"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 23 de junho de 2015

AGÊNCIA STANDARD & POOR'S JÁ VÊ RISCO DE "REBAIXAMENTO"




Técnicos da agência de riscos Standard & Poor’s (S&P) vêm acompanhando com lupa os acontecimentos mais recentes do Brasil. Há uma preocupação enorme com o péssimo desempenho da economia, que pode registrar retração de até 2% neste ano e novo tombo em 2016.
Em conversas com analistas de mercado, a S&P não descarta o rebaixamento do país, que está a um passo de perder o grau de investimentos. Os técnicos da agência ressaltam, porém, a importância de o Brasil estar passando por um processo de depuração, limpando mazelas como as maquiagens fiscais e reduzindo a corrupção na Petrobras.
No entender da S&P, se o preço a ser pago pelo Brasil for a retração do Produto Interno Bruto (PIB) por estar botando as contas públicas em dia com transparência, aumentando as taxas de juros para derrubar a inflação e limpando a Petrobras por meio da Operação Lava-Jato, a tendência é de haver complacência. A chancela de bom pagador do país será mantida.
AJUSTE FISCAL
Os técnicos da S&P ressaltam que o ajuste fiscal prometido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está no caminho certo, independentemente dos percalços impostos pelo Congresso. Mesmo que o governo não consiga atingir a meta de superavit de 1,2% do PIB neste ano, o importante é a direção, que, neste primeiro momento, parece correta.
Na avaliação da agência, Dilma Rousseff não pode retroceder no ajuste, mesmo que a pressão de seu partido, o PT, seja forte, em nome das eleições de 2018, quando Lula deverá ser o candidato à sucessão presidencial. Se não houvesse uma mudança de postura do governo, depois do desastre dos últimos quatro anos, o Brasil quebraria e levaria anos e anos para se reconstruir.
LAVA JATO
O fato de a Justiça estar levando, sem interferência, a Operação Lava-Jato, que envolve políticos de calibre, também merece destaque, na avaliação da S&P. Para os técnicos da agência, se um caso de corrupção como a da Petrobras ocorresse no México, certamente o resultado seria diferente, com muita coisa abafada.
Isso comprova, segundo a S&P, a força das instituições brasileiras e a maturidade do país. A percepção na agência é de que, depois do estrago feito pelas “pedaladas” fiscais, que podem comprometer a aprovação das contas de 2014 do governo Dilma — o Tribunal de Contas da União (TCU) dará seu parecer hoje —, nenhum governo se arriscará a novamente pôr em risco os pilares da economia.
Quanto à corrupção, a percepção da S&P é de que, depois do escândalo da Petrobras, a roubalheira tenderá a diminuir, sobretudo se as investigações forem até o fim e os culpados por desviarem tanto dinheiro da maior estatal do país forem para condenados com rigor e presos.

23 de junho de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

BALANÇA MAS NÃO CAI... OU CAIRÁ?


Marcelo Odebrecht ameaça derrubar a República. “Terão de construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma”, dizia Emilio Odebrecht, sobre possível prisão do filho. O presidente da Odebrecht, Marcelo, foi preso nesta sexta



Trecho de reportagem de capa de ÉPOCA desta semana

http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/06/marcelo-odebrecht-ameaca-derrubar-republica.html

Desde que o avançar inexorável das investigações da Lava Jatoexpôs ao Brasil o desfecho que, cedo ou tarde, certamente viria, o mercurial empresário Emilio Odebrecht, patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América Latina, começou a ter acessos de raiva. Nesses episódios, segundo pessoas próximas do empresário, a raiva – interpretada como ódio por algumas delas – recaía sobre os dois principais líderes do PT: a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A exemplo dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, outros dois poderosos alvos dos procuradores e delegados da Lava Jato, Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT está por trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”

Na manhã da sexta-feira, 19 de junho de 2015, 459 dias após o início da Operação Lava Jato, prenderam o Marcelo. Ele estava em sua casa, no Morumbi, em São Paulo, quando agentes e delegados da Polícia Federal chegaram com o mandado de prisão preventiva, decretada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal da Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações do petrolão na primeira instância. Estava na rua a 14ª fase da Lava Jato, preparada meticulosamente, há meses, pelos procuradores e delegados do Paraná, em parceria com a PGR. Quando ainda era um plano, chamava-se “Operação Apocalipse”. Para não assustar tanto, optou-se por batizá-la de Erga Omnes, expressão em latim, um jargão jurídico usado para expressar que uma regra vale para todos – ou seja, que ninguém, nem mesmo um dos donos da quinta maior empresa do Brasil, está acima da lei. Era uma operação contra a Odebrecht e, também, contra a Andrade Gutierrez, a segunda maior empreiteira do país. Eram as empresas, precisamente as maiores e mais poderosas, que ainda faltavam no cartel do petrolão. Um cartel que, segundo a força-tarefa da Lava Jato, fraudou licitações da Petrobras, desviou bilhões da estatal e pagou propina a executivos da empresa epolíticos do PT, do PMDB e do PP, durante os mandatos de Lula e Dilma.

