"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Dilma recebe ultimato: renuncia ou será saída!


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

As ruas deram o recado: Mudança, já! O desgoverno fingiu que não é com ele. Lula ficou pt da vida porque o boneco presidiário 13-171 virou meme e ganhou fama mundial, acabando com a dele. Os radicalóides agendam, para o dia 20, atos em defesa do indefensável. Dilma recebe ultimatos. FHC mandou ela renunciar. Tucanos já se articulam com Michel Temer para o impeachment que, se acontecer, nada vai mudar em termos estruturais. Pior, deixará a coisa do mesmo jeito, ou pior ainda.

O cenário brasileiro nunca esteve tão instável, política, econômica e moralmente. O impasse institucional caminha, velozmente, para uma ruptura. O desgoverno, seus aliados e a "oposição" de mentirinha já constataram que o pirão desandou, e tenta uma negociação na base do velho conchavo de bastidor. A banda revolucionária de esquerda teve a mesma percepção, mas prefere a solução na base da radicalização do discurso e da porrada explícita, para tentar implantar, de vez, o bolivarianismo do Foro de São Paulo. Não vai dar certo. O povo já avisou que repudia...

Dilma começa a enxergar uma saída doida. Enquanto é tempo, seria bom romper com o PT (que nunca foi o partido dela, uma brizolista histórica) e manda a base aliada para o inferno. O problema é que não tem coragem nem competência para tanto. O previsível é que Dilma não deve cair sem reagir. Não combina com a personalidade dela. A não ser que surja (ou seja providencialmente inventado) algum problema de saúde. Neste caso, o Sírio e Libanês faria o serviço, direitinho, para o Michel Temer Lulia (que é da banda dos "brimos").

A solução temer, no entanto, é temerária. Não é consenso nem na base aliada. Também encontraria a mesma resistência popular. Curiosamente, apesar dessa rejeição, a ideia do vice assumir vem sendo encarada, seriamente, pelos banqueiros que lideram o segmento empresarial que joga sempre a favor do regime da Nova República. Também divididos, os tucanos oportunistas também acham que trocar Dilma por Temer seria uma boa para eles. José Serra já sonha até com o Ministério da Fazenda - lugar que o Levy adoraria largar para retornar, quando a quarentena permitir, ao seu lugar guardadinho na divina Cidade de Deus (do Dinheiro, claro, onde fica a sede do Bradesco).

Dilma está mais que insustentável. Só um milagre (que ninguém sabe qual) segura seu mandato. Lula vive sua pior crise existencial. A condenação da banda de Cerveró, na Lava Jato, foi interpretada como um recado final para ele. A operação policial-judicial vai se aproximar de seus aliados. Antonio Pallocci está de prontidão. José Dirceu continua pt da vida, amargando a cadeia. Enquanto isso, todos ficam reféns políticos de Renan Calheiros e Eduardo Cunha - que teatralizam, muito bem, uma suposta divergência que não existe entre eles.

A economia segue instável e com sinais de piora de crise no curto e médio prazos. Governos são derrubados sempre que o bolso e a subsistência do povo são afetados. Este é o grande medo da petelândia - que aposta na radicalização de quinta-feira que vem como um começo de reação a favor da Dilma. No quadro conjuntural presente, é quase certo que o feitiço vire contra os feiticeiros, ferindo, mortalmente, a bruxa e o verdadeiro chefão de todos.

O PTitanic afunda ao som de um funk composto pelo companheiro Cramulhão... se Dilma ficar, uma coisa é certa: Lula será o grande rifado... Te cuida, $talinácio...  

Virou meme


Invasão


Nova tradução da sigla



Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

18 de agosto de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. 

O POVO QUE NÃO QUER DILMA E LULA TAMBÉM NÃO QUER RENAN E TEMER. MAS PODE QUERER CUNHA.


(Folha) A maioria dos 135 mil manifestantes (350 mil para a PM e mais de 1 milhão para os organizadores) que foram ao ato contra Dilma Rousseff na avenida Paulista, neste domingo (16), rejeita o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), que estão na linha sucessória no caso de impeachment. 
As porcentagens foram de 79% e 68%, respectivamente. 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) –segundo na sucessão, atrás de Temer–, também tem rejeição alta (43%), mas não é reprovado pela maioria. 
Os peemedebistas eram conhecidos por 97%, 100% e 96% dos manifestantes, respectivamente. 

Nesta segunda (17), Renan minimizou as críticas. "Acho que não é hora de falar das manifestações. É a hora de ouvir. Ouvir as ruas, recolher seus sentimentos e agir como fizemos em 2013", disse.

18 de agosto de 2015
in coroneLeaks

QUEM SOMOS NÓS?

Hoje vou falar de “fisiologia” – ups! – de “filosofia” (barata, claro) sobre as mutações que ocorrem em nossas cabeças sob a chuva de perversões, malfeitos, burrice, incompetência, sobre a vida brasileira.

Aí, faço as perguntas “metafísicas”: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
Em “A República”, Platão idealizava uma cidade, na qual dirigentes e guardiões representassem a encarnação da pura racionalidade, capazes de compreender todas as renúncias que a razão lhes impõe, mesmo quando duras. O egoísmo estaria superado, e as paixões, controladas. Os interesses pessoais se casariam com os da totalidade social. O príncipe filósofo seria a tipificação perfeita do governante terreno. Ou seja, tudo ao contrário do que temos hoje no poder.

Desculpem o “bode negro”, mas a situação já passou de todos os limites. (Pare por aqui, leitor amigo, se estiver deprimido, mas é que estamos diante do insolúvel).

Tudo que acontece se coagula, coalha como uma pasta, um brejo de não acontecimentos onde nossa vida flutua sem rumo. Somos tecnicamente uma “democracia”, que é vivida como porta aberta para oportunismos. Democracia no Brasil é uma ditadura de picaretas.

