"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

ESTADO ISLÂMICO "DECLARA GUERRA" AOS ESTADOS UNIDOS

       


Os combatentes da organização sunita extremista Estado Islâmico (EI) divulgaram um vídeo em que se declaram prontos a desencadear a guerra contra os EUA. O filme, chamado “Flash of War”, se considera “um aviso claro” a Washington.

“A guerra está no início e os mujahedin estão ansiosos de lutar contra os soldados dos EUA”, diz a legenda do filme de 52 minutos. A imprensa qualifica o vídeo como “declaração da guerra contra os EUA”. Claro que tal desafio é muito dúbio e controverso. O Estado Islâmico não tem recursos materiais e humanos para medir forças com o maior país industrializado do mundo.

Todavia, os EUA não podem hoje usar ao máximo o seu potencial militar. Apesar de o ministro da Defesa, general Chuck Hagel, e de o chefe dos Estados Maiores das Forças Armadas, general Martin Dempsey, terem admitido a realização de operações militares terrestres, travar uma nova guerra no outro extremo do planeta seria um negócio dispendioso e arriscado para os EUA.

Por outro lado, seria insensato não atender aos desafios lançados pelos fundamentalistas islâmicos. É por isso que a Casa Branca procura lidar com o Estado Islâmico recorrendo à força externa. Além disso, o problema do EI se agudizou por culpa dos EUA.

COALIZÃO ANTITERRORISTA

Na recente conferência internacional de Paris, Washington se apressou a formar uma coalizão antiterrorista que já integra mais de 40 países. Os mais resistentes e fortes nessa luta têm sido o Irã e a Síria que, curiosamente, não se fizeram representar naquele fórum. Cooperar com estes dois Estados significa reconhecer os erros cometidos pelos EUA e alterar de forma radical o vetor da política externa. Washington parece não estar preparado para tal cenário, comenta o diretor do Centro de Pesquisas Político-Sociais, Vladimir Evseev:

“Os EUA não querem dialogar. Alguns de seus “amigos”, por exemplo, o Qatar, constituem a base financeira do Estado Islâmico. Não imagino como se pode lutar contra terroristas quando parceiros dos EUA os estão ajudando!”

É verdade que os EUA sempre se enganam na escolha de aliados. Desta feita, em vez de contar com apoio de Bashar Assad, se prontificam a atacar as posições do EI no território sírio sem consentimento de Damasco. Washington até vai ameaçando com golpes contra os sírios se eles vierem impedi-los na sua nova cruzada. Claro que tal menosprezo pela soberania de outro país vem abalando a realização do projeto antiterrorista em geral.

Infelizmente, a atual política externa de Obama converte os aliados dos EUA em seus inimigos, fazendo os adversários ainda mais intransigentes. Ora, nesse sentido, Washington precisa de apoio da Rússia em nível do CS da ONU.

E A RÚSSIA?

Simultaneamente, a Casa Branca procura encostar a Rússia à parede, isolando-a no palco internacional, impondo sanções antirrussas à UE, ameaçando com a instalação de novas bases militares no leste da Europa e se solidarizando com o “partido da guerra” na Ucrânia.

Moscou fica perplexa perante tal postura estranha. Segundo anunciou o chefe da comissão parlamentar de assuntos internacionais, Alexei Pushkov, aos EUA “compete fazer uma opção certa e definir bem a sua política em relação à Rússia.
Afinal de contas, os americanos têm de decidir o que representa a Rússia para eles – um país que eles, contrariando o bom senso, procuram transformar em ‘pária’ou um Estado com o qual se deve cooperar para controlar os complicados processos que ocorrem em várias regiões do mundo.”

Uma opção semelhante tem que ser feita em relação aos outros países que não desejam a confrontação, preferindo conduzir uma política soberana. Tendo respeito aos outros, os EUA poderão contar com a compreensão e o início de processos sinérgicos. Tais são os principais fatores de qualquer projeto internacional eficiente. A operação militar contra o EI não é exceção.

22 de setembro de 2014
Deu no site Irã News

129 CUBANOS JÁ ESTÃO FORA DO PROGRAMA "MAIS MÉDICOS"

         
 
Chegaram ao Brasil mais 90 médicos de Cuba, que estão há cerca de duas semanas hospedados em um hotel de Brasília, à espera de serem alocados em outros municípios pelo Ministério da Saúde. No total, 129 médicos foram convocados para substituir cubanos que saíram definitivamente ou temporariamente do programa Mais Médicos.
Desde que o programa foi lançado, no ano passado, 30 cubanos desistiram da iniciativa e outros 99 estão de licença por motivos pessoais ou de saúde. Do grupo que chegou este mês, apenas uma parte foi levada às cidades onde vão trabalhar. Cerca de 90 ainda estão no hotel. A pasta não informou para quantos e quais municípios eles serão enviados.

A diária no local onde eles estão hospedados custa mais de R$ 400 para um quarto duplo durante a semana. E, além do hotel, há gastos com transporte e alimentação. O gasto é bancado pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que tem um termo de cooperação com o ministério para trazer os profissionais e recebe do governo o dinheiro para custear as despesas. Desde agosto de 2013, quando o programa começou, já foram previstos repasses de mais de R$ 2 bilhões para Opas, sendo mais de R$ 1 bilhão já pagos. Além dessas e outras despesas, o valor serve para o pagamento de R$ 10 mil à Cuba por cada médico da cooperação.

De acordo com a pasta, até o meio da próxima semana, os médicos serão levados até as cidades vão trabalhar. O motivo de eles estarem até hoje hospedados no hotel, segundo o ministério, são pendências burocráticas, como a emissão de visto e a abertura de conta corrente. Quando chegarem ao municípios, os gestores locais ficam responsáveis pelo custeio da moradia dos profissionais.

22 de setembro de 2014
Julia Chaib e Fred Bottrel
Correio Braziliense

ESQUEMA DO DOLEIRO YOUSSEF LAVOU R$ 1 BILHÃO PARA O EXTERIOR

  



A primavera de 2010 começou promissora para os negócios no segundo andar do 778 da rua Renato Paes de Barros, bairro do Itaim, zona sul de São Paulo. Depois do almoço de terça-feira 21 de setembro, a caixa postal de paulogoia58@hotmail.com recebeu mensagem confirmando quatro remessas para contas no exterior. Somavam US$ 2,7 milhões. O e-mail era assinado por Ann Smith, que anunciava em tom cordial: “Amanhã vou te visitar, abs”.

