"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 21 de junho de 2016

É CINISMO DEMAIS!!!

Lula aconselha que Obama faça o SUS - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=vZ1qYKUA9zQ

22 de ago de 2013 - Vídeo enviado por Reinaldo Azevedo
Lula aconselha que Obama faça o SUS. Reinaldo .... lá nos EUA tem 50 milhões e aqui tem 150 com o ...
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22 DE JUNHO DE 2016
POSTADO POR M.AMERICO

NAMASTÊ!

significado-de-namaste

21 DE JUNHO DE 2016

LEVY FIDELIS FALA SOBRE A ESQUERDA E O FORO DE SÃO PAULO

O PROBLEMA É O FORO DE SÃO PAULO - PAINEL GLOBO NEWS

PALESTRA SOBRE O FORO DE SÃO PAULO

FORO DO BRASIL EXPLICANDO O FORO DE SÃO PAULO E A NOVA ORDEM MUNDIAL

RESPOSTA - FELIPE NETO: GENTE QUE ESCREVE ERRADO 2 - NÃO FAZ SENTIDO

re: felipe neto - gente que escreve errado 2 - não faz sentido - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=sppY7sxW78o
8 horas atrás - Vídeo enviado por CasandoOVerbo
REFELIPE NETO - GENTE QUE ESCREVE ERRADO 2 - NÃO FAZ SENTIDO. CasandoOVerbo ...

21 de junho de 2016
postado por m.americo

GENTE QUE ESCREVE ERRADO 2 - NÃO FAZ SENTIDO

ENTREVISTAMOS A ESTUDANTE QUE FOI HOSTILIZADA EM BRASÍLIA POR MILITANTES UNIVERSITÁRIOS DE ESQUERDA


Gabbi Castelo Branco, sozinha e com muita coragem, enfrentou dezenas de esquerdistas que a hostilizavam. Confiram a entrevista e vejam o vídeo. 



Mulher, mãe, afrodescendente, de família nordestina pobre, Gabbi seria aquilo que a esquerda usa como “trunfo” na hora de se arvorar à defesa das minorias oprimidas. 
Mas ela é contra a esquerda e fundadora do movimento Distrito Liberal. Daí, claro, acabou recebendo insultos pesados da “militância engajada”, ao discordar de uma “greve de estudantes” num ato aberto aos alunos (sim, ela é aluna e foi hostilizada – de forma bem forte – por manifestar-se em evento aberto aos discentes).

O vídeo se espalhou pela internet e resolvemos procurá-la para falar a respeito. Confiram o papo:

Implicante: O que estava havendo lá? Era evento de quê?

Gabbi: Era uma assembleia estudantil. A pauta era sobre um debate, entre os alunos da Universidade, para esclarecer alguns pontos sobre uma possível greve estudantil e também dos docentes da Universidade, qual o motivo dessa greve? O “golpe”.

Mas o que exatamente é uma “greve estudantil”? O cara do movimento político, que é historicamente estudioso e assíduo, resolve não comparecer mais às aulas? Alguém percebe a diferença da atuação dele em sala quando tem e quando não tem greve?

A greve estudantil é simplesmente não ir às aulas, ficar protestando aos arredores da Universidade, enquanto os outros alunos estão correndo e tentando loucamente obter o maior número de créditos para se formarem o mais rápido possível. E o mais grave: os mais autoritários tramam para impedir os professores de darem aulas pra poder “legitimar” essa “luta”.

Você, como universitária, foi a um ato promovido dentro de sua própria faculdade (UnB) e se manifestou contra a medida proposta pelos tais militantes. E daí te hostilizaram? Foi isso?