Parece acontecer muita coisa no país, mas nada de real está se concretizando, além do óbvio previsto: estouro das contas públicas, obras de pacotilha, empreguismo, ideologias ridículas e terceiro-mundistas.

Os escândalos “parecem” acontecimentos. Mas são justamente a resistência do secular patrimonialismo que defende nosso atraso com unhas e dentes, contra qualquer tentativa de modernização. E diante disso tudo não conseguimos fazer nada. Aumenta o sentimento de impotência. Certamente, nuvens negras se formam. Teremos algo torto, torvo. Como diziam as três bruxas de “Macbeth”: “Alguma coisa má vem pelo caminho”.

Um país paralisado na economia e na política não gera apenas fome ou injustiça social; gera uma degradação psíquica progressiva. A zona geral do país, debaixo desse governo desgovernado, está provocando um desvio forte na cabeça das pessoas. Nossos corações estão mais duros. Para sobreviver, ficamos mais cínicos e alienados. Irracionalismos raiam. Já pensamos: “Essa bosta não tem mais solução, não. Vou cuidar da minha vida. Danem-se! Só quero ver coisas bonitas...”

Mas que “coisas bonitas”? Cada vez mais, aceitamos o feio nas paredes, nas pichações imundas, nas ruas alagadas, nas paisagens destruídas, gente desesperada, malpaga, na miséria nos rostos, nas roupas, nos gestos, nos risos boçais. Estamos nos deformando física e psiquicamente. Não só por tragédias visíveis, como guerras ou catástrofes naturais; vivemos a tragédia do nada, a tragédia do retrocesso que vai nos reduzindo a meras anomalias. A principal anomalia é a crescente consciência de que o maior inimigo da governabilidade é o governo. Tudo se restaurou. O Brasil é um flashback, um filme rebobinado. Para haver acontecimentos, tem de haver uma normalidade a ser rompida. Mas nada acontece, pois a anormalidade ficou “normal”. No caos, não há eventos.
O governo está nas mãos de comunas incompetentes. Para os “comunas” clássicos, a vida real não é verdadeira. Sua missão é algures, mais além da vida “burguesa”. Pensam: “A vida como a conhecemos é uma mentira; logo, a verdade está onde ela não está”.

Se a verdade aparecesse em sua plenitude, as instituições cairiam ao chão. Por isso, o governo acha que é preciso proteger as mentiras para que a falsa verdade do país permaneça.
Desmoralizaram o escândalo, as indignações e a ética (essa palavra burguesa e antiga para eles)...
Surge também a recente permissividade irresponsável, a ética da não ética, desde que “assumida”. Pensam: “Tem mais é que mentir mesmo. Vou pegar propina, sim, todo mundo pega. Qual é? Senão, de que adianta ser político? Tem de sujar a mão”.

E diante dessa paisagem em ruínas, quais são as propostas críticas de que dispomos?
Bem, temos vários tipos de reações: a mais comum é um ódio irracional aos políticos, como se a solução fosse acabar com a política em geral.

Aí, em decorrência desse ódio, surge um desejo de autoritarismo, até uma saudade dos militares.
Temos também o discurso muito comum do “precisamos”, uma tosca imitação do “Poema da Necessidade”, de Carlos Drummond de Andrade:

“É preciso salvar o país,/ é preciso crer em Deus/ é preciso pagar as dívidas/ é preciso comprar um rádio/ é preciso esquecer fulana”.

Mas o país não é poesia; é uma prosa “escrita por idiotas, cheia de gritos e fúria significando nada”.
Os artigos e os ensaios falam: precisamos disso, precisamos daquilo, mas ninguém sabe como agir.
Outra reação é o discurso da melancolia teórica, a nostalgia por uma “pureza” perdida, as saudades de uma ilusão: a revolução fracassada no mundo todo. Para recuperar essa ilusão, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais maléfica, tudo para manter o terrível “patrimonialismo de Estado” que eles acham que é o controle de uma sociedade de débeis mentais (que somos nós).

Temos também o amor ao simplismo: ou um socialismo impossível, ou um liberalismo delirante para acabar com o Estado.

Tudo, menos aceitarem que temos de abrir caminho para o óbvio: reduzir o Estado, lutar por um choque urgente de administração e reformas que nos tirem do buraco. Isso, jamais; vai contra a ideia de controle, tanto à direita como à esquerda, hoje tão unidas – Lênin e Sarney.

Parecem existir dois “brasis”: um Brasil roído por ratos políticos e outro Brasil povoado de anjos puros. E o fascinante é que são os mesmos homens. O Brasil está sofrendo por causa de um secular problema fisiológico (ups!) – isto é, filosófico: “o que é a Verdade?”.



18 de agosto de 2015
Arnaldo Jabor

SÓ MUDA A EMBALAGEM

Tendo perdido a capacidade de tomar decisões e esperançoso de que ideias e planos velhos possam virar boa novidade se embalados de maneira atraente, o governo Dilma Rousseff fez do anúncio do que chamou de Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE) uma festa política com a qual tentou instilar algum ânimo nos empresários e investidores em geral. 
Coberto de más notícias que se avolumam de maneira incessante desde o início do segundo mandato de Dilma, o governo tentou, com o PIEE, transmitir uma informação animadora. 
A despeito dos números impressionantes, como o volume total de investimentos previstos em geração e transmissão de energia – de R$ 186 bilhões, dos quais R$ 106 bilhões serão aplicados depois de 2018 –, o programa não é mais do que uma nova roupagem para projetos já conhecidos, mas ainda não contratados, em sua maioria.

Não se conhecem até o momento as grandes linhas do programa do governo na área de energia para os próximos anos, a serem definidas no Plano Decenal de Energia até 2024 e no Plano Nacional de Energia com projeções até 2050, cuja apresentação ainda não tem data. Mas, no PIEE, o governo procurou estabelecer alguns princípios do que pode vir a ser o programa energético de médio e de longo prazos.

