"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

ESCLARECENDO ALGUMAS EMBOLADAS...

O HUMOR DE NANI



23 de setembro de 2013

AI, JESUS! MONTESQUIEU É VELHO HEIM, É DO SÉCULO 17

Agora é zero em historia, Dilma vai piorando seu currículo a cada discurso
Por favor, traduza a FRASE que eu não consegui entender!
 

DE NADA ADIANTA CHORAR POR EMBARGO DERRAMADO


Veja dá uma capa de luto na edição desta semana, com uma só chamada:

 Manchete da reportagem:
A JUSTIÇA SE CURVA. OS MENSALEIROS RIEM

Faz a crônica de um luto anunciado. Os mensaleiros até podem ir para a cadeia. Quem não pode ir é Zé Dirceu. Braço direito do capo di tutti i capi, o ex-ministro conhece coisas que a nossa vã informação desconhece. Se for em cana, por certo abrirá a boca. Abrindo a boca, demole a reputação do homem que realmente deveria estar na cadeia.

A quem interessa o crime? A quem interessava a compra de deputados? A Zé Dirceu é que não, afinal para o ministro tanto fazia como fizesse se os deputados votassem assim ou assado. O que estava na berlinda era o governo de Lula. Zé Dirceu não se beneficiaria pessoalmente comprando votos para tungar os aposentados. Mas o governo sim.

Ser corrupto não é para qualquer um – afirmava eu no ano passado. É para quem pode. E mais: exige trabalho. Por mais dura que seja sua jornada, certamente Carlinhos Cachoeira, Zé Dirceu, Maluf, Delúbio, Marcos Valério suaram mais a camiseta que você. Não se constrói uma quadrilha eficiente sem esforço e dedicação. São centenas de milhares de horas-homem de trabalho.

O mensalão começou a ser montado no dia 10 de fevereiro de 1980, no colégio Sion, em São Paulo, quando o PT foi criado. Foram mais de vinte laboriosos anos de trabalho de consolidação da quadrilha. Ser honesto pode não compensar muito. Mas sem dúvida é menos trabalhoso.

Corrupção não dá recibo. Daí a impunidade de seus agentes. Até os cisnes do lago do Itamaraty sabem que Zé Dirceu está à cabeça da quadrilha que comandou a operação. Daí a prová-lo, são outros quinhentos. Para condenar o mandalete de Lula, Joaquim Barbosa foi cavoucar no direito alemão a exótica teoria do domínio do fato. A teoria foi criada por Hans Welzel em 1939 para julgar os crimes ocorridos na Alemanha pelo Partido Nazista. Consiste na aplicação da pena ao mandante de um crime, mas como autor e não como partícipe do crime. Na época do julgamento dos crimes do Partido Nazista, devido à jurisprudência alemã, a teoria não foi aceita.

A teoria só ganhou projeção internacional em 1963, quando Claus Roxin publicou a obra Täterschaft und Tatherrschaft . Negro que fala alemão é um perigo, costumo afirmar. Para ser aplicada a teoria, é necessário que a pessoa que ocupa o topo de uma organização emitir a ordem do crime e comandar o fato.

Joaquim Barbosa não ousou ir até o fim do caminho. Quem comandava os fatos? Certamente não era Zé Dirceu. Na Folha de São Paulo de hoje, Ives Gandra põe pra fora da boca o que estava na ponta da língua de todos.

- O domínio do fato é novidade absoluta no Supremo. Nunca houve essa teoria. Foi inventada, tiraram de um autor alemão, mas também na Alemanha ela não é aplicada. E foi com base nela que condenaram José Dirceu como chefe de quadrilha. Aliás, pela teoria do domínio do fato, o maior beneficiário era o presidente Lula, o que vale dizer que se trouxe a teoria pela metade.

Os juízes do STF têm agido como formigas enlouquecidas ante a proximidade de um temporal. Tomam decisões insólitas sem prever as graves conseqüências, a longo prazo, de suas irresponsabilidades. Em reportagem de capa, na edição de hoje, o Estadão aponta uma delas.

“A decisão do Supremo Tribunal Federal de permitir um novo julgamento para parte dos condenados no processo do mensalão - a partir do acolhimento dos embargos infringentes -, pode beneficiar réus de 306 ações penais que se arrastam na Corte, sem previsão de conclusão. Enquanto advogados de defesa se empolgam com a possibilidade de lançar mão de mais um recurso, ministros e ex-integrantes do STF revelam apreensão com o efeito dominó da decisão”.

Beneficiários? Entre outros, esses impolutos vultos da pátria, como os deputados Paulo Maluf e Eduardo Azeredo, e os senadores Fernando Collor de Mello e Jader Barbalho , que respondem ações por crimes.

Segundo o jornal, um outro ministro que rejeitou empurrar para 2014 o desfecho do mensalão é categórico. "Se entrar (embargos infringentes) para todas as ações nessa situação (com 4 votos), será a inviabilidade do tribunal. Já imaginou? Toda vez que tiver quatro votos vai ficar rejulgando? O tribunal não consegue nem julgar as ações originárias!", disse o ministro, que pediu anonimato.

O mesmo reitera o ex-ministro Eros Grau, ainda no Estadão:

- Há inúmeras ações penais a serem ainda apreciadas e, sem dúvida, em todos os casos em que houver quatro votos favoráveis ao réu, o moto perpétuo processual será instalado. O Supremo será transformado em um tribunal penal de terceira instância.

Agora não adianta chorar sobre embargos derramados. Se a Veja acha que os mensaleiros riem, está sendo tímida em sua manchete. A elite dos corruptos está rindo. Impunidade ampla, geral e irrestrita para todos.


23 de setembro de 2013
janer cristaldo

CARTAS EM PRODUTOS CHINESES TRAZEM APELOS DESESPERADOS

           
          Notícias Faltantes - Comunismo 
cartachinêsJulie Keith, uma mãe do Oregon (EUA), enregelou-se ao encontrar uma carta meticulosamente oculta dentro de um pacote para Halloween “made in China” que ela comprou na loja Kmart.

Grafada num inglês trêmulo, a mensagem imergiu-a num cenário de horror pelo qual ela jamais imaginaria que pudesse passar.

O autor estava preso num campo de trabalho forçado em Masanjia, no norte da China, trabalhando 15 horas diárias durante toda a semana sob o látego de desapiedados guardas.

“Se você comprar este produto, por favor, mande esta carta para a Organização Mundial de Direitos Humanos”, leu Julie. “Milhares de pessoas na China, que sofrem a perseguição do Partido Comunista, ficar-lhe-ão gratas para sempre”.

Quanto ao preço que os comunistas pagam por sua liberdade e pela dos demais presos, Zhang diz na carta que é “quase não pagamento”, pois os 10 yuans mensais por ele referidos equivalem a 3,89 reais!