Na verdade, eu não ia falar. Eu não sei falar em público, aquele “discurso” foi totalmente improvisado, pela revolta que senti naquele momento. Uma moça de um coletivo de esquerda tinha acabado de acusar e caluniar o movimento que eu mesma fundei, o Distrito Liberal. Ela faz várias provocações, dizendo que éramos um bando de riquinhos da “elite branca burguesa” e por isso eramos liberais. Apontou o dedo na minha cara (eu estava sentada no chão) e disse para todos “essa é a elite que não me representa, que faz discursos de ódio contra negros e pobres. Tudo isso pq nunca pra favela…”

Após escutar tamanhas calúnias, fiquei muito inquieta, e prontamente requeri ao representante do DCE o direito de resposta, já que fomos citados nominalmente. Daí, começaram os insultos e toda aquela confusão, bem no início do vídeo eles começam a gritar e chamar o representante do DCE de “manobrista” por ter concedido a mim o direito de resposta. Uma outra representante do Distrito Liberalque iria fazer nossas colocações sobre a greve. Ela tentou falar logo após a minha fala e também não foi respeitada.

Vocês tem um movimento,então? Fale sobre ele.

O Distrito Liberal nasceu logo após a morte da estudante Louise Ribeiro, que foi covardemente assassinada pelo ex-namorado dentro de um dos laboratórios da UnB. O caso gerou muita revolta e comoção de todos os estudantes e foi aí que eu e alguns amigos tivemos a ideia de fazer um abaixo-assinado pedindo medidas de segurança urgentes para a nossa Universidade. Conseguimos varias assinaturas, marcamos uma manifestação em favor da paz, contra a violência e fomos procurar nosso DCE para que eles pudessem ver algumas das pautas de segurança que organizamos. Chegando lá, eles ficaram nos perguntando: “vocês são o quê?”

Daí falamos: estudantes independentes, querendo soluções concretas para a violência que está tomando conta da nossa Universidade. E o coordenador do DCE disse: “mas vcs não tem nenhum nome, não fazem parte de nenhum movimento?”

Nessa hora, eu percebi que a nossa luta não teria o mesmo respeito e atenção, caso não nos tornássemos um movimento, com nome e pautas definidas. Depois disso, criamos o movimento Distrito liberal, e realmente passamos a ter mais voz e maior apoio por parte dos estudantes. E então começamos a colagem de cartazes, participações nas assembleias estudantis e promovemos a nossa primeira palestra com um professor maravilhoso que se chama Roberto Ellery.

Desculpa entrar nesse tipo de mérito, sinceramente não é algo que deva pautar qualquer debate, mas nesse caso é interessante mencionar: você é mulher afrodescendente, tem uma namorada, é de família nordestina de origem pobre e professa religião de matriz africana, ou seja, tudo que a esquerrda costuma usar como trunfo. Mesmo assim te acusaram de ser da “elite branca golpista”?

Eu me considero parda, mas meu pai e 5 dos meus 7 irmãos são negros. Sou a mais velha de 8 irmãos. Fui casada por 3 anos e tenho um filho dessa mesma idade. Eles ignoram todas as “minorias” das quais faço parte e dizem que sou “opressora” (risos). Também ficam tentando diminuir o meu relacionamento, fazendo pouco caso e até mesmo insinuando que eu namoro uma mulher simplesmente para chamar “atenção”. Eu não sei muito bem, mas será que isso poderia ser considerado homofobia da própria esquerda?

E como você vê esses novos movimentos universitários? Você vê um crescimento da participação do pessoal menos à esquerda?Hoje muita coisa mudou. Graças ao acesso à Internet, os jovens podem trocar informações e se identificar com grupos aos quais tenham afinidade. Foi por meio do grupo no Facebook da Unb que conheci os meus amigos que agora formam nosso movimento.

***

A seguir, o vídeo com as agressões, mas sobretudo com a coragem da Gabbi!



Link para o vídeo na página Distrito Liberal.

Os esquerdistas ainda não se conformam com o fato de que os tempos agora são outros. Antes, eles tinha o monopólio de alguns setores, tais como o mundo universitário de humanas ou o colunismo da grande imprensa. E, embora não aceitem a perda constante de tais espaços, a realidade já se impõe de maneira irrecorrível.

