"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

SOMENTE 45% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA TRABALHAM



De duzentos e dois milhões de brasileiros, 79,8%, ou 161 milhões compõem a população com idade de trabalhar, isto é, são pessoas com 14 anos ou mais. Os outros 20,2%, ou 41 milhões são jovens e crianças com menos de 14 anos.

Da população em idade de trabalhar, isto é, dos 161 milhões de brasileiros, temos 61,1%, ou 98 milhões, que compõem a força de trabalho, ou seja, são as pessoas ocupadas e, também, as desocupadas, mas, que estão em busca do emprego no período de realização da pesquisa.

Os outros 39,9%, ou 63 milhões de brasileiros, se referem às pessoas que estão fora da força de trabalho, isto é, que durante o levantamento da pesquisa não estavam empregados, nem tampouco, procurando emprego. Essa parte da população é composta por 29,4% de jovens com menos de 25 anos, 36,9% de pessoas com 25 até 59 anos, e, 33,7% de idosos com 60 anos ou mais.

Voltando à população que compõe a força de trabalho, isto é, aos 98 milhões de brasileiros, a pesquisa revela que no primeiro trimestre deste ano, o número de gente trabalhando foi de 92,9%, ou 91,1 milhões. E os desocupados totalizaram 7,1%, ou, 6,9 milhões de trabalhadores.

Para se considerar desocupado o trabalhador ocioso tem, necessariamente, de estar procurando por emprego, senão é considerado pessoa fora da força de trabalho!

DESOCUPAÇÃO

Veja-se que a PNAD, pesquisa contínua, revela uma taxa de desocupação superior àquela apresentada mensalmente pelo próprio IBGE nas pesquisas mensais que englobam apenas seis regiões metropolitanas. A PENAD é realizada em todo o território nacional, e enquanto a última pesquisa mensal apontou uma taxa de desocupação da nossa força de trabalho de 4,9%, a PENAD, mais completa, portanto, mais certeira, revela que é de 7,1% a taxa de desocupação efetiva.

Em verdade, se somarmos à população desocupada, isto é, aos 6,9 milhões de trabalhadores sem trabalho ao contingente formado pelas pessoas que nem à procura de emprego estavam, isto é, às pessoas consideradas fora da força de trabalho – 63 milhões -, chegaremos a 69,9 milhões de pessoas que não estavam exercendo nenhuma atividade laboral.

Portanto, conforme mostram os dados da PNAD para o primeiro trimestre deste ano, dos 202 milhões de brasileiros, 41 milhões eram jovens demais para trabalhar, 69,9 milhões estavam efetivamente sem trabalho e apenas 91,1 milhões trabalhavam e mantinham o sistema econômico brasileiro ativo.
É muito pouca gente trabalhando (45%) para manter todo o sistema ativo!

26 de junho de 2014
Wagner Pires

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
26 de junho de 2014


O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 25/06
 
26 de junho de 2014


APAREÇA NO MINEIRÃO, 'CUMPANHERO' LULA

NAS TRINCHEIRAS




Uma seleção de poetas da Primeira Guerra Mundial
por JOÃO MOURA JR.

A guerra, as pessoas diziam, reavivou o interesse pela poesia”, escreve Virginia Woolf no romance Rumo ao Farol (1927). E se em outros países beligerantes, como Alemanha, França e Itália, a poesia se fez presente durante os quatro anos que durou a Grande Guerra, em nenhum deles seu papel cultural foi tão marcante quanto na Inglaterra. Jornais diários e revistas semanais publicavam sistematicamente poemas dos mais diversos autores e, como que para comprovar essa importância, uma placa comemorativa com o nome de dezesseis deles foi instalada no Poet’s Corner da Abadia de Westminster, em 1985.

Em boa medida a responsabilidade por esse surto poético é atribuída a uma sequência de cinco sonetos do jovem Rupert Brooke – o homem que enviou “tantos à morte, com emoções nobres e inspiradoras em seus corações”, segundo as palavras do organizador de uma antologia. Brooke, que combateu como subtenente da Real Divisão Naval na Bélgica, morreria na Grécia em 23 de abril de 1915, antes de o conflito completar um ano, de septicemia, provavelmente originada por uma picada de mosquito no Egito naqueles tempos pré-antibióticos.

Membro do King’s College de Cambridge e grande amigo de Edward Marsh, o secretário particular do então ministro da Marinha Winston Churchill, Brooke chegou a ser descrito por William Butler Yeats como “o jovem mais bonito da Inglaterra” (the handsomest young man in England). Já era figura bastante conhecida nos meios intelectuais e na alta sociedade inglesa quando organizou e editou, no final de 1912, junto com Marsh, a primeira antologia de poesia georgiana, Georgian Poetry, 1911–12. A publicação deste livro e de “1914”, a sequência de sonetos sobre a guerra, na revista New Numbers no início de 1915, tornaram-no popular entre o grande público.

Eddie Marsh foi o principal idealizador e o financiador da antologia, a que se seguiram mais quatro, lançadas de dois em dois anos até 1922. Bisneto de Spencer Perceval, o único primeiro-ministro inglês a ser assassinado, ele havia recebido como herança parte do que chamava de “o dinheiro do assassinato” (the murder money), a enorme soma que o Parlamento havia votado em favor dos muitos filhos do político. O título do livro, em homenagem ao novo rei, George V, também foi escolhido por ele, sob protestos de Brooke, que o considerava muito convencional.

Convencional era também boa parte dos integrantes da antologia, que teve enorme sucesso: a primeira edição esgotou-se rapidamente. Ao todo foram vendidos 13 mil exemplares. O tom, em geral, era o mesmo do mais célebre poema de Brooke, que constava dessa primeira fornada de poesia georgiana, “The Old Vicarage, Grantchester” (O velho vicariato, Grantchester), uma espécie de “Canção do exílio” mais comprida que havia sido composta durante uma estada em Berlim em maio de 1912. Seu título original era “The Sentimental Exile” (O exilado sentimental), o que diz muito do seu conteúdo, e foi trocado por sugestão de Marsh. Quando primeira-ministra, Margaret Thatcher declarou ser esse o seu poema predileto. Àquele que foi em sua curta vida um seguidor do fabianismo, versão light de socialismo propagada por Sidney e Beatrice Webb e por Bernard Shaw, talvez não agradasse saber da posição que viria a ocupar na cabeceira da Dama de Ferro.

Os georgianos eram otimistas e nacionalistas. Formalmente conservadores, adeptos da poesia rimada e metrificada, pregavam as belezas do campo, um bucolismo meio artificial de uma Inglaterra parada no tempo. Tudo isso os transformou nas vítimas preferidas dos responsáveis por outro conjunto de seletas mais ou menos contemporâneas, os imagistas, mais identificados com os modernistas. O mentor dessa nova vertente foi o americano Ezra Pound – àquela época vivendo na Inglaterra –, que em 1914 lançou Des Imagistes: An Anthology (alguns dos poemas já haviam sido divulgados antes, na revista americana Poetry). Contra a retórica e o estilo grandiloquente, os imagistas defendiam a economia e a originalidade da metáfora justa, e apregoavam o verso livre. Ou, como disse um dos autores franceses favoritos de Pound, Rémy de Gourmont: “Como preceitos positivos, querem a precisão da linguagem, a nitidez da visão, a concentração do pensamento que gostam de sintetizar numa imagem dominante.”

