"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

VAIADO NO AMAPÁ, SARNEY NÃO VAI DISPUTAR REELEIÇÃO





Com 84 anos de idade e 60 na política, o ex-presidente da República José Sarney comunicou a seus aliados que não disputará à reeleição ao Senado.
Sarney justificou a decisão afirmando que pretende ficar mais tempo ao lado de sua mulher, Marli, que está doente e mora em São Luís.

Mas o que mais pesou na decisão foi o cenário político desfavorável. Pesquisas locais mostram alta rejeição a Sarney no Amapá.
Ontem ele foi vaiado em Macapá, ao lado da presidente Dilma Rousseff, na entrega de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida.

“Conversei hoje com a presidente Dilma e disse a ela que a situação está muito complicada. Acredito que não vou concorrer ao Senado”, disse Sarney ao ex-senador Gilvan Borges, presidente do PMDB do Amapá. O deputado federal Gastão Vieira, ex-ministro do Turismo e aliado de Sarney no Maranhão, também foi comunicado da decisão.

A assessoria do gabinete do senador divulgou nota, confirmando a opção do ex-presidente de não concorrer à reeleição.
“Essa decisão já estava tomada, comuniquei isso ao meu partido na semana passada. Entendo que é chegada a hora de parar um pouco com esse ritmo de vida pública que consumiu quase 60 anos de minha vida e afastou-me muito do convívio familiar”.

ESTÁ NA HORA

“Para ele é muito bom, acho importante essa decisão. Cada vez que ele vai para o Amapá é uma dificuldade”, disse sua filha, Roseana Sarney, governadora do Maranhão. Segundo ela, a família tem aconselhado o senador a encerrar a vida pública. “Para mim, particularmente, está na hora”.

Apesar de ter ouvido do próprio Sarney a decisão, Gilvan Borges ainda mantém a esperança de que o senador mude de ideia até o próximo dia 30, data da convenção do partido e enfrente mais uma campanha eleitoral.
“Estamos um pouco órfãos e vamos aguardar até o último minuto. Há um desejo, não só nosso do PMDB, de que ele seja candidato”, afirmou Borges. “Espero que ele ainda se candidate”, declarou Renan Calheiros, presidente do Senado .

Desde 1966, quando Sarney assumiu o governo do Maranhão, pela primeira vez, que nenhum integrante da família ocupa um cargo majoritário. A governadora Roseana está no fim de seu quarto mandato e não pode concorrer à reeleição.
Os únicos membros da família Sarney a disputar as urnas este ano serão o deputado Sarney Filho, do Partido Verde, que vai se candidatar a mais um mandato na Câmara, e Adriano Sarney, também do PV, neto do senador, que aspira uma vaga na Assembleia maranhense.

SÓ PERDEU UMA ELEIÇÃO,

Ao longo de 60 anos de política o senador perdeu apenas uma eleição, a primeira, em 1954, quando concorreu à Câmara dos Deputados. No ano seguinte, no entanto, ele assumiu uma cadeira como suplente.

Embora tenha falado em motivos pessoais, o quadro político desfavorável foi o que determinou a decisão do senador. Pela primeira vez desde que mudou o domicílio eleitoral para o Amapá, em 1990, ao deixar a Presidência da República, a possibilidade de uma derrota era real. Pesquisas no estado mostram amplos índices de rejeição a seu nome, que aparece em segundo ou terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos.

Além de tudo, ao contrário de eleições anteriores, nas quais era apoiado amplamente em todo o Estado, Sarney enfrenta a oposição do governador do Amapá, Camilo Capiberibe, do PSB, e do prefeito da Capital, Clécio Luís, do PSOL.
Em 2006, ao alcançar o quinto mandato no Senado, dois pelo Maranhão e três pelo Amapá, Sarney já havia enfrentado uma disputa difícil, na qual foi eleito com margem de apenas 5 mil votos.

26 de junho de 2014
José Carlos Werneck

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