Nada mal para um ex-presidiário. Aos 43 anos, Alberto Youssef estava cada dia mais distante da vida pobre em Londrina (PR). Filho de imigrante libanês e brasileira, construiu com habilidade no mercado de câmbio paralelo um acesso ao lucrativo submundo de negócios de empresários e políticos. No final dos anos 90 fora flagrado em traficâncias de recursos do banco estatal do Paraná (Banestado) para campanhas eleitorais. Amargou meses na cadeia, fez um acordo de delação premiada e saiu da prisão em 2003.

Fora das grades se associou ao deputado federal José Mohamed Janene, de Londrina, líder da bancada do PP na Câmara. Janene personificava promessa de lucros com imunidade — administrava o caixa 2 do partido, na época recheado por US$ 2 milhões repassados pelo operador do mensalão, Marcos Valério.

Além disso, integrava o condomínio de líderes partidários que partilhava o controle das áreas-chave das empresas estatais no governo Lula. Seu patrocínio, por exemplo, foi decisivo para Lula promover o então gerente Paulo Roberto Costa à diretoria de Abastecimento da Petrobras, com poder de influenciar contratos da estatal no aluguel de navios e plataformas marítimas, na manutenção de gasodutos e na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A refinaria deve ser inaugurada em novembro, ao custo de US$ 20,1 bilhões, nove vezes mais que o previsto.
PP, PT E PMDB

Janene, cardiopata, morreu indiciado no processo do mensalão, antes da sentença. Quando foi enterrado no Cemitério Islâmico de Londrina, na terça-feira 14 de setembro de 2010, seus negócios com Costa e Youssef já estavam fracionados entre caciques do PP, do PT e do PMDB.

Todos enriqueciam rapidamente. Youssef até planejou a compra simultânea de um avião e de uma mansão em São Paulo. Numa de suas caixas postais (paulogoia58@hotmail.com) encontraram-se evidências de negociações para a aquisição de um Lear Jet, por U$ 6,9 milhões, e de uma cobertura de 405 metros quadrados em Vila Nova Conceição, valorizado bairro paulistano.

A dimensão de seus negócios surpreendeu peritos e promotores federais. Ele fez transferências ilegais de US$ 444,6 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) do Brasil para contas em instituições financeiras de 24 países (China, Hong Kong, EUA, Coreia, Malásia, Nova Zelândia, Formosa/Taiwan, Reino Unido, Costa Rica, Cingapura, Bélgica, Holanda, Índia, Uruguai, Itália, Ucrânia, Liechtenstein, Costa Rica, Suíça, Espanha, Alemanha, Panamá, Paraguai e Canadá). Para comparação, esse valor é equivalente ao custo do novo Maracanã.

O dinheiro saiu do país sob o disfarce de contratos de comércio exterior. Foram 3.649 operações fictícias, realizadas por seis das suas empresas de fachada — três de informática e três de química. E, segundo a Justiça Federal, isso foi apenas parte do movimento de propinas pagas no circuito de fornecedores de bens e serviços da Petrobras.

Durou cerca de 50 meses, de 2008 até março passado quando Youssef, Paulo Roberto Costa e mais duas dezenas de colaboradores foram presos.

CONTRATOS FORJADOS

A engrenagem funcionava assim: ao receber um pedido para transferência para uma conta específica em Toronto, no Canadá, Youssef forjava um contrato de importação (“Câmbio Simplificado”) entre duas das suas empresas — uma no Brasil (Labogen Labogen S.A. Química Fina e Biotecnologia) e outra registrada em Hong Kong (RFY Ltd). O cliente pagava em reais. Os dólares saíam da Labogen e chegavam à RFY, em Hong Kong. Na sequência, faziam escala em outras empresas, em outros países, até aportar na conta do beneficiário, indicada pelo pagador no Brasil.

As bases do negócio eram discrição e confiança. Sabia-se, por exemplo, que a Indústria Labogen S.A. estava inativa há mais de duas décadas. Desde 2010 seu endereço no interior paulista (Rua Frederico Magnusson, 247, Distrito Industrial, Indaiatuba-SP) passou a abrigar duas Labogen — uma de Química Fina e Biotecnologia e outra de Comércio de Medicamentos. E ambas contavam com uma única funcionária, a faxineira.

Juntas, essas empresas transferiram US$ 113,3 milhões, por meio de 1.945 operações baseadas em contratos fraudulentos. O comerciante paulista Pedro Argese Júnior, de 53 anos, assinava como presidente das Labogen, mediante 0,5% de comissão sobre as remessas. Em juízo, confirmou as fraudes.

No final do ano passado, o governo federal deu às Labogen um contrato de US$ 60 milhões. Forneceriam citrato de sildenafila, usado em tratamentos de impotência sexual e hipertensão arterial pulmonar. A negociação teria sido mediada pelo deputado André Vargas (PT-PR), amigo de Youssef.

Ele nega. A cerimônia de assinatura do convênio foi solene, com a participação do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, candidato ao governo de São Paulo pelo PT. Três meses depois, Youssef foi preso e o compromisso anulado.

MAIS DE 50 EMPRESAS

Enquanto esteve solto, Youssef administrou mais de cinco dezenas de empresas de fachada a partir de uma sala nos fundos do seu escritório no bairro do Itaim, em São Paulo. Com entrada independente, era frequentada semanalmente por parlamentares federais — testemunharam no tribunal sua contadora e seu advogado. Ali ficava a GFD Investimentos, nave-mãe do conglomerado de papel.

Raros foram os negócios reais de Youssef. E esses poucos também acabaram transformados em papel. Foi o caso das empresas de energia eólica. Nasceram em 2008 por iniciativa do ex-deputado José Janene, que decidiu criar a CTSul sob controle de duas empresas de prateleira, CSA Project e Focus Participações.

No mesmo ano surgiu a Energio, em Fortaleza, controlada pela Focus e capitaneada por Rubens de Andrade Filho, colaborador de Janene e Youssef. No final de 2009, a Energio tinha oito subsidiárias e um único ativo: um contrato de venda de energia (481.800 Megawatts/hora) para a estatal mineira Cemig.