Ao contrário de Georgian Poetry, a seleção dos imagistas organizada por Pound foi mal recebida tanto na Inglaterra quanto nos Estados Unidos. Em Londres muitos compradores devolveram seus exemplares para a Poetry Bookshop, a livraria de Harold Monro, que, por sinal, também editava os georgianos sob a chancela de sua revista, a Poetry Review.

A maioria dos poetas ingleses da guerra tem afinidade com os georgianos, e alguns participaram da antologia de Marsh, como, entre os aqui presentes, Siegfried Sassoon e Isaac Rosenberg. Edward Thomas era amigo de Rupert Brooke e resenhou elogiosamente seu único livro de poemas publicado em vida. Conheceu Eddie Marsh em 1913, antes mesmo de começar a escrever poesia (sua obra poética, composta de cerca de 150 poemas, talvez a mais original entre as produzidas pelos poetas mortos durante a guerra, foi escrita entre dezembro de 1914 e 9 de abril de 1917, quando uma granada o matou). Mas aparentemente os dois não se deram muito bem: mais tarde, diante do pleito de amigos de Thomas para que publicasse poemas dele, Marsh se manteve irredutível em sua decisão um tanto arbitrária de não editar poetas mortos.

Edward Thomas, que além de organizar antologias escrevia resenhas, livros de crítica literária e narrativas de viagem, começou a fazer poesia incentivado por seu amigo Robert Frost, outro grande poeta americano que vivia na Inglaterra e que se encantou com sua prosa, sobretudo com o belo livro de viagem In Pursuit of Spring, de 1914, que descreve uma travessia pelo sul da Inglaterra. De temperamento melancólico, Thomas é um poeta da natureza, reticente e de olhar aguçado, e alguns de seus poemas, como “A coruja” e “In memoriam (Páscoa, 1915)”, complementam os de um Wilfred Owen ao focalizar a perturbação que a guerra causava na vida civil.

Se nos poemas de Rupert Brooke ainda há traços de nacionalismo exacerbado e de otimismo em seu incentivo ao alistamento, isso se perderia na obra de outros poetas com o desenrolar da guerra. No começo, a maioria das pessoas acreditava que o conflito duraria no máximo meses (Brooke era um dos poucos a achar que ele não acabaria tão cedo). Foi ao sul do Chemin des Dames – denominação pitoresca de um caminho que as filhas do rei Luís XV tomavam para chegar até uma de suas damas de honra – que os alemães, fatigados e impossibilitados de continuar em sua ofensiva em direção a Paris, cavaram buracos no solo e instalaram sua artilharia pesada em setembro de 1914. Como escreve o historiador inglês A.J.P. Taylor em sua ótima história ilustrada do conflito: “A guerra de trincheiras havia começado. A guerra de movimento acabou quando os homens se enterraram.”

A partir daí estava criado o impasse que levaria o conflito a prolongar-se por quase quatro anos.
É nesses campos da França, rasgados por trincheiras e explosivos, que o bucolismo dos georgianos tomará um choque de realidade. Se “Absolvição”, de Siegfried Sassoon, de 1915 – que abre os seus The War Poems –, ainda tem o mesmo tom patriótico dos sonetos de Brooke, os posteriores “O herói” e “Ordens do dia da base” já são totalmente desencantados. Neste último, o título em inglês, “Base Details”, tem um duplo sentido impossível de manter em português, já que “base” quer dizer não só “base”, mas também “baixo, vil, desprezível”.

Na Grande Guerra, a privilegiada situação dos membros do estado-maior na retaguarda revoltava os soldados na linha de frente. Como escreve o mesmo A.J.P. Taylor: “Em guerras anteriores, e na Segunda Guerra Mundial, generais, e até marechais, também corriam riscos e morriam em ação. Na Primeira Guerra Mundial eles levavam vidas confortáveis.” Sassoon, que se tornaria o crítico mais irônico e sarcástico da guerra, no começo a defendeu a ferro e fogo, sendo cognominado Mad Jack por sua bravura e ferocidade em combate. Ferido duas vezes, recebeu a Cruz Militar, que mais tarde jogou fora.

O mais trágico dos poetas mortos na guerra – e um dos maiores – é Wilfred Owen. Internado em 1917 num hospital psiquiátrico em Edimburgo, conheceu Siegfried Sassoon, que o aconselhou e encorajou a escrever. Em outubro de 1918 também recebeu a Cruz Militar. Sua morte ocorreu no dia 4 de novembro, uma semana antes do armistício. Owen foi um poeta especialmen-te querido pela geração de 30 – W. H. Auden, Cecil Day-Lewis e Stephen Spender. O poeta, romancista e crítico John Wain, um dos angry young men do final da década de 50, certa vez perguntou: “Existe, em toda a literatura, poema de guerra melhor do que ‘Hino a uma juventude condenada’?”
Um dos editores da poesia de Owen observa a respeito da comparação do belo último verso desse poema (And each slow dusk a drawing-down of blinds): “Baixar as persianas, agora um costume quase esquecido, indicava que estava passando uma procissão funerária, ou que alguém morrera no interior da casa.”

O título do poema “Dulce et decorum est” é uma referência a um verso proverbial da Ode II do livro III, de Horácio (“Dulce et decorum est pro patria mori”), e significa: “É doce e decoroso morrer pela pátria.” Os “soturnos 5.9” do último verso da primeira estrofe são granadas de gás letal, utilizadas pela primeira vez pelos alemães em Ypres, na Bélgica, em 22 de abril de 1915, como um meio extremo de recriar a guerra de movimento, já que desde o final de 1914 nenhum dos meios convencionais empregados conseguiu fazê-lo. Em breve, tanto os ingleses quanto os franceses estariam usando o gás letal. Ainda em “Dulce...”, o amigo a que se dirige o poeta na última estrofe é Jessie Pope, autora de diversos livros infantis e também de versos de guerra, a quem o poema originalmente seria dedicado.

Isaac Rosenberg, que foi um dos muitos beneficiários do mecenato de Edward Marsh, era poeta e artista plástico. Extremamente baixo e com pulmões fracos, não tinha nem de longe o perfil adequado para o serviço militar, mas se alistou assim mesmo. Foi morto em ação no dia 1º de abril de 1918. Seu célebre poema “Raiar do dia nas trincheiras” tem um rato como personagem principal, animal onipresente no dia a dia dos soldados, devorando mantimentos e mesmo os cadáveres abandonados nas trincheiras. A menção à papoula se explica por sua flor vermelha ser o símbolo da guerra para os ingleses, graças a um poema do canadense John McCrae, morto num hospital de base em 1918, e que começa assim: “As papoulas florescem sobre os campos de Flandres” (In Flanders fields the poppies blow). “In Flanders Fields”, composto durante a segunda batalha de Ypres e publicado anonimamente em Punch no dia 8 de dezembro de 1915, viria a se tornar o mais conhecido poema da guerra. Nele, os mortos em batalha, que falam na primeira pessoa, passam – textualmente – a tocha aos vivos para que prossigam sua luta contra o inimigo. Como escreve o poeta e crítico americano William Logan, “hoje ‘Nos campos de Flandres’ parece insuportável” (seems insufferable now). O Dia do Armistício, 11 de novembro, é também chamado de Dia da Papoula (Poppy Day).

