho do FSP desde sempre. E eles não dormem nunca.
Notas:
[1] http://forodesaopaulo.org/venezuela-mais-uma-vez-exemplo-de-democracia-e-participacao-cidada/
[2] http://forodesaopaulo.org/resolucion-en-solidaridad-a-la-revolucion-bolivariana-y-la-asamblea-constituyente/
17 de novembro de 2017
Graça Salgueiro, escritora e jornalista, é autora do livro ‘O Foro de São Paulo – A Mais Perigosa Organização Revolucionária da América Latina‘, e apresenta o programa Observatório Latino, na Rádio Vox.
SE ASSEMBLÉIA LIBERTAR OS TRÊS DEPUTADOS, SERÁ UM ATO INCONSTITUCIONAL E NULO
É absolutamente inconstitucional essa tal votação que a Assembleia do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) vai realizar para decidir se mantém ou derruba os decretos prisionais que o Tribunal Regional Federal do Rio (TRF-2) impôs ao trio Jorge Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi. Mas tudo indica que os deputados vão mesmo se reunir e votar pela cassação das prisões decretadas pela Justiça. Que horror! Então, vai ser preciso que a Procuradoria Regional da República volte ao TRF para invalidar a votação da Alerj e reconduzir ao cárcere os três prisioneiros, caso já se encontrem em liberdade.
Quando o artigo 27, parágrafo 1º da Constituição Federal (CF) manda aplicar aos deputados estaduais as mesmas regras de inviolabilidade e imunidade que desfrutam deputados federais e senadores, não significa dizer que decreto de prisão em flagrante por crime inafiançável de deputado estadual também precisa depois passar pelo crivo da maioria da Assembleia Estadual, para mantê-lo ou cassá-lo. Essa benesse constitucional, odiosa, servil, medonha e nada republicana é concedida apenas ao parlamento federal.
NÃO É O CASO – E mais: ao garantir aos deputados estaduais as mesmas inviolabilidades e imunidades dos deputados federais e senadores, a CF está se referindo às inviolabilidades e imunidades civil e penal “por qualquer de suas opiniões, palavras e votos”, conforme se lê no artigo 53 da Magna Carta. Nada mais. Nada menos. Portanto, não é o caso dos gravíssimos crimes que esse trio cometeu, segundo apurado e comprovado pela Procuradoria Regional da República, Polícia Federal e Receita Federal.
Ora, ora, furtar, roubar, se apropriar, desviar para proveito próprio dinheiros públicos significam crime que não está acobertado nem por imunidade nem por inviolabilidade. E crime de lesa-pátria. Crime hediondo. Crime covarde. E dos três poderes da República, apenas ao Judiciário cabe julgar quem cometeu crime. É o único e exclusivo poder que detém o monopólio da prestação jurisdicional.
E quando sobrevém condenação de deputado estadual, ou prisão preventiva como esta decretada contra o referido trio (Mello, Picciani, Albertassi), não cabe à Alerj decidir se cumpre ou não a ordem judicial. Somente outra instância superior ao TRF-2 é quem pode rever a decisão através de recurso próprio.
NA FORMA DA LEI – Se a Constituição Federal quisesse também conceder a deputados estaduais aquela odiosa benesse prevista no artigo 53, parágrafo 2º (“Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva a prisão”), a CF repetiria este mesmo nefasto privilégio ao tratar dos “Deputados Federados” (artigos 25 a 27), que são os deputados estaduais.
Não repetiu. Apenas fez alusão à imunidade e inviolabilidade com deputados e senadores e isso não tem nada a ver com prisão em flagrante por crime inafiançável, como decidiu nesta quinta-feira o TRF-2 em relação ao trio Mello, Picciani e Albertasse.
É preciso ressaltar que o TRF-2 oficiou à Alerj apenas para comunicar que as prisões foram decretadas. Logo, essa reunião extraordinária que a Alerj anuncia realizar para “resolver” sobre o que decidiu o Poder Judiciário Federal, mantendo ou cassando os decretos prisionais é uma aberração jurídica desavergonhada, sem amparo na CF, nas leis e na moralidade pública.