Quando completou dois anos de existência, a Energio acumulava três dezenas de subsidiárias e coligadas, além de um prejuízo operacional de US$ 2 milhões — em parte decorrente de um empréstimo de US$ 30 milhões. Em janeiro de 2012 todas as eólicas já estavam vendidas para um dos principais clientes de Youssef, a empreiteira Queiroz Galvão.

22 de setembro de 2014
José Casado
O Globo

MAIS UM ESCÂNDALO. DESTA VEZ NA AGENCIA NACIONAL DO PETROLEO

       

Édson Menezes Silva foi indicado pelo PCdoB…

O ex-superintendente de Abastecimento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Edson Menezes Silva — deputado federal na década de 1990 pelo PCdoB-RS — foi denunciado pelo Ministério Público por corrupção. Segundo a Procuradoria da República no Rio de Janeiro, ele era o destinatário de uma cobrança de propina de R$ 40 mil de uma advogada que representava uma empresa de petróleo, a Petromarte. O caso foi revelado pela primeira vez pelo Correio em maio de 2009, mesma época em que o Congresso se debruçava sobre outra CPI da Petrobras.

Segundo a denúncia, divulgada ontem e protocolada na 2ª Vara Criminal Federal do Rio na quarta-feira, foi a mando de Menezes Silva, indicado pelo cargo pelo PCdoB, que o então procurador da ANP Antônio José Pereira e o estagiário Daniel de Carvalho Lima pediram suborno à advogada Vanuza Vidal Sampaio. O caso ocorreu em maio de 2008, quando ela defendia os interesses da Petromarte na agência. Se pagasse os valores, dos quais R$ 25 mil iriam para o superintendente, os processos da empresa seriam acelerados.

Um vídeo incluído no inquérito da Polícia Federal e divulgado há três anos mostra Pereira e Carvalho pedindo o dinheiro em uma mesa a Vanuza. Endossam a denúncia do procurador Fernando José Aguiar de Oliveira depoimentos da advogada e do agente da PF Wilson Pinna. Para o procurador, a filmagem das cenas “não deixa dúvida” de que Pereira e Carvalho “agiam em nome do primeiro denunciado, Edson”.

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Silva disse ontem à noite que estava “estupefato” com a denúncia. “É uma grande armação”, afirmou ao Correio o ex-dirigente, pouco depois de saber da notícia. “Eu não autorizei ninguém”, afirmou, isentando-se de responsabilidade das atitudes dos outros dois ex-colaboradores da ANP.

Se forem condenados, o ex-superintendente e os demais denunciados podem pegar de dois a 12 anos de cadeia.

Em 2011, Vanuza afirmou à revista Época que sofria ameaças de morte e que fora informada de que o dinheiro da propina era “para o partido”.

Ontem, Menezes disse que a advogada já negou as afirmações três vezes. Primeiro, quando o Correio publicou a notícia, em 2009.

Depois, numa interpelação judicial que fez contra ela e num processo judicial no Rio Grande do Sul. A reportagem não localizou a advogada nem Pereira ou Carvalho.

22 de setembro de 2014
Eduardo Militão
Correio Braziliense

DEPOIMENTO DE EX-DIRETOR COMPLICA VERSÃO DO GOVERNO SOBRE PASADENA




A revelação de que o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, teria recebido R$ 1,5 milhão de propina na compra da refinaria de Passadena deixa o governo em situação complicada em plena campanha eleitoral. Essa informação desmonta a versão da estatal de que a compra teria sido apenas um mau negócio. Mostra que houve corrupção no processo e que o prejuízo bilionário foi intencional.

Outro tema do “SBT Brasil” desta sexta-feira foi a pesquisa Datafolha, que indicou vantagem de sete pontos da presidente Dilma Roussseff (PT) sobre Marina Silva (PSB) no primeiro turno. A candidata petista tem 37% sobre 30% da adversária. Na segunda etapa da eleição, as duas estariam empatadas: Marina com 46% e Dilma com 44%. A pesquisa também revelou uma reação de Aécio Neves (PSDB). Ele cresceu dois pontos e registrou 17%.

Seria muito difícil Marina resistir aos ataques que vem sofrendo do PT e PSDB. Mas a ex-senadora mantém uma dianteira folgada sobre Aécio. A campanha do PSB acredita que ela chegará com força suficiente no segundo turno para enfrentar Dilma.

A estratégia do PT é aproveitar a enorme vantagem do tempo na propaganda política que possui neste primeiro turno para tentar enfraquecer Marina ainda mais. É que, no segundo turno, os tempos de TV e rádio são iguais. Isso permitiria a Marina rebater ataques com mais eficiência.

22 de setembro de 2014
Kennedy Alencar
iG Brasil

MINISTRO QUE INVENTOU A "NOVA CLASSE MÉDIA" DEFENGE O IBGE

          

Marcelo Néri é economista ou ilusionista?
 
Reportagem de Sabrina Craide, da Agência Brasil, revela que o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, diz que o erro na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013 não arranha a credibilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O que arranha é não reconhecer os erros. Todos erramos, nos jornais é comum ver erratas. Avaliamos a qualidade das instituições pelas dificuldades, pela capacidade de reconhecer erros e corrigir o mais rápido possível.”
A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, também ressaltou a rapidez e a transparência na correção dos dados. Para ela, o episódio deve ser uma aprendizagem para o país, para que a avaliação de políticas públicas seja feita analisando as tendências da Pnad e não as pequenas variações dos índices. “Todo mundo que se apegou a microvariações de 0,1 para cima ou para baixo para tirar consequências dramáticas acabou errando”, ressaltou.
Bem, a ministra do Desenvolvimento Social é aquela senhora que recentemente teve um surto dentro do Tribunal de Contas da União e demonstrou tamanho desequilíbrio emocional que causa surpresa o fato de ainda continuar ministra.
 
NINGUÉM ERRA COMO ELE

O ministro de Assuntos Estratégicos que minimiza os erros do IBGE não fica atrás, em relação à ministra do Desenvolvimento Social. Trata-se do economista Marcelo Néri, que no início do governo Lula trabalhava na Fundação Getúlio Vargas e ganhou 15 minutos de fama em 2009, ao anunciar que o governo Lula tinha conseguido tirar milhões de família da pobreza e as elevado à classe média.
Era como se a classe operária enfim tivesse chegado ao paraíso, mas ao contrário do enredo do filme clássico do diretor Elio Petri (Itália, 1971).