Nesse sentido, é fundamental tratar do que hoje acontece nas universidades. Aqueles que se dizem “anti-fascistas” são na verdade os mais perfeitos representantes do fascismo. Não toleram as diferenças nem querem que os adversários tenham voz.

Mas não adianta, o jogo começou a virar. E de vez.

Link para o vídeo na página Distrito Liberal.


21 de junho de 2016
implicante

EM 2015, NO AUGE DA CRISE, GOVERNO DILMA MANDOU 625 TONELADAS DE FEIJÃO PARA CUBA


Sabia dessa? E até mesmo o frete foi pago com nosso dinheiro. Sério.



Eis uma notícia que não foi suficientemente divulgada por aí: em 2015, o governo de Dilma Rousseff enviou para Cuba nada menos que 625 toneladas de feijão. Sim, SEISCENTOS E VINTE E CINCO MIL QUILOS do referido grão. E não se trata de uma invenção maluca, mas sim de um dado divulgado PELO PRÓPRIO GOVERNO, segundo informativo da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

O episódio aconteceu no final do ano passado, exatamente no ápice da crise econômica brasileira. Enquanto nosso povo perdia o emprego, muitos passando fome, o governo enviava à ditadura cubana esses alimentos. E mais: NÓS TAMBÉM PAGAMOS O FRETE!

Não é por acaso, portanto, que Cuba está naquele grupo de meia dúzia de ditaduras que “não reconhecem” o governo de Michel Temer.



21 de junho de 2016
implicante

POLÍCIA FEDERAL DEVASSA A EMPRESA DO AVIÃO EM QUE MORREU EDUARDO CAMPOS

Maior especialidade não era voar, mas lavagem de dinheiro

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Turbulência com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro que atuava em Pernambuco e Goiás e que teria movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. A investigação foi iniciada a partir da análise de movimentações financeiras suspeitas detectadas nas contas de algumas empresas envolvidas na aquisição da aeronave que transportava o ex-governador de Pernambuco e então candidato à Presidência, Eduardo Campos, no acidente que levou a sua morte em agosto de 2014.

Cerca de 200 policiais federais cumprem, ao todo, 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva. Até o momento foram cumpridos quatro dos cinco mandados de prisão.

QUATRO PRESOS
– De acordo com o “G1”, João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho e Eduardo Freire Bezerra Leite foram presos quando desembarcavam em São Paulo, mas já estão sendo trazidos para o Recife. Já Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos na capital pernambucana. O quinto mandado, ainda em aberto, é para Paulo César de Barros Morato.

Há suspeita de que parte dos recursos serviam para pagamento de propina a políticos e formação de caixa 2 de empreiteiras, desde 2010. A PF constatou que essas empresas eram de fachada, constituídas em nome de “laranjas”, e que realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas investigadas na Operação Lava-Jato.

BLOQUEIO DE BENS – Também são cumpridos mandados de indisponibilidade de contas e sequestro de embarcações, aeronaves e helicópteros dos principais membros da organização criminosa.

Os mandados judiciais são cumpridos em 16 cidades pernambucanas, além do Aeroporto de Guararapes: Boa Viagem, Vitória de Santo Antão, Pau Amarelo, Imbiribeira, Piedade, Cordeiro, Espinheiro, Alto Santa Terezinha, Barra de Jangada, Ibura, Moreno, Várzea, Lagoa de Itaenga, Pina, Muribeca e Prazeres.

Tanto os presos como os conduzidos coercitivamente serão levados à sede da Polícia Federal em Recife. Os envolvidos responderão, na medida de seu grau de participação no esquema criminoso, nos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.