Julie encaminhou ao governo esta carta que era mais um dramático apelo à comunidade internacional para a realidade do regime escravagista chinês encravado na “reeducação através do trabalho”. A reportagem é do influente “The New York Times”.

Na realidade, a carta provinha de uma das tantas colônias penais onde não se sabe quantos críticos do governo, religiosos, simples cidadãos “caçados” para completar o número de trabalhadores e pequenos criminosos podem passar quatro anos sem julgamento segundo a lei. A galáxia do horror.


julie
Julie Keith não podia acreditar: a tragédia entrou em seu lar
num produto "made in China".

Fato singular: Zhang, 47 anos, ex-detento de Masanjia, confessou recentemente ser o autor da carta. Reconheceu que essa foi uma das mais de 20 cartas que na fábrica-prisão onde se achava confinado ele colocou em produtos destinados ao Ocidente.

Muitos ex-detentos que como Zhang conseguiram sair do universo carcerário socialista chinês descreveram um quadro de abusos estarrecedores, espancamentos frequentes e privação de sono de prisioneiros acorrentados semanas a fio em posições doloridas.

A morte de colegas por suicídio ou doenças fazia parte do pão quotidiano.
“Às vezes os guardas puxavam-me pelos cabelos, colavam na minha pele barras ligadas à eletricidade, até que o cheiro de carne queimada enchia a sala”, disse Chen Shenchun, 55, que passou dois anos num desses campos.

A maioria dos escravos-operários de Masanjia foi presa por causa de sua crença. Mas o regime os mistura com prostitutas, drogados e ativistas políticos. As violências se concentram naqueles que se recusam a renegar sua fé.

masanjia
                                       Sede de comando do campo de concentração de Masanjia.
Os chefes do campo de concentração não atendem pedidos de entrevista. Também os guardas temem abrir a boca. Um deles respondeu segundo a cartilha oficial: “Não há prisioneiros aqui. São todos estudantes.”

Tampouco quiseram dar entrevista os executivos da Sears Holdings, dona da loja Kmart que vendeu o pacote com a carta. Afinal de contas, ficam parecendo escoadouros de um negócio sinistro.

Um porta-voz da empresa declarou que a investigação interna realizada após a descoberta da carta nada teria encontrado no sentido do uso de trabalho escravo nos produtos que vende. A falta de transparência informativa da empresa ficou pior quando o referido porta-voz se recusou a dar o nome da fábrica chinesa envolvida no caso.

Zhang estava proibido de ter canetas e papéis, mas surrupiou-os num escritório enquanto fazia limpeza.
 
Ele redigia enquanto seus colegas de cela dormiam, e escondia as cartas dentro das barras de ferro do beliche até começar a embalagem dos produtos destinados ao Ocidente.
 
Julie conta: “Quando abri a caixa e minha filha encontrou a carta, duvidei que fosse verdade. Mas então pesquisei no Google ‘Masharjia’ e vi que esse não era um lugar legal” – declarou.

Ela repassou a carta a um órgão governamental americano. A matéria é explosiva e a administração Obama adota uma atitude de subserviência diante das práticas inumanas chinesas.

No fim, um porta-voz do governo defendeu que casos complicados como esse levam muito tempo para serem averiguados.

Ou seja, é para nunca serem esclarecidos e nenhuma decisão proporcionada ser adotada.

Como no caso de Zhang...

Da próxima vez que o leitor for comprar algum produto chinês, pense na tragédia que pode estar levando para casa.
 
23 de setembro de 2013
Luis Dufaur

O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO REVELA O MAIOR CRIME DA HISTÓRIA 2


Na China: Reforma Agrária, “salto para a frente” e a maior fome da História
 
 
Enquanto os líderes comunistas Mao-Tsé-Tung e Peng Chen posam para fotos, cerca de trinta milhões de chineses morrem de fome...
A China de Mao-Tsé-Tung seguiu as pegadas da Rússia com aspectos surpreendentes. Assim que se apossava de uma região, o comunismo chinês empreendia a Reforma Agrária. Mas antes de eliminar os proprietários, desmoralizava-os o quanto podia. Eles eram por exemplo submetidos ao “comício da acidez”: os parentes e empregados deviam acusá-los das piores infâmias até que “entregassem os pontos”, sendo então executados pelos presentes. Um proprietário teve que puxar um arado sob as chibatadas de colonos, até perecer. Chegou-se a obrigar membros da família de um fazendeiro a comer pedaços da carne dele, na sua presença, ainda vivo! A Reforma Agrária chinesa extinguiu de 2 a 5 milhões de vidas, sem contar aqueles que nunca voltaram entre os 4 a 6 milhões enviados aos campos de concentração.



Outra fábrica-prisão: produtos para exportação
Em 1959, Mao propôs o “grande salto para a frente”, que consistiu em reagrupar os chineses em comunas populares, sob pretexto de um acelerado progresso. Foi proibido abandonar a comuna, as portas das casas foram queimadas nos altos fornos, e os utensílios familiares transformados em aço. Iniciaram-se construções delirantes. Os responsáveis comemoravam resultados fulgurantes e colheitas astronômicas. Mas logo começou a faltar o alimento básico. Barragens e canais viraram pesadelo para seus construtores escravos. A indústria parou. A fome mais mortífera da História da humanidade sacrificou então 43 milhões de vidas! Era proibido recolher as crianças órfãs ou abandonadas. O regime reprimia os famintos, entes não previstos na planificação socialista...


O sistema amarelo de campos de concentração foi (e continua sendo) o maior do mundo. Até meados dos anos 80, mais de 50 milhões de infelizes passaram por ele. A média de ingresso nesse sistema é de 1 a 2 milhões de pessoas por ano, e a população carcerária atinge, em média, a cifra de 5 milhões. Os presos-escravos vivem psiquicamente infantilizados, num sistema de autocríticas e delação mútua. Esses cárceres, disfarçados em unidades industriais do Estado, desempenharam importante papel nas exportações chinesas. Pense nisso o leitor quando lhe oferecerem um produto chinês a preço ínfimo...
Revolução Cultural: eliminação radical da tradição e do pensamento


O historiador Chien Po Tsan é entregue à sanha dos agitadores maoístas que consideravam todos os intelectuais como inimigos de classe
Em 1966, Mao lançou a Revolução Cultural. Tratava-se de reduzir a pó os vestígios do passado, de eliminar tudo quanto falasse da alma espiritual ou evocasse a beleza. Os cenários e guarda-roupas da Ópera de Pequim foram queimados. Tentou-se demolir a Grande Muralha, e os tijolos arrancados serviram para construir chiqueiros! Era proibido possuir gatos, aves ou flores!