Para realizar o milagre da multiplicação dos pães, em 2009 Néri passou a considerar de classe média as famílias com renda mensal a partir de R$ 1.600 (ou seja, com cada membro ganhando R$ 320. A imprensa abriu espaço para essa idiotice e ele foi ganhando fama, até escreveu um livro, “A Nova Classe Média”.

Lula, evidentemente, ficou encantado com a teoria de Neri e acreditou que milhões famílias tivessem saído da pobreza e emergido na classe média. A vida do economista Marcelo Neri, é claro, imediatamente melhorou.
Tornou-se presidente do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e depois ministro. Em sua gestão, o IPEA cometeu o maior erro estatístico de sua história, ao divulgar que 65% dos brasileiros concordam que mulheres com roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas. O resultado correto era 26%, ou seja, o erro foi de “apenas” 39%.

Mesmo demonstrando essa invulgar competência com números e percentagens, Marcelo Neri não foi demitido e agora aproveita para voltar à cena com objetivo de minimizar os erros do IBGE. Realmente, é o homem certo no lugar certo. Ninguém consegue errar como ele. O IBGE está desculpado.

22 de setembro de 2014
Sabrina Craide
Agência Brasil

PARA QUEM MIGRARÃO OS VOTOS DE AÉCIO?

       


A política e a aritmética dispõem de algumas semelhanças. Basta somar para concluir que se Dilma tem 44 e Marina 46, vencerá no segundo turno aquela que receber a maior parte dos 17 dados a Aécio, no primeiro. Não é de hoje que essa situação se caracteriza, mas, com certeza, será a mais fascinante. Repousa nas mãos do derrotado a sorte da vitoriosa.
 
Claro que a soma de votos nunca foi linear, sujeitando-se ao humor e às preferências do eleitorado, mas parece significativa essa migração. Os aecistas, alijados da disputa, deverão decidi-la. Por certo que se dividirão, mas minoritariamente. Uns vão preferir votar em Dilma, outros nos candidatos menores. Alguns, até, votarão em branco ou vão se abster. Mas a massa dos eleitores do senador mineiro seguirá um fluxo.
 
Qual? É prematuro concluir que Marina já está eleita, tendo em vista a sistemática oposição do PSDB aos governos do PT e até à tentativa de sedução que Marina desenvolve no rumo dos tucanos. Admitiu, até, convocá-los para o seu ministério.
Uma das regras clássicas dos processos eleitorais indica que votos não se transferem facilmente. A maioria dos filhos de políticos que agora se candidatam aprenderá a lição, com alguma amargura. Mesmo assim, fica óbvio que os seguidores de Aécio participarão das eleições.
 
CAÇA AOS TUCANOS
 
Quem quiser que conclua, mas estamos em plena temporada de caça aos tucanos. Não para levá-los à gaiola ou a panela, mas, pelo contrário, para alimentá-los. Dilma e Marina refluíram em suas agressões ao ex-governador de Minas, mesmo quando ele não poupa nenhuma delas. Ninguém se espante caso a atual presidenta venha a elogiar Fernando Henrique, ou a ex-ministra convide José Serra para um café da manhã.
 
Há um fator ainda obscuro nessas projeções. Oficialmente o PMDB está com Dilma, menos por dispor do vice-presidente Michel Temer, mais porque a presidente detém a caneta e o poder. Diante da hipótese de Marina ocupar o palácio do Planalto, porém, só como piada se admitirá o partido formando na oposição. Mesmo dizendo-se independente, vai aderir.

Sendo assim, como de bobos os peemedebistas não tem nada, parece que algumas pontes já foram lançadas para alcançar a margem onde a ex-ministra do Meio Ambiente montou sua barraca. Estão com Dilma, não abrem, mas lembram o capitulo final da vida de Voltaire.

Durante décadas o genial humanista lutou contra a Igreja, negando a existência de qualquer coisa depois da morte. Em sua hora final, porém, mandou chamar um padre, para confessar seus pecados. Os amigos espantaram-se. Como poderia renegar toda uma luta em defesa da razão?
Piscando o olho pela última vez ele explicou: “continuo não acreditando, mas se por acaso eles estiverem certos?”

22 de setembro de 2014
Carlos Chagas

O GOVERNO É TÃO RUIM, QUE DESMORALIZA ATÉ O IBGE E O BNDES

 



 
O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, admitiu que os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), referente a 2013, continham “erros extremamente graves”. Em coletiva para jornalistas no Rio de Janeiro, Bivar pediu desculpas pelo equívoco.

As informações errôneas afetaram o índice de Gini, por exemplo, que mede a desigualdade no país, em 2012 estava em 0,496 e, em 2013, caiu para 0,495, o que mostra redução na desigualdade, ao invés do aumento  para 0,498 divulgado ontem.

Apesar de o percentual de pessoas que ganham até um salário mínimo ter ficado em 25,2% da população ocupada em 2013, e não 24,8%, a desigualdade diminuiu porque a taxa dos que ganham de cinco a 20 salários mínimos passou de 7,6% para 7,3% entre as duas análises e os que recebem mais de 20 salários mínimos permaneceu em 0,7%.
 
De acordo com o diretor de Pesquisa do instituto, Roberto Luís Olinto Ramos, todos os dados puros estão corretos, mas houve um erro técnico que superestimou a população das regiões metropolitanas do país, o que influenciou em outros dados, como o índice de Gini.

“Basicamente o que aconteceu foi um erro técnico que afetou alguns estados e algumas variáveis. A pesquisa é por amostra, não cobre a população inteira. Existe um processo onde você pega a amostra e projeta com um peso. Da amostra para o todo, houve um problema restrito às regiões metropolitanas de sete estados que têm mais de uma região metropolitana, onde foi considerado o peso da região metropolitana do estado inteiro, e não apenas o da capital”.

VÁRIOS ERROS

O problema ocorreu nos estados do Ceará, de Pernambuco, da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná e do Rio Grande do Sul, onde existem regiões metropolitanas nas capitais e também em outros municípios, e levou a mudança nas análises nacionais, além das regionais.

O rendimento mensal do trabalho variou menos do que o estimado ontem: 3,8%, e não 5,7%, com isso, o valor do rendimento médio mensal ficou em R$ 1.651, e não R$ 1.681. De acordo com o coordenador de Renda e Emprego, Cimar Azeredo, isso se explica pelo fato de a renda nas regiões metropolitanas ser maior do que no interior dos estados.