William Butler Yeats não integra propriamente o grupo dos poetas de guerra. Recusou-se a inseri-los em seu Oxford Book of Modern Poetry, sob a alegação de que “o sofrimento passivo não era um tema para poesia”; referia-se ao fato de os autores, escrevendo na primeira pessoa, se apropriarem do sofrimento de outros homens. Mas Yeats tem pelo menos um de seus poemas incluído em diversas antologias da guerra: “Um aviador irlandês prevê a sua morte”. Este e “Retaliações” são dois dos quatro que dedicou ao major Robert Gregory – filho de sua grande amiga Lady Gregory, teatróloga e animadora do Abbey Theatre de Dublin –, morto por um fogo amigo na Itália. “Ao ser-lhe solicitado um poema de guerra” foi enviado em 1915 para a romancista Edith Wharton, e seria publicado no ano seguinte numa coletânea de literatura de guerra organizada para angariar dinheiro para refugiados belgas.

Em “Um aviador irlandês prevê sua morte”, o poeta se coloca no lugar do piloto. Se nos primeiros versos este ainda se acha em terra, pensando que encontrará seu fado “em meio às nuvens e ao vento”, no final ele já se vê no ar (“Um afã levou-me ao tumulto/Das nuvens, de puro prazer”). Como escreve a crítica literária Helen Vendler, professora de Harvard e uma das melhores leitoras contemporâneas de poesia, “fazer um aeroplano levantar voo num poema (essa, afinal, é a primeira era em que um poema sobre aeroplano poderia ser escrito) é um majestoso truque de prestidigitação”. Afinal, Verdun, em 1916, foi o cenário da primeira batalha aérea.

“Retaliações” é uma admoestação ao fantasma de Robert Gregory por ter se alistado em uma guerra que não era sua. O poema, que teria sido aceito pelo The Nation de Londres no final de novembro ou começo de dezembro de 1920, só foi publicado postumamente – por decisão do próprio Yeats, atendendo ao desagrado que lhe foi manifestado pela mãe do morto. O título é uma referência às barbaridades praticadas contra civis pelas Forças Armadas inglesas em resposta à ação de guerrilheiros do IRA na Guerra de Independência irlandesa nos anos 1919–20. Como irlandês, Yeats vê a guerra de um modo diferente tanto daqueles que a defendem, como Rupert Brooke, quanto dos desiludidos, como Siegfried Sassoon.

26 de junho de 2014

NOTA AO PÉ DO TEXO
(Veja)

"A cegueira de intelectuais como o soldado-poeta Rupert Brooke ajudou a arrastar os jovens para o inferno das trincheiras, com a leveza de alma de quem sai para uma simples caminhada pelas montanhas."

"Há cem anos sem uma guerra continental, os europeus, ansiavam por alistar-se no Exército, pois compraram a visão romântica dos intelectuais de que a paz era um tédio e a guerra a solução para todos os seus males."

"TOTAL DE SOLDADOS ENVOLVIDOS: 62.200 MILHÕES.
Feridos: 20,9 milhões
Desaparecidos: 7,5 milhões
Mortos: 8,2 milhões

"Sem a Grande Guerra (I Guerra Mundial), a revolução comunista na Rússia não teria triunfado; sem ela não haveria Stalin e, sem ele, não teria surgido Hitler."

*** *** ***

RUPERT BROOKE (1887–1915)


I. PAZ

Louvado seja Deus, que ao contrapor Sua hora
  À nossa juventude, acordou-nos do sono
Para, com destra mão e a lucidez da aurora,
  Como quem salta em limpas águas em um assomo,
Dar as costas a um mundo velho, frio, fatigado,
  E a corações doentes que a honra já não move
E a homens pela metade e a seu triste trinado
  E a todo o amor vazio que hoje não mais comove.

E eis que, após a vergonha, nos veio a salvação,
  Lá onde o mal e a pena o sono retifica,
    Onde só o corpo quebra e só se perde o alento;
Nada lá que perturbe o alegre coração
  A não ser a agonia, mas esta um dia finda;
    E a morte é o pior amigo e inimigo a um só tempo.


II. SEGURANÇA

Amada! Entre os que são felizes nesta hora
  Bendito o que achou nossa silente segurança
Nas sombrias marés do mundo que ressona.
  “Quem mais seguro há?”, foi a nossa demanda.
A segurança achamos em tudo que não morre,
  Os ventos, a manhã, alegria e abandono,
A noite densa, os pássaros, nuvens que no céu correm,
  O sono, a liberdade e a terra no outono.

Erguemos uma casa que o tempo não derruba.
  Ganhamos uma paz de todo inabalável.
A guerra nada pode. Será armada e segura
  Minha ida ante a morte, o êmulo inelutável;
Mesmo que não mais haja segurança e que os homens
Caiam; e mais segura ainda se estes meus membros morrem.


III. OS MORTOS

Soai, clarins, soai por estes ricos Mortos!
  Pois nenhum deles, mesmo o pobre e o solitário
  Legou-nos dom menor que ouro sob seu sudário.
Deram as costas ao mundo; o doce e vermelho mosto
Da juventude escoaram; e a um porvir de trabalho
  E alegria renunciaram, e a essa serenidade
  Inesperada a que chamam senilidade;
E aos que imortalidade lhes dariam, os não nados.

Soai, clarins, soai! À nossa escassez deram
  A santidade há muito inexistente, e o Amor
E a Dor. E, como um rei, retorna a Honra à terra
  E os súditos provê de real emolumento;
E a nobreza acompanha-nos seja lá aonde for;
  E a herança recebemos ansiada há muito tempo.


IV. OS MORTOS

Estes corações foram feitos de regozijos
  E zelos, bem lavados pela mágoa e alertas
À alegria. E a bondade foi acrescida ao viço.
  Tinham a aurora e o ocaso, a terra e sua paleta.
O movimento e a música conheceram, assim como
  O dormir e o acordar; de amigos orgulharam-se;
E o frêmito sentiram pelo que é espantoso;
  Foram sós; e tocaram flores, pelos, faces.

Tudo acabou. O vento muda em gargalhada a água
Que o rico céu ilumina como se fosse frágua.
  O gelo imobiliza, de um gesto, a onda que dança
E as errantes belezas. Deixa um esplendor
  Compacto, uma glória inquebrantável, branca,
Uma amplidão na noite, de paz e de palor.