À palavra intelectual acrescentava-se sempre o qualificativo fedorento. Os professores deviam desfilar por ruas e praças em posições grotescas, latindo como cães, usando orelhas de burro, se auto-denunciando como inimigos de classe. Alguns, sobretudo diretores de colégio, foram mortos e comidos. Templos, bibliotecas, museus, pinturas, porcelanas viraram cacos ou cinzas.
Os mortos são calculados entre 400 mil a 1 milhão, e os encarceramentos em torno de 4 milhões: uma alucinante ninharia, se comparada aos massacres da Reforma Agrária e do “salto para a frente”! Apesar disso, a Revolução Cultural serve até hoje como fonte de inspiração para revoluções do gênero.
Genocídio comuno-ecológico no Camboja


"Museu do Genocídio", onde estão expostos milhares de crânios de vítimas não identificadas do Kmer vermelho, criado pelo governo pró-vietnamita, após a queda do abominável regime de Pol Pot
A China moldou os regimes comunistas do Oriente. Particularmente o do Camboja, onde os guerrilheiros vermelhos exterminaram mais de um quarto da população nacional. Logo após a conquista da capital, Phnom Penh, metade dos habitantes do país foi impelida para as estradas. Doentes, anciãos, feridos, ex-funcionários, militares, comerciantes, intelectuais, jornalistas eram chacinados no local. 41,9% dos habitantes da capital foram eliminados nessa ocasião. Para poupar bala ou por sadismo, matava-se com instrumentos contundentes.


As multidões de ex-citadinos foram conduzidas a campos coletivizados. Ali trabalhavam em condições duríssimas, recebiam horas de doutrinação marxista, com pouco sono, separação total da família, vestimentas em farrapos e sem remédios.
O país transformou-se num só conglomerado de concentração. Não havia tribunais, universidades, liceus, ensino, moeda, comércio, medicina, correios, livros, esportes ou distrações. Os ex-citadinos viraram bestas de carga, enquanto ouviam elogios do boi que trabalha sem protestar, sem pensar na mulher e nos filhos.

Vestiam um uniforme único, de cor preta, e se arrastavam famintos pelos campos mal explorados. Os fugitivos sumiam na selva ou eram sadicamente chacinados. Comiam insetos, ratos e até aranhas, disputavam com os porcos o farelo das gamelas. Grassava o canibalismo. Designavam-se prisioneiros para serem transformados em adubo! Por vezes, na colheita da mandioca, “desenterrava-se um crânio humano através de cujas órbitas saíam as raízes da planta comestível” (p. 728).


Os chefes comunistas Cambojaanos haviam estudado na França, onde militaram no Partido Comunista Francês, tendo então conhecido as novas doutrinas ecológicas... Sua meta: eliminar o senso da própria individualidade, todo sentimento de piedade ou amizade, qualquer idéia de superioridade. Assim, queriam forjar o “homem novo”, integrado na natureza, espontaneamente socialista, detentor de um saber meramente material, de um pensamento que não pensa.
Resultado: diminuição demográfica de 3,8 milhões de pessoas; 5,2 milhões de sobreviventes; 64% dos adolescentes órfãos; e um povo psiquicamente arrasado.
Como explicar incógnitas pendentes?


Foto clandestina: fábrica-prisão na China...
O Livro Negro do Comunismo ocupa-se muito pouco – e mal – da América Latina. Ignora inteiramente guerrilhas como as havidas no Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Por quê?


Após tal leitura, densa e documentada, um mundo de interrogações permanece na cabeça do leitor. O que foi feito na Rússia dos campos de concentração? Eles existem ainda? Ou foram extintos? Se existem, por que ninguém fala deles? Se foram extintos, que mistério explica o fato de os grandes órgãos de imprensa do Ocidente não enviarem jornalistas para entrevistar as vítimas ou filmar os locais de tortura e morte?

Chinês é metralhado a sangue-frio pelo soldado comunista
Por que as ONGs humanitárias não procuraram na Sibéria ou alhures eventuais sobreviventes? E por que a coorte de defensores dos “direitos humanos” não se interessou pelo destino final desses milhões de vítimas? E como explicar ainda seu silêncio sobre os atuais cárceres-fábricas chineses?


Nada! Nada é feito! E quando vozes se levantaram para pedir uma Nüremberg para julgar os crimes do comunismo, um pesado véu baixado pela mídia afogou a iniciativa. O que ocorreu?
Os autores marxistas do Livro Negro do Comunismo alegam tê-lo escrito porque “não se pode deixar a uma extrema direita cada vez mais presente o privilégio de dizer a verdade” (p. 45). Porém, no ideário da extrema direita ocidental, o que existe de consistente nesse sentido? O grande lance anticomunista de repercussão mundial sobre o assunto foi o lúcido e brilhante manifesto de autoria do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, intitulado Comunismo e anticomunismo na orla da última década deste milênio (7), amplamente divulgado pelas TFPs e entidades afins dos cinco continentes.
São as TFPs e suas congêneres que esses autores tiveram em vista? Por que suscitam elas essa inquietação na esquerda, notadamente a francesa? Se o comunismo de fato estivesse morto, para que tanto dispêndio de tempo e esforços? Para cortar o caminho ao anticomunismo, que se diria igualmente morto? Por que, então, essa preocupação com o anticomunismo? Alguma razão deve haver, e por certo não deve ser desprezível. – Qual é ela?
Seja como for, uma coisa é inquestionável: Os dados publicados nesse Livro Negro confirmam uma vez mais o acerto da oposição cerrada contra o comunismo levada a cabo pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, durante todo o tempo de sua longa atuação pública. Oposição essa que seus fiéis seguidores – hoje reunidos em diversas TFPs e associações afins – mantêm acesa, num mundo que procura não ver o perigo representado pelo comunismo chinês, cubano, vietnamita, norte-coreano. Para não falar em regimes socialistas implantados em numerosos países que – sobretudo através da Revolução Cultural (homossexualismo, aborto, amor livre etc.) – vão empurrando as mentalidades para o pantanal comunista.
Ao final de sua leitura, o Livro Negro do Comunismo deixa um vasto leque de incógnitas a desafiar a perspicácia de qualquer um, além de abundante matéria de reflexão para o atilado e inteligente leitor brasileiro.
1) Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, O livro negro do comunismo. Crimes, terror e repressão, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 1999, 917 págs.

2) Cfr. “Le Monde”, Paris, 3-8-99.
3) “Veja”, S. Paulo, 3/11/1999.
4) “Expresso”, Lisboa, 6-11-98.
5) Cfr. “Jornal do Brasil”, 30-10-99.
6) Zenit, 2-9-1999.
* * *
Enlouquecimento? Ou possessão diabólica coletiva?