21 de junho de 2016
Deu em O Globo

MARCELO ODEBRECHT SONEGA INFORMAÇÕES E A DELAÇÃO PREMIADA ESTÁ SUSPENSA

Preso há um ano, Marcelo ainda tenta enganar a força-tarefa


O Ministério Público Federal informou nesta segunda-feira ao juiz Sérgio Moro que “não há acordo de colaboração com executivos da Odebrecht, tampouco acordo de leniência firmado com a empresa” e manifestou-se pelo prosseguimento de uma das ações penais a que o empresário Marcelo Odebrecht e ex-executivos do grupo respondem na Justiça Federal do Paraná. 
Em documento encaminhado ao juiz, os procuradores da Lava-Jato em Curitiba ressaltam que “inexiste hipótese legal para suspensão de procedimentos judiciais em curso” sob tais motivos.

A ação trata de recursos de propina pagos à diretoria de Serviços da Petrobras, que tinha como representantes no esquema Renato Duque e Pedro Barusco.

No último dia 1 de junho, Moro suspendeu por 30 dias o andamento do processo, “diante de informações de que estaria em andamento a negociação de alguma espécie de acordo de colaboração” da Odebrecht.

TERMO DE CONFIDENCIALIDADE 

No fim de maio foi confirmada a informação de que Marcelo Odebrecht e a força-tarefa da Operação Lava-Jato haviam assinado um termo de confidencialidade, primeiro passo das negociações de um acordo de delação premiada. 
Depois da assinatura deste termo, os delatores começam a dar informações e apresentar documentos que possam sustentar seus depoimentos. Trata-se de uma espécie de pré-delação e antecede a assinatura do acordo de delação premiada.

No documento enviado a Moro, os procuradores não mencionam se as negociações estão em andamento. A Odebrecht não quis se manifestar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Há necessidade de tradução simultânea. A decisão do juiz Moro suspendeu o julgamento do processo, mas as investigações da força-tarefa e as negociações com Marcelo Odebrecht prosseguiram. Como ele continua ocultando informações que a força-tarefa já descobriu por outros meios, a delação não será aceita pela metade e o Ministério Público acha que o empreiteiro, já condenado a 23 anos, deve ser submetido logo a outro julgamento de uma série que está apenas começando. (C.N.)


21 de junho de 2016
Cleide Ribeiro e Renato Onofre
O Globo

TEMER PREVARICA ENQUANTO NÃO DECRETAR INTERVENÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO





Dornelles tem de ser afastado do governo por Temer














A chefia suprema da União é do presidente da República. Atos e omissões do Chefe da Nação são atos e omissões da União. 

Se a União não intervier no Estado do Rio de Janeiro, com a remoção do governador em exercício, Francisco Dornelles e a nomeação de um interventor, o presidente Temer desrespeita a Constituição. E este desrespeito tem nome: prevaricação. 
E prevaricação é crime comum, tão ou mais sério e danoso quanto o crime de responsabilidade que afastou Dilma do exercício da presidência.
Diz o artigo 319 do Código Penal que constitui crime de prevaricação “retardar ou deixar de praticar, indevidamente, atos de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”
Esta condição-finalidade (“para satisfazer interesse ou sentimento pessoal”) é implícita. Dispensa comprovação. E se implícita não fosse, o interesse presidencial se faz presente: interesse político. 
O presidente Michel Temer sabe disso. Ele é doutor e professor de Direito Constitucional, com obras publicadas.
EXCEÇÃO À REGRA 

A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal. Esta é a regra geral (artigo 34 da Constituição Federal). 
Mas quando o ente federativo (no caso, o Estado do Rio de Janeiro) faliu, a União se obriga a nele intervir. 
E o estado de falência o próprio governador do Rio reconheceu. Nem precisa de perícia contábil, nacional ou internacional.
O decreto de “estado de calamidade pública” que Dornelles baixou não encontra amparo na Constituição. 
Foi mesmo um fiasco jurídico. E continua sendo, por não ter sido revogado ainda.
Mas para os Direitos Administrativo e Constitucional, e no âmbito da moralidade administrativa e da eficiência governativa, o tal decreto é a confissão, espontânea e sem coação, pública e oficial da quebra financeira o Estado.
ESDRÚXULO DECRETO 