Os comentários de Emilio Odebrecht eram apenas bravata, um desabafo de pai preocupado, fazendo de tudo para proteger o filho e o patrimônio de uma família? Ou eram uma ameaça real a Dilma e a Lula? Os interlocutores não sabem dizer. Mas o patriarca tem temperamento forte, volátil e não tolera ser contrariado. Também repetia constantemente que o filho não “tinha condições psicológicas de aguentar uma prisão”. Marcelo Odebrecht parece muito com o pai. Nas últimas semanas, segundo fontes ouvidas por ÉPOCA, teve encontros secretos com petistas eadvogados próximos a Dilma e a Lula. Transmitiu o mesmo recado: não cairia sozinho. Ao menos uma dessas mensagens foi repassada diretamente à presidente da República. Que nada fez.

Quando os policiais amanheceram em sua casa, Marcelo Odebrecht se descontrolou. Por mais que a iminência da prisão dele fosse comentada amiúde em Brasília, o empresário agia como se fosse intocável. Desde maio do ano passado, quando ÉPOCA revelara as primeiras evidências da Lava Jato contra a Odebrecht, o empresário dedicava-se a desancar o trabalho dos procuradores. Conforme as provas se acumulavam, mais virulentas eram as respostas do empresário e da Odebrecht. Antes de ser levado pela PF, ele fez três ligações. Uma delas para um amigo que tem interlocução com Dilma e Lula – e influência nos tribunais superiores em Brasília. “É para resolver essa lambança”, disse Marcelo ao interlocutor, determinando que o recado chegasse à cúpula de todos os poderes. “Ou não haverá Repúblicana segunda-feira.”

>> A reportagem de maio de 2014 de ÉPOCA sobre evidências de corrupção e caixa dois num contrato da Petrobras com a Odebrecht

Antes mesmo de chegar à carceragem em Curitiba, Marcelo Odebrecht estava “agitado, revoltado”, nas palavras de quem o acompanhava. Era um comportamento bem diferente de outro preso ilustre: o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Otávio Azevedo, como o clã Odebrecht, floresceu esplendorosamente nos governos de Lula e Dilma. Tem uma relação muito próxima com eles – e com o governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, também investigado porcorrupção, embora em outra operação da PF. Otávio Azevedo se tornou compadre de Pimentel quando o petista era ministro do Desenvolvimento e, como tal, presidia o BNDES.

Não há como determinar com certeza se o patriarca dos Odebrechts ou seu filho levarão a cabo as ameaças contra Lula e Dilma. Mas elas metem medo nos petistas por uma razão simples: a Odebrecht se transformou numa empresa de R$ 100 bilhões graças, em parte, às boas relações que criou com ambos. Se executivos da empresa cometeram atos de corrupção na Petrobras e, talvez, em outros contratos estatais, é razoável supor que eles tenham o que contar contra Lula e Dilma.

A prisão de Marcelo Odebrecht encerra um ciclo – talvez o maior deles – da Lava Jato. Desde o começo, a investigação que revelou o maior esquema de corrupção já descoberto no Brasil mostrou que, em 2015, é finalmente possível sonhar com um país com menos impunidade. Pela primeira vez, suspeitos de ser corruptoresforam presos – os executivos das empreiteiras. Antes, apenas corruptos, como políticos e burocratas, eram julgados e condenados. E foi precisamente esse lento acúmulo de prisões, e as delações premiadas associadas a elas, que permitiu a descoberta de evidências de corrupção contra Marcelo Odebrecht, o empreiteiro que melhor representa a era Lula. Foram necessárias seis delações premiadas, dezenas de buscas e apreensão em escritórios de empresas e doleiros e até a colaboração de paraísos fiscais para que o dia 19 de junho fosse, enfim, possível. Continue a leitura em site da Revista Epoca

As provas contra a Odebrecht

Os documentos obtidos pela Lava Jato mostram como a empreiteira seguiu o roteiro de obras superfaturadas e obteve informações privilegiadas para acertar contratos com a Petrobras. Veja os documentos aqui

Continue lendo esta reportagem em ÉPOCA desta semana




23 de junho de 2015
movcc

"UZAMERICANO" VÃO GARIMPAR...