Katyn (Rússia), abril de 1943. Os alemães descobrem em fossas cadáveres de 4.500 oficiais poloneses. Uma comissão da Cruz Vermelha concluiu que eles foram executados pelos soviéticos, na primavera de 1940. Assim, o oficial polonês, empalado pelos comunistas ainda durante a Revolução bolchevista, é um infeliz precursor da matança de seus compatriotas em Katyn
Em plena Revolução bolchevista, a famosa revista francesa “L'Illustration” coleção 1920 a 1925, p. 38, publicou matéria inédita. Tratou-se de mórbida fotografia do cadáver de um oficial polonês empalado, contemplado pela soldadesca comunista. A revista quis ilustrar com essa fotografia a inexplicável e antinatural ausência de reflexos humanos, bem como a indiferença absoluta dos soldados vermelhos. O que teria anestesiado as reações instintivas daqueles homens?


“L'Illustration” acrescenta que o crime foi ordenado por uma pessoa que, na frívola Paris da época, distinguia-se como um gozador, cético em matéria de religião, mas bom rapaz, engraçado, grande jogador de bridge e freqüentador de bailes. Que fator misterioso transformou-o, subitamente, em feroz comissário bolchevista?
* * *
Uma alta autoridade eclesiástica parece oferecer-nos uma explicação indireta para o fato. Trata-se de Mons. André Sheptyskyj, Arcebispo de Lvov e Patriarca de Halich, líder da Igreja Católica na Ucrânia durante as perseguições de Lenine e Stalin. No início da II Guerra Mundial, escreveu ele à Santa Sé: “Este regime só pode se explicar como um caso de possessão diabólica coletiva”. E pediu ao Papa que sugerisse a todos os sacerdotes e religiosos do mundo que “exorcizassem a Rússia soviética” *. Mons. Sheptyskyj faleceu em 1944. Seu processo de beatificação está em andamento.
A crueldade inumana da seita socialo-comunista e a desproporção entre seus satânicos feitos e os êxitos que alcançou são de molde a confirmar a impressionante declaração do heróico Prelado ucraniano.
* Pe. Alfredo Sáenz S.J., De la Rusia de Vladimir al hombre nuevo soviéro tico, Ediciones Gladius, Buenos Aires, 1989, pp. 438-439.
 
23 de setembro de 2013
pesadelo chinês
                                                           |                             

O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO REVELA O MAIOR CRIME DA HISTÓRIA 1

 
Documentada obra de autores esquerdistas – que dizem antecipar-se a uma possível utilização pela direita de inédito documentário dos delitos comunistas – traz consigo incógnitas que dão o que pensar sobre os rumos do mundo atual



"A fome não só destruiu a fé no Czar, como também a fé em Deus”. Quem terá pronunciado essas palavras brutais e cínicas?
Vladimir Ilitch Oulianov, vulgo Lenine, homem símbolo do comunismo soviético – o maior crime cometido na História – utilizou a fome como meio “didático” de transformar a sociedade e extirpar qualquer fé religiosa. Ele, a exemplo de Marx, considerava a religião o “ópio do povo”.
O livro, objeto deste artigo, examina os frutos criminosos desse regime monstruoso.
O século XX deixou pesadas heranças. Entre elas, os erros da Rússia espalhados pelo mundo, como previu Nossa Senhora em Fátima. Erros que se condensaram numa bandeira tinta de sangue: a do comunismo. Hoje, no Brasil, eles são exumados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) e outros afins – a par do folclore sinistro de Marx, Lenine, Mao e Che Guevara –, ao promoverem invasões e depredações, semeando a tensão no campo e na cidade. Enquanto na vizinha Colômbia a guerrilha marxista-leninista já efetivamente domina parte do país.
O Livro Negro do Comunismo, há pouco editado no Brasil (1), pôs em foco a magnitude dos crimes gerados por esses erros. Desde que foi publicado na França, em 1997, ele suscita apaixonadas polêmicas. Numerosos simpatizantes do comunismo saíram da moita em defesa do partido. No Parlamento francês, o Primeiro-ministro socialista Lionel Jospin correu em socorro de seus aliados do Partido Comunista, denunciados por deputados da direita com base no referido Livro Negro (2). Apareceu até um volume criticando essa obra, ironicamente intitulado Livro Negro do Capitalismo, aliás tão pífio que a revista “Veja” o qualificou de “obra idiota e estapafúrdia” (3).
O Livro Negro do Comunismo foi escrito por esquerdistas. O coordenador da equipe é Stéphane Courtois, diretor da revista Communisme e diretor de investigações do prestigioso Centre National de la Recherche Scientifique de Paris. Ele vem do maoísmo e se define como anarquista (4). Os títulos e obras dos demais colaboradores ocupam algumas páginas. Por sua vez, a Rússia abriu-lhes arquivos até então zelosamente fechados.
A erudição é esmagadora, e a realidade retratada, estarrecedora. Segundo os cálculos, o comunismo é responsável por cerca de 100 milhões de mortos. Só na China somam 63 milhões, e na Rússia 20 milhões. E isso apesar de os autores minimizarem as cifras. Exemplos: a Comissão sobre Repressão do governo russo concluiu que os bolchevistas mataram pelo menos 43 milhões de pessoas entre 1917 e 1953 (5). Na Coréia do Norte, segundo a agência católica Zenit (6), o comunismo matou de fome 3,5 milhões, sete vezes mais do que os autores informam.
Mito da Revolução Francesa: modelo para esquerdas contemporâneas
Lenine posa diante de uma monstruosa cabeça de Danton, em Moscou, para um filme de propaganda soviética
O Livro Negro carateriza o comunismo como intrinsecamente criminoso, genocida, muito mais nocivo à humanidade que o nazismo ou qualquer totalitarismo do século XX, enquadrando-o no gênero de crime contra a humanidade. Teses que deixam em maus lençóis as esquerdas, inspiradas, todas elas, no mesmo sonho igualitário.

Para o Livro Negro do Comunismo, a emulação com a Grande Revolução –a Francesa de 1789– é que moveu os revolucionários vermelhos. Robespierre abriu o caminho, Lenine e Stalin lançaram-se nele, os Khmers Vermelhos do Camboja bateram recordes genocidas. Para todos eles, a utopia igualitária e libertária tudo justificava. Exterminar milhões não importava, em sua opinião, porque assim nasceria um mundo novo, fraternal, para um homem novo liberto da canga da hierarquia e da lei.
O obstáculo a varrer era a propriedade privada. E o adversário a eliminar eram os proprietários. Os comunistas atiraram-se ferozmente sobre eles do mesmo modo como Robespierre encarniçara-se contra os nobres.
Da Reforma Agrária à Guerra Civil
Devido à guerra civil e à política bolchevista em relação ao campo, uma terrível fome devastou as regiões do rio Volga, nos anos de 1921/22...
Na Rússia – como em geral nos países que caem nas garras do comunismo -- tudo começou pela Reforma Agrária. Sob o tzarismo, os agitadores incitavam à partilha negra de terras invadidas. Era a luta de classes dos sem-propriedade contra os proprietários rurais, grandes ou pequenos.