O objetivo do governo é manter a matriz energética limpa, com o uso cada vez maior de fontes renováveis – eólica, solar, usinas térmicas a biomassa, além da hidráulica – e redução da participação no sistema gerador de usinas térmicas a combustíveis fósseis. Também será buscada a redução gradual e contínua dos custos de operação das novas unidades geradoras, de modo que, até 2018, o preço da eletricidade no Brasil – fortemente onerado pelas desastrosas consequências do fracasso do plano de redução tarifária do primeiro governo Dilma – seja compatível com os preços internacionais, reduzindo, assim, a desvantagem dos produtos brasileiros no mercado mundial.

Fora esse reconhecimento envergonhado do desastre que foi o plano energético do governo Dilma, pouco há de novo no novo programa para o setor. Do total, R$ 116 bilhões serão aplicados em projetos de geração de energia e os restantes R$ 70 bilhões, em transmissão. 
Se esses investimentos forem realmente realizados – o que não é certo, dado o histórico de projetos que não saíram do papel ao longo da administração petista –, o parque gerador, atualmente de 134 mil megawatts (MW), terá aumento de 25 mil a 31,5 mil MW. Já a rede de transmissão de energia, de 126 mil quilômetros, terá expansão de 37,6 mil km.

Mesmo que tudo seja feito dentro do cronograma, os benefícios demorarão. Dos investimentos em geração, apenas R$ 42 bilhões (ou 36% do total) deverão ser aplicados até 2018, ficando R$ 74 bilhões para depois do fim do segundo mandato de Dilma. No caso das linhas de transmissão, do investimento total anunciado, a fatia a ser aplicada até 2018 é um pouco maior: serão R$ 39 bilhões, ou 56% do total.

É preciso destacar que, entre os principais projetos listados no reembalado programa energético de Dilma, está a construção da Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, com capacidade para gerar 8.040 MW. Trata-se de um antigo projeto, que, pelos planos iniciais do governo, deveria estar concluído em 2016, mas que ainda nem dispõe de licença ambiental para ser levado a leilão. Na melhor das hipóteses, se a licitação for realizada ainda neste ano, como diz pretender o governo, sua entrada em operação deverá ocorrer em 2020, se não houver muitos atrasos.

É provável que, com o anúncio do PIEE neste momento, o governo tenha procurado minimizar o impacto negativo dos ajustes que vem sendo obrigado a fazer no seu plano energético e que causam prejuízos a empresas do setor e aumentos nas contas de luz. Não se deve desprezar a hipótese de que o avanço da Operação Lava Jato sobre o setor elétrico tenha levado o governo a tentar mostrar que age com presteza e responsabilidade nesse setor crucial para a economia.



18 de agosto de 2015
O Estado de SP

O ÓDIO FOFO E O ÓDIO NÃO FOFO

Muita gente hoje tem se perguntado por que as pessoas estão tão intolerantes no Brasil. Quando se põe a refletir sobre as razões do suposto aumento do ódio entre nós, a intelligentsia, como sempre, olha para os malucos da extrema-direita, que babam em cima das vítimas de sempre.

Esses babões da extrema-direita são mesmo um atraso de vida e devem ser tratados com o devido desprezo moral e cuidado político, ou seja, devem ser neutralizados pelos usos da inteligência e da lei.

Dito isso, tentemos sair do óbvio e mais "seguro", que é sempre remeter o ódio à extrema-direita babaca de sempre, e olhar de modo menos ideológico para o Brasil intolerante que nos assusta agora.

Ou seja, deixemos de lado o que eu chamaria de ódio não fofo e olhemos para o ódio fofo. Dito de outra forma: olhemos para o ódio justificado por boas intenções. Como a corrupção do PT "em favor" dos excluídos.

Minha hipótese é que existem dois tipos de ódio para a intelligentsia, o ódio fofo e o ódio não fofo. Mas ela não tem consciência de que pensa dessa forma. Ela tem dificuldade de enxergar esses dois tipos de ódio porque o ódio fofo não se apresenta como ódio, mas sim sob denominações outras.

Quer ver uma denominação fofa para o ódio político que não se vê como ódio? Luta de classes. Quer ver outro exemplo? O combate à desigualdade social. Outro? MST e MTST.

O ódio de classe é o motor da história para o velho Marx e sua igreja. A história da esquerda é uma história de ódio ideologicamente justificado por suas "boas intenções".

O motivo para que nossa intelligentsia só veja o ódio não fofo é porque só reconhece a palavra ódio nos babacas da extrema-direita que berram nas redes sociais. Para si, guardam a expressão "esquerda", o que, por definição, significa "gente fofa".

Concordo que a extrema-direita é mesmo desprezível, mas os herdeiros da ideia de "luta de classes", quando se olham no espelho, veem alguém condescendente explicando para os outros como tudo ficará bem se esses outros aceitarem o que eles, os fofos, desejam para todos. São puros de coração em termos morais e políticos, logo, não odeiam.

O ódio não fofo é aquele do povo ignorante que não entende que devem ser guiados pelos intelectuais de esquerda e seus representantes no espectro institucional dos partidos. Mas a verdade é que quem abriu as portas do inferno para o ódio político no Brasil foi o próprio PT e sua militância truculenta.

Quem não lembra o que esses lindinhos fizeram com a blogueira cubana Yoani Sánchez anos atrás?

É hilária a histeria de muita gente com os evangélicos e a ideia de que eles obrigariam nossos filhos a ler a Bíblia nas escolas, quando, na verdade, nossos filhos são, há muitos anos, obrigados a ler o "Manifesto Comunista" como uma bíblia.

Não temo mais o ódio (não fofo) da extrema-direita do que temo o ódio fofo do PT e associados, que têm pregado uma divisão no país, assumindo que qualquer um que não concorde com sua "pauta progressista" seja um dinossauro antidemocrático.