“Rendimento é o que mais sofreu mudança, pois os dados da região metropolitana estavam inflados e os maiores rendimentos estão na região metropolitana. Pelo mesmo motivo, o analfabetismo aumentou, porque é maior no interior”.

A taxa de analfabetismo em 2012 era 8,7% da população e caiu para 8,5%. O dado divulgado ontem foi 8,3%. A taxa de desocupação permanece a mesma divulgada ontem, de 6,3% da população, mas o contingente de pessoas é 6,637 milhões, e não 6,693 milhões. O nível de ocupação total ficou em 61,8% da população, no lugar de 61,2%. O trabalho infantil caiu 10,6%, e não 12,3% divulgado ontem.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGO IBGE sempre foi um orgulho para o país. A excelência de nossas estatísticas eram referência internacional. Agora, pouco a pouco o IBGE vai sendo desmoralizado, com erros e omissões frequentes.
Da mesma forma, o governo do PT vai desmoralizando também o BNDES, o maior e mais respeitado banco de fomento do mundo, que hoje mantém sigilo sobre suas operações, vejam a que ponto chegou essa gente. Até o final do primeiro governo Lula ocorria exatamente o contrário. Todas as grandes operações do BNDES eram divulgadas a toda a imprensa, com inteira transparência. Bons tempos, aqueles… (C.N.)

22 de setembro de 2014
Deu na Ag. Brasil

CPI DA PETROBRAS QUER OUVIR MARCOS VALÉRIO PARA PROVAR QUE TUDO ESTÁ INTERLIGADO

           
 
Na semana passada foram entregues à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito 14 pedidos de convocações, quebras de sigilo e cópias de documentos. Um dos requerimentos é do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-SP), pedindo a convocação do empresário mineiro Marcos Valério, que cumpre pena em regime fechado após ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal no processo do mensalão. Desvendar uma possível conexão entre o doleiro Alberto Youssef e o mensalão é um dos objetivos da oposição.

Ao justificar o requerimento, o deputado informa que a Polícia Federal apreendeu no escritório de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, um contrato de empréstimo no valor de R$ 6 milhões entre Valério e o empresário do ABC paulista Ranan Maria Pinto.

Onyx destaca ainda que na capa do contrato estava escrito à mão as palavras “Confidencial” e “Enivaldo”. Na opinião do parlamentar, trata-se de Enivaldo Quadrado, condenado a prestar serviços comunitários pelo STF na ação penal do Mensalão. Enivaldo também foi preso em março desde ano na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que desmontou o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que Youssef é acusado de integrar.

SEM DÚVIDA

Durante a sessão marcada pelo silêncio do ex-diretor Paulo Roberto Costa, quarta-feira, parlamentares da oposição insistiram numa ligação entre a quadrilha de Youssef, a Petrobras e o escândalo do esquema de compra de apoio parlamentar conhecido como mensalão.

A minha dúvida é zero de que o senhor Paulo Roberto Costa foi colocado na Diretoria de Abastecimento [da Petrobras] pelo senhor Janene [ex-deputado do PP], que pilotava naquela época um esquema de corrupção ligado ao mensalão, sob comando e supervisão de José Dirceu (ex-ministro da Casa Civil)”, disse Onyx Lorenzoni.

“Esse não é o mensalão dois. É o mesmo mensalão com fontes diferentes pagando políticos. O operador lá atrás era Marcos Valério e o operador agora é Paulo Roberto Costa”, afirmou o deputado Fernando Francischini (SDD-SP).

DELIBERAÇÃO

Para que os requerimentos sejam votados pela comissão de inquérito é necessária a realização de reunião deliberativa, a ser marcada pelo presidente da CPI Mista, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

A comissão já aprovou a convocação de outros envolvidos nas investigações da PF e do Ministério Público. Entre eles, genros de Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef e da contadora Meire Poza. Todavia, a data para os depoimentos ainda não foram marcadas.

O próximo compromisso dos integrantes da CPI é na terça-feira (23), quando os parlamentares têm encontro marcado com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, para pedir o compartilhamento das informações prestadas por Paulo Roberto Costa no acordo de delação premiada com o Ministério Público e a Polícia Federal.

22 de setembro de 2014
Deu na Agência Senado

O FUTURO, DE COLLOR A DILMA




A eleição de 2014 marcará um quarto de século da redemocratização da política brasileira. A arqueologia desse período produz um impasse. Em 1989, vitória de Fernando Collor contra Lula. Para o bem e o mal, o “caçador de marajás” e crítico das “carroças” da indústria automotiva abriu o Brasil a fórceps.


Ondas de importados levaram a uma modernização produtiva, deixando milhares de empresas ineficientes pelo caminho. As estacas da competição externa foram fincadas.
Segundo ato: Itamar-FHC resolvem o grande problema de fundo. Estabilizaram a moeda com o  real na transição 1994-1995.

Ato contínuo, FHC implementou reformas e a privatização que lançariam as bases para uma modernização mais duradoura do país. Plantou também a semente das bolsas.

Sob Lula, começaria um projeto maior de diminuição das desigualdades e melhora na distribuição de renda. Tudo empacotado em um ambiente externo favorável e, internamente, amigável ao capital.

CARGA TRIBUTÁRIA

Estabilização e modernização de FHC e melhora social sob Lula tiveram financiamento via aumento da carga tributária. O peso dos impostos sobre a sociedade saltou de 25% como proporção do PIB no governo FHC-1 para 34% ao final dos anos Lula.

Mais: combinadas, estabilização, modernização e distribuição de renda encorajaram bancos aqui e de fora a expandirem de modo fantástico o crédito ao consumo e imobiliário. A melhora das condições de vida tornou-se inegável.

Finalmente, Dilma. Qual o seu legado?
A economia já está aberta (Collor), estabilizada (Itamar-FHC), minimamente modernizada e privatizada (FHC 1 e 2) e distribuiu parte de sua renda (Lula).

Dilma soube aproveitar o que recebeu e ampliou programas sociais, educacionais, de moradia. E manteve o desemprego baixo. Mas não criou uma nova onda que levasse o país a um novo patamar.
Ao contrário, queima gordura recebida de antecessores. Inflação em alta, gastos maiores do governo e aumento do deficit externo são sintomas da falta de um projeto de futuro.

Sem espaço para mais impostos e endividamento familiar, restaria naturalmente a Dilma, neste estágio, a boa saída do estímulo a investimentos privados na produção e infraestrutura.
Dilma não seduz ou estimula isso. Faz sentido a apreensão atual.