O desastroso desenlace da IGuerra Mundial deixou a Rússia numa situação caótica. O tzar abdicou e foi substituído por políticos centristas, concessivos à esquerda. Em face disso, a minoria comunista ousou o inconcebível e apoderou-se do governo quase sem resistência.
Logo a seguir, Lenine declarou a Guerra Civil contra os proprietários. Comitês revolucionários de intelectuais comunistas conduzindo uma tropa de “elementos criminosos e socialmente degenerados” (p. 127) instauraram o terror. A droga corria farta entre eles. Os proprietários de milhares de fazendas invadidas foram mortos ou fugiram para o exterior. Os donos de roças ou chácaras ficaram, provisoriamente. Em 29 de abril de 1918, Lenine decretou “uma batalha cruel e sem perdão contra esses pequenos proprietários” (p. 83).
Os bolchevistas passaram a desarmá-los e a lhes confiscar o grão. Quem resistia era torturado ou espancado até a morte. Roubavam-lhes até a roupa interior de inverno e os sapatos, ateavam fogo nas saias das mulheres para que dissessem onde estavam sementes, ouro, armas e objetos escondidos. As violações praticadas então pelos comunistas foram sem conta.
Entretanto, em julho-agosto de 1918, os bolchevistas perderam o controle de quase todo o país. E na região que dominavam eclodiram 140 insurreições. Os proprietários agrícolas formaram exércitos de até dezenas de milhares de homens. Porém, estes não compreendiam a natureza ideológica do adversário e que era preciso opor-lhe uma ideologia anticomunista. Repetiam inadvertidamente o jargão dos bolchevistas, pensando com isso seduzi-los. Ingenuidade! Os comunistas maquiavelicamente propunham arranjos, atribuíam os excessos a funcionários e prometiam uma solução assim que os anticomunistas entregassem as armas. Isto feito, matavam-nos desapiedadamente.
Brutal nacionalização da indústria e primeira grande fome
...ceifando 5 milhões de pessoas, sendo as crianças suas primeiras vítimas
Tendo confiscado o alimento, o governo reduziu o povo pela fome. Só comia quem possuísse o cartão de racionamento distribuído pelo partido... Havia seis categorias de estômagos excomungados. Os burgueses, os contra-revolucionários, os proprietários rurais, os comerciantes, os ex-militares, os ex-policiais foram condenados ao desaparecimento.

Nas cidades, as fábricas pararam. Os operários trocavam ferramentas e máquinas furtadas das oficinas por alimentos. A ditadura soviética nacionalizou, então, as indústrias e as militarizou. Trabalhava-se sob ameaça. A ausência podia acarretar a morte. O pagamento não ultrapassava um terço ou metade do pão necessário para a sobrevivência.
As inúmeras revoltas operárias foram afogadas em sangue. O paraíso igualitário estava começando... “As cidades devem ser impecavelmente limpas de toda putrefação burguesa .... O hino da classe operária será um canto de ódio e de vingança!”, escrevia o “Pravda” – jornal oficial -- em 31 de agosto de 1918.
A fome prostrou a população. Em 1922 não havia mais revoltas, apenas multidões apáticas implorando uma migalha e morrendo como moscas. Foi o início da primeira grande fome que ceifou 5 milhões de vidas.
Os cadáveres insepultos acumulavam-se nas estradas. Surgiu o canibalismo. Os comunistas deitaram a mão nos bens da igreja cismática (dita ortodoxa), majoritária na Rússia. O confisco ocorreu com profanações e carnavais anti-religiosos. Após sucessivas ondas aniquiladoras, pouquíssimos templos permaneceram abertos. Os “Popes” (chefes da igreja cismática) transformados em agentes do Partido.
A sangrenta estatização dos campos
Dois comissários bolchevistas, com dois motoristas, exercendo sua sinistra atuação no campo russo
A Reforma Agrária prometeu terra aos que não a possuíam. Mas na verdade o comunismo desejava implantar os kholkhozes, isto é, granjas comunitárias pertencentes ao Estado, onde os camponeses obedecem como servos à planificação socialista.

Stalin completou a estatização do campo decretando o extermínio imediato de 60 mil chacareiros e o exílio da grande maioria para campos de concentração da Sibéria. Mesmo os simpatizantes do governo perderam tudo, sendo deslocados para terras incultas de sua região. Em poucos dias, a meta de 60 mil assassinatos foi superada. Em menos de dois anos foram deportados 1.800.000 proprietários e familiares. A viagem mortífera, em vagões de gado, durava várias semanas, sem alimento nem água. Os comboios descarregavam os cadáveres nas estações. Os locais de acolhida eram ermos, sem instalações básicas. As baixas por inanição, doença ou frio atingiram mais do 30% dos deportados, no primeiro ano.
Como nas granjas coletivas os assentados desenvolviam resistência passiva às normas, Stalin decidiu submetê-los pela fome. As reservas de alimentos, sementes e ferramentas foram confiscadas. Carentes de tudo, os camponeses abandonavam os filhos na cidade próxima. Em Jarkov, crianças famintas lotavam as ruas. As que ainda não haviam inchado foram conduzidas a um galpão, onde agonizaram aproximadamente 8 mil crianças. As outras foram despejadas num local longínquo para morrerem sem serem vistas. Esta fase final da Reforma Agrária provocou 6 milhões de mortes.
O Grande Expurgo: 6 milhões de vítimas

Em janeiro de 1930, os pequenos comerciantes, artesãos e profissionais liberais foram “desclassificados”, isto é, privados de moradia e de cartão de racionamento. E, por fim, deportados.
Stalin excogitou também o Grande Expurgo nas fileiras do partido e da administração pública. Universidades, academias e institutos diversos foram quase esvaziados. Até Tupolev, inventor do tipo de avião que leva seu nome, foi vítima. A alta oficialidade do Exército foi expurgada numa porcentagem de 90%. A mortandade causada pelo Grande Expurgo atingiu mais de 6 milhões de pessoas, embora oficialmente só tenha havido 681.692 execuções.
Durante a II Guerra Mundial, o comunismo russo dizimou as minorias étnicas. Mais de 80% dos 2 milhões de descendentes de alemães que moravam na URSS foram expurgados como espiões e colaboradores do inimigo. Várias outras etnias foram supressas.
Os expurgos alimentavam o gigantesco sistema de campos de concentração, onde os deportados funcionavam como mão-de-obra escrava para sustentar a economia soviética. Nesses locais, a alimentação era ínfima e nojenta, e a mortalidade pavorosa.
Na Europa Oriental: “requinte” do modelo russo e cruel perseguição anticatólica