Não poderia existir prova maior e mais robusta do que este esdrúxulo decreto, de oito “considerandos” e com quatro artigos. 
No Direito Privado, a confissão que Dornelles tornou pública seria motivo para o Judiciário decretar a falência de uma empresa. Ou conceder-lhe a chamada “Recuperação”, caso ainda lhe restassem as condições que a lei estabelece. 
No Direito Público o remédio é a intervenção da União nos Estados e no Distrito Federal. E do Estado nos Municípios ao Estado circunscritos.
Quando uma empresa privada não tem dinheiro para pagar suas dívidas, sujeita-se à decretação da falência ou à recuperação judicial. 
Quando os Estados e Municípios também se encontram em igual situação, a medida saneadora é a intervenção.
MEDIDA PROVISÓRIA 

Fala-se que o presidente Temer vai editar Medida Provisória para repassar da União ao Estado do Rio de Janeiro 3 bilhões de reais. Além de se tratar de um paliativo (as dívidas não desaparecem, mas se avolumam mais e mais), o instituto da Medida Provisória para concessão de empréstimo (ou aporte, como eles costumam dizer) é ato inconstitucional.
“É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa a orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no artigo 167, parágrafo 3º”. Assim está escrito no artigo 62, parágrafo 1º, letra “d” da Constituição da República.
SEM RESSALVAS 

Nem a ressalva prevista (o artigo 167, § 3º) dá suporte e socorro legal ao Estado do Rio de Janeiro a ponto de autoriza a edição de Medida Provisória. 
A ressalva é de fácil entendimento: “abertura de crédito extraordinário somente será admitida (por meio de Medida Provisória) para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna e calamidade pública”.
Se constata que a Constituição está se referindo ao Estado Brasileiro, e não às unidades da federação. Além do mais, é inaplicável o princípio da imprevisibilidade no tocante ao RJ. A quebra da suas finanças públicas era mais do que esperada e previsível.
Também a “calamidade pública” que justificaria a edição de Medida Provisória é aquela decorrente de desastres, conforme previsto no Decreto 7257/2010. Não, de desastre financeiro consequente à má gestão pública
Enquanto perdurar a situação de penúria financeira do Estado do Rio de Janeiro e a União nele não intervier, o presidente Temer está cometendo crime de prevaricação, em estado permanente e de flagrância.

21 de junho de 2016
Jorge Béja

LULA DEU O DINHEIRO DO BNDES E CABRAL ISENTOU DE IMPOSTOS O GRUPO ITAIPAVA

Faria, o cervejeiro/banqueiro, é investigado também na Zelotes


Além de distribuidoras de bebidas ligadas ao Grupo Petrópolis, as empresas Leyroz de Caxias e Praiamar também se dedicaram nas últimas eleições a distribuir generosas doações a campanhas e comitês partidários. Foram R$ 63,2 milhões doados em 2010, 2012 e 2014 para 18 legendas. Praiamar e Leyroz, que hoje se chama ROF Comercial, são suspeitas de terem sido usadas pela Odebrecht para pagar propina no Brasil. As duas aparecem em planilhas apreendidas na casa de executivo da empreiteira pela Lava-Jato. Há a suspeita de que sejam até empresas de fachada.

O valor das doações entre 2010 e 2014 foi repartido quase igualitariamente entre ambas: Praiamar (R$ 30,6 milhões) e Leyroz ( R$ 32,5 milhões). A maior parte da ajuda eleitoral se deu em 2010 e 2012. Na última eleição presidencial, as doações foram bem pontuais e modestas — um total de R$ 3 milhões.

DOAÇÕES PULVERIZADAS – Uma breve análise das doações feitas pelas duas distribuidoras de bebidas nesse período, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), permite dizer que elas adotaram estratégia parecida na hora de distribuir ajuda às campanhas: doações foram pulverizadas aos partidos, dos grandes PMDB, PT, e PSDB aos pequenos PTC e PSDC.

Em 2014, uma mudança ocorre no perfil das doações. As empresas deixaram de dar dinheiro diretamente a candidatos e optaram por fazê-lo a comitês partidários. Os grandes partidos também desapareceram da lista de campanhas atendidas.