22 de setembro de 2014
Fernando Canzian
Folha

A REALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E DA NATUREZA

   


 
O tema “direitos humanos” é uma constante em todas as agendas. Há momentos em que se torna um clamor universal, como atualmente, com a criação do Estado Islâmico, que comete sistemático genocídio das minorias. Por que não conseguimos fazer valer efetivamente os direitos não só humanos, mas também os da natureza?
 
A Carta da ONU de 1948 confia ao Estado a obrigação de criar as condições concretas para que os direitos possam ser realizados para todos. Ocorre que o tipo de Estado dominante é classista. Como tal, é perpassado pelas desigualdades que as classes sociais originam.
A ideologia política desse Estado é o neoliberalismo, que se expressa pela democracia representativa e pela exaltação dos valores do indivíduo; a economia é capitalista, para a qual tudo vira mercadoria. Por ser capitalista, vigora a hegemonia da propriedade privada, o mercado livre e a lógica da concorrência. Esse Estado é controlado pelos grandes conglomerados, que hegemonizam o poder. Estender os direitos sociais para todos seria contraditório com sua lógica interna.

A solução que as classes subalternas encontraram para enfrentar essa contradição foi elas mesmas se organizarem e criarem as condições para impor seus direitos. Assim surgiram vários movimentos sociais e populares. É mais que uma luta por direitos; é uma luta política para a transformação do tipo de sociedade e do tipo de Estado vigentes.
A alternativa à democracia representativa é a democracia social, participativa, de baixo para cima, na qual todos possam caber. Enquanto isso não ocorrer, não haverá uma real universalização dos direitos humanos.

CIDADANIA

As classes subalternas expandiram o conceito de cidadania. Não se trata mais daquela burguesa, que coloca o indivíduo diante do Estado e organiza as relações entre ambos. Agora se trata de cidadãos que se articulam com outros cidadãos para, juntos, enfrentarem o Estado privatizado e a sociedade desigual de classe.
Daí nasce a concidadania: cidadãos que se unem entre si, sem o Estado, e muitas vezes contra o Estado, para fazer valer seus direitos e levar avante a bandeira política de uma real democracia social.

Esses movimentos fizeram crescer a consciência da dignidade humana, a verdadeira fonte de todos os direitos, que remete à preservação das condições de continuidade do planeta Terra, da espécie humana e da vida.

Por isso, os valores e direitos básicos que devem entrar mais e mais na consciência coletiva são: como preservar a Terra? E como garantir as condições ecológicas para que o experimento Homo sapiens/Homo demens possa continuar, se desenvolver e coevoluir? Ao redor desse núcleo, se estruturarão os demais direitos. Eles serão não somente humanos, mas também sociocósmicos. O ser humano tem a função, já assinalada no Gênesis, de ser o guardião da vida. Daqui resulta o sentimento de responsabilidade e de veneração que facilita a preservação e o cuidado por todo o criado e por tudo o que vive.

GRANDES DEVASTAÇÕES

Ou faremos a viragem necessária para essa nova ética, ou poderemos conhecer o pior – a era das grandes devastações. Até hoje, todos davam por descontada a continuidade da natureza e da Terra. Essa situação se modificou totalmente, pois os seres humanos projetaram o princípio de sua autodestruição.

A consciência dessa nova situação fez surgir o tema dos direitos humano-socio-cósmicos e a urgência de que, se não nos mobilizarmos para as mudanças, a contagem regressiva do tempo se coloca contra nós e pode nos surpreender com um bioecoenfarte de consequências devastadoras. Devemos estar à altura dessa emergência.

22 de setembro de 2014
Leonardo Boff

ESTADO ISLÂMICO: ASSAD ATRAI OBAMA PARA SUA REDE

       


A Síria pediu que Washington engaje-se em colaboração militar e de inteligência para derrotar o inimigo comum, o Estado Islâmico (ISIL). Também convidou congressistas e senadores dos EUA a visitarem Damasco para discutir ação conjunta contra os jihadistas que ameaçam os dois, os EUA e o regime do presidente Bashar al-Assad.

É convite que o presidente Barack Obama será obrigado a recusar – mas não sem passar por algum embaraço. Depois de decidir bombardear as forças do ISIL, autodenominadas Estado Islâmico, na Síria e no Iraque, o Sr. Obama teve de ouvir o aviso de Vladimir Putin, de que qualquer ação unilateral desse tipo na Síria seria “ato de agressão”.

Agora, o presidente dos EUA terá de explicar outra vez por que não pode cooperar, contra os inimigos “apocalípticos” dos EUA, com um regime sírio que ele também jurou derrubar – apesar de esse regime estar combatendo contra exatamente os mesmos inimigos.

A carta enviada aos Deputados da Câmara convida explicitamente os membros do Congresso e Senado dos EUA – que ano passado condenaram o governo sírio por ataques químicos nos subúrbios de Damasco – a colaborarem para “salvar vidas sírias e norte-americanas de um provável ataque de bombas terroristas” pelo ISIL, a Frente al-Nusra e outros grupos.

JIHADISMO RADICAL 

A oferta síria, apresentada em carta assinada por Mohamed Jihad al-Laham, presidente do parlamento sírio – dirigida, dentre outros, a John Boehner, presidente da Câmara de Representantes, e a Nancy Pelosi, Líder da Minoria na Câmara – diz também que a oposição síria “moderada”, que os EUA prometem ajudar e treinar, é idêntica aos grupos jihadistas que apoiam o ISIL (fórmula que os sírios preferem, das várias siglas que designam o mesmo grupo).

A oposição dita “moderada”, escreve o presidente da Câmara de Deputados sírios, “vendeu ao ISIL o inocente jornalista norte-americano que o ISIL degolou. Nada impede que esses grupos vendam armas norte-americanas ao ISIL (…) como se sabe que já fazem como prática habitual”.
 
Armar “indivíduos islâmicos jihadistas não estatais” prossegue a carta, “é clara violação da Resolução nº. 2.170 do Conselho de Segurança da ONU (…), que ordena que qualquer cooperação para combater contra terroristas tem de ser construída entre estados membros”.