V. O SOLDADO

Se eu tiver de morrer, pensai de mim só isso:
   Que há algures no estrangeiro algum canto de campo
Que será para sempre Inglaterra. Tal rico
   Torrão abrigará de pó mais rico um tanto;
Pó que Inglaterra criou, formou, tornou consciente,
  Com flores para amar, caminhos para andar;
Lavado por seus rios, com a benção do sol quente,
  Um corpo de Inglaterra a respirar seu ar.

Pensai que o coração, o mal todo arrancado,
  Qual um pulsar no eterno espírito, devolve
    Em um lugar qualquer aquelas reflexões
Que lhe deu Inglaterra, e tudo lá sonhado,
  O riso pelo amigo ensinado e, lá onde
   O céu é inglês, doçura e paz nos corações.


SIEGFRIED SASSOON(1886–1967)


ABSOLVIÇÃO

Da terra a angústia absolve-nos os olhos
Até que o belo brilhe no que vemos.
Nosso flagelo é a guerra, e fez-nos doutos,
Somos livres lutando para sê-lo.

Horror ao inimigo, aos ferimentos,
E perda do almejado, tudo passa.
A legião feliz somos, pois sabemos
Que o tempo é áureo sopro sobre a grama.

Se houve antes relutância em partirmos
Foi por querer da vida mais que o nada.
O que é do coração ora exigimos:
Que mais querer, irmãos, meus camaradas?


O HERÓI

“Morreu exatamente como desejaria”,
Disse a mãe após ler e dobrar a missiva.
“O coronel escreve tão bem.” Mas quebrou-se algo
Naquela voz cansada que gaguejou num engasgo.
O olhar um pouco alçado: “Nós, mães, de um herói morto
Orgulhamo-nos tanto.” E o olhar quedou-se absorto.

Calado, o Irmão Oficial foi-se embora. Ele havia
Contado à pobre dama só piedosas lorotas
Que ao longo de seus dias ela alimentaria.
Enquanto ele tossia, os olhos da velhota
Repletos de deleite e triunfo haviam brilhado
Por seu bravo menino, o glorioso soldado.

Lembrou-se ele então como este inútil medricas
Apavorou-se quando aquela noite a mina
Explodiu em Wicked Corner; como não poupou esforço
Para que o enviassem a casa, e como, enfim já morto
E em pedaços, ninguém parecia se importar
Exceto a solitária velhinha de olhos no ar.


ORDENS DO DIA DA BASE

Caso eu fosse feroz e careca e ofegante,
  Viveria com os majores rubicundos na Base,
E lúgubres heróis enviaria linha adiante
  Para a morte. Veríeis minha flácida face
Petulante a comer e beber num bom hotel
  E a ler a Lista de Honra. “Pobre camaradinha”,
Eu diria, “conheci o seu pai muito bem;
  Sim, sofremos terríveis perdas na última rinha.”
Finda a guerra, os cadáveres amontoados na lama,
Eu iria para casa e morreria em paz – na cama.


ISAAC ROSENBERG(1890–1918)


AGOSTO DE 1914

Fogo. E o que entra em combustão
Em nossas vidas? O amado
Celeiro do coração?
Tudo o que será lembrado?

Tem três vidas uma vida –
Ferro, mel e ouro. Do trio,
Idos o mel e o ouro, fica
Apenas o duro e frio.

De ferro são nossas vidas
A fundir-se na nascente.
No campo abre-se a ferida,
Na boca quebra-se um dente.


RAIAR DO DIA NAS TRINCHEIRAS

A escuridão se esfarela.
É o Tempo druida de sempre,
Mas por minha mão algo passa
Ao colher no parapeito
A papoula para pô-la
Atrás da orelha: sardônico,
Estranho rato. Seu truão,
Eles em ti atirariam
Se de tuas cosmopolitas
Simpatias soubessem (e
Sabe Deus que antipatias).
Agora que tocaste esta
Mão inglesa, em breve farás
O mesmo com uma alemã.
Basta cruzares o verde
A separar-nos, parece
Que sorris por dentro quando
Passas por esses atletas
Altivos e de olhos firmes,
Com menos sorte que tu
Para a vida, estatelados
Nas entranhas da terra, os
Rasgados campos da França.
O que vês em nossos olhos
Aos fogos arremessados
Do céu? Que trinado, que
Coração apavorado?
Papoulas que deitam raízes
Nas veias dos homens murcham,
Mas a minha está a salvo, apenas
Um pouco branca das cinzas.


WILFRED OWEN (1893–1918)


HINO A UMA JUVENTUDE CONDENADA

Que dobre de finados aos que morrem qual gado?
  – Apenas a monstruosa cólera dos canhões.
  Apenas a gagueira dos fuzis disparados
Pode tartamudear rápidas orações.
Basta de escarnecê-los; basta de prece e sinos;
  Nenhuma voz de luto que não seja o uníssono
Dos obuses gementes, dementes, mofinos;
  E os clarins a chamá-los de condados tristonhos.


Que velas cumprirão o dever de despachá-los?
  Nos olhos dos meninos, não nas mãos, será vista
A sacra e bruxuleante chama das despedidas.
  A palidez das jovens lhes servirá de pálio;
Será guirlanda o afeto das almas resignadas
E cada anoitecer um baixar de persianas.


DULCE ET DECORUM EST

Íamos arqueados, velhos mendigos sob um saco,
Pernas bambas, tossindo como harpias, blasfemantes
Na lama, até aos clarões nossas costas voltarmos
E arrastarmo-nos para nosso pouso distante.
Alguns seguiam dormindo. Outros sem seus coturnos.
Seguiam com os pés em sangue, cansados, manquitolas,
Cegos e mesmo surdos ao ruído dos soturnos
5.9 a explodir às suas costas.

Gás! gás! Rapazes, rápido! De imediato uma azáfama
E máscaras são às pressas colocadas, bem a tempo;
Mas entre nós alguém grita e logo desanda
A debater-se como se houvera visgo ou incêndio...
Pude vê-lo através da embaçada viseira
E da espessa luz verde como a afogar-se em mar.

Em todos os meus sonhos, ante minha impotência,
Vagarosamente ele submerge a sufocar.

Se em sonhos embaçados também fosses capaz
De seguir a carroça em que foi colocado
E ver a contorcer-se os olhos do rapaz,
Brancos, e o rosto caído, como o de um pobre diabo,
Se pudesses ouvir, a cada sacudida,
Vir dos podres pulmões o sangue borbulhante
E obsceno como um câncer, amargo qual ferida
Sem cura numa língua sem culpa, nesse instante
Não dirias, minha amiga, com tão ardente fé
A crianças que desejam sorver da glória o gole
A vetusta mentira: Dulce et decorum est
Pro patria mori.


FUTILIDADE

Movei-o para que fique sob o sol –
Em casa os suaves raios o acordavam
(De campos não semeados seu lençol).
Acordavam-no sempre, até na França,
Até esta manhã e esta neve.
E se agora acordá-lo algo deve
Decerto o saberá o sol suave.