Lava Jato terá ajuda dos EUA para investigar Odebrecht. Órgãos americanos atuarão na triagem de depósitos de propina feitos em contas do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa



A força-tarefa do Ministério Público Federal terá ajuda de autoridades dos Estados Unidos - onde está a mais estruturada e eficiente rede de combate à corrupção do mundo - para tentar desmontar a engrenagem usada pela Odebrecht para o que seriam pagamentos de propinas no esquema de desvios que atuou na Petrobras. O sistema teria usado empresas offshore em nome de terceiros e contas secretas no exterior.

Em VEJA: O penúltimo degrau da Lava Jato

A empreiteira é um dos alvos da 14ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Erga Omnes, que prendeu na sexta-feira o presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, e o da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, além de dez executivos das duas companhias.

Órgãos de investigação dos Estados Unidos atuarão, a pedido dos nove procuradores da República da Lava Jato, na triagem de depósitos de propina feitos em contas do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Primeiro delator da Lava Jato, ele devolveu 23 milhões de dólares apreendidos na Suíça e que são uma das provas materiais do Ministério Público de que a Odebrecht estaria envolvida no esquema. Em setembro, Costa confessou que o dinheiro era propina paga pela empreiteira, que nega a acusação.

Operador - Apontado como operador de propinas da Odebrecht, o doleiro Bernardo Freiburghaus está na lista vermelha de procurados da Interpol e é tratado como figura central para as investigações da Lava Jato em parceria com os EUA.

Por meio de um novo pedido de cooperação internacional, a força-tarefa requisitará a autoridades norte-americanas a ampliação do rastreio de dados bancários, agora envolvendo o suposto operador de propinas da Odebrecht, referentes a transações bancarias que passaram pelos Estados Unidos. Um pedido anterior mirava os depósitos recebidos por Costa.

Uma offshore aberta no Panamá em 2006, a Constructora Internacional Del Sur, e contas indicadas por Costa que seriam dele, mas controladas por Freiburghaus, são o ponto de partida para essa apuração em cooperação com os Estados Unidos.

Documentos em poder da Lava Jato indicam que a Constructora Del Sur foi a origem de pelo menos cinco depósitos feitos em contas secretas do ex-diretor operadas por Freiburghaus, em nome das offshores Sygnus Assets S.A., Quinus Services S.A. e Sagor Holding S.A.

Outro delator, o ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, também apontou a Del Sur como origem de suposta propina paga pela Odebrecht. Documentos obtidos em outro acordo de cooperação internacional, com Mônaco, revelaram depósitos provenientes de conta da Del Sur mantida no Credicorp Bank S.A destinados a uma conta no Banco Julius Baer que seria do ex-diretor de Serviços Renato Duque, preso desde março.

O Ministério Público brasileiro espera que a eventual prisão de Freiburghaus traga novas informações sobre as propinas pagas no esquema de desvios na Petrobras e provas materiais contra a Odebrecht e seus executivos. Leia em site da VEJA

(Com Estadão Conteúdo)

23 de junho de 2015
Veja

SEMINÁRIO DE LULA

Para Okamotto, a democracia é uma masturbação com ambições de ser uma suruba



Destaque - É impressionante que o Brasil tenha produzido essa monstruosidade política disfarçada de operário bonachão e bom camarada.


Não sei se o Brahma estava em seu estado normal ou se alterado por algum fator exógeno. O fato é que convidou Felipe Gonález, ex-primeiro-ministro da Espanha, para debater democracia no instituto que eleva o seu nome, e ele mesmo, Lula, defendeu a ditadura, ainda que com outras palavras. O homem rasgou a fantasia quando o tema “imprensa” surgiu à mesa. Tomou a palavra e defendeu a “regulamentação” da mídia, que, segundo ele, é comandada no Brasil por nove famílias e constitui a verdadeira oposição. Mais uma vez, o chefão petista traiu a real intenção do PT nesse caso: é controlar conteúdo, sim. Mais: se a mídia fosse a oposição, então ele estaria querendo controlar a… oposição!

Que coisa, né? Há dias, Felipe González esteve na Venezuela. Também ele tentou falar com os presos políticos, a exemplo do que fizeram os senadores brasileiros. Também ele não conseguiu. Deixou o país hostilizado pelo governo de Nicolás Maduro, que é um queridinho de… Lula. Entenderam? Nesse particular, o político espanhol pensa o que pensa a oposição brasileira, que o chefão petista chama de golpista. Há, portanto, uma diferença entre Gonzalez e o ex-presidente brasileiro: um pode falar em nome da democracia; o outro não.

Quem abriu o seminário foi Paulo Okamotto, que é, assim, uma espécie de porão de Lula. Tudo o que diz respeito à vida do Babalorixá de Banânia, que é mais escuro e que não deve ser exposto na sala de visitas, está no subsolo, no departamento Okamotto, o homem que viajava com o Brahma a serviço das empreiteiras. Eu não conhecia o lado, digamos, pensador do camarada Okamotto. O país e o mundo estavam privados, até esta segunda, de um filósofo político inigualável.