A Resolução 2.170, aprovada mês passado, diz que os estados membros “devem suspender o fluxo de combatentes estrangeiros, o financiamento e outros tipos de apoio a grupos extremistas islâmicos no Iraque e Síria” – identificados no documento da ONU como oISIL e a Frente al-Nusra ligada à al-Qaeda – e “impedir que milicianos viajem de seus países natais para unir-se àqueles grupos”.

ARÁBIA FINANCIA

A Síria, claro, insiste que não há qualquer oposição “moderada” hoje no país, declaração que leva a marca da verdade; e que todos os opositores do governo do presidente Assad sempre foram, desde o início, jihadistas sunitas de orientação wahhabista. A carta do Sr. Laham – que não poderia ter sido enviada sem aprovação do governo – acusa a Arábia Saudita, que financia os inimigos do presidente Assad, de manter escolas que “ensinam a ideologia do ódio, takfiri [quando um muçulmano acusa outro muçulmano de apostasia] e a jihad como deveres religiosos”. 

Re-enfatizando as próprias críticas contra o regime saudita, a carta dos sírios diz que todos os “terroristas” são produto “dessa ideologia salafista, wahhabista e jihadista – do 11/9 às bombas de Boston e à degola de dois jornalistas americanos, degola que é prática governamental legal comum na Arábia Saudita”. Obama não deve constituir qualquer coalizão ao arrepio da Resolução nº. 2.170 da ONU, “especialmente com estados que com os quais há conflito de interesse, devido à ideologia que praticam”.

A carta pode ter sido influenciada por Khaled Mahjoub, cidadão norte-americano e empresário sírio que também é amigo pessoal e confidente do presidente Bashar al-Assad, e repete observação frequentemente citada do Sr. Mahjoub, de que só a reeducação de famílias e comunidades “terroristas” mediante o “sufismo do amor” pode reabilitar seres humanos habituados ao uso da violência. O sufismo, com sua poesia mística e o desejo de encontrar o amor divino, é visto por muitos sírios como perfeito antídoto para o “jihadismo”; missionários sufistas disseminam o Islã pela África e Ásia Central e também pela Índia.

“Venha conversar cá na minha teia”, disse a aranha à mosca. Porque verdade é que a teia do governo sírio já se comprovou muitíssimo mais forte do que EUA e Europa supuseram – e a mosca-em-chefe já exibiu todas as características de fraqueza, medo e indecisão, como a aranha síria sabe muito bem ver. Há apenas pouco mais de um ano, os EUA tinham planos para esmagar o governo sírio com bombas e mísseis. Agora, só falam de esmagar o ISIL com bombas e mísseis. A Síria, com certeza, exigirá bom preço por qualquer ajuda de que Washington careça. 

(artigo enviado por Sergio Caldieri)
 
22 de setembro de 2014
Robert Fisk
The Independent, UK,

APELANDO AO CORAÇÃO NA CAMPANHA ELEITORAL...

        

 
A emoção entrou em campo. Na reta final da campanha eleitoral, e desprovidos de programas de governo impactantes, os candidatos à Presidência da República começam a adotar discursos repletos de emotividade e sustentados por vozes embargadas e trêmulas. Ganhar o voto tocando o coração do eleitor é uma das receitas mais antigas que existem. Mas, apesar de antiga, continua dando certo.
Aliada ao mote emocional, a exposição de privações é uma tática mais do que bem aceita. Combinação perfeita, tal como arroz com feijão e goiabada com queijo. A candidata Marina Silva não inventou a roda, mas soube muito bem dizer publicamente que passou fome e que, por isso, não acabará com o programa Bolsa Família. Não faltou, em seu discurso, uma pequena pausa ao explicar que sua família tinha para comer apenas um ovo e farinha.
 
Mas ela não é a única a utilizar o recurso. Aécio Neves também faz um apelo emocional ao pedir para os mineiros que não o deixem passar por mentiroso, já que ele havia dito que ganharia em Minas Gerais com folga. Ele ainda repete a tática ao citar um frase famosa de seu avó Tancredo Neves: “Não vamos nos dispersar”. A afirmação foi feita por Tancredo para conseguir unidade em torno de sua candidatura à Presidência no Colégio Eleitoral, no fim da ditadura militar.

A campanha petista também não fica para trás. O ex-presidente Lula sempre usou desse artifício. A promessa de colocar três refeições diárias na mesa de cada cidadão brasileiro na campanha de 2002 é um exemplo. A história que ele sempre contava em palanque sobre sua trajetória de menino pobre e retirante do Nordeste é outro exemplo. A presidente Dilma Rousseff, nas poucas vezes em que falou da sua luta contra a ditadura militar, também tangenciou o apelo emocional, ainda que em menor intensidade.

APELAÇÕES

Não há nenhuma ilegalidade na utilização desses recursos. Mas o eleitor precisa estar atento. Passar fome, ser neto de um grande líder, ter passado privações durante grande parte da vida não credencia ninguém para uma candidatura presidencial. Certamente, experiências como essas são capazes de tornar as pessoas melhores, mais sensíveis e capazes de entender as mazelas humanas.
Para ser presidente, entretanto, há outros quesitos importantes.

E somente para refrescar a memória do eleitor: as histórias de privações dos candidatos são muito antigas, há muito tempo eles todos já integram uma classe que somente presencia essas dificuldades quando vão fazer campanha nos grotões do país.

Talvez seja melhor para o eleitor verificar o que cada um dos candidatos foi capaz de fazer desde que a dificuldade vivida por ele foi ultrapassada. Uma pergunta não pode deixar de ser colocada: para ser candidato o importante é passar fome ou lutar contra ela?

(transcrito de O Tempo)

22 de setembro de 2014
Carla Kreefft

EU DISCORDO DO LULA QUE DIZ QUE CUIDA DOS POBRES


As mentiras viraram uma marca do PT. Esta de que ele cuida dos pobres com o programa social da "bolsa família" tem uma consequência desastrosa para o futuro de 40 milhões de pessoas que vive deste programa.
Entenda o que está por trás desta mentira.