Pensai como desperta ele as sementes
E o barro despertou da estrela fria.
Dos membros e do flanco ainda quentes
A rigidez mover conseguiria?
Foi para isso que o barro alçou-se tanto?
O que levou do sol os raios fátuos
A interromper da terra o sono e o encanto?

WILLIAM BUTLER YEATS(1865–1939)


AO SER-LHE SOLICITADO UM POEMA DE GUERRA

Em tempos como os de hoje suponho que o melhor
É um poeta silenciar-se, por ser insuficiente
Seu dom contra o estadista a praticar o mal;
Já teve em que imiscuir-se todo poeta que for
Capaz de agradar seja a uma jovem indolente,
Seja a um homem idoso sob a noite hibernal.


UM AVIADOR IRLANDÊS PREVÊ A SUA MORTE

Sei que encontrarei meu fado
Em meio às nuvens e ao vento;
Não odeio quem combato
E não amo quem defendo;
De Kiltartan Cross eu vim,
Minha gente são seus pobres;
Tanto faz da guerra o fim,
Não lhes encherá o alforje.
Por lei ou dever não luto,
Ou quem me aponte o que fazer;
Um afã levou-me ao tumulto
Das nuvens, de puro prazer.
Passado e porvir, na mente
Tudo pesei, de tal sorte
Que, sem alento igualmente,
Para tal vida, tal morte.


RETALIAÇÕES

Se antes de morrer derrubaste
Dezenove aviões mais ou menos,
Creio que com isso te fartaste
E todo o resto era de somenos.
“Fui mais feliz em um ano apenas”,
Disseste, “do que nos demais.”
E tanto a memória das cenas
De batalha te satisfaz,
Mesmo morto, que tudo apaga.
Ergue-te, porém, de teu túmulo
Italiano e vai de revoada
A Kiltartan Cross; lá o acúmulo
De pensamentos posteriores
Sobre a causa que defendeste
Decerto mudará suas cores:
Soldadesca bêbada e agreste
Lá mata teus arrendatários;
Homens que veneram teu pai
Ora padecem o seu calvário.
E a recém-casada aonde vai
Para amamentar os seus filhos?
Levam bala e a lei não se importa.
Então tapa com pó os ouvidos
Entre outros mortos e lorotas.


EDWARD THOMAS(1878–1917)


A CORUJA

Ladeira abaixo eu vinha, com fome, não esfomeado,
Com frio, mas havia calor em mim o bastante
Para arrostar o vento norte; e tão cansado
Que a visão do repouso me conduzia avante.

Na pousada comi, aqueci-me e dormi,
Cônscio de minha fome, meu cansaço e meu frio.
E da noite lá fora protegido me vi,
Não fosse, melancólico, de uma coruja o pio

A reverberar longo e claro na colina;
Não uma nota alegre, capaz de a paz trazer;
Antes me recordava que de uma triste sina
Escapei, e outros não, naquele anoitecer.

E salgados tornaram-se o repouso e a ceia,
Pelo pio do pássaro, e também moderados;
Falava pelos que ora estão sob as estrelas
Sem poder jubilar-se – os pobres e os soldados.


IN MEMORIAM (PÁSCOA, 1915)

As flores que esta noite se adensam nas ramadas
Recordam-nos os homens distantes de seu povo.
Nesta Páscoa as teriam colhido com as amadas;
Entretanto jamais as colherão de novo.


POIS A MIM POUCO ME IMPORTA

“Pois a mim pouco me importa
 – Quem o sabe é Deus do céu –,
Se acaso uma terra inóspita
Cobrir-me-á como um véu”,
Foi o que respondi ao toque de clarim esta manhã.

Mas, de risada malsã,
Apenas os clarins sabem
O que dizem de manhã.
E não se importam, também,
Ao soarem o toque a que respondi esta manhã.

WORLD CUP 2014: BRAZIL'S FIRST GOAL

OLAVO E O FACEBOOK


          O Facebook não estragou Olavo de Carvalho, o Facebook revelou Olavo de Carvalho. Ele é o que aparenta ser: um falso intelectual, um pseudo-filósofo, um homem vaidoso, um debatedor truculento, um guru ególatra. É um homem de língua bífida. 

        O bem que fez, criticando a esquerda e revelando referências conservadoras, parece até que foi calculado, serviu apenas para potencializar o mal que faz e ainda fará ao Brasil, atraindo os ingênuos, crédulos e incautos, e levando milhares de jovens ao fanatismo, ao rebaixamento cultural (o linguajar usual de Olavo e olavetes falam por si),  à escuridão reinante. 

        Gratidão? O que Olavo de Carvalho fez de bom, de coração sincero, Deus o recompense. Se ele foi instrumento de salvação e conversão, Deus sabe. Eu também sei que Deus pode usar até o diabo para salvar almas. Esta é uma frase do próprio Olavo. Isto não significa que devemos continuar a ser gratos ao diabo por ele existir. É dever cristão admoestar, corrigir, denunciar o erro

OS OLHOS VERMELHOS DO ÓDIO...

Os olhos vermelhos de Lula não são pelo álcool. São pelo ódio.
 
Lula é aquele cão traiçoeiro que abana o rabo e, quando você dá as costas, morde o seu calcanhar. É aquela cobra congelada que o incauto penalizado coloca debaixo do fogão e que, aquecida, dá o bote certeiro. É o escorpião caridosamente levado pela rã para o outro lado do rio que, lá chegando, pica a inocente, mortalmente, porque é da sua natureza.

Lula anda com os olhos marejados de sangue e não é a cachacinha companheira de sempre. É o ódio. Ódio que ele tem de você, de mim. Ódio que ele tem da democracia que teve que engolir goela abaixo para poder governar o Brasil, depois de inúmeras desastradas tentativas. Ameaçado de perder o poder antes de 2018, quando pretenderá voltar para governar o país até 2026, despiu a roupa de criador e vestiu a fantasia de salvador da Dilma.  

Nas últimas semanas, Lula só fez instigar o ódio entre brasileiros, fomentou o medo nos mais pobres e atacou furiosamente a imprensa. Ao falar em "elite branca", quis colocar negros contra brancos, trazendo as famigeradas cotas também para tornar o debate político baixo e sujo. Fez um comercial desfiando números de hoje contra números do passado, com a desonestidade de sempre. Participou de convenções partidárias aos gritos, suarento e ameaçador.

Lula voltou a pregar o "nós x eles", apostando na divisão do país. Faz isso comparando 12 anos depois com 8 anos antes, usando mentiras e maquiagens. Não diz que hoje o Brasil tem quase 30 milhões de cidadãos a mais do que em 2002. Que 17 milhões novas famílias foram formadas. Que 3 ou 4 milhões de casas é muito pouco. Que os tais 20 milhões de empregos criados apenas acompanharam o crescimento populacional: o número de pessoas ocupadas passou de 76 milhões em 2002 para 94 milhões em 2012. Que das famílias criadas nos 12 anos de PT mais de 50% vivem de Bolsa Família, uma vergonha social. 