Incrível como nas redes sociais, além dos babacas da extrema-direita, milhares de odiadores de esquerda se multiplicam como moscas. Mas, quando seus luminares intelectuais vão a público falar sobre a intolerância brasileira, posam de "santinhas" que fingem não saber que seus parceiros em toda parte disseminam o ódio contra qualquer um que não reze na cartilha do "Manifesto".

Quem inaugurou o ódio político entre nós foi a esquerda. Pelo menos esse que agora deixa as vestais da esquerda com medinho.

Agora querem posar de inocentes e vítimas de um ódio injusto. Colhem o que plantaram.

E aqui vai mais uma hipótese. A tentativa de polarizar o debate entre direita babona e esquerda democrática visa esconder a única novidade da política brasileira recente: o surgimento de uma direita jovem, liberal em comportamento, pró-mercado e democrática.

O Brasil está acordando para o fato de que é o mercado que vai nos tirar do buraco, e não esse estatismo neolítico das esquerdas, que quer fazer do Brasil um Sudão.



18 de agosto de 2015
Luiz Felipe Pondé

AS RAZÕES POLÍTICO-JURÍDICAS DO IMPEACHMENT


A Lei 1.079/50, modificada pela Lei 10.028, declara, em seu artigo 9.º, inciso III, ser crime de responsabilidade do agente público não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados em face de delitos funcionais ou atos contrários à Constituição. 
Por outro lado, o §4.º do artigo 37 da CF e o artigo 11 da Lei 8.429/92 estabelecem que constitui ato de improbidade do agente público a ação ou omissão que viole deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.
Por fim, o Superior Tribunal de Justiça, nos recursos especiais 816.193-MG (2006/0015183-8), de relatoria do ministro Castro Meira; 
e 1.375.364-MG (2010/0222887-9), de relatoria do ministro Henrique Martins, decidiu ser a “culpa grave” ato de improbidade administrativa, realçando-se, no voto do ministro Henrique Martins, o trecho seguinte: 
“A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece que o ato de improbidade administrativa não exige a ocorrência de enriquecimento ilícito, sendo a forma culposa apta a configurá-lo”.
Ora, a presidente Dilma foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras, tendo declarado que, se conhecesse melhor os pormenores da “operação Pasadena”, não teria autorizado sua compra; foi ministra-chefe da Casa Civil, depois de ter sido ministra de Minas e Energia; e foi presidente da República, tendo mantido Graça Foster no cargo de presidente da Petrobras entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015, tempo que cobre parte de ambos os mandatos presidenciais. 
Foi sob a gestão de Graça que parte do “saque” à Petrobras foi realizado. 
Dilma demonstrou, pelo menos, se não conivência, uma fantástica incapacidade gestora e uma inacreditável omissão, a que se acrescem negligência, imperícia e imprudência em permitir que tudo isso ocorresse, além do fato de não ter tornado efetiva a responsabilidade desses subordinados pelos atos lesivos que praticaram.
No início deste ano, elaborei parecer em que analisei a culpa grave como justificativa do impeachment. 
A diferença entre culpa e dolo é que, na primeira hipótese, o gestor público age com imperícia, imprudência, negligência ou omissão, enquanto na segunda há nítida intenção de lesar, por fraude, concussão, corrupção ou má-fé. 
Parece-me, pois, à luz do inc. V do art. 85 da CF, estar caracterizado o ato de omissão culposa grave a justificar a tipificação como crime de responsabilidade administrativa, previsto na Lei 8.429/92, art. 11.
Ora, a interpretação do § 4.º do artigo 85 dada pelo procurador-geral da República, de que não poderia ser a presidente investigada neste mandato por fatos anteriores, peca, com a devida vênia, por duas razões. 
O que o dispositivo estabelece é que o presidente da República não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
Portanto, o primeiro aspecto é que a presidente não pode ser responsabilizada, mas pode ser investigada para que se verifique se os atos que praticou foram ou não estranhos às suas funções. 
O segundo aspecto é que pode ser investigada para outras finalidades de responsabilização judicial que não o impeachment.
Por outro lado, o julgamento de eventual impeachment tem nos elementos jurídicos seu alicerce, mas será eminentemente político. 
Neste caso, deveriam ser examinados os seguintes aspectos: 
ingovernabilidade (ninguém mais confia na capacidade da presidente em conduzir o país, com 71% de rejeição e 8% de aprovação); 
economia em frangalhos (PIB negativo); 
alta inflação (deve superar 10% este ano); desemprego avassalador; 
ajuste fiscal sobre empresas, empregados e estudantes (aumento de tributos, cortes de direitos e do Fies); 
aumento de despesas públicas de custeio, num quadro recessivo; 
e Operação Lava Jato.
Por muito menos, Collor sofreu o impeachment.

18 de agosto de 2015

A INCONSTITUCIONALIDADE DA PEC DA MAIORIDADE PENAL



A PEC 171, que reduz a maioridade penal, está na pauta de hoje para ser votada em 2º turno pela Câmara dos Deputados. 

Trata-se de Projeto de Emenda que nada tem de constitucional. Se for aprovada mesmo, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade de, no máximo 4 ou 5 páginas, será acolhida pelo Supremo Tribunal Federal e a Emenda será derrubada. 

Estupro, latrocínio, lesão corporal grave e roubo qualificado passam a ser os crimes que, se cometidos por maiores de 16 e menores de 18, por eles responderão. 
É aí que reside a a inconstitucionalidade.
Todos são iguais perante a lei. Menores de 18 anos são inimputáveis. Não será o tipo do delito que irá distinguir o inimputável do imputável. 

Isso chega às raias do absurdo, da insensatez jurídica. 
Ou o agente é inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou não é. Não existe meio termo. 

Não é preciso dizer mais, para demonstrar a mixórdia desta PEC 171 já aprovada pela Câmara em 1º turno. A seguir, para os leitores, o Mapa Mundi da maioridade penal.