Na Europa do Leste, ocupada pelos russos, reproduziu-se o mesmo drama. Em alguns países, o comunismo requintou a perversidade. Na prisão romena de Pitesti os estudantes religiosos eram batizados todos os dias, enfiando-se-lhes a cabeça em baldes cheios de fezes, enquanto era rezada a fórmula batismal. Os seminaristas deviam oficiar missas negras, especialmente na Semana Santa. O texto litúrgico era “pornográfico e parafraseava de forma demoníaca o original” (p. 495).
A perseguição tornou-se encarniçada contra o clero católico. Um Bispo greco-católico escreveu este testemunho comovedor: “Durante longos anos, suportamos, em nome de São Pedro, a tortura, os espancamentos, a fome, o frio, o confisco de todos os nossos bens, o escárnio e o desprezo. Beijávamos as algemas, as correntes e as grades de ferro das nossas celas como se fossem objetos de culto, sagrados; e a nossa farda de prisioneiros era o nosso hábito de religiosos. Nós havíamos escolhido carregar a cruz, apesar de nos proporem sem cessar uma vida fácil em troca da renúncia a Roma. .... Hoje, apesar de todas as vítimas, a nossa Igreja possui o mesmo número de Bispos que havia na época em que Stalin e o Patriarca ortodoxo Justiniano triunfalmente a declararam morta” (p. 486).
 
23 de setembro de 2013
Luís Dufaur


 



 
 

 
                         
     

     


    A CURVA FORA DO PONTO

                
              Artigos - Governo do PT 
    A porta que abriram amplia o infinito sistema recursal brasileiro, tornando ainda mais inconclusos e procrastináveis os julgamentos de réus endinheirados.
     

    A decisão do STF que beneficiou com novo julgamento os réus mais bem apadrinhados do Mensalão, levou-me a uma crônica de Eça de Queiroz. O texto é de outubro de 1871. Falava-se em uma estrada de ferro para ligar Portugal à Espanha e se conjeturava, em Lisboa, sobre as receitas que proporcionariam os espanhóis atraídos pelas belezas e delícias da terrinha. Escreveu, então, o mestre lusitano: "A companhia dos caminhos de ferro, com intenções amáveis e civilizadoras, nos coloca em embaraços terríveis: nós não estamos em condições de receber visitas!"
     
    Tampouco nós, brasileiros, estamos em condições de as receber. A leitura dos jornais deveria ser feita a portas fechadas, com as persianas corridas, para nosso constrangimento não ser visto. Passamos da fase em que havia certa estética nos escândalos. As bocas formavam redondos "ós" e as mãos caíam em desolada consternação. Lia-se a respeito com pruridos de honra ultrajada. Hoje, centenas de escândalos mais tarde, a vergonha fez-se de todos. É nacional. Quanta vergonha! Não, não estamos em condições de receber visitas!
     
    A credibilidade do Supremo Tribunal Federal exalou longo e enfermo suspiro. Exalou-o de modo audível enquanto Celso de Mello, visivelmente faceiro, naquele estilo em que as palavras parecem extravasadas de um compêndio de gramática, pronunciava seu voto sobre a admissibilidade dos embargos infringentes no curso da Ação Penal 470. Ah, as citações latinas de Celso de Mello! Enquanto as disparava, corretas e certeiras, o ministro feria de modo doído e grave as sadias expectativas nacionais.
     
    Luis Roberto Barroso, pouco antes de ocupar a vaga aberta pela aposentadoria de Ayres Britto, observou que o julgamento do Mensalão fora um ponto fora da curva na história das decisões do Supremo. Com isso, o ministro expressou sua convicção de que, ou a curva estava errada em todos os seus pontos (o conjunto das ações penais anteriormente julgadas), ou o julgamento do Mensalão fora um erro.
    A sociedade brasileira, em sua imensa maioria, pensa de outro modo. Eu sei, muito bem, que os ministros do STF não devem molhar o dedo na boca e erguê-lo ao ar para captar os ventos da opinião púbica antes de emitirem seus juízos. A função do Judiciário não é essa. Mas...
     
    ***
     
    Mas... cinco respeitáveis e experientes ministros tinham convicção diferente (compare-os com o que você pode observar sobre aqueles a quem ele acompanhou com o decisivo voto que proferiu). Mas... foi afirmado muitas vezes no plenário, sem sofrer contestação: "O Supremo nunca julgou duas vezes o mesmo caso".
     
    Mas..., ao votarem pela admissibilidade dos embargos infringentes, os ministros inovaram. E resolveram fazê-lo, coincidentemente, no mais escandaloso processo judicial da história, processo em que constam como réus expressivas figuras da República.
    Mas... a porta que abriram amplia o infinito sistema recursal brasileiro, tornando ainda mais inconclusos e procrastináveis os julgamentos de réus endinheirados.
    Mas... o ministro desempatador jogou o Judiciário no poço do descrédito, com consequências que se multiplicarão no tempo, em milhares de outros casos.
    O resultado foi uma curva fora do ponto, se entendermos como "ponto" o justo e novamente frustrado anseio dos cidadãos que apenas querem ler os jornais, janelas abertas, sem se envergonharem de suas instituições.
     
    23 de setembro de 2013
    Percival Puggina   
     Publicado no jornal Zero Hora.

    COLÔMBIA: 11 MESES DE NEGOCIAÇÕES EM HAVANA

               
              Internacional - América Latina 
    Com arrogante auto-suficiência Santos pontifica que as FARC se sentaram para negociar porque estão derrotadas, sem se dar conta de que para os comunistas é dogma negociar como parte da guerra, e não como a terminação da mesma.
     
    É muito pobre e quase estéril para a paz da Colômbia, o balanço político-estratégico no fechamento da 14ª rodada de conversações entre os delegado do presidente Santos e os cabeças das FARC, em Havana, Cuba.
    Ao peneirar, observam importantes lucros políticos, propagandísticos e estruturais para o conjunto integral do Plano Estratégico das FARC, e nenhuma vantagem para os objetivos nacionais de segurança, desenvolvimento, paz e direitos das vítimas do narco-terrorismo comunista.
     
    Examinados os fatos e avaliadas as 14 rodadas, saltam à vista preocupantes conclusões, tais como:
     
    1. Enquanto as FARC chegaram à mesa para impor o plano de governo totalitário desenhado pelo Partido Comunista Colombiano, que é o organismo superior do grupo terrorista, os delegados do governo nomeados a dedo e de última hora, chegaram a Oslo e Havana para cumprir sua parte paga com os impostos dos colombianos, com a finalidade de coadjuvar o desejo vaidoso do Prêmio Nobel e da re-eleição de Santos.
     