Na última eleição, a Praiamar foi a única que fez doação direta para candidato. A favorecida foi Soraya Alencar dos Santos (PMDB-RJ), eleita deputada federal, que recebeu R$ 150 mil. Os partidos que receberam doação naquele ano foram PSD, SD , DEM,PDT, PSD, PMN e PP. Nos pleitos anteriores, a lista de beneficiados tinha governadores, senadores e deputados.

APENAS DISTRIBUIDORAS – O Grupo Petrópolis disse que não tem participação nas empresas, que atuavam apenas como distribuidoras de seus produtos.

Controlador da cervejaria Itaipava, o Grupo Petrópolis foi sócio da Odebrecht em um banco no Caribe usado pela construtora para pagar propina. Em depoimento à Lava-Jato, o mais novo delator, Vinícius Borin, afirmou que o Meinl Bank Antígua, no arquipélago de Antígua e Barbuda, foi comprado para estruturar o pagamento de recursos ilícitos da construtora.

O responsável pela compra do banco foi Luiz Eduardo Soares, um dos executivos do Setor de Operações Estruturadas, que o Ministério Público considera a diretoria de propina da Odebrecht. Além de Soares, participou da aquisição do banco Vanuê Faria, na época conselheiro e responsável pela área financeira do Grupo Petrópolis, segundo o delator. Vanuê é sobrinho de Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis.

EM NOME DE TERCEIROS – Em delação premiada, ainda não homologada pela Justiça, Borin afirmou que o Meinl Bank Antígua movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão em seis anos, boa parte em pagamento de propinas. A aquisição do banco, noticiada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, foi feita em nome de terceiros, e o objetivo, segundo o delator, era facilitar a ocultação dos repasses. Não é a primeira vez que a Odebrecht e o Grupo Petrópolis aparecem juntos na Lava-Jato. Na 26ª fase, a força-tarefa encontrou indícios de que, juntas, as duas movimentaram pelo menos US$ 117 milhões para pagar propinas entre 2008 e 2014.

O Grupo Petrópolis foi beneficiado no ano passado pelo governo do estado com incentivos fiscais de R$ 687,8 milhões. À época, o benefício chamou a atenção em função da cervejaria constar na Dívida Ativa estadual como devedora de ICMS.

BLINDAGEM TRIBUTÁRIA – Reportagens publicadas pelo GLOBO no início deste ano mostraram que o Grupo Petrópolis faria parte de um esquema de blindagem tributária no estado. Após cobrar informações sobre o andamento das ações fiscais contra distribuidoras da cervejaria, no valor total de R$ 1 bilhão, a Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal do Ministério Público teve cortado o acesso à base de dados da Receita estadual, onde é possível acompanhar o andamento de ações fiscais contra sonegadores. Após as reportagens, o auditor fiscal Allan Dimitri Chaves Peterlongo, então inspetor-chefe de Substituição Tributária, foi exonerado do cargo. A Substituição Tributária é uma das dez inspetorias especiais que, juntas, respondem por 80% da arrecadação de ICMS.

Ainda entre 2010 e 2015, foram julgados cem recursos da cervejaria contra multas de ICMS, e o Grupo Petrópolis ganhou todos.

Walter Farias, dono do Grupo Itaipava, é sócio do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), na Mineradora Tamoio. A empresa é fornecedora de brita para obras destinadas à Olimpíada do Rio.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O cervejeiro Walter Faria é amigo íntimo do ex-presidente Lula, que abriu para ele os cofres do BNDES, enquanto Sérgio Cabral fazia a blindagem tributária da empresa. Foi assim que o cervejeiro virou dono de banco no Caribe. A reportagem esqueceu, mas recordar é viver – Faria está sendo investigado também na Operação Zelotes, que apura o escândalo das fraudes no Conselho do Ministério da Fazenda. (C.N.)



21 de junho de 2016
Silvia Amorim
O Globo