O governo federal faz pesquisas diárias. E os discursos mudam todo o dia. Ontem Lula veio para a imprensa que odeia para dizer que talvez tenha se enganado a respeito da "elite branca". Que o PT tem que saber onde errou para evitar novas manifestações. Que possivelmente o PT tenha "alguma culpa" nas vaias. Também avisou que o PT precisa ter coragem de discutir a corrupção do partido. Lula lê as pesquisas diariamente. E está apenas colocando o lobo em pele de cordeiro. Repaginando o discurso de ontem para buscar os votos que precisa na classe média, porque somente os pobres não reelegerão Dilma. 

Não ouçam as palavras. Não considerem os truques verbais. Não deem importância para as metáforas. Mirem sempre os olhos do animal raivoso chamado Lula. Eles estão sempre marejados de sangue. Infelizmente é ódio, não é álcool. Um ódio que o Brasil não merece mais.
 
26 de junho de 2014
in coroneLeaks

DA CADEIA, VALDEMAR COSTA NETO MANDA E DILMA TROCA O MINISTRO DOS TRANSPORTES.

Ontem foi o dia em que sofisticadas organizações criminosas fizeram acordo.

                      Dilma e a cúpula do PR: corruptos voltam em troca de um minuto de TV.

Para não perder mais tempo de TV no horário eleitoral depois da traição do PTB, Dilma Rousseff fez uma das maiores concessões a um aliado desde que assumiu o governo: trocou o comando de duas pastas bem avaliadas por ela para contemplar o PR, sigla habituada a traições à presidente no Congresso.

Os ministérios dos Transportes e de Portos, duas áreas cruciais para tocar os projetos de infraestrutura, entraram na partilha, algo que Dilma, por convicção, se recusava a fazer até dias atrás.

A petista já havia conseguido o apoio oficial das convenções do PMDB, PDT e Pros. Nesta quarta-feira (25), ganhou o do PSD e do PP. E acredita ter amarrado o do PR, que, juntamente com PC do B e PRB, definem a linha de frente da coligação oficial até segunda, data final das convenções partidárias. Dilma tirou César Borges (PR-BA) dos Transportes depois de passar os últimos meses afirmando que não mexeria no ministro por considerá-lo um excelente auxiliar.


A saída do ministro foi considerada um "retrocesso" pelo setor privado, diante da avaliação de que ele arrumou a casa e colocou as concessões para andar. Como prêmio de consolação, Borges foi transferido para a Secretaria de Portos, comandada por Antônio Henrique Silveira, técnico elogiado pela própria chefe e que foi deslocado para a secretaria-executiva.

Paulo Sérgio Passos, que antecedeu Borges nos Transportes por cobrança do próprio PR, retoma o cargo ministerial por ser visto pela própria sigla como um partidário "menos pior" que o sucessor no quesito "atendimento à base parlamentar".

Com isso, a coligação de Dilma caminha para ter cerca de 45% na fatia do tempo para propaganda eleitoral, principal instrumento das campanhas políticas. Projeta-se que ela tenha 11min25s em cada bloco de 25 minutos. A decisão de ceder às pressões do PR ocorre após o PTB deixar a base governista para apoiar Aécio Neves (PSDB).


Segundo a Folha apurou, ambas as decisões passaram por políticos que estão presos. No caso do PR, a ordem de demitir César Borges contou com aval de Valdemar Costa Neto, preso no Complexo Penitenciário da Papuda devido à condenação no processo do mensalão.

Segundo petistas, Costa Neto transmitiu a mensagem de que o Planalto poderia nomear "qualquer um'', mas que tirasse Borges. Na avaliação da cúpula do PR, Borges não atendia parlamentares nem recebia seus partidários.

(Folha de São Paulo)

26 de junho de 2014
in coroneLeaks

UM LEGISLATIVO MUITO VAGABUNDO



 
Mesmo em pleno recesso branco, sem que os senhores deputados trabalhem como todos os outros brasileiros, o pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte e presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), fez nesta quarta (25) pronunciamento de cinco minutos em rede nacional. Alguma dúvida que o fez para expor a sua imagem ao seu pequeno curral eleitoral, entupindo a TV em horário nobre com a sua imagem repugnante de peemedebista envolvido nos piores conchavos da República? 


O objetivo, segundo informado, era divulgar o trabalho da Casa no primeiro semestre, mesmo com o Congresso Nacional em recesso. Em uma defesa do Legislativo, Henrique Alves afirmou que a Casa é aberta às pressões legítimas da sociedade. Definitivamente não é. É dominada por vagabundos que, como foras-da-lei, invadem a sua casa na calada da noite para roubar o seu tempo e a sua paciência, usando a máquina pública como no pronunciamento de ontem. Vá se catar, Henrique Eduardo Alves!

CHEFE DO MENSALÃO DO PT LIBERADO PARA TRABALHAR NA CAMPANHA DA DILMA


 
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal acatou, nesta quarta-feira (25), um recurso apresentado pela defesa do ex-ministro José Dirceu e concedeu ao petista o benefício de trabalhar fora da prisão enquanto cumpre pena pela condenação no processo do mensalão.


A decisão representa uma derrota para o presidente da corte e ex-relator do processo, Joaquim Barbosa, que havia negado o benefício a Dirceu e revogado a autorização dada a outros presos do mensalão, entre eles o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, para trabalhar fora da prisão.

Prevendo a derrota, Barbosa não compareceu ao STF. Ele não poderia participar das votações porque se declarou impedido de participar de decisões envolvendo a execução das penas do mensalão em razão de um ação que move contra o advogado do ex-presidente do PT José Genoino.

O presidente do Supremo aproveitou o dia para preparar seu discurso de despedida, que será lido na terça-feira (1º), sua última sessão antes da aposentadoria.

Como os debates em plenário se alongaram e a sessão teve de ser encerrada, o plenário do STF determinou que Luís Roberto Barroso, atual relator do mensalão, utilize os critérios que nortearam o caso de Dirceu e decida sozinho outros recursos em que os condenados a regime semiaberto de prisão no processo pedem autorização para o trabalho externo.

Quando Barbosa ainda estava na relatoria, advogados e petistas pressionaram para que ele colocasse em votação a análise dos recursos dos advogados. A alegação é que réus presos têm prioridade sobre outros casos.

Após a decisão do STF, o advogado de Dirceu, José Luis Oliveira Lima, comemorou o resultado. "O plenário do STF afastou a ilegalidade que vinha sendo praticada pelo ministro Joaquim Barbosa e garantiu o direito ao trabalho do ex-ministro", disse.

Para conceder o benefício a Dirceu, o primeiro ponto discutido pelos ministros foi aquele considerado por Barroso como o principal argumento usado por Barbosa para impedir o trabalho externo a apenados do semiaberto: a necessidade de cumprimento de um sexto da pena.

Entre os dez ministros presentes, somente Celso de Mello concordou com a posição de Barbosa. Os outros nove ministros votaram como Barroso e entenderam que a jurisprudência adotada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) desde 1999, permitindo o trabalho externo a partir do primeiro dia de prisão, é a que deve valer no Brasil.