DIZ A LEI – A propósito: a Lei de Introdução Às Normas do Direito Brasileiro (Lei nº 12.376, de 30.12.2010) é bem clara quando diz no artigo 5º que “na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum!”.
Indaga-se: que “bem comum” existe nesta anunciada votação da Alerj para derrubar as prisões, se os prisioneiros é que violaram o indeclinável dever de bem cumprir seus mandatos em prol do bem comum? Que “fins sociais” existirá se os deputados do Rio decidirem pela libertação do trio que teve as prisões preventivas decretadas?
Seria prudente e acertado se no ofício que o TRF-2 enviou à Alerj, além da comunicação das prisões, contivesse um acréscimo que poderia ter esta adequada redação: “Este Tribunal Regional Federal adverte, desde logo, ser inaplicável, ainda que por analogia, o procedimento previsto no artigo 53, parágrafo 2º da Constituição Federal, por se tratar de prerrogativa constitucional devida exclusivamente a deputados federais e senadores. E se na eventualidade dos decretos prisionais que ora estão sendo comunicados tiverem sua eficácia suspensa por decisão da Alerj, como se noticia pelos meios de comunicação, os referidos deputados permanecerão no cárcere, onde já se encontram, em cumprimento da decisão colegiada deste Tribunal, sem prejuízo da responsabilização penal por crime de desobediência e obstrução de cumprimento de ordem judicial caso a anunciada sessão venha ser realizada e as prisões revogadas“.
17 de novembro de 2017
Jorge Béja
JAIR BOLSONARO VEM MESMO AÍ, DESEMPENHANDO O PAPEL DO ANTI-LULA
Falta menos de um ano para as eleições de 2018. Não falta quem diga que qualquer análise sobre as perspectivas do ano que vem são ainda prematuras, que as eleições não estão definidas faltando tanto tempo para o pleito. Espero que essas análises estejam corretas, mas temo que a premissa esteja baseada nos dados de eleições passadas que tão pouco parecem ter em comum com o que está por vir em 2018. No último fim de semana, o jornal Folha de São Paulo publicou matéria sobre o apoio que Jair Bolsonaro tem recebido do mercado diante do risco de retorno de Lula à Presidência da República.
É fato que Bolsonaro vem se posicionando como o “anti-Lula”. Além disso, o candidato possui poderoso discurso valorizando a lei e a ordem e sabe apelar para a emoção dos eleitores nos vídeos que veicula nas redes sociais.
UMA BOA ARMA – O apelo emocional é arma para lá de importante na batalha por votos – em 2016, Donald Trump revelou como a arte da retórica inflamada, com ou sem fundamento na realidade, é capaz de superar a racionalidade de qualquer argumento em contrário. A isso soma-se a capacidade de mexer com os valores morais da sociedade e de tocar nas feridas das guerras culturais, hoje em voga no Brasil.
A agenda econômica de Bolsonaro, que, por falta de informação e conhecimento do próprio candidato, parece mistura esquisita de nacional-desenvolvimentismo e liberalismo, com pitadas de repúdio protecionista à China, deve ficar à margem do eleitorado não-participante do mercado.
E o que é possível dizer sobre o papel dos valores morais nas eleições? Artigo acadêmico recente de um jovem professor e economista da Universidade de Harvard destrincha o impacto dos valores morais nas eleições presidenciais americanas. Ao fazê-lo, o estudo conclui que as decisões dos eleitores foram menos motivadas por razões puramente econômicas – a desigualdade, o declínio dos estados do chamado cinturão de ferro, a perda de empregos associada ao encolhimento da indústria tradicional – do que muitos analistas supõem.
VALORES MORAIS – O papel dos valores morais, comumente ignorado pelos economistas, explica parte relevante do comportamento do eleitorado Trumpista. Essencialmente, há dois tipos de considerações morais delineadas por sociólogos e psicólogos que trabalham com ciência política: de um lado, considerações que dizem respeito a princípios morais universalmente aceitos, isto é, valores que se aplicam igualmente a todos, como a justiça ou a caridade; de outro, valores que correspondem à lealdade a um determinado grupo da sociedade.