CLIQUE PARA AUMENTAR

A PAUTA-BOMBA DO CUNHA

Você sabe qual é a pauta bomba de Eduardo Cunha?


A pauta bomba de Eduardo Cunha nada mais é do que a pauta que os petistas SEMPRE defendem quando estão ou na oposição ou em protestos de rua. É por isso que os petistas tem tanta raiva do presidente da Câmara dos Deputados. Cunha trata os petistas da mesma maneira que os petistas tratavam o governo quando estavam na oposição.

Tome por exemplo o reajuste da correção do FGTS. Cunha CORRETAMENTE diz que o dinheiro do FGTS é dos trabalhadores, e não do governo. Cunha diz CORRETAMENTE que tal dinheiro não é para o governo gastar com grandes empresários via juros subsidiados aos "campeões nacionais". Alguém consegue imaginar o PT, caso estivesse na oposição, indo contra uma correção mais justa do FGTS?

A imprensa chama a pauta de Cunha de pauta bomba. ERRADO!!! Essa sempre foi a pauta do PT quando estava na oposição. Se os petistas acham isso irresponsabilidade, então é de se perguntar o porque de terem defendido pautas semelhantes no passado.

Interessante é a cumplicidade da imprensa. Sempre pronta a cobrar coerência de Cunha e da oposição, mas sempre negligente e benevolente para com o PT que, quando na oposição, era o campeão das pautas bomba.

18 de agosto de 2015
Adolfo Sachsida

CARDOZO E O CUIDADO SELETIVO COM OS R$ 27 MILHÕES DE LILS, DE LULA.

A quem cabe guardar sigilo

Huuummm… É mesmo, é? Então José Eduardo Cardozo determinou que se investigue o vazamento dos dados sobre o faturamento da LILS, a empresa de palestras de Lula e Paulo Okamotto?! Sou favorável. Aliás, sempre que um órgão oficial vaza uma informação sigilosa, acho que é preciso investigar. “Ah, mas foi a VEJA que publicou!!!” E daí? Quem não pode ser investigada por isso é a revista.
Vamos botar os pingos nos is. A função da imprensa é publicar aquilo que apura e as informações que obtém, ora essa. Até porque, se elas chegaram a um jornalista, poderiam ou podem chegar a outras pessoas e servir, inclusive, de instrumento de chantagem. Tornadas públicas, fim de papo! Se houve ilegalidade no vazamento, que o responsável seja identificado e punido pelo órgão oficial. Guardar sigilo não é tarefa do jornalista. A sua missão é divulgar o que apura.
Os petistas estão furiosos, não é?, com a divulgação da informação. Dá para entender os motivos. O que a gente consegue saber até agora do desempenho econômico de Lula indica ser ele um homem milionário. E essa riqueza, obviamente, lhe foi garantida pela política — ainda que não existisse nada de irregular nos seus ganhos.
Nada menos de 36,3% dos R$ 27 milhões — R$ 9,8 milhões — foram amealhados com empreiteiras investigadas na Lava-Jato. Caso se apure a origem do resto, talvez se encontrem outras empresas com interesses no governo federal. Mas e daí? Bem, meus caros, daí que o próprio Lula nunca fez questão de esconder a sua influência nos negócios da nação mesmo depois de ter deixado a Presidência.
Mas há mais do que isso: parte da mística de Lula deriva da sua fama de pobre que defende os pobres. Huuummm… A defesa dos pobres com a Lava-Jato em curso se tornou inverossímil. E agora se tem claro, de maneira insofismável, que não é pobre faz tempo. Na verdade, poucos homens se tornaram tão ricos na política como ele — boa sorte que também atingiu Lulinha, o primogênito, não é?
Cardozo
Cardozo, aquele a quem não se devem confiar tartarugas assassinas — ou elas escapam —, se mostra surpreendentemente serelepe nessa questão. A rapidez com que mandou investigar o vazamento está longe daquela, ele que me perdoe, conversa mole esgrimida quando dados sigilosos do Cade eram diligentemente vazados para tentar implicar o governo de São Paulo no tal cartel dos trens. Parece que o doutor não via nada de muito grave naquele caso.
Mesmo na Lava-Jato, convenham: imaginem se o ministro decidisse abrir um procedimento para cada vazamento de informação sigilosa que chegou à imprensa… Por que a celeridade com Lula? Entendo. É uma das máximas petistas: “Aos amigos, tudo, até a lei; aos inimigos, nada, nem a lei”.

18 de agosto de 2015
Por Reinaldo Azevedo

EX-DIRETOR É CONVIDADO A EXPLICAR INGERÊNCIA POLÍTICA NO IPEA DURANTE ELEIÇÕES

DADOS DA PNAD NÃO FORAM DIVULGADOS DURANTE A CAMPANHA DE 2014

DADOS DA PNAD NÃO FORAM DIVULGADOS DURANTE A CAMPANHA DE 2014 (FOTO: IPEA/ REPRODUÇÃO)


Ronaldo Caiado (GO), líder do Democratas no Senado, conseguiu aprovar seu requerimento de convite ao ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Herton Araújo. 
O documento cita denúncias de “ingerência política” na não divulgação de dados da PNAD, durante a campanha de 2014. 

O documento foi apreciado na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado, nesta terça-feira (18/08). A pesquisa revelou que a pobreza extrema cresceu no país durante o Governo Dilma.

Araújo disse, durante depoimento à Justiça Eleitoral, que foi impedido de divulgar dados. A oitiva foi parte de uma ação que pede a cassação da chapa encabeçada pela petista. O incidente o teria motivado a pedir exoneração do cargo.

"O IPEA foi censurado pela campanha de reeleição da presidente como parte do imenso estelionato eleitoral que escondeu a real situação do país e ajudou a quebrar ainda mais a nossa economia. Os envolvidos terão que responder", defendeu Caiado.