    2. O desenrolar dos fatos assim o demonstra. As FARC impuseram a agenda, o ritmo, os tempos e a temática do primeiro grande ponto acerca do tema agrário. Deram-se um amplíssimo banho de popularidade, conseguiram que todos os seus comparsas armados e desarmados se colassem na ópera bufa montados na Universidade Nacional com o coro retumbante de delegados comunistas da ONU, passearam pelos três terços da arena aos delegados de Santos e para culminar a rasteira, cravaram a estocada final com a parada do Catatumbo e a infiltração nas greves agrárias que sepultaram qualquer embromação re-eleicionista de Santos, mesmo que este não queira ver nem reconhecer.
     
    3. Como já se anotou em análises anteriores, o Primeiro Grande Acordo entre as partes acerca do tema agrário, não contém nada concreto que favoreça o desenvolvimento integral do agro colombiano, senão que parece um documento demagógico próprio de uma campanha eleitoreira no qual, por desgraça para a Colômbia, colam-se graves pretensões dos terroristas de construir zonas liberadas, controladas pelas FARC.
     
    4. A trituradora comunista, armada e desarmada, pulverizou os fantasiosos congressistas que afanados por fazer conchavos e astúcias para conservar suas imerecidas prebendas, aprovaram um azarado projeto de lei para a paz. Além disso, desenvolveram amplas campanhas de propaganda interna e externa para legitimar o Movimento Bolivariano Clandestino, com um pitoresco nome associado com a “segunda independência”, buscando a candidatura presidencial de sua estafeta predileta, para impor ao governo de transição ao socialismo estabelecido por Tirofijo e Reyes antes de morrer.
     
    5. Do mesmo modo que há três décadas, quando Tirofijo e Jacobo Arenas manipularam Belisario, ou 22 anos atrás quando também manipularam Humberto De La Calle, ou 14 anos atrás quando aproveitaram a incapacidade e falta de caráter de Andrés Pastrana, assim como a carência de estratégia integral de todos os governantes - sem exceção - desde o nascimento das FARC até esta data, em Oslo e Havana as FARC brincaram com a ambição egocêntrica e auto-publicitária de Juan Manuel Santos.
     
    6. Onze meses de conversações estéreis, só serviram para ouvir as mesmas argúcias da propaganda comunista: que as FARC não entregarão nunca as armas, porque elas são a garantia para que se cumpra o pactuado. Que não são nem terroristas nem delinqüentes, senão insurgentes políticos. Que não são verdugos senão vítimas. Que a solução é desmobilizar as Forças Militares, reconhecer as FARC como o novo exército do povo, perdoar-lhes todas as atrocidades cometidas e encarcerar todos os militares que os combateram... Que a Justiça Penal Militar deve desaparecer. Que as FARC são governo em determinadas zonas, etc., etc.
     
    7. Por sua parte, com arrogante auto-suficiência Santos pontifica que as FARC se sentaram para negociar porque estão derrotadas, sem se dar conta de que para os comunistas é dogma negociar como parte da guerra, e não como a terminação da mesma. Que graças à sua genialidade estratégica e o engenho quase celestial de seu ministro de Defesa, Pinzón, morreram muitos cabeças.
    Que foram capturados vários chefes de finanças e muito mais, fruto do trabalho incansável dos soldados, aos quais por inexplicável contradição se lhes nega o pagamento legítimo dos salários de acordo com a Lei 4 de 1992, carecem de defesa jurídica por suas atuações para sustentar Santos e sua casta, e padecem de um inadequado serviço de saúde militar em atividade e na reserva, em que pese ser os que executam as operações militares exitosas, das quais Santos se apropria com tanta facilidade como demagogia.
     
    A lista poderia continuar, porém essa é em linhas gerais a realidade político-estratégica depois de onze meses de inférteis conversações, nas quais as FARC melhor preparadas para ir à mesa e com um plano de governo estruturado na dialética de seu partido, ganharam tempo, continuando a guerra e utilizando para seu projeto a longo prazo a estultícia do mandatário, a incompetência dos delegados oficiais em Havana e a indiferença do Congresso que, em compasso com a indiferença do povo colombiano, mantêm o mesmo problema de há três décadas ou talvez pior.
     
    Embora seja certo que caíram importantes cabeças, as FARC continuam fortes porque nenhum governo dos que as combateram enfocaram a ação política, social, econômica, cultural e militar do Estado, para se opor ao Plano Estratégico, centro de gravidade das FARC.
     
    Por isso a guerra se prolonga. Todos os dias caem terroristas de diversos níveis porém se reciclam outros. Morrem soldados e se incorporam outros, mas claro, sem que os filhos dos aristocratas, dos altos magistrados das altas cortes, dos congressistas e demais burocratas cumpram com o dever de defender a Colômbia no campo de batalha.
     
    Para isso estão os estratos 1, 2 e 3 que, além disso, são os que nutrem com seus jovens as guerrilhas, os bandos criminosos, os narcotraficantes, a delinqüência organizada. Porém, aqui não acontece nada porque Santos está embelezado em sua re-eleição e conta com um amplo círculo de acompanhantes que fazem politicagem com os impostos que os colombianos pagamos.
     
    Esse é o círculo vicioso da guerra e da paz na Colômbia, e o paupérrimo balanço político-estratégico de onze meses de conversações em Havana com os cabeças das FARC.
    E como o Congresso em seu conjunto não tem nem dignidade, nem autoridade moral, nem sentimento patriótico, não há quem ponha os pontos nos “is” para que Santos preste contas ao país em preto e branco de quais são os resultados concretos desta farsa: não as frases de gaveta em comunicados conjuntos das partes, nos quais se assevera que há avanços positivos mas que nada está negociado até agora.

    23 de setembro de 2013
    Cel. Luis Alberto Villamarín Pulido
    Tradução: Graça Salgueiro

    A HISTÓRIA NÃO SE REPETIU

                           
              Artigos - Cultura         
    Quando desde o poder democrático se desconhecem os direitos de propriedade em nome da igualdade e do socialismo, desaparece a criação de riqueza e hoje a Europa é o maior exemplo disso.

    Hegel dizia que a história sempre se repete, e em O 18 Brumário de Luis Napoleão, Marx lhe respondeu: “A primeira vez é tragédia, a segunda é farsa”. Uma vez mais vou discordar, tanto de Hegel quanto de Marx. A tragédia terminou em Waterloo e a farsa terminou na tragédia em Sedan em 1871, o fim da guerra franco-prussiana e o advento do imperialismo alemão. Em Paris chegou a comuna, cujos membros eram anarquistas e marxistas. Sua visão permitiu a Alberdi informar a Sarmento que “existe uma barbárie ilustrada muito mais perigosa para a civilização verdadeira que a barbárie de todos os selvagens da América” (sic).
     
    Repetia-se uma e outra vez a tragédia do Peloponeso, onde pela primeira vez tivemos noção no ocidente de que a opressão se impunha à liberdade mediante a guerra. Esse foi o triunfo de Licurgo sobre Solón. Nessa ofensa chegamos ao século XX quando pela primeira vez na história através da guerra se impôs a liberdade.
     