Resolvida a primeira questão, Barroso rebateu outros argumentos usados por Barbosa para impedir o trabalho externo de Dirceu. Entre eles o de que a oferta de trabalho era uma ação entre amigos, dada a relação de amizade do ex-ministro com seu empregador, José Gerardo Grossi.

Para Barroso, relações de amizade não poderiam impedir uma oferta de emprego para um condenado. O pedido de trabalho externo de Dirceu se arrasta desde o ano passado. O salário oferecido à época foi de R$ 2.100. Com a decisão, ele deve iniciar seu trabalho externo nos próximos dias.
(Link Folha de São Paulo)

26 de junho de 2014
in coroneLeaks

É CORNO, MAS É FELIZ!

É corno, mas é feliz!
Para um governo que coleciona escândalos; que não dá a mínima para a corrupção nem para roubalheira; que faz saber, mas não sabe fazer, uma Copa do Mundo é tudo que mais precisa para consolidar sua imagem diante de um país que vive de bolsas e de propaganda enganosa.

É fácil governar. Mais que governar é fácil manipular uma nação que se conhece e que se enxerga na TV. Que se vê na TV. O brasileiro vê o Brasil na TV. Tem promessa na TV. Vive de esperança na TV. Desfruta democracia na TV. Vota pela TV. Vê a Copa na TV. E assim o povo brasileiro é cornudo, sem medo de ser feliz.

Com um povo assim, chifrudo, escândalo serve mais como exemplo de virtude do que como defeito a ser varrido do mapa do Brasil.

Para o brasileiro guampudo, aquele que sabe roubar uma pátria inteira é digno e venerável, eis que passa para o povo o gosto de apropriação do que é dos outros enquanto a coisa pública vai para a privada. É que, para o brasileiro galheteiro, o melhor guardião do patrimônio público pode ser o mais esperto, o mais hábil ladrão. E tem sido assim.

Para o brasileiro que toma bola nas costas, uma Copa como essa é o melhor respaldo para continuar tomando gol a torto e a direito, porque os donos do poder fazem saber, mas não sabem fazer; para esse brasileiro o inacabado é tido como realizado. E o promotor da esperança nem acaba junto; goza sozinho com a sua cara.

Para esse governo que desgoverna como quem governa em excesso, usar a esperança como aríete para introduzir-se na ingenuidade de quem se deixa trair, é apenas um jeito oficial de fazer sonhar aqueles que estão adormecidos de olhos abertos.

Esse governo sabe, como só ele, que o brasileiro corno se deixa enganar com consentido e incomensurável prazer pela publicidade, o império das falsas necessidades. E aí relaxa e goza.

Chega ao múltiplo orgasmo só de ouvir a palavra esperança. Chega ao supremo prazer se a esperança oculta vem acompanhada de um sujeito explícito como o medo, ou o ódio.

O governo não tem esperança; ele fabrica esperança. E o povo espera sentado, enquanto a nação leva chifre deitada em berço esplêndido.

Ei, parceiro, saia já da frente dessa TV! Tem gente grossa enfiando esperança em você.

26 de junho de 2014
Sanatório da notícia

PELA LIBERDADE DA INTERNET!

PENA DA DILMA, NÃO!!!


         Pena de Dilma? Não. A questão é que hoje, no Brasil, VTNC é o refrão que identifica a fina flor do conservadorismo, os refinados intelectuais da direita e a resistência ao desgoverno delinquente do PT. 

     Ou seja, a escuridão reinante encarnada pelo olavismo.
Este é o Brasil que quer substituir o PT no poder? Deus nos livre.

26 de junho de 2014
in Miriam Macedo, blog

CURTIDORES DE MERDA


       Xingar a Presidente da República com refrão de baixo calão é só a amostra do que vem por aí. Foi com esta conversa de que não se pode respeitar o desrespeito que Olavo de Carvalho começou a justificar os palavrões e xingamentos chulos a desafetos e críticos em seu programa de rádio, o True Outspeak. 

      Para quem ouvia o programa, aquilo era tão chocante que devia conter um sentido pedagógico superior que alminhas ingênuas e simples não conseguiam alcançar. Um dia, entenderíamos

      E o padrão do discurso foi rebaixando, rebaixando, rebaixando, até que o 'mestre' chegou ao ápice da sua atividade pedagógica: dedicou um post inteiro no Facebook à descrição da aparência, consistência e diâmetro de suas fezes quando saiam do próprio ânus. Teve centenas de likes. Curtidores de merda.

26 de junho de 2014
in miriam Macedo, blog

PARA OS QUE AMAM NOVA YORK, MAS DETESTAM O BRASIL






Para os que amam Nova York mas detestam o Brasil

Por  Fernando Brito

Se a nossa elite  mentalmente colonizada tivesse um pingo de lucidez e um grama de compaixão (ou apenas um dos dois) olharia  para o Brasil com um sentimento de paz e esperança, em meio a um mundo que regride à miséria das primeiras décadas do século passado.

Mas teimam em ver o exterior como um mundo ideal, onde tudo é limpo, lindo e tecnológico.

O mundo, em todas as partes, é simplesmente feito de pessoas.

Quando elas vivem reduzidas à condição de bichos, nem a cosmopolita Nova York é civilizada.

Leiam o trecho que reproduzo desta matéria de hoje em O Globo.


E a foto que copio acima, de Ryan e Shelley, um casal de moradores de rua.

Um ex-casal, aliás, porque Ryan, agora, está morto.

É bom para lembrar o que esquecemos depois que passamos a achar Charlie Chaplin apenas um comediante antigo, não um intérprete de gente sem cuidado e sem esperança.

E que o drama humano é só existencial e não também pela sobrevivência.

Talvez com isso os que praguejam contra as nossas alegrias e desprezam os nossos progressos possam entender o quanto caminhamos.

E, por isso, o quanto acreditamos que temos de continuar a caminhar.

Mas sempre assobiando, alegres, como Carlitos.

A Nova York dos excluídos

Isabel Deluca

O número de sem-teto em Nova York atingiu, este ano, o maior nível desde a Grande Depressão nos anos 1930. Segundo as últimas estatísticas federais, a população sem moradia aumentou 13% em comparação com o ano passado, apesar da suposta recuperação da economia — e enquanto a média nacional só faz diminuir.
A tendência cresce sobretudo entre famílias e virou um dos maiores desafios do prefeito Bill de Blasio, que fez da habitação acessível um dos pontos centrais do seu discurso de campanha, para comandar uma cidade onde os aluguéis não param de subir.

Os nova-iorquinos que passam a noite em abrigos ou nas ruas chegaram a 64.060, de acordo com o relatório anual do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD, na sigla em inglês), que compila dados de três mil cidades americanas.

Só Los Angeles teve aumento maior: lá, os desabrigados cresceram 27%, embora o total ainda seja menor que o de Nova York. No resto do país, o número caiu 4% desde 2012: hoje são 610.042.