Ouvindo Okamotto, a gente descobre que a democracia é, assim, uma espécie de masturbação que anseia ser uma suruba. Ele definiu de forma singularmente criativa esse regime político: seria o “exercício solitário de pensar o que é bom para as pessoas”. Ninguém nunca havia atingido essa altitude antes. Nem vai atingir. Calma que há mais.

O parceiro de viagens do Brahma também refletiu sobre as redes sociais. Segundo esse criativo pensador, elas “complicam a democracia”. Huuummm… Quando o PT atuava praticamente sozinho nas ditas-cujas, certamente ele não via complicação nenhuma. O PT, como esquecer, criou até uma coisa chamada “MAV” — Militância de Ambientes Virtuais, cujo objetivo é policiar as redes, trolar quem não é petista, assediar moralmente as pessoas, atacá-las, chamá-las de reacionárias, golpistas etc. No PT, quem cuida do tema é um de seus dirigentes mais poderosos: Alberto Cantalice, vice-presidente. Que gente exótica!

Okamotto só passou a achar que as redes sociais complicam a democracia quando os petistas começaram a perder a guerra virtual — e como perdem! O partido é motivo de chacota. É por isso que o governo veio com aquela cascata de uso responsável das redes. Como sempre, na raiz de todas as iniciativas dessa gente, está o ânimo para censurar.

Sempre que Lula se vê diante de uma personalidade internacional, dele decide refletir com aparente profundida. Quase repetindo Reinaldo Azevedo, a quem ele atacou no congresso do partido, afirmou que o PT está velho e precisa de uma revolução: “Nós temos que definir se queremos salvar nossa pele, nossos cargos, ou nosso projeto”. Huuummm… Eu diria que os companheiros querem tudo isso. E, de preferência, com uma excelente remuneração. Ah, sim! Repetisse integralmente Reinaldo Azevedo, teria dito: o PT já morreu.

Lula promove um seminário de última hora pra ver se consegue, repetindo a sua expressão, sair do volume morto. Vai ser difícil, né? Até porque ele tem a sua natureza. Ao citar uma figura pública internacional que teria sido injustamente vitimada, não teve dúvida e saiu em defesa de Saddam Hussein. Perguntou a González: “Alguma vez ele te causou problema?”. Eis uma pergunta que deveria ser feita, por exemplo, a milhares de curdos e iranianos mortos, vítimas do gás sarin. É nojento! Não impressiona que seja um aliado incondicional de Nicolás Maduro. Gonazález deve ter pensando: “Caramba! Olhem aonde vim parar!”

É impressionante que o Brasil tenha produzido essa monstruosidade política disfarçada de operário bonachão e bom camarada
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23 de junho de 2015
Reinaldo Azevedo, Veja online

TIRANDO O DITO CUJO DA RETA...

Para livrar a cara para 2018, Lula tira o corpo fora e joga culpa em Dilma e no PT. Perdidos, petistas dizem amém.


(Globo) Dirigentes ouvidos pelo GLOBO nesta segunda-feira, que preferiram não se manifestar publicamente, disseram que o diagnóstico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o governo Dilma Rousseff é certeiro, mas o vazamento das críticas, sobretudo contra a presidente, no momento em que ela amarga a sua pior avaliação, serve para dar munição à oposição e aumentar o fosso entre Dilma e o partido. A interlocutores, Lula diz que nenhuma dessas críticas é novidade para a presidente, já que ele não esconde sua posição quando os dois se reúnem, de forma privada, em São Paulo.

As reclamações sobre Dilma, principalmente em relação às medidas que afetam direitos trabalhistas, são endossadas por dirigentes da sigla. No entanto, o congresso do PT, há menos de duas semanas em Salvador, eliminou do documento final até mesmo a expressão “ajuste fiscal”.

Para alguns petistas, essa narrativa pode ser um ensaio de Lula para iniciar um descolamento de Dilma. Já um dirigente diz que eles são inseparáveis como “a corda e a caçamba”. Em outra frente, as críticas de Lula encontraram ressonância em alas do PT que fazem esse debate interno desde as manifestações de junho de 2013. O problema é que, na instância do partido em que essas questões deveriam ser discutidas, Lula não foi por esse caminho.