Para o senador, qualquer interferência política em um órgão responsável por estatísticas e pesquisas oficiais é um grave atentado à democracia e à credibilidade do Estado brasileiro.

"É preciso tratar esse caso com seriedade porque corremos o risco de virar uma Argentina, onde dados oficiais sobre inflação e outros balanços não têm a menor confiabilidade no cenário internacional. Transportar a falta de credibilidade do governo para nossos órgãos técnicos seria desastroso", concluiu.

A Comissão deve marcar a audiência pública em breve, de acordo com a disponibilidade do ex-diretor convidado.



18 de agosto de 2015
diário do poder

CARDOZO MANDA PF APURAR VAZAMENTO SOBRE INVESTIGAÇÃO CONTRA LULA

CARDOZO MANDA PF INVESTIGAR COMO 'MOVIMENTAÇÕES ATÍPICAS' MILIONÁRIAS DE LULA VAZARAM DO COAF. JÁ INVESTIGAR O LULA...

MINISTRO DA JUSTIÇA QUER APURAÇÃO SOBRE VIOLAÇÃO DO SIGILO LEGAL DOS DADOS DO EX-PRESIDENTE (FOTO: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO)


O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai pedir nesta terça-feira, 18, à Polícia Federal abertura de investigação do vazamento de informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentação do caixa da empresa LILS, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda, o Coaf produziu um relatório que foi divulgado na edição da revista Veja deste fim de semana. A investigação terá como foco a violação do sigilo legal dos dados do ex-presidente.

A revista divulgou a lista de clientes do petista e indicou que o faturamento da sua empresa que leva a as iniciais de seu nome chegou a R$ 27 milhões em 4 anos. Segundo a reportagem, deste total, R$ 9,8 milhões teriam sido de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. A L.I.L.S. é a empresa que o ex-presidente usa para receber recursos de palestras, uma das atividades às quais se dedicou após deixar o Palácio do Planalto

Na ultima semana, Cardozo já tinha pedido à PF para investigar também um suposto ataque à sede do Instituto Lula.

O Estadão revelou ontem que Coaf elaborou três relatórios que apontam movimentação atípica da empresa do ex-presidente Lula foram remetidos para Ministério Público no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Paraná.

Em junho, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato no Paraná, afirmou em despacho que o ex-presidente não estava sendo investigado, mas, conforme investigadores ouvidos pelo Estado, isso não significa que movimentações de sua empresa não tenham sido alvo de apurações.

Como mostrou o Estado na semana passada, a PF gravou conversa do executivo da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos Alencar com Lula, em 15 de junho, quatro dias antes de o empresário ser preso na Lava Jato. O alvo da interceptação era uma linha usada por Salles.

No diálogo, segundo relatório da PF, o ex-presidente se diz preocupado com “assuntos BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”. A instituição é alvo de uma CPI que visa investigar a política de financiamentos a grandes empresas nos governos petistas. (AE)



18 de agosto de 2015
diário do poder

CIRO GOMES DEVE DISPUTAR A PRESIDÊNCIA PELO PDT EM 2018

IRMÃOS GOMES DEIXAM O PROS PARA SE FILIAR AO PDT, DE CARLOS LUPI

IRMÃO GOMES DEIXAM O PROS PARA SE FILIAR AO PDT, DE CARLOS LUPI


Na costura pela filiação de Cid e Ciro Gomes ao PDT, o presidente e dono do partido, Carlos Lupi, prometeu aos irmãos Gomes a legenda para disputar a Presidência em 2018. O PDT será o sétimo partido de Ciro. Já esteve no PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB e PROS. Seguindo o irmão Cid, só não foi esteve no PDS.

Se nada mudar, ficou acordado que será Ciro Gomes o nome do PDT na disputa. Apesar de mirar a Presidência em 2018, o partido deve cozinhar o Planalto em banho-maria, esfriando o rompimento anunciado pelo líder do partido na Câmara, André Figueiredo (CE).

O PDT vai substituir o ministro Manoel Dias (Trabalho) e seguir no time aliado. Um substituto deve ser escolhido pelos deputados pedetistas.

A cúpula pedetista espera que os Gomes tragam aumentem o número de deputados, vereadores e prefeitos no partido nas próximas eleições.

O vai e vem dos Gomes não agrada pedetistas. Um dos críticos é o senador Cristóvam Buarque (DF) que disse que ‘os Gomes não entram em partido, mas passam por partidos’.

Antes de acertarem a entrada no PDT. Os irmãos Gomes flertaram com PSB, mas a saída deles de lá para o PROS não foi muito amigável.



18 de agosto de 2015
diário do poder

O AJUSTE DE FOCO NAS MANISFESTAÇÕES

Na terceira manifestação, este ano, contra a presidente Dilma e PT, o governo demonstrou ter melhorado pelo menos na comunicação. Ao contrário da desastrosa entrevista concedida na noite do domingo 15 de março, pelos ministros Miguel Rosseto e José Eduardo Cardozo, logo depois de, segundo dados das PMs, 2,4 milhões de pessoas terem ido às ruas pelo país afora, o comentário oficial, desta vez, foi em tom adequado.

Em entrevista coletiva concedida ontem, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, repetiu a linha do curto comentário que distribuira no domingo, no início da noite, por rede social: tudo é parte da “normalidade democrática”. É certo, mesmo que haja nessas manifestações frações que se coloquem contra ela — assim como também acontece em mobilizações a favor de Dilma e PT.

Entre governistas, foi possível notar algum alívio com a constatação de que o 16 de agosto e seus estimados quase 880 mil manifestantes ficaram aquém do 15 de março, embora tenha atraído mais gente que em 12 de abril.

Mas passou a ser inócuo este tipo de avaliação estatística das mobilizações antigoverno e PT. A grande impopularidade da presidente é um dado da crise política, e não seria o número de pessoas nas ruas e avenidas de domingo que iria alterá-lo. Poderia agravá-lo, caso a mobilização ultrapassasse os quase 2,5 milhões de março. E não é sempre, por motivação político-partidária, que multidões como a de domingo decidem se expressar.