    Portanto, não creio no historicismo, ou seja, o determinismo histórico. Eu sou protagórico e assim creio como Protágoras, que “o homem é a medida de todas as coisa, das que são e das que não são”. Ou seja, dos acertos e dos erros, e a sabedoria foi reconhecer a falibilidade do homem, que através da guerra se pôs de manifesto na história.

     
    Se analisamos a história podemos ver claramente, tal como mostra Bernstein em sua obra “The Birth of Plenty”, que o ingresso per capita no mundo permaneceu no mesmo nível durante séculos e foi só a partir do século XVIII que se começou a criar riqueza.
    E a pergunta do milhão é: qual foi a razão de que se produzisse esse milagre da história que vista desde o passado pareceria uma utopia? O mundo parece ter aceitado que este milagre se produziu com a chamada Revolução Industrial que começou na Inglaterra entre 1750 e 1850.
    Não obstante, ignora-se a razão de ser deste processo, que se iniciou graças à mudança ético-político que surgiu na Inglaterra com a Glorious Revolution de 1988. Foi a partir desse momento histórico que se aplicaram pela primeira vez os princípios ético-políticos de John Locke, e seguidos por David Hume e Adam Smith.
     
    Já deveríamos ter aprendido que só existe um sistema que permite a criação de riqueza, no qual prevalecem os direitos individuais à vida, à liberdade, à propriedade e o direito à busca da própria felicidade. Esse sistema requer do mesmo modo o respeito por outro princípio fundamental que é que as maiorias não têm direito de violar os direitos das minorias.
    Na prática, tal como reconheceu David Hume, quando se viola este princípio não são as maiorias quem violam os direitos, são as assembléias que pretendem representá-las. E eis aqui o problema presente nos países desenvolvidos do ocidente. Atrevo-me a dizer que quando o gasto público alcança ou supera 50% do PIB, de fato se estão violando os direitos de propriedade, assim como o direito à busca da própria felicidade. Em outras palavras, estou reconhecendo que a economia é o resultado do sistema ético-político e não vice-versa.
     
    Lamentavelmente, esse sistema que foi levado às suas últimas conseqüências pelos founding fathers nos Estados Unidos a partir da Constituição de 1787, foi reconhecido por Marx como capitalismo, para desqualificá-lo eticamente como a exploração do homem pelo homem. Hoje, não obstante a evidência histórica, a política “que tem razões que a razão não conhece”, continua desqualificando-o eticamente por produzir desigualdade econômica.
    Em um artigo recente de Foreign Affairs, Jerry Muller reconhece que o capitalismo gera riqueza, mas do mesmo modo cria desigualdades. Portanto, ele considera que o welfare state (Estado de Bem-Estar) é a solução da integração do capitalismo e a democracia. Nesse julgamento ele certamente ignora a crise européia e o fato manifesto de que na medida em que o gasto público aumentava, se reduzia a zero a taxa de crescimento econômico.
     
    Essa visão é a gerada pela esquerda que determina o poder político no chamado mundo ocidental, e assim se parece ignorar a causa da crise européia. A suposta integração do capitalismo e a democracia, implica o desconhecimento do rule of law.
    A conseqüência é a ignorância das verdadeiras razões do porquê gerou-se riqueza pela primeira vez na história. E, certamente, continua do mesmo modo pendente o porquê gerou-se em alguns países e em outros não. A idéia da teoria da dependência prevalece e Lenin está presente com o seu “Imperialismo, etapa superior do capitalismo”. Lá ele sustentou que:

    “Enquanto o capitalismo continue sendo o que é, o capital excedente não será utilizado para elevar o nível de vida das massas em um país porque isto significaria um declínio nos lucros dos capitalistas, senão com o propósito de incrementar os lucros exportando capital aos países sub-desenvolvidos”.
     
    A história mostrou a falácia dessa asseveração, porém, mesmo assim a demagogia prevalece para explicar assim o suposto fracasso do capitalismo. Dessa forma, o anti-imperialismo, ou seja, o anti-americanismo converteu-se na condição sine qua non para alcançar o poder democraticamente ou justificar o poder ditatorial.
    A China reflete hoje a falácia das palavras de Lenin. Assim, não obstante seu governo supostamente comunista recebe 40% do investimento estrangeiro no mundo, e conseqüentemente cresceu 9% ao ano nos últimos trinta anos e converteu-se na segunda economia mundial.
     
    Outro aspecto a considerar é a razão de ser de que os chamados países emergentes crescem a taxas superiores às dos países desenvolvidos. As razões são várias. A primeira é tecnológica e não política. Os países emergentes no momento não têm que inventar novas tecnologias para incrementar a eficiência produtiva, basta-lhes aplicar as existentes.
    Outra causa é que por razões óbvias os salários nos países emergentes são mais baixos que nos industriais, e conseqüentemente convém às empresas investir nos países emergentes aumentando a competitividade. E nesse sentido alguns países emergentes esqueceram e ignoraram o pensamento de Lenin a respeito do investimento estrangeiro.
     
    Do mesmo modo existe um aspecto político que está sendo violado nos países desenvolvidos, que é que as maiorias não têm direito a violar os direitos das minorias. O resultado é o estado de bem-estar, que é o socialismo que como já repeti é a denominação dada pelo Iluminismo à demagogia. Hoje na China que é o exemplo do crescimento à taxas chinesas, encontramos um governo autoritário que estaria violando os chamados direitos humanos.
    Porém a pergunta pendente é: qual seria a política chinesa se a China fosse democrática e os chineses votassem? Não posso menos que lembrar que nos Estados Unidos até princípios do século XX só 20% da população votava. Ou seja, era um governo autocrático ou se prefere-se, oligárquico, porém capaz de aplicar o rule of law, e seu êxito foi indiscutível.
     
    Estas minhas últimas palavras não implicam que estou contra a democracia, senão que a análise realizada mostra que as eleições são necessárias mas não suficientes. Em reconhecimento dessa realidade, já Hamilton na Carta 1 de O Federalista diz: “Uma perigosa ambição muito amiúde jaz detrás da enganosa máscara do zelo pelos direitos do povo”.
    Por isso toda democracia que desconhece a divisão dos poderes, de fato pode ser uma tirania. E mais ainda, quando desde o poder democrático se desconhecem os direitos de propriedade em nome da igualdade e do socialismo, desaparece a criação de riqueza e hoje a Europa é o maior exemplo disso. Cuidado com o estado de bem-estar que está causando muito mal-estar. Para terminar, creio que afortunadamente a história não se repetiu e por isso se alcançou o mundo em que vivemos, que tomamos por dado e seguimos desconhecendo e ainda desqualificando o sistema que o produziu.
     
    23 de setembro de 2013
    Armando Ribas
    Tradução: Graça Salgueiro