— Eu acho que ele está certo. Isso já vem sendo discutido principalmente no âmbito das redes sociais, área que eu coordeno. A militância vem criticando o excesso de burocratização e de institucionalização do partido. Ele está vocalizando a militância. Há crítica muito grande à acomodação dos petistas. O partido precisa voltar-se mais para a juventude — disse um dos vice-presidentes do PT, Alberto Cantalice.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos líderes do grupo Mensagem ao Partido, o teor da fala de Lula é o mesmo de uma carta divulgada recentemente por 35 parlamentares, mais da metade da bancada, que pedia a renovação da legenda, inclusive com novas eleições internas. A carta foi rejeitada pela maioria do último congresso do PT, cuja corrente interna mais numerosa, a Construindo um Novo Brasil (CNB), é a de Lula.

— A gente esperava que o congresso decidisse por aí, mas decidiu por nada — reclamou o deputado.
No sábado, conforme O GLOBO revelou, Lula disse a religiosos católicos, em um encontro no seu instituto, que é um “sacrifício” convencer Dilma a viajar pelo país e defender o projeto petista. Ele afirmou que, em relação à popularidade, ele e ela estão no “volume morto”, enquanto o PT está “abaixo do volume morto”.

Lula voltou as baterias nesta segunda-feira para o PT, em uma nova autocrítica bastante contundente. Para o ex-presidente, o partido que fundou há 35 anos “está velho”, sem projeto e paralisado pela burocracia porque “só pensa em cargos”. A avaliação foi feita durante debate promovido pelo Instituto Lula, em São Paulo, com o ex-presidente de governo espanhol Felipe González. Para o petista, o PT “perdeu um pouco a utopia”.

O partido não reagiu diante das declarações. O presidente da legenda, Rui Falcão, que estava no mesmo debate, não quis falar com a imprensa na saída. Dirigentes petistas ouvidos pelo GLOBO dizem que o ex-presidente tem mostrado insatisfação nos últimos meses tanto com a acomodação da legenda quanto com o desempenho de Dilma no segundo mandato. O tom, no entanto, tem subido a cada desabafo.

— Eu lembro como é que a gente acreditava nos sonhos, como a gente chorava quando a gente mesmo falava, tal era a crença. Hoje, precisamos construir isso, porque hoje a gente só pensa em cargo, a gente só pensa em emprego, a gente só pensa em ser eleito, e ninguém hoje mais trabalha de graça — disse Lula.

O ex-presidente disse estar “cansado” e falou que o partido precisa se renovar com pessoas mais jovens e “mais ousadas, com mais coragem” — O PT está velho. Eu, que sou a figura proeminente do PT, já estou com 69 (anos), já estou cansado, já estou falando as mesmas coisas que eu falava em 1980. Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido, uma revolução interna — disse o ex-presidente, e completou: — Temos que decidir se nós queremos salvar a nossa pele e os nossos cargos, ou se queremos salvar nosso projeto. 

Ao lado de González, Lula também voltou a reclamar da imprensa e acusou veículos de “fazer oposição pelo editorial”. — Aqui no Brasil nós reclamamos muito da mídia. A oposição é a imprensa. Em alguns jornais, eles fazem oposição pelo editorial. Ao invés de brigar com isso, temos de saber usar melhor a internet, as redes sociais — disse Lula, que defendeu mais uma vez a regulação da mídia.

23 de junho de 2015
in coroneLeaks

FARINHA DO MESMO SACO...

Criador e criatura são a mesma coisa, afirma Aécio sobre Lula e Dilma.


O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta segunda-feira que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pode se "descolar" da presidente Dilma Rousseff. O tucano argumentou que Lula não pode fugir à sua responsabilidade pela situação atual ao usar como estratégia os ataques à sua sucessora. Aécio disse que Dilma é "criatura"de Lula e que é um "acinte" o governo continuar adotando as chamadas pedaladas fiscais depois do parecer prévio do Tribunal de Contas da União (TCU). Para ele, o governo Dilma está "sitiado".

No sábado, O GLOBO informou que o ex-presidente, em tom de desabafo, criticou duramente a presidente Dilma Rousseff em reunião no instituto que leva o seu nome. Para Lula,“Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto” e ele próprio está no volume morto. Nesta segunda-feira, o ex-presidente voltou a criticar o partido, e disse que os petistas só pensam em cargo e eleições.

O TCU deu prazo de 30 dias para Dilma dar explicações sobre as contas públicas de 2014. Para Aécio, o TCU deve rejeitar as contas de Dilma, afirmando que caberá ao Ministério Público da União decidir se abre uma ação contra a presidente. Ele lembrou que o PSDB já ingressou com uma ação a esse respeito, mas evitou falar em impeachment.

— Acho que o presidente Lula, mais do que ataques à atual presidente, sua criatura, tem que reassumir sua parcela de responsabilidade pelo que vem acontecendo no Brasil. E não há como descolar uma coisa da outra: o governo é o PT, o governo é Dilma, o governo é Lula. Foi assim nos momentos positivos e será assim nesse momento de grandes dificuldades. Lamentavelmente, essa obra é uma obra conjunta do ex-presidente Lula, da presidente Dilma, e, obviamente, do PT — disse Aécio.