A questão política ultrapassou a importância do confronto numérico entre passeatas. Muito mais que isso, chama atenção que a terceira manifestação contra o governo e PT tenha ajustado o foco. Além de Dilma e do partido, o ex-presidente Lula entrou na zona de tiro dos protestos, tudo indica como reflexo do fato de ele começar a ser citado na esteira das investigações da Operação Lava-Jato e suas inúmeras etapas — as quais, pelo jeito, ainda não se esgotaram.

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É como se o ex-presidente fosse retirado do altar de “líder popular”, do qual pôde observar de altura segura todo o desenrolar do escândalo do mensalão, até o julgamento e condenação de petistas ilustres e próximos a ele. Isso mudou com a Lava-Jato e as evidências de sua extrema proximidade de empreiteiras envolvidas no petrolão, junto às quais abiscoitou alguns milhões em alegadas palestras.

O forte símbolo dessa dessacralização de Lula apareceu no domingo, em Brasília, na forma de um enorme boneco inflável do ex-presidente caracterizado de prisioneiro, com sugestivos números numa placa ao peito: 13, do PT, e 171, artigo do Código Penal que qualifica o estelionatário.

Coerente com tudo isso, o outro personagem deste domingo, oposto a Lula, foi o juiz Sérgio Moro, da Lava-Jato, símbolo do combate à corrupção. Se o PT for analisar o domingo por este ângulo, concordará que nada significa que menos pessoas tenham se mobilizado em relação a março.


18 de agosto de 2015
O Globo

UM MITO QUE ESVAI

A evidência do processo de desconstrução de um mito foi uma marca importante deixada pelos protestos de rua do dia 16: Lula nunca mais! O repúdio a Dilma e ao PT eram as outras palavras de ordem dominantes no evento, óbvias por mirarem as personagens que se destacam na cena política: a protagonista e seu coro. Mas, por detrás de Dilma e do PT, emergiu fortemente na percepção dos cidadãos a figura do arquiteto da grande mistificação populista que encantou a maioria dos brasileiros enquanto pôde se manter sobre seus pés de barro.

O sucesso popular de Luiz Inácio Lula da Silva foi o resultado da conjugação de virtudes pessoais, como a excepcional habilidade para aliar meios a fins – a essência da política –, com circunstâncias históricas, como a globalização da economia e das comunicações que fizeram amadurecer, na virada do século, momento propício a um forte influxo humanista na economia de mercado que vinha de impor sua hegemonia no planeta.

No auge de seu prestígio popular, quando comemorava, em 2010, com a eleição de Dilma, sua terceira vitória consecutiva em eleições presidenciais, Lula claramente se sentia detentor de um poder quase absoluto. Acabara de dar um passo decisivo para o projeto de perpetuar a hegemonia política de seu PT.

Esqueceu-se da célebre advertência de Lord Acton: o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. E não permitiu que restassem dúvidas quanto a quem era o verdadeiro dono desse poder quando, ainda antes da metade do primeiro mandato de Dilma, a convenceu a praticamente renegar a “faxina ética” que realizara em seu Ministério ainda em 2011.

É bem verdade que com o tempo, e principalmente a partir da posse no segundo mandato, Dilma afastou-se gradativamente da influência política direta de Lula. Mas faltou-lhe competência política para salvar a si, ao PT e ao Brasil do desastre político, econômico, social e moral cujas raízes estavam solidamente plantadas desde os primeiros meses do primeiro governo de seu criador e frustrado preceptor.

A avassaladora evolução das investigações da Operação Lava Jato começa a revelar os primeiros indícios de que Lula pode estar envolvido em episódios que já levaram à prisão donos das grandes empreiteiras de obras com os quais desenvolveu estreito relacionamento pessoal, tanto como presidente da República quanto, depois, como consultor, conferencista e lobista internacional.

Mas não é a Lava Jato – ou apenas ela – que aproxima Lula de Lord Acton. Por apego ao poder, o chefão do PT corrompeu, principalmente, um projeto político em que, durante muito tempo, uma maioria de brasileiros de boa-fé, completamente iludida, acreditou firmemente: a redução das desigualdades com o pleno acesso da população marginalizada da vida econômica aos bens sociais essenciais, como educação, saúde, saneamento, transporte, segurança.

O fastígio econômico dos seis primeiros anos de governo de Lula, apoiado nos princípios sólidos de estabilidade econômica herdados de governos anteriores e numa conjuntura internacional extremamente favorável, permitiu avanços sociais importantes no desfrute de uma política social focada no crédito fácil e na gastança voltada para bens de consumo. A ambição de transformar esses avanços em vantagens eleitorais a curto prazo e não em efetivas conquistas no prazo longo, aliada à miopia de viés ideológico, levou à implantação de uma “nova matriz econômica” intervencionista, estatista. Enfim, a corrupção de uma política que se anunciava voltada para os benefícios sociais resultou nas mazelas que hoje todo o País sofre.

Lula, portanto, corrompeu com sua ambição de poder um projeto político que fez as pessoas acreditarem ser socialmente desejável e exequível. E acabou por inviabilizá-lo – aí com a forte ajuda de Dilma – ao vinculá-lo à “ideologia do bem” segundo a qual não existe verdade fora do Estado. Razões suficientes para que o País queira vê-lo pelas costas.