— A maior parte dos EUA mudou a tática de reagir ao problema, e está funcionando — explica o professor de Políticas Sociais da Universidade da Pensilvânia Dennis P. Culhane, autor do relatório do HUD. — O foco tem sido no realojamento imediato, muitas vezes na forma de mediação de conflitos, mas também com ajuda financeira. O modelo de botar num abrigo e esperar até que se consiga encontrar uma moradia, ou que o cidadão consiga juntar dinheiro para sair, não é o novo modelo que emerge no país. Mas é o de Nova York.

Na cidade mais rica do mundo, a crise é resultado sobretudo do aumento no número de famílias que já não podem pagar aluguel. O último censo registrou um declínio no número de apartamentos acessíveis em Nova York, enquanto a renda da classe média baixa só faz cair. Para Culhane, parte do problema ainda pode ser creditado à crise econômica:

— Há desemprego excessivo, afetando a capacidade de pagar o aluguel. Há mais jovens adultos e suas famílias com pais ou avós. Isso cria um ambiente estressante que pode levar ao despejo. É o que acontece em dois terços dos casos. A razão mais comum que os novos sem-teto reportam é conflito familiar na casa superlotada.

Em Nova York, as famílias já representam 75% da população dos abrigos. Há menos sem-teto nas ruas do que há uma década, mas a lotação nos dormitórios é recorde — 52 mil, sendo 22 mil crianças. Relatório divulgado em maio pela ONG Coalizão para os Desabrigados aponta outro recorde: o tempo médio que uma família permanece num abrigo atingiu 14,5 meses.

O Departamento de Serviços para Desabrigados disponibiliza diariamente dados sobre os abrigos. Na última quarta-feira, eram 30.540 adultos e 23.227 crianças. O número de sem-teto que pernoitam em refúgios municipais é, hoje, 73% maior do que em janeiro de 2002, quando o ex-prefeito Michael Bloomberg tomou posse. Ele tentou driblar a questão com uma série de políticas, mas o resultado foi a superlotação dos dormitórios públicos.

— Prefiro dormir na rua do que num abrigo — relata Elliot, um sem-teto de 52 anos que costuma passar as tardes na esquina da Rua 72 com a Broadway. — A comida é pavorosa. Os banheiros são imundos. Há ratos e baratas por todo canto.

Fonte: Tijolaço

 
26 de junho de 2014
in burgos (cãogrino)


Poderá também gostar de:

ATENÇÃO: HOJE TEM RADIO VOX: UMA TEORIA SOBRE O SOCIALISMO E O CAPITALISMO


Caros amigos,

Hoje, às 22hs, vou apresentar meu programa na Radio Vox, cujo tema será a apresentação da obra do filósofo alemão Hans Hermann-Hoppe, "Uma teoria sobre o Socialismo e o Capitalismo", por mim traduzida e que está na Livraria Virtual do blog. 

PARTICIPEM! CONVIDEM SEUS AMIGOS!

Eis a pauta:

1 - Introdução 
2 - Propriedade, Contrato, Agressão, Capitalismo, Socialismo.
3 - Socialismo de Estilo Russo 
4 - Socialismo de Estilo Social-Democrata 
5 - O Socialismo do Conservadorismo
6 - O Socialismo da Engenharia Social e os Fundamentos da Análise Econômica
7 - A Justificativa Ética do Capitalismo 
 
26 de junho de 2014

OLAVO DE CARVALHO É ASSIM

               Eu tive a coragem de confessar a realidade que estava diante do meu próprio nariz e dizer, com sinceridade: "É assim". Olavo de Carvalho virou uma seita. À sua volta, a cada dia surgem mais e mais pelotões de fanáticos empunhando armargumentos com o objetivos exclusivo de incensar o mestre e dar um block naqueles que, por várias razões, sempre sórdidas, claro, ousam afrontar o intocável guru. 

       Qualquer um que o faça, está carimbado: quer parasitar a fama de Olavo de Carvalho, sente inveja dele ou faz parte de um complô para destruí-lo (o do dia é o duguinista. Vai ver eu faço parte). 
      A coisa não começou exatamente agora, já vem de algum tempo. Aos poucos, aquela linguagem grosseira e truculenta do programa True Outspeak - onde ali tinha a função (discutível) de dar ao desrespeito o tratamento que ele merecia - passou a contaminar a voz de Olavo de Carvalho no Facebook.
      O discurso cortês e ameno do professor nas aulas do Seminário de Filosofia (escolhido de propósito para emprenhar suavemente a audiência com idéias gnósticas temperadas por guénons e schuons) acabou dando lugar no Facebook à linguagem de intimidação e desqualificação de qualquer pessoa que ousasse até mesmo relembrar-lhe suas próprias palavras. E tome pedagogia do palavrão, porque "Padre Pio, porque santo tal... Qual o quê!
      É mais que só palavrão. Como um amigo confidenciou: "Antes, Olavo era 'polêmico'. Hoje, ele parece ser um homem de uma vaidade atroz, que não admite divergência alguma, mesmo a mais polida. É uma mistura estranhíssima de agressividade e vitimismo." 
      No Facebook, Olavo de Carvalho vive cercado por milhares de pessoas que não leram meia dúzia de seus artigos e juram saber que ele é o maior filósofo do mundo. Logo ele, que faz crer que dedicou a vida inteira ao exercício  rigoroso e exigente do sacerdócio intelectual, uma vida em meio aos livros (não é exatamente bem assim).
      Olavo de Carvalho pode servir a muita gente. Não mais para mim. Durante anos, a despeito dos engulhos provocados pelo palavreado pantanoso, eu não economizei palavras para expressar-lhe minha gratidão e admiração.  
      Nesta época, o véu de (falsa) respeitabilidade que recobria a sua reputação intelectual ainda não tinha sido retirado. Por isto, mesmo quando eu já tinha chegado ao meu limite, disposta a dizer a mim mesma 'basta', ainda assim, eu recuei, engoli o sapo e declarei que continuava cerrando fileiras em torno do 'líder conservador de que o Brasil precisava" (porque 'a hora não é de desunir", eu pensava).
          Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Para mim, já tinha chegado ao fim. Não quis mais ser aluna Olavo de Carvalho. A hora era de peneirar tudo, apurar o (pouco) que restava de verdade em tudo o que falou e escreveu nos quase dez anos em que eu o acompanhei. Devota? Eu não.

    Hoje, 
a imagem de Olavo de Carvalho é a de um homem perdido sobre um trem que precipitaSua máscara caiu, suas mentiras apareceram, seu passado acusador voltou. Mas ele não quer ir - e não está indo - sozinho para o abismo. Um passeio por sua páginas o confirma. Ele vai, mas leva consigo uma manada grande.

     Afinal, como se deve imitar tudo o que o mestre fizer e fazer tudo o que o mestre  mandar - e o mais polido que o mestre faz e manda é tomar lá, chupar cá, enfiar ali - a descarga de palavras chulas e imagens grotescas nas páginas de Olavo escorrem pelos can(t)os. Hoje é assim.

 
26 de junho de 2014
Miriam Macedo, Blog