Aécio disse que já tinha denunciado, durante a campanha eleitoral, as manobras fiscais do governo Dilma. — Continuar a fazer isso é um acinte, um desrespeito absoluto àquilo que foi de mais valioso que nós conseguimos construir do ponto de vista da administração no Brasil que foi a Lei de Responsabilidade Fiscal. É um governo que age como se estivesse acima da lei e não está. E o governo federal de forma continuada fez isso com o único objetivo de vencer as eleições e hoje é um governo sitiado: não pode andar nas ruas e está nas barras dos Tribunais. Se o Tribunal de Contas, como todos nós esperamos, vier a agir de forma técnica como vem agindo, não há como aprovar as contas da Presidente da República — disse Aécio, acrescentando:

— Essa reiterada prática delituosa pode levar até o Ministério Público, a Procuradoria Geral da República, onde existe ação do PSDB, a se manifestar e quem sabe abrir uma investigação contra a presidente da República. Candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, Aécio lembrou que denunciou o fato das pedaladas fiscais.

— Durante a campanha eleitoral, denunciei essas pedaladas, dizendo que a Caixa Econômica Federal pagava o Bolsa Família, ou parcela dele, e o governo não repunha por parte do Tesouro esses recursos. A presidente ignorou esse assunto. Agora, tentam transferir para um membro da equipe econômica (o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin) essa responsabilidade. A responsabilidade é da presidente da República — disse Aécio.

Segundo ele, um dos pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) era justamente evitar que bancos públicos financiassem seus controladores. — Essa não é uma questão que está sendo discutida agora. O que há é uma definição da votação do relatório do ministro Nardes que é pela reprovação das contas da Presidente da República. Isso deve ocorrer em menos de 30 dias. 

Aécio comparou a crise econômica vivida pelo país à jabuticaba, alegando que apenas o Brasil vive momentos de dificuldade e não o mundo. — Essa crise é como a jabuticaba, é uma fabricação aqui do Brasil feita pelo governo do PT —afirmou o tucano.

23 de junho de 2015
in coroneLeaks

LULA E DILMA NÃO SABEM O QUE FAZER PARA RECUPERAR PRESTÍGIO


O ex-presidente Lula, herói de antanho, antigo metalúrgico e experiente político, sabe que está numa enrascada. A massa de humildes sempre foi sua força e sua proteção; o tal e suposto “dispositivo popular” do PT, por muitos anos, foi sua blindagem. “O que fazer quando Lula colocar sua massa na rua?”, perguntavam-se as tais das elites. Mas, depois de 12 de março de 2015, quando o “exército do Stédile” não foi às ruas – ou foram uns gatos pingados, muitos às custas de “quentinhas”–, se percebeu que também Lula começou a ficar só; um tigre banguela? Em tempo de Lava Jato, o pesadelo consiste em sentir a lâmina aproximar-se do pescoço, sem defesa.  De volta à poesia de Drummond: essa “Minas não há mais”; a força mingou.  E agora, Luís?
Hoje, o apoio ao governo do PT resume-se a algo ao redor de parcos 10%, os congressos do partido estão esvaziados; prefeitos pedem que seus diretórios municipais os expulsem como forma de se desvencilharem da legenda; os primeiros ratos sentem o cheiro do naufrágio e se retiram. Neste contexto, Lula, o PT e Dilma sentem que precisam recuperar a massa e que necessitam de um discurso de esquerda e de abrigo social para a massa que, somente ela, poderá abrigá-los. A força da massa na rua, obrigando o recuo dos adversários, o pacto, a conciliação diante da tal “correlação de forças”. Política clássica e manjada: saída pela esquerda.
COMO FAZÊ-LO?
Mas como fazê-lo, se, ao corrigir os erros do governo e ajustar também programas e políticas públicas, retiram-se direitos, cortam-se recursos, escasseia o colchão de proteção social em que dormiram e sonharam pobres e militantes? Como sinais, são um desastre em ano pré-eleitoral: cortar pensões e o seguro desemprego, reduzir verba para educação e saúde?!?!
Como compensação, restaria o surrado discurso ideológico que, defensivo, precisa pelo menos fingir que foi ao ataque. Demonstrar que também houve aperto aos “de cima”: impostos sobre lucros e fortunas. Algo contraprodutivo, quando se quer recuperar credibilidade e investimentos, mas uma necessidade de quem precisa de, pelo menos, uma tangente retórica.
O ajuste fiscal parece ser, então, tão inevitável quanto fatal. Inevitável para o governo, fatal para o PT. Se não se faz, a economia afunda – e com ela toda a sociedade; se o faz, a sociedade que referendou a experiência petista afunda primeiro.
RETOMADA?!
Claro, o ajuste pode trazer, lá na frente, a recuperação geral, a retomada do crescimento econômico e social. Mas, seu tempo político, lento e gradual, é uma tragédia para Lula e para o PT suas centenas de prefeitos e milhares de vereadores. No longo prazo, é possível que estejamos vivos, mas nessa fórmula o PT morrerá antes. A equação contrária consistiria na hipótese de que todos morramos para que o PT sobreviva e agonize por mais tempo.
Difícil dizer. Uma canção de Lenine, cantor o homônimo do mito de tantos petistas, afirma com precisão: “ninguém faz ideia do que vem lá”. Ninguém faz. Só os charlatães arriscam palpite. Há muitas variáveis sem controle e toda essa turbulência não encontra coordenação central para contê-la. O fato é que Lula, PT e Dilma estão numa cilada lógica: um ajuste tão inevitável quanto fatal.
PEDALANDO…
Este parece ser o mundo além do jardim de Dilma, que, no  entorno de seu palácio, pedala as angústias, remoendo erros ou regurgitando os sapos que tem engolido. Busca encontrar, na bike, o equilíbrio que parece ter-lhe faltado no exercício da presidência, na eleição e no pós eleitoral; procura o movimento sincronizado e constante que perdeu nas incontáveis trapalhadas que patrocinou nesse início de segundo mandato. Será isso mesmo, ou estará tão alheia quanto o personagem de Peter Sellers? Só a história dirá o que vem lá!