O autor mostra, por meio de minuciosa análise de dados, que o comportamento do eleitorado norte-americano em 2016 esteve fortemente associado a essa moralidade tribal, ao sentimento de fidelidade e responsabilidade dos eleitores com seu grupo ou comunidade – ainda que os valores desse grupo pudessem apresentar algum conflito com os valores universais.
E NO BRASIL? – Não temos o mesmo tipo de análise para o comportamento dos eleitores no Brasil, mas a polarização evidente e crescente sugere que as próximas eleições poderão ser influenciadas por elementos semelhantes. Basta considerar os argumentos dos que se dizem a favor de Bolsonaro. Para esses eleitores, o discurso inflamado contra criminosos e corruptos (na linha “bandido bom é bandido morto”) supera a contradição com valores supostamente universais.
O fato de ter Bolsonaro defendido a saída do Brasil de tratados internacionais de direitos humanos não parece influenciar a visão sobre o candidato – ou, se o faz, influencia de forma inversa: “defesa de direitos humanos é coisa da esquerda”. A recente guinada aparentemente liberal do candidato tem forte apelo para aqueles que acreditam que o Brasil precisa de uma “direita forte” para combater a praga de uma suposta “esquerdopatia” tupiniquim.
E OS OUTROS? – Do outro lado do espectro, entre os defensores de candidatos que se posicionam à esquerda de Bolsonaro – Lula é um caso à parte de tribalismo –, estão os que enxergam nos movimentos autodenominados de direita uma afronta aos valores de seu grupo.
Independentemente de Lula vir ou não a ser candidato, o fato é que Bolsonaro parece até agora ter tido mais sucesso em apelar diretamente para os valores comunitários do grupo que se identifica com sua linha de raciocínio do que os candidatos representantes de outros moldes de pensamento.
Caso a importância dos valores morais de grupo nas eleições de 2018 se sobreponha à evolução da economia – espelhando o ocorrido nos EUA e em outros países – qualquer análise que desconsidere as chances reais de Bolsonaro em 2018 estará cometendo o profundo e mais humano dos erros: o autoengano. O mesmo vale para todos os que acreditam que Bolsonaro será o reformista de segunda mão, caso não vinguem as candidaturas de centro-direita. (Artigo enviado por Mário Assis Causanilhas)
17 de novembro de 2017
Monica de BollePoder 360
VEXAME: COMISSÃO DA ASSEMBLÉIA APROVA LIBERTAÇÃO DE PICCIANI, MELO E ALBERTASSI
A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia (Alerj) aprovou, por 4 a 2, além de uma abstenção, parecer que pede a soltura dos três deputados do PMDB presos na Operação Cadeia Velha — Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. Votaram pelo parecer que pede a soltura os deputados: o relator Milton Rangel (DEM), Gustavo Tutuca (PMDB), Roseverg Reis (PMDB) e Chiquinho da Mangueira (PODE).
Os deputados Luiz Paulo (PSDB) e Carlos Minc (sem partido) votaram pela manutenção da prisão. Rafael Picciani (PMDB), filho de Jorge Picciani, se absteve.
“PLENO RETORNO” – A proposta de projeto de resolução aprovada pela CCJ e encaminhada ao plenário revoga as prisões de Picciani, Melo e Albertassi, além de determinar o “pleno retorno” aos respectivos mandatos parlamentares. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) determinou que a Alerj não poderia deliberar sobre o afastamento dos mandatos, somente sobre a prisão.
A revogação do mandato é polêmica. Os deputados se baseiam na decisão do Supremo Tribunal Federal no caso do senador Aécio Neves. Na ocasião, o STF decidiu que as casas legislativas também precisariam avaliar medidas cautelares impostas pelo Judiciário a parlamentares, como o afastamento de mandato.
Se a Alerj decidir revogar o afastamento do mandato, o relator do caso no TRF-2 deve pedir nova convocação da Seção Especializada do tribunal para deliberar sobre as medidas cabíveis.
17 de novembro de 2017
Deu em O Globo
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