18 de agosto de 2015
Estadão

FGTS E MAIORIDADE PENAL ENTRAM EM PAUTA NA CÂMARA


As discussões do projeto que modifica as regras de correção dos depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a votação, em segundo turno, da proposta de emenda à Constituição (PEC 171/93), que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos são os temas prioritários da semana na Câmara dos Deputados. Também constam das atividades da Casa depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras e reuniões para apresentação e discussão de planos de trabalho de outras CPIS.
Nesta terça-feira (18), antes da ordem do dia, os líderes partidários vão se reunir com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para debater a pauta de votações da semana. Há resistência à aprovação do projeto do FGTS por parte do governo e de vários setores, porque isso poderá aumentar a taxa de financiamento de imóveis nos programas habitacionais de baixa renda.
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
Em sessão extraordinária, na noite desta terça-feira, o plenário da Câmara deverá votar o segundo turno da PEC que reduz a maioridade penal. O tema é polêmico e deverá levar à Casa muitos manifestantes contrários à medida para pressionar os deputados a rejeitar a PEC. Se for aprovada, a proposta será encaminhada à discussão e votação no Senado.
Para a aprovação da proposta são necessários os votos favoráveis de, no mínimo, 308 deputados. A proposta permite o julgamento de infratores entre 16 e 18 anos por crimes hediondos, tais como estupro e latrocínio, homicídio doloso ou lesão corporal seguida de morte.

18 de agosto de 2015
Deu no Correio Braziliense

GOVERNO DESPREZA OS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO INSS


Pela primeira vez em dez anos, os aposentados e pensionistas podem não receber o 13º salário antecipado em agosto, embora no mês passado todos os servidores públicos ativos, inativos, aposentados e pensionistas tenham recebido esta primeira parcela.
A decisão depende de um decreto da presidente Dilma e ninguém no governo dá qualquer informação a respeito. Na segunda-feira, diante da insistência dos jornalistas, o Ministério da Previdência disse que a decisão ainda não foi tomada e no Palácio do Planalto não há nenhuma sinalização também.
Essa antecipação não está prevista em lei, não é obrigatória. Mas há nove anos, o governo antecipa metade do 13º do salário dos aposentados e dos pensionistas do INSS por meio de um decreto, que geralmente sai na primeira semana de agosto.
Resumindo: se pagou aos servidores, que ganham salários muito maiores, o governo tem obrigação de adiantar o 13º dos aposentados e pensionistas da iniciativa privada.
Se é que alguém lá no Planalto ainda tem ideia da importância de respeitar os direitos dos mais velhos, que são os mais desprotegidos.

18 de agosto de 2015
Carlos Newton

16/AGO E A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE



Nosso jornalismo, há muitas décadas, foi tomado de assalto pelos que chamo “pedagogos da opinião pública”. Por sua visibilidade, do alto de suas posições nos meios de comunicação, sentem-se como mestres em salas de aula, praticando contra a opinião pública o mesmo abuso mental que tantos professores praticam com os alunos, mediante influência e poder. Uns e outros, pedagogos da opinião pública e professores militantes, operavam antes de o PT nascer e prepararam dedicadamente seu caminho ao poder. Era na base do nós e eles. Simples assim: a esquerda era o bem e, fora dela, nada haveria que prestasse.
Algumas coisas sobre si mesmos eles já compreenderam, ao longo dos últimos meses. Seu prestígio despencou junto com o daqueles a quem emprestavam ou vendiam apoio. Seus discípulos já lhes viram as costas. São formadores de opinião que não formam opinião alguma e cujas manifestações exigem enorme esforço mental. Não é fácil parecer que não fazem exatamente aquilo que estão fazendo, mas “pegaria mal” se fizessem.
Exemplifico. Os pedagogos da opinião pública não são contra as passeatas. Mas ensinam que “Impeachment-já!” recusa o ritmo constitucional que aponta para a sequência crime, acusação, julgamento e (só então) impeachment. Entenderam? Segundo eles, os manifestantes deveriam sair às ruas, Brasil afora, levando faixas mais ou menos assim: “Impeachment, se possível, quando possível!”. Quem carregaria uma peça dessas?
MENOS ÓDIO
Animados com uma candura e uma doçura que exige um canavial inteiro propõem “menos ódio” nas manifestações. Engraçado, não é mesmo? Que fim levou a boa e velha indignação pela qual tanto cobravam quando serviam ao PT oposicionista? Agora, a justa indignação virou ódio? Sentimento maligno, politicamente hediondo, pimenta que arde no olho?
Eles nos ensinam, também, que o “Fora Dilma!” é frase autoritária. Diagnosticam que ela fere a legitimidade do mandato da presidente. Como pode alguém dizer “Fora Dilma!”, seis meses depois de a presidente ter sido eleita com maioria de votos?
É a pedagogia da conformidade bovina. Se for assim e para isso, a gente fica em casa assistindo um filmezinho, que é exatamente o desejo por trás dessa pedagogia para boi no cercado.
LEGITIMIDADE
Falemos, então em legitimidade, jornalista pedagogo militante. De que legitimidade falas quando te referes ao atual mandato da presidente? Da legitimidade alcançada com votos atraídos pelo festival de mentiras, mistificações e falsidades que se derramou pelo país em 2014? Da legitimidade via votos comprados com bilhões de nosso dinheiro? Da legitimidade alcançada com ameaças de que um festival de desgraças se abateria sobre o país em caso de vitória da oposição (para logo após a adotar aquelas mesmas medidas contra as quais verberava)? Da legitimidade via urnas eletrônicas? Via Smartmatic? Via apuração sigilosa? Da legitimidade de quem agora não arregimenta mais do que 7% dos eleitores?
O povo não estaria nas ruas se não se sentisse enganado, ultrajado e furtado! Aprendam isso e aprendam a ouvir o povo, em vez de apenas falar-lhe. Aproveitem do caráter, este sim pedagógico, das manifestações dos últimos meses. E com o que ainda lhes reste de consciência, arrependam-se do que ajudaram a produzir no país. O preço desse constrangedor serviço está sendo pago com corrupção em proporções jamais vistas, com recessão, inflação, desemprego, carestia, perda de credibilidade nacional e humilhação perante as demais nações. Está de bom tamanho?
18 de agosto de 2015
Percival Puggina