23 de junho de 2015
Carlos Melo
Estadão

O GUERREIRO PAES DE ANDRADE



Paes de Andrade disse “não” à eleição de Castelo Branco
Presidente da Câmara dos Deputados, Paes de Andrade foi à Alemanha participar de uma celebração internacional sobre o fim da II Guerra Mundial. Sentado ao lado do embaixador do Brasil, estava em um banquete, em Bonn, oferecido pelo Parlamento alemão, quando um secretário da embaixada brasileira aproximou-se do embaixador e lhe cochichou uma notícia ao ouvido.
O embaixador ficou perplexo, excitado e feliz. Automaticamente, pegou o copo de vinho, em frente, fez um brinde ao infinito, sorriu e não disse nada. Paes percebeu o estranho gesto, perguntou o que tinha havido.
– Nada demais, deputado. O Filinto Muller acaba de morrer em Paris, em um desastre de avião. Morreu como devia ter morrido: o avião se transformou numa câmara de gás. Os assassinos públicos devem morrer mesmo em câmeras, como cães danados.
Paes, cearense e cristão de alma generosa, que tinha se encontrado com Filinto na véspera, no Congresso, em Brasília, levou um susto:
– Por que esse ódio todo, embaixador?
– Ele torturou meu pai. Os verdugos de todos os tempos são iguais. Mais dia menos dia acabam pagando seus crimes.
E tomou gostosamente um gole de vinho, bebendo o gás de Filinto.
Dias depois, em Paris, Paes de Andrade me contou a historia:
– Nery, os pecados dos homens deixemos para Deus julgá-los. Mas os torturadores jamais terão o perdão da Historia.
NÃO À DITADURA
Vitorioso o golpe militar de 1964, Juscelino Kubitschek comandou o PSD e encontrou-se com o general Castelo Branco na casa do deputado Joaquim Ramos (PSD-SC). Falso de alma, Castelo jurou que, escolhido presidente da Republica, garantiria as eleições já convocadas para 1865.
JK levou o PSD a votar em Castelo e indicou José Maria Alkmin para vice. Só dois não foram na conversa de Castelo: Tancredo Neves e Paes de Andrade. Do plenário gritaram “nãos” que todo o Congresso ouviu. Ajudaram a fundar o MDB e resistiram à ditadura até o fim.
Nessa semana deixou-nos o queridíssimo Paes de Andrade. O Ceará tem o direito e o dever de chorar seu grande filho.
JARBAS
Em junho de 1971, o bravo Jarbas Vasconcelos, deputado estadual e presidente do MDB de Pernambuco, convocou um Seminário em Recife. Pedroso Horta, líder do partido na Câmara, mandou preparar um documento, redigido por Francisco Pinto (MDB-BA) e Paes de Andrade (MDB-CE) propondo Anistia e Assembleia Constituinte,
O Seminário quase termina em pancadaria. Clemens Sampaio, do MDB da Bahia, chamou Chico Pinto de “chefe dos comunistas”. Aprovado o documento dos “Autênticos”, Pedroso deu a Freitas Nobre para ler na Câmara. E pediu a Chico Pinto para falar pelo partido no Dia do Soldado.
O Diário Oficial ficou uma semana sem rodar, mas teve que publicar.
TESTAMENTO DE LULA
Desta vez Lula não vai poder desmentir o que falou, como faz sempre. No seu “Instituto Lula”, em São Paulo, reuniu bispos, padres, frades, freiras e seu assessor religioso o ex-ministro Gilberto Carvalho, para uma conversa sobre a situação nacional. E Lula falou e a imprensa deu:
  1. – “Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto eu estou no volume morto. Todos estamos numa situação muito ruim”
  2. – “Acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo”.
  3. – “Aquele gabinete (presidencial) é uma desgraça. Não entra ninguém para dar uma notícia boa. Os caras só entram para pedir alguma coisa.”
  4. “- Os ministros têm de falar. Parece um governo de mudos. Os ministros que viajam são os que não são do PT. Kassab já visitou 23 estados, não sei quem já visitou não sei quantos.”
  5. – “Estamos há seis meses discutindo ajuste. Ajuste não é programa de governo. Depois de ajuste vem o quê?”
Nesse momento, Lula lembrou as promessas não cumpridas por Dilma durante a última campanha eleitoral.
– “ Tem uma frase da companheira Dilma que é sagrada: “Eu não mexo no direito dos trabalhadores nem que a vaca tussa”.
– “E mexeu. Tem outra frase, que é marcante, que é a frase que diz o seguinte: “Eu não vou fazer ajuste, ajuste é coisa de tucano”.
– “E fez . E os tucanos sabiamente colocaram Dilma falando isso (no programa de TV do partido) e dizendo que ela mente. Era uma coisa muito forte. E fiquei muito preocupado”.
Isso não é uma confissão. É um testamento. Para o “Lava-Jato”de Lula.