 


Sem entrar nas falcatruas deste governo que disseminou uma prática de assalto e mal uso de nossos impostos, quero apenas registrar o seguinte:


22 de setembro de 2014
Douglas Duran
 

     

    O PT É UMA QUADRILHA CRIMINOSA QUE SE INSTALOU NA POLÍTICA DO BRASIL

    REVOLTA BRASIL
    O historiador e colunista da Revista Veja, Marco Antonio Villa, em análise do cenário político atual, fez severas acusações à estrutura de poder criada pelo PT.
    Segundo Marco, o PT é uma quadrilha, máquina de triturar reputações, e quem comanda tudo é seu principal líder, Lula. O colunista da Veja também ressaltou a importância de se atentar para a liberdade de expressão, que vem sendo a muito censurada pelo partido, e que em seu segundo mandato, certamente Dilma colocará em prática todas os projetos petistas atentatórios à democracia e à liberdade.
    22 de fevereiro de 2014
    movcc

    "EU PODERIA ESTAR MATANDO, EU PODERIA ESTAR ROUBANDO, MAS ESTOU AQUI, FAZENDO POLÍTICA"


     
    Escrevi na manhã desta terça, neste blog, que Dilma, ao partir para o esmagamento de Marina Silva, está mexendo com forças que não conhece. Volto ao tema agora e também tratarei do assunto na minha coluna na Folha, na sexta.
    Marina, como vocês viram, ao negar que vá extinguir o Bolsa Família se eleita, evocou em um comício o tempo em que seus pais dividiam com oito filhos um ovo, um pouco de farinha e uns pedacinhos de cebola. A voz ficou embargada. Verdadeira ou mentirosa (creio que seja fato), a narrativa é eleitoralmente poderosa. A candidata do PSB vem de um povo de que Dilma só ouviu falar.
    Nesta quarta, em conversa no Facebook, o “Face-do-Face”, a candidata do PSB à Presidência voltou a tocar no assunto. Ela se disse vítima de preconceito e afirmou: “Com minha origem social, tem que provar que é competente, que pensa, mas é isso aí…”.
    Notem: quando escrevi aquele texto, não fiz juízo de valor, não. Só adverti para a bobagem que o PT (do ponto de vista de seus interesses) está fazendo. Esse discurso de Marina tem poder. E não, leitores amigos, eu não simpatizo com esse tipo de apelo, seja na boca de Marina ou na de Lula, outro que fez muita praça ao longo da história de suas agruras de infância.
    Sempre que Lula vinha com esse chororô, eu me lembrava na caricatura do pedinte-assaltante: “Eu poderia estar matando, eu poderia estar roubando, mas estou, aqui, fazendo política…”. Honestidade, decência e bons propósitos não são monopólios de classe social. Alguém nascido em berço de ouro pode tê-los. Outro, vindo de uma manjedoura, pode ser um salafrário. Não existe uma relação necessária entre uma coisa e outra.
    Ocorre que o PT está dando um boi danado para Marina Silva. Acostumado a combater o “outro” de classe — que, segundo a estupidez lulo-petista, é encarnado pelo PSDB (curiosamente, não pelo PMDB, pelo PP ou por qualquer outra coisa…) —, não percebe quem é Marina Silva e mete os pés pelos pés.
    Por Reinaldo Azevedo

    ********************

    Comentário: A maioria dos brasileiros descendem da pobreza. Quer dizer que se nascer pobre, necessariamente, precisa pensar em roubar ou matar? Acontece que essa Marina se entrega com suas frases do mal elaboradas sobre o  "coitadismo". 
     
    Foi muito esperta em buscar o  espaço profissional. O marxismo é uma profissão super rendosa para poucos, pois leva à riqueza em curtíssimo tempo. Isto é, vendendo ilusão, intrigando as classes sociais, promovendo o ódio e rancor, com o único objetivo de chegar ao COFRE principal...
     
    Nunca veremos na face da terra os pregadores do marxismo vivendo de forma modesta. São todos exigentes em usufruir das delícias da vida com muito recurso financeiro. A lei máxima sempre será, muita riqueza para si próprio, e manter sua corja de aduladores abastecida, como também, quebrar valores de prosperidade para  o povo, que deve repartir a miséria.  

    A imaginação "sonhática" dessa senhora é de que, do alto da sua linguagem esquizofrênica ela possa mudar o mundo... Não aguentamos mais gente com esse modus operanti: Marina Rancorosa Complexo Vira Lata da Silva.

    22 de setembro de 2014
    Reinaldo Azevedo, Veja online

      


       




         

           

          SERÁ QUE PRECISA? É VITAL DESCOBRIR O QUE VITAL FOI FAZER NO PLANALTO


           
          Suposto presidente da CPI da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) foi ao Palácio do Planalto na véspera do depoimento do delator Paulo Roberto Costa à comissão. Reuniu-se com o ministro petista Ricardo Berzoini, coordenador político de Dilma Rousseff.
          Sabe-se que o Planalto tenta impedir que o ex-diretor preso da Petrobras revele sob refletores, a poucos dias da eleição, o abracadabra que conduziu tantos políticos governistas à petrocaverna de Ali-Babá. Mas o senador Vital jura que não falou com Berzoini sobre CPI. Ah, vá!
          É vital que o doutor Vital esclareça o que foi fazer no Planalto. Sob pena de perder o pouco que lhe resta de vitalidade. Já se sabia que a CPI da Petrobras é um saco de gatos. Não convém deixar prosperar a suspeita de que há no saco outra espécie de mamífero.
           
          *******
          Comentário: Os brasileiros já pensam e acordaram  sobre a inferioridade daqueles que compõe a CPI da Petrobras e a sua corte de "superiores". Nota-se com toda clareza de que é uma grande armação. São espertos sim, para roubar, mas não possuem de forma alguma inteligência superior para montar uma encenação capaz de enganar os mais ingênuos.

          Todos estão atentos e já comentavam nas redes sociais de que, tudo não passara de um TEATRO. Qual será o discurso que a "governanta" do Brasil irá fazer. Ora, qualquer pessoa sabe que o Paulo Roberto ex-funcionário da Petrobras não pode falar absolutamente nada, porque o prejudicaria em seus benefícios sobre a delação. A única frase dita foi essa: “Desculpe, mas nada a declarar.” 

          E quem acredita em juramento de meliantes da situação e aliados interessados no prêmio sujo.. É verdade! Estamos vivendo momentos da imensa TREVA, buscam os buracos mais profundos da mente humana, para esconder o mais podre, devasso, desonesto, libertino e criminoso para disfarçar o que o Brasil inteiro já sabe..Estamos diante do governo mais cruel e desonesto da história do Brasil, acobertados por  um congresso e outras instituições que se tornaram abrigo de criminosos, com as devidas exceções...

          22 de setembro de 2014
          Josias de Souza - Uol Notícias