23 de junho de 2015
Sebastião Nery

OKAMOTO DIZ QUE REDES SOCIAIS "COMPLICAM" A DEMOCRACIA...



Faltou “tradução simultânea” ao discurso de Okamotto…
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, questionou a democracia no Brasil e disse que as redes sociais a “complicam”. Na abertura de uma palestra do ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe González em São Paulo, Okamotto definiu democracia como “exercício solitário de pensar o que é bom para as pessoas” e disse que fica “com uma grande pulga atrás da orelha” sobre como consolidá-la no país.
“Estamos muito distantes do mundo desenvolvido, do mundo rico”, afirmou. Segundo ele, a “democracia está ainda mais complicada” com o advento das redes sociais. Okamotto apontou o apoio popular à redução da maioridade penal e o fracasso da reforma política como ameaças. “Todo mundo quer uma classe política melhor. Mas essa reforma política, para mim, é uma decepção”, discursou.
Às vésperas de o plenário da Câmara decidir se reduz ou não a maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes violentos, nove em cada dez brasileiros se dizem favoráveis a essa medida, segundo pesquisa Datafolha. Entre os entrevistados pelo instituto na semana passada, 87% apoiam a alteração.
CPI DA PETROBRAS
Okamotto foi convocado a prestar depoimento à CPI da Petrobras na Câmara para explicar as doações de R$ 3 milhões feitas ao instituto pela empreiteira Camargo Corrêa, investigada no esquema de corrupção da Petrobras.
A bancada do PT estuda solicitar ao plenário da Câmara reavalie a convocação do braço direito de Lula na entidade após terem levado bronca do ex-presidente. Eles articularam um contra-ataque que inclui um recurso para tentar derrubar a ida de Okamotto à comissão.
‘AFLIÇÃO POLÍTICA’
González, que pertence ao PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), foi convidado a palestrar no Instituto Lula para falar sobre a experiência de seu partido ao se reerguer após denúncias de corrupção. A sigla ficou nove anos fora do poder na Espanha até conseguir voltar ao governo, quando José Luis Zapatero foi alçado ao cargo de primeiro-ministro (2004-2011).
Para ele, a “aflição” que o Brasil vive é mais política do que econômica.  Em sua palestra, González disse acreditar na possibilidade de o Brasil implementar medidas anticrise. Segundo ele, o ajuste fiscal praticado pelo governo Dilma Rousseff vai durar cerca de um ano. Avalia, porém, que o Brasil tem “muita capacidade de investimento que pode ser concretizado neste momento”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Felipe Gonzalez, coitado, não sabe nada do Brasil. Okamotto, também não sabe. Dizer que as redes sociais complicam a democracia é uma declaração que necessita de tradução simultânea, porque ninguém consegue entender. (C.N.)

23 de junho de 2015
Catia Seabra e Bela